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Esboço de ATOS DOS APÓSTOLOS

Introdução (1.1-11)

I.O Derramamento do Espírito Santo (1.12 — 2.41)

A. A Preparação para a Promessa (1.12-26)

B.O Dia do Pentecoste (2.1-41)

II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalém (2.42—8.1a)

A.Características da Igreja Apostólica em Seguida ao


Derramamento do Espírito (2.42-47)

B.Um Grande Milagre e Seus Efeitos (3.1—4.31)

C.A Comunidade de Bens dos Primeiros Cristãos (4.32—5.11)

D. Mais Curas e a Resistência da Religião Oficial (5.12-42)

E. A Escolha de Sete Diáconos (6.1-7)

F.Estêvão: O Primeiro Mártir do Cristianismo (6.8—8.1a)

III.A Perseguição Leva à Expansão (8.1b—9.31)


A.Os Crentes Dispersos na Judéia e Samaria (8.1b-4)

B. Filipe: O Ministério de um Evangelista (8.5-40)

C. Saulo de Tarso: A Conversão de um Perseguidor (9.1-31)

IV. O Cristianismo Propaga-se entre os Gentios (9.32—12.25)

A. O Ministério de Pedro em Lida e em Jope (9.32-43)

B. A Missão de Pedro aos Gentios em Cesaréia (10.1-48)

C. O Informe de Pedro à Igreja de Jerusalém e a Aprovação da


Sua Decisão (11.1-18)

D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19-30)

E. Perseguição sob Herodes Agripa I (12.1-23)

F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25)

V. Primeira Viagem Missionária de Paulo (13.1—14.28)

A. Paulo e Barnabé Comissionados pela Igreja Local de


Antioquia (13.1-3)

B. Início da Evangelização da Província da Ásia (13.4—14.28)

VI. O Concílio de Jerusalém (15.1-35)


VII. Segunda Viagem Missionária de Paulo (15.36—18.22)

A. Divergência entre Paulo e Barnabé (15.36-40)

B. Visita às Igrejas Fundadas (15.41—16.5)

C. Novas Regiões Evangelizadas na Província da Ásia (16.6—


18.21)

D. Regresso à Antioquia da Síria (18.22)

VIII. Terceira Viagem Missionária de Paulo (18.23—21.16)

A. A Caminho de Éfeso (18.23)


Parêntese: O Ministério de Apolo (18.24-28)

B. Um Prolongado Ministério em Éfeso (19.1-41)

C. Viagem à Macedônia, Grécia e Volta à Macedônia (20.1-5)

D. Regresso a Jerusalém (20.6—21.16)

IX. A Prisão de Paulo e Seu Ministério Enquanto Preso


(21.17—28.31)

A.Em Jerusalém (21.17—23.35)

B.Em Cesaréia (24.1—26.32)


C. A Caminho de Roma (27.1—28.15)

D.Em Roma (28.16-31)

Autor:
Lucas
Tema:
A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Poder do Espírito
Santo
Data:
Cerca de 63 d.C.

Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é
endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora
nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o
testemunho unânime do cristianismo primitivo e a
evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que
ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de
suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos
primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu
Evangelho a respeito da vida de Jesus, e (2) o
segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do
Espírito em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja
primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso,
um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da
história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas
descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de
Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32
países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes
pessoas e uma variedade de membros e funcionários do
governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a
confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os
seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com
habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos
primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas
coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de
Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de
ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição
que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico
necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas
de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de
Atos (16.10-17; 20.5—21.18;
27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de
Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da
igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente
das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio,
apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a
missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza
o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para
capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar
continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três
vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser
acompanhado de enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-
47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era
normal no princípio da igreja, e que é o
padrão permanente de Deus para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o
que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão,
mediante o poder do Espírito Santo,
operando em, e através dos seus discípulos e da igreja
primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de Jesus
aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até
que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5). O
versículo-chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e
geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que receberão
poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder para
serem suas testemunhas (1) em Jerusalém
(1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos
confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é
Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado
por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro
principal de irradiação passou a ser Antioquia
da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus
foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos
termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando
julgamento perante César. Mesmo com o
resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro
termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém
cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar
acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A
igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira
natureza da sua missão, juntamente com os princípios que
devem norteá-la em todas as gerações. (2) O
Espírito Santo. A terceira pessoa da Trindade é mencionada
cinqüenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu ministério
outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus
(5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção
(16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja
primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de
Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um
quadro da igreja primitiva não encontrado
noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos
dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às
vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados
maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas
manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no
poder do Espírito Santo. (6) Perseguição. A proclamação do
evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou
secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do
começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus
e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às
mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo.
Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou
racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o
avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se
pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão
divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período
que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17 nota). O
livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da
igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para
qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para
a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na
experiência da igreja do NT (exceto a redação de novos livros
para o NT). Esses fatos são evidentes quando a
igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em
Atos e no restante do NT, indica que os sinais, maravilhas,
milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e
o ministério da igreja cessariam, repentina ou
de uma vez, no fim da era apostólica.
Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é
endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora
nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o
testemunho unânime do cristianismo primitivo e a
evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que
ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de
suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos
primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu
Evangelho a respeito da vida de Jesus, e (2) o segundo
foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Espírito em
Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se
claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador
consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da
história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas
descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de
Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32
países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes
pessoas e uma variedade de membros e funcionários do
governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a
confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os
seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com
habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos
primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas
coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de
Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de
ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição
que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico
necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas
de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de
Atos (16.10-17; 20.5—21.18;
27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de
Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da
igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente
das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio,
apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a
missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza
o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para
capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar
continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três
vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser
acompanhado de enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-
47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era
normal no princípio da igreja, e que é o
padrão permanente de Deus para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o
que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão,
mediante o poder do Espírito Santo,
operando em, e através dos seus discípulos e da igreja
primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de Jesus
aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até
que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5). O
versículo-chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e
geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que receberão
poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder para
serem suas testemunhas (1) em Jerusalém
(1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos
confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é
Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado
por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro
principal de irradiação passou a ser Antioquia
da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus
foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos
termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando
julgamento perante César. Mesmo com o
resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro
termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém
cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar
acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A
igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira
natureza da sua missão, juntamente com os princípios que
devem norteá-la em todas as gerações. (2) O
Espírito Santo. A terceira pessoa da Trindade é mencionada
cinqüenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu ministério
outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus
(5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10),
e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva.
Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro,
Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro
da igreja primitiva não encontrado noutro lugar
do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às
orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a
noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais,
maravilhas e milagres. Estas manifestações
acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do
Espírito Santo. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho
com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A
ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de
Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os
gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres
dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira
alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem
oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do
evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se
pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão
divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período
que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17 nota). O
livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da
igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para
qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para
a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na
experiência da Igreja do NT (exceto e redação de novos livros
para o NT). Esses fatos são evidentes quando a Igreja vive na
plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no
restante do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons
espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da
Igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era
apostólica.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 1º

1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o


relato de tudo que Jesus começou a fazer e a ensinar no poder do
Espírito Santo (Lc 4.1,18). No livro de Atos temos a continuação do
relato de como seus seguidores, no mesmo poder do Espírito Santo,
proclamaram o mesmo evangelho, operaram o mesmo tipo de milagre e
viveram o mesmo tipo de vida cristã. O Espírito Santo reproduzindo a
vida e o ministério de Jesus através da igreja é a principal ênfase
teológica do livro de Atos. Este livro poderia muito bem ser chamado Os
Atos do Espírito Santo . Observe os itens abaixo sobre o registro
inspirado do Espírito Santo no livro de Atos.
(1) Todo o texto bíblico de Atos, inclusive o das narrativas históricas,
tem relevância didática (i.e., ensino) e teológica. Dois fatos confirmam
esta verdade.

(a) A declaração bíblica de que Toda Escritura divinamente inspirada é


proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em
justiça (2 Tm 3.16).

(b) A declaração paulina de que as narrativas do AT têm um propósito


didático e instrutivo (1 Co 10.11). Ele afirma que essas narrativas são
exemplos de relevância prática e teológica para o crente (Rm 15.4). O
que é válido às narrativas históricas do AT também o é a Atos.

(2) Os propósitos primários que Lucas tinha em mente ao escrever o


livro de Atos eram, portanto, os seguintes:

(a) apresentar um padrão definitivo da atividade do Espírito Santo, a


ser seguido durante toda a era da igreja;

(b) fornecer dados para a formulação de uma doutrina do Espírito


Santo; e

(c) mostrar como essa doutrina deve relacionar-se com a vida dos crentes
em Cristo. Note especificamente dois elementos neste livro que são
normativos na teologia e na prática:

(i) o registro repetido e harmônico de Lucas das muitas ocasiões em que


ocorreu o batismo no Espírito Santo, ou quando os crentes foram cheios
do Espírito Santo (ver 2.39 nota; cf. 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17;
10.44-46; 13.9,52; 15.8; 19.1-6);
(ii) as muitas atividades do Espírito Santo no livro de Atos, que
forneceram à igreja os padrões de justiça, de testemunho e do poder que
Deus deseja para seu povo nos últimos dias (i.e., na era da igreja).

1.3 SE APRESENTOU VIVO. Ver Mt. 28.9, nota sobre as aparições de


Cristo após ressuscitar.

1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt


3.11) é o batismo no Espírito Santo (ver v. 5 nota). O cumprimento desta
promessa, no entanto, é descrito como ser cheios do Espírito Santo (2.4).
Assim, batizado no Espírito e cheio do Espírito , às vezes, são usados
como equivalentes nas Escrituras. A partícula grega que aparece nos
pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no Espírito Santo,
em se tratando do batismo pentecostal.

Este batismo com ou no Espírito Santo, não deve ser identificado com o
recebimento do Espírito Santo na ocasião da regeneração. São duas
obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas por um período de
tempo (ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS)

1.5 BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO. A preposição com é a


partícula grega "en", que pode ser traduzida como em ou com . Por isso,
muitos preferem a tradução sereis batizados no Espírito Santo . Da
mesma forma, batizados com água pode ser traduzido batizados em
água . O próprio Jesus é aquele que batiza no Espírito Santo os que nEle
crêem.

1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude é


dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo-
chave do livro de Atos. O propósito principal do batismo no Espírito
Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para
ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto
Cristo ordenou. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado,
honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc
24.49; Jo 5.23; 15.26,27).

(1) Poder (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade;


designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O
batismo no Espírito Santo trará o poder pessoal do Espírito Santo à vida
do crente (ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO).

(2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no Espírito
Santo com a salvação e regeneração da pessoa, mas com o poder celestial
no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia (ver o
estudo sobre A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS).

(3) A obra principal do Espírito Santo no testemunho e na proclamação


do evangelho diz respeito à obra salvífica de Cristo, à sua ressurreição e
à promessa do batismo no Espírito (cf. 2.14-42). Ver a nota seguinte, que
trata do Espírito dando testemunho e o que isso representa em nossa
vida pessoal

1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no Espírito Santo não


somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador (ver
a nota anterior), como também aumenta a eficácia desse testemunho,
fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho
e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26;
15.26,27).

(1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal
de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus
Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar,
honrar e agradar nosso Salvador.

(2) O Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade


(Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com
palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o
testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus
Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a
verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13).

(3) O batismo no Espírito Santo outorga poder para o crente


testemunhar de Cristo e produz nos perdidos a convicção do pecado, da
justiça e do juízo (ver Jo 16.8 nota). Os efeitos desta convicção se
tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a
mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).

(4) O batismo no Espírito Santo destina-se àqueles cujos corações


pertencem a Deus por terem abandonado seus maus caminhos (2.38;
3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a Cristo (ver 5.32
nota).

(5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo


(cf. Espírito de santificação , Rm 1.4). Assim, se o Espírito Santo
realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior
conformidade com a santidade de Cristo. À luz destas verdades bíblicas,
portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um desejo intenso
de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude
do Espírito complementa (i.e., completa) a obra salvífica e santificadora
do Espírito Santo em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude
do Espírito, mas vivem uma vida contrária ao Espírito de santidade,
estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais,
milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm
uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o
Espírito Santo, mas segundo um espírito impuro que não é de Deus (Mt
7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15; ver o estudo PROVAS DO
GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). Mais exposição sobre
testemunhar de Cristo, em 13.31 nota

1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAÇÃO E


SÚPLICAS. A experiência do Pentecoste sempre envolve a
responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do
Espírito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus,
devem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão
à vontade de Deus e à oração (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49;
Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do Espírito sobre Jesus e os
discípulos.

(1) O Espírito desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14;
2.2-4).

(2) Houve manifestações visíveis do Espírito (Lc 3.22; At 2.2-4). (3) Os


ministérios, tanto de Jesus como dos discípulos, começaram depois do
Espírito Santo vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-
19; At 2.14-47).

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 2º

2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do


ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinqüenta dias após
esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos
(=qüinquagésimo). Era também chamada Festas das Colheitas, porque
nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17).
Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início
da colheita de almas para Deus neste mundo.

2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS,


COMO QUE DE FOGO. As manifestações externas de um som como de
um vento poderoso e das línguas de fogo (vv. 2,3) demonstram que Deus
estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs
18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos
crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e
de testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestações antecederam o
batismo no Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos
similares do livro de Atos.

2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude


do Espírito Santo recebida no dia de Pentecoste?

(1) Significou o início do cumprimento da promessa de Deus em Jl


2.28,29, de derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do
fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29 nota).
(2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2;
1 Pe 1.20), todos agora se vêem ante a decisão de se arrependerem e de
crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17 notas).

(3) Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At


1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos
grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino,
e a desviá-los do pecado para a salvação em Cristo (cf. 1.8 notas; 4.13,33;
6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8 nota).

(4) O Espírito Santo já revelou sua natureza como aquele que anseia e
pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que
receberam o batismo no Espírito Santo ficaram cheios do mesmo anseio
pela salvação da raça humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O
Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39).

(5) Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não somente


pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao
arrependimento e à fé em Cristo, como também influenciavam essas
pessoas a receber o dom do Espírito Santo (vv. 38,39) que eles mesmos
tinham recebido no Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no
Espírito Santo é a chave da obra apostólica no NT (ver 8.17; 9.17,18;
10.44-46; 19.6).

(6) Mediante este batismo no Espírito, os seguidores de Cristo tornaram-


se continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer e a
ensinar, no poder do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar (1.1; Jo 14.12 nota; ver o
estudo SINAIS DOS CRENTES)
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um
exame do significado do falar em línguas ocorrido no dia de Pentecoste
e noutras ocasiões, na igreja do NT, e da possibilidade de falsas línguas
estranhas, ver o estudo O FALAR EM LÍNGUAS

2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco de uva


não fermentado. Aqueles que zombavam dos discípulos talvez hajam
empregado este termo, ao invés da palavra mais comum no NT para
vinho (oinos), porque sabiam que os discípulos de Jesus usavam somente
este tipo de vinho doce, não fermentado. Neste caso, sua zombaria teria
sido sarcástica.

2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O


discurso de Pedro no dia de Pentecoste, juntamente com sua mensagem
em 3.12-26, contém um padrão para a proclamação do evangelho.

(1) Jesus é o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-


36; 3.13-15).

(2) Estando agora à destra do Pai, Jesus Cristo recebeu autoridade para
derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (vv. 16-18,32,33; 3.19).

(3) Todos devem colocar sua fé em Jesus como Senhor, arrepender-se


dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos pecados
(vv. 36-38; 3.19).

(4) Os crentes devem esperar o prometido dom do Espírito Santo, ou o


batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv. 38,39).

