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Para crentes novos e Cristãos experientes, este livro prático revela

novos discernimentos sobre a Bíblia.

O Milagre
do
Fio Escarlate
REVELANDO O PODER DO SANGUE DE JESUS
DE GÊNESIS A APOCALIPSE.

DR. RICHARD BOOKER


Todos os direitos em língua portuguesa reservados por:
© 2014, BV Films Editora Ltda
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quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.
The Miracle of the Scarlet Thread by Dr. Richard Booker
Originally published in the USA by Destiny Image. Shippensburg, PA – USA under
the title The Miracle of the Scarlet Thread
Copyright © 2008 – Dr. Richard Booker - USA

Editor Responsável: Claudio Rodrigues


Coeditor: Thiago Rodrigues
Diagramação: Larissa Almeida, Mariana Haddad
Tradução e Revisão Textual: Cristiane Marins
Revisão: Suzanne Mendonça, D&D Traduções, Gabriela Amaral, Cristiano Titonelli,
Magnus Nunes
ISBN 978-85-8158-054-8
1ª edição –Set/2014
Impressão e Acabamento: Promove
Categoria: Teologia - Moral Cristã
Impresso no Brasil
Agradecimentos

Meu amor e gratidão às seguintes pessoas:


Aos revisores por terem lido o manuscrito e feito comentários pertinentes
e me encorajado quando precisei.
À minha esposa e parceira da aliança nesta vida por mais de 40 anos,
Peggy, por digitar e redigitar o manuscrito e por ser minha amiga. Muitas
mulheres têm sido excelentes, mas ela supera a todas. A ela, eu
carinhosamente dedico esta obra.
Eu também gostaria de agradecer ao meu amigo da aliança, Randy
McLemore, que foi para o Senhor em 29 de junho de 2002. Randy adorou
este livro, distribuiu muitas cópias e ajudou a espalhar sua mensagem. Ele
tem feito muita falta àqueles que o conheceram e o amaram. Sua esposa, Rita,
continua a compartilhar esta mensagem que foi tão importante para Randy.
Sumário

Prefácio 8
Capítulo 1 Introdução a um “Livro Velho Empoeirado” 12
Capítulo 2 O Pacto de Sangue 30
Capítulo 3 Em que Abraão Acreditava? 60
Capítulo 4 O Tabernáculo 80
Capítulo 5 O Sacrifício 120
Capítulo 6 O Sumo Sacerdote 160
Capítulo 7 A Páscoa Judaica 182
Exercícios de Revisão 212
Sobre o Autor 221
Prefácio

Você já parou para ler a Bíblia, esperando que tudo fizesse sentido pra
você, mas não fez? Você provavelmente começou por Gênesis esperando
qualquer ponta solta para poder amarrar enquanto tecia seu caminho.
No entanto, algo frustrante aconteceu em direção ao livro de apocalipse.
Enquanto você tecia o fio capítulo após capítulo, você percebeu que as pontas
soltas não se entrelaçavam. Na verdade elas se embaraçavam... com rituais,
eventos, costumes e estranhos acontecimentos que não pareciam pertencer a
nenhum padrão
Ao invés de encontrar uma vestimenta completa lindamente entretecida
com a verdade divina dentro dos padrões de Deus, as pontas soltas pareciam
despontar em todas as direções. Parecia não haver nenhuma ordem no
decorrer da leitura. Então, em desespero, você desistiu.
Bem, este fui eu. Como cristão, eu tinha lido a Bíblia, mas nunca
conseguia reunir tudo. O que particularmente me intrigava era como a Bíblia
dos hebreus (o que os cristãos chamam de Antigo Testamento) e o Novo
Testamento se relacionavam, se é que podiam. A Bíblia parecia ser dois
livros diferentes que de alguma forma foram colados sob a mesma capa. Eu,
na verdade, nunca disse isto, mas na minha mente eu me perguntava.
De agora em diante, quando me referir à Bíblia dos hebreus, usarei a
expressão “Antigo Testamento” simplesmente porque este é o nome que a
maioria das pessoas usa para a primeira parte da Bíblia. Isto não significa
que a Bíblia dos hebreus está obsoleta ou não seja mais relevante, nem que
foi substituída pelo Novo. É velha no sentido de que foi escrita
cronologicamente antes do “Mais Novo Testamento”. Na verdade, os
ensinamentos no Novo Testamento são simplesmente uma continuação dos
ensinamentos no Primeiro Testamento por encontrarem seu fundamento em
Jesus.
Eu pouco sabia que os dois Testamentos contavam a mesma história; que
Deus tinha uma ordem para Seu livro. Ele certamente tinha um padrão
divino.
Depois que Deus me encheu com Seu Espírito Santo, Ele começou a
revelar Seu padrão para mim. Ele me mostrou que de Gênesis a Apocalipse, a
Bíblia conta uma mesma história. A história de que Deus fez um pacto de
sangue com Ele mesmo para a humanidade através de Jesus de Nazaré, o
Filho de Deus, O Messias dos Judeus, e Salvador dos Gentios. Todos os que
desejam podem entrar nesta aliança com Ele.
A aliança de sangue é o fio “escarlate” que percorre toda a Bíblia. Todos
os outros ensinamentos estão entrelaçados nele. Uma vez entendida a aliança
de sangue, suas pontas soltas da Bíblia vão se unir. Você verá a ordem de
Deus; entenderá o padrão celestial.
É por isso que escrevi este livro para ajudá-lo a ver a linda “vestimenta de
salvação” tecida por Deus a você na Sua Sagrada Palavra. Ele quer que você
a coloque e use. Se assim o fizer, sua vida mudará para sempre, como
aconteceu com a minha. Que o Deus Verdadeiro de Abraão, Isaque e Jacó te
abençoe, enquanto você descobre sua incrível aliança, totalmente e
completamente revelada a nós por intermédio de Jesus.
CAPÍTULO 1

