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TRANSFORMAÇÕES LINEARES
Estamos familiarizados com funções ordinárias tais como a função f definida pela
equação f(x) = x2. Essa função transforma um número real em outro número real, no caso, no seu
quadrado. Por exemplo, o número 2 é transformado em 4, isto é, f(2) = 4. Estudaremos agora
funções que transformam vetores em vetores.
Em geral, se V e W são espaços vetoriais, uma função ou TRANSFORMAÇÃO T de V
para W é uma regra que associa a todo vetor x em V um único vetor em W que é denotado por
T(x).
Se x é um vetor em V, então T(x) é chamada a IMAGEM de x sobre a transformação T.
Por exemplo, se T é uma transformação do 3 para o 2 definida pela equação:
T(x1, x2, x3) = (x1 + x2, x2 + x3)
Definição
Sejam V e W dois espaços vetoriais. Uma transformação (ou aplicação) T: V → W é
chamada de LINEAR se para todos os vetores x e y em V e para todo escalar ,
• T(x + y) = T(x) + T(y)
• T(x) = T(x)
Exemplo 1: V =R e W = R
F:R→R
u → u ou F(u) = u
• F(u + v) = (u + v) = u + v = F(u) + F(v).
• F(ku) = (ku) = ku = kF(u).
Não, pois
F(u + v) = (u + v)2 = u2 + 2vu + v2
F(u) + 2vu + F(v) F(u) + F(v).
Observação: Decorre da definição que uma transformação linear T, T: V → W leva o vetor nulo
de V no vetor nulo de W, isto é, se 0 V, T(0) = 0 W.
Isto nos ajuda a detectar transformações não lineares.
Se T(0) ≠ 0, T não é linear.
Exemplo: T: 3 → 3 onde T(x,y,z) = (x+1, y,z) é linear?
Operadores Lineares
As transformações lineares T de um espaço vetorial V em si mesmo, isto é, T : V → V , são
chamadas operadores lineares sobre V.
c) Reflexão na origem:
T: R2 → R2
(x,y) → (-x, -y)
Teorema: Dados dois espaços vetoriais reais V e W e uma base de V, {v1, ..., vn}. Sejam w1, ...,
wn elementos arbitrários de W. Então existe uma única aplicação linear T : V → W tal que:
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSnpSjVd1LN4kKghM6cGb7gTcUtsBS_k1Gp3Q&
usqp=CAU
Observe-se que N (T ) V e N (T ) , pois 0 N (T ) e T (0) = 0 .
Exemplos:
1) O núcleo da transformação linear T : R 2 → R 2 , T ( x, y) = ( x + y, 2 x − y) é o conjunto:
N (T ) = {( x, y) | T ( x, y ) = (0, 0)} o que implica em ( x + y, 2 x − y ) = (0, 0) ou
x+ y =0
Sistema cuja solução é x = 0 e y = 0. Logo, N (T ) = {(0, 0)}
2 x − y = 0
x − y + 4z = 0
sistema homogêneo cuja solução é x = −3z e y = z . Logo,
3x + y + 8 z = 0
N (T ) = {(−3z, z, z ) | z R} ou N (T ) = {z (−3, 1, 1) | z R} .
https://encryptedt-
bn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRXyzsnV5Pfkw5RHYWfpVr05jrp3I7V0lphiA&usq
p=CAU
Observe que Im(T ) W e Im(T ) , pois 0 = T (0) Im(T ) . Se Im(T ) = W , T é sobrejetora,
isto é, para todo w W existe pelo menos um v V tal que T (v ) = w .
Exemplos:
Im(T ) = {( x, y, 0) R 3 | x, y R}
N (T ) = {(0, 0, z ) | z R}
2) A imagem da transformação linear identidade I: V → V definida por I (v ) = v , v V , é todo
o espaço V. O núcleo, neste caso, é N ( I ) = {0} .
3) A imagem da transformação nula T : V → W definida por T (v ) = 0, v V , é o conjunto
Im(T ) = {0} . O núcleo, neste caso, é todo o espaço V.
Sejam T : V → W uma transformação linear, A uma base de V e B uma base de W. Sem prejuízo
da generalização, considere o caso em que dim V = 2 e dim W = 3.
Sejam A = {v1 , v2 } e B = {w1 , w2 , w3 } bases de V e W, respectivamente.
Um vetor v V pode ser expresso por:
v = x1v1 + x2 v2 ou v A = ( x1 , x2 )
E a imagem T (v ) por:
T (v ) = y1 w1 + y 2 w2 + y3 w3 (1)
ou T (v ) B = ( y1 , y 2 , y3 )
T (v2 ) = a12 w1 + a22 w2 + a32 w3 (4)
Ou
T (v ) = (a11 x1 + a12 x2 )w1 + (a21 x1 + a22 x2 ) w2 + (a31 x1 + a32 x2 )w3
y1 = a11 x1 + a12 x2
y 2 = a21 x1 + a22 x2
y3 = a31 x1 + a32 x2
Ou na forma matricial:
y1 a11 a12
y = a x1
2 21 a 22 x
y 3 a31 a32 2
Ou simbolicamente:
Generalizando,
a 11 a 12 ... a 1n
a 21 a 22 ... a 2 n
[f ] AB =
a m1 a m 2 a mn
a) Determinar T B .
A
b) Se v = (3, − 4, 2) (coordenadas em relação a base canônica do R 3 ), calcule T (v ) B
utilizando a matriz encontrada.
Solução:
a) A matriz T B é de ordem 2 3:
A
T BA =
a11 a12 a13
a 21 a 22 a 23
T (v1 ) = T (1, 1, 1) = (2, 2) = a11 (2, 1) + a21 (5, 3)
2a11 + 5a 21 = 2 a11 = −4
a11 + 3a 21 = 2 a 21 = 2
T (v2 ) = T (0, 1, 1) = (0, − 1) = a12 (2, 1) + a 22 (5, 3)
2a12 + 5a 22 = 0 a =5
12
a12 + 3a 22 = −1 a 22 = −2
T (v3 ) = T (0, 0, 1) = (1, − 2) = a13 (2, 1) + a23 (5, 3)
2a13 + 5a 23 = 1 a = 13
12
a13 + 3a 23 = −2 a 22 = −5
Logo:
−4
T BA =
5 13
2 − 2 − 5
b) Sabe-se que:
T (v )B = T BA vA
Como v está expresso com componentes na base canônica, teremos, primeiramente, que
expressá-lo na base A. Seja v A = (a, b, c) , isto é,
a=3
(3, − 4, 2) = a(1, 1, 1) + b(0, 1, 1) + c(0, 0, 1) ou a + b = −4
a + b + c = 2
1) Adição
T1 + T2 : V → W
tal que (T1 + T2 )(v ) = T1 (v ) + T2 (v ), v V .
T : V → W
tal que (T )(v ) = T (v ), v V .
a) T1 + T2 .
b) 3T1 − 2T2
c) a matriz canônica de 3T1 − 2T2 e mostrar que 3T1 − 2T2 = 3T1 − 2T2
Solução:
a) (T1 + T2 )( x, y) = T1 ( x, y) + T2 ( x, y) = ( x + 2 y, 2 x − y, x) + (− x, y, x + y)
(T1 + T2 )( x, y) = (2 y, 2 x, 2 x + y)
(3T1 − 2T2 )( x, y) = (5 x + 6 y, 6 x − 5 y, x − 2 y)
5 6 1 2 − 1 0
c) 3T1 − 2T2 = 6 − 5 = 3 2
− 1 − 2 0
1 = 3T1 − 2T2
1 − 2 1 0 1 1
3) Composição
Solução:
a) ( S T )( x, y) = S (T ( x, y)) = S ( x, x − y ) = (2 x, x − y )
Observe que:
S T =
0 2 0 1 0
2
= = S T
1 − 1 0 1 1 − 1
c) ( S S )( x, y) = S ( S ( x, y)) = S (2 x, y) = (4 x, y)
d) (T T )( x, y) = T (T ( x, y )) = T ( x, x − y ) = ( x, y ) .
Bibliografia
[1] BOLDRIN, C e FIGUEIREDO, W., Álgebra Linear, Ed. Arbra Ltda, São Paulo, 1986.
[2] STEINBRUCh, A.e WINTERLE, P., Algebra Linear, McGraw-Hill, São Paulo, 1987.