(5) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo e salvar-
se dessa geração perversa (v. 40; 3.26).
(6) Jesus Cristo voltará para restaurar completamente o reino de Deus
(3.20,21).

2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no Espírito Santo e as


manifestações espirituais acompanhantes são cumprimentos de Jl
2.28,29. Joel, no século VIII a.C., profetizou um grande derramamento
do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus (ver Jl 2.28,29 notas).

2.17 NOS ÚLTIMOS DIAS.

(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que o Senhor


agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvação ao seu
povo (cf. Is 2.2-21; 3.18 4.6; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12).

(2) O NT revela que os últimos dias começaram com a primeira vinda


de Cristo e o derramamento inicial do Espírito sobre o povo de Deus, e
que terminarão com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21;
Hb 1.1,2). Este período específico é caracterizado como a era do juízo
contra o mal, da autoridade sobre os demônios, da salvação da raça
humana e da presença aqui do reino de Deus.

(a) Estes últimos dias serão assinalados pelo poder do Espírito Santo (Mt
12.28).

(b) Os últimos dias abrangem a investida do poder de Deus, através de


Cristo, contra o domínio de Satanás e do pecado. Mesmo assim, a guerra
apenas começou; não chegou ao fim, pois o mal e a atividade satânica
ainda estão fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a
segunda vinda de Jesus aniquilará a atividade do poder maligno e
encerrará os últimos dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19).
(c) Os últimos dias serão um período de testemunho profético,
conclamando todos a se arrependerem, crerem em Cristo e
experimentarem o derramamento do Espírito Santo (1.8; 2.4,38-40; Jl
2.28-32). Devemos proclamar a obra salvífica de Cristo, no poder do
Espírito, mesmo enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o
grande e glorioso Dia do Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em
vigilância, esperando o dia da redenção e a volta de Cristo para buscar
o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17).

(d) Os últimos dias introduzem o reino de Deus com sua demonstração


de pleno poder (ver Lc 11.20 nota; ver o estudo O REINO DE DEUS).
Devemos ter a plenitude desse poder no conflito contra as forças
espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da
justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)

2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO.


Aqui o falar noutras línguas (vv. 4,11) está relacionado à profecia (vv.
17,18). Deste modo, falar em línguas é uma forma de profetizar. O
significado básico aqui, de profecia, é o uso da nossa voz para o serviço
e a glória de Deus sob o impulso direto do Espírito Santo. No livro de
Atos:

(1) os 120 todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em


outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem
(2.4);

(2) o Espírito Santo desceu sobre Cornélio e sua casa. Todos, entre eles
Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus (10.44-47); e

(3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o Espírito Santo; e


falavam línguas e profetizavam (19.6).
2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel,
citada por Pedro, o batismo no Espírito Santo é para aqueles que já
pertencem ao reino de Deus, i.e., servos de Deus, ou crentes; tanto
homens como mulheres salvos, regenerados, pertencentes a Deus.

2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que Deus derramará
seu Espírito naqueles dias . O derramamento do Espírito Santo e os
sinais sobrenaturais que o acompanham, não podem ser limitados
unicamente ao dia de Pentecoste. O poder e a bênção do Espírito Santo
são para todo cristão receber e experimentar, no decurso de toda a era
da igreja, que é a totalidade do período de tempo entre a primeira e
segunda vinda de Cristo (Ap 19.20; ver At 2.39 nota).

2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O derramamento do Espírito Santo por


Jesus comprova que Ele é de fato o Messias exaltado e que agora está à
destra de Deus, intercedendo pelos seus representantes na terra (Hb
7.25).

(1) Desde o batismo de Jesus até o dia de Pentecoste, o Espírito estava


sobre o Cristo (i.e., o Ungido de Deus; cf. Lc 3.21,22; 4.1,14,18,19).
Estando Jesus agora à direita de Deus, vive para derramar o mesmo
Espírito sobre aqueles que nEle crêem (ver o estudo JESUS E O
ESPÍRITO SANTO).

(2) Ao derramar o Espírito, a intenção de Jesus é que o Consolador


transmita sua presença aos crentes e lhes conceda poder para
continuarem a fazer tudo aquilo que Ele mesmo fazia enquanto estava
na terra

2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VÓS SEJA BATIZADO. O


arrependimento, o perdão dos pecados e o batismo são condições prévias
para o recebimento do dom do Espírito Santo. Mesmo assim, o batismo
em água antes do recebimento da promessa do Pai (cf. 1.4,8) não deve
ser tido como condição prévia absoluta para a plenitude do Espírito
Santo; assim como o batismo no Espírito não é uma conseqüência
automática do batismo em água.

(1) Na situação em apreço, Pedro exigiu o batismo em água antes do


recebimento da promessa, porque na mente dos seus ouvintes judaicos,
o rito do batismo era pressuposto como parte de qualquer decisão de
conversão. O batismo em água, contudo, não precedeu o batismo no
Espírito nas ocasiões registradas em 9.17,18 (o apóstolo Paulo) e 10.44-
48 (os da casa de Cornélio).

(2) Cada crente, depois de se arrepender dos seus pecados e de aceitar


Jesus Cristo pela fé, deve receber (2.38; cf. Gl 3.14) o batismo pessoal no
Espírito. Vemos no livro de Atos o dom do Espírito Santo sendo
conscientemente desejado, buscado e recebido (1.4,14; 4.31; 8.14-17;
19.2-6); a única exceção possível à regra, no NT, foi o caso de Cornélio
(10.44-48). Daí, o batismo no Espírito não deve ser considerado um dom
automaticamente concedido ao crente em Cristo.

2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo


no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de
Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em Cristo
durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos filhos à
geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às
subseqüentes.

(1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi
uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou
com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da
era apostólica.

(2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar,


esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido
e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).

2.40 DESTA GERAÇÃO PERVERSA. Ninguém, pode ser salvo, se não


abandonar a perversidade e a corrupção da sociedade contemporânea
(cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15). Todos os novos crentes devem ser
ensinados a romper com todas as más companhias, renunciar o mundo
ímpio, unir-se com Cristo e seu povo e dedicar-se à obra de Deus (2 Co
6.14,17).

2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO


PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES. Ver 12.5 nota, sobre as 16
características de uma igreja neotestamentária.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 3º

3.3.6 EM NOME DE JESUS...ANDA. A cura do mendigo coxo foi


realizada pelo poder de Cristo operando através dos apóstolos. Jesus
disse aos seus seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: Em
meu nome...imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão (Mc
16.17,18). A igreja continuou o ministério de cura que Jesus exercera,
em obediência à sua vontade. O milagre aqui foi realizado mediante a fé
em nome de Jesus Cristo (v. 6) e o dom de curar, operando através de
Pedro (ver 1 Co 12.1,9). Pedro declarou que não tinha prata nem ouro,
mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. As igrejas que
desfrutam de prosperidade material devem meditar nestas palavras de
Pedro. Muitas igrejas dos nossos dias já não podem dizer: Não tenho
prata nem ouro, mas também não tem condição de dizer: Em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno , levanta-te e anda .

3.19 ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS. Deus


determinou que abençoará o seu povo com o derramamento do Espírito
Santo sob as condições prévias de arrependimento, i.e., de se desviarem
do pecado e da geração perversa ao seu redor, e se converterem: voltar-
se para Deus, ouvir tudo quanto Cristo, o Profeta, lhes diz (vv. 22,23), e
sempre progredir na obediência sincera a Cristo (cf. 2.38-41; 5.29-32).

3.19 TEMPOS DO REFRIGÉRIO. No decurso de toda a presente era, e


até à volta de Cristo, Deus enviará tempos do refrigério (i.e., o
derramamento do Espírito Santo) a todos aqueles que se arrependerem
e se converterem. Embora tempos perigosos venham perto do fim desta
era, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), Deus ainda
promete enviar reavivamento e tempos de refrigério aos fiéis. A presença
de Cristo, a bênção espiritual, milagres e derramamento do Espírito
Santo virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e
vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (cf. 26.18).

3.21 TEMPOS DA RESTAURAÇÃO. Os tempos da restauração de tudo


é uma referência ao tempo da volta de Cristo para debelar a iniquidade
e estabelecer o reino de Deus na terra, livre de todo o pecado. No fim,
todas as coisas cuja restauração foi prometida no AT serão restauradas
(cf. Zc 12-14; Lc 1.32,33). Cristo redimirá ou renovará, a totalidade da
Natureza (Rm 8.18-23) e reinará pessoalmente na terra (ver Ap 20.21).
Note que não serão os seres humanos da terra, mas Cristo, com os seus
exércitos celestiais, que realizará o triunfo de Deus e do seu reino (Ap
19.11 21).

3.22 UM PROFETA. A predição de Moisés em Dt 18.17,18: Então o


SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes
suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu... , foi uma
profecia a respeito de Jesus Cristo. De que maneira foi Jesus semelhante
a Moisés?

(1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor
estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc 4.18,19).

(2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu
a nova aliança.

(3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu


o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do
pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto
com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria
presença.

(4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para


prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro 0de
Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem.
(5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em
cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; Cristo chamava o povo
a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua
vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna.

3.26 DESVIASSE, A CADA UM, DAS VOSSAS MALDADES. Pedro


volta a enfatizar que crer em Cristo e receber o Espírito Santo depende
de renunciarmos ao pecado e separar-nos da iniqüidade (ver 2.38,40
notas; 3.19 nota; 8.21 nota). Na mensagem apostólica original, toda
bênção prometida requeria santidade.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 4º

4.8 PEDRO, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Pedro recebe novo


enchimento do Espírito Santo que lhe traz repentina inspiração,
sabedoria e ousadia para que proclamasse a verdade de Deus. É
teologicamente relevante que a plenitude do Espírito não foi uma
experiência ocorrida uma única vez, mas, sim, repetitiva. Este fato é um
cumprimento da promessa de Jesus em Lc 12.11,12; outras ocorrências
de novo enchimento do Espírito acham-se em 7.55 e 13.9.
4.12 EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO. Os discípulos tinham
convicção de que a maior necessidade de cada indivíduo era a salvação
do pecado e da ira de Deus, e pregavam que esta necessidade não poderia
ser satisfeita por nenhum outro, senão Jesus Cristo. Isto revela a
natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada
responsabilidade de pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse
outros meios de salvação, a igreja poderia ficar despreocupada. Mas,
segundo o próprio Cristo (Jo 14.6), não há esperança para ninguém, fora
da salvação em Cristo (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este é o fundamento do
imperativo missionário.

4.20 NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR. O Espírito Santo criou nos


apóstolos um desejo irreprimível de proclamar o evangelho. Por todo o
livro de Atos, o Espírito impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros
(1.8; 2.14-41; 3.12-26; 8.25,35; 9.15; 10.44-48; 13.1-4).

4.29 CONCEDE AOS TEUS SERVOS ... OUSADIA. Os discípulos


precisavam de renovação em sua coragem para testemunhar e falar de
Cristo. Durante a vida cristã, nós também precisamos nos aproximar de
Deus em oração a fim de vencer o medo de passar vergonha, rejeição,
críticas, ou perseguição. A graça de Deus, através da renovação do
Espírito Santo, ajudar-nos-á a falar com ousadia a respeito de Jesus (cf.
Mt 10.32).

4.30 CURAR... SINAIS E PRODÍGIOS. Pregação e milagres devem


andar juntos (3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8; 8.6ss.; 15.12; 20.7ss).
Milagres são sinais acompanhantes mediante os quais Cristo confirma a
palavra de suas testemunhas (14.3; cf. Mc 16.20). (1) Sinais geralmente
se refere a atos miraculosos realizados para demonstrar a existência do
poder divino de advertir ou encorajar a fé.
(2) Prodígios se refere a eventos extraordinários que causam pasmo ao
espectador. Note neste versículo a igreja orando pela realização de
curas, sinais e maravilhas. A igreja dos nossos dias precisa interceder
ferventemente em oração para Deus confirmar o evangelho com grande
poder, milagres e graça abundante (v. 33). Somente quando o evangelho
é proclamado com poder, como declara o NT, é que o mundo perdido
pode ser ganho para Cristo.

4.31 TODOS FORAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Várias verdades


importantes destacam-se aqui.

(1) A expressão batizados com Espírito Santo (ver 1.5 nota) descreve a
obra de consagração do Espírito Santo capacitando inicialmente o
crente com poder divino para testemunhar. Os termos cheios , revestido
e com autoridade descrevem essa sua capacitação para trabalhar (2.4;
4.8,31; 9.17; 13.9,52). Conforme a necessidade, o enchimento do Espírito
pode ser renovado.

(2) As expressões do meu Espírito derramarei (2.17,18; 10.45), veio sobre


eles o Espírito Santo (19.6), retratam de modo diferente a ocasião em
que os crentes são cheios do Espírito Santo (2.4; 4.31; 9.17).

(3) Todos os crentes, inclusive os apóstolos anteriormente cheios (2.4),


foram novamente cheios a fim de enfrentarem a oposição contínua dos
judeus (v. 29). Novos enchimentos com o Espírito Santo fazem parte da
vontade e provisão de Deus para todos os que receberam o batismo no
Espírito Santo (cf. 4.8 nota; 13.52). Devemos esperá-los e buscá-los.

(4) Aqui, o Espírito visita uma congregação inteira. Logo, para que seja
cumprida a vontade de Deus quanto a igreja, não somente indivíduos
devem ser cheios do Espírito (4.8; 9.17; 13.9), mas também congregações
inteiras (2.4; 4.31) devem experimentar visitações repetidas do Espírito
Santo face às necessidades e desafios especiais.

(5) A atuação de Deus sobre toda a congregação, com um novo


enchimento do Espírito Santo, resulta em ousadia e poder no
testemunho dos crentes, em amor uns pelos outros e no recebimento de
graça abundante sobre todos (vv. 31-33).

4.31 ANUNCIAVAM COM OUSADIA A PALAVRA DE DEUS O


poder interior do Espírito e a realidade da presença de Deus que vêm da
plenitude do Espírito libertam o crente do medo doutras pessoas e
aumenta grandemente a sua coragem e motivação para falar de Deus

4.33 COM GRANDE PODER. Era poder divino manifesto no mais alto
grau que operava nos apóstolos. O grego diz aqui mega dunamis.
Grande poder é a característica distintiva da pregação e do testemunho
apostólicos (cf. 1.8), por três razões:

(1) O testemunho apostólico baseava-se na Palavra de Deus (v. 29) e na


convicção de que ela fora dada pela inspiração do Espírito Santo (ver o
estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS).

(2) Os discípulos tinham certeza de terem sido enviados e comissionados


pelo próprio Jesus Cristo, o Senhor ressurreto (v. 33).

(3) O grande poder do Espírito Santo operando nos discípulos (v. 31),
efetuava grande convicção nos ouvintes do evangelho quanto ao pecado
de cada um, a justiça de Cristo e o juízo divino (ver Jo 16.8 nota). Hoje,
o mesmo acontecerá em nossas igrejas se o Espírito operar
poderosamente
*

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 5º

5.3 MENTISSES AO ESPÍRITO SANTO. A fim de obterem prestígio e


reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito
das suas contribuições. Deus considerou um delito grave essas mentiras
contra o Espírito Santo. As mortes de Ananias e Safira ficaram como
exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração
enganoso entre aqueles que professam ser cristãos. Note, também, que
mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o
Espírito Santo também é Deus (vv. 3,4; ver Ap 22.15 nota; ver o estudo A
DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO)

5.4 POR QUE FORMASTE ESTE DESÍGNIO...? A raiz do pecado de


Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os
fez tentar o Espírito Santo (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso
dos homens tomam posse de uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a
todos os tipos de males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio
de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24;
Jo 5.41-44).