Introdução ao Velho Livro Empoeirado

AQUELE LIVRO VELHO EMPOEIRADO


Por muitos anos após me tornar um Cristão, eu tentei encontrar vida nas
palavras da Bíblia. Eu realmente acreditava que a Bíblia era a palavra
inspirada por Deus, mas isto não tinha se tornado real em meu espírito.
Quando eu lia a Bíblia, todas as histórias se integravam. Era como se eu
colecionasse um álbum de selos. Se você já fez isto, sabe como a boca fica
após lamber todos. Bem, era assim que a Bíblia deixava minha alma: seca e
sedenta. É claro que não deveria ser assim, mas era.
UM MISTÉRIO PARA MIM.
Eu fui abençoado com uma boa educação e tinha tido sucesso na minha
profissão de consultor de informática. Devido ao meu histórico profissional,
ordem e lógica eram importantes para mim. E era o que eu continuava a
buscar na Bíblia, mas de alguma forma isso me escapava.
O maior mistério de todos era como o Antigo e o Novo Testamento se
relacionavam. Eu tinha levado a sério a mensagem da salvação através de
Jesus, mas conseguia ver pouco, se é que via algum, valor no Antigo
Testamento. Eu o reconhecia como uma coleção histórica de escritos judeus,
mas não podia entender como isto tinha alguma coisa a ver com o carpinteiro
de Nazaré do Novo Testamento. Eu sempre pensei que o Antigo Testamento
tinha sido escrito pelos judeus e o Novo pelos cristãos. Eu pensei que eles
fossem livros diferentes para pessoas diferentes. Como eu estava errado!
Outra coisa me intrigava ainda mais. Como este Antigo Testamento
empoeirado, escrito por homens centenas de anos atrás, num ambiente
agrícola oriental pode ter algo a dizer a um homem da cidade, sofisticado,
orientado tecnologicamente e ocidentalizado, a toda velocidade numa
autoestrada? Este era eu. Eu podia programar um computador, interpretar as
páginas financeiras do Wall Street e citar os chavões da moda em gerência,
mas não podia compreender a Bíblia.
Muitas vezes eu peguei a Bíblia e comecei a ler, determinado a entendê-
la. No entanto, minhas boas intenções não duraram muito. Rapidamente eu
me via colocando-a de volta na estante, onde ela retomava seu lugar entre
outros livros, acumulando poeira e colecionando teias de aranha.
UM ÍDOLO QUE NÃO PODIA AJUDAR
Então em 1974, Deus me revelou porque eu não podia entender a Bíblia.
Ele me mostrou que eu tinha um ídolo em minha vida. Este ídolo era minha
carreira. Ela era mais importante para mim do que Deus.
Porque busquei minha carreira com muito zelo, ela me trouxe conforto
material e enaltecimento humano. Ainda assim era um ídolo caro. O que me
custou foi a habilidade de receber o sopro do hálito fresco de vida do Deus
Todo-poderoso fluindo em meu espírito. Desde então eu aprendi que esta é
uma troca que nenhum ser humano pode pagar; porque somente Deus pode
satisfazer os anseios e as necessidades de um coração humano. Somente Deus
pode trazer paz a uma alma inquieta e pode preencher o vazio dentro de cada
um de nós.
Minha carreira e as armadilhas que vieram com ela não foram ao encontro
dessas necessidades em minha vida. Além disso, ela era uma barreira me
impedindo de conhecer a plenitude de Deus. Eu estava experimentando o que
chamava de “brecha da credibilidade cristã”. Deus promete revelar
pessoalmente Sua graça e glória a todos que forem até ele através de Jesus.
Bem, eu tinha ido a ele através de Jesus, mas não estava experimentando Sua
graça e glória.
Sabe, Deus não podia revelar-se a mim através da Bíblia, porque eu não
me aproximava dele. Porém finalmente, no meio de um sucesso mundano, eu
entendi que nunca iria ficar realmente satisfeito até que procurasse Deus de
todo meu coração e entregasse minha vida a ele completamente.
DEUS ALIMENTA OS FAMINTOS
Mais uma vez eu peguei a Bíblia, mas desta vez eu tinha mais do que um
interesse casual. Eu estava faminto por Deus.
Mais do que tudo neste mundo, eu queria conhecer o poder de Sua vida
ressurreta. Queria ser fortalecido por Seu Espírito em meu ser interior.
Receber sabedoria e conhecimento da revelação de Deus. Eu queria a largura,
o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus. Queria de fato
ser cheio da Sua plenitude e ter experiência de comunhão com o meu
Criador.
Deus honrou o desejo do meu coração e encheu-me com o Seu Espírito.
Com este novo compromisso, energia e motivação eu me esforcei novamente
para entender a Bíblia. Após retirar as teias de aranha, Deus me incitou a ler o
livro de Levítico no Antigo Testamento. Até então, este livro tinha sido o
livro mais seco de todos os livros da Bíblia. Por que Deus queria que eu lesse
aquele livro? Por que ele não me disse para ler algo relevante e empolgante,
como o evangelho de João?
UM RETRATO CELESTIAL
Não levou muito tempo até eu descobrir. Com o Espírito Santo agora me
ensinando, eu comecei a ver a ordem de Deus na Bíblia. Comecei a perceber
o quadro que Deus estava pintando de Gênesis a Apocalipse. Logo que tive
uma visão global, as partes individuais começaram a fazer sentido e com
muito pouco esforço da minha parte.
A pintura que Deus me mostrou no Antigo Testamento foi uma
surpreendente descoberta. Foi a imagem de Jesus. A princípio, eu não podia
acreditar no que estava vendo. Era quase muito bom para ser verdade. No
entanto, quanto mais eu estudava o Antigo Testamento, mais a imagem se
tornava clara. Deus estava me mostrando que Ele deu o Antigo Testamento
inteiro como um quadro da sua mensagem de salvação em Jesus de Nazaré.
Este quadro foi feito em forma de sombras representadas pelo que pareciam
ser rituais sem significados, costumes, lugares, nomes e acontecimentos não
relacionados. Entretanto, eram peças individuais do mesmo quadro. Este veio
à tona assim que Deus retirou o véu dos meus olhos espirituais. Eu pude ver
Jesus através de todo Antigo Testamento.
Deus me mostrou isso como explicação por ter-nos dado o Antigo
Testamento. Foi para nos mostrar Jesus, que é o Deus encarnado e que veio
para reconciliar sua criação consigo mesmo.
Muitas pessoas dizem que Jesus nunca declarou ser Deus. Isto não é
verdade. Toda vez que ele abria sua boca, ele dizia ser Deus. No entanto, ele
nunca disse as palavras ”eu sou Deus”. Isto não significaria nada para aqueles
ouvintes. Qualquer um poderia chegar e dizer isto. E muitos o fizeram.
Porém Jesus fez suas declarações dentro de uma moldura que as pessoas
estavam esperando e poderiam entender. Essa moldura era a sombra do
Antigo Testamento que direcionaria as pessoas a ele mesmo como a luz do
mundo. Alguns dizem que acreditar que Deus se tornou homem é blasfêmia.
No entanto, o plano de aliança eterna de Deus exigiu que ele se tornasse um
de nós para nos redimir. Esta é a história da Bíblia de Gênesis a Apocalipse e
a história deste livro.
Veja só, Deus tinha planejado que a seu tempo, ele prepararia para si
mesmo um corpo, assim como o nosso, e se tornaria um de nós. Já que ele é
Deus, naturalmente sabia tudo o que faria quando se tornasse um de nós. Ele
sabia onde iria nascer, por que nome seria chamado, sabia todos os detalhes
de sua vida. Ele até mesmo sabia como morreria. Entretanto, Ele pintou uma
sombra de si mesmo no Antigo Testamento para que todos o reconhecessem
quando ele entrasse em cena. É assim que o Antigo Testamento mostra Jesus.
Ele é a imagem de Jesus.
Não é assim que faríamos se fôssemos conhecer alguém que nunca
