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FORMAS DE AVALIAÇÀO

A principal função da forma de avaliação é verificar o que o aluno


aprendeu e tomar uma base de decisão para aperfeiçoar subsequentemente o
processo ensino-aprendizagem na busca de melhores resultados. Os
resultados obtidos pelos alunos na aprendizagem, nos mais diferentes
momentos do trabalho, estão diretamente ligados aos procedimentos de ensino
utilizados pelo professor. A verificação e a qualificação dos resultados da
aprendizagem no início, durante e o final das unidades didáticas visam sempre
a diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que
continuem dedicando-se ao estudo. Podemos dizer que o aproveitamento do
aluno reflete, em grande parte, a atuação didática do professor. Dessa forma, o
ato de avaliar fornece informações importantes que permitem verificar
diretamente o nível de aprendizagem dos alunos e, indiretamente, determinar a
qualidade do processo de ensino e, consequentemente, o sucesso do trabalho
docente. Nesse sentido, a avaliação tem uma função de retroalimentação
(feedback) dos procedimentos de ensino, ou seja, fornece dados ao professor
para repensar e replanejar sua atuação didática, visando o aperfeiçoamento e
tendo melhores resultados no ensino –aprendizagem.

A avaliação antes possuía um caráter seletivo, porque era vista como uma
forma de classificar e promover o aluno de uma série para outra. Atualmente, a
avaliação assume novas funções, sendo um meio de diagnosticar e de verificar
em que medida os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem
estão sendo atingidos, logo, a avaliação assume uma dimensão orientadora.

“No que se refere às funções da avaliação da aprendizagem, importa ter


presente que ela permite o julgamento e a consequente classificação, mas
essa não é a sua função constitutiva. É importante estar atento à sua função
ontológica (constitutiva), que é de diagnostico, e, opor isso mesmo, a avaliação
cria a base para a tomada de decisão, que é o meio de encaminhar os atos
subsequentes, na perspectiva de busca de maior satisfatoriedade nos
resultados”. (Luckesi 2003, p. 176).

De acordo com os estudos de Bloom (1993) a avaliação do processo ensino-


aprendizagem, apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica),
formativa (controladora) e somativa (classificatória).
             
a) A avaliação diagnóstica é aquela que ao se iniciar um curso ou um período
letivo, dado à diversidade de saberes, o professor deve verificar o
conhecimento prévio dos alunos com a finalidade de constatar os pré-requisitos
necessários de conhecimento ou habilidades imprescindíveis de que os
educandos possuem para o preparo de novas aprendizagens.

“Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e


realizá-la comprometida com uma concepção pedagógica. No caso,
considerarmos que ela deva estar comprometida com uma proposta
pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta   concepção está preocupada
com a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de
conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico
dentro desta sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção.
A avaliação diagnostica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É
condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica
progressista”. (Luckesi 2003, p.82)

             Este tipo de avaliação é utilizado objetivando determinar a forma pela


qual o educador deverá encaminhar, através do planejamento, sua ação
educativa. Estabelecerá os marcos para tornar o processo de aprendizagem
mais exequível e eficaz. Pode ser considerado como sendo o ponto de partida
para todo trabalho a ser desenvolvido pelo educador. Em função de ocorrer
antes e durante o processo ensino-aprendizagem e tendo diferentes
finalidades. Sendo realizada antes do processo, objetiva sondar se o aluno
apresenta os comportamentos necessários para que a aprendizagem possa ser
iniciada. Ocorrendo durante o processo, será utilizada para identificar as
causas das falhas de aprendizagem e possibilitar a implementação de recursos
para corrigi-las.

            Podemos observar que a avaliação diagnóstica possui três objetivos. O


primeiro, é identificar a realidade dos alunos que irão participar do processo. O
segundo, é verificar se os alunos apresentam ou não habilidades e/ou pré-
requisitos para o processo. O terceiro propósito está relacionado com a
identificação das causas, de dificuldades recorrentes na aprendizagem. Assim
o educando poderá rever sua ação educativa para sanar os problemas.

b) A avaliação formativa é aquela com a função controladora sendo realizada


durante todo o decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos
estão atingindo os objetivos previstos. Logo, a avaliação formativa visa,
basicamente, avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente
cada etapa da aprendizagem, antes de prosseguir para uma outra etapa
subsequente de ensino-aprendizagem, os objetivos em questão. É através da
avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e
encontra estímulo para um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é
orientadora, porque orienta o estudo do aluno ao trabalho do professor. É
motivadora porque evita as tensões causadas pelas avaliações.
 
      Pellegrini  (2002, p.26)  informa que:   “No   modelo  de avaliação, a
ênfase
está no aprender, gerando uma mudança em todos os níveis
educacionais: currículo, gestão escolar, organização da sala de aula,
tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar a turma. Na avaliação
formativa não há como pressuposto ou premiação. Prevê que os
estudantes possuem processo e ritmos de aprendizagem diferentes”.

A avaliação formativa permite ao professor detectar e identificar


deficiências na forma de ensinar, orientando-o na reformulação do seu
trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Ela deve ser planejada em
função dos objetivos, deste modo o docente continuará seu trabalho ou
irá direcioná-lo, de modo que a maioria dos alunos alcance. “Ë formativa
no sentido em que indica como os alunos se modificando em direção aos
desejados”. (Bloom, Benjamin 1971). Logo, para que a avaliação formativa
possa se processar, devemos:

- Saber   o   que   se   quer avaliar e a finalidade dos resultados.   Nesse


sentido deve-se avaliar os objetivos atingidos pelos alunos e quais os
resultados que alcançaram;

- Obter as evidências que descrevem   os eventos que nos   interessa.


Goldberg (1978, p.15), faz a seguinte   argumentação: “A   avaliação
educacional é o processo de coletar, analisar e interpretar evidências relativas
à eficácia e eficiência de programas educacionais”.

- Determinar    critérios    conforme    os    níveis   de   aproveitamento   e


diagnosticar os resultados corrigindo as falhas do processo ensino
aprendizagem. Landsheere (1976, p. 254), faz a seguinte explanação:
      
“Seja qual for, a avaliação formativa tem por único fim reconhecer
onde e em que o aluno sente dificuldade e procurar informá-lo.  Esta
avaliação   não   se   traduz   em nota, nem muito menos em “scores”.
Trata-se de um “feedback para o aluno e para o professor”.

 - Emitir um juízo de valor que sirva de base para ações futuras. Neste aspecto,
Nérice (1992) faz a seguinte consideração:

“Avaliação é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização


do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Pode-se dizer, então, que
não pode haver avaliação sem que antes tenha havido verificação. Verifica-se
antes de avaliar. Uma prova, seja de que modalidade for, tem por objetivo
fornecer dados sobre os quais se possa emitir um juízo de valor”. Nérice (1992.
p. 311).

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é


determinado que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos
qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.

Nesse sentido a avaliação é um meio ou instrumento de controle da qualidade


objetivando um ensino de excelência em todos os níveis de todos os cursos.

c) A avaliação somativa  tem por função básica a classificação dos alunos,


sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino, classificando os
alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.
   
No momento atual a classificação do aluno se processa segundo o rendimento
alcançado, tendo por parâmetro os objetivos previstos. Para Bloom (1983), a
avaliação somativa “objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os
resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso”.
Essas três formas de avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se
garantir a eficiência do sistema de avaliação e a excelência do processo
ensino-aprendizagem.

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