5.5 ANANIAS... CAIU E EXPIROU. Deus feriu com severidade a


Ananias e Safira (vv. 5,10), para que se manifestasse sua aversão a todo
engano, mentira e desonestidade no reino de Deus. Um dos pecados mais
abomináveis na igreja é enganar o povo de Deus no tocante ao nosso
relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso
ministério. Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue
derramado de Cristo para exaltar e glorificar o próprio eu diante dos
outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte
de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor (vv.
5,11) e de respeito e honra ao Espírito Santo (v. 3), e merece o justo juízo
de Deus.

5.11 HOUVE UM GRANDE TEMOR EM TODA A IGREJA O


julgamento divino contra o pecado de Ananias e Safira levou a um
aumento de humildade, reverência e temor do povo para com um Deus
santo. Sem o devido temor do Deus santo e da sua ira contra o pecado, o
povo de Deus voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo,
cessará de experimentar o derramamento do Espírito e a presença
milagrosa de Deus e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este
é um elemento essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico
hoje em dia (ver o estudo O TEMOR DO SENHOR)

5.16 TODOS ERAM CURADOS. Os apóstolos fizeram aquilo que seu


Senhor fazia: libertavam os atormentados de espíritos imundos (ver Mc
1.34). Tratava-se de um sinal supremo de que o reino de Deus viera sobre
o povo com grande poder (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E
OS DEMÔNIOS). Não é errado orar para que, mediante o Espírito
Santo, possamos praticar o bem e curar os oprimidos pela enfermidade
e por Satanás (4.30; ver o estudo A CURA DIVINA)

5.29 MAIS IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS.


A grande pergunta que paira ante todo cristão não é: É conveniente,
seguro, agradável popular entre os homens? , mas: O que está certo
diante de Deus? (cf. Gl 1.10).

5.32 O ESPÍRITO SANTO... ÀQUELES QUE LHE OBEDECEM. Se


não houver verdadeira obediência a Cristo (v. 32), nem busca sincera da
justiça do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação de quem
diz ter a plenitude do Espírito Santo. O Pentecoste sem o senhorio de
Cristo é impossível (cf. 2.38-42), porque o Espírito Santo é dado somente
àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5; ver o estudo PROVAS
DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 6º

6.3 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos


estipularam que os sete varões deviam apresentar evidências de terem
continuado fielmente sob a influência do Espírito Santo. Segundo
parece, os apóstolos supunham que nem todos os crentes continuavam
na plenitude do Espírito. Noutras palavras, aqueles que deixam de andar
fielmente segundo o Espírito (Gl 5.16-25) cessarão de ser cheios do
Espírito. Quanto à diferença entre conservar a plenitude e ser cheio do
Espírito Santo, notemos o seguinte: (1) Os crentes que conservam a
plenitude do Espírito Santo são caracterizados pela sua constância nessa
condição (cf. 6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspiração profética
ou a ministrar no poder do Espírito Santo segundo o seu querer. (2) A
expressão cheios do Espírito Santo é usada: (a) para indicar o
recebimento do batismo no Espírito Santo (1.5; 2.4; 9.17; 11.16); (b) para
indicar que um crente ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu poder
para falar sob o impulso direto do Espírito Santo (4.8; 13.9; Lc 1.41-45,
67-79); (c) para indicar um ministério profético geral sob a inspiração
ou a unção do Espírito Santo, sem
especificar a duração desse ministério (4.31-33; 13.52; Lc 1.15). (3)
Depois do recebimento inicial do batismo no Espírito, os que andam
fielmente no Espírito, mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm
8.13,14), podem ser descritos como: cheios do Espírito Santo , i.e.,
mantendo a plenitude permanente do Espírito Santo (e.g., os sete varões,
especialmente Estêvão, vv. 3,5; 7.55; ou Barnabé, 11.24). Além disso,
aqueles que continuam na plenitude do Espírito podem receber um novo
enchimento do Espírito, visando a um propósito ou tarefa específica,
especialmente uma capacitação divina para falar segundo o impulso do
Espírito Santo.

6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no Espírito Santo,


em si, não basta para uma liderança cristã eficaz. Os líderes cristãos
devem dedicar-se constantemente à oração e à pregação da Palavra. O
verbo traduzido perseverar (gr. proskartereo) denota uma fidelidade
inabalável e sincera e a dedicação de muito tempo a um certo
empreendimento. Por isso, os apóstolos tinham a convicção de que a
oração e o ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos dirigentes
cristãos. Note as freqüentes referências à oração em Atos (ver 1.14,24;
2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23; 16.25;
22.17; 28.8).

6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição de mãos era


usada de cinco maneiras:

(1) em relação a milagres de curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5);

(2) ao abençoar outras pessoas (Mt 19.13,15);

(3) em relação ao batismo no Espírito Santo (8.17,19; 19.6);

(4) na comissão para uma obra específica (6.6; 13.3); e

(5) na concessão de dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14).


Como um dos meios através dos quais Deus transmite dons e bênçãos às
pessoas, a imposição de mãos veio a ser uma doutrina fundamental na
igreja primitiva (Hb 6.2). Não pode ser dissociada da oração (v. 6), pois
a oração indica que os dons da graça, a cura ou o batismo no Espírito
Santo procede de Deus e não do ser humano. A separação destes sete
homens importava, principalmente, duas coisas.

(1) Era um testemunho público da igreja de que esses homens tinham


antecedentes de perseverança na piedade e na obediência à direção do
Espírito Santo (cf. 1 Tm 3.1-10).

(2) Era um ato de separar aqueles homens à obra de Deus e um


testemunho da sua disposição em aceitar a responsabilidade da chamada
divina.

6.8 ESTÊVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O Espírito Santo deu a


Estêvão poder para realizar prodígios e grandes sinais entre o povo (v.
8) e lhe deu grande sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira,
que seus oponentes não podiam contestar os seus argumentos (v. 10; cf.
Ex 4.15; Lc 21.15).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 7º

7.2 IRMÃOS E PAIS, OUVI. O discurso de Estêvão diante do sinédrio é


uma defesa da fé propagada por Cristo e pelos apóstolos. Ele é o
precursor de todos quantos defendem a fé bíblica contra os que se opõem
ao seu ensino ou o distorcem, e é o primeiro que morreu por essa causa.
Jesus vindica a ação de Estêvão, ficando em pé para honrá-lo diante de
seu Pai, no céu (v. 56 nota).

O amor de Estêvão à verdade e sua disposição em dar a vida para


salvaguardá-la, contrastam-se nitidamente com aqueles que pouco se
interessam por batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v.3)
e que, em nome do amor, da paz e da tolerância, não vêem qualquer
necessidade de oposição aos falsos mestres, nem àqueles que distorcem
o evangelho puro, em favor do qual Cristo morreu (ver Gl 1.9 nota; ver
o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES.

7.38 A CONGREGAÇÃO NO DESERTO. A congregação no deserto


refere-se a Israel como o povo de Deus. Em hebraico a palavra traduzida
por congregação é qahal e na Septuaginta (a tradução grega do AT) o
termo é ekklesia (i.e., assembléia ou igreja).

(1) Assim como Moisés conduziu a igreja do AT, Cristo conduz a igreja
do NT. A igreja do NT designada descendência de Abraão (Gl 3.29; cf.
Rm 4.11-18) e o Israel de Deus (Gl 6.16) dá continuidade a igreja do AT.

(2) Assim como a igreja do AT, a igreja do NT está no deserto , i.e., é


uma igreja peregrina, longe da Terra Prometida (Hb 11.6-16). Por isso
nunca devemos sentir-nos plenamente à vontade quanto ao viver aqui
nesta terra.

7.42 DEUS... OS ABANDONOU. As palavras de Estêvão refletem um


princípio bem estabelecido nas Escrituras e na história da redenção.
Aqueles que persistem em repudiar a Deus, não somente são
abandonados por Ele, como também são entregues à influência do mal,
de Satanás e da imoralidade (cf. Rm 1.24,28). Ao contrário da crença
popular, Deus não continuará demonstrando amor e perdão, caso não
haja resposta da nossa parte. Ele perdoa e comunica o seu amor somente
àqueles que voltam-se para Ele com arrependimento sincero e com
verdadeira obediência. Para aqueles que endurecem o coração; que
sempre resistem ao Espírito Santo e que se recusam a aceitar a salvação
divina, permanece somente a ira justa de Deus (Rm 2.4-6,8).

7.44 SEGUNDO O MODELO. Deus sempre teve um padrão divino para


ser seguido por seu povo.

(1) Deus tinha um padrão para Moisés, que servia de norma segundo o
antigo concerto.
(a) Em Êx 12, Deus deu a Moisés instruções específicas para a primeira
Páscoa no Egito, que se tornou padrão para todas as gerações
subseqüentes dos israelitas.

(b) Em Êx 20, Deus deu a Moisés os Dez Mandamentos como padrão e


norma moral para todas as gerações subseqüentes.

(c) Em Êx 25, Deus mandou Moisés levantar um tabernáculo no meio do


arraial de Israel como cópia e sombra das coisas celestiais e da redenção
que Deus planejara levar a efeito através do Senhor Jesus Cristo na
terra. Moisés fez cuidadosamente o tabernáculo e todos os seus pertences
conforme... modelo que Deus estabelecera na sua sabedoria (Êx 25.9,40;
cf. Hb 8.1-5).

(2) Tão certamente como Deus tinha um padrão para o tabernáculo


segundo o antigo concerto, Ele tem um padrão para sua igreja segundo
o novo concerto. Os apóstolos do NT não resolveram de modo arbitrário
e aleatório como a igreja seria constituída, porque o Pai e o Filho,
mediante o que o Espírito Santo registrou nos Evangelhos, nos Atos dos
Apóstolos, nas Epístolas e nas cartas às sete igrejas (Ap 2.3), estabeleceu
o padrão apostólico para a igreja.

(3) Infelizmente, depois da era apostólica, a igreja começou a apartar-se


da revelação divina e a modificar o padrão celestial de Deus ao
acomodar-se às culturas e à organização, conforme as idéias humanas e
terrenas. O resultado tem sido a proliferação de padrões humanos
impostos à igreja.

(4) Para a igreja de Jesus Cristo experimentar novamente a totalidade


do plano, poder, favor e presença de Deus, deve deixar de seguir seus
próprios caminhos e voltar a adotar o padrão apostólico do NT como a
norma perpétua de Deus para ela.

7.51 SEMPRE RESISTIS AO ESPÍRITO SANTO. A história de Israel


retrata um povo que repetidamente rebelou-se contra Deus e a sua
Palavra revelada. Ao invés de se submeterem às normas da sua lei, os
israelitas se voltaram para os caminhos e modo de vida das nações
ímpias ao seu redor. Mataram os profetas que os chamavam ao
arrependimento e que profetizavam a respeito da vinda de Cristo (vv.
52,53). É isto o que significa resistis ao Espírito Santo . Da mesma forma
o Israel de Cristo, sob o novo concerto, deve estar consciente da sua
tendência de proceder como o Israel de Deus do antigo concerto. As
igrejas de Cristo podem desviar-se dEle e da sua Palavra e recusar-se a
dar ouvido à voz do Espírito Santo. Acontecendo isto, elas incorrerão no
juízo divino: o reino lhes será tirado (ver Rm 11.20-22; Ap 2,3).

7.56 O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ EM PÉ. A Bíblia


normalmente fala de Jesus assentado à direita de Deus (2.34; Mc 14.62;
Lc 22.69; Cl 3.1). Mas aqui, conforme a tradução literal do grego, Jesus
colocou-se de pé para dar as boas-vindas ao seu primeiro mártir que
morria por amor a Ele. Estêvão confessara a Cristo diante dos homens
e defendera a fé. Agora Cristo, honrando o seu servo, confessa-o diante
do seu Pai celeste. O Salvador está em pé pronto para acolher, como
intercessor e advogado, o crente fiel que enfrenta a morte por Ele (cf.
Mc 8.38; Lc 12.8; Rm 8.34; 1 Jo 2.1).

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 8º

8.1 UMA GRANDE PERSEGUIÇÃO. Parece que Saulo foi o líder da


primeira perseguição em grande escala contra a igreja (vv. 1-3; 9.1),
perseguição essa intensa e severa. Homens e mulheres eram encerrados
na prisão (v. 3) e açoitados (22.19), e muitos foram mortos (22.20;
26.10,11). Deus, porém, transformou essa perseguição em início da
grande obra missionária da igreja (v. 4).

8.5-24 DESCENDO FILIPE À ... SAMARIA. Note a seqüência de


eventos nesse registro do derramamento do Espírito Santo nos crentes
samaritanos.

(1) Filipe pregou o evangelho do reino, e Deus confirmou a Palavra com


sinais e prodígios (vv. 5-7).

(2) Muitos samaritanos receberam a Palavra de Deus (v. 14), creram em


Jesus (v. 12), foram curados e libertos de espíritos imundos (v. 7), e
batizados nas águas (vv. 12,13). Assim, experimentaram a salvação, a
obra regeneradora do Espírito Santo e o poder do reino de Deus (ver v.
12 nota). (3) O Espírito Santo, porém, não tinha descido sobre nenhum
deles depois da sua conversão a Cristo e batismo em água (v. 16).

(4) Alguns dias depois da conversão dos samaritanos, Pedro e João


chegaram a Samaria e oraram para os novos crentes receberem o
Espírito Santo (vv. 14,15). Houve um definido intervalo entre a
conversão deles e o recebimento do batismo no Espírito Santo (vv. 16,17;
cf. 2.4). Este caso dos samaritanos segue o padrão da experiência
idêntica dos discípulos no dia de Pentecoste (ver o estudo A
REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS e O BATISMO NO ESPÍRITO
SANTO).

(5) Sem dúvida houve manifestação externa neste caso de recebimento


do Espírito Santo, a saber: línguas e profecia (ver v. 18 nota)

8.6 OS SINAIS QUE ELE FAZIA. A promessa de Cristo no sentido de


operar sinais e milagres para confirmar a pregação da Palavra não se
limitava aos apóstolos (Mc 16.15-18; ver o estudo SINAIS DOS
CRENTES). Ele prometeu que os convertidos por seus discípulos ( os
que crerem na palavra deles) operarão milagres em nome de Jesus, tais
como expulsar demônios (Mc 16.17) e curar os enfermos (Mc 16.18). Foi
exatamente o que Filipe fez (vv. 6,7)

8.12 CRESSEM... DO NOME DE JESUS CRISTO. Os samaritanos já


eram convertidos e salvos antes do Espírito vir sobre eles (ver o v. 17).

(1) Creram e foram batizados. Dois fatos tornam claro que a fé dos
samaritanos era fé genuína salvífica.

(a) Tanto Filipe (v. 12) quanto os apóstolos (v. 14) consideravam válida
a fé que eles tinham.

(b) Os samaritanos assumiram um compromisso público com Cristo


mediante o batismo em água (v. 12). As Escrituras afirmam que Quem
crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Sendo assim, eram regenerados
e o Espírito Santo habitava neles (Rm 8.9).

(2) O recebimento do Espírito Santo por eles, vários dias mais tarde (v.
17), não era para salvação. Era o recebimento do Espírito Santo como
os discípulos o receberam no dia de Pentecoste, i.e., para dotá-los de
poder para o serviço e o testemunho para Deus (1.8). Lucas emprega
aqui a expressão recebereis a virtude do Espírito, primeiramente no
sentido de revestir de poder divino (1.8; 2.38; 8.17; 10.47; 19.2), e não no
sentido do novo nascimento ou da regeneração (ver o estudo A
REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS; e O BATISMO NO ESPÍRITO
SANTO).

