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ÉTICA E LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA

UNIDADE III
ÉTICA E LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
Atualização
Carlla Sloane Alberton

Elaboração
Ana Lúcia Franco Micheloni

Carlla Alberton

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE III
ÉTICA E LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA....................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................................. 5

CAPÍTULO 2
LEI N. 5.081/1966 ........................................................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 3
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA............................................................................................................................................. 11

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................20
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ÉTICA E LEGISLAÇÃO
ODONTOLÓGICA
UNIDADE III

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

Diante dos conceitos expostos anteriormente, questiona-se: como regulamentar


eticamente o exercício da odontologia no Brasil?

A Lei n. 4.324, de 1964 (BRASIL, 1964), a qual é regulamentada pelo Decreto


n. 68.704 (BRASIL, 1971), institui o Conselho Federal de Odontologia (CFO) e
os Conselhos Regionais de Odontologia (CRO) com judiciosos éticos, cabendo a
esses órgãos a supervisão e fiscalização do exercício profissional da Odontologia
no Brasil apoiados no Código de Ética Odontológica (ODONTOLOGIA, 2013).
Segundo consta na legislação, compete aos Conselhos Regionais “deliberar
sobre assuntos atinentes à ética profissional, impondo a seus infratores as
devidas penalidades” e ao Conselho Federal “aplicar aos membros dos Conselhos
Regionais, e aos próprios, as penalidades que couberem pelas faltas praticadas no
exercício de seu mandato”.

Instituídas socialmente, as profissões seguem as regras conexas ao seu exercício,


dadas pela Deontologia, que se refere, portanto, ao conjunto de deveres que um
profissional tem que seguir em suas atividades (CARNEIRO et al., 2010). Com
esse espírito de zelar e promover o bom conceito da profissão, os membros do CFO
e do CRO elaboraram em 1976 o primeiro CEO, que foi recentemente modificado
e aprovado pela Resolução CFO 118/2012 e que “regula os direitos e deveres
do cirurgião-dentista, técnicos e auxiliares, e pessoas jurídicas que exerçam
atividades na área da Odontologia” (OLIVEIRA; PERES; PERES; YARID; SILVA,
2008). Considera-se a abordagem do Código de Ética Odontológica direcionada
à prática clínica odontológica, ou seja, focado mais especificamente na relação
entre o profissional, o paciente e a sociedade, mas superficial no que diz respeito
à pesquisa científica (VALLADARES-NETO, 2005).

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Infelizmente, um estudo nacional, que avaliou o nível de conhecimento


sobre o CEO de acadêmicos do último ano de graduação em odontologia, de
cirurgiões-dentistas exclusivamente clínicos e de cirurgiões-dentistas cursando
especialização, demonstrou que há deficiência no conhecimento de vários aspectos
éticos ligados à odontologia, especialmente nos profissionais exclusivamente
clínicos (OLIVEIRA et al., 2008). Portanto, faz-se necessária maior divulgação do
CEO, sendo, para isso, imprescindível a atuação do CFO, dos CROs, dos docentes
da área e das entidades de classe, buscando educar e instruir os profissionais
como uma atitude preventiva.

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CAPÍTULO 2
LEI N. 5.081/1966

A Lei n. 5081, de 24 de agosto de 1966, é a mais importante para a odontologia,


pois é a que estabelece o exercício da Odontologia em território nacional.

Segue abaixo ela na íntegra.

LEI N. 5.081, DE 24 DE AGOSTO DE 1966

REGULA O EXERCÍCIO DA ODONTOLOGIA

O presidente da república, faço saber que o CONGRESSO


NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O Exercício da Odontologia no território nacional é regido


pelo disposto na presente Lei.

Do cirurgião-dentista

Art. 2o O exercício da Odontologia no território nacional só é


permitido ao cirurgião-dentista habilitado por escola ou faculdade
oficial ou reconhecida, após o registro do diploma na Diretoria
do Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da
Odontologia, na repartição sanitária estadual competente e
inscrição no Conselho Regional de Odontologia sob cuja jurisdição
se achar o local de sua atividade.

Parágrafo único. VETADO.

