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Apontamentos da Cadeira de Prática forense-Curso de Direito - 7º Semestre 2012

1ª Aula

Teoria da comunicação jurídica


Introdução
Muitos profissionais de Direito sentem-se apavorados quando precisam de redigir suas peças
processuais visto que são textos jurídicos, nalguns casos as palavras desaparecem por e
simplesmente tornando-se imprecisas, inadequadas, impedindo a reprodução exacta da ideia
que se pretende transmitir. Trata-se de uma verdadeira batalha com as palavras, e o resultado
disso aparece nos textos jurídicos das peças processuais.
Basta a leitura de algumas petições iniciais, contestações, denuncias, sentenças etc. Para se
encontrar um festival de textos mal elaborados, desconexos e incoerentes cujos defeitos causam
obscuridade e ambiguidade, impendido a compreensão da mensagem veiculada nas diversas
peças processuais.
Na verdade, o mais importante (dizia a professora Célia Passon) para iniciação ou
aperfeiçoamento do acto de redigir é saber que escrever é uma técnica e como tal pode ser
aprendida, e também é preciso acreditar que não se é o único, todos passam por dificuldades
semelhantes. Tudo é uma questão de supera-la, ou melhor, de enfrentar o problema e dizer “ eu
vou conseguir”
Não há dúvidas que o Advogado, o Juiz de Direito o promotor de justiça, o procurador de
Republica, o Comandante da Esquadra e outros operadores de Direito redigem diariamente
peças processuais, tais como petições iniciais, contestações, recursos, denuncia, sentenças etc.
Já que o acto de escrever é inerente ão desenvolvimento das actividades a questão adstritos.
Alias, ninguém pode acreditar que um advogado não saiba redigir um texto jurídico, pois a ideia
que toda gente tem é de que um advogado é aquele que tem o dom da palavra.
Embora muitos profissionais de Direito tenha dificuldades de redigir um texto jurídico claro e
objectivo, pode-se perfeitamente aprender a dominar as técnicas da redacção forense.
Porém os letrados admitem que a leitura em várias obras é necessária para adquirir
conhecimentos e a prática redacional é preciso para desenvolver o acto de se escrever bem.
É de salientar que o nível de conhecimento jurídico que o profissional de Direito possui sobre o
assunto que vai desenvolver depende do conhecimento adquirido pela leitura e experiencia do
mundo.
Aspectos gerais de comunicação
Desde os primórdios o homem sempre quis se comunicar a fim de partilhar os seus pensamentos,
ideias e experiencias do mundo.

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A aquisição da capacidade de transmitir uma determinada mensagem e ser compreendida pelo


seu interlocutor tornou-se uma espécie de busca incansável do indivíduo através dos tempos, por
isso, o homem está sempre desenvolvendo novas formas de comunicação.
O homem sempre viveu em comunidade e nunca viveu solitariamente isolado como se fosse uma
ilha razão pela qual precisa de si comunicar.
Há vários meios eficazes para a veiculação de uma comunicação, no entanto, sem dúvidas
alguma a linguagem humana se sobrepõem a qualquer outro meio de comunicação.
Entende-se por comunicação o acto de tornar algum acontecimento comum as outras pessoas.
É de salientar que a falta de uma comunicação pode implicação a lesão do Direito do cidadão.
Elementos de comunicação
Depois de desenvolver vários métodos de comunicação o homem elaborou a chamada teoria de
comunicação, trata-se de um estudo sistemático dos componentes essenciais do processo
comunicativo entre indivíduos.
O conhecimento da teoria de comunicação tem em vista entre outras vantagens, oferecer
instrumentos capazes de eliminar qualquer problema redacionais, assim que se dispuser a
redigir um texto, poderá faze-lo de forma primorosa, aplicando-a na produção de peças
processuais. Sem este conhecimento prévio o profissional de Direito não estará apto a se
comunicar adequadamente com o seu interlocutor quer por meio da fala quer por meio da
escrita.
Em suma se a mensagem não alcançar a sua finalidade não haverá comunicação, ou seja, se a
mensagem for mal interpretada o Direito do cidadão estará lesado, ou ainda o advogado
prejudicara o seu cliente já que não soube redigir diligentemente a sua petição inicial.
Não se pode construir um texto sem pensar na linguagem a ser transmitida, assim leva-nos a
concluir que para que haja comunicação é importante a presença de três elementos essenciais: o
emissor, receptor e mensagem.
No entanto não são apenas estes três elementos formadores do processo comunicativo, há ainda
o canal, o código e o referente.
Existem seis elementos formadores do processo comunicativo: o emissor, receptor, mensagem, o
código, o canal e o referente.
O emissor, destinador ou remetente é responsável pela emissão da mensagem. O juiz de Direito
é o receptor da mensagem (P.I) da 1ª instância, quando cita o réu para se defender da
mensagem jurídica, logo podemos dizer que há dois receptores da mensagem jurídica: em
primeiro lugar o juiz e em segundo o Réu.

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Os factos e os fundamentos jurídicos do pedido constituem a mensagem veiculada pelo emissor


ão receptor. Trata-se de uma mensagem jurídica redigida em linguagem forense.
Linguagem inteiramente técnica por isso, o código utilizado para transmitir a comunicação
jurídica recebe o nome de português jurídico.
Os elementos da teoria de comunicação presentes na petição inicial podem ser, assim
classificados.
a) Emissor - autor da P.I
b) Receptor é o Juiz de Direito em 1ª instância e depois o Réu.
c) Mensagem é a veiculação do facto e dos fundamentos jurídicos do pedido.
d) Canal é a folha de papel onde se redige a P.I
e) Código é o português jurídico ou a linguagem forense.
f) Referente é o contexto que justifica a elaboração da P.I e fundamenta o pedido. O
pedido deve ser claro e objectivo.

2ª Aula
A Linguagem forense
Entende-se por linguagem todo o sistema de signos capaz de produzir capaz de produzir uma
comunicação entre os falantes. A palavra signo refere-se ão signo linguístico que por sua vez
remete-nos ãos conceitos de significante e significado.

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O significante é a apresentação matéria da palavra (som ou letra) significado é o conceito que se


tem da palavra. Entendidas estas definições dessa forma podemos conceituar o termo linguagem
Forense como sendo todo sistema de signos capaz de estabelecer comunicação entre os
profissionais do Direito no mundo jurídico. O vocábulo signo também significa palavra.
Ex: matar fome, matar dois coelhos ão mesmo tempo, matar um pato.
A Linguagem Forense (LF) trata-se de conjunto de palavras jurídicas que visa a produzir uma
comunicacão propria dos profissionais do Direito (Direito). Todas as peças processuais são
produzidas em linguagem forense (técnica) até mesmo as argumentações orais.
É frequente por exemplo um cliente ão sair da sala da audiencia e julgamento perguntar o seu
Advogado se ganhou ou perdeu, isto porque não entendeu a linguagem ali usada, isso demosntra
que, a Linguagem Forense tem uma compreensão autonoma das demais linguagens.
Se os receptores não tiverem conhecimento desta linguagem não se estabelecera com ele
comunicação em razão desse código ser considerado desconhecido.
Exige-se ainda cuidado e zelo na construção da Linguagem forense a fim de torna-la um
instrumento eficiente nas mãos de profissional de habilidoso. Quem não dominar não estara apto
a desenvolver suas actividades profissionais no universo jurídico. Não terá competência
linguística para interpretar Leis entender a doutrina e aplicar a jurisprudencia.
A língua e a fala
A Língua e a Fala são importantissimos nos processos de comunicação.
A Língua é sistema convecional de signos pertencentes a uma mesma comunidade de falantes. O
emprego de um único codigo recebe o nome de Fala.
A fala é o uso que cada indivíduo faz da língua. Assim pode depreender-se que quando o acto
comunicativo se processa o falante seleciona as palavras adequadas para a formação do seu
discurso combinando-as, e amarrando-as de modo a tornar sua mensagem compreensivel.
O profissional de Direito deve dominar tambem a oratória que é responsavel pelos ensinamentos
da arte de bem falar ão público, utilizando-se da fala bem articulada e da oratória esse
profissional produzira um disrcurso jurídico do profundo impacto.
Funções de linguagem forense
As funções de linguagem gozam de capital importancia no auxílio ão opredor de Direito na
construção do texto jurídico.
Uma petição ou contestação capaz de estimular não so a leitura mas tambem prender a tenção do
receptor, para que isso aconteça o operador de Direito precisa de conhecer funções de linguagem
forense.

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Lembre-se que toda mensagem tem uma finalidade: provocar reações produzir emoções
transmitir conhecimento cientificos, exortar, pressoadir Etc. Assim o domínio das funções de
linguagem incrementa o acto de produzir texto.
A função de linguagem pode ser aplicada na (LF),
Existe seis elementos de Liguagem para cada um desses elementos existe uma função
correnspondencia.
A primeira função é emotiva está centrada no emissor da mensagem, as opiniões e sentimentos
do emissor estão presente no texto que suscita juizo de valor ou provoca emoções verdadeiras ou
simuladas a respeito do assunto onde na pessoa a função emotiva exprime estado emocional do
emissor perante o objectivo da sua comunicação mas também ser para sensibilizar o receptor.
Ex. “ a Ré contratou o ofendido para exercer a função de marceneiro no sector de
produção de cozinha moduladas, o ofendido ão desempenhar as suas actividades
profissionais foi pregar em um gabinete duplo um dos componentes da cozinha
modulada, quando o prego saltou-se da madeira ão sofrer a batida do martelo, o prego
atingiu em cheio o olho Direito do trabalhador, perfurando-o. Esse infortúnio ocorréu
por culpa exclusiva da Ré….”
Função conotativa tem em vista convencer ou influenciar. O vocábulo conotativo significa
esforço, tentatica, ão produzir a mensagem o emissor emprega esforço para convencer o receptor,
este ocupa lugar de destaque já que a linguagem forense se organiza com o objectivo de
convencer o receptor.
Função referencial é aquela que converge para proprio referente e tem por objectivo de
transmitir uma informação desprovida de qualquer impressão pessoal ou manifestação
persuasiva. Os dados da realidade são objectivamente transmitidos ão receptor.
Função fáctica - põe em evidência o canal de comunicação este é responsável pela condução da
mensagem que parte do emissor em direcção ão receptor.
Esta função revela-se no texto jurídico que tem a intenção de iniciar, prolongar, interromper ou
verificar a eficácia do processo comunicativo estabelecido entre o emissor e receptor.
Ex: “Requer o autor a V.excia que se digne de citar o Réu para que conteste esta
acção sob pena de revelia.”
Função poética é aquela que causa prazer estético pelo seu conteúdo e forma, não é frequente na
linguagem forense, mas isso não significa que o profissional de Direito não possa produzir um
texto poético para quebrar a rigidez do texto do texto jurídico. O texto jurídico pode ser
elaborado de forma inovadora utilizando as combinações e rítmica para despertar prazer na
leitura.
Ex: No dia cinco de Outubro do ano ainda fluente em Carmo de cachoeira, terra de boa
gente ocorréu um facto inédito que me deixou descontente, o Jovem Alceu da Costa
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conhecido por “Rolinhas” aproveitando a madruga resolveu sair da linha subtraindo de


outrem duas saborosas galinhas, ……
Função metalinguística- Centra-se no próprio código, isto é no próprio português jurídico o
profissional de Direito. ão ler um texto jurídico depara-se com palavras cujo significado seja
desconhecido para compreender o seu significado deve recorrer ão dicionário jurídico que
através deste poderá facilitar a compreensão das palavras desconhecidas.
Ex: “objectus” de “objicere” do Latim OBJECTO”

Contexto (função referencial)


Canal de comunicação (função fáctica)
Emissor mensagem
receptor
(função emotiva) (função poética) (Função
conotativa)
Código
(Função metaliguística)

Níveis de linguagem e a Linguagem forense


Os Profissionais de Direito. devem ter em mente que a organização da língua falada é mais fácil
do que a escrita. A língua falada comporta a mímica, cuja expressividade articula-se pelos gestos
e entoação da voz, recursos estes que auxiliam a comunicação do orador. O emissor emite a
mensagem e o receptor responde em um pequeno espaço de tempo. Ambos se posicionam num
contexto situacional similar e utilizam elementos do referente para completar o diálogo de
ambos.
A língua escrita exige do emissor uma linguagem bem estruturada e elaborada na linguagem
padrão. Isto é norma culta. A mensagem escrita estabelece um contacto indirecto entre o emissor
e receptor. A sua elaboração obedece regras gramaticais e exige sempre uma selecção vocabular
apurada para expressar da melhor forma o pensamento do emissor.
A linguagem forense se concretiza se concretiza no universo pela língua falada e escrita, em
virtude do carácter individual da fala, existe três níveis de linguagem: o popular, o familiar e o
culto.
Linguagem popular emprega-se por pessoas de pouca ou de quase nenhuma escolaridade, pois
se refere a linguagem de pessoas simples com vocabulário limitado cuja comunicação torna-se
difícil, sobretudo pelo emprego de palavras inadequadas para a transmissão do conhecimento
sem qualquer preocupação com regras gramaticais.
Ex: “todo mundo sabe da gravidade que tem hoje em dia o problema das drogas na
nossa sociedade. muita a gente e ate a policia tenta fazer alguma coisa para acabar

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com as drogas, mas muitos caras, a maioria gente da pesada negam de curtir seu
baratinho, não dando a mínima para os meganhas que vivem em seu encalço.”
Linguagem familiar é utilizada no dia-a-dia do falante, menos formal com o uso d
Um vocabulário simples e relativo no que diz respeito a obediência `as regras gramaticais. Ex: “
o advogado disse que agente vai se encontrar no fórum `as 15h” Os dois níveis de linguagem -
Coloquial e familiar – não interessam esses tipos de linguagem para expressar seus pensamentos
no universo jurídico. No que diz respeito linguagem forense o profissional de Direito fará o uso
da Linguagem culta, da norma padrão, também conhecida como sermo eruditus para se
comunicar no Direito.
O padrão linguístico caracteriza-se pelo tipo de selecção vocabular para a transmissão da
mensagem. As palavras são formais e técnicas. Ex: “ se é verdade que todos devem ser
livres para contratar, realizar o contrato em si, o mesmo não ocorre com a liberdade
contractual, considerada como a possibilidade de livre disposição de seus interesses
pelas partes. Essas devem, sem restrições, regular esses interesses, clausulando-os,
sem colisão de Direitos….”