(3) Alguns têm ensinado que a fé dos samaritanos não era uma fé
salvífica e regeneradora. É uma incoerência crer que Filipe, um homem
cheio de fé, de sabedoria e do Espírito Santo (6.3-5), batizasse, curasse e
expulsasse demônios de pessoas, cuja fé não considerasse genuína

8.16 SOBRE NENHUM DELES TINHA AINDA DESCIDO. O Espírito


ainda não tinha descido sobre nenhum deles, da mesma maneira que
descera sobre os crentes no dia de Pentecoste (2.4). Ainda não descera
sobre eles de conformidade com a promessa do Pai (1.4) e conforme
Cristo predissera: vós sereis batizados com o Espírito Santo (1.5; ver vv.
5-24 nota; v. 18 nota).

8.17 RECEBERAM O ESPÍRITO SANTO. Mediante a imposição das


mãos dos apóstolos, os samaritanos recebem o Espírito Santo de modo
idêntico ao batismo do dia de Pentecoste (1.8; 2.4). A experiência dos
samaritanos em duas etapas, ou seja: primeiramente crer e depois ser
cheio do Espírito, demonstra que a experiência em duas etapas dos
crentes, do dia de Pentecoste não foi anômala. As experiências tanto de
Paulo em 9.5-17, como a dos discípulos efésios em 19.1-6, foram iguais à
dos samaritanos. Aceitaram Cristo como Senhor e depois foram cheios
do Espírito. Não tem que haver um longo tempo de espera entre a
salvação e o batismo no Espírito, conforme demonstra o caso dos gentios
em Cesaréia (cap. 10).

8.18 SIMÃO, VENDO. A descida do Espírito sobre os samaritanos foi


acompanhada de manifestações externas visíveis notadas até por Simão,
o mágico. É razoável concluir que as manifestações visíveis eram
semelhantes às dos primeiros discípulos no dia de Pentecoste, i.e., falar
noutras línguas (ver 2.4; 10.45,46 nota; 19.6; ver o estudo O FALAR EM
LÍNGUAS). Assim, tanto os samaritanos como os apóstolos tiveram um
sinal confirmador da descida do Espírito Santo sobre aqueles novos
crentes

8.21 O TEU CORAÇÃO NÃO É RETO. O batismo no Espírito Santo


através do livro de Atos ocorre somente entre os salvos por Jesus Cristo.

(1) Simão, que queria o poder e o dom do Espírito Santo, bem como
autoridade para transmitir o dom (v. 19), foi rejeitado por Deus por ser
ímpio, em laço de iniqüidade (vv. 22,23), não tendo um coração reto
diante de Deus (v. 21). O dom genuíno do Espírito Santo será derramado
somente sobre quem o teme e faz o que é justo (10.35, cf. 44-48; ver
também 5.32).

(2) Antes e depois do dia do Pentecoste os discípulos de Cristo viviam


para o Senhor ressurreto (1.2-14; 2.32) e oravam continuamente (1.14;
6.4). Suas vidas eram separadas do pecado e do mundo (2.38-40) e
observavam o ensino dos apóstolos (2.42; 6.4). Novos derramamentos do
Espírito eram concedidos a crentes que tinham largado seus pecados e
seus maus caminhos, para viverem para Jesus Cristo (cf. 2.42; 3.1,19,22-
26; 4.8,19-35; 5.29-32; 6.4; 8.14-21; 9.1-19; 10.34-47; 19.1-6; 24.16).
Andar no Espírito e ser guiado por Ele são sempre condições para
alguém ser cheio do Espírito (ver Gl 5.16-25; cf. Ef 5.18). (3) Qualquer
experiência sobrenatural, tida
como o batismo no Espírito Santo, ocorrida em quem continua nos
caminhos pecaminosos da carne, não é de Cristo (cf. 1 Jo 4.1-6). Pelo
contrário, é um falso batismo no Espírito, e que pode ser acompanhado
de poderes demoníacos (Mt 7.21-23; 2 Ts 2.7-10; ver o estudo PROVAS
DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 9º

9.3-19 A CONVERSÃO DE PAULO. Os versículos 3-9 registram a


conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. 22.3-16; 26.9-18).
Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa
de Judas (v. 11), fica claro à luz do seguinte:

(1) Ele obedece às ordens de Cristo (v. 6; 22.10; 26.15-19), compromete-


se a ser um ministro e testemunha do evangelho (26.16) e um missionário
aos gentios (26.17-19) e entrega-se à oração (v. 11).

(2) Paulo é chamado Irmão Saulo por Ananias (v. 17). Ananias percebe
que Paulo é um crente que experimentou o novo nascimento (ver Jo 3.3-
6), que se dedicou a Cristo, para fazer a sua vontade e que apenas
necessita ser batizado, receber a restauração da sua vista e ser cheio do
Espírito Santo (vv. 17,18; ver 9.17 nota).

9.11 POIS EIS QUE ELE ESTÁ ORANDO. Após conhecer Jesus e
aceitá-lo como Senhor e Messias, Paulo ora e jejua, pedindo orientação,
em atitude de profunda dedicação a Deus. A fé salvadora e o novo
nascimento à que ela conduz, sempre levarão o crente a buscar
comunhão com seu Senhor e Salvador, que ele acaba de aceitar.

9.13 TEUS SANTOS. Os crentes do NT são chamados santos (cf. 26.10;


Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ap 13.7; 19.8).

(1) A idéia básica do termo santo (gr. hagios) é separação do pecado, e,


para Deus. Os santos, noutras palavras, são os separados para Deus ou
os santificados em Deus . Isto significa ser guiado e santificado pelo
Espírito Santo (Rm 8.14; 1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), largar o mundo
a fim de seguir a Jesus (Jo 17.15-17; ver o estudo A SANTIFICAÇÃO).
Mesmo assim, o termo santo não significa que o crente seja perfeito ou
incapaz de pecar (cf. 1 Jo 2.1).

(2) O NT em nenhum lugar chama o crente de pecador salvo , portanto


este costume não é bíblico. O termo bíblico comum para todos os crentes
é santo , o qual enfatiza:

(a) a pressuposição bíblica que todos os crentes vivam conforme os


ensinos divinos da justiça (Ef 5.3), e

(b) a necessidade da santidade ser uma realidade interna em todos que


pertencem a Cristo (1 Co 1.30)
9.16 PADECER PELO MEU NOME. A conversão de Paulo incluiu não
somente uma ordem para pregar o evangelho, mas também uma
chamada para sofrer por amor a Cristo. Paulo foi informado desde o
início que ele sofreria muito pela causa de Cristo. No reino de Cristo,
sofrer por amor a Ele é um sinal do mais alto favor de Deus (14.22; Mt
5.11,12; Rm 8.17; 2 Tm 2.3) e o meio de ter um ministério frutífero (Jo
12.24; 2 Co 1.3-6); resulta em recompensas abundantes no céu (Mt 5.12;
2 Tm 2.12). A morte precisa atuar no crente para que a vida de Deus
flua dele para os outros (Rm 8.17,18,36,37; 2 Co 4.10-12). Para outros
textos sobre os sofrimentos de Paulo, ver 20.23; 2 Co 4.8-18; 6.3-10;
11.23-27; Gl 6.17; 2 Tm 1.11,12; ver também 2 Co 1.4 nota; 11.23 nota.

9.17 IRMÃO SAULO. Ver nota sobre vv. 3-19.

9.17 CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Três dias depois da sua conversão,


Paulo recebeu a plenitude do Espírito Santo. A experiência de Paulo
forma um paralelo com a dos discípulos no dia de Pentecoste (ver o
estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). Primeiro, a sua
experiência do novo nascimento; a salvação (ver vv. 3-19 nota; depois,
ser cheio do Espírito Santo (v. 17). Embora Lucas não diga
especificamente que Paulo falou em línguas quando recebeu o dom do
Espírito Santo, é justo admitir que ele o fez.

(1) O padrão do NT mostra que a pessoa que recebe a plenitude do


Espírito Santo começa a falar noutras línguas (2.4; 10.45,46; 19.6; ver
11.15 nota).

(2) O próprio Paulo testifica que freqüentemente falava em línguas: Dou


graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos (1 Co
14.18)
9.18 FOI BATIZADO. O interesse primacial de Lucas aqui é o próprio
batismo no Espírito Santo e não primeiramente o fato de ele falar em
línguas no batismo. Quem busca a plenitude do Espírito deve
concentrar-se no próprio Espírito Santo e não numa manifestação
externa. Por outro lado, todos os crentes que desejam a plenitude do
Espírito Santo devem aguardar as manifestações espirituais desta
bênção (2.4,17).

9.31 NO TEMOR DO SENHOR. Lucas enfatiza a fórmula temer a Deus


tanto no seu Evangelho (ver Lc 1.50, 18.2; 23.40) como em Atos. São os
tementes a Deus (os gentios que abraçaram a fé judaica) que formam a
base inicial da obra missionária aos gentios no cap. 10 (10.2,22,35;
13.16,26). O temor do Senhor produz confiança e obediência, bem como
o afastar-se do mal (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7); isso, por sua vez, resulta
na consolação do Espírito Santo (v. 31) (para uma maior exposição deste
assunto, ver o estudo O TEMOR DO SENHOR)

9.36 DORCAS... CHEIA DE BOAS OBRAS. Assim como Deus operava


através de Pedro para curar (vv. 33-35) e para ressuscitar os mortos (v.
40), Ele também operava através de Dorcas, para praticar atos de
bondade e de amor. Os atos de amor para ajudar os necessitados são
tanto uma manifestação do Espírito Santo, quanto o são os milagres, os
sinais e os prodígios. Paulo enfatizou essa verdade em 1 Co 13 (cf. 1 Pe
4.10,11)

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 10º

10.4 ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA DIANTE DE DEUS. Deus


considera nossas orações um sacrifício que sobe até Ele, lembrando-lhe
da nossa perseverança, ao invocá-lo com fé e devoção (ver Sl 141.2; Hb
13.15,16).

10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAÇO PARA ORAR. O Espírito Santo, o


autor das Escrituras, revela através delas que os cristãos do NT eram
dedicados a muita oração. Estavam convictos de que o reino de Deus não
poderia manifestar-se em todo o seu poder mediante uns poucos minutos
de oração por dia (1.14; 2.42; 3.1; 6.4;

Ef 6.18; Cl 4.2).

(1) O judeu piedoso orava duas ou três vezes por dia (cf. Sl 55.17; Dn
6.10). Era prática dos seguidores de Cristo, especialmente dos apóstolos
(6.4), orar com a mesma devoção. Pedro e João subiram ao templo para
a hora da oração (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (16.16). Pedro
orava regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9); Deus
recompensou Cornélio pela sua fidelidade na observância das suas horas
de oração (10.30ss.).

(2) As Escrituras exortam os crentes a continuarem perseverantes na


oração (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a orarem sem cessar (1
Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o
tempo com toda a oração (Ef 6.18), a perseverarem na oração (Cl 4.2), e
a orarem com eficácia (Tg 5.16). Estas exortações indicam que não
poderá haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado,
Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de ganhar os
perdidos, sem muita oração diariamente (ver o estudo sobre A
ORAÇÃO EFICAZ).

(3) Não seria do agrado de Deus, tendo em vista a exortação do Senhor,


que seus discípulos vigiem e orem pelo menos uma hora (Mt 26.38-41);
e à luz da urgência dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente
dedicasse pelo menos uma hora por dia à oração e ao estudo da Palavra
de Deus, visando ao crescimento do seu reino na terra e tudo quanto isso
significa para nós (Mt 6.10,33)?

(4) Uma hora de oração pode incluir o seguinte:

(a) louvor,

(b) cantar ao Senhor,

(c) ações de graças,

(d) esperar em Deus,

(e) ler a Palavra,

(f) ficar atento ao Espírito Santo,

(g) orar com as próprias palavras das Escrituras,

(h) confissão das faltas,

(i) intercessão pelos outros,

(j) petição pelas nossas próprias necessidades, e

(l) oração em línguas


10.19 DISSE-LHE O ESPÍRITO. O Espírito Santo deseja a salvação de
todas as pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato de os apóstolos terem
recebido o Espírito, eles, também, desejavam a salvação de todas as
pessoas.
Intelectualmente, no entanto, não compreendiam que a salvação já não
se restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as nações (vv. 34,35).
Foi o Espírito Santo que alargou a visão da igreja. Em Atos, Ele é a força
da obra missionária e o que dirige a igreja para novas áreas de
testemunho (8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O
derramamento do Espírito e a compulsão à missão sempre andam de
mãos dadas (cf. 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvação do
seu povo, sem, porém, compreenderem plenamente o propósito do
Espírito Santo para as missões mundiais (ver Mt 28.19 nota; Lc 24.47
nota).

10.34 DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. Deus não tem


nenhuma nação ou raça predileta, nem favorece qualquer indivíduo por
causa da sua nacionalidade, linhagem ou posição na vida (cf. Tg 2.1).
Deus favorece e aceita aqueles, dentre todas as nações, que abandonam
o pecado, crêem em Cristo, temem a Deus e vivem retamente (v. 35; cf.
Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseveram neste modo de vida,
permanecerão no amor e no favor de Deus (Jo 15.10).

10.38 CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO. Ver o


estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

10.44 CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS. A família gentia de


Cornélio ouve e recebe a Palavra com fé salvadora (vv. 34-48; 11.14). (1)
Deus imediatamente derrama sobre ela o Espírito Santo (v. 44) como seu
testemunho de que creram e receberam a vida regeneradora de Cristo
(cf. 11.17; 15.8,9). (2) A vinda do Espírito Santo sobre a família de
Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do Espírito Santo para os
discípulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse derramamento do
Espírito não é a obra de Deus na regeneração do pecador, mas sua vinda
sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro
posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa experiência e a do
dia de Pentecoste (11.15,17). (3) Evidentemente, é possível uma pessoa
ser batizada no Espírito imediatamente depois de receber a salvação (ver
v. 46 nota; cf. 11.17).

10.45 O DOM DO ESPÍRITO SANTO. Para uma abordagem das


dimensões principais da atividade do Espírito Santo na vida do crente,
ver o estudo A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

10.46 OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS. Pedro e os que o


acompanhavam consideravam o falar em línguas, mediante o Espírito,
como o sinal convincente do batismo no Espírito Santo. Isto é, assim
como Deus confirmou o acontecimento do dia de Pentecoste com o sinal
das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornélio falarem em línguas
como sinal convincente para Pedro e os demais crentes judeus (ver o
estudo O FALAR EM LÍNGUAS)

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 11º

11.15 CAIU SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM


SOBRE NÓS AO PRINCÍPIO. O derramamento do Espírito Santo no
dia de Pentecoste (2.4) foi um padrão para o recebimento do Espírito, a
partir de então. O batismo no Espírito seria determinado pela
transformação visível ocorrida no indivíduo pela infusão da alegria por
expressões vocais sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no
testemunho (2.4; 4.31; 8.15-19; 10.45-47; 19.6). Por isso, quando Pedro
salientou diante dos apóstolos e irmãos em Jerusalém que os familiares
de Cornélio tinham falado em línguas, ao ser derramado sobre eles o
Espírito Santo (cf. 10.45-46), ficaram convictos de que Deus estava
concedendo aos gentios a salvação em Cristo (v. 18). Não se pode hoje
dizer que alguém recebeu o batismo no Espírito se as manifestações
físicas, tais como o falar em línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte
de Atos, o batismo no Espírito Santo aparece como uma experiência
percebida somente pela fé (ver 8.12,16 notas; 19.6 nota; ver os estudos O
FALAR EM LÍNGUAS e PROVAS DO GENUÍNO BATISMO NO
ESPÍRITO SANTO)

11.17 A NÓS, QUANDO CREMOS. Esta expressão é, no grego, um


particípio aoristo, que normalmente descreve uma ação que ocorre antes
daquela do verbo principal. Por isso, uma tradução mais exata seria:
Deus lhes deu o mesmo dom que a nós também, depois que cremos . Esta
interpretação concorda com os fatos históricos, i.e., que os discípulos
tinham crido em Jesus e tinham sido regenerados pelo Espírito, antes do
dia de Pentecoste (ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS
DISCÍPULOS)
11.18 OUVINDO ESTAS COISAS. O discurso de Pedro silenciou todas
as objeções (vv. 4-18). Deus tinha batizado os gentios no Espírito Santo
(10.45), e este ato foi acompanhado da evidência convincente do falar
noutras línguas pelo Espírito (10.46). Era esse o único sinal necessário a
ser aceito sem mais dúvidas.