Art. 3 o Poderão exercer a Odontologia no território nacional


os habilitados por escolas estrangeiras, após a revalidação do
diploma e satisfeitas as demais exigências do artigo anterior.

Art. 4o É assegurado o direito ao exercício da Odontologia, com as


restrições legais, ao diplomado nas condições mencionadas no
Decreto-Lei n. 7.718, de 9 de julho de 1945, que regularmente se
tenha habilitado para o exercício profissional, somente nos limites
territoriais do Estado onde funcionou a escola ou faculdade que o
diplomou.

Art. 5o É nula qualquer autorização administrativa a quem não for


legalmente habilitado para o exercício da Odontologia.

Art. 6o Compete ao cirurgião-dentista:

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I – praticar todos os atos pertinentes a Odontologia, decorrentes


de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de
pós-graduação;

II – prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso


interno e externo, indicadas em Odontologia;

III – atestar, no setor de sua atividade profissional, estados


mórbidos e outros;

IV – proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal,


trabalhista e em sede administrativa;

V – aplicar anestesia local e troncular;

VI – empregar a analgesia e a hipnose, desde que comprovadamente


habilitado, quando constituírem meios eficazes para o tratamento;

VII – manter, anexo ao consultório, laboratório de prótese,


aparelhagem e instalação adequadas para pesquisas e análises
clínicas, relacionadas com os casos específicos de sua especialidade,
bem como aparelhos de raios X, para diagnóstico, e aparelhagem de
fisioterapia;

VIII – prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de


acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente;

IX – utilizar, no exercício da função de perito-odontológico, em


casos de necropsia, as vias de acesso do pescoço e cabeça.

Art. 7o É vedado ao cirurgião-dentista:

a) expor em público trabalhos odontológicos e usar de artifícios de


propaganda para granjear clientela;

b) anunciar cura de determinadas doenças; para as quais não haja


tratamento eficaz;

c) exercício de mais de duas especialidades;

d) consultas mediante correspondência, rádio, televisão ou meios


semelhantes;

e) prestação de serviço gratuito em consultórios particulares;

f) divulgar benefícios recebidos de clientes;

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g) anunciar preços de serviços, modalidades de pagamento e outras


formas de comercialização da clínica que signifiquem competição
desleal.

Dos peritos-odontológicos oficiais

Art. 8o VETADO

I – VETADO.

II – VETADO.

Dos dentistas práticos licenciados.

Art. 9o VETADO

a) VETADO

b) VETADO

c) VETADO

d) VETADO

e) VETADO

Art. 10. VETADO

Parágrafo Único. VETADO

Art. 11. VETADO

Disposições gerais.

Art. 12. O Poder Executivo baixará decreto, dentro de 90 (noventa)


dias, regulamentando a presente Lei.

Art. 13. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogados
o Decreto-Lei n. 7.718, de 9 de julho de 1945, a Lei n. 1.314, de 17 de
janeiro de 1951, e demais disposições em contrário.

Brasília, 24 de agosto de 1966.

Outra medida legal de suma importância para a odontologia


refere-se à Resolução CFO-185, de 26 de abril de 1993, que, por
último, foi modificada pela Resolução CFO-63/2005, a qual
se encontra em vigor, sobre a Consolidação das Normas para
Procedimentos nos Conselhos de Odontologia.

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Essa resolução dita normas para o exercício legal da Odontologia,


regulamentando o estágio de estudante, o exercício profissional
do recém-formado por meio da inscrição provisória, quando
o profissional exerce a profissão em mais de uma jurisdição,
as condições legais das empresas de prestações de serviços
odontológicos, as condições legais para o registro das especialidades
e os critérios legais para as atividades do técnico em prótese
dentária, técnico em higiene dental e dos auxiliares.

Sendo assim, é de suma importância o conhecimento dessa


resolução para o cirurgião-dentista.

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CAPÍTULO 3
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA

Conselho Federal de Odontologia e Conselho Regional de


Odontologia
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) é um órgão sem fins lucrativos, criado
pela Lei 4.324, de abril de 1964, e tem como uma de suas funções regulamentar
a profissão de cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal (ASBs e
TSBs), técnicos de prótese dentária e clínicas odontológicas.