tivéssemos visto antes? Nós nos descreveríamos em riquezas de detalhes e até
mesmo decidiríamos onde iríamos nos encontrar. Desta forma a pessoa, que
estivesse procurando por nós, nos reconheceria quando aparecêssemos.
UMA PALAVRA DE JESUS
Jesus confirmou que o Antigo Testamento inteiro era um retrato de si
mesmo. Em consequência, a única palavra de Deus escrita que o homem
precisava até o tempo de Jesus era o Antigo Testamento. Quando Jesus e os
escritores do Novo Testamento se referiam às “Escrituras” ou “Escritura”,
eles estavam falando do Antigo Testamento. Ele tinha sido traduzido do
hebraico para o grego mais ou menos em 250 a.C. Ele é o Antigo Testamento
idêntico ao que há na Bíblia protestante da atualidade. Jesus e os escritores do
Novo Testamento o reconheceram como a Palavra inspirada por Deus. Jesus
disse que tudo isto apontava para ele.
Um dia Jesus estava conversando com alguns dos líderes judeus e fez a
seguinte declaração: “Vocês estudam as Escrituras, porque creem que elas
dão a vida eterna. E as Escrituras conduzem a mim. Mesmo assim vocês não
querem vir a mim para que eu lhes dê esta vida eterna!” (João 5:39-40, NVI)
O que Jesus disse para os líderes judeus descrevia minha situação. Eu
tinha examinado as escrituras procurando por vida na Palavra de Deus.
Contudo ela não se fez vida para mim porque eu não tinha me rendido
completamente a Jesus como Senhor da minha vida. No entanto, ele não
podia se revelar a mim. Quando finalmente eu o desejei mais do que qualquer
outra coisa, a Bíblia se tornou viva. Eu descobri que ela era mais do que um
papel bonito com algumas palavras impressas em vermelho. Ela foi exalada
por Deus e ele estava soprando-a no meu espírito através do Espírito Santo.
Ele a estava escrevendo no meu coração. A palavra de Deus estava
encarnanda em mim, um ser humano comum.
Bem, alguns desses líderes judeus não acreditavam em Jesus porque eles
amavam mais o reconhecimento humano do que o de Deus. Seu orgulho e
tradição se tornaram uma barreira para eles assim como minha carreira tinha
sido uma barreira para mim.
Jesus então disse:
Apesar disso, não sou eu que acusarei vocês diante do Pai - é Moisés! E
é nas Leis de Moisés que vocês depositam a esperança do céu. Mas
vocês recusaram a crer em Moisés. Ele escreveu a meu respeito e vocês
recusam crer nele; por isso recusam crer em mim. (João 5:45-46, NVI)
Muitas pessoas hoje em dia afirmam não acreditar na autoria de Moisés
quanto aos cinco primeiros livros da Bíblia. Eles também rejeitam a
literalidade dos escritos. Este ataque é conhecido como “alta crítica”. Isto
parece muito sofisticado, mas Jesus não pensava muito sobre esta crítica
humana. Jesus disse que Moisés escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia
e que ele [Moisés] escreveu sobre ele. No entanto, se uma pessoa não
percebe claramente com “seus olhos do Espírito” o que Deus disse sobre ele
mesmo através de Moisés, também não irá acreditar em Jesus como sendo o
Messias e único Salvador do mundo.
JESUS FALA SOBRE SI MESMO
O que Deus falou sobre si mesmo através do Antigo Testamento? Uma
vez mais Jesus fala sobre isso. Quando Jesus veio, os sábios judeus tinham
dividido o Antigo Testamento em três partes: A Lei de Moisés, os Profetas e
os Salmos.
Toda vez que alguém usava estas referências, eles estavam falando sobre
o Antigo Testamento como um todo.
Depois que Jesus ressuscitou, Ele apareceu aos seus discípulos em
Jerusalém. E disse-lhes: “Foi isso que eu lhes falei enquanto ainda estava
com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está
escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24:44, NVI).
Com esta afirmação, Jesus estava afirmando novamente que os escritores
do Antigo Testamento, de Gênesis a Malaquias, escreveram sobre ele. Os
discípulos devem ter se sentido confusos. Então Jesus explicou o que os
escritores disseram sobre ele.
Lucas registra isto para nós. Ele diz,
“Então lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as
Escrituras. E lhes disse: “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e
ressuscitar dos mortos no terceiro dia” (Lucas 24:45-46).
DESVENDANDO O MISTÉRIO
Jesus abriu suas mentes dando-lhes a chave para o entendimento das
Escrituras. Ele disse aos Seus discípulos que os escritores do Antigo
Testamento escreveram sobre Sua crucificação e ressurreição para o perdão
dos pecados. É assim que os dois testamentos estão interligados. Ambos
contam esta única história. O Antigo Testamento conta sobre o que vai
acontecer e o Novo sobre o que realmente aconteceu.
Esta é a história de Deus fazendo um pacto de sangue com Ele mesmo
pela Humanidade através de Jesus.
A aliança no sangue de Jesus é o “fio escarlate” que permeia os dois
testamentos. Isto é o que Jesus queria que soubéssemos quando disse, “Não
entendam de modo errado a razão da minha vinda - não é para abolir as leis
de Moisés e as advertências dos profetas. Não. Eu vim para cumprir as leis, e
para fazer com que todas elas possam ser realmente seguidas” (Mateus 5:17,
BV).
UM RELATO LIVRO A LIVRO.
Alguns acham esta verdade muito simples para acreditar. Jesus já tinha
falado sobre isto. Então, para confirmar mais tarde, Ele apareceu a dois
homens na estrada de Emaús, uma cidade há cerca de 11 quilômetros de
Jerusalém. Estes homens foram seguidores de Jesus e estavam ressentidos por
Sua morte. A princípio não o reconheceram.
Porém, depois de andarem um pouco, Jesus disse-lhes:
“’Vocês são insensatos; gente insensata! Acham difícil crer tudo o que
os profetas disseram nas Escrituras! Não foi profetizado que o Messias
teria de sofrer todas estas coisas antes de voltar à sua glória?’ Então
Jesus citou para eles um trecho após o outro, sobre os profetas,
começando pelo livro de Gênesis e através das Escrituras, explicando o
que os textos queriam dizer e o que diziam a respeito dele mesmo”
Lucas 24:25-27.
Deve ter sido uma aula e tanto. Jesus mostrou-lhes o “fio escarlate” da
aliança do seu sangue através do Antigo Testamento. Nós também podemos
descobri-lo para nossas vidas quando olharmos através dos olhos do Espírito
Santo. Santo Agostinho se referiu a esta chave para o entendimento da Bíblia
quando escreveu: “O Novo está contido no Velho; o Velho é explicado pelo
Novo”.
Como usei esta chave no estudo do Antigo Testamento, Jesus, através do
Espírito Santo, abriu minha mente para eu entender as Escrituras. Ele me
mostrou como os escritores do Antigo Testamento falavam de si mesmo na
Sua crucificação e ressurreição para perdão dos pecados. Ele me levou a
escrever este livro para ajudar outros a entender as Escrituras através da
chave divina.
PEQUENA DEMONSTRAÇÃO DO QUE VIRÁ
Neste capítulo introdutório, você viu Jesus declarar que o Antigo
Testamento é mais do que rituais sem sentido, costumes e eventos não
relacionados. Pelo contrário, é uma revelação de Deus ordenada,
progressiva e desdobrada, da sagrada aliança de sangue que Deus firmou
com a humanidade através de Jesus, nosso Salvador e Senhor. Você
aprendeu que a chave para o entendimento das Escrituras é olhar o “fio
escarlate” da aliança que aponta para o sangue de Jesus. É sobre isto que você
estará lendo neste livro. Eu oro para que esta chave salte destas páginas
diretamente para o seu coração à medida que seguir a história da aliança que