11.23 QUE... PERMANECESSEM NO SENHOR. Os discípulos do NT


não aceitavam o ensino que aquele que recebesse a graça de Deus
permaneceria automaticamente leal ao Senhor, visto que o pecado, o
mundo e as tentações de Satanás podiam levar um novo crente a desviar-
se do caminho da salvação em Cristo. Barnabé nos oferece um exemplo
de como os novos convertidos devem ser tratados: que nosso interesse
principal seja ajudá-los e animá-los a permanecerem na fé, no amor e na
comunhão com Cristo e com sua igreja (cf. 13.43; 14.22).

11.26 OS DISCÍPULOS... CHAMADOS CRISTÃOS. A palavra cristão


(gr. christianos) ocorre somente três vezes no NT (11.26; 26.28; 1 Pe
4.16). Originalmente, era um termo que denotava um servo e seguidor
de Cristo. Hoje tornou-se termo geral, destituído do significado original
que tinha no NT. A nós, este termo deve sugerir o nome do nosso
Redentor (Rm 3.24), a idéia do profundo relacionamento do crente com
Cristo (Rm 8.38,39), o pensamento de que o recebemos como nosso
Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9). Reivindicar o
nome de cristão significa que Cristo e a sua palavra revelada nas
Escrituras são a autoridade suprema e a única fonte da esperança futura
(Cl 1.5,27).

11.27 PROFETAS. A posição dos profetas na igreja é reconhecida nas


epístolas paulinas (ver o estudo DONS MINISTERIAIS PARA A
IGREJA)
*

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 12º

12.2 E MATOU À ESPADA TIAGO. Deus permitiu que Tiago, irmão


de João (cf. Mt 4.21) morresse, mas enviou um anjo para livrar a Pedro
(vv. 3-17). São os caminhos misteriosos de Deus para com o seu povo que
levaram Tiago a morrer, enquanto Pedro escapou para continuar seu
ministério. Tiago teve a honra de ser o primeiro dos apóstolos que
morreu como mártir. Morreu da mesma maneira que seu Senhor: pela
causa de Deus (cf. Mc 10.36-39).

12.5 A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do


NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos
para uma igreja neotestamentária.

(1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em


congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente
buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus
Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6 nota).

(2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos,


nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja;
participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (2.41,42; 4.33;
5.14; 11.24; 1 Co 11.26).

(3) O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos novos


crentes (ver 2.39 nota), e sua presença e poder se manifestarão.

(4) Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co


12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (2.18,43; 4.30;
5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18).

(5) Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério quíntuplo, o qual
adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12; ver o
estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA)

(6) Os crentes expulsarão demônios (5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17).

(7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos


originais de Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20 nota). Os membros
da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de Deus e à obediência a ela
(6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15).

(8) No primeiro dia da semana (20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se


reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de
Deus escrita e das manifestações do Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm
5.17).

(9) A igreja manterá a humildade, reverência e santo temor diante da


presença de um Deus santo (5.11). Os membros terão uma preocupação
vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no
pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28;
1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15 nota).
(10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da
justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a
direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt
18.15 nota; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; ver o estudo OS PASTORES
E SEUS DEVERES).

(11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para


cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8
nota).

(12) Haverá amor e comunhão no Espírito evidente entre os membros


(2.42,44-46; ver Jo 13.34 nota), não somente dentro da congregação local
como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-
31; 2 Co 8.1-8).

(13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (1.14; 6.4; 12.5; 13.2;
Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).

(14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no


mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1
Jo 2.15,16).

(15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus


costumes (4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).

(16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a outros


países (2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de
igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para
manter estas 16 características práticas entre seus membros (ver o
estudo A IGREJA, para mais exame da doutrina bíblica da igreja)
12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a
perseguição em oração fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago
fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis
soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração
feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um
modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles
não demorou a ser atendida (vv. 6-17).

As igrejas do NT freqüentemente se dedicavam à oração coletiva


prolongada (1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de Deus é que
seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as
palavras de Jesus: A minha casa será chamada casa de oração (Mt
21.13).

As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão


divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer
a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não
apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e
presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum
volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e
entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo,
sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes
perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14).

12.7 O ANJO. Os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir


a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14; ver 1.13 nota;
ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR)
*

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 13º

13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristão cheio do Espírito é muito


sensível ao que o Espírito Santo comunica durante a oração e o jejum
(ver Mt 6.16 nota). Aqui, a comunicação da parte do Espírito Santo
provavelmente foi uma palavra profética (cf. v. 1).

13.2 PARA A OBRA A QUE OS TENHO CHAMADO. Paulo e Barnabé


foram chamados à obra missionária e enviados pela igreja de Antioquia.
As características dessa obra estão descritas em 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e
26.16-18.

(1) Paulo e Barnabé foram chamados para pregar o evangelho e


conduzir homens e mulheres à salvação em Cristo. As Escrituras não
indicam em lugar nenhum que os missionários do NT foram enviados
aos campos para realizarem trabalhos sociais ou políticos, i.e., propagar
o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício de todos os tipos de
atividades sociais ou políticas para o bem da população do Império
Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a Cristo (16.31;
20.21), livrá-las do poder de Satanás (26.18), levá-las a receber o Espírito
Santo (19.6) e organizá-las em igrejas. Nesses novos cristãos, o Espírito
Santo veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele deu dons
espirituais (1 Co 12-14) e transformou esses fiéis de tal maneira que suas
vidas glorificavam ao seu Salvador.
(2) Os missionários do evangelho de hoje devem ter a mesma atividade
prioritária: ser ministros e testemunhas do evangelho, que levem outros
a Cristo, livrando-os do domínio de Satanás (26.18), fazendo-os
discípulos, motivando-os a receber o Espírito Santo e os seus dons (2.38;
8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto Cristo ordenou (Mt
28.19,20).

Isto deve ser acompanhado de sinais e prodígios, cura de enfermos e


libertação de oprimidos pelos demônios (2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc
16.17,18). Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve
também incluir atos pessoais de amor, de misericórdia e de bondade
para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que são
chamados a dar testemunho do evangelho servirão na causa divina
segundo o modelo de Jesus (ver Lc 9.2 nota).

13.3 OS DESPEDIRAM. Com estas palavras começa o grande


movimento missionário da igreja até aos confins da terra (1.8). Os
princípios missionários vistos no capítulo 13 são um modelo para todas
as igrejas que enviam missionários.

(1) A atividade missionária é originada pelo Espírito Santo, através de


líderes espirituais que estão profundamente dedicados ao Senhor e ao
seu reino, buscando-o com oração e jejum (v. 2).

(2) A igreja deve estar atenta ao ministério e atividade proféticos do


Espírito Santo e sua orientação (v. 2).

(3) Os missionários que são enviados, devem fazê-lo segundo a chamada


e a vontade específicas do Espírito Santo (v. 2b).
(4) Mediante a oração e o jejum, a igreja buscando constantemente estar
em harmonia com a vontade do Espírito Santo (vv. 3,4), confirma a
chamada divina de determinadas pessoas à obra missionária. O
propósito é que a igreja envie somente aqueles que forem da vontade do
Espírito Santo. (5) Pela imposição de mãos e o envio de missionários, a
igreja indica que se compromete a sustentar e assistir os que saem à
obra. A responsabilidade da igreja que envia missionários inclui
demonstrar amor e cuidado para com eles de um modo digno de Deus (3
Jo 6), orar por eles (v. 3; Ef 6.18,19) e sustentá-los financeiramente (Lc
10.7; 3 Jo 6-8). Isso inclui ofertas especiais de amor para necessidades
específicas deles (Fp 4.10, 14-18). ver Dt 18.9-11 notas
O missionário é uma projeção do propósito, interesse e missão da igreja
que os envia. Essa igreja fica sendo, portanto, uma cooperadora da
verdade (Fp 1.5; 3 Jo 8). (6) Aqueles que saem como missionários devem
estar dispostos a expor a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo
(15.26).

13.8 ELIMAS, O ENCANTADOR. Este judeu encantador (feiticeiro)


era provavelmente um astrólogo. Os astrólogos ensinavam que o destino
de cada pessoa é determinado pela posição dos astros em relação ao
nascimento dessa pessoa. Toda feitiçaria e astrologia são formas de
espiritismo, o qual se opõe ao evangelho de Cristo, porque são coisas de
Satanás e seus demônios. Ver as frases resistia-lhes Elimas e inimigo de
toda a justiça (vv. 8,10; ver Dt 18.9-11 notas).

13.9 SAULO... CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Mesmo quem foi


batizado no Espírito, como Paulo o foi (9.17), pode, em ocasiões de
necessidade específica, receber novos enchimentos do Espírito.
Semelhantes enchimentos repetidos são necessários:
(1) no enfrentamento da oposição ao evangelho (4.8);

(2) no avanço do evangelho (4.8-12,31) e

(3) ao enfrentar diretamente a atividade satânica (13.9). Enchimentos


repetidos do Espírito Santo devem ser normais a todos os crentes
batizados no Espírito Santo.

13.11 FICARÁS CEGO. Os milagres do NT iam além de curas. Alguns,


como nos casos da ira de Deus contra Elimas (vv. 8-11) e Herodes (12.20-
23), envolveram juízo contra os ímpios. O caso de Ananias e Safira (5.1-
11) é um exemplo de julgamento sob a forma de milagre, revelando a ira
divina contra o pecado dentro da igreja.

13.31 SUAS TESTEMUNHAS PARA COM O POVO. Testemunha (gr.


martus) é alguém que testifica, por atos ou palavras, da verdade .
Testemunhas cristãs são as que confirmam e atestam a obra salvífica de
Jesus Cristo através das suas palavras, ações e vida e, se necessário,
através da sua própria morte. Ser testemunha envolve sete princípios:

(1) Dar testemunho de Cristo é a obrigação de todos os crentes (1.8; Mt


4.19; 28.19,20).

(2) A testemunha cristã deve ter uma mentalidade missionária, visando


alcançar todas as nações, e levar a salvação divina até aos confins da
terra (11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47).

(3) A testemunha cristã fala principalmente a respeito da vida de Cristo,


da sua morte, ressurreição, poder salvífico e da promessa do Espírito
Santo (2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8).
(4) A testemunha cristã precisa produzir convicção quanto ao pecado, a
justiça e ao juízo (2.37-40; 7.51-54; 24.24,25; ver Jo 16.8 nota). Mediante
tal testemunho, as pessoas são levadas à fé salvífica (2.41; 4.33; 6.7;
11.21).

(5) A testemunha cristã sofrerá às vezes (7.57-60; 22.20; 2 Co 11.23-29).


A palavra mártir deriva da palavra grega que significa testemunha . Ser
discípulo do Senhor subentende compromisso, custe ele o que custar ao
discípulo.

(6) O testemunho cristão deve ser paralelo a uma separação do mundo


(2.40), a uma vida de justiça (Rm 14.17) e a uma confiança total no
Espírito Santo (4.29-33) que resulta na sua manifestação com poder (1
Co 2.4).

(7) O testemunho cristão deve ser profético (2.17), revestido de poder


(1.8) e inspirado pelo Espírito (2.4; 4.8).

13.48 ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA. Alguns entendem que


este versículo ensina a predestinação arbitrária. Entretanto, nem o
contexto nem a palavra traduzida ordenados (gr. tetagmenoi, do verbo
tasso, justifica essa interpretação).

(1) O versículo 46 enfatiza explicitamente a responsabilidade humana na


aceitação ou rejeição da vida eterna. A melhor interpretação de
tetagmenoi, portanto, é estavam dispostos : e creram todos quantos
estavam dispostos para a vida eterna . Esta interpretação concorda
totalmente com as afirmações de 1 Tm 2.4; Tt 2.11; 2 Pe 3.9 (ver o
estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO).
(2) Além disso, segundo Rm 11.20-22, ninguém é incondicionalmente
destinado à vida eterna

13.52 ESTAVAM CHEIOS ... DO ESPÍRITO SANTO. O verbo grego


traduzido cheios está no pretérito imperfeito, indicando ação contínua
num tempo passado. Os discípulos recebiam continuamente, dia após
dia, a plenitude e o revestimento de poder do Espírito Santo. A plenitude
do Espírito não é meramente uma experiência inicial que ocorre uma só
vez, mas, sim, uma vida de repetidos enchimentos para as necessidades
e tarefas da parte de Deus (cf. Ef 5.18).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 14º

14.3 SINAIS E PRODÍGIOS. Foi da vontade de Deus que a pregação do


evangelho fosse acompanhada por sinais miraculosos para confirmar a
veracidade do evangelho (cf. Mc 16.20; ver o estudo SINAIS DOS
CRENTES). Dessa maneira, o Senhor cooperava com o seu povo e dava
testemunho da veracidade da mensagem do evangelho. Semelhante
confirmação da graça de Deus, com sinais e prodígios, não é menos
necessária hoje, à medida que enfrentamos os tempos difíceis dos
últimos dias (ver 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-13)
14.4 APÓSTOLOS. Tanto Paulo como Barnabé são chamados apóstolos.
Como termo mais genérico, apóstolo era aplicado aos primeiros
missionários cristãos enviados pela igreja para pregar a mensagem do
NT (14.4,14). Apóstolo num sentido especial é aplicado somente àqueles
que tinham recebido uma comissão direta de Cristo para implantar sua
mensagem e revelação originais (ver Ef 2.20 nota). Paulo era um
apóstolo nesse sentido especial (ver 1 Co 9.1; 15.7).

14.9 VENDO QUE TINHA FÉ. O discernimento da fé do coxo, por


Paulo, veio certamente através do Espírito Santo. Paulo passou, então, a
encorajar a fé desse homem, ordenando que ele ficasse em pé. Os crentes
devem orar, pedindo discernimento espiritual para reconhecer a fé das
pessoas que precisam da graça e da cura divinas.

14.19 APEDREJARAM A PAULO. Nos tempos do NT, Deus nem


sempre protegia seus servos dos sofrimentos. Essa verdade é imanente
no evangelho, e é válida hoje também: o reino de Deus avança a um alto
preço da parte dos servos do Senhor. Quando Paulo descreveu
posteriormente os sofrimentos que suportara por amor a Cristo, referiu-
se a essa ocasião dizendo: uma vez fui apedrejado (2 Co 11.25; Gl 6.17;
ver At 9.16 nota). Ao escrever às igrejas da Galácia, declarou: trago no
meu corpo as marcas do Senhor Jesus (Gl 6.17), referindo-se
provavelmente e este incidente (ver 2 Co 11.23, nota sobre os sofrimentos
de Paulo).

14.22 POR MUITAS TRIBULAÇÕES. Aqueles que se dedicam a Cristo


como Senhor, e que um dia entrarão no reino do céu, hão de sofrer
muitas tribulações ao longo do seu caminho. Por viverem em meio a um
mundo hostil, têm que se engajar na guerra espiritual contra o pecado e
o poder de Satanás (Ef 6.12; cf. Rm 8.17; 2 Ts 1.4-7; 2 Tm 2.12). Por
outro lado, a vida verdadeiramente cristã é uma contínua batalha contra
os poderes do mal.