3ª Aula
1. Vocabulário Jurídico
A necessidade do Profissional de Direito de dominar o vocábulo jurídico de capital importância,
visto que, pode dotar-se de capacidade excelente de elaboração de peças processuais com melhor
qualidade redacional.
A escolha de vocábulo criterioso e preciso produz uma peça processual clara e objectiva, porque
a palavra adequada transmite a mensagem que se deseja veicular.
O Profissional Mocir Garcia afirmou que: “ dispondo de palavras suficientes e adequadas a
expressão do pensamento de maneira fiel, clara e precisa estamos em melhores condições e
assimilar conceitos, de reflectir, de escolher, de julgar, do que outros cujo acervo léxico seja
insuficiente ou medíocre para a tarefa vital da comunicação, pensamento e expressão são
interdependentes, tanto é certo que as palavras são o revestimento das ideias e que sem elas é
praticamente impossível pensar.”
Dispor de um bom vocabulário não pressupõe a utilização de farta quantidade de palavras
difíceis e desconhecidas, bom comunicador é aquele que se faz entender por meio da suas
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mensagens claras e objectivas e o uso de um vocábulo acessível ão interlocutor e instrumento


eficaz para ser bem entendido.
O profissional de direito deve conhecer a carga semântica, isto e o significado de favores
jurídicas utiliza-la adequadamente de modo a expressar com exactidão seu pensamento evitando
dessa forma, a construção de pecas jurídicas rebuscadas superficiais e de difícil leitura.
Ex: Certos casos de política, de tão inacreditáveis acabam virando parte do anedotário. Ou vice
versa : algumas piadas traduzem tão bem determinada característica da cultura política que
assumem ares de verdade em uma das hipóteses se encaixa a correspondência, tocada cerca de
20 anos atrás, entre o prefeito de bom sucesso e o então secretario estadual.
Os professores Ernane Terra o José de Nicola ensinam que: escrever bem não é expressar se com
palavras difíceis e desconhecidos para impressionar ou criticar, mas contudo não se quer dizer
com isso que deve-se usar uma linguagem pobre nem uma linguagem rebuscadas.
A outra preocupação do profissional do direito e ter especificidade de palavra jurídica na
organização das peças processuais, porque a especificidade permite expressar um raciocínio
lógico e corrente.
A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra designa-se apenas uma ideia apenas um só
sentido mas isso e impossível. As palavras são enganosas e traiçoeiras e exigem cuidados
especiais na construção do texto jurídico.
Redigir uma peca processual com um raciocínio lógico e corrente consiste na solução dos
vocábulos jurídicos mais adequados para exposição de pensamento, isto é, cabe ão profissional
de Direito seleccionar a palavra jurídica mais apropriada para expressar exactamente a
mensagem que pretende transmitir.
2. Léxico e vocabulário
Léxico - e o conjunto das palavras de que dispõem uma determinada língua ou seja, todas as
palavras existentes na língua portuguesa forma o léxico. Por isso o léxico também e considerado
todas as palavras existentes na língua em estado de dicionário.
Vocabulário é a selecção e o emprego de palavras retiradas do léxico para a elaboração do
discurso, assim as pessoas retiram do léxico apalavras que conhecem para se comunicar.
Cada profissional de Direito possui um estilo individual para redigir as peças processuais.
Entende-se por estilo individual características próprias que cada profissional tem ão empregar a
língua escrita na produção.
Na produção na peça processual ou de texto jurídico p profissional de Direito retiram verias
varias para organizar suas peças processuais pois esta solução vocabular caracteriza o estilo
individual de cada pessoa, uma vez que cada um retira do léxico a palavra que conhece, por isso
tanto maior for o vocabulário, com maior exactidão ele transmitirá a sua mensagem.

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3. Denotação e Conotação
As palavras podem ser denotativas ou conotativas, as denotativas apresentam significado real de
palavra tal e qual é definida do dicionário. Ex: aquele Advogado tropeçou numa pedra a
caminho do fórum” nesta frase a palavra pedra assume o seu verdadeiro sentido.
Por sua vez as palavras conotativas expressam significado figurado diferente do dicionário
permitindo múltiplas inferências sempre relacionados com o contexto em que aparece.
Ex: Aquele promotor de justiça é uma pedra no sapato.
Aqui apalavra pedra assume um sentido diferente ão dicionário neste caso significa um
empecilho, obstáculo, estorvo.
Na linguagem forense o uso de palavra conotativa pode causar problemas na transmissão eficaz
da mensagem.
O poder judiciário encontra-se abarrotado de acções judiciais o que torna árdua a tarefa de leitura
de diversas peças processuais.
Os juízes de Direito não dispõem de tempo suficiente para realizar leituras atentas das peças
processuais, nesta conformidade, não se pode exigir deles a correcta interpretação dos vocábulos
conotativos.
É melhor usar palavras jurídicas no sentido denotativo porque elas evitam duplo sentido e não
exigem leitura muito profunda facilita a compreensão da peça processual.
A redacção prima pela clareza, objectividade e precisão do discurso jurídico.
4. O significado das palavras jurídicas na Linguagem Jurídica
O significado das palavras jurídicas na Linguagem jurídica é determinado pelo seu contexto, o
profissional de Direito deve verificar se determinada palavra ão ser utilizado na formação da
peça processual possui efectivamente a carga semântica que deseja imprimir a mensagem que
se pretende transmitir.
A Linguagem forense emprega termos jurídicos exactos para exprimir conceitos esclarecer lei,
explicar doutrinas, defender teses etc.
Não deve o profissional de Direito adivinhar o significado das palavras jurídicas desconhecidas.
As consequências podem ser desastrosas, deve-se usar sempre a palavra jurídica que melhor
define a Lei, que melhor conceitua a doutrina e melhor caracteriza os ilícitos penais e civil.
Ex: Um determinado Advogado requeréu ão juiz a remição da divida, ão invés de remissão o
juiz diferiu o seguinte: Defiro pague-se a divida dentro de 48h. o Advogado ficou perplexo nada
pode fazer senão a Empresa pagar a divida.
Remição significa quitação pagamento de ónus, e remissão significa perdão da divida.
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O profissional de Direito par evitar situações como esta, consultando o dicionário da língua
portuguesa e dicionário jurídico.

4ª Aula
1. Dificuldades no uso das palavras jurídicas na elaboração das peças processuais
As palavras comuns ão serem aplicados na redacção forense revestem-se de um significado
bem diferente daquela que teriam em um texto simples.
Por ex: a palavra incompetente indica pessoa que não tem competência, ou seja, falta-lhe
capacidade, sabedoria. Entretanto na linguagem forense permite chamar um juiz de Direito
de incompetente sem ofende-lo nem desrespeita-lo.
A palavra incompetente designa o juiz de Direito que não tem poder para conhecer e julgar
determinada acção judicial. A incompetência aqui referida revela a falta de poder em razão
de vários factores que impede o juiz a conhecer uma Determinada causa.
A palavra conhecer por seu turno significa ter o poder judiciar de julgar, para tanto, o
profissional de Dto deve conhecer o significado de cada palavra tanto da linguagem jurídica
bem como da linguagem comum par evitar problemas.
As palavras e termos jurídicos usados na redacção das peças processuais devem caraterizar
adequadamente o fato e os fundamentos jurídicos presentes na acção.
Para alcançar esses objectivos o Profissional de Direito deve dominar os termos técnicos e as
técnicas da redacção. Uma das bases da boa redacção forense fundamenta-se no facto do
profissional de Direito deve conhecer a carga semântica que determinada palavra jurídica
apresenta em um certo contexto. Por isso deve se usar a palavra jurídica que melhor transmita
o pensamento do profissional do Direito, sempre seleccionar aquela palavra jurídica que
exprima a ideia exacta que ele pretenda expressar.
2. Palavras unívocas equivocas e análogas
Na linguagem forense as palavras jurídicas dividem-se em três categorias: Unívocas,
Equivocas e Análogas.

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Unívocas possuem apenas um único sentido no texto jurídico, essas palavras, independe
do contexto tem sempre o mesmo significado, pois elas são utilizadas para descrever e
tipificar delitos bem como caracterizar direitos do individuo.
Ex: significado de imprudência, imperícia e negligência são diferentes na linguagem
forense, assim não podem ser tidas como palavras sinónimas ou aplicadas aleatoriamente
na construção do texto jurídico. A imprudência é prática de um acto precipitado sem a
devida cautela, a imperícia é a ausência de habilidades ou inaptidão para executar
determinado acto. A negligencia é pratica de um acto sem observar as normas que
exigem cuidado atencioso
As palavras equivocas possuem mais de u, sentido, cujo significado define-se pelo
contexto. Ex: a palavra sequestrar apresenta dois sentidos, o de aprender judicial
determinado bem sob litígios ( ão nível do C.C.) e sequestro ão nível penal significa
privar alguém da sua liberdade, carecer privado.
Por fim as palavras Análogas não possuem a mesma etimologia, contudo apresenta a
mesma família ideológica ou pode ser consideradas sinónimas.
Ex: resolução, resilição e rescisão, essas palavras jurídicas indicam a mesma ideia
ideológica. Extinção do contrato. No entanto, definem casos jurídicos diferentes. A
resolução contratual significa a extinção do contrato pelo seu cumprimento.
A resilição contractual significa a extinção do contrato por vontade das partes e rescisão
contactual ocorre por violação dos contratos.
Note que o usos de palavras análogas requer muito cuidado, pois, como no exemplo
acima, o erro na aplicação do vocabulário jurídico implica compreensão diversa do
direito pretendido provocando consequência jurídicas inadequadas para o caso concreto.
3. Palavras parónimas, homónimas e sinónimas e polissémicas
Sob a óptica da semântica as palavras jurídicas podem ser classificadas em: parónimas,
homónimas e sinónimas e polissémicas.
Vide as cópias em anexos
4. Arcaísmo
São palavras que caíram em desuso numa determinada língua
Ex: tratante (antigamente era o individuo que tratava pessoas; hoje é designado malandro,
o enganador).
Formidável (antigamente significava terrível; hoje é significa extrãordinário) muita das
vezes os profissionais de Direito usam o arcaísmo pensando que estão construindo peças
brilhantes, mas na verdade, pouco entende o que esta escrito ali.
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A linguagem jurídica precisa ser clara e objectiva.

5. Latinismo e expressões latinas


Antigamente os profissionais de Direito usavam o latim para compor os seus discursos
jurídicos, era comum usa-los em petições iniciais expressões latinas para embelezar a
linguagem jurídica, para argumentar e para fundamentar um determinado raciocínio.
A preocupação que se deve ter com as expressões latinas é utiliza-las de forma correcta,
seja, usa-las de acordo com o contexto e escreve-las entre aspas ou em itálico. Deve-se
pensar prestar atenção na grafia dessas expressões.
Vide as cópias em anexo.

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5ª Aula
Tecnica para enriquecimento do vocabulario jurídico
A experiencia didatica demostram que existem tres tecnicas redacioanais para o
enriquecimento do vocabulario jurídico. A premeira é leitura de obras jurídicas.ão fazer
uma leitura atenta deve-se fazer o levantamento das palavras desconhecidas em
seguida fazer a busca das palavras desconnhecidas e consulta-las no dicionario para
entende-las a sua aplicação de cada uma delas na construção da peça processual.
Realiza-se a segunda leitura com objectivo de aplicar uma palavra sinonima no lugar
do novo vocabulario jurídico para ampliar as várias possibilidades redacional sem
perder de vista a originalidade da ideia central do texto jurídico lido.
O profissional de direito precisa de criar hábito de leitura pos é um meio eficaz para
ampliar o seu vocabulario jurídico. Durante a leitura ão se deparar com termos
desconhecidos deve grifa-lo e posteriormente consultar no dicionario, este metodo
chama-se levantamento vocabular.
Na se aconselha tentar advinhar o significado de uma palavra na linguagem forense,
pois existe um grande risco de atribuir um significado completamente diferente ão de
contexto.
A segunda tecnica que amplia o vocabulario jurídico é a aplicação da nova palavra na
construção da peças processuais, buscando possiveis sinonimos, este processo de
fixação tem em vista a ampliação do vocabulario jurídico.
A terceira tecnica capaz de ampliar o vocabulario jurídico é o acto de conversação,
trata-se de acto natural e expontaneo e tem em vista a troca de experiencia entre os
falantes; é um meio eficiente para incorporar palavras novas ão dicionario.
A FRASE, O RAÇÃO E PERÍODO NA LINGUAGEM FORENSE
A frase jurídica
Na linguagem jurídica, a frase recebe o nome de frase jurídica ou seja, frase jurídica é
qualquer enunciado capaz de estabelecer comunicação no universo jurídico entre os
profissionais de Direito. É por meio dela que o frissional de Direito estrioriza os seus
pensamentos, emoções, sentimentos, efim, concretiza no universo jurídico a
mensagem que deseja transmitir a seus interlocutores.
Assim, um enunciado deve apresentar – se bem articulado para que alcance a sua
finalidade. O somatório de frases jurídicas resulta na formação de parágrafo e a soma
desses paragrafos formam o texto jurídico.
Uma frase bem redigida sem ambiguidade ou obscuridade transmite uma mensagem
de facil compreensão. Os dois defeitos são gravissimos na redação forense pois
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dificultam e desestimulam a leitura de qualquer peça processual alem de pôr em dúvida


a capacidade redacional do proprio profissional de Direito.
A frase jurídica pode ser formada por uma única palavra Ex: “ arquive-se” que neste
caso é um verbo, qualquer profissional de Dto sabe que trata-se de uma determinação
judicial para o arquivamento dos autos do processo.
Pode a frase jurídica ser formada por mais de uma oração: ex: “O juiz de Dto
determinou o arquivamento dos autos do processo”. Essa oração pode-se chamar de
simples porque é constituido por um verbo “determinar”se tivesse um ou mais verbos
seria composto. Ex: O juiz de Dto determinou o arquivamento dos autos do processo e
o directo do cartorio realizou as providências de estilo para o cumprimento da
determinação judicial”.
Tipos de frases jurídicas
Existem varios tipos de frases jurídicas na linguagem forense dentre estas, as que
aparecem com mais frequencia na redação como forma de comunicação inicial do
emissor.
Declarativa que esterioriza um juizo de valor pode ser a respeito de alguma pessoa ou
alguma coisa. Ex: “ O juiz de Direito considerou o réu culpado”. Aquele rapaz é um
execelente advogado”.
Interrogativa emprega-se a frase jurídica interrogativa para questionar um facto ou
acontecimento jurídico. Ex: “O réu é culpado ou inocente?” “ Todas as provas
processuais são inquestionaveis?”.
Imperativa é usada para expressar uma ordem, uma advertencia, uma proibição. Ex:
“ Cumpra-se a determinação judicial”. “ Intime-se”.
Exclamativa: é usada para expressar admiração supresa, repulsa, irritação
arependimento, despreso etc
“Que bela suatentação oral!”. “Nossa! Que P.I bem redigida!”
Indicativa é usada para expressar resumidamente um pensamento facilmente
compreendido por que esta contextualizada. Ex: “ silencio!”. ´que horror!” “policial,
alerta!” “Atenção!”. “ bom dia”.
Frase nominal na linguagen forense
As frases sempre encerram uma ideia de afirmacão ou negacão.
Ex: “Estou cansado, porque participei de uma audiencia estafante” a intenção do
profissional é de afirmar um determinado facto, cujo valor significativo atem-se apenas

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em explicar a causa do cansaço, ou seja, que o cansaço é proveniente da participação


de uma audiencia de instrução e julgamennto muito cansativa. Mas tambem pose-se
dizer: “Não estou cansado, porque não tive uma audiencia estafante” a ideia do
emissor foi de a de comunicar uma mensagem jurídica oposta a aquela.
A carateristica essencia de uma frase jurídica nominal é a ausencia de verbo, é
tambem conhecida como “ frase jurídica de situção” ex: “cabelos longos, ideias curtas” “
Dura Lex, sed lex”. A frase nominal não pode ser considerada mal elaborada. Muito
pelo contrario, uma frase nominal pode ser belissima quando é bem articulada e
estruturada, aparece frequentemente em acordãos.
Ex: “Serviço publico essencial-Energia electrica- consumo sem aferição do registo-
Suspeita- fornecimento-corte-ilegalidade-Agravo-Improvimento-decisão unanime.”
A frese verbal na linguagem forense
Na linguagem forense a frase verbal esta organizada em torno do verbo, pois este tipo
de frases é comum em redação forense.
A construção da frase jurídica verbal, normalmente, apresenta a estrutura
SUJEITO+VERBO+COMPLEMENTO.
“O autor ajuizou a ação de cobrança” nessa frase o verbo é ajuizou, indicando que é
uma frase verbal.
Oração na linguagem forense
Entende-se por oração qualquer enunciado que apresenta um verbo. Ex: O raciocinio
indica tanto uma actividade da mente quanto produto dessa actividade.” Considerando
os conceitos da frase e de oração podemos depreender que estamos perante a uma
frase e uma oração. Frase porque transmite uma dada mensagem; oração, porque,
alem de transmitir uma mensagem, possui verbo.
“Bom dia” é uma frase mas não oração porque não possui verbo oração deve
apresentar sujeito e predicado. Algumas orações não apresentam sujeito sendo
clasificados de orações sem sujeito.
Sujeito é a passoa que pratica a acção verbal, enquanto predicado é tudo aquilo que
afirma do sujeito. Ex: “Os direitos patrimoniais dividem-se em direitos reais e pessoais”
trata-se de sujeito simples “Os direitos patrimoniais” e o predicado (dividem-se em
direitos patrimoniais e pessoais”.
Em relação as orações de sujeito inexistente ou sem sujeito indicam fenomenos
meteorologicos ou são foormados pelos verbos fazer no sentido de tempo e haver, na
acepção de existir Ex: “ chovia torrencialmente”. “ faz três anos que não a vejo” “ houve
muita inscrição no concurso para magistratura”

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A estrutura SUJEITO+VERBO+COMPLEMENTOS indica a estrutura da oração bem


articulada na linguagem forense. Esta formunla permite ão profissional de Direito redigir
um enunciado capaz de transmitir uma mensagem objectiva, sem provocar qualquer
tipo de interferencia no acto comunicativo.
O período na linguagem forense
O período é uma frase formada por uma ou mais de uma oração, o período pode ser
simples ou composto, é simplae quando é formada por uma oração Ex: “o Advodago
redigiu a P.I” período composto Ex: “ O advogado redigiu a P.I. e protocolou no fórum
civel.”
Em um texto jurídico, o sentido de cada perido é determinada pela relação que matem
com os demais períodos constituintes do texto. O sentido do texto como um toodo
significativo é a amarração coerente, tanto dos períodos simples como dos periosos
compostos ma (LF).
As combinações estruturais das frases: coordenação e subordinação.
É importante antes de abordarmos o tema primeiro relembrar o conceito de orações
coordenadas e subordinadas.
Orações cordenadas são independentes entre si, ou seja, uma oração não completa o
significado da outra e elas se interligam por meio de conectivos chamados conjuções
coordenativas. Também pose se chamar orações período composto por
coordenação.
As orações coordenadas se articulam pelo sentido geral do período:
“ Pela manha, o Advogado bebeu o café delicioso, comeu um pedaço de pão com
manteiga e saiu para audiencia” as tres orações são independentes uma da outra e
podem ser desmembradas:
“ Pela manha, o Advogado bebeu o café delicioso”.
“O advogado comeu um pedaço de pão e manteiga”.
O Advogado saiu para a audiencia”.