Deus firmou com Sua criação.
Uma vez que Jesus nos disse para o que atentar nas Escrituras, o que você
estará lendo neste livro não será uma opinião pessoal ou uma interpretação
particular das Escrituras. Para aqueles que querem conhecer a Palavra de
Deus acima da palavra dos homens, deverá ser confortante. Neste livro, a
Bíblia proverá seu próprio comentário.
Os capítulos 2 ao 7 são divididos em três grandes títulos: Antecedentes, A
Velha Aliança e A Nova Aliança.
As informações anteriores fornecem uma perspectiva histórica necessária
ao entendimento do contexto do capítulo. Elas ajudam também a seguir o
desdobramento progressivo da aliança. A informação sobre a Velha Aliança
descreve como Deus a revelou, em forma de sombras. Estes escritos nos
explicam como Jesus perfeitamente cumpriu a Velha e como nos
relacionamos com Ele na Nova.
No capítulo 2, você irá aprender o que é o pacto de sangue e como ele foi
importante para estabelecer os meios pelos quais o homem pode se aproximar
dele. Você, na verdade, participará da cerimônia da aliança de sangue assim
como dois homens hebreus teriam feito. Não se assuste neste momento! Sua
participação será apenas no papel. Você não terá que dar seu sangue. Então
irá estudar a aliança como foi estabelecida por Davi e Jonatas. Depois, você
verá como Jesus a completa e como você poderá firmá-la através Dele.
O capítulo 3 conta como Deus reafirmou a aliança através de Abraão.
Você terá um lugar privilegiado na cerimônia da aliança entre Deus e Abraão.
Descobrirá o que Abraão acreditava que fez Deus chamá-lo de justo. Verá
por que Jesus disse que Abraão viu sua vinda e regozijou-se (João 8:56).
Poderá se surpreender quando descobrir quem é um judeu aos olhos de Deus.
No capítulo 4, você ficará de pé no Monte Sinai e receberá os Dez
Mandamentos. Também aprenderá como construir um tabernáculo. Enquanto
examina a mobília, Deus te conduzirá através dele a Jesus de Nazaré, o real
Tabernáculo de Deus que foi feito sem mãos humanas. Todo aquele que
conhece Jesus como o divino/humano Tabernáculo de Deus pode também se
tornar lugar de morada de Deus no Espírito.
O capítulo 5 segue a aliança como Deus progressivamente a revela através
do sacrifício do substituto inocente. Você se encontrará no Tabernáculo
fazendo sacrifícios ao Senhor. No altar, Deus te dará instruções detalhadas
para que cada sacrifício revele especialmente algo a você sobre a natureza do
perfeito sacrifício em Jesus. Todos os que aceitaram Jesus como seu
sacrifício para o pecado não apenas tiveram seus pecados lavados, mas foram
levados para serem esquecidos.
O capítulo 6 descreve a aliança como Deus a revelou no sumo sacerdote.
Você o verá com suas vestimentas de glória e beleza e ansiosamente irá
presenciar como ele intercede por você no dia da expiação. Deus irá focar
seus olhos na direção do sumo sacerdote, o Senhor Jesus, que veio como
perfeito mediador entre Deus e o homem. Nele todos podem ser aceitos
diante de Deus e herdar o reino preparado desde a fundação do mundo.
No capítulo 7, você aprenderá como Deus revelou a aliança na celebração
da Páscoa. Do sangue do cordeiro aspergido nos umbrais das portas no Egito,
Deus o conduzirá ao Cordeiro verdadeiro que veio para tirar os pecados do
mundo. Este Cordeiro é Jesus. Todos os que o receberem, como sua oferta de
páscoa, receberão a vida de Deus e experimentarão a comunhão com seu
criador.
PROCURE POR JESUS
Parece empolgante? E Certamente o é. É a notícia mais empolgante do
mundo. Um autor desconhecido expressa assim;
Eu acho meu Senhor na Bíblia
Toda vez que tenho a chance de olhar,
Ele é o tema da Bíblia
O centro e o coração do Livro;
Ele é a Rosa de Saron,
Ele é o Lírio justo,
Onde quer que eu abra minha Bíblia
O Senhor do Livro estará.
Ele, no início do Livro,
Deu forma à terra,
Ele é a Arca do refúgio
Suportando a pior das tempestades,
O Arbusto queimando no deserto,
A vara de Arão que floresceu,
Onde quer que eu olhe na Bíblia
Eu vejo o Filho de Deus.
O cordeiro no Monte Moriá.
A Escada da terra pro céu,
A corda Escarlate na janela,
E a Serpente levantada ao alto,
A Pedra Ferida no deserto,
O Pastor com a vara e o cajado,
A face do meu Senhor eu vejo
Onde quer que eu abra o Livro.
Ele é a Semente da Mulher,
O Salvador nascido da virgem;
Ele é o Filho de Davi,
A quem os homens rejeitaram com desprezo,
Suas vestes de graça e beleza
O maravilhoso óleo de Arão
Ele ainda é o Sacerdote para sempre,
Por Ele é Melquisedeque
Senhor da glória eterna
A quem João, o apóstolo, viu;
Luz da Cidade Dourada,
Cordeiro sem marcas ou defeitos,
O Noivo chegando à meia noite,
Por quem as virgens esperam.
Onde quer que eu abra minha Bíblia
Eu encontro o Senhor no livro.
Enquanto você lê as páginas desse livro, eu oro para que Deus revele Sua
graça e glória a você pessoalmente. Eu oro para que o povo judaico amado de
Deus venha e conheça o seu Messias, Yeshua (forma Hebraica de dizer
Jesus), e entre na Nova Aliança da expiação do Seu sangue. Eu oro para que
os gentios venham a conhecer o poder do sangue de Jesus, para que se
reconciliem com Deus e recebam o perdão dos pecados. Quanto aos Cristãos,
eu oro para que venham a conhecer o Pai Celestial mais intimamente e
recebam a máxima medida do Seu Espírito operando em suas vidas.
JESUS EM CADA LIVRO DA BÍBLIA
Jesus na Lei
Gênesis – A semente da mulher
Êxodo – O cordeiro pascal
Levítico – O perfeito sacrifício
Números – O eleito
Deuteronômio – O profeta melhor que Moisés
Jesus nos Livros Históricos
Josué – O capitão da nossa salvação
Juízes – O libertador
Rute – O novo parente
Samuel – O juiz
Reis e Crônicas - O rei
Esdras - A Escritura Sagrada
Neemias – O restaurador das nossas almas
Ester – O defensor
Jesus nos Livros Poéticos
Jó – O redentor eterno
Salmos – A nova música
Provérbios – A sabedoria de Deus
Eclesiastes – O objetivo da vida
Cantares de Salomão – Amante de nossas almas
Jesus nos Profetas Maiores
Isaías – O servo sofredor
Jeremias – O ramo da justiça de Davi
Lamentações – O choro do profeta
Ezequiel – A glória de Deus
Daniel – A pedra ferida
Jesus nos Profetas Menores
Oséias – O noivo clemente
Joel – O doador do Espírito Sagrado
Amós – O construtor da cidade de Deus
Obadias – O salvador
Jonas – O primeiro nascido da morte
Miquéias – A regra de todas os tempos
Naum - O vingador
Habacuque – O Deus da salvação
Sofonias – O único em nosso meio
Ageu – O restaurador do Reino
Zacarias – O sacerdote do trono
Malaquias – O sol da justiça com cura em suas
Asas
Jesus nos Evangelhos
Mateus – O Rei dos judeus
Marcos – O servo
Lucas – O Filho do homem
João – O Filho de Deus
Jesus na formação da igreja
Atos – O doador do Espírito Santo
Jesus nas Cartas de Paulo
Romanos – A justificação dos pecadores
Coríntios – O doador de dons
Gálatas – O libertador de nossas almas
Efésios – O exaltado
Filipenses – Nossa alegria
Colossenses - A cabeça de todas as coisas
Tessalonicenses – A esperança da humanidade
Timóteo e Tito – O pastor e o ministro
Filemom- Nosso amigo da aliança
Jesus nas cartas gerais
Hebreus – O mensageiro da Nova Aliança
Tiago – O melhor médico
Pedro – A pedra angular
I, II e III João – Amor, luz e verdade
Judas – O único capaz de nos sustentar
Jesus na Revelação
Apocalipse – O Rei dos Reis e Senhor dos
Senhores
CAPÍTULO 2