(1) Os que são fiéis a Cristo, à sua Palavra e aos caminhos de justiça,
terão problemas e aflições neste mundo (Jo 16.33). Somente o crente
morno ou de meio termo viverá em paz com este mundo (cf. Ap 3.14-17).

(2) O presente mundo ímpio, bem como os falsos crentes, continuarão


como adversários do evangelho de Cristo até quando o Senhor derrubar
o sistema maligno deste mundo, na sua vinda (Ap 19.20). Entrementes,
a esperança do crente está reservada nos céus (Cl 1.5) e está já prestes
para se revelar no último tempo (1 Pe 1.5). Sua esperança não consiste
nesta vida, nem neste mundo, mas no aparecimento do seu Salvador
para levá-lo para si (Jo 14.1-3; 1 Jo 3.2,3; ver o estudo A ESPERANÇA
DO CRENTE SEGUNDO A BÍBLIA)

14.23 HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIÃOS. A consagração de


anciãos ou presbíteros (aqui, ministros ou pastores), foi feita não
somente pela busca da vontade do Espírito, mediante a oração e jejum,
como também através de um exame do caráter, dos dons espirituais, da
reputação e da vida irrepreensível dos candidatos ao dito cargo (1 Tm
3.1-10). Se fossem achados irrepreensíveis, seriam consagrados (ver o
estudo QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR)

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 15º

15.8 DEUS, QUE CONHECE OS CORAÇÕES. O conhecimento que


Deus tinha dos corações dos gentios (i.e., de Cornélio e dos seus
familiares) diz respeito à fé salvífica que Ele viu neles. Deus deu
testemunho da autenticidade da fé que tinham: (a) ao purificar seus
corações mediante a obra interior da regeneração pelo Espírito Santo (v.
9), e (b) ao batizá-los no Espírito Santo imediatamente, com o sinal
acompanhante de falar em línguas (10.44-46; 11.15-18).

15.11 PELA GRAÇA DO SENHOR JESUS CRISTO. A questão


essencial da conferência de Jerusalém era se a circuncisão e a obediência
à lei de Moisés eram necessárias à salvação em Cristo. Os representantes
que se reuniram ali, chegaram à conclusão de que os gentios eram salvos
pela graça do Senhor Jesus, que lhes perdoara os pecados e deles fizera
novas criaturas (ver o estudo FÉ E GRAÇA). A graça é concedida à
pessoa que se arrepende do pecado e crê em Cristo como Senhor e
Salvador (2.38,39). Essa receptividade à graça de Deus capacita a pessoa
a receber o poder de tornar-se filho de Deus (Jo 1.12)

15.14 PARA TOMAR DELES UM POVO. O plano de Deus para a


presente era é tirar dentre todas as nações um povo para si, para o seu
nome. Esse corpo de Cristo, constituído daqueles que largaram o
presente sistema mundano, ora prepara-se na qualidade de noiva de
Cristo (Ap 19.7,8).

15.16 O TABERNÁCULO DE DAVI. Tiago indica que a missão


redentora de Cristo abrange tanto os judeus quanto os gentios. A tenda
de Davi, que caiu (ver Am 9.11-15 nota), refere-se a um remanescente de
Israel que sobrevive ao juízo divino.

(1) A profecia de Amós declara o seguinte:

(a) Deus julgará com destruição a nação pecaminosa de Israel, porém


não totalmente.

(b) Ele destruirá todos os pecadores da casa de Jacó (Am 9.8-10).

(c) Depois da destruição dos judeus ímpios, Deus a edificará como nos
dias da Antigüidade (cf. Am 9.11).

(2) A salvação desse remanescente purificado dentre os judeus, levará as


nações a buscarem o Senhor (v. 17). Noutros textos, Paulo diz a mesma
coisa, referindo-se à bênção dos gentios como resultado do remanescente
judaico de reconciliar-se com Deus (ver Rm 11.11-15, 25,26).

15.28 PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO. A conferência de


Jerusalém foi dirigida pelo Espírito Santo. Jesus prometera que o
Espírito Santo guiaria os fiéis em toda a verdade (Jo 16.13). As decisões
da igreja não devem ser tomadas pelo homem apenas; este deve buscar
a direção do Espírito, mediante oração e jejum e a fidelidade à Palavra
de Deus até que a vontade divina seja claramente discernida (cf. 13.2-4).
A igreja, para ser realmente a igreja de Cristo, deve ouvir o que o
Espírito diz às igrejas locais (cf. Ap 2.7).

15.29 QUE VOS ABSTENHAIS. O Espírito Santo (v. 28) estabeleceu


certos limites que possibilitam a convivência harmoniosa entre os
cristãos judaicos e seus irmãos gentios. Os gentios deviam se abster de
certas práticas consideradas ofensivas aos judeus (v. 29). Uma das
maneiras de medir a maturidade do cristão é ver a sua disposição de
refrear-se das práticas que certos cristãos consideram certas e outros
consideram erradas (ver o ensino bíblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11).

15.39 CONTENDA. Às vezes, surgem divergências entre crentes que


amam ao Senhor e que também amam uns aos outros. Quando elas não
podem ser solucionadas, é melhor desistirem de convencer um ao outro
e deixar que Deus opere a sua vontade na vida de todos os envolvidos.
Diferenças de opiniões que levam à separação, como no caso de Paulo e
Barnabé, nunca devem ser acompanhadas de amarguras e hostilidades.
Tanto Paulo quanto Barnabé continuaram seus trabalhos na causa de
Deus, com sua bênção e graça.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 16º

16.5 AS IGREJAS ERAM CONFIRMADAS. Ver a nota em 12.5 sobre


a forma de estabelecimento de igrejas no NT.

16.6 IMPEDIDOS PELO ESPÍRITO SANTO. Toda a iniciativa no


evangelismo e na atividade missionária, especialmente no caso das
viagens missionárias registradas em Atos, deve ser orientada pelo
Espírito Santo, como vemos em 1.8; 2.14-41; 4.8-12,31; 8.26-29,39,40;
10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A orientação aqui, pode ter ocorrido em
forma de uma revelação profética, de um impulso interior, de
circunstâncias externas, ou visões (vv. 6-9). Pelo impulso do Espírito,
avançavam para levar o evangelho aos não salvos. Quando o Espírito os
impedia de ir numa direção, iam noutra, confiando nEle para aprovar
ou desaprovar seus planos de viagem.

16.16 ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO. As expressões vocais


demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um deus; por
isso, os serviços dela como adivinha eram muito procurados, dando
grande lucro aos seus donos.
Através de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder
sobre o império do mal (ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS
DEMÔNIOS)

16.23 HAVENDO-LHES DADO MUITOS AÇOITES. A lei judaica


sobre castigo por açoites prescrevia até quarenta açoites para o culpado,
dependendo do juiz (Dt 25.2,3). O costume judaico era usar o chicote
com três a cinco tiras de couro presas a um cabo curto. Aqui trata-se do
costume romano (v.21) que usava a vara. Os açoites eram aplicados ao
corpo desnudo do preso (vv. 22,23). Dependendo do juiz romano, este
castigo podia ser terrivelmente cruel, por não estar fixado em lei o
número de açoites por castigo. Muitas vezes o preso morria em
consequência dos açoites. Os açoites de Paulo em 2 Co 11.24,25
abrangem tanto o açoitamento judaico (v. 24 recebi dos judeus ), como
o romano (v.25 fui açoitado com varas ). Em 2 Co 11.24 vemos a
crueldade dos judeus contra Paulo neste tipo de castigo. Davam-lhe 39
açoites para que pudessem depois aplicar-lhe idêntico castigo, uma vez
que a lei mosaica limitava a 40 o total de açoites (Dt 25.3). Certamente
foi nas sinagogas que Paulo mais sofreu o açoitamento dos judeus, pois
ele costumava freqüentá-las para pregar a Cristo. Os judeus não tinham
autoridade para decretar pena de morte por estarem sob domínio
romano, mas podiam castigar.

16.25 ORAVAM E CANTAVAM HINOS. Paulo e Silas estavam


sofrendo a humilhação do encarceramento, tendo seus pés presos ao
tronco e as costas laceradas por açoites. No meio desse sofrimento, no
entanto, oravam e cantavam hinos de louvor a Deus (cf. Mt 5.10-12).
Aprendemos da experiência missionária deles:

(1) que a alegria do crente vem do interior e independe das


circunstâncias externas; a perseguição não pode destruir nossa paz e
nossa alegria (Tg 1.2-4);

(2) que os inimigos de Cristo não poderão destruir a fé em Deus e o amor


por Ele que o crente tem (Rm 8.35-39); (3) que mesmo no meio das piores
circunstâncias, Deus dá graça suficiente àqueles que estão na sua
vontade e que sofrem por amor ao seu nome (Mt 5.10-12; 2 Co 12.9,10);
(4) que sobre aqueles que sofrem por amor ao nome de Cristo, repousa
o Espírito da glória de Deus (1 Pe 4.14).

16.26 FORAM SOLTAS AS PRISÕES DE TODOS. Por todo o livro de


Atos, Lucas enfatiza que nada pode impedir o avanço do evangelho de
Cristo quando propagado por crentes fiéis. Em Filipos, Deus interveio,
e Paulo e Silas foram libertos por um terremoto enviado por Ele. O
resultado foi um maior progresso do evangelho, destacando-se a
salvação do carcereiro e de todos os seus familiares (vv. 31-33).

16.30 QUE É NECESSÁRIO QUE EU FAÇA PARA ME SALVAR?


Esta é a pergunta mais importante que alguém se pode fazer. A resposta
dos apóstolos é: Crê no Senhor Jesus Cristo (v. 31).

(1) Crer no Senhor Jesus é achegarmo-nos a Ele como o nosso vivo e


divino Redentor, nosso Salvador da condenação eterna e o Senhor da
nossa vida. É crer que Ele é o Filho de Deus enviado pelo Pai e que tudo
quanto Ele é verdadeiro e final para a nossa vida. É crer que Ele perdoa
os nossos pecados, torna-nos seus filhos, dá-nos o Espírito Santo e está
sempre presente conosco para nos ajudar, guiar, consolar e nos levar até
ao céu.

(2) A fé salvífica é muito mais do que crer em verdades a respeito de


Cristo. Ela nos aproxima dEle, faz-nos permanecer nEle e entregar-lhe
nossa vida conturbada, na confiança de que Ele, sua Palavra e o Espírito
Santo nos conduzirão através desta vida à gloriosa presença do Pai (ver
o estudo FÉ E GRAÇA)

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 17º


17.11 EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS. O exemplo dos
crentes bereanos serve de modelo para todos quantos ouvem os
pregadores e ensinadores expondo as Escrituras. Nenhuma
interpretação ou doutrina deve ser aceita sem exame. Pelo contrário,
tudo deve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo pessoal das
Escrituras. A palavra traduzida examinar (gr. anakrino) significa
peneirar para cima e para baixo; fazer um exame cuidadoso e exato .

A pregação bíblica deve levar os ouvintes a se tornarem estudantes da


Bíblia. A veracidade de toda doutrina deve ser averiguada de
conformidade com a Palavra de Deus (ver Ef 2.20 nota).

17.16 O SEU ESPÍRITO SE COMOVIA. Vendo a idolatria e a


corrupção moral, Paulo ficou indignado e contristado (ver Hb 1.9 nota);
seu espírito se comovia, vendo o povo perdido e carente de salvação.
Paulo revelou a mesma atitude de Jesus ante o pecado e sua obra
destrutiva (ver Jo 11.33 nota). Uma atitude de ira santa contra o pecado
e a imoralidade deve ser comum a todos os que têm o espírito de Cristo.
Pela causa de Cristo e da salvação dos perdidos, nosso espírito deve
insurgir-se contra o pecado exposto nas Escrituras, pois ofensivo a Deus
e destrói a raça humana (cf. 1 Co 6.17).

17.30 ANUNCIA AGORA A TODOS...QUE SE ARREPENDAM. No


passado, antes do pleno conhecimento de Deus manifesto à raça humana
através de Jesus Cristo, Deus deixou impune a ignorância humana
quanto à sua Pessoa, bem como boa parte do pecado humano (cf. Rm
3.25). Agora, com a plena e perfeita revelação de Deus através da vinda
de Cristo, a Palavra de Deus ordena a todos que se arrependam e creiam
em Jesus como seu Senhor e Salvador.
Não haverá exceção, pois Deus não tolerará os pecados de quem quer
que seja. Todos devem abandonar seus pecados, ou serão condenados. O
arrependimento, está bem claro, é essencial à salvação (ver Mt 3.2 nota).

17.31 COM JUSTIÇA HÁ DE JULGAR O MUNDO. Para outras


referências dos escritos de Paulo sobre dia destinado por Deus para o
julgamento do mundo, ver Rm 2.5,16; 1 Co 1.8; Fp 1.6,10; 1 Ts 5.2,4; 2
Ts 1.7-10; 2.2.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 18º

18.3 DO MESMO OFÍCIO. Paulo exercia uma profissão além de pregar


o evangelho. Ele fabricava tendas e ganhava a vida assim, enquanto
viajava ou ficava hospedado com alguém (20.34; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8). Fica
claro, pelo exemplo de Paulo, que os pastores que precisam trabalhar
para ajudar no sustento de si mesmo e de sua família não têm o seu
ministério inferior ao dos outros. A vocação ministerial que incluir uma
outra secular (uma profissão) tem precedente bíblico e até mesmo
apostólico.
18.9 NÃO TEMAS. Este trecho revela os sentimentos internos e
humanos do apóstolo. A oposição e o ódio a Paulo e ao evangelho
estavam aumentando, e ele começava a recear e hesitar quanto à sua
permanência em Corinto (cf. 1 Co 2.3). Esses mesmos sentimentos
ocorrem às vezes no coração de todos os fiéis de Deus, até mesmo em
homens como Elias (1 Rs 19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo isso,
Deus socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações.
A promessa da sua presença (v. 10) é suficiente para livrá-los do medo e
dar-lhes a certeza e a paz necessárias para cumprirem a vontade de Deus
para suas vidas (vv. 10,11).

18.10 PORQUE EU SOU CONTIGO. Estas palavras de Cristo, dirigidas


a Paulo, não se referem à sua presença geral em todos os lugares, i.e.,
sua onipresença (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo
contrário, referem-se à sua presença específica entre os seus servos. Tal
presença de Cristo significa que Ele pessoalmente está ali para nos
comunicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está presente entre nós
para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, ajudar,
proteger e guiar.

(1) Podemos aprender mais desta verdade de Cristo conosco ,


examinando os trechos do AT em que Deus declarou que estava
pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus
lhe disse: Eu serei contigo (Ex 3.12). Quando Josué assumiu a liderança
de Israel, depois da morte de Moisés, Deus prometeu: serei contigo; não
te deixarei nem te desampararei (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com
estas palavras: Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não
temas, pois, porque estou contigo (Is 43.2,5).
(2) No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de Jesus ao mundo
foi tornar em realidade concreta a presença de Deus entre seu povo. Seu
nome é Emanuel , que significa Deus conosco (Mt 1.23). De novo, no fim
do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos seus
discípulos: eis que eu estou convosco todos os dias (Mt 28.20).
Marcos termina seu evangelho com as palavras: E eles, tendo partido,
pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor (Mc 16.20).

18.23 CONFIRMANDO A TODOS OS DISCÍPULOS. Assim começa a


terceira viagem missionária de Paulo (18.23; 21.15). Ele parte para
visitar as igrejas fundadas na sua primeira viagem (caps. 13-14), e na
segunda (15.36; 18.22).
Paulo jamais ganhou convertidos para depois esquecê-los; empenhava-
se de igual modo no discipulado desses novos crentes, fortalecendo-os no
caminho de Cristo. Todos os novos crentes devem ser, sem demora,
procurados por cristãos firmes na fé, que orarão com eles, lhes ensinarão
como viver a vida cristã e os motivarão a reunir-se com outros crentes
para adoração, oração, ministração da Palavra e as manifestações do
Espírito Santo para o bem de todos (2.42; Mt 28.19,20; 1 Co 12.7-11;
14.1ss.).

18.25 CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO. Nessa


ocasião, era limitada a compreensão que Apolo tinha do evangelho.
Aceitara o batismo de João e crera em Jesus como o Messias crucificado
e ressurreto. O que ele ainda não sabia era que o próprio Jesus agora
batizava todos os crentes com o Espírito Santo. Os crentes de Éfeso
estavam em situação bem semelhante (19.2,6).
*

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 19º

19.1 ÉFESO... ALGUNS DISCÍPULOS. Estes discípulos de Éfeso eram


cristãos, ou discípulos de João Batista? Ambas as hipóteses são possíveis.

(1) Alguns acham que eram cristãos.

(a) Lucas os chama discípulos (v. 1), palavra esta que ele comumente
aplica aos cristãos. Se Lucas quisesse indicar que eram apenas discípulos
de João Batista, e não de Cristo, teria dito isto mais claramente.

(b) Paulo se dirige a eles como a crentes (v. 2). O verbo crer é empregado
cerca de vinte vezes em Atos sem nenhum objeto direto. Em todos os
demais casos, o contexto indica que o sentido é crer em Cristo de modo
salvífico (ver a nota que se segue a esta).

(2) Outros argumentam que os discípulos de Éfeso eram discípulos de


João Batista que ainda esperavam a chegada do Messias. Depois de
terem ouvido a respeito de Jesus da parte de Paulo, creram nEle como o
Cristo predito nas Escrituras, e nasceram de novo pelo Espírito (vv. 4,5).

(3) Em qualquer das hipóteses, fica claro que foi somente depois de
crerem, de serem batizados e receberem a imposição das mãos, é que
foram cheios do Espírito Santo (vv. 5,6).

19.2 RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...? Observe os fatos


abaixo, no tocante aos discípulos de Éfeso.
(1) A pergunta de Paulo sugere enfaticamente que ele os tinha como
cristãos verdadeiramente convertidos, mas que ainda não tinham
recebido a plenitude do Espírito Santo.

(2) A pergunta de Paulo, nesse contexto, refere-se ao batismo do Espírito


Santo como revestimento de poder e capacitação para o serviço, da
mesma forma que ocorreu aos apóstolos no Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Ela
não pode referir-se à presença do Espírito habitando no crente, porque
Paulo sabia claramente que todos os crentes têm o Espírito habitando
neles desde o primeiro momento da conversão e da regeneração (Rm
8.9).

(3) A tradução literal da pergunta de Paulo é: Tendo crido, recebestes o


Espírito Santo? Tendo crido (gr. pisteusantes, de pisteuo) é um
particípio aoristo que normalmente indica ação anterior à ação do verbo
principal (neste caso, receber ). Por isso, é possível traduzir assim:
Recebestes já o Espírito Santo depois que crestes? Isto concorda
plenamente com o contexto do trecho, pois foi exatamente isto que
aconteceu aos crentes de Éfeso.

(a) Já tinham crido em Cristo antes de Paulo conhecê-los (vv. 1,2).

(b) Passaram, então, a ouvir a Paulo e crer em todas as suas demais


mensagens que ele lhes deu a respeito de Cristo e do Espírito Santo (v.
4).

(c) A seguir, Paulo aceitou a fé em Cristo desses efésios como genuína e


adequada, pois os batizou em nome do Senhor Jesus (v. 5).

(d) Foi somente, então, depois de crerem e serem batizados em água, que
Paulo lhes impôs as mãos e veio sobre eles o Espírito Santo (v. 6). Houve,
portanto, um intervalo de tempo entre o ato de crerem em Cristo e a
vinda do Espírito, enchendo-os do seu poder. A pergunta de Paulo, nesse
contexto, indica que ele achava plenamente possível crer em Cristo sem
experimentar o batismo no Espírito Santo. Esse trecho é fundamental
por demonstrar que uma pessoa pode ser crente sem ter a plenitude do
Espírito Santo (ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO)

19.2 NEM AINDA OUVIMOS. A resposta dos crentes efésios à pergunta


de Paulo, não significa que nunca tinham ouvido falar do Espírito Santo.
Certamente conheciam os ensinos do AT a respeito do Espírito, e com
certeza tinham ouvido a mensagem de João Batista a respeito do batismo
no Espírito Santo que Cristo traria (Lc 3.16). O que ainda não tinham
ouvido era que o Espírito já estava sendo derramado sobre os crentes
(1.5,8).

19.5 FORAM BATIZADOS. O batismo em água, em nome do Senhor


Jesus , desses doze crentes de Éfeso (v. 7), testifica que tinham fé salvífica
e que eram nascidos de novo pelo Espírito. Neste caso, o batismo em água
precedeu o recebimento da plenitude do Espírito Santo (v. 6).

19.6 VEIO SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO. Esse evento ocorre


cerca de 25 anos depois do primeiro Pentecoste (2.4); mesmo assim, o
padrão do recebimento por esses doze homens da plenitude do Espírito
Santo está conforme o modelo normal já apresentado por Lucas (ver 8.5-
24 nota).

(1) Tinham crido em Jesus e tinham nascido de novo pelo Espírito (ver
a nota anterior).

(2) Depois de terem sido batizados em água (v. 5), Paulo impôs sobre eles
as mãos, e foram batizados no Espírito Santo. (3) Quando o Espírito
Santo veio sobre eles, começaram a falar noutras línguas e a profetizar.
Lucas nunca apresenta o derramamento do Espírito Santo como algo
que se possa perceber somente pela fé. Pelo contrário, mostra que é uma
experiência identificável e que pode ser comprovada objetivamente;
falar em línguas era a comprovação externa e visível que o Espírito
Santo viera sobre esses seguidores de Jesus (ver o estudo O FALAR EM
LÍNGUAS)

19.12 LENÇOS E AVENTAIS. O ministério de Paulo em Éfeso foi


marcado por milagres extraordinários de curas e de expulsão de
demônios, levados a efeito de modo direto, ou através de lenços e
aventais que ele carregava (i.e., lenços para enxugar suor e aventais
usados por ele no trabalho com tecido e couro, na confecção de tendas)
(18.3). As doenças desapareciam e os maus espíritos saíam, quando os
sofredores tocavam nesses panos (cf. 5.15; Mc 5.27). Os evangelistas
atuais que procuram obter dinheiro vendendo lenços, azeite, água, etc.,
ungidos , com a mesma finalidade, não estão agindo segundo os motivos
e o caráter de Paulo, pois ele não usava essas coisas em troca de dinheiro.
Ele apenas multiplicou o poder que nele havia, através desses meios
tangíveis, e assim curou e libertou mais pessoas do que impondo as mãos
pessoalmente. Não se trata aqui de ensino doutrinário como um
princípio permanente, mas do registro de um caso no ministério de
Paulo, dirigido por Deus.

19.19 ARTES MÁGICAS. Esta expressão refere-se à prática da


feitiçaria. A queima pública dos livros de magia demonstra que aqueles
novos crentes em Cristo eram imediatamente ensinados a largarem as
práticas do ocultismo. A bruxaria, a magia negra, a feitiçaria, o
espiritismo e outras práticas de ocultismo são atividades satânicas
totalmente incompatíveis com o evangelho de Cristo. Ninguém pode ser
crente genuíno em Cristo e, ao mesmo tempo, manter comunicação com
maus espíritos, ou procurar manter contato com os mortos. Deus proíbe
e condena todas essas práticas, por serem abominações (Dt 18.9-13
notas). Mexer com ocultismo e espiritismo é expor-se à poderosa
influência satânica e à possessão demoníaca.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 20º

20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões,


menciona que servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18).
Nesse discurso diante dos anciãos de Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à
admoestação que, com lágrimas, lhes dirigiu durante três anos (v. 31).
As lágrimas não resultaram de fraqueza; pelo contrário, Paulo via a
condição perdida da raça humana, a maldade do pecado, a distorção do
evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor, como coisas tão graves, que
sua pregação era freqüentemente acompanhada de lágrimas (cf. Mc
9.24; Lc 19.41).

20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que


era útil ou necessário à salvação de seus ouvintes. O ministro do
evangelho deve ser fiel ao anunciar toda a verdade de Deus à sua
congregação. Não deve procurar agradar aos desejos dos ouvintes, nem
satisfazer o gosto deles, nem promover sua própria popularidade.
Mesmo se tiver que falar palavras de re-preensão e de reprovação,
ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padrões
bíblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel
entregará a verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm
4.1-5).

20.22 LIGADO EU PELO ESPÍRITO. O espírito de Paulo, sob o


controle do Espírito Santo, sentia-se compelido a ir até Jerusalém. Sabia
que aflições e sofrimentos o aguardavam (v. 23), mas confiou em Deus,
não sabendo se isso redundaria em vida ou em morte para ele (ver 21.4
nota).

20.23 O ESPÍRITO SANTO... ME REVELA. A revelação do Espírito


Santo a Paulo de que prisões e tribulações o esperavam provavelmente
veio-lhe através dos profetas, nas igrejas por onde ele ia passando (cf. 1
Co 12.10).

20.24 EM NADA TENHO A MINHA VIDA POR PRECIOSA. A


preocupação principal de Paulo não era preservar a sua própria vida. O
mais importante para ele era cumprir o ministério para o qual Deus o
chamara. Seja qual fosse o fim em vista, mesmo em se tratando do
sacrifício da sua vida, ele, com alegria, iria até o fim da sua carreira com
esta confiança: Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no
meu corpo, seja pela vida, seja pela morte (Fp 1.20).

Engrandecermos a Cristo estando vivos é fácil entender; mas


engrandecê-lo por nossa morte é difícil para todos entender e aceitar.
Para Paulo, a vida e o serviço para Cristo são representados como uma
carreira ou corrida que se deve correr com absoluta fidelidade ao seu
Senhor (cf. 13.25; 1 Co 9.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1).

20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue é


empregada normalmente no sentido de derramamento de sangue, ou
seja: o crime de provocar a morte dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35;
27.25).

(1) Aqui significa que se alguém ali morresse espiritualmente e se


perdesse para sempre, Paulo estaria isento de culpa.

(2) Se os pastores não quiserem ser considerados culpados pela perdição


de pessoas que eles pastoreiam, deverão declarar-lhes toda a vontade de
Deus (v. 27).

20.28 OLHAI... POR TODO O REBANHO. Quanto a um exame deste


trecho clássico a respeito dos ministros da igreja, ver o estudo OS
PASTORES E SEUS DEVERES)

20.29 ENTRARÃO... LOBOS CRUÉIS. Movidos pela ambição de


edificar seus próprios impérios, ou por amor ao dinheiro, ao poder, ou à
popularidade (e.g., 1 Tm 1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9), impostores na
igreja, perverterão o evangelho original segundo o NT:

(1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verdades fundamentais;

(2) acrescentando-lhe idéias humanistas, filosofias, sabedoria ou


psicologia;

(3) misturando suas doutrinas e práticas com coisas como os ensinos


malignos da Nova Era ou do ocultismo e espiritismo;
(4) e tolerando modos de vida imorais, contrários aos retos padrões de
Deus (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3); ver o estudo FALSOS MESTRES).

Que tais lobos realmente entraram no meio do rebanho e perverteram a


doutrina e prática apostólicas em Éfeso, fica evidente em 1 Tm
1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm 1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epístolas pastorais
revelam uma rejeição geral dos ensinos bíblicos apostólicos, que naquele
tempo começou a ganhar ímpeto em toda a província da Ásia

20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do povo de Deus sempre


devem ter sensibilidade para discernir os membros das suas
congregações, que não são sinceramente leais, e dedicados a viver
conforme a mensagem original de Cristo e dos apóstolos. Devem estar
em tão íntima comunhão com o Espírito Santo que, com cuidados e
lágrimas, se preocupem com seus membros, sem nunca cessar, noite e
dia, de admoestar o rebanho, a respeito do perigo que o ameaça, sempre
dirigindo os fiéis para o único alicerce seguro Cristo e a sua Palavra.

20.33 DE NINGUÉM COBICEI A PRATA. Paulo dá um exemplo a


todos os ministros de Deus. Ele nunca visou a riqueza, nem buscou
enriquecer através do seu trabalho no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo
teve muitas oportunidades de acumular riquezas. Como apóstolo, tinha
influência sobre os crentes, e realizava milagres de curas; além disso, os
cristãos primitivos estavam dispostos a doar dinheiro e propriedades aos
líderes eclesiásticos de destaque, para serem distribuídos aos
necessitados (ver 4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado vantagem dos seus
dons e da sua posição, e da generosidade dos crentes, poderia ter tido
uma vida abastada. Não fez assim porque o Espírito Santo dentro dele o
orientava, e porque amava o evangelho que pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2
Co 11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6).
20.37 UM GRANDE PRANTO ENTRE TODOS. Esta partida de Paulo
dentre os obreiros de Éfeso é um exemplo notável da comunhão e amor
que deve haver entre os cristãos. Paulo lhes serviu com desvelo e
solicitude altruístas, compartilhou das suas alegrias e tristezas e lhes
ministrou em meio a lágrimas e provações (vv. 19,31). Com o coração
partido, prantearam ao pensar que não veriam mais o rosto do apóstolo
(v. 38). O mútuo amor profundo entre Paulo e os anciãos de Éfeso deve
caracterizar todos os obreiros cristãos entre si.

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 21º

21.4 PELO ESPÍRITO... QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM. Pelo


Espírito , aqui, significa por causa do que o Espírito dissera . Ó Espírito
Santo não estava proibindo Paulo de ir a Jerusalém, pois era da vontade
de Deus que ele fosse (ver v. 14; 23.11). Deus, porém, estava dando a
Paulo um aviso: que muito sofrimento o aguardava na sua ida para lá.
Provavelmente o Espírito disse aqui, em Tiro, o mesmo que dissera em
Cesaréia (vv. 8-14). Paulo, porém, estava decidido e disposto até mesmo
a morrer por amor do evangelho (vv. 10-14).

21.9 FILHAS...QUE PROFETIZAVAM. A igreja pode receber o dom


espiritual de profetizar (i.e., um dos dons de manifestação do Espírito)
cf. 1 Co 11.5; 12.10,11. Entretanto, nos escritos do NT não consta que
uma mulher exercesse o ministério de profeta. O versículo em apreço diz
que as quatro filhas de Filipe profetizavam (gr. propheteusai), mas não
são chamadas profetizas. Por outro lado, somente homens, como é o caso
de Ágabo, em At 21.10, são chamados profetas; isto quanto ao dom
ministerial de profecia (ver Ef 4.11; 1 Co 12.4 nota; 1 Co 12.1 nota).

21.10 UM PROFETA, POR NOME ÁGABO. Ágabo, um dos profetas


que predisseram a fome de 46 d.C. (11.27,28), agora prediz que Paulo
será preso e encarcerado. Quanto mais perto de Jerusalém Paulo se
aproximava, tanto mais claras e específicas ficaram as revelações sobre
a sua ida (v. 11). A profecia de Ágabo não dizia que Paulo não fosse a
Jerusalém, mas somente o que lhe aguardava se fosse. Note que, em
nenhum incidente registrado no NT, o dom de profecia foi usado para
dirigir pessoas em casos que pudessem ser resolvidos pelos princípios
bíblicos. As decisões no tocante à moralidade, compra e venda, ao
casamento, ao lar e à família devem ser tomadas mediante a aplicação e
obediência aos princípios da Palavra de Deus e não meramente à base
de uma profecia . No NT, expressões vocais proféticas visavam, em
primeiro lugar, à edificação, exortação e consolação da igreja (1 Co
14.3), e freqüentemente à orientação no cumprimento de missão (ver
16.16 nota).

21.13 MAS PAULO RESPONDEU. Este trecho demonstra que a


vontade da maioria, ou até mesmo o desejo unânime de crentes genuínos
e sinceros, nem sempre significa a vontade de Deus. Paulo não estava
indiferente à imploração e às lágrimas dos seus amigos; mesmo assim,
não podia alterar seu propósito resoluto em sofrer encarceramento e até
mesmo morrer por amor ao nome do Senhor Jesus.
21.14 FAÇA-SE A VONTADE DO SENHOR. Muitos discípulos (v. 4),
bem como o profeta Ágabo (v. 11), profetizaram dos sofrimentos que
Paulo passaria se fosse a Jerusalém. Estes cristãos interpretaram a
palavra profética como uma orientação pessoal a Paulo para que ele não
fosse a Jerusalém (vv. 4,12). Paulo, embora reconhecesse a veracidade
da revelação (v. 11), não aceitou a sincera interpretação que os discípulos
deram à profecia (v. 13). Confiava na orientação pessoal do Espírito
Santo e na Palavra de Deus aplicada pessoalmente a si para tomar uma
decisão tão importante (23.11; ver 21.4 nota). No tocante ao nosso
ministério futuro, devemos esperar numa palavra pessoal de Deus, e não
meramente depender da palavra dos outros.

21.20 CRÊEM... ZELOSOS DA LEI. Tiago e Paulo sabiam que as


cerimônias judaicas não salvavam ninguém (cf. 15.13-21; Gl 2.15-21).
Reconheciam, porém, que parte da lei e dos costumes judaicos podiam
ser observados como uma expressão da fé em Cristo por parte do crente
e do seu amor por Ele. Os crentes judaicos tinham, com toda a
sinceridade, aceitado a Cristo, sido regenerados pelo Espírito e cheios
dEle. Seu zelo pela lei e pelos costumes não vinha de uma atitude
legalista, mas de corações dedicados a Cristo e da lealdade aos caminhos
de Deus (ver Mt 7.6).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 22º


22.16 BATIZA-TE. O batismo em água acompanhava a proclamação do
evangelho desde o início da missão da igreja. Era um rito da iniciação
cristã usado no NT para indicar que a pessoa se dedicava plenamente a
Jesus Cristo (2.38,41). Ao entrarem na água batismal, em nome da
Trindade (Mt 28.19), os crentes demonstravam publicamente a sua fé
diante da comunidade cristã.

(1) O batismo nas águas (2.38; cf. Mt 28.19) significa que a pessoa passou
a pertencer a Cristo, e compartilha da sua vida, do seu Espírito e da sua
filiação com Deus (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7).

(2) O batismo em água é a resposta positiva do crente ao que Cristo fez


por ele. Para ser válido, deve ser precedido de arrependimento (2.38) e
de fé pessoal em Cristo (Cl 2.12).

(3) O batismo em água, quando praticado com um coração sincero, com


fé e dedicação a Cristo como Senhor e Salvador, é um meio de receber
graça da parte de Cristo (cf. 1 Pe 3.21; ver o estudo FÉ E GRAÇA).

(4) O batismo em água é um sinal e testemunho exterior do recebimento


de Cristo como Senhor e Salvador, e da remoção total dos pecados pela
lavagem espiritual (cf. 2.38; Tt 3.5; 1 Pe 3.21).

(5) O batismo em água representa a união entre o crente e Cristo na sua


morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.1-11; Cl 2.11,12). Significa o
fim (i.e., a morte ) de uma vida de pecado (Rm 6.3,4,7,10,12; Cl 3.3-14),
e o início de uma nova vida em Cristo (Rm 6.4,5,11; Cl 2.12,13). Por isso,
o batismo em água inclui o compromisso vitalício de se virar as costas ao
mundo e a tudo quanto é mau (Rm 6.6,11-13), e comprometer-se a viver
uma nova vida no Espírito, que demonstre os padrões divinos da justiça
(Cl 2.1-17)
22.16 LAVA OS TEUS PECADOS. Paulo foi convertido e salvo na
estrada de Damasco (ver 9.5 nota). Seu batismo foi seu testemunho
público do perdão recebido, do seu compromisso em abandonar todo o
pecado e identificar-se com a causa de Cristo.

22.17 FUI ARREBATADO. O termo arrebatamento ou êxtase refere-se


aqui a um estado mental em que a atenção da pessoa fica plenamente
consciente na esfera do Espírito, em vez da natural. Em tais ocasiões a
pessoa fica especialmente receptiva à revelação da parte de Deus, e
movida pelo Espírito a uma comunhão mais profunda e intensa com
Deus (ver o arrebatamento de Pedro em 10.10; 11.5; cf. 2 Co 12.3,4).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 23º

23.1 COM TODA A BOA CONSCIÊNCIA. A consciência é a percepção


interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou
errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o
veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A
declaração de Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública
diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: segundo a
justiça que há na lei, irrepreensível . Antes da sua conversão, ele chegou
a crer que praticava a vontade de Deus ao perseguir os crentes (26.9). A
dedicação de Paulo a Deus, sua total resolução em agradá-lo e sua vida
irrepreensível até mesmo antes da sua conversão a Cristo, deixam
envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua
infidelidade a Cristo, alegando que todos pecam e que é impossível viver
diante de Deus com uma boa consciência.

23.11 APRESENTANDO-SE-LHE O SENHOR. Paulo está ansioso e


apreensivo quanto às coisas que lhe acontecerão. Poderá ser morto em
Jerusalém e, assim, seus planos de levar o evangelho até Roma, e daí
para o Ocidente, talvez nunca se realizem. Deus lhe aparece nesse
momento crítico, encoraja o seu coração e assegura que ele dará
testemunho da sua causa em Roma. As Escrituras registram que Deus
apareceu a Paulo três vezes para reafirmar-lhe isso (18.9,10; 22.17,18;
23.11; cf. 27.23-24; ver 18.10 nota).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 24º


24.14 AQUELE CAMINHO. A salvação consumada por Cristo é
chamada o Caminho (cf. 16.17; 19.9,23; 24.14,22). A palavra grega
empregada aqui (hodos), denota caminho ou estrada. O crente do NT
via a salvação em Cristo não somente como uma experiência a ser
recebida, mas também como um caminho a ser trilhado com fé em Jesus
e comunhão com Ele. Precisamos caminhar por aquela estrada até o fim
para desfrutarmos a salvação final na era do porvir (ver o
estudo TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO)

24.14 CRENDO TUDO QUANTO ESTÁ ESCRITO. A fé que Paulo


tinha nas Sagradas Escrituras como sendo inerrantes, infalíveis e
fidedignas em todas as coisas, contrasta fortemente com muitos
ensinadores religiosos destes últimos dias, que dizem crer em apenas
algumas coisas escritas na Lei e nos Profetas (ver o estudo A
INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS). Aqueles que
têm o espírito e a mente de Cristo (Mt 5.18) e dos apóstolos (v. 14; 2 Tm
3.16), crerão em tudo quanto está escrito na Palavra de Deus. Aqueles
que não têm as condições acima, não concordarão com essas palavras do
grande apóstolo.

24.15 RESSURREIÇÃO... TANTO DOS JUSTOS COMO DOS


INJUSTOS. A Bíblia ensina uma ressurreição dos mortos justos e
também uma dos injustos. Os justos ressuscitarão para viverem para
sempre com o Senhor nos seus corpos redimidos (1 Ts 4.13-18), ao passo
que os injustos ressuscitarão para serem julgados por Deus (quanto às
duas ressurreições, ver Dn 12.2 nota; Jo 5.28,29 notas; Ap 20.6-14
notas). O fato das duas ressurreições serem mencionadas no mesmo
versículo não significa que elas ocorrem simultaneamente (ver Jo 5.29
nota).
24.16 UMA CONSCIÊNCIA SEM OFENSA. Uma consciência
inculpável é citada nas Escrituras como uma das nossas armas mais
essenciais para uma vida e ministério espirituais bem sucedidos (2 Co
1.12; 1 Tm 1.19). (1) Uma boa consciência inclui a liberdade interna de
espírito que se manifesta quando sabemos que Deus não está ofendido
por nossos pensamentos e ações (ver 23.1 nota; Sl 32.1; 1 Tm 1.5; 1 Pe
3.16; 1 Jo 3.21,22).

(2) Quando uma boa consciência se corrompe, fé, vida de oração,


comunhão com Deus e vida de boas obras são gravemente prejudicadas
(Tt 1.15,16); quem rejeita a boa consciência terminará em naufrágio na
fé (1 Tm 1.19).

24.25 JUSTIÇA, E DA TEMPERANÇA, E DO JUÍZO VINDOURO.


Quando Paulo fala diante de Félix a respeito da fé em Jesus Cristo, e
prega a respeito da justiça, e da temperança e do Juízo vindouro , Félix
fica apavorado. Essa reação concorda com as palavras de Jesus de que
quando vier o Espírito Santo, convencerá o mundo do pecado, e da
justiça, e do juízo (Jo 16.8). A salvação de todas as pessoas depende da
proclamação fiel das verdades solenes da Palavra, mediante as quais o
Espírito Santo produz convicção no pecador (ver Jo 16.8 nota).

*
NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 25º

25.8 NÃO PEQUEI... CONTRA A LEI. Paulo não tem conhecimento de


nenhum delito que tivesse cometido contra os judeus ou contra a Lei.
Paulo realmente guardava a lei moral do AT (cf. 21.24). Sabia que os
padrões da lei são imutáveis, assim como o próprio Deus é imutável.
Para ele a Lei é santa, boa e espiritual (Rm 7.12,14), e expressa o caráter
de Deus e suas exigências para uma vida justa (cf. Mt 5.18,19). Mesmo
assim, Paulo não guardava a Lei como um conjunto de códigos ou
padrões mediante o qual se tornaria justo. Uma vida justa requer a obra
do Espírito Santo no coração e na alma da pessoa. Somente depois de
regenerados mediante a graça de Cristo é que podemos obedecer
devidamente à lei de Deus, como expressão do nosso desejo em agradar-
lhe. Nunca estamos sem lei perante Deus, quando vivemos segundo à lei
de Cristo (1 Co 9.21; ver Mt 5.17 nota; Rm 3.21; 8.4).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 26º


26.18 A COMISSÃO DIVINA DE PAULO. Este versículo é uma
declaração típica feita pelo Senhor Jesus daquilo que Ele quer realizar
através da pregação do evangelho aos perdidos.

(1) Lhes abrires os olhos . Satanás cegou a mente dos perdidos para não
verem a realidade da sua condição de perdidos que perecem, nem a
verdade do evangelho (2 Co 4.4). Somente pregando a Cristo Jesus, no
poder do Espírito Santo, seu entendimento será aberto (cf. 2 Co 4.5; Ef
1.18).

(2) Os converteres.... do poder de Satanás a Deus . Satanás é o


governante deste mundo, e todos que não têm Cristo estão sujeitos ao
controle de Satanás e escravizados pelo seu poder. O espírito de Satanás
age em todos os pecadores, ou seja: nos filhos da desobediência (Ef 2.2).
A proclamação do evangelho, no poder do Espírito, libertará homens e
mulheres do poder de Satanás e os colocará no reino de Cristo (ver Cl
1.13; 1 Pe 2.9).

(3) A fim de que recebam a remissão dos pecados . O perdão de Deus


vem mediante a fé em Cristo, FÉ E GRAÇA firmada nos méritos da sua
morte sacrificial na cruz. (4) Santificados pela fé em mim . Aquele que é
perdoado, liberto do domínio do pecado e de Satanás, e batizado no
Espírito Santo, está separado do mundo e agora vive para Deus, na
comunhão com todos os demais salvos pela fé em Cristo.

26.19 NÃO FUI DESOBEDIENTE. Paulo se converteu a Cristo na sua


viagem a Damasco. A partir daquele momento, passou a ter Jesus como
seu Senhor e Salvador, e dedicou a sua vida a obedecer-lhe (cf. Rm 1.5).

26.20 FAZENDO OBRAS DIGNAS DE ARREPENDIMENTO. Paulo


não pregava conforme fazem alguns, afirmando que a salvação consiste
em apenas confiar em Cristo e na sua morte expiatória . Os apóstolos
declaram que ninguém será salvo em Cristo, a não ser que se
arrependessem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de
arrependimento (ver o estudo FÉ E GRAÇA)

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 27º

27.24 PAULO, NÃO TEMAS. Enquanto Deus tiver um lugar e um


propósito na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a Deus e
seguir a direção do Espírito Santo (cf. 23.11; 24.16), o Senhor o
protegerá da morte. Todos os fiéis de Deus têm o direito de orar: Ó
Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu meu protetor (cf. Sl 16.1,2).

27.25 TENDE BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem


deixar de ser um homem livre em Cristo e viver na presença de Deus,
liberto do medo; ao passo que os demais que estão com ele no navio
achavam-se aprisionados pelo terror por causa dos perigos que os
cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel, que
experimenta a presença de Deus, pode enfrentar os perigos da vida com
coragem e certeza em Cristo.
27.31 SE ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta declaração de
Paulo parece colidir com os vv. 22,24. Se Deus prometera a Paulo que
pouparia as vidas de todos aqueles que navegavam com o apóstolo (v.
24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional dizendo: não se
perderá a vida de nenhum de vós (v. 22), como a deserção dos
marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz
na verdade bíblica de que as promessas de Deus ao seu povo são
normalmente sujeitas à condição da obediência à sua vontade (ver Gn
1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm 14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13;
12.16).

NOTAS DE ATOS DOS APÓSTOLOS 28º

28.5 NÃO PADECEU NENHUM MAL. A experiência de Paulo aqui


ilustra maravilhosamente a promessa de Jesus em Mc 16.18 (ver nota
sobre esse versículo).

28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o


evangelho em Roma (Rm 15.22-29), e era da vontade de Deus que ele
assim o fizesse (23.11). Quando, porém, chegou ali, estava algemado e
ainda assim depois dos reveses, tempestades, naufrágio e muitas outras
provações. Embora Paulo fosse fiel, Deus não lhe proveu um caminho
fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na
vontade de Deus, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos
dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No
meio de tudo isso, sabemos, porém, que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28).

28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja


primitiva, escrita por Lucas, termina aqui. Paulo permaneceu em prisão
domiciliar por dois anos. Tinha licença de receber visitas, às quais
pregava o evangelho. O que aconteceu a Paulo depois, segundo
geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo
escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom.
Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns
poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido
até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período,
escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado
de volta a Roma. 2 Timóteo foi escrita durante esse segundo
encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só terminou ao ser ele
decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano Nero.

28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de


modo repentino, sem nenhuma conclusão formal quanto ao que Deus
realizou através do Espírito Santo e dos apóstolos no NT. A intenção de
Deus é que os atos do Espírito Santo e a pregação do evangelho
continuem na vida do povo de Cristo até o fim dos tempos (2.17-21; Mt
28.18-20). Lucas, sob a inspiração do Espírito Santo, revelou o padrão
daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da
fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do
inimigo e do poder do Espírito Santo operante na igreja e entre os
homens. Esse é o padrão de Deus para as igrejas atuais e futuras, e
devemos fielmente guardá-lo, proclamá-lo e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas
as igrejas devem avaliar-se segundo o que o Espírito disse e fez entre os
crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a justiça, a alegria e a fé das
nossas igrejas atuais não são idênticas às que lemos nas igrejas em Atos,
devemos pedir a Deus, mais uma vez, uma renovação da nossa fé no
Cristo ressurreto, e um novo derramamento do seu Espírito Santo

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