Fazendo uma análise atenta pode-se notar que a ultima oração está ligada `as demais
pela conjução “e”ainda que todas sejam independentes entre si. Isso significa que a
oração “…. e saiu para audiencia” é uma oração coordenaada sidentica aditiva. As
demais (“ Pela manha, o Advogado bebeu o café delicioso, comeu um pedaço de pão
com manteiga”) é uma oração coordenaada asidéntica.

O mesmo não acontece com as orações subordinada, porque elas são dependentes
entre si. E uma se liga `a outra para que a mensagem seja compreendida.

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Estão sintaticamente interligadas pelas conjuções subordinativas. Essas orações


recebem o nome de Período composto por suboordinação. O período composto por
subordinação pode ter duas ou mais orações. Uma recebe o nome de oração principal
e a outra de subordinadas.

Ex: “Convem que o advogado estude com afinco”


Convem oração principal e a segunda que o adovogado estude com afinco.

6ª Aula

1. Conjunções coordenadas
Ão redigir uma oração o profissional de Direito precisa ter em mente a mensagem que
vai transmitir. Para tornar mais clara a mensagem, deve articular correctamente as
orações.
Se não conhecer o funcionamento das conjuções na formação das orações dificilmente
sera capaz de produzir uma oração bem articulada.
Há cinco tipos de conjuções coordenativas: aditivas, adversativas, alternativas,
conclusivas e explicativas.
1.1 Conjução Aditiva
A conjução aditiva serve para ligar uma oração que exptressa idéias equivalentes.
As principais conjuções aditivas são: e, nem, não só,… mas também, tanto …como,
assim …como, assim… quanto, assim…. Que, não só …como, não só senão que.
Atenção especial deve ser dispensada `a conjução “nem”, pois, quando aditiva exige
uma oração negativa e equivale a conjução “e”.
Ex: “sem prejuizo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de
fiscalizar as operações, não pode o comandatario praticar qualquer ato de gestão, nem
ter nome da firma social sob pena de ficar sujeito `as responsabilidade do socio
comanditado.”
Conclui-se que não deve usar conjução nem em frases afirmativas.
Ex:2 O advogado não saiu da sala nem deixou ninguem saisse.
1.2 Conjução adversativas

As conjuções adversativas ligam orações que exprime ideias de contraste ou oposta.

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“A sessão de creditos referente ão estabelecimento transferido produzira efeitos em


relação respectivos devedores, desde o momento da publicidade da transferencia,
mas, o devedor ficara exonerado se de boa fe pagar ão cedente”.

As principais conjuções adversativas são: mas, porem, todavia, contudo, senão,


aliais, no entanto, entretanto, ainda assim.
A conjução senão significa de outro modo, de outra forma. Não pode ser confudida
com se não cujo sgnificado é por acaso.
Ex: O penhor de credito não tem eficacia senão quando notificado ão devedor;….”
Ex: “é nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura publica, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento”.

Veja que no primeiro caso a conjunção alternativa pode ser substituida pela expressão
de outro modo, enquanto no segundo a expressão se não assume sentido de
condição e pode ser substituida por acaso não.

1.3 Conjução alternativas

São aquelas que ligam orações que indicam alternancia, exclusão.


Ex: “nenhum juiz prestara a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado
a requerer, nos casos e formas legais”.

As principais conj. Alternativas são: ou…ou, já…já, seja…seja, ora…ora, quer…quer.

A conjução ou assumindo o sentido de exclusão


Ex: “o juiz ou tribunal de oficio ou a requerimnto, condenara o litigante de ma fe…..”
Neste ex: é de exclusão porque o juiz ou o tribunal (um ou outro) condenara o litigante
de ma fe.

1.4 Conjução conclusivas

A conjução conclusiva é aquela que encerra uma conclusão uma conclusão, uma
dedução.

As princiapais conjuções conclusivas são: logo, pois, então, porquanto, assim, por
isso, emfim, por fim, por conseguinte, consequentemente.
Ex: “ mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, podera prorogar-se
a hipoteca ate perfazer 20 anos da data do contrato.
Desde que perfaça esse prazo, so podera subsistir o contrato de hipoteca,
recostituindo-se por novo título e novo registo; e, nesse caso, lhe sera mantida a
procedencia, que então lhe competir”.

Não se esqueça de que a conjunção pois deve vir proposta ão verbo da oração para
ser classificada como conclusiva.
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Ex: Há pois, distintas séries de directrizes dirigindo o comportamento social”.

1.5 Conjução explicativas


Aquela que liga duas orações, e a segunda explica a anterior
As principais conjuções explicativas são: que, porque, isto é, por exemplo, a saber,
ou seja, verb gratia (por exemplo), pois bem, na verdade, depois, alem disso,
outrossim, pois (ante posto ão verbo), porquanto.
Ex: “as acções condenatoria são de conhecimento, isto é, visam a uma declaração
quanto a relacão jurídica controvertida….”
Ex:2 “ Cabe outrossim, ponderar que, assim como o factor economico actua sobre o
Direito, este resulta…”

2. Conjunções subordinativas

São subordenativas aquela que tem por objectivo ligar duas orações a primeira recebe
o nome de oração principal e a segunda oração subordinada.
As orações subordinadas são dependentes da oração principal para estabelecer um
sentido completo.

2.1. Conjução causal

A conjução causal é aquela que indica causa, motivo ou razão de um acontecimento


contido na inicial.
Ex: “na declaração de extinção do processo há um julgamento com a natureza de
sentido, pois que põe termo o processo”.

As principais conjuções causais são: como (início da frase), porque, que, pois que,
poaquanto, já que, visto que, uma vez que, sendo que.
Ex:2 “os livros nacionais são caros sendo que os estrangeiros nem se podem
comprar.”

2.2. Conjução comparativa

A conjução comparaticas encerra a ideia de comparação em relação oração principal.

Ex: “farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça
judicial, do protocolo das audiencias, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo
estraisdas por ele, ou sob sua vigilancia e por ele sobescritas, assim como os
tranlados dos autos, quando por outro escrivão consertados”.

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As principais conjuções comparativas são: como, (tal) qual, tal e qual, assim como,
(tal como, (tão ou tanto) como,(mais) que ou do que, (menos) que ou do que,
(tanto) quanto.

2.3. Conjução concessiva

Indicam o facto que poderia impedir ou modificar a afirmação contida na oração


principal, sem que ele se concretize.
Ex: “ a sentença de interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a
apelação….”

As principais conju,cões concessivas são: embora, conquanto, ainda que, mesmo


que, se bem que, posto que, apesar de que.
Deve-se observar o uso correcto da conjucão posto que.

É comum o uso desta conjução concessiva posto que no lugar da conjução causal.
Ex: “ a paz mundial tem estado constantimente ameaçada posto que a humanidade
se vem dividida por ideologias antagonicas”.

2.4. Conjução condicional

Expressa a ideia de condição, de hipotese, de suposição em relação aa oração


principal.
Ex: extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe
torne impossivel abster-se do acto, que se obrigou a não praticar”.

As principais conjuções condicionais são: caso, salvo se, excepto se, contanto que,
sem que, desde que, amenos que, a não ser que, uma vez que.

2.5. Conjução consecutiva

Expressam a consequência, o resultado de um facto mencionado na oração princiapal.


Ex: “ o juiz de Direito foi tão generoso, que me deixou pasmado”
Ex:2 “o juiz inquirirá as testemunhas separadas e sucessivamente: primeiro as do
autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma não oiça o depoimento da
outra”.

As principais conjuções consecutivas são: de modo que, de maneira que, de sorte


que, de forma que.

2.6. Conjução final


Indica finalidade daquilo que acontece na oração principal.

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Ex: “ se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, podera ela
pleitar que a sua prestação seja reduzida, ou alterada o modo de executa-la, afim de
evitar a onerosidade excessiva.”

As principais cojuções finais são: afim de, para que, que (=para que), porque (=para
que). Não se deve confundir a conjução final a fim de com a palavra afim.

2.7. Conjução temporal

A conjução tempora traz o facto antes, depois ou simultaneamente ão outro


expresso na oração principal.
Ex: “o juiz quando julgar necessario, podera ouvir outras testemunhas, alem das
indicadas pelas partes”.
As principais conjuções temporais são: quando, antes que, depois que, logo que,
assim que, desde que, sempre que, ate que, ão passo que, ão tempo que,
enquanto.
2.8. Conjução proporcional
Indica aumento ou diminição da ideia em relação `a oração principal.

Ex: “ quando a penhorar recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito de rendas
ou de prestação periodica, o credor poderá levantar os juros, os rendimentod ou as
prestações `a medida que forem sendo depositadas, abatendo-se do crédito as
importancias recebidas, conforme as regras da imputação em pagamento.”

As principais conjuções proporcionais são: `a medida que, `a proporcão que, ão


passo que, (quanto mais) tanto menos, (quanto menos) tanto mais.

2.9. Conjução conformativa

Tem em vista indicar semelhança, paralelismo, conformidade com a ideia em relação `a


oração principal.
Ex: “cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidades delas, o
juiz proferira julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o
capítulo seguinte.”

As principais conjuções conformativas são: conforme, consoante, segundo, como,


da mesma maneira que.
Pode se depreender que as conjuções de coordenação de subordenação exercem
papel importante na estruturação das frases.

Aprincipal carateristica da coordenação é a relação de igualidade entre as ideias


apresentadas na estrutura das frases desta natureza.
Note que cada frase é independete uma da outra para transmitir uma ideia.

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Existe sim uma interdependencia semantica, isto é, de significado ou de sentido das


frases e suas combinações.

As coordenadas permitem maior facilidade na organização do pensamento. São frases


curtas e objectivas.

Por outro lado, as frases mais complexas são as subordinativas, porque exigem uma
hierarquia entreelas para a compreenção da ideia a ser transmitida. Assimda-se muita
importancia na escolha da conjunção. Se a conjunção escolhida não for correta a ideia
articulada na frase subordinada sera prejudicada no que diz respeito a sua
inteligibilidade.

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7ª Aula
Introdução
1. O parágrafo jurídico
Considera-se parágrafo jurídico a unidade que tem vista a apresentação de uma
determinada ideia-núcleo tambem conhecida como topico frasal. A redação do
parágrafo núcleo exige cuidado e atenção; esta tem a função de materializar e
delimitar o pensamento do profissonal do Direito. E, se não tomar em conta estes
pressupostos a margem refenciados então não sera compreendida pelo leitor.
Ex: “o direito de acção encontra-se protegido pela Carta Maior. A Constituição Federal
(CF) Protege o Direito de acção dos Brazileiros. Os Brazileiros podem propor acções
judiciais, porque a C.F autoriza o direito de acção”.
Como se ve, este parafo dificilmente seria entendido pelo leitor porque não sabe qual é
a ideia núcleo.
É preciso ter em conta que o parágrafo jurídico é um dos elementos contitutivos das
peças processuais, ou seja, o texto jurídico é um somatorio de parágrafos jurídicos,
pelo que, devem estar devidamente articulados entre si porque são responsaveis pela
coerencia textual.
2. A ideia-núcleo do parágrafo jurídico
Entende-se por ideia-núcleo o enunciado mais importante do parágrafo, ou seja, a frase
que sintetiza o pensamento do profissional de Direito.
O parágrafo jurídico padrão possui tres partes:
a) Introdução: indica de modo sucinto a ideia-núcleo do tema a ser desenvolvido;
b) Desenvolvimento: trata-se da problematização, da esplanação e da
fundamentação dessa mesma ideia-núcleo;
c) Conclusão: apresenta um fecho consiso do tema inicialmente delimitado pela
ideia núcleo.
A ideia-núcleo é um instrumento eficaz para delimitação a ser tratado ppelo
profissional, evita as digresão, garante objectividade, a coerencia, a cõesão e a
unidade de significação do parágrafo jurídico-padrão.

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As frases jurídicas, quando constroem parágrafos jurídicos, encaixam-se perfeitamente


uma apos a outra na construção do texto das peças processuais, permitindo a
passagem de uma frase a outra sem interromper o raciocinio do leitor.
Ex: “O codigo civil não conceitou a obrigação divisivel. Restringiu-se apenas a verificar
os seus efeitos jurídicos, quando houver a multiplicidade de sujeitos, pois o interesse
dessa obrigação volta-se `a pluralidade de credores e devedor. Dessa forma, se houver
um único credor e um único devedor, seria errelevante constatar se a prestação é ou
não divisivel”.
O parágrafo em análise obedece os principios de um parágrafo jurídico.
a) Introdução: “O Código Civil não conceituou a obrigação divisivel e indivisivel.” Ão
ler este parágrafo profissional de Direito já permite vislumbrar a ideia núcleo, ou
seja, qual é o assunto que sera desenvolvido.
Note-se que, na redação do parágrafo jurídico não pode incluir ideias novas que não
estejam fixadas na ideia-núcleo, pois esta unidade de sentido dá coerencia ão
parágrafo, mantendo sua cõesão, e mantem sua linha de raciocinio ão transitar da
introdução ão desenvolvimento.
a) Desenvolvimento: “ Restringir-se apenas a verificar os seus efeitos jurídicos,
quando houver a multiplicidade de sujeitos, pois o interesse dessa obrigação
volta-se `a pluraridade de credores e devedores.”
O desenvolvimento deste parágrafo visou iniciamente `a problematização e
fundamentação da ideia-núcleo apresentação pelo profissional de Direito.
Esclarece que o Codigo Civil limitou-se a verificar os efeitos da obrigação divisivel,
quando houver mais de um devedor ou mais de um credor. Se ouver apenas um credor
ou devedor, não que se falar em obrigação solidaria, sendo irrelevante verificar se a
prestação é ou não divisivel.
b) Conclusão: dessa forma, se houver um único credor e um único devedor, seria
irrelevante constatar se a prestação é ou não divisível.”
A conclusão do parágrafo jurídico auxilia a efectiva compreensão da mensagem
jurídica transmitida, pois, na conclusão, pretende-se encerrar o raciocinio desenvolvido
apoiado na ideia-núcleo.
É tambem importante saber que, nem todos os parágrafos jurídico precisam,
necessiamente, apresentar introdução, desenvovimento e conclusão em um mesmo
parágrafo. Em parágrafos jurídicos curtos e naqueles cuja ideia-núcleo não seja
complexa, a coclusão não aparece no mesmo parágrafo jurídico, mas sim, no
subsequente.
3. Sugestões práticas para a redação do parágrafo jurídico
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O profissional de Direito não deve iniciar a redação do parágrafo antes de ter visto dois
pontos importantes: o assunto que ira tratar e qual seja a ideia-núcleo a ser
desenvovida. Assim, deve-se escolher o assunto, fixar s ideia-núcleo e desenvove-la.
A plicação deste processo redacional auxiliano profissional do Direito a desenvover
umparágrafo jurídico com mais coerencia, sempre apresentando um raciocinio logico
sem perder de vista o eixo redacional, produzindo uma peça processual cõesa e
coerente.
Ex: “A consignação em pagamento é o depósito judicial referente a uma determinada
divida. Trata-se de uma acção que a lei confere ão devedor para quitar sua divida sua
divida, quando o credor não queser recebê-la. Assim o devedor não se torna
inadimplente (incumpridor), eximindo-se de sua obrigação frente ão credor.”
A ideia-núcleo esta bem clara e definida no parágrafo jurídico.
Ideia pricincipal: “A consignação em pagamento é o depósito judicial referente a uma
determinada divida.” Logo, e com muita facilidade percebe-se que o profissional de
Direito quer tratar do instituto de consignação em pagamento.
a) Evite pormenores impertinentes, redundâcias e digressões. O paragafo
jurídico deve ser objectivo, desenvolvendo apenas ideias essenciais `a
elucidação do assunto.
Ex: “O Direito das obrigações, antes de mais nada, esta assentado no ‘principio da
autonomia da vontade’ pois fixando normas gerais, inclusive dos contractos, deixa `a
vontade individual um campo enorme para a sua manifestação….”
b) Elimine frases intercaladas que prejuquem a unidade do parágrafo jurídico;
selecione as mais importantes e as trasforme em oração coordenada, ou seja,
orações iniciais de periodos curtos.
Ex: Esta canção – disse o professor- é muito popular.
Ex:2 A verdade- julgo eu- acaba sempre por vencer.
c) Paragrafo diferentes ideias diferentes

Coloque em parágrafos diferentes ideias relevantes, relacionando-as por meio de


elementos gramaticais adequados, afim de manter coerencias entre eles, lembre-se
que ideias relevantes no mesmo parágrafo anulam-se, ou seja, cada parágrafo jurídico
deve apresentar uma única ideia-núcleo.

4. Dicas para redigir a ideia-núcleo.

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A deia núcleo deve ser redigida cuidadosamente, pois delimita o assunto a ser tratado
e indica ão receptor qual a mensagem jurídica a ser desenvolvida no parágrafo. Se a
ideia núcleo for mal redigida não permitira que o receptor a identifique com exactidão,o
mesmo não identifique o parágrafo jurídico.

a) Evite ambiguidade.
A ideia-núcleo ambigua possibilita várias interpretações, confundindo o raciocinio do
receptor quanto a objectividade da mensagem jurídica.

Ex: “a autoridade policial deu voz de prisão em flagrante delito ão criminoso em sua
casa.”
b) Evite redundância
A ideia –núcleo que apresente redundância deve ser excluida do parágrafo jurídico,
ocorrem frequentemente em periodos compostos quando apresenta dois ou mais
verbos
Ex: “o decujus faleceu pobre, porque não deixou fortuna”.
Decujus – pessoa falecida,
Porque- conjunção causal subordinativa causal que esplica o motivo da pobresa.
Adjectivo –Pobre significa que não tem o indispensavel a vida, cujas posses são
inferiores a sua posição ou condição social.

c) Evite contradição -Cuidado não redigir uma ideia-núcleo que apresente


contradição.A ideia-núcleo contraditória possibilita uma interpretação
incompativel com a mensagem jurídica veiculada com a própria ideia –
núcleo.

Ex: “o autor interpoe o recurso de apelação para recorrer da brilhante sentença


proferida por esse juizo”.

Note que, se a sentença é brilhante então não haveria lugar de interposição de recurso.

d) Evite interrupção de raciocinio.


A ideia núcleo não deve apresentar nenhum tipo de interrupção de raciocínio em sua
estrutura. A ausência de elementos que ligam as palavras na constituição da ideia-
núcleo prejudica a compreensão do assunto que sera desenvolvido pelo Profissional de
direito.

Ex: “o crescimento de número de homicídios apresenta o seu lado negativo: a


incidencia de crimes torna-se cada vez maior em cidades como são paulo e rio de
Janeiro”.

Note-se que nesta frase faltaram elementos de transição logica na exposição da ideia-
núcleo.

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Houve quebra na sequência do raciocinio.


“o crescimento de numero de homicidios apresenta o seu lado negativo”: não mantem a
relação com “a incidencia de crimes torna-se cada vez maior em cidades como são
paulo e rio de Janeiro”.

5. Defeitos redacionais do parágrafo jurídico

O texto jurídico é composto por diversos parágrafos que devem manter estreita ligação
entre si. Esta soma de parágrafos interligados de forma cõesa e corente possiblita
aprodução de um exelente texto.

Alguns textos jurídicos contem defeitos redacionais que compromentem a elegancia e a


apresentação de peças processuais. Neste caso deve evita-los para facilitar a
elaboracão do parágrafo jurídico, seguem algumas tecnicas redacionais que podem
auxiliar o profissional do direito a evitar defeitos que prejudiquem a inteligibilidade
redacional.

a) Evite o uso de gírias


O uso de gírias revela o desconhecimento da linguagem tecnico-forense e
empobrecem o texto da peça processual. Use a linguagem formal.

Ex: “os meganhas detiveram os caras que caminhavam em atitute suspeita.”

b) Evite provérbios e ditos populares


Os provérbios e ditos populares não tem função argumentativa nem servem para
defender o ponto de vista apresentado pelo profissional do Direito.
Ex: muitas vezes, pessoas cometem crimes hediondos, porque andas com mas
companhias…. “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem es”.

c) Evite o uso da primeira pessoa

O texto jurídico é redigido na 3ª pessoa do singular ou plural; a ideologia defendida em


cada parágrafo deve fundamentar-se em teorias jurídicas e científicas e não em
simples falacias, porque elas demostram incopetência argumentativa.

Ex: “ vossa Excelencia por questões pessoais, indiferiu o pedido de justiça gratuita e
não aceitou minha tese argumentativa. Talves isso corréu porque a Petição inicial não
foi clara. Tive pouco tempo para redigi-la, devido ão cumulo de trabalho que tive….”

d) Evite expressões que denotem emoção exagerada

A linguagem forense deve ser comedida e moderada, não pode ser extremamente
emotiva a fim de evitar superficialidade textual.

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Ex: os crimes hediondos são frequentes neste pais, considera-se crime hediondo o
estupro. Trata-se de uma pratica violenta contra as mulheres indefesas e já
malltratadas deste pais. Esses estupradores são verdadeiros animais ferozes, por isso
hão de arder eternamente no fogo eterno”.

e) Evite a prolixidade- Seja objectivo e laconico (breve e consiso)


O profissional de Direito deve tratar os pontos essenciais do assunto que pretende
transmitir utilizando menor número de palavras possiveis sem se esquecer das ideias
mais importante.
Ex: o assassino do presidente Kenndy, naquela triste naquela triste tarde de novembro,
quando percorria a cidade de dalas, aclamando por numerosa multidão, cercado pela
simpatia do povo de grande estado de Texas, terra natal, alias, do seu sucessor, o
presidente johnson, cocou a humanidade inteira não so pelo imacto emocional
provocado pelo sacrificio do jovem estadista americano,….”
f) Evite um parágrafo initeligível
Ão redigir um texto jurídico é importante que ele possua a estrutura tradicional, ou seja,
sujeito verbo e complemento verbais, apresentanto a ideia principal de forma clara.
Ex: “creio que já disse que a acção de despejo que o advogado que o proprietario do
apartamento que eu desconheco mandou-se procurar me disse que me ia movel é uma
causa perdida.”

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8ª Aula
Introdução

1. Narração jurídica
Entende-se por narração jurídica o acto de contar factos jurídicos que aconteceram
com o autor, justificando o ajuizamento da demanda.
A narrativa jurídica é importante na exposição dos acontecimentos, porque o juiz de
direito julgara a acção judicial com base na historia contada esta informação essencial
e precisa para que o leitor entenda todos os factos narrados.

2. Elementos da narração jurídica


Os elementos da narração jurídica tem por objectivo auxiliar a organização redacional
da própria narrativa, conduzindo o leitor a compreender toda historia do começo ão fim
- sem ficar com a sensação de que faltou alguma informação importante.
Para evitar defeito na narrativa, é importante seguir os seguintes conselhos que são:
a) Quando: momento em que acontecerem os factos jurídicos: envolve tempo e
espaço essenciais ão enredo;
b) Onde: localização dos factos num determinado lugar; também abrange tempo e
espaço; é o lugar da ocorrência;
c) Quem: as pessoas que participaram dos factos jurídicos: são o autor e o Réu;
d) O quê: apresentação geral dos factos jurídicos; é o enredo da narração jurídica;
e) Como: modo como se desenvolveram os factos jurídicos; deve ser
desenvolvidos de forma lógica;
f) Porquê: motivo que deu origem ão facto.
g) Por isso: consequência do facto.

Ex: “em 8/9/2005, o autor dirigiu-se a uma das lojas da ré com objectivo de comprar um
par de sapatos. Foi atendido por um vendedor que lhe mostrou vários calçados. Por
fim, comprou um par e foi embora. Após ter deixado a loja, ele foi cerdo por dois
seguranças da ré, porque o confundira com um ladrão. Ão ser agarrado pelos
seguranças, quis se desvencilhar deles, mas não conseguiu. Foi algemado como
ladrão, e levado `a Delegacia de policia.”
3 As partes constitutivas da narração jurídica
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A narração jurídica apresenta três partes em sua estrutura


a) Introdução: indica o que vai ser contado no desenvolvimento. Deve-se fixar a
direcção da história, aguçando a curiosidade do leitor.
b) Desenvolvimento: os facto jurídicos apresentados são ampliados. É chamado o
enredo, que deve ser bem apresentado (claro e objectivo) para prender a
atenção do leitor.
c) Conclusão: é o fechamento da história jurídica. A conclusão precisa apresentar
uma harmonia lógico-sequencial com introdução e desenvolvimento. No caso da
P.I, a conclusão é tão importante que se não for bem articulada ensejará a
inépcia da inicial.
4.Narrador e foco narrativo
Numa narrativa comum existem dois tipos de personagens: o narrador e o observador
o narrador personagem regista os acontecimentos em primeira pessoa do discurso
(eu), e se inclui na narrativa:
O narrador - observador não se inclui na narrativa. Apresenta os acontecimentos em
terceira pessoa do discurso (ele).
6. O erendo - Entende-se por enredo o conjunto de factos que se organizam no
curso da narrativa. Em suma, o enredo é a própria narrativa.
Existe algumas técnicas que auxiliam na organização do enredo.
a) Exposição – é a apresentação da história. Indicam-se os factos iniciais
situando-os no espaço no e no tempo. Apresentam-se os personagem. Situa-
se o leitor diante da história a ser narrada.
Ex: “ o autor é titular de uma unidade no condomínio da ré, onde reside.
Recentemente, ele figurou no pólo passivo de uma demanda trabalhista. A vara da
justiça do trabalho desta região remeteu correspondência que foi entregue, em tempo
hábil, a portaria do prédio determinando seu comparecimento a audiência inicial no
processamento de reclamação trabalhista contra si ajuizada, contudo a portaria não lhe
entregou a correspondência e ele faltou a audiência.

b) Complicação – é o momento em que se inicia o conflito de interesse entre


os personagens. Há uma desarmonia na narrativa. É exactamente aqui que
caracteriza a narrativa. Não há narrativa sem conflito. Se não houver conflito
a história é mero relato.

Ex: “ A ausência do acto processual causou-lhe prejuízo, pois sofréu as penalidades da


revelia e confissão quanto a matéria fáctica consoante constou da sentença
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condenatória, desde logo proferida, acolhendo na totalidade as verbas postuladas na


petição inicial, cujos efeitos nocivos não conseguiu afastar.”
c) Clímax - é o ápice da história, é o momento de maior tensão, pois é neste
instante em que o conflito chega ão ponto mais alto e não há como adiar o
seu desfecho.
Ex: “insatisfeito com as explicações fornecidas pelo representante do condomínio,
dirigiu-se ão gerente da empresa encarregada da administração com o mesmo
objectivo, porem tampouco foi lhe dada a explicação plausível que tivesse o condão de
isentar de responsabilidade quaisquer dos dois réus”.
d) Desfecho – trata-se da solução do conflito estabelecido entre os
personagens. Na narrativa literária, é o momento das revelações, solução
dos mistérios, morte dos vilões etc.
Na narração jurídica, o desfecho será o objecto traçado pelo autor na busca de sua
pretensão judicial. É a formulação do pedido.
Ex: “assim, o autor comparece perante o poder judiciário, pleiteando indemnização
pelos danos materiais e morais sofridos, visto que, os réus são responsáveis
directos por sua condenação a revelia no processo trabalhista, quando eles não lhe
entregaram a correspondência para comparecer a audiência.”
7. Tempo cronológico
Ão redigir uma narrativa, deve-se observar que o facto narrativo inicial identifica-se
pelo uso de pretérito perfeito do indicativo e algumas vezes pelo presente do
indicativo. Após a identificação do facto narrativo inicial, os verbos aparecem no
pretérito perfeito ou equivalente.
O tempo cronológico deve ser respeitado. Os factos que ocorreram no passado
devem ser registados primeiro em relação ãos factos recentes de modo a produzir
uma sequência temporal lógica.
8. O discurso indirecto na narrativa jurídica
O profissional de direito usa o discurso indirecto para redigir a narrativa jurídica. O
discurso indirecto é a reprodução da fala do autor da P.I. os verbos dicendi
constituem o núcleo do predicado da oração principal: declarar, perquirir, contestar,
interrogar, replicar, objectar, assentar, solicitar, rogar, exortar, ordenar, determinar,
requerer etc.
Ex: “o autor disse que não desistirá da acção judicial.”

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9ª Aula
Introdução
1. Dissertação jurídica
Do dicionário Aurélio, dissertação significa:
1. Exposição desenvolvida, escrita ou oral, de matéria doutrinária, cientifica ou
artística.
2. Trabalho escrito, apresentado a instituição de ensino superior, e defendido
publicamente, por candidato ão grau de mestre
3. Discurso; conferencia; prelação.
Conforme o manual de redação forense e redação jurídica, dissertar é expor um
determinado ponto de vista e defende-lo com argumentos convincentes e bem
fundamentados.
Os professores José luís fiorin Francisco Plantão Savioli afirmam que dissertarão “é o
tipo de texto que analisa, interpreta, explica, avalia os dados da realidade.”
O texto dissertativo é temático, porque analisa e interpreta a realidade com palavras ou
expressões abstratas. Ão se valer de termos concretos, usa-os de forma genérica.
2. Estrutura da dissertação

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O texto dissertativo apresenta uma estrutura tradicional: introdução, desenvolvimento e


conclusão. A introdução é responsável pela apresentação do ponto de vista ou da
ideia a ser defendida. O desenvolvimento explana o ponto de vista ou ideia
apresentada e indica as teses argumentativas que servem para defender o
pensamento do produto textual. A conclusão é o encerramento coerente com o
desenvolvimento e com os argumentos apresentados ão longo da dissertação.
3. Passos para organizar a dissertação
Vão se apresentar neste subtituto alguns elementos essenciais `a organização
dissertativa para sejam utilizados diariamente pelos operadores de direito, sempre que
pretender escrever um texto jurídico.
3.1 Plano redacional
Para se ser um bom escritor é imprescindivel fazer um plano redacional porque já tem
em mente o assunto que deseja transmitir, sabe como organizar as ideias de forma
coerente, e teve condições de selecionar os melhores argumentos para utiliza-los na
defesa de seu ponto de vista.
Imangine que um advogado deva elaborar um texto dissertativo- que ira inserir na
petição inicial sobre dano moral.
Segundo o problema jurídico proposto, o cliente do advogado teve nome inscrito
equivocamente no cadastro dos órgãos de restrição de crédito e tem o direito a
indeminização.
O plano redacional está baseado no tipo de mensagem que se deseja transmitir. Por
isso, o texto dissertativo exige, antes de tudo, reflexão.breflectir para depois registar as
ideias.
A professora Maria Margarida de Andrade e o professor João Bosco de Medeiros
afirmam que :
“São características principais da dissertação: um conjunto de juizos sobre um
determinado assunto; é propria de temas abstractos, dos textos críticos, das teses, da
exposição, da explanação, da argumentação. Um texto dissertativo oferece ão leitor um
tratamento novo do assunto, as dissertações envolvem opiniões. As vezes, que dela se
servem busca convencerem, ou dar a conhecer, ou explicar algo. Dai exigir da parte de
quem escreve criatividade de ideias, conhecimento gerais, consulta bibliografica,
reflexão.”
3.2 Anotação de ideias
A partir do plano redacional as ideias vão surgindo. É a hora de escreve-las, pois a
utilização desse método possibilita organiza-las a posterior, inclusive eliminando
aquelas que não mantêm relação com o plano redacional.
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A partir da reflexão com base no plano redacional, o profissional de Direito começara a


relacionar as ideias que vão surgindo sobre o tema a ser tratado.
Uma técnica de fácil utilização é perguntar por quê? ão tema proposto: por quê uma
pessoa que teve indevidamente seu nome inscrito nos órgãos de restrição de crédito
sofréu dano moral e tem direito a indemnização?
a) Porque a empresa foi negligente; ela não verificou o nome correto do verdadeiro
devedor.
b) Todos aqueles que tem o nome equivocadamente lancado no rol de
inadimplentes tem direito a indemnização.
c) O codigo civil dá direito a indemnização nestes casos?
d) A pessoa que tem restrição do nome não recebe talão de cheque, não tem
direito a credito, não pode fazer financiamento e não efectua compras a prazo.
e) Existem juristas e jurisprudencia que defende a ideia de indemnização quando o
nome da pessoa é inscrito equivocadamente nos órgãos de restrição de crédito.
Observe que as ideias e os argumentos vão surgindo aleatoriamente, por isso, devem
ser registdos e analisados.
3.3 Exclusão das ideias inadequadas e enfase as ideias importantes e
relacionadas ão tema
Nem todas ideais que surgem são importantes ou mantém relação com a mensalidade
que se pretende transmitir, por isso elas precisam ser eliminadas da relação.
Depois disso, passa-se `a selecção das ideias importantes e relacionada com o tema.
3.4 Organizando as ideias para desenvolve-las
Depois de relacionar as ideias as ideias, deve-se organiza-las. É importante com base
no plano redacional e no registo da ideias enumerar começando pelas mais
importantes para depois , desenvolve-las.
Observando o registo entende que ira tratar dos seguintes pontos:
a) Indicar explicitamente qual é o assunto que ira tratar: ex: toda pessoa que tem o
nome inscrito equivocamente nos órgãos de restrição de crédito sofre dano
moral, portanto tem direito a indemnização.
b) Entender ser necessário conceituar o dano moral
c) Como pretende defender que a ideia de que o dano moral inseja indemnização
no que diz respeito ão registo indevido do nome da pessoa no rol de
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inadimplente, devera levantar argumentos favoráveis, como, por exemplo citar


juristas, jurisprudência e leis.
d) Revisão do texto dissertativo
O que rever/revisar num texto dissertativo depois de pronto? A experiência ensina
que se deve verificar os seguintes pontos:
a) Adequação do texto dissertativo com o tema proposto;
b) Utilização correcta do vocabulário; neste caso, pode-se substituir uma palavra
que dê mais clareza a ideia desenvolvida no texto; exclusão de uma palavra
desnecessária, substituição de palavras iguais por sinónimo etc.
c) Cõesão e coerência;
d) Processo argumentativo;
e) Estrutura do texto dissertativo: introdução, desenvolvimento e conclusão.
f) Regras gramaticais;
Para que a revisão seja eficaz é importante que estes itens sejam escrupulosamente
seguidos.

10ª Aula
Introdução
1. Elaboração do texto jurídico

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Do lantim textum que significa tecido textura, entrelaçamento. Tendo em conta a sua
origem pode se afirmar que texto é uma espécie de tecido verbal organizado em torno
de ideias articuladas entre si, constituindo um todo significativo.
O texto bem articulado diferencia-se daquele amontoado de palavras e frases lançadas
aleatoriamente sobre a folha de papel, pois, quando bem organizado, entrelaça
harmoniosamente suas varias partes, que não são independentes entre si, mas
dispostas de forma a constituir um texto com um eixo redacional progressivo e lógico.
Assim, o texto deve ser uma unidade de sentido, cujas frases ligam-se uma após as
outras.
Objectivo do texto é transmitir uma determinada mensagem, é comum as pessoas
afirmarem o seguinte: “este texto não esta bem elaborado” “o texto constitucional não
esta claro” isso significa que o leitor sabe diferenciar o texto do não texto.
A capacidade de o leitor diferenciar um texto de um texto de um não texto é chamada
de competência linguística.
Ex: “ viver é uma riqueza no qual se dispõe livremente, em nosso território nacional.
Conforme o entendimento e educação moral da nossa sociedade, será impossível a
qualquer cidadão efectuar mediante pagamento em moeda ou valores…”
A competência linguística tem a função de fornecer instrumentos avaliadores do grau
de coerência textual. O texto incoerente não mantém as suas diversas partes
interligadas entre si.
O resultado eficaz da produção de um texto é atribuído da competência linguística do
próprio enunciador. Se ele possuir elementos que lhe possibilitem identificar um texto
bem elaborado, também, terá condições de redigir um texto perfeito e acabado. Se o
texto não atingir seu objectivo, não poderia ser considerado um texto eficaz.
No que se refere ão texto jurídico, sua boa articulação reside no facto de o profissional
de direito seleccionar e organizar adequadamente as ideias que tenciona propagar
entre seus receptores.
Alem desses factores, deve dominar o assunto sobre o qual ira escrever, deve saber
qual é a função da micrõestrutura e da macrõestrutura na elaboração do texto.
A micrõestrutura textual trabalha com conectores que se responsabilizam pela ligação
das palavras e das orações, articulando-as de forma a construir a chamada tessitura
textual.
Em linhas gerais, a macrõestrutura refere-se ãos elementos externos e internos do
texto no que diz respeito `a exposição lógica e sequencial do pensamento do
enunciador do texto.

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2. A estrutura redacional do texto jurídico


A constituição do texto jurídico obedece os mesmos princípios redacionais do texto
comum e exigem do profissional de Direito uma competência linguística e capacidade
intelectual mais aperfeiçoada, pois exige dele o domínio das técnicas da redacção
forense para veicular com propriedade a sua mensagem.
A sequencia lógica de raciocínio norteia a redacção do começo ão fim, auxiliando a
produção textual, a leitura alem de manter fixo o assunto principal tratado na peça
processual sem quaisquer digressão. Para tanto, deve apresentar Introdução,
desenvolvimento e conclusão.
O ponto de partida do texto jurídico é a introdução. Ela deve ser redigida de maneira
clara e objectivo, informando ão receptor o assunto que será desenvolvido.
Em peças processuais (P.I, contestação etc.) a introdução tem em vista situar o juiz de
direito diante dos factos jurídicos, alem de contextualizar que ensejaram a pretensão
autor. Assim, o juiz de direito terá uma visão geral de facto e dos fundamentos de
jurídicos e poderá julgar com justiça e precisão o caso que foi trazido a seu
conhecimento.
O desenvolvimento é a parte do texto jurídico, no qual as ideias, as doutrinas, as
explicações, as fundamentações e as teses argumentativas são apresentadas e
explanadas e muito bem articulada. Trata-se de convencer o juiz de Direito a respeito
do ponto de vista defendido, tanto do autor como do réu de forma mais sintética e
inteligível possível.
A conclusão deve apresentar um resumo de tudo aquilo que se objectiva buscar com
mensagem com a mensagem veiculada no corpo do texto jurídico.
3. Qualidades do texto jurídico
Para que um testo jurídico transmita sua mensagem de forma clara e objectiva, precisa
de apresentar determinadas qualidades, assim, outras, destacam-se as seguintes: a
unidade de sentido, a cõesão, a coerência, a concisão, a correcção gramatical e a
elegância textual. Ão terminar a produção do texto, o profissional do Direito deve
revisa-lo para corrigir eventuais falhas na redacção forense.
4. Unidade de sentido
A unidade de sentido permite ão receptor compreender o assunto desenvolvido pelo
profissional de Direito como um todo significativo, pois o texto deve convergir para um
só assunto. Tratar de vários temas em única peça processual confunde tanto o juiz
quanto o réu.
O texto jurídico possui unidade de sentido quando trata apenas de um assunto do
começo ão fim; deve manter um único eixo redacional, pois, dessa forma, auxiliará o
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leitor nesse caso o juiz de direito e o réu - a acompanharem o raciocínio desenvolvido


pelo profissional do Direito sem perder de vista o assunto proposto.
As diferentes partes textuais que constituem uma peça processual devem formar um
todo unitário, que tem o objectivo de facilitar a compreensão da ideia central do assunto
desenvolvido na peça processual.
5. Cõesão
Cõesão é a competência linguística de se estabelecer uma relação de sentido entre as
palavras, expressão ou enunciados que compõem a redacção forense. É um
instrumento vital ão encandeamento das ideias, para o texto apresente sentido como
um todo significativo. O encandeamento de ideias é o resultado da cõesão textual.
Nesta conformidade, pode-se estabelecer a diferença entre cõesão e coerência. A
cõesão e coerência produzem resultados distintos na produção textual. Um texto
jurídico pode apresentar cõesão, mas ser incoerente e vice-versa. por isso, a função da
cõesão e da coerência será tratada em tópicos distintos para que se conheça
profundamente a aplicação desses dois importantíssimos elementos na redacção de
um texto jurídico.
A cõesão é responsável pela amarração das orações que compõem o texto. Para unir
as diversas orações, usam-se elementos textuais que objectivam relacionar uma ideia
a outra.
ex: “ aquele advogado foi ão fórum, porque haverá audiência de instrução e
julgamento. O fórum possui uma excelente sala de espera. O fórum foi inaugurado
recentemente.”
Este fragmento jurídico apresenta uma sequencia de enunciado que não formam um
texto. Pode-se até afirmar que há cõesão entre as palavras, entre as orações, entre os
enunciados, mas não há uma ideia central, um assunto específico a ser tratado. Em
suma, não se sabe qual é o objectivo do texto.
6. Coerência
A coerência é a unidade de sentido de um texto, permitindo que suas varias partes
estejam ligadas harmoniosamente entre si, cuja base é a lógica textual, pois o texto
coerente apresenta começo, meio e fim.
É uma característica mais importante dos textos, porque permite a total inteligibilidade
da mensagem transmitida. Texto coerente também proporciona prazer na leitura
porque o seu produtor organiza o raciocínio de forma a facilitar a compreensão de suas
ideias.
O texto coerente faz com que o leitor compreenda de forma clara a mensagem
veiculada, pois o objectivo de todo texto é transmitir uma mensagem. Por isso, é de
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vital importância ão profissional de direito conhecer os mecanismos de coerência


textual, para que seu texto jurídico atinja o objectivo proposto.

11ª aula
Introdução
1. Como redigir um texto jurídico cõeso e coerente
1.1. Cõesão e coerência textual
É importante que os profissionais de direitos saibam que cõesão e coerência são elementos
essenciais para a produção da peça processual. Nesta conformidade, vai-se abordar de forma
exaustiva a respeito dos mecanismos de cõesão e de coerência.
2. Cõesão textual e seu mecanismo
A cõesão textual é resultado da conexão existente entre as palavras, as frases e as orações que
formam o texto jurídico como um todo significativo. Um texto tem cõesão quando seus vários
enunciados estão organicamente articulados entre si, havendo encandeamento entre eles. A
cõesão textual é definida como a conexão entre vários enunciados constitutivos de um texto
jurídico, não é resultado do acaso, mas das relações de sentido que existem entre a união das
diferentes partes de um texto. Segue a classificação de alguns mecanismos de cõesão.
2.1 Elementos anafóricos
Elementos anafóricos têm por objectivo recuperar por intermédio de uma palavra gramatical,
ideias expressas anteriormente.
Ex: “ os bacharéis em Direito estudaram demasiadamente ontem. Eles realizarão o exame de
Direito da ÃOB amanha.”
Como é sobejamente estamos perante a uma oração coordenada e para que haja relação entre as
orações coordenadas, faz-se necessário um elemento de cõesão ou palavra que tenha condão de
retomar uma ideia expressa na oração anterior neste caso o pronome pessoal eles.
2.2 Elementos catafóricos
Elementos catafóricos anunciam as ideias que serão desenvolvidas no texto jurídico. Assim
antecipam a ideia por meio de uma palavra gramatical.
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Ex: “ a p.i é um requerimento endereçado ão juiz de direito. para que ela não seja considerada
inepta, faz-se necessário o preenchimento de alguns requisitos, e estes são os principais: o facto
e o fundamentos jurídicos do pedido e o pedido com as suas especificações. A ausência de
qualquer um deles implica o indeferimento da p.i. pela inépcia.
Note-se que o pronome demonstrativo (elemento catafórico) patente neste excerto anuncia ideias
que serão desenvolvidas no próprio paragrafo. No caso em apreço “estes” refere-se ão (facto e
o fundamento jurídico do pedido com as suas especificações.” O elemento catafórico estes liga
a primeira oração com a segunda, mantendo uma linha de raciocínio lógica e sequencial.
2.3 Elipse
Elipse é a omissão de um termo ou de uma palavra facilmente subentendida na oração. Trata-se
de um elemento necessário para tornar o texto conciso, evitando repetições desnecessárias.
Ex: “o autor propôs acção indemnizatória. Tem em vista obter uma quantia correspondente ão
gravame sofrido em virtude de acto ilícito perpetrado pelo réu.”
Note-se que a primeira oração “o autor propôs acção indemnizatória.” Mantém cõesão com a
segunda oração em virtude da elipse e da existência do verbo ter. “(ele) Tem em vista obter uma
quantia correspondente ão gravame sofrido em virtude de acto ilícito perpetrado pelo réu.”
2.4 Palavras sinónimas
É importante que o profissional de Direito saiba que nem todas as palavras sinonimas são
adequadas na produção de um texto jurídico em virtude do significado especifico que caracteriza
a linguagem forense. As expressões sinonimas só podem compor um texto quando não
compromete o significado exacto não só nos termos jurídicos, como também da própria
mensagem.
“o autor contratou um excelente advogado para propor uma acção de perdas e danos. O
causídico contratado é especialista nesta área.”
2.5 Elementos de cõesão
Os elementos de conexão são as conjunções, os pronomes relativos e as preposições; assim, as
conjunções e os pronomes relativos funcionam como elementos cõesivos das orações, e as
preposições ligam as palavras entre si. Os conectores são capazes de amarrar as orações e as
palavras, estabelecendo uma verdadeira cadeia de significados entre os diversos seguimentos
textuais.
Ex: “as despesas abrangem não só as custas dos actos do processo, como também a
indemnização de viagem diária de testemunhas e remuneração do assistente técnico.”
Nas conjunções aditivas (copulativas) a conjunção não só o seu correspondente é mas também e
não como também, é um erro que o profissional de direito não se apercebeu na redacção.