O Pacto de Sangue

RECAPITULANDO
Você já ouviu alguém dizer, “Eu não acredito em Deus?” Eu já ouvi algumas
pessoas dizendo isso. Eu também já ouvi outras pessoas dizendo que não têm
certeza de que Deus realmente existe. Eles questionam a existência de um
Deus que, em seu modo de pensar, permite muito sofrimento na face da terra.
A Bíblia diz que uma pessoa que pensa dessa forma é tola (Salmos 53:1).
Ela afirma isso porque Deus se revelou claramente para toda a humanidade.
Deus deixou claro o fato da Sua existência através da natureza e do instinto.
Tudo o que temos a fazer para testificar que existe um Deus é abrir nossos
olhos e olhar para sua criação. Você já se perguntou como a neve sabe
exatamente quando cair? Como a chuva sabe exatamente quando começar?
Como as nuvens sabem exatamente quando devem abrir? Como o sol sabe
exatamente quando nascer e se pôr? Como a lua sabe exatamente quando
brilhar? Como a maré sabe exatamente quando é para estar cheia e quando
deve estar vazia? Como as estações sabem exatamente quando mudar? Como
é que todas essas criações, exceto o homem, funcionam em perfeita ordem e
harmonia?
A resposta, claro, é que existe um Deus no céu que criou todas as coisas.
E ele é um Deus de ordem. Sua ordem criativa testemunha sua existência. O
Rei Davi, o doce salmista de Israel, disse isso dessa forma, “Os céus
proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos.”
(Salmos 19:1 minha ênfase).
Mil anos depois, outro Judeu chamado Paulo, disse, “Desde os primeiros
tempos os homens viram a terra, o céu e tudo quanto Deus fez, tendo
conhecido sua existência e seu grande e eterno poder. Assim, eles não terão
desculpa alguma (quando estiverem diante de Deus no Dia do Juízo)”
(Romanos 1:20).
Não apenas sabemos que Deus existe através da obra das Suas mãos,
como também sabemos da sua existência pelo nosso instinto. Todos nós
temos intuição, consciência de Deus. Não importa o quanto estejamos longe
de Deus, ainda assim sabemos que ele está por perto. Nossa consciência,
indiferentemente de quão rígida possa estar, constantemente nos lembra que
existe um Deus no céu que nos criou à sua imagem. Nós somos conectados
com um DNA consciente de Deus a fim de acreditar em um Deus Criador.
A Bíblia coloca dessa forma, “Pois a verdade sobre Deus é revelada entre
eles instintivamente; Deus pôs esse conhecimento em seus corações”
(Romanos 1:19). Logo, a Bíblia nunca tenta provar a existência de Deus. Ela
assume sua existência e simplesmente afirma que qualquer um que contrariar
isso é tolo.
Uma vez que confessamos a existência de Deus, nossa próxima busca é
descobrir mais sobre ele. Quem é esse Deus e como ele é? Em outras
palavras, nós devemos buscar conhecê-lo. Parece que a maioria das pessoas
sabe “sobre” Deus, mas não “conhecem” Deus. A atitude típica parece ser de
que Deus é Deus. Ele é o Criador. Ele é o Todo-poderoso, onisciente e
onipotente. Ele é o que disse “Haja” e houve. Ele é a fonte eterna de vida, e
nele há vida.
Enquanto homem, ele é homem. Ele é a criação, incerto dos mistérios da
vida. Ele não é onisciente, nem todo-poderoso nem onipotente. Ele é fraco e
frágil. Seu corpo dói. Ele sofre e morre. No homem está a morte.
Então quando o homem observa o poder de Deus no vento, na chuva, no
fogo, em terremotos, enchentes, tornados, na mudança das estações, no
nascimento, vida e morte, sua consciência caída testifica uma Divindade
distante que se assenta e passa os olhos nele, bem distante, em algum lugar
alto e sagrado. Deus é considerado uma influência impessoal e não há
nenhuma identificação com Ele.
Talvez este seja seu entendimento sobre Deus. Foi o meu durante muito
tempo. Para mim, Deus era o severo Juiz escondido atrás do rude cajado dos
Dez Mandamentos. Eu pensava que Ele estava só esperando que eu saísse da
linha para que pudesse me bater com suas tábuas de pedra. Eu acreditava
assim porque eu só “sabia”; eu não o “conhecia”.
No entanto, Deus conta uma história diferente sobre Ele. Ele diz que nos
ama e quer nos abençoar. Você sabe que Deus o ama e quer te abençoar? Ele
quer! E para provar que nos ama, Ele tomou a iniciativa de firmar uma
aliança eterna de amor conosco. Esta aliança de amor está disponível a todos
que quiserem.
Quando você participa desta aliança, você chega a uma consciência
pessoal de Deus como seu Pai Celestial.
E conforme o vai conhecendo, você descobre que ele não é igual a
qualquer pai terreno. O amor é a expressão do Pai Celestial. Ele nos ama
tanto que deu a si mesmo por nós. Ele não é só o perfeito amor, mas é o
próprio amor.
Ele não é uma Divindade distante que se senta ao lado, alheio aos nossos
dissabores. Nem tampouco se posiciona firmemente sobre nossa condenação.
Não há condenação para aqueles que firmam uma aliança com Ele. Ao
contrário, porque ele se identificou conosco através do nascimento, vida e
morte de Seu Filho, Ele nos entende inteiramente. Por isto, Ele é capaz de
participar completamente dos nossos dissabores.
Porque nos fez, Ele entende nossas limitações. Então, Ele é compassivo à
nossas lutas. Ele se lembra de que fomos nascidos e formados em iniquidade.
Sabe que nossa breve jornada na terra não é mais do que um momento fugaz
no qual constantemente combatemos contra os ataques do mundo em nossa
alma.
Ele conhece nossos corações e nossa maquiagem. Ele estava lá antes de
sermos formados no útero de nossas mães. Então podemos nos achegar a ele
sem pretensões, como somos realmente. Ele nos receberá com compaixão,
gentileza, compreensão e afeição.
Ele é misericordioso e gracioso para conosco. É tardio em irar-se. Ele é
bom e sempre pronto para perdoar. Ele tem muita misericórdia. Sua gentileza
amorosa está sempre estendida a nós.
Ele é justo de todas as maneiras e santo em tudo o que faz. Por causa da
sua justiça, podemos confiar que fará sempre o melhor para nós. Ele nunca
irá nos “enganar” .
Porque nos ama; ele nos disciplina. Porém sua disciplina é sempre justa. É
sempre honesta, consistente e para nosso próprio bem. Podemos confiar nele
para mover todas as coisas com o propósito de compartilhar sua glória
conosco.
Até mesmo sabendo o pior sobre nós, ele ainda nos ama. Podemos sempre
encontrar uma recepção calorosa na casa do “Pai”. Nós somos objeto
constante do seu amor e atenção. Sua preocupação e cuidado nunca terão fim.
Sua paciência, compaixão, favor, justiça e compreensão estão sempre
estendidas a nós. Qualquer que seja nossa situação, podemos ter calma
segurança de que ele é nosso e somos dele. No momento em que o
conhecemos, seu perfeito amor lança fora todo o medo que possamos ter
dele.
É este o Deus que você conhece? Pode ser, porque é assim que ele é. Deus
diz a cada um de nós, “...não se glorie o sábio na sua sabedoria, não se glorie
o poderoso em seu poder, não se glorie o rico na sua riqueza, mas que se
gloriem em me entender e me conhecer, pois sou o Senhor que pratica o
firme amor, a justiça e retidão na terra, pois nestas coisas tenho prazer, diz o
Senhor” (Jeremias 9:23-24).
Qualquer que seja seu status na vida, Deus quer que o conheça. Quer que
participe da aliança de amor com ele. Esta é a história da Bíblia e a história
deste livro. É a história de como Deus nos ama tanto que deu seu único filho
como sacrifício por nossos pecados. E todo aquele que participar da aliança
com Ele não perecerá, mas terá vida eterna (ver João 3:16).
ALIANÇA DEFINIDA
Os estudiosos da Bíblia sabem que ela é dividida em duas partes: o Antigo
Testamento e o Novo Testamento. A palavra testamento vem do Latim,
testamentum. A palavra mais apropriada para estas divisões, no entanto, seria
“aliança”. Então a Bíblia é realmente a história da (mais) Velha Aliança e a
(mais) Nova Aliança. De agora em diante usarei a palavra aliança quando me
referir ao ritual.
Na Bíblia, a palavra aliança significa um acordo de ligação entre duas
partes. A palavra em hebreu é Berith e em grego Diatheque. Na verdade
significa “cortar a aliança”. Por definição, seria um acordo de “cortar uma
aliança derramando sangue e andando sobre pedaços de carne.“ Então, as
duas divisões na Bíblia estão sobre uma Aliança (mais) Velha e uma Aliança
(mais) Nova de sangue.
Uma aliança de sangue entre duas partes é o contrato mais íntimo, solene
e sagrado de todos. Não pode ser quebrado de forma nenhuma. Quando você
participa de uma aliança de sangue com alguém, você promete dar sua vida,
seu amor e sua proteção para sempre... até que a morte os separe. O
casamento é uma aliança de sangue. Nós não honramos o casamento como
uma aliança de sangue, mas Deus diz que é (veja Malaquias 2:14; Provérbios
2:17).
Quando a noiva e o noivo alimentam um ao outro com o bolo, eles estão
dizendo simbolicamente, “eu estou em você e você está em mim” isto
simboliza que a união se fez completa pelo ato físico quando o noivo e a
noiva se unem como marido e mulher. A aliança de sangue é consumada
quando o hímen é rompido. Agora você pode perceber por que Deus
considera relações sexuais pré e extraconjugais como pecado (veja Êxodo
20:14; Mateus 5:27; 1 Coríntios 6:18; Gálatas 5:19).
A razão por que usamos um anel de casamento no terceiro dedo é porque
o dedo anelar possui um nervo que vai direto ao coração. E como o coração é
a parte central do nosso corpo que mantém o sangue circulando, se tornou um