Segundo o site do CFO, “Nossa principal finalidade é a supervisão da ética


odontológica em todo o território nacional, cabendo-nos zelar e trabalhar pelo
bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente”.

Principais funções do Conselho Federal de Odontologia:

» criação de normas que regulamentam o exercício da profissão na área de


odontologia, garantindo uma prestação de serviço de qualidade e humanizado à
população;

» fiscalização dos profissionais que atuam no setor para verificar normas e


cumprimento do código de ética e penalizando quem comete infrações;

» registro de profissionais e entrega de documentos que atestam a capacidade


para atuação no ramo;

» defesa dos direitos e interesses da classe junto a órgãos e empresas públicas,


além de prestação de assessoria jurídica aos profissionais;

» incentivo a atualização dos profissionais, oferecendo materiais com pesquisa e


inovações na área, eventos e palestras

» análise de recursos de profissionais que foram penalizados pelos Conselhos


Regionais de Odontologia (CROs), atuando em última instância nos casos.

Todas as atividades do CFO são realizadas com o apoio dos 27 Conselhos Regionais
de Odontologia espalhados pelos 26 estados do Brasil mais o Distrito Federal.

Como responsabilidade, os CROs realizam registros e entregam as carteiras aos


profissionais da área, repassando as informações ao CFO para controle.

Além de expedir carteiras profissionais, o CRO atua como órgão fiscalizador


da atuação dos profissionais da Odontologia, onde frequentemente ficais dos

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UNIDADE iii | Ética e Legislação Odontológica

conselhos regionais realizam visitas aos consultórios e clínicas para verificar se


todos os profissionais contam com a qualificação necessária para sua atuação,
bem como se os registros estão válidos.

Para tal, o CRO atua protegendo os direitos dos pacientes que procuram por
serviços de qualidade para cuidar de sua saúde bucal, fiscalizando os profissionais
qualificados e não permitindo uma concorrência desleal.

Abaixo as principais funções do CRO listadas por categoria:

» Função cartorária: o CRO tem a obrigação de informar a população sobre


as condições de cada profissional, se estão inscritos corretamente no conselho,
se são realmente dentistas, se possuem tal especialidade que anunciam, entre
outras coisas.

» Função de fiscalização: é obrigação do CRO garantir que os profissionais


inscritos legalmente no Conselho exerçam a profissão de forma ética,
cumprindo o papel da odontologia, que é promover a saúde bucal da
população. A sociedade tem papel fundamental para que essa função se
cumpra, pois é seu direito registrar qualquer reclamação que contrarie esse
sentido.

» Função judicante: o CRO tem o poder de abrir processos e chamar as


partes – paciente e dentista – para julgar os fatos, como possível abandono
de tratamento, mau atendimento, perícia. O conselho não tem o poder de
devolução financeira, como a determinação de pagamento de indenizações,
ficando isso ao encargo da justiça civil.

» Função de finalidade legal: é obrigação do conselho criar mecanismos


legais para manter a categoria em ordem, como a criação de especialidades
ou a determinação de regras para montar um consultório, por exemplo.

» Função política: o CRO faz a interface entre a odontologia e outras


profissões, sejam elas da área da saúde ou não, bem como mantém uma
relação entre a profissão e a sociedade para garantir padrões éticos e técnicos.

Atos normativos
Para estarmos por dentro da legislação e conselho de ética, cabe ao cirurgião-dentista
saber a diferença entre os seguintes termos:

» Resolução: é o ato por meio do qual o Órgão impõe ou estabelece normas de


caráter geral.

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Ética e Legislação Odontológica | UNIDADE iii

» Decisão: é o ato por meio do qual o órgão decide sobre qualquer matéria
de ordem administrativa ou sobre qualquer interpretação ou disposição
regulamentar.

» Portaria: é o ato por meio do qual a Presidência dispõe dentro de sua


competência sobre qualquer matéria de ordem administrativa ou normativa.

Abaixo listamos as principais atualizações de resoluções aplicadas pelo Conselho


Federal de Odontologia e que tem grande importância para o cirurgião-dentista.

Resolução CFO-196, de 29 de janeiro de 2019

Nessa resolução, o CFO autoriza a divulgação de autorretratos (selfies) e de imagens


relativas ao diagnóstico e ao resultado final de tratamentos odontológicos, além de
outras providências.

Art. 1 o Fica autorizada a divulgação de autorretratos (selfies) de


cirurgiões-dentistas, acompanhados de pacientes ou não, desde
que com autorização prévia do paciente ou seu representante
legal, através de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –
TCLE.

§ 1o Ficam proibidas imagens que permitam a identificação de


equipamentos, instrumentais, materiais e tecidos biológicos.

Art. 2o Fica autorizada a divulgação de imagens relativas a


diagnósticos e à conclusão dos tratamentos odontológicos quando
realizada por cirurgião-dentista responsável pela execução do
procedimento, desde que com autorização prévia do paciente ou de
seu representante legal, através do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido – TCLE.

§ 1o Continua proibido o uso de expressões escritas ou faladas


que possam caracterizar o sensacionalismo, a autopromoção,
a concorrência desleal, a mercantilização da Odontologia ou a
promessa de resultado.

Art. 3o Fica expressamente proibida a divulgação de vídeos e/ou


imagens com conteúdo relativo ao transcurso e/ou à realização dos
procedimentos, exceto em publicações científicas.

Art. 4o Em todas as publicações de imagens e/ou vídeos deverão


constar o nome do profissional e seu número de inscrição, sendo
vedada a divulgação de casos clínicos de autoria de terceiros.

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UNIDADE iii | Ética e Legislação Odontológica

Art. 5o Em todas as hipóteses, serão consideradas infrações éticas,


de manifesta gravidade, a divulgação de imagens, áudios e/ou
vídeos de pacientes em desacordo com essa normal.

Art. 6o Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação na


Imprensa Oficial, revogados as disposições em contrário.

Resolução CFO-198, de 29 de janeiro de 2019

Nessa resolução, o CFO reconhece a Harmonização Orofacial como especialidade


odontológica além de suas competências.

Art. 1o Reconhecer a Harmonização Orofacial como especialidade


odontológica.

Art. 2o Definir a Harmonização Orofacial como sendo um conjunto


de procedimentos realizados pelo cirurgião-dentista em sua área de
atuação, responsáveis pelo equilíbrio estético e funcional da face.

Art. 3o As áreas de competência do cirurgião-dentista especialista


em Harmonização Orofacial incluem:

a) praticar todos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes


de conhecimentos adquiridos e curso regular ou em cursos de
pós-graduação de acordo com a Lei 5.081, art. 6o, inciso I;

b) fazer uso de toxina botulínica, preenchedores faciais e agregados


leucoplaquetários autólogos na região orofacial e em estruturas
anexas e afins;

c) ter domínio em anatomia aplicada e histofisiologia das áreas


de atuação do cirurgião-dentista, bem como de farmacologia e
farmacocinética dos materiais relacionados aos procedimentos
realizados na Harmonização Orofacial;

d) fazer a intradermoterapia e o uso de biomateriais indutores


percutâneos de colágeno com o objetivo de harmonizar os terços
superior, médio e inferior da face, na região orofacial e estruturas
relacionadas anexas e afins;

e) realizar procedimentos biofônicos e/ou laserterapia, na sua área


de atuação e em estruturas anexas e afins; e,

f) realizar tratamento de lipoplastia facial, através de técnicas


químicas, físicas ou mecânicas na região orofacial, técnica cirúrgica
de remoção do corpo adiposo de Bichat (técnicas de bichectomia) e

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Ética e Legislação Odontológica | UNIDADE iii

técnicas cirúrgicas para a correção dos lábios (liplifting) na sua área


de atuação e em estruturas relacionadas anexas e afins.

Resolução CFO-230, de 14 de agosto de 2020

Nessa resolução, o CFO regulamenta o art. 3o da Resolução CFO-198/2019:

Art. 1o Fica vedado ao cirurgião-dentista a realização dos seguintes


procedimentos cirúrgicos de face:

a) alectomia;

b) blefaroplastia;

c) cirurgia de castanhares ou lifting de sobrancelhas;

d) otoplastia;

e) rinoplastia; e,

f) ritidoplastia ou face lifting.

Art. 2o Fica vedado também ao cirurgião-dentista a realização de


publicidade e propaganda de procedimentos não odontológicos e
alheios à formação superior em Odontologia, a exemplo de:

a) micropigmentação de sobrancelhas e lábios;

b) maquiagem definitiva;

c) design de sobrancelhas;

d) remoção de tatuagens faciais e de pescoço;

e) rejuvenescimento de colo e mãos; e

f) tratamento de calvície e outras aplicações capilares

Art. 3 o Fica vedado ao cirurgião-dentista a realização de


procedimentos em áreas anatômicas diversas de cabeça e pescoço.

Art. 4o O cirurgião-dentista que realizar, bem como aquele que


coordenar e ministrar cursos, ou qualquer forma de contribuir
para a realização e divulgação dos procedimentos vedados
nesta Resolução, responderá a processo ético disciplinar, sendo
considerada conduta de manifesta gravidade para a gradação da
pena.

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UNIDADE iii | Ética e Legislação Odontológica

Art. 5o As instituições, associações ou entidade inscritas e registradas


nos Conselhos de Odontologia, que ministrarem cursos sobre
procedimentos vedados, não reconhecidos ou não relacionados
a Odontologia, poderão ter sua inscrição e o registro cancelados
administrativamente.

Resolução CFO-204, de 21 de maio de 2019

Art. 1o Alterar as alíneas do art. 2o da Resolução CFO-163, de 9 de


novembro de 2015, passando a vigorar com a redução que segue
abaixo

Art. 2o. As áreas de atuação do habilitado em Odontologia Hospitalar


incluem:

a) atuar em equipes multiprofissionais, interdisciplinares e


transdisciplinares na promoção da saúde baseada em evidências
científicas, de cidadania, de ética e de humanização;

b) prestar assistência odontológica aos pacientes em regime de


internação hospitalar, ambulatorial, domiciliar, urgência, emergência
inclusive com suporte básico de vida e críticos;

c) atuar na dinâmica de trabalho institucional, reconhecendo-se


como agente desse processo;

d) aplicar o conhecimento adquirido na clínica propedêutica, no


diagnostico, nas indicações e no uso de evidências cientificas na
atenção em Odontologia Hospitalar;

e) elaborar projetos de natureza cientifica e técnica, realizar pesquisas


e estimular ações que permitam o uso de novas tecnologias, métodos
e fármacos no âmbito da Odontologia Hospitalar; e,

f) atuar integrando-se em programas de promoção, manutenção,


prevenção, proteção e recuperação da saúde em ambiente hospitalar.

Resolução CFO-207, de 18 de junho de 2019

Reconhece e regulamenta o escaneamento intraoral pelo Cirurgião-Dentista e


Técnico em Saúde Bucal.

Considerando que o escaneamento intraoral é uma técnica de obtenção de imagens,


portanto um procedimento com finalidade odontológica;

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Ética e Legislação Odontológica | UNIDADE iii

Art. 1o O escaneamento intraoral com finalidade odontológica,


somente poderá ser realizado por cirurgião-dentista ou técnico em
saúde bucal.

Parágrafo único: o técnico em saúde bucal, está habilitado a realizar


o escaneamento intraoral, desde que seja sempre sob a supervisão
do cirurgião-dentista.

Art. 2o Será considerado o exercício ilegal da profissão o atendimento


a pacientes por pessoas não habilitadas, e o seu acobertamento
enseja confuta de manifesta gravidade de acordo com o art. 53,
inciso II, do Código de Ética Odontológica, sujeitando-se aqueles
que concorrem para a infração as devidas sanções.

Resolução CFO-218, de 18 de dezembro de 2019

Essa resolução regulamenta o exercício da Odontologia em estabelecimentos


diversos do consultório odontológico, traça outras diretrizes e revoga a Resolução
CFO-212/2019.

Considerando a necessidade de regulamentar o trabalho do


cirurgião-dentista em ambiente estritamente odontológico e
preservar a autonomia do profissional de odontologia, bem como a
qualidade dos serviços prestados;

Considerando a realidade de que o ambiente de atendimento


odontológico deve gozar de estrutura suficiente para permitir
a realização de não somente atividades de rotina, mas também
para atender intercorrências decorrentes da natureza da atividade
desenvolvida;

Resolve:

Art. 1o É vedada a prática de atos odontológicos com vinculação,


interação, parceria e/ou convênio com estabelecimentos de
estética, salões e/ou institutos de beleza e congêneres, sem a devida
observância dos critérios e recursos sanitários e de higiene referentes
à realização de procedimentos odontológicos, de acordo com as
orientações e requisitos estabelecidos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – Anvisa.

Art. 2o Tomando conhecimento o Conselho regional de qualquer


irregularidade do exercício da profissão, no que diz respeito à
não observância dos critérios estruturais mínimos para a prática

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UNIDADE iii | Ética e Legislação Odontológica

odontológica, deverá, de ofício, informar à Vigilância Sanitária local,


sem prejuízo das eventuais sanções previstas no Código de Ética
Odontológica.

Resolução CFO-199, de 29 de janeiro de 2019

Nessa resolução, fica proibida a realização de terapias denominadas de


modulação e/ou reposição e/ou suplementação e/ou fisiologia hormonal por
cirurgiões-dentistas fora da sua área de atuação, e dá providências.

Considerando que a Lei n. 5.081/1966 estabelece que é competência


do dentista prescrever medicações de uso interno e externo
indicadas em Odontologia e; considerando que a Lei n. 9.965/2000,
regulamenta a venda de esteroides e peptídeos anabolizantes
quando prescrita por dentistas;

Resolve:

Art. 1o Ficam vedadas, ao cirurgião-dentista, a prescrição e divulgação


de terapias denominadas de modulação e/ou reposição e/ou
suplementação e/ou fisiologia hormonal, bem como a utilização de
quaisquer outros termos não reconhecidos cientificamente, fora de
sua área de competência e atuação.

Art. 2o O cirurgião-dentista poderá prescrever os medicamentos


e fármacos dos grupos terapêuticos dos esteroides ou peptídeos
anabolizantes, indicados em odontologia, nos termos da Lei
Federal n. 9.965/2000.

Parágrafo único – A receita de que trata este artigo deverá conter


a identificação, endereço e telefone do profissional, o número do
registro no CRO de sua jurisdição, o número do Cadastro de Pessoa
Física (CPF), além do nome e endereço do paciente e o Código
Internacional de Doenças (CID) relativo à doença cujo tratamento
seja de competência do cirurgião-dentista.

Art. 3o Fica expressamente proibido ao cirurgião-dentista ministrar,


promover e/ou divulgar cursos de terapias denominadas de
modulação e/ou reposição e/ou suplementação e/ou fisiologia
hormonal ou outra denominação não reconhecida cientificamente e
fora do âmbito da odontologia.

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Ética e Legislação Odontológica | UNIDADE iii

Resolução CFO-195, de 29 de janeiro de 2019

Nessa resolução, é autorizado ao cirurgião-dentista realizar o registro, a inscrição e a


divulgação de mais de duas especialidades.

Considerando que na Lei n. 5.081/1966, no art. 6o, item I,


autoriza o cirurgião-dentista a praticar todos os atos pertinentes à
Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso
regular e de pós-graduação; e ao Art. 7o., item c, veda o exercício de
mais de duas especialidades.

Considerando que não há proibição ou sequer restrição para a


realização de mais de dois cursos de especialização, não havendo
também justificativa razoável para impedir o registro, a inscrição
e o anúncio de quantas especialidades o profissional comprovar
regularmente a conclusão;

Resolve:

Art. 1o Autorizar o registro, a inscrição e a regular divulgação, por


cirurgião-dentista, de mais de duas especialidades odontológicas,
desde que realizadas em conformidade com a legislação específica do
ensino odontológico.

Art. 2o Determinar, aos setores competentes, a adequação do sistema


de cadastro para possibilitar a inserção das informações.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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