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2.6 A coerência textual e o seu mecanismo


Coerência textual é a relação de harmonia que se estabelece entre as partes de um texto,
constituindo uma unidade significativa, ou seja, todo o texto jurídico coerente é aquele que
possui uma lógica na exposição sequencial dos factos, em suma, apresenta introdução,
desenvolvimento e conclusão.
2.7 Coerência progressiva
A coerência progressiva tem por objectivo expor os factos de maneira crescente. trata-se de uma
exposição cronológica, cujo texto apresenta os factos em uma sequencia ordenada de acordo com
ardem dos acontecimentos, registando primeiramente, os que ocorreram em um passado remoto
ate chegar ão mais recente, interligando-os, assim, com os do presente.
Ex: “o exequente ajuizou acção de execução por quantia certa contra o devedor solvente em
face do executado. A divida originou-se em virtude de não-pagamento de uma nota promissora
devidamente vencida.”
2.8. Coerência de não contradição
Um texto não pode se contradizer, nem registar factos que refutem exactamente o que se afirmou
antes. O texto jurídico contraditório destrói a si mesmo e a sua própria fundamentação, porque
toma como verdadeiro aquilo que considerou falso e vice-versa.
2.8 Coerência semântica
A coerência semântica trata da competência vocabular do profissional do Direito seleccionar
uma determinada uma determinada palavra, cujo significado seja o mais exacto possível para
transmitir determinada ideia, o profissional de direito deve conhecer a carga semântica, ou seja, o
significado de cada palavra jurídica, pois elas auxiliam a produção de um texto de um texto com
ideias claras, precisas e coerentes.

12ª Aula

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Introdução
1. Coerência de relação
A coerência de relação é o eixo que torna o texto jurídico um todo unitário. O facto e os
acontecimentos jurídicos devem estar sempre devidamente articulados entre si.
Sobretudo, com vista a reforçar a ideia principal. Não aconselhável inserir factos
alheios a ideia principal, pois eles promovem digressões impertinentes que prejudicam
a compreensão do texto jurídico.
Ex: “o reclamante trabalhava na reclamada e exercia a função de vendedor. A
reclamada é uma empresa bem conceituada no mercado de trabalho, com uma
infra-estrutura comparável `aquela das empresas multinacionais. Não obstante a
isso, a reclamada não pagou ão reclamante as horas extras trabalhadas.”
1.1. Coerência narrativa
A coerência narrativa apresenta os factos de forma cronológica, linear e progressiva.
possibilita que o receptor da peça processual acompanhe de forma lógica e sequencial
o raciocínio de passagem narrada anteriormente e orienta de forma cronológica a
exposição de factos sem regista-los fora da ordem.
Os acontecimentos jurídicos devem ser narrados progressivamente. Isso implica narrar
os acontecimentos em ordem crescente, sem retoma-los, a não ser que o objectivo
seja enfatizar uma determinada ideia. Mas isso deve ser feito com mestria afim de não
transformar o texto jurídico redundante.
1.2. Clareza
A clareza é a capacidade de se organizar as ideias de forma a expo-las sem
obscuridade. Vários factores impedem a clareza de um texto jurídico, a saber: erros
gramaticais, vocábulos imprecisos ou rebuscados, períodos longos, frases mal
articulados etc.
O profissional de direito deve redigir suas peças processuais de forma clara, precisa e,
acima de tudo, com muita elegância, afim de estimular o receptor a lê-las. Uma peça
processual clara permite ão leitor não só entender perfeitamente a ideia desenvolvida
pelo profissional do Direito, mas também, indicar com precisão qual é o assunto
tratado.
Um paragrafo obscuro precisa de ser refeito, o porque danifica a compreensão da
petição inicial. Se uma ideia não é clara prejudicara o elo entre as demais ideias.
1.3 Concisão

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A concisão é o acto de exprimir muitas ideias, utilizando-se o menor número de


palavras possíveis, evitando detalhes e repetições desnecessários. Isso significa que
se deve ir directo ão assunto.
1.4 Correcção gramatical
A correcção gramatical exerce grande importância na compreensão do texto. A
linguagem forense deve estar de acordo com a norma culta, obedecendo `a normas
gramaticais, afim de que o pensamento concretizado no texto jurídico seja claro e
preciso. Por isso evite quaisquer desvios da norma culta pois prejudicam a
compreensão do texto.
1.5 Elegância textual
A elegância textual é o resultado da observação de todas as técnicas redacionais ate
aqui estudadas. Incluem-se, ainda, na elegância textual, o conteúdo, a originalidade e o
aspecto formal do texto jurídico. Inclui ainda outros aspectos tais como: cõesão, a
coerência e a clareza de suas ideias. Estes erros redacionais depõem contra a imagem
do profissional do Direito, pois demonstram desorganização e desleixo. Para tanto,
seguem-se as principais normas que possibilitam a redacção de um texto jurídico de
excelente qualidade.
a) Seja claro, objectivo, directo e conciso;
b) Não use frases longas nem curtas e evite o emprego excessivo de intercalações
ou ordens indirectas;
c) Construa um período com o máximo sete linhas, seguindo a estrutura do
parágrafo jurídico -padrão.
d) Sempre que possível use frase na ordem directa, porque ela conduz o receptor
a uma fácil leitura do texto jurídico;
e) Dispense detalhes irrelevantes nas peças processuais; as provas e o
conhecimento jurídico pesam na decisão judicial e não os apelos sentimentais;
f) Evite o uso de formas e frases desgastada na linguagem forense; seja criativo e
original; fuja do rebuscamento e pedantismo (past copy) vocabulares;
g) Escolha as palavras certas para redigir o texto jurídico;
h) Cuidado ão redigir os factos e fundamentos jurídicos;
i) Procure transmitir a mensagem jurídica e em ordem crescente;

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j) J) Os defeitos de um texto jurídico impedem a exacta compreensão da


mensagem que se deseja transmitir, porque causa ruído na comunicação
jurídica.

13ª Aula
Introdução
1. Defeitos do texto jurídicos
A inteligibilidade das peças processuais depende da capacidade com que o profissional
do Direito maneja a linguagem forense.
As peças processuais podem apresentar defeitos redacionais que impedem a completa
compreensão da mensagem jurídica que se objectiva transmitir. Os defeitos são
produzidos pelo profissional de direito na hora de redigir a peça processual porque as
vezes, ele desconhece algumas normas fundamentais da lingua portuguesa no que
concerne `a produção textual.
Em certas ocasiões, a linguagem forense usada na peça processual nal alcança sua
finalidade, porque apresenta vagueza e ambuiguidade. Em linhas gerais são três as
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causas predominantes que provocam defeitos de compreensão textual quando o


profissional de Direito elabora a peça processual:
a) Emprego de termos genéricos, que não especificam correctamente os factos
jurídicos narrados;
b) Posição inadequada das palavras nas frases e das frases no texto.
c) Pontuação inadequada.
Para evitar que a peça processual apresente defeitos em sua linguagem forense
seguem algumas dicas que podem auxiliar o profissional de Direito a produzir uma
peça processuais de execelente qualidade redacional.
2. Defeitos de linguagem forense na produção das peças processuais
Alguns defeitos da linguagem forense são comuns na produção das peças processuais;
aparecem com tanta frequência que acabam passando despercebidos, por isso o
profissional do direito deve ficar atento a esses erros para não os escrever.
Segue uma relação de erros que aparecem com frequência nas peças processuais.
2.1 - Obscuridade
Uma peça obscura impede a compreensão da ideia núcleo.
O leitor não consegue compreender a mensagem jurídica veiculada, porque a estrutura
redacional e o uso das palavras juídicas são inadequados.
A obscuridade é a ausência de clareza na peça processual. Pode ser o resultado de
um parágrafo jurídico excessivamente longo, linguagem rebuscada, palavras
inadequadas e má pontuação.
Ex: “tentar atribuir responsabilidade civil a um cidadão, é a mesma coisa do que
encontrar uma ideia vertida em expressões dos filosofos antigos mais claras,
expressivas e cristalinas.”
2.2 Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição de um termo já expresso ou de uma ideia já sugerida, para
fins de clareza ou enfase. O pleonasmo pode ser vicioso e literario.
O plenasmo vicioso consiste na repetição desnecessária de palavras utilizadas na
produção da peça processual. A leitura torna-se cansativa e enfadonha (incómoda).
O pleonasmo literário tem em vista reforçar a ideia anteriormente dita.
Ex: “a p.i., o advogado a protocolou.”
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2.3 Cacofonia
É o surgimento de uma palavra nova desagradavel e, as vezes, obsecena, provocada
pela união de silabas finais de uma palavra e com as iniciais de outra quando da
pronúncia.
Ex: ela sente-se mais fresca nos anos quentes
2.4 Eco
É a ocorrencia desagradavel de termos com a mesma terminação ou com mesmo som.
Ex: “a decisão dos jurados não causou comoção na população porque a produção e
aprovação do veredito foi dito que terminado o prazo..”
2.5 Os vicios de linguagem
pelos defeitos na redaçação do texto jurídico, e estão directamente relacionados com
a escrita, prejudicando sobremaneira a produção visual do texto jurídico.
2.5.1 Barbariedade
Barbarismo é todo e qualquer erro grosseiro que atente contra a forma ou ideia
correcta da palavra: erro de pronuncia, de ortografia, palavras estranhas `a lingua
portuguesa etc.
A cacoepia, a cacografia, o estrangeirismo e o hibridismo dão considerados
baribarismos.
a) Cacoépia
A cacoépia é a pronúncia incorreta das palavras
Pronuncia incorreta pronúncia correta
Inclusivé Inclusive
Azuleijo Azulejo
Cabalerero Cabelereiro
Circuíto Circuito
Estrategia Estratégia
Fluído Fluido
Gratuíto Gratuito
Metereologia Meteorologia
Rúbrica Rubrica

b) Cacografia
Cacografia é qualquer erro na escrita.

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Grafia incorreta Grafia correta


Analizar analisar
Adolecente adolescente
Acensão ascensão
Acessor assessor
Excessão exceção
Diciplina disciplina
Obcessão obsessão
Disinteria disenteria

c) Estrangeirismo
É a palavra ou a expressão estrangeira empregada na lingua portugueza
c.1- Francesismo ou galicismo
Consistir de consistir em
Chance oportunidade
Gafe equivoco, engano
Abordar aproximar-se, tratar de
Massacre morticinio, matança, chacina
De resto por fim, em suma, finalmente
Desapontamento decepção
Choufer condutor, motorista

c.2- Anglicismo

Performance desempenho
Show espetaculo
Slogan bordão, divisa
Club clube
Background/status estatuto social

c.3- Italianismo
chegar justo na hora chegar bem na hora
entrar de socio entrar como socio
namorar com alguém namorar alguém
somos em cinco somos cinco

c.4- Castelhanismo ou Espanholismo


aficcionado admirador, simpatizante
contastar responder, replicar, refutar
resultar provir, proceder

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N.B: o verbo contestar é apenas considerado vicio de linguagem, mas apenas na


linguagem comum e não na jurídica

d) Solecismo é erro de sintax (que abrange concordancia, regencia,


colocação e má estruturação dos termos na oração) que torna a oração
incompreensivel ou imprecisa.
d.1- solecismo de concordância
ex: “fazem dois anos que não vejo ela” correção “faz dois anos que não a vejo.” “Aluga-
se salas comerciais para advogados” correção “alugam-se salas para advogados”
d.2- solecismo de regência
ex: “ontem assisti o julgamento”. “ Vendas `a prazo” correção “ ontem assisti ão
julgamento”. “Vendas a prazo”
d.3- solecismo de colocação
ex: “me empresta o c.c.? correção “ empresta-me o c.c.?” “houve um acidente com
criança gravissimo” correção “houve um acidente gravissimo com uma criança.”
d) Plebeismo
São palavras vulgares ou girias. Demonstram que o falante não domina a lingua culta.
É sinal de que o enunciador deve ampliar seu vocabulario para se expressar melhor.
e) Ex: “ele é um advogado bacana” correção “ele é um excelente advogado.”

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14ª Aula
Introdução
1. Argumentação jurídica
Na linguagem forense, a argumentação exerce papel fundamental, pois tem em
vista convencer ou persoadir uma pessoa ou um grupo de pessoas, mediante a
apresentação de razões fundamentais em evidências e estruturadas num
raciocínio coerente e lógico.
Assim quem convence tem por objectivo fazer prevalecer seu ponto de vista, por
meio da apresentação de argumentos, diferentemente do convencimento obtido
por coação.
Existe uma diferença entre os verbos convecer e persoadir. Convencer é levar o
ouvinte (neste caso o juiz) a aceitar a tese defendida pelo orador ão passo que
persoadir é fazer com que o ouvinte para além de aceitar passa a divulga-la e
apratica-la.
Assim pode-se deprender que a argumentação em linguagem forense
transfprma-se em um debate polêmico constuido em teses argumentativas, já
que ela tem em mira acusar ou defender alguem, pois visa influenciar o ponto de
vista do juiz de Direito sobre determinada acção judicial, e o objectivo do
advogado é obter uma sentença favoravel a seu cliente.
Enquanto o Autor busca procedência do seu pedido, o réu pleita pela
improcedência. Assim as teses argumentativas têm origem em dois polos
divergentes: autor e réu cada um tenta apresentar melhor os seus argumentos
com vista a persoadir o Juiz de Direito.
2. A retórica e a teorias argumentativa na linguagem forense.
Partindo das teorias argumentativas e basendo-se em ideias de dois
intelecutuais contemporânea o filosofo Aristoteles filosofo e jurista belga
macedôneo Chaim Perelman, da teoria argumentativa defendida por esses
filosofos comporta uma tese científica de excelente qualidade.
Na sua dissertação Aristóteles destaca o raciocínio como um mecanismo capaz
de demonstrar aquilo que é verdadeiro, afirmando que esta teoria é uma das
principais funções da retorica. O Chim por seu turno sutenta que a retórica tem
uma acção de ser: sustentar o ponto de vista do argumentador.

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Para uma melhor compreensão da teoria aristotélica, por razões didáticas, pode-
se afirmar que existem três gêneros oratórios nomeadamente: o judiciário, o
deliberativo ou político e o epidíctico.
Segundo o mesmo pensador defende que existem três espécies de auditório,
advertindo que se o auditor não estiver disposto a ouvir ou se o assunto a ser
tratado não for do seu interesse, nenhum processo argumentativo será capaz de
convencer ou persoadir os ouvintes.
No discurso judiciário tem em vista utilizar a linguagem forense como um modo
de convencer o juiz ou o tribunal sobre o ponto de vista defendido pelo
profissional de Direito, quando ele emprega a linguagem forense para redigir as
peças processuais ou realiza sustentações orais.

O discurso deliberativo tem como auditório a Assembleia (Senado).


O discurso epididico tem como auditório as pessoas que assistem ãos discursos
denominado discurso de aparato, ou seja, um elogio funebre, um discurso
elogiando determinada cidade diante dos seus habitantes, a exaltação de uma
virtude ou de uma divindade etc. ( auditório é espactador, ouvem o orador,
depois aplaudem e votam para não causarem nenhuma objecção ou
interferência no discurso).
Cada um desses discursos têm um objectivo próprio e caraterístico.
O discurso judiciário acusa ou defende, o deliberativo aconselha ou
desaconselha questões referentes `a cidade, o epidídico censura ou louva.
Aristóteles defende a existência de três tipos de argumentação conhecidos como
mecanismo de persuação: etos, patos e logos.
Etos é a postura que o orador deve assumir para inspirar confiança no auditório,
ou seja, mostra efectivamente que o orador domina o assunto apresentado ou a
ser apresentado e também domina os argumentos que servirão de base para
fundamentar sua tese. O orador deve réunir condições mínimas de credibilidade,
demonstrando ser sensato, sinceiro e simpático.
Patos é a parte emocional do orador, isto é, a paixão e o sentimento que ele
deve sucitar nos ouvintes com seu discurso eloquente, para isso precisará de
entender a psicologia ouditorio.
Logos é o racional (actividade da mente), ou seja, a argumentação é produzida
peio de um reciocínio lógico, convicente e bem fundamentado.
Ex: os homens são mortais
Ora, socrates é homem

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Logo, socrates é mortal

A retórica tradicional está dividida em cinco partes, cuja divisão fundamenta-se


nas fases que um discurso argumentativo percorre para ser organizado.

1. Inventio trata-se de argumentos e de outros meios de persuação promovido


pelo profissional de direito para apresenta-los na apresentação do discurso
jurídico. Identificado o problema, profissional de direito deve buscar
mecanismos argumentativo para apresentar a tese da acusação ou defesa.
Alguns destes instrumentos argumentativos estão acostados ãos autos dos
processo, tais como: documentos diversos, depoimentos das partes, laudos
periciais etc.

2. Dispositio é a ordenação dos argumentos selecionados, cujo resultado é a


organização interna do discurso. O advogado pode por exemplo iniciar o
processo argumentativo por meio de provas carreadas ãos autos,
granduando-as de maneira que juiz de direito siga passo a passo o raciocínio
argumentativo do causídico.

3. Elocutio é o estilo individual que o argumentador apresenta ão redigir um


texto judicial. Profissional de direito deve expor todas as qualidades de uma
optima redação forense (clareza, precisão, objectividade, e presuasão).

4. Actio(acção) é o acto de proferir o discurso. Seria actio uma função fáctica,


sem aqual o discurso não alcançaria seu objectivo que é de atingir o público.

5. Memoria é a arte de memorizar o discurso, há de se observar que um


discurso lido não produz o mesmo impacto de um memorizado. No discurso
jurídico, a argumentação sempre produz resultados eficaz quando não é lida
na tribuna.

3. Recursos argumentativos da linguagem forense


Existem vários recursos na linguagem forense nomeadamente:

3.1 Argumento teológico

O argumento teologico busca a finalidade e o espírito da lei, ou seja, o


profissional de Direito precisa compreender o texto legal para saber qual
é o objectivo da lei. Toda lei tem uma finalidade ão compreender sua
finalidade, inicia-se a organização do processo argumentativo com base
na interpretação da lei.

3.2 Argumento analógico

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O arguemnto analógico consiste em buscar decisões de casos jurídicos


concretos e semelhantes que foram registados em acordãos, súmulas
etc., e que auxiliem a formulação da tese argumentativa do advogado
para defender o seu cliente.

O direito é um conjunto de normas, determinadas finalidades


fundamentais. Havendo semelhanças entre demandas, que já foram
propostas e as actuais, nada obsta a utilização de argumento analógico
para defender a tese do profissional do direito.

3.3 Argumento de autoridade

Argumentação de autoridade é a citação do fragmento de uma obra, e


para creditar confiabilidade, o autor da obra deve ser especialista em uma
ciência, além de ser renomado profissionalmente.

15ª Aula
Introdução
1. Conceito Procuração
A procuração é um documento formal assinado pelo outorgante com objectivo
de habilitar o outorgado a procurar ( que em latim procurare- que significa cuidar
de negócios alheios, exercer cargo de procurador) em juizo.
Outorgante – é a pessoa que concede poderes a outrem (outorgado) mandatário
ou procurador, para em nome do outorgante realizar actos ou administrar
negócio.
Os conceitos de mandato e procuração não podem ser confundidos. Mandato é
um contrato firmado entre outorgante e outorgado. A procuração é o documento
que represente o mandato, ou seja, é a prova da existencia do mandato.
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1. Classificação
A procuração é classificada da seguinte maneira:
a) Quanto a natureza
a.1 – procuração judicial: serve para o foro em geral, ou seja, para procurar em
juizo.
a.2 – procuração extrajudicial: serve para administrar negócios fora do juizo.
b) Quanto ao instrumento:
b.1 procuração publica: lavrada em cartório, em livro próprio. A cópia
original chama-se translado e as demais recebem o nome de certidão;
b.2 procuração particular: documento escrito e outorgado pelo mandante com
firma reconhecida.
c) Quanto a finalidade:
c.1 geral : o mandante outorga ao mandatário poderes para gerir todos seus
negócios;
c.2 especial: o outorgante confere poderes específicos ao mandatários para
gerir este ou aquele negócios.
d) Quanto `a extensão dos poderes:
d.1 amplos: o outorgado pode tomar decisoes sem consultar o outorgante;
d.2 restrito: o procurador,alem de possuir poderes previamente ajustados na
procuração, fica adistrito a decisões do outorgante.
3. Tipos de procuração
Existem vários tipos de procurações, mas nos importa neste capítulo abordar quatro
tipos, a saber: procuração ad judia, procuração ad negocia, procuração apud acta, e
procuração caução de rato.
Procuração ad judicia, confere poderes ão mandatario para representar o mandante
nos processo judiciais. A expressão latina ad judia significa em juizo. Não se exige o
reconhecimento de firma do outorgante para procuração ad judicia, entretanto, o
advogado responsabiliza-se civil e criminalmente por qualquer tipo de fraude
relacionada com a procuração.

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Procuração ad judicia et extra serve para o advogado praticar actos em juizo ou fora
dele. Nesse caso, faz necessário o reconhecimento da firma do outorgante, porque o
outorgado praticara actos extrajudicial.
Procuração ad negocia, confere poderes ao mandatário para dministrar interesses do
mandante; é procuração extrajudicial
Procuração apud acta, (que significa ao pé, dentro de, ou dentro de) é conferida nos
próprios outos da causa pelo respectivo escrivão, na presença do juiz oficiante. Pode,
ainda estas procurações serem lavradas em cartório judicial pelo escrivão que actua
nos autos do processo, diante de duas testemunhas que assinam com o mandante.
Procuração caução de rato é uma espécie de compromisso assumido pelo advogado
sem procuração para defender a parte na demanda que ira apresentar mandato por
escrito dentro de um prazo que lhe for assinalado pelo Juizo.
…………………………….Procuração ad judicia……………………………
Farelo de milho, comerciante, portador de BI. nº (identidade completa), nesta cidade
de Quelimane, pelo presente instrumento nomeia e constitui seu bastante procurador o
Advogado o Dr. Frango a zambeziana(identificação completa) , devidamente inscrito na
Ordem dos Advogados de moçambique, sob o nº 8453, com escritorio profissional
estabelecido na Rua da FPLM, Bairro de Sinacurra, nesta Cidade, conferindo-lhe
plenos e gerais poderes, com a clausula ad judicia, a fim de representar os interesse
do outorgante em qualquer juizo, instancia ou tribunal, podendo propor contra quem de
direito as acções competentes, bem como funcionar na defesa das contrarias, seguindo
uma as outras, ate final decisão, usando os recursos legais e acompanhandos ate o
transito em julgado, concedendo –lhe, ainda, poderes especiais para confessar,
reconhecer a procedencia do pedido, transigir, desistir, renunciar ão direito sobre o qual
se funda a ação , receber, dar quitação, firmar compromisso e praticar todos os demais
actos que se fizerem necessarios ão fiel cumprimento deste mandato, podendo, ainda,
substablecer esta a outrem, com ou sem reserva de iguais poderes, dando tudo por
bom, firme e valioso.
Quelimane, 04 de Maio de 2012
Frango a Zambeziana
Advogado
Carteirra profissional nº

4. Substabelecimento

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O substabelecimento é o acto pelo qual o mandatário transmite a outrem os poderes


que lhe foram outorgados pelo mandante.
Que substabelece é o outorgado com conhecimento do outorgante.
Substabelecimento
Substabeleço, sem reserva, os poderes que me foram conferidos por________, nos
autos da acção________ registada com nº___, que tramita na____ para o
Dr.__________, moçambicano, casado, com escritorio establecido na rua das FPLM no
bairro de _____,R/C nesta Cidade de Quelimane.
Quelimane 04 de Maio de 2012

16ª aula
Introdução
Petição inicial
Conceito
1. A petição inicial é um requerimento dirigido ao juiz de direito para que se inicie a
acção judicial. Nela, o autor indicará a materia de facto e de direito, afim de formular
o pedido sobre o qual incidirá a tutea jurisdicional.
Depois de redigida a petição inicial, é apresentada ao juiz de direito, e, depois
despachada ou distribuida considrando-se proposta a ação judicial.
2. Requisitos formais da petição inicial
Consagra o artigo 467 do c.p.c. os requisitos da p.i. Vide.
2.1- Endereçamento
A petição inicial é dirigida a um juiz de direito (juiz do primeiro grau ou juiz a quo) ou a
um tribunal (Juiz de segundo grau ou juiz ad quem) competente para conhecer o mérito
da causa.
Normalmente no cabeçalho utiliza-se o termo doutor este termo não advém do título
acadêmico, mas sim, a todos os bacharéis em direito.
Geralmente no cabeçaho começa assim: Excelentíssimo/Meritissimo Dr. Juiz de direito
do tribunal judicial da(o) província/Cidade/ Distrito da(o) Zambezia (se for o caso).
Nome da cidade ou vila (Quelimane se for o caso)

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(X) secção Civel –Onde (X) é a numeração da secção.


2.2 . Das partes
As partes da relação processual são o autor ou (A.) e o réu (R.). O autor é o
proponente da acção e o réu é a pessoa contra quem se propõem a acção. Ambos
deve ser devidamente identificados e qualificados, contudo em nada obsta se o Autor
não possui a identidade completa do R.
É importante referir que a falta de qualquer item na qualificação dos litigantes causa o
indiferimento da petição inicial; a qualificação verifica a existência da capacidade
processual dos litigantes.
2.3. Dos factos e dos fundamentos jurídicos do pedido
A matéria de facto e são requisitos relacionados com o erito da causa. Trata-se da
exposição dos motivos que justificaram o ajuizamento da acção judicial pelo autor
contra réu. Assim devem ser redigidos com clareza e precisão de modo que o réu
possa entender a pretensão jurídica do autor.
2.3 . Do pedido
O pedido formulado pelo autor depende da espécie da acção judicial ajuizada no forúm
e mantem relação com a matéria de facto e de direito apresentado pelo autor. Por isso,
algumas acções comportam mais de um pedido.
Por exemplo: o pedido pode ser de indemnização por danos morais ou materiais, de
declaração da existência ou inexistência de uma reação jurídica, de cobrança, etc.
Se o pedido tiver em mira o recebimento de quantia, deve-se requerer a incidência dos
juros, da correção monetária, das despesas, das custas processuais e dos horários
advocatícios, que nesse caso entender-se por sucumbência.
O pedido é a parte essencial da petição. Divide-se em imediato e mediato. Pedido
imediato é o tipo de tutela jurisdicional que se objectiva acançar em juizo, isto é, a
sentença declaratória, constitutiva ou condenatória. O pedido mediato é o bem jurídico
de direito material que se visa tutelar.
Dispoe o artigo 468,469,470, 471 e 472 todos do c.p.c que admite-se pedidos
genéricos nos seguintes casos:
a) Nas acções universais, se não poder o autor individuar na petição os bens
demandados;
b) Quando não for possível determinar de modo definitivo, as consquências do acto
ou do facto ilícito;

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c) Quando a determinação do valor da condenação depender de acto que deva ser


praticado pelo réu;
Os pedidos podem ser classificados em:
a) Pedido cominatório: ocorre quando o autor pretende que o réu se abstenha de
praticar algum acto ou que tolere alguma actividade, ou deva praticar um acto
personalíssimo que não possa ser praticado por um terceiro.

b) Pedido alternativo: é aquele em que o devedor pode cumprir a prestação de


mais de um modo em virtude da natureza da obrigação.

c) Pedido subsidiário: carateriza-se quando o autor formular um pedido principal e


outro secundário, requerendo ao juiz da causa que conheça do pedido
secundário se não puder acolher o pedido principal.

d) Pedido sucessivo: é permitido ao autor formular mais de um pedido em ordem


sucessiva, afim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o
anterior;

e) Pedido acumulado: trata-se de acumulação plena e simultânea, representado a


soma de várias pretensões jurídica a serem satisfeitas cumulativamente num
único processo. As espécies de pedido são: simples, sucessivas e incidental.

f) São simples quando o acolhimento ou não do pedido não prejudica o outro.


Sucessiva quando o acolhimento de um pedido pressupoem o do pedido
anterior, e na incidental, ocorre após a propositura da acção, por meio do pedido
de declaração incidental.

Ao formular mais de um pedido é importante que:

a) Os pedidos devem ser compativeis entre si;

b) O juiz deve ser competente para julgamento de ambos os pedidos;

c) O procedimento deve ser adequado para todos os pedidos.

2.4. Do pedido e da causa de pedir

O pedido é a essência da acção judicial a ausência do pedido pressupoem que


Juiz não saberia o porque da pleiteia do autor, ao passo que a causa de pedir é
o motivo que terá levado o autor a ajuizar a demanda. Trata-se da soma dos
fundamentos de facto e de direito.

2.5. Da citação

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Citação é o acto pelo qual se dá ciência ao réu ou interessado da existência do


processo, ofertando-lhe a oportunidade de se defender. Trata-se de um processo
indispensável para a validade do processo.

É de salientar que existem dois tipos de citação: directa e indirecta.

A directa é faita na pessoa do réu ou seu representante legal e indirecta é feita na


pessoa com relação com o réu.

A citação pode ser feita pela seguintes formas: correios, oficial de justiça, edital, por ora
certa e por carta( precatória, de ordem e rogatória). As citações por editais e hora certa
são chamadas de citações fictas ou presumidas, porque não há certeza de que o acto
tenha reamente alcançado o réu.

2.6 Das provas

A p.i deve apresentar provas que serão produzidas pelo autor afim de que ele
demostre a verdade dos factos alegados. Ao autor compete o ônus de provar o seu
direito. As provas são os meios que o Autor utiliza para convencer o juiz de direito de
que os fundamentos de facto e de direito alegados na p.i são verdadeiros.

As provas cassificam-se em: Ojecto, sujeito e forma

A materia de facto forma o abjecto da prova judiciária, o objecto por sua vez divide-se
em em provas directas e indirectas. As provas directas indicam o próprio facto a ser
provado, e a indirecta indicam outros factos que por dedução, chega-se ao facto a ser
provado.

Sujeito da prova é a pessoa ou coisa que afirma a existência do facto a ser provado,
que por sua vez divide-se em pessoal( quando é a afirmação consciente de uma
pessoa que visa fazer fé dos factos afirmados) e real (é a afirmação incosteste de sua
existência realizada por meio da coisa em vertude das caraterísticas que de facto nela
imprimiu).

A forma é o modo pelo qual a prova se apresenta em juizo. Divide-se em testemunhal,


documental e material.

A prova testemunhal é a narração dos factos em juizo por quem os testemunhou. A


prova documental é a afirmação escrita, registada num documento. A prova material
consiste na materialidade do facto, isto é, o próprio corpo de delito.

2.7 Do valor de causa

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O valor da causa tem por objectivo fixar a competência do juizo ou do tribunal, o


procedimento da acção judicial, fixar o valor do reclhimento das taxas judiciárias, o
pagamento de sucumbência etc.

Existe uma diferença conceitual entre sucumbência e honorários advocatícios. A


sucumbência é a perda da parte ou da totalidade da acção, que causa prejuizos ao
próprio perdedor da demanda, isto é, consiste em atribuir `a parte vencida na causa a
responsabiidade por todos os gastos do processo. Os honorários advocatícios é a
remuneração do advogado por sua actuação no processo. No caso da sentença
condenatoria o jui pode fixar dos honorarios entre 10% a 20% do valor de
condenação.

2.8 Do encerramento

O local, a data e assinatura do advogado com o número da sua inscrição na ordem


dos advoado ou instituto de regulador e por fim o nome do advogado.

No caso de dúvidas, havendo um cadastro organizado e informatizado pode-se


certificar se efectivamente o advogado esta devidamente isncrito ou não.

3. Aspectos gramaticais

É importante rever a p.i. sobretudo no tange as questoes gramaticais para evitar que
ocorram certos erros quer do ambito redaciona quer do ambito gramatical.
Exemplo de uma p.i.

EXCELENTÍSSIMO/MERITÍSSIMO DR JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA PROVÍNCIA DA


ZAMBEZIA

Quelimane

1ª Secção - Cível
Processo Sumário
Barracas da Zambézia, Lda, Autora, sita da rua acordos de Roma, C.P, nº 84, casa nº
38 R/C , esquerdo, representada pelo seu sócio gerente Engº Boiss wa Madhembe,
com domicílio profissional no endereço acima supracitado, nuit. 19035673, telefax:

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258-0003853, nesta cidade de Quelimane, vem intentar e fazer seguir a presente


acção declarativa de condenação, Contra;
A Empresa Praça da alegria, Sarl, Ré, sita na rua menina deixa-me beber, bairro das
flores, C.P nº 63 R/C representada pelo seu Sócio Gerente o Sr. Mutho Wabure, nuit.
400076123, Telefone nº 258-09 8756438 nesta Cidade da Quelimane, nos termos e
com os seguinte fundamentos.
Da Matéria de facto 1º
A ré celebrou um contrato através de um ofício com o nº de referência BZL/07, datado
aos 28 de 09/07, dirigido `a Empresa Praça de Alegria no qual manifestou interesse na
abertura de levantamento, consumo de bebidas e espetadas em crédito a partir do dia
01 de 10 de 2007, cujo pagamento seria efectuado em cada fim de mês. Conforme doc.
1 em anexo.

Este pedido foi aceite, já que, não se tinha verificado nenhuma inconveniência,
celebrou-se o acordo no qual as partes assumiram o compromisso de honrar nos
moldes em que o mesmo foi celebrado.

Desde a celebração do contrato, a A. passou a fornecer as bebidas e espetadas da
primeira qualidade como forma de cumprir com a relação obrigacional.

Acontece porém que, a Ré embora tivesse levantado e consumido em crédito uma
quantidade enorme de bebidas e espetadas, passou a não honrar a sua obrigação
contratual, a constatação foi feita através do extracto da conta que tinha um saldo por
pagar a favor da A. na ordem de 37.995,00Mts. Doc. 2 em anexo.

Preocupado com esta situação, depois de tantas cobranças que não salutiram efeitos,
a A. Remeteu uma carta `a ré, datada aos 10 de Abril de 2008, informando do saldo em
divida e advertindo que tinha que pagar o valor em causa dentro de 10 dias, uma
exigência que foi por e simplesmente ignorada pela Ré ate ao presente momento ainda
não se dignou em pronunciar-se como se de nada tivesse acontecido. conforme o
mapa detalhado das facturas em falta. Doc. 3 em anexo.
Da Matéria de direito 6º

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Tendo em conta que o credor não demonstrou “ex Bona fide” vontade de honrar a sua
obrigação contratual, a luz do art. 817º conjugado com o artigo 483º ambos do C.C.,
a A. vê se no direito de exigir judicialmente o seu cumprimento,.
Do Pedido
Nesta conformidade, a ré tem o direito de receber o valor de 37.995,00Mts, uma
indemnização de 10.000,00mts pelos lucros cessantes e juros de moura calculados
em 5% totalizando 50.345,00mts.
A R e o R são partes legítimas e têm e capacidade jurídica.
Nestes termos e nos demais de direito, deve a presente acção ser considerada
provada e procedente e por via dela condenada a Ré. a pagar o valor de
50.345,00mts.(vii)
Para tanto, a A requere que a R. seja citada para contestar querendo dentro do prazo
sub-legal cominação seguindo-se os ulteriores termos do processo até final.(viii)
Valor : 50.345,00mts
Junta: doc. Legais testemunhas e procuração
Testemunhas: Matreco Incógnito, Marito Dorminhoco
Quelimane, aos 10 de Maio de 2012
O mandatário
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Carteira profissional nº

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17ª aula
1. Introdução
Contestação
Conceito

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18ª
1. Introdução
Conceito
Reconvenção
A reconvenção é a acção judicial ajuizada pelo réu em face do autor, no mesmo
processo em que é demandado. Segundo o jurista Humberto Theodoro Júnior “ao
contrario da contestação, que é simples resistência a pretensão do autor a
reconvenção é contra-ataque, uma verdadeira acção ajuizada pelo réu (reconvinte)
contra o autor (reconvindo), nos mesmos autos”.
2. Finalidade
A finalidade da reconvenção é modificar ou excluir o pedido formulado pelo autor na
acção. Reúne em um único processo a acção do réu contra o autor, quando ambas
apresentam conexão, e serão julgadas em única sentença.
3. Requisitos
A reconvenção só será aceita se preencher os seguintes requisitos:
3.1 A existência de uma acção em andamento;
3.2 o prazo da contestação não pode estar precluso;
3.3 Identidade de procedimento, ou seja, ambas as acções devem ser processadas
no mesmo rito;
3.4 A reconvenção precisa ser conexa com a acção principal ou com fundamentos
da defesa;

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3.5 O juiz deve ser competente para conhecer e julgar a acção principal como a
reconvenção
4. Procedimentos da reconvenção.
Oferecer-se-á a reconvenção por meio de uma petição escrita com a petição com a
contestação. Mas ambas as defesas serão apresentadas em petições autónomas e
protocoladas no mesmo prazo.
A petição da reconvenção obedece os mesmos requisitos da p.i. exceptuando o
requerimento de citação do autor reconvindo já que este será citado através do seu
procurador.
Ao reconvir o réu recebe o nome de reconvinte, como meio de defesa, elabora a
contestação em uma peça e a reconvenção em outra, mas será autuada na própria
acção principal e não em apenso.

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19ª Aula
Introdução
Conceito
1. Excepções de impedimento, suspeição e incompetência
A excepção é a defesa indirecta contra o processo, pois é excepção processual de
causa impeditiva ou excludente da relação processual. A excepção de incompetência
relativa é chamada de defesa denunciativa da falta de um pressuposto processual no
que se refere `a falta de competência do juízo.
2. Finalidade
A excepção processual tem por objectivo estender, trancar dilatar ou extinguir o
processo.
3. Espécie de excepções
Existem duas espécies de excepções processuais: dilatórias e peremptórias. As
dilatórias estende o curso da demanda e as peremptórias trancam e encerram o
processo.
4. Efeitos das excepções
As excepções têm efeitos suspensivo, pois quando são arguidas impedem o
prosseguimento da acção principal. Proferida a decisão, o processo principal continua o
curso normal.
5. Tipos de excepções
Existem excepções de impedimento, suspeição e incompetência relativa.
6. Excepções de impedimento e de suspeição
As excepções de impedimento e suspeição são instrumentos pelos quais o excipiente
denuncia a ausência de capacidade subjectiva do juiz de Direito, afim de provocar o
afastamento deste da relação processual.
As excepções devem ser deduzidas no prazo de ( ) dias, a contar da data do
conhecimento do facto que ocasionou o impedimento ou suspeição.

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7. Procedimento
A excepção de impedimento ou suspeição será deduzida por petição escrita,
devidamente fundamentada. É dirigida ao juiz da secção principal e poderá ser
instruída com documentos e rol de testemunhas.
Ao receber a p.i. o juiz determinara a suspeição do processo principal e examinara os
fundamentos da excepção e se aceitar o impedimento ou suspeição ordenará a
remessa da acção principal e da excepção ao seu substituto legal.
8. Excepções de incompetência relativa
A excepção de incompetência relativa é arguida em petição que será autuada em
apartada, mas, apensa ao processo principal. O excipiente devera expor os factos em
que fundamenta a excepção de incompetência relativa, devendo declinar o juiz
competente.
Julgada procedente a excepção de incompetência relativa, os autos principais e os da
excepção serão remetidos ao juízo competente. Desta decisão cabe o recurso de
agravo.

Modelos de petições de impedimento, suspeição e incompetência relativa

a) Modelos de petições de impedimento


EXECELENTISSIMO DR. JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA PROVINCIA DA
ZAMBÉZIA
QUELIMANE

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Processo nº /2012

Vagabudo Envergonhado, devidamente qualificado na peça exordial, por meio do seu


advogado e bastante procurado, vem respeitosamente, perante a V.Excia, nos autos da
acçao em epigrafe que lhe move Tubúcio Silverio, opor excepçao de impedimento com
base no artigo (vide do c.p.c.) de acordo com os motivos de facto e de direito abaixo
articulados.

1. O excepto ajuizou demanda em face do incipiente com o escopo de obter


indemnizaçao por danos morais em razao de suposta humilhaçao sofrida `a
porta de uma univesidade de direito.

2. No decurso do processo, o excipiente tomou conhecimento de que a V.Excia é


esposo da advogada do excepto, conforme monstra a cópia da certidão de
casamento. (doc. 01).

3. Dispõe o artigo (vide c.p.c.) que nesse caso, V.Excia esta impedido de conhecer
e julgar a presente demanda.
posto isso, evidenciado o impedimento de V.Excia, o excipiente requer o
acolhimento desta excepção para que seja ordenada a remessa dos autos ao
seu substituto legal ou seja, se assim não entender, determine a remessa da
excepção do tribunal competente para que sejam tomadas as devidas
providencias.
Nestes termos
Pede deferimento
Quelimane, 25 de Maio de 2012
_________________________
Nome do advogado
b) Modelos de petições de excepção de suspeição
EXCELENTISSIMO DR JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA PROVINCIA DA
ZAMBÉZIA
QUELIMANE

Processo nº /2012

Vagabudo Envergonhado, devidamente qualificado na peça exordial, por meio do seu


advogado e bastante procurado, vem respeitosamente, perante a V.Excia, nos autos da
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acçao em epigrafe que lhe move Tubúcio Silverio, opor excepção de suspeição com
base no artigo (vide do c.p.c.) de acordo com os motivos de facto e de direito abaixo
articulados.

1. O excepto ajuizou demanda em face do incipiente com o escopo de obter


indemnizaçao por danos morais em razao de suposta humilhaçao sofrida `a
porta de uma univesidade de direito.

2. Dispõe o artigo (vide c.p.c.) que há suspeição, quando uma das partes for
credora ou devedora do Juiz.

3. As copias reprógraficas das notas promissórias juntas aos autos demonstram


que V. Exceleria é credor do excepto pela importância de 20.000.00mts.
Diante do exposto, espera o excipiente que a presente seja recebida e que
reconhecida a suspeição determine a remessa dos autos ou, caso não se
reconheça a suspeição, sejam os autos remetidos tribunal competente para que
sejam tomadas as providencia devidas.
Nestes termos
Pede deferimento
Quelimane, 25 de Maio de 2012
_________________________
Nome do advogado

c) Modelos de petições de excepção de incompetência


EXCELENTISSIMO DR JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE NAMPULA
QUELIMANE

Processo nº /2012

TIBÚCIA DE SOUSA, por intermediodo seu advogado e bastante procurador, vem


respeitosamente, perante a V.Excia, nos temos do art. (vide no c.p.c.) na separaçao
judicial, opor excepção de incompetencia em face de TICIO DE SUSA de acordo com
os motivos de facto e de direito abaixo articulados.
1. O excepto ajuizou acçao de sepaçao judicial em face de esxepiente no foro
provincia de Nampula.
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2. Prelecciona o artigo (vide no c.p.c.) que a acção de judicial deve ser ajuizada na
residência da mulher. Os doc.s em anexo demonstram que ela reside na cidade
Quelimane. Assim, a acção de separação não poderia ter sido ajuizada no foro de
Nampula
3. Consoante o princípio de direito, a excipiente deve ser demandada em seu
domicílio, por isso, a acção deve ser remetida ao foro de Quelimane.
Assim, requer a excipiente que se digne a V.Excia de receber a excepção de
incompetência ora arguida, determinando a suspeição do feito, e ordenando regular
processamento desta para que o excepto seja ouvido dentro do prazo da lei, a fim de
se julgar procedente a excepção, determinando a remessa dos autos `a tribunal de
Quelimane, foro competente para processar e julgar a demanda.
Nestes termos
Pede deferimento
Quelimane, 25 de Maio de 2012
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Nome do advogado

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19ª aula
Introdução
1. Conceito
Réplica (Resposta a contestação conforme a alteração introduzida pelo DL nº 1/2005
de 23 de Dezembro )
A resposta a contestação é a resposta do autor `as alegações do réu apresentadas na
contestação, ou seja, a resposta a contestação tem lugar quando o réu apresenta
qualquer motivo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor que resuma na
defesa contra o processo.
2. Procedimento
O autor deve manifestar-se a respeito das preliminares e da matéria referente ao
mérito. Petição elaborada devera impugnar todos os pontos apresentados na
contestação desde a preliminar ate mérito endereçando ao juiz da causa.
Modelo de Resposta a contestação
Excelentíssimo senhor juiz de direito do tribunal judicial da Província de Manica
Chimoio

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Proc. nº 985/12

“A” por seu advogado e bastante procurador abaixo assinado, vem mui
respeitosamente `a presença de V.Excia, com base no artigo 502 do decreto Lei
1/2005 de 23 de Dezembro nos autos da acção de ________, que lhe move “R”,
apresenta a resposta a contestação oferecida, consoante os motivos de facto e de
direito abaixo expostos.
1
O réu não logrou os seus intentos em refutar as alegações apresentadas na p.i, ao
alegar factos infundados e sem fundamentos…….
Diante do exposto, …………. Requer o autor que seja a demanda julgada procedente
para que o réu seja condenado na forma do pedido formulado na p.i.
Nestes termos,
Pede deferimento
Quelimane 25 de Junho de 2012

O advogado
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21ª Aula
Conceito
1. Impugnação do valor da causa
A impugnação do valor da causa é o acto pelo qual o réu discorda da avaliação do
objecto da lide atribuída pelo autor, seja nos casos em que a lei establece um valor
padrão ou não o fixa ou haja a fixação de um um valor inedequado ou abusivo.
2. Prazo
O prazo para impugnar o valor da causa é o da contestação e deve faze-lo com a
contestação, contudo em peça autónoma.
3. Procedimentos
Trata-se de um incidente processual, cujo procedimento é especifico e determinado
pelo art. Vide c.p.c.. não concordando com o valor da causa atribuído pelo autor, o réu
pode impugnar em petição separada protocolando-as no prazo da contestação.
Modelo de uma impugnação do valor de causa
Excelentíssimo senhor juiz de direito do tribunal judicial da Província de Manica
Chimoio

Proc. nº 985/12

“A” por seu advogado e bastante procurador abaixo assinado, vem mui
respeitosamente `a presença de V.Excia, com base no artigo nos autos da
acção de rescisão de contrato, ajuizado pelo “R”, Impugnar o valor da causa,
consoante os motivos de facto e de direito abaixo expostos.
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Elaborado pelo Docente da Cadeira Lic. Alberto Joaquim Marqueza
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O autor atribuiu `a causa o valor de 50,00mts uma acção que pretende rescindir o
contracto de venda e compra de seu imóvel, deveria ele ter atribuído `a causa o valor
do contrato que de 100,00mts.
A leitura do art. Do c.p.c consagra que “quando o litigio tiver por objecto a existência,
validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócios jurídico, o valor de causa
2Xo valor do contrato”.
Por esse motivo, impõe-se a rectificação do valor da causa dado pelo autor, alterando-
o para 200,00mts, com consequente complementação das custas judiciais.
Posto isto, vem através da presente para requer para que seja intimado o impugnado
para manifestar-se no prazo de 15 dias(vide no C.P.C.) devendo a impugnação ser
autuada em apenso e por fim, acolhida modificando o valor da causa para 200,00mts,
determinando a complementação das custas judiciais.
Nestes termos,
Pede deferimento
Quelimane 23 de Junho de 2012

O advogado
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