símbolo de vida.
Nós usamos a palavra “coração” para representar a pessoa como um todo.
Representa um ser completo, sua natureza, sua vida. Quando você ama
alguém de todo o seu coração, você o ama com todo o seu ser. Quando dá a
alguém seu coração, você está dando sua vida inteira. Esta é a essência e o
espírito da aliança de sangue que Deus ordena na Bíblia e que o homem
sempre reconheceu.
O RITUAL HEBREU
Os hebreus possuíam um ritual de aliança parecido com outras nações da
redondeza. Todas as nações praticavam a aliança de sangue porque o homem
instintivamente procurava este relacionamento. Então esta prática não era
própria dos hebreus. Quando estudava os rituais antigos de aliança de sangue,
percebi que todos tinham certos elementos em comum. Para melhor
entendimento, organizei estes elementos em nove passos juntamente com
referências das Escrituras para cada passo. Fui grandemente ajudado por um
livro escrito nos anos de 1800, por H. Clay Trumbull. Seu livro entitulado A
Aliança de Sangue foi o único livro que encontrei que continha um estudo
profundo sobre rituais universais de alianças.
Quando dois homens hebreus firmavam uma aliança eles passavam por
uma cerimônia específica. Você e eu vamos firmar uma aliança de sangue
como dois homens hebreus fariam.
1º PASSO - TIRE SEU CASACO OU ROUPÃO
(1 SAMUEL 18:1-4)
A primeira coisa que eu faço é tirar meu casaco e entregá-lo a você. Para
os hebreus, num ritual de aliança de sangue, o roupão de uma pessoa a
representa. Quando tiro meu roupão e entrego a você, estou simbolicamente
dizendo, “Estou dando a mim mesmo. Todo o meu ser e minha vida, eu
prometo a você”. E então você faria o mesmo comigo.
2º PASSO - TIRE O CINTO
(1 SAMUEL 18:1-4)
A próxima coisa que faço é tirar meu cinto e dá-lo a você. Eu não uso
meu cinto para segurar minhas calças, mas para segurar minhas armas. Meu
cinto segura minha armadura; meu punhal, meu arco e flecha, minha espada.
Então, simbolicamente estou dando a você toda minha força e prometendo a
você todo meu suporte e proteção. Quando lhe dou meu cinto estou dizendo,
“ Aqui está minha força e toda a minha habilidade de lutar. Se alguém atacar
você estará me atacando também. Suas batalhas são minhas batalhas e as
minhas suas. Vou lutar com você. Vou ajudar a defender e proteger você.” E
você fará o mesmo por mim. Isto se assemelha ao que as nações podem fazer
hoje em dia, mas esta não pode ser quebrada.
3º PASSO – CORTE A ALIANÇA.
(GÊNESIS 15:1-9; JEREMIAS 34:18-19)
O próximo passo é realmente “cortar a aliança” pegando um animal e
dividindo-o ao meio. Na Bíblia um animal só é dividido ao meio numa
cerimônia de aliança.
Depois de dividirmos o animal, colocamos cada metade ao nosso lado e
nos posicionamos entre as duas partes das carnes ensanguentadas. Colocamo-
nos de costas um para o outro. Então andamos em direção as carnes, fazendo
um percurso em formato de oito, e nos virando de frente.
Fazendo assim estamos dizendo duas coisas. Primeiro, dizemos que
estamos morrendo para nós mesmos, desistindo dos direitos das nossas
próprias vidas e começando uma nova caminhada com nosso parceiro de
aliança até a morte. Veja, nesta aliança, cada metade do animal representa
cada um de nós. Segundo, assim como a aliança de sangue é o mais solene
pacto, cada um de nós aponta para o animal dividido ao meio e diz. “Deus
faça isto comigo ou mais se eu de alguma forma tentar quebrar esta aliança.
Divida-me ao meio e dê aos abutres porque eu tentei quebrar o mais sagrado
de todos os pactos”.
4º PASSO – LEVANTE O BRAÇO DIREITO E MISTURE O SANGUE
(ISAÍAS 62:8)
Então devemos erguer nossos braços, cortar as palmas de nossas mãos e
colocar juntas. Fazendo isto, nosso sangue se mistura. Então juramos lealdade
um ao outro.
Lembra como fazíamos quando éramos crianças? Com os olhos
provavelmente meio cerrados, você e seu amigo mais íntimo furavam seus
dedos e colocavam juntos jurando lealdade para sempre até que sua mãe
quebrasse a aliança por você.
Como nosso sangue é misturado, acreditamos que nossas vidas também o
são. Isto acontece porque nosso sangue é nossa vida.
Então estamos matando nossa velha natureza e trazendo a vida a nosso
parceiro de sangue da aliança. Estamos nos tornando um só. O homem
sempre acreditou que misturar o sangue é misturar a vida. Isto
simbolicamente mostra que nós dois estamos nos tornando um.
5º PASSO – TROQUE OS NOMES
(GÊNESIS 17:5,15; 32:18)
No momento em que nosso sangue é misturado, nós trocamos de nomes.
Eu pego o seu sobrenome e o acrescento ao meu, enquanto você pega o meu
sobrenome e o acrescenta ao seu.
6º PASSO – FAÇA UMA CICATRIZ
(ISAÍAS 49:16)
O próximo passo é esfregar nosso sangue e fazer uma cicatriz como um
testemunho permanente da aliança. A cicatriz servirá como testemunho da
aliança que fizemos e estará sempre lá para nos lembrar de nossas
responsabilidades um para com o outro. Esta é a garantia da nossa aliança.
Se alguém tentar nos prejudicar, tudo o que temos a fazer é levantar
aquele braço direito e mostrar nossa cicatriz. Com isso estaremos dizendo “há
mais coisas para mim do que os olhos possam ver.” Se você me atacar, você
também terá que lutar com o meu parceiro de aliança. E você não tem ideia
do quão grande ele é. Então o que você fará? Se arriscar ou recuar?” Se o
suposto atacante tiver bom senso, ele recuará. Enfim, a cicatriz é o selo que
testifica a nossa aliança.
Henry Stanley, nas suas explorações pela África, estabeleceu aliança com
vários líderes de diferentes tribos e podemos certamente entende o porquê.
Toda vez que ele encontrava uma tribo não muito amigável, ele levantava o
braço direito com as cinquenta cicatrizes e o suposto atacante recuava
correndo em outra direção. Atualmente, quando encontramos amigos, nós
não mostramos cicatrizes, nós apertamos as mãos. Há muitos indícios de
aliança de sangue em nossa sociedade moderna. Nós apenas não utilizamos
sangue.
7º PASSO – FINALIZE A ALIANÇA
(GÊNESIS 31:52-53; 21:23; JOSUÉ 9)
Neste ponto nós, cercados de testemunhas, finalizamos a aliança. Eu digo
“Todos os meus bens são seus, meu dinheiro, minhas propriedades e todas as
minhas posses são suas. Se você precisar de qualquer coisa, não precisa nem
pedir, simplesmente pegue. O que é meu é seu, o que é seu é meu. Se eu
morrer, os meus filhos serão seus por adoção e você será responsável pela
minha família.
Porém, ao mesmo tempo você assume minhas obrigações. Se eu vier a ter
algum problema financeiro, eu não te pedirei dinheiro, eu simplesmente
perguntarei ‘Onde está o seu cheque?”
Nós temos uma aliança. Tudo o que eu tenho é seu e tudo o que você tem
é meu, bens e responsabilidades. Então nós nos colocamos de pé e lemos,
perante testemunhas, nossa lista de bens e responsabilidades.
8º PASSO – COMA A CEIA MEMORIAL
(GÊNESIS 26:28-30; 31:44-54)
Então nós fazemos uma ceia memorial para completar a união da aliança.
No lugar do animal e do sangue temos pão e vinho. Na Bíblia, o vinho é
considerado o sangue das uvas (ver Gênesis 49:11) e representa nosso próprio
sangue vivo. O pão representa nossa carne.
Nós pegamos um pedaço de pão, partimos em dois e alimentamos um ao
outro, dizendo “Isto simboliza meu corpo e eu agora o estou colocando
dentro de você.” Então nos servimos do vinho e dizemos “Este é o símbolo
do meu sangue vivo que está agora no seu sangue.”
E agora, simbolicamente, eu estou em você e você está em mim. Nós
somos um só com uma nova natureza.
9º PASSO – PLANTE UM MEMORIAL
(GÊNESIS 21:27-33; 31:44-54)
Agora nós deixamos um memorial para a aliança, pois queremos sempre
lembrá-la. Fazemos isso plantando uma árvore, a qual borrifamos com o
sangue do animal. Esta árvore, juntamente com a cicatriz, será sempre uma
testemunha da nossa aliança.
Bem, isso completa a cerimônia. De agora em diante, nós seremos
conhecidos como amigos. No tempo da Bíblia, as pessoas não usavam a
palavra amigo tão amplamente como fazemos hoje. Você só se tornava amigo
depois que fizesse a aliança e todos os nossos filhos eram incluídos, até
mesmo os que não haviam nascido. Eles fazem parte da aliança porque eles
estão em nós. Mais tarde, quando eles nascerem e chegarem a uma idade de
entendimento sobre a aliança, eles poderão escolher permanecer nela ou
rejeitá-la.
IDENTIFICANDO A ALIANÇA
Pois bem, a qualquer momento que você vir esses acontecimentos ou
essas palavras citadas na Bíblia, realmente ou simbolicamente, você saberá
que as partes firmaram uma aliança de sangue. Você não encontrará cada
detalhe descrito passo a passo como eu os mostrei, porque nos dias da Bíblia,
todas as pessoas sabiam tais detalhes e não era necessário gravar todos eles.
No entanto, familiarize-se com os nove passos e com os jargões referentes à
aliança, porque este é um ritual básico e você vai querer reconhecê-lo no
decorrer da leitura deste livro e ver como é aplicado.
A VELHA ALIANÇA
Há uma diversidade de exemplos de aliança de sangue na Bíblia. Abraão
firmou aliança com Abimeleque, um rei filisteu. Jacó fez aliança com Labão,
seu tio (veja Gênesis 21:21-34; 31:44-54).
Porém o exemplo que eu quero compartilhar com você é a aliança feita
entre Davi e Jônatas. A história começa em I Samuel 18:1-9 onde lemos o
seguinte relato:
“Ora, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas ligou-se
com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. E
desde aquele dia Saul o reteve, não lhe permitindo voltar para a casa de
seu pai. Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à
sua própria vida. E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a
Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu
arco e o seu cinto. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse, e era
sempre bem-sucedido; e Saul o pôs comandando o pessoal de guerra, e
isso pareceu bom aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos
de Saul. Sucedeu porém que, retornando eles, quando Davi voltava de
ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao
encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, com
tamborins, e com instrumentos de música. E as mulheres, dançando,
cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares,
porém Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, pois
aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares
atribuíram a Davi, e a mim somente milhares; que lhe falta, senão só o
reino? Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita” (Samuel
18:1-9).
Vamos rever os personagens dessa história.
DAVI
Davi é o matador de gigantes. Ele é o grande guerreiro que podia esmagar
seus adversários e todos os inimigos de Saul. Além disso, a Bíblia diz que
Davi era um homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Davi ama Saul
e o estima muito. Ele poderia tê-lo matado em diversas ocasiões, no entanto,
ele continuava perdoando-o. Davi quer mostrar amor a Saul, mas este não
permite.
SAUL
Saul, por outro lado, é o oposto de Davi. Ele tem a tendência de estar fora
da vontade de Deus. Eu realmente me identifico com Saul. Ele é rebelde e
procura fazer as coisas do seu jeito e não do jeito de Deus. Ele não quer
ninguém dizendo a ele o que fazer, nem mesmo Deus. Esta rebeldia traz
sofrimento e dor continuamente a Saul.
Saul tem medo de Davi. Isto logo se torna uma obsessão e ele começa a
persegui-lo para tentar matá-lo. Saul faz todos da sua família temerem Davi.
O retrato que ele pinta para sua família é o seguinte: “O grande e mau Davi
está lá fora querendo nos pegar. Não o deixe chegar muito perto ou ele o
matará. Ele é malvado, injusto e irá destruí-lo se você lhe der chance”.
Davi, é claro, é justamente o oposto do que Saul o faz parecer. Porém sua
família não o sabe e certamente não chegarão perto para descobrir. Eles têm
medo de Davi e não sabem que ele os ama.
JÔNATAS
No entanto, Saul tem um filho chamado Jônatas, que é o oposto dele e do
resto de sua família. Entretanto, este membro da família age como se não
pertencesse àquela família. Ele é mais parecido com Davi. Na verdade,
Jônatas ama Davi como a si mesmo, e como acabamos de ler, quando eram
bastante jovens, fizeram uma aliança.
Jônatas está sempre tentando trazer paz entre Saul e Davi, porém quanto
mais ele tenta, mais irado Saul fica. Uma vez, Saul atira uma lança em
Jônatas e fere-o, como também tentara fazer com Davi.
MEFIBOSETE
Mais tarde, quando Jônatas se casa, ele tem um filho chamado
Mefibosete. Em 2 Samuel 4:4 nós lemos que quando Mefibosete tinha 5 anos,
Saul e Jônatas foram mortos na batalha em Jezreel.
Esta é uma notícia terrível. Não apenas devido às mortes citadas, pois
agora sem ninguém para impedi-lo, Davi pode se apressar e assumir o trono
como rei. É claro também, que ele matará toda a família restante de Saul e
todos que ainda são leais a Saul, pois Davi o odeia e deseja punir e trazer
destruição a estes. De certo Davi não queria fazer isto, mas a família de Saul
acredita que sim.
Então quando a notícia da morte de Saul e Jônatas chega a Jerusalém, a
babá de Mefibosete o agarra e foge. Na pressa de ir embora, ela cai, deixando
Mefibosete escapar de seus braços. Quando ele cai no chão, seus pés são
esmagados. Rapidamente, a babá o recolhe e leva a um esconderijo ao leste
do Rio Jordão em Lo Debar. Mefibosete, então, se refugia lá.
Enquanto estava escondido em Lo Debar, o seu coração se endurece
contra Davi. Seus dois pés mancos são uma lembrança constante de que Davi
o está procurando, que este o odeia e que se o achar, com certeza o matará.
Então ao invés de estar em um palácio confortável com servos, comer pato
assado no jantar e dormir em uma cama extralarga com lençóis de seda, ele
está escondido como um escravo fugitivo, temendo Davi. Ele não sabe que
faz parte de uma aliança com o rei através de seu pai, Jônatas.
DAVI REINA COMO UM REI
Entretanto, Davi reina como um rei. E em II Samuel 9, nós achamos Davi
se perguntando se alguém da família de Saul ainda estaria vivo. Ele gostaria
de mostrá-los sua generosidade, pois tinha uma aliança com Jônatas. Porém
todas as vezes que ele se aproximava de alguém para perguntar sobre a
família de Jônatas, ninguém dizia nada.
Eles acreditam que Davi estava enganando a todos e que se por acaso
encontrasse Mefibosete, o mataria.
Porém, por fim, o servo de Saul confidencia a Davi que Mefibosete está
em Lo Debar. Imediatamente, Davi manda uma carruagem para pegá-lo.
Assim que Mefibosete ouve um barulho distante, ele se ergue para ver o que
era. Então seus piores medos são confirmados... as carruagens de Davi estão
vindo para matá-lo.
Quando os homens enviados por Davi chegam, eles colocam Mefibosete
dentro do carro e o levam depressa a Davi. Mefibosete naturalmente acredita
que tudo está acabado para ele. Ele está certo de que Davi vai torturá-lo,
decaptá-lo e dá-lo de comida para os cães.
DAVI SE LEMBRA DA ALIANÇA
Então, enquanto eles o apressam para entrar no palácio, Mefibosete cai
com sua face diante de Davi. Conforme ele esperava, os guardas o apanham e
Davi diz “Mefibosete, não tenha medo. Eu ordenei que você viesse para que
eu pudesse ser generoso com você devido a minha aliança com seu pai,
Jônatas. Eu irei devolvê-lo todas as terras do seu avô, Saul, e você irá viver
aqui no palácio.”
Bem, Mefibosete não pode acreditar no que está ouvindo! Aquele era o rei
que o odiava e queria matá-lo? Ele se ajoelha diante de Davi e grita “Deve o
rei demonstrar sua generosidade a um cachorro morto como eu? Você não
sabe o que eu disse sobre você. Você não sabe de todos os nomes que eu te
chamei, o quanto eu te odiei, fiz piadas sobre você e o quanto eu fugi de
você. Eu não mereço generosidade nem compaixão. Eu sou pior que um
cachorro morto que serve apenas para o lixo. Ó Senhor Davi. Eu não sou
merecedor desse amor e piedade. Eu não mereço tamanha compaixão e
perdão.”
Davi responde “Mefibosete, você não entende. Eu sei que você não
merece isso. Eu sei que você não tem mérito nisto e não há nada que você
possa fazer para ter alguma vantagem ou consertar seus pensamentos e ações
contra mim. Você pode me servir durante mil anos e nunca me compensar
por isso. Porém isso não tem nada a ver com você. Mefibosete, veja essa
cicatriz em minha mão. Eu não estou fazendo tudo isso por causa de você,
sim porque eu jurei pelo meu próprio sangue e firmei uma aliança eterna com
seu pai Jônatas. Essa cicatriz na palma da minha mão é a garantia e selo da
aliança.
“Tais são os termos da aliança. Eu irei restabelecer todas as suas terras.
Eu irei abençoar você e perdoarei seu passado de coisas erradas contra mim.
Minha casa é sua casa e você viverá aqui no palácio. Eu te adotarei como se
fosse meu filho e serei um pai para você. Essa cicatriz é a testemunha da
minha aliança com você.”
MEFIBOSETE ESCOLHE
Naturalmente, Mefibosete é abalado. Ele não pode acreditar nisso. Porém
agora ele deve fazer uma escolha, ou fazer parte da aliança com Davi ou
voltar para o deserto.
Não parece uma escolha fácil, parece? Bem, vamos ver: O homem que ele
odiou durante toda a sua vida, agora ele deve amar de todo o seu coração. Ele
agora deve se tornar um só juntamente com o homem de quem ele fugiu e de
quem tinha medo. Deve engolir seu orgulho e se humilhar. Deve também
admitir que estava errado e dar as costas a tudo o que ele pensava sobre Davi.
E seus velhos amigos vão ridicularizá-lo, zombar dele, e chamá-lo de
fracassado por se render a Davi. Eles vão também dizer que ele não teve
coragem bastante para morrer e acabar com o problema.
Não era uma decisão fácil, afinal de contas, não é? Mefibosete pesa as
alternativas. É a sua escolha, seu livre arbítrio. Davi não pode forçar uma
aliança com ele. Grato, Mefibosete escolhe fazê-la.
Imediatamente, todas as coisas que Davi prometera acontecem. A terra de
Mefibosete foi restaurada e ele foi abençoado com todas as bênçãos que um
filho do rei deve receber. Então seu passado de erros contra Davi foi
perdoado. Ele se uniu a Davi na ceia da aliança, comia regularmente na mesa
do rei e vivia no palácio. Também os descendentes de Mefibosete foram
abençoados, pois eles também estavam na aliança; ninguém poderia
prejudicá-los.
A NOVA ALIANÇA
Essa é uma bela história, mas “o que isso tem a ver com minha relação
com Deus?” Nessa história, Davi representa Deus. Ele ama sua criação de
todo o seu coração. Ele quer mostrar-nos compaixão e misericórdia. Ele quer
nos tirar do deserto e escassez da vida e nos adotar como sua própria família,
para sermos seus filhos, sentar a mesa com ele e viver na mansão que ele nos
preparou.
Porém, infelizmente, nós somos da família de Saul e somos rebeldes.
Queremos sempre do nosso jeito e não queremos ninguém nos dizendo o que
fazer, especialmente Deus. Não entendemos que Deus nos ama e quer nos
abençoar. Nós sempre ouvimos dizer que Ele é um Deus de ira e que quer
trazer julgamento sobre nós, e por isso, temos medo dele. Afastamo-nos, e
quando pensamos que ele não está olhando, rimos dele e zombamos.
Trazemos sofrimento e tristeza a nós mesmos em nosso deserto particular de
Lo Debar.
E quanto a Jônatas? Ele era da família de Saul, no entanto ele não
pertencia àquele lugar. Ele era como Davi que se regozijava em fazer a
vontade de Deus. Era bem parecido com Saul, mas também como Davi.
Assim como Jesus, a Palavra de Deus que se tornou carne e viveu entre nós,
Jesus na verdade não fazia parte de nós; no entanto, era um de nós. Ele era
genuinamente Deus, mas ao mesmo tempo, muito homem.
Toda plenitude de Deus morava em seu corpo (veja Col. 2:9). Nele há
vida e Ele é a fonte de vida. Sendo Deus, toda a criação está nele e vem dele.
Como Criador, ele vale por toda sua criação. Quantas criações são iguais ao
seu criador? Quantos humanos são iguais a Deus? Mil? Cem mil? Um
milhão? Um bilhão?
Todas as criaturas juntas não equivalem ao Criador. Então se Deus se fez
homem e ao mesmo tempo continuava sendo Deus, ele poderia substituir toda
sua criação. Ele poderia representar toda a humanidade. Toda a humanidade
estaria nele e ele poderia tomar o lugar de cada pessoa que vivesse. Sendo
igual a Deus, mesmo sendo homem, ele poderia entrar em aliança consigo
mesmo em nome de toda a humanidade.
ENTRA JESUS – O PERFEITO HOMEM-DEUS
Jesus é o perfeito Homem-Deus. A Bíblia diz que isto foi decidido antes
da fundação do mundo (veja Pedro 1:18-20). E estávamos lá quando a
aliança foi feita; como nosso Criador, nós estávamos nele.
E no seu próprio tempo, como se lembrava da aliança que fez consigo
mesmo desde o princípio, ele veio à Terra como um de nós... carne, sangue e
ossos. Ele nasceu da semente da mulher, uma virgem (veja Gl. 4:4). Semente
de uma mulher, não de um homem, para que o sangue fluindo em Suas veias
não fosse contaminado pelo pecado.
Ele não carregava aquela doença no sangue vinda de Adão chamada
natureza do pecado (Rm. 5:12). Assim como Deus Ele era santo e justo e
preparou para si mesmo um corpo. Era um corpo que não pecaria; no entanto,
o sangue naquele corpo era sem mancha e sem mácula. Então Deus, através
de seu filho, trocou de nome conosco e se tornou o humano Filho de Deus... o
representante de toda a humanidade. Ele se denominou o Filho do Homem
para identificar-se a si mesmo com toda a humanidade. Por 33 anos, viveu
uma vida perfeita para se tornar de uma vez por todas o perfeito sacrifício
pelos pecados do mundo.
JeSUS FAZ A ALIANÇA
Durante a cerimônia da aliança, Jesus junta os seus discípulos para
participar da ceia da aliança com pão e vinho. Depois da ceia Jesus saiu e
deixou um memorial da aliança. Ele plantou uma árvore e derramou Seu
sangue sobre ela. Porém não era o sangue das cabras e touros; era seu próprio
sangue. Também não era um pequeno enfeite em seu pulso. Era todo o su
sangue derramado aos pés da cruz, o sangue sem mancha que dura para
sempre como um memorial da aliança.
O “Cordeiro de Deus” imolado desde a fundação do mundo firmou
aliança com toda a humanidade e estávamos lá. Nós fomos crucificados com
ele, porque, como Mefibosete, nós estávamos nele enquanto nosso criador.
Ele tomou nosso manto de autojustiça, que é comparada a trapos de imundice
(Isaías 64:6). Tomou nossa natureza e todas as nossas dívidas, que são os
pecados de nosso espírito, o sofrimento da nossa alma e a doença do nosso
corpo. Foram todos colocados sobre ele. Toda nossa lepra espiritual, aquela
doença mortal no sangue que carregamos, foi colocada sobre ele e aquele que
não conhecia pecado, se tornou pecado por nós (veja Is. 53:6).
Era necessário que Deus fizesse isto porque nossa natureza pecaminosa
nos separa de Deus. Todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus
(veja Rm. 3:23). O preço por nossos pecados é a morte (veja Rm. 6:23).
Sabemos que isto é verdade, por isso tememos a Deus. Jesus tomou tudo isto
sobre Ele na cruz.
JESUS LEMBRA A ALIANÇA
Então, em algum lugar você está sentado numa igreja, em casa, com um
vizinho, num bar, num estudo bíblico ou no trabalho e de repente a
carruagem daquele que é maior do que Davi, o Espírito Santo, te convida a
vir a Deus através de Seu Filho, Jesus. Você lutou contra isso a vida toda,
mas sabia que um dia isto iria acontecer. No entanto, fugia, se escondia atrás
da máscara da religião, droga, sexo, dinheiro ou qualquer outra coisa para
cobrir seu rastro. Só pensava que Deus existia para estragar sua diversão...
para te dizer o que fazer ou não fazer.
Você não sabe que Deus te ama e quer te abençoar com toda sorte de
bênçãos espirituais. Então, ao invés de viver como o filho de Deus, você tem
vivido como um escravo fugitivo. Você não acreditou naqueles cristãos que
te falaram do amor de Deus. Você pensou que eles o estavam enganando,
para levá-lo a Deus e para que Ele pudesse puni-lo. Ele poderia fazê-lo.
Assim, você trouxe sofrimento e dor para você e para aqueles que estavam ao
seu redor.
No entanto, o Espírito Santo o está atraindo e convencendo. Ele o está
trazendo a Deus, e enquanto pensa que Ele está a ponto de pegá-lo; e que seu
clube sagrado está a ponto de vir sobre você, Deus diz “não tema. Eu te
chamei para ser gentil com você por causa da aliança que eu fiz comigo
mesmo sem seu nome. Eu estava te procurando porque eu quero te
abençoar.”
VOCÊ DEVE ESCOLHER
Você não acredita no que está ouvindo: “É este o Deus de ira que quer me
punir? É aquele que eu tive medo e fugi por toda minha vida?” Então você
grita. “Mas Deus, você não sabe o que eu disse sobre você. Não sabe quantas
vezes eu usei seu nome em vão e como eu o odiei e o amaldiçoei, zombei e
fugi de Você. Eu até mesmo disse que estava morto. Você não sabe todas as
coisas terríveis que eu fiz. Não sou merecedor deste amor e misericórdia. Não
mereço tanta compaixão e perdão.”
E Deus responde: “Você não entende. Eu sei que você não merece. Sei
que não pode fazer nada para compensar seus maus pensamentos e ações a
meu respeito. Porém, isto não tem nada a ver com você merecer ou não.
Estou fazendo isto porque eu jurei por meu próprio sangue e firmei uma
aliança eterna comigo mesmo em seu nome através de Jesus. A cicatriz nas
mãos dele é a garantia e selo da aliança. E você estava lá; você estava em
mim quando eu dei minha vida por você. Agora eu quero dar minha vida a
você.”
OS TERMOS DA ALIANÇA
Deus diz: “Estes são os termos da aliança. Vou tomar suas dívidas, todos
os seus pecados, as suas dores e doenças sobre mim e me tornar pecado por
você. Perdoarei suas iniquidades e não me lembrarei mais delas. Tomarei
toda a sua justiça própria e dar-te-ei a minha justiça, que é pura, santa e
aceitável a meus olhos.”
“Você me veste com sua veste de pecado, tristeza e dor e eu o vestirei
com a minha vestimenta de salvação e minha veste de justiça que é meu
sangue vivo derramado na cruz por você. Eu vou atribuir isso a você e
considerá-lo justo. Nós vamos trocar nossas naturezas, pois colocarei em
você Meu espírito e o abençoarei com toda sorte de bênçãos espirituais. Você
participará da Minha própria natureza pela mistura do nosso sangue.
Você pode se tornar parte de mim e eu viverei no seu coração. Minha casa
será sua casa. Você pode comer na minha mesa. Eu serei um pai para você e
o adotarei como mu próprio filho. Você reinará Comigo por mil anos e terá
vida eterna. Este é o meu presente para mostrar que te amo” (Jeremias 31-34;
Ezequiel 11:19-20; 36:25-28; Hebreus 8:8-12; Apocalipse 20:4; 22:1-5).
FIRMANDO A ALIANÇA
Bem, esta descoberta desfaz tudo o que você já pensou sobre Deus, porém
você deve fazer uma escolha. Seus pais não podem fazê-la por você nem sua
organização religiosa. Você deve decidir; firmar a aliança com Deus através
de Jesus ou voltar para o deserto.
Este é o mesmo Jesus de quem você fugiu e quem você menosprezou por
toda a sua vida. Agora você deve amá-lo de todo o seu coração e se tornar um
com Jesus. Deve engolir seu orgulho, se humilhar e admitir que estava
errado, mudando sua velha maneira de pensar e viver. Todos os seus velhos
amigos vão ridicularizá-lo, vão rir de você, vão falar mal de você por seguir a
Jesus.
Isto certamente não é uma decisão fácil. Se você não tomar esta decisão;
você voltará para o deserto, perdido para sempre. Se você decidir que sim;
você terá comunhão com Deus, será alimentado por sua natureza divina. Ele
será seu Deus e você será seu povo.
Jesus disse: “Se você firmar a aliança, você será conhecido como meu
amigo” (João 15:14-15). Você trocará de nome e será chamado de cristão,
crente, discípulo, etc.
Jesus disse:
... Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu
sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia.
Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue
verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me
enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também
viverá por mim” (João 6:53-57)
Jesus mais tarde explica que estas palavras que ele está falando são
palavras espirituais referentes a coisas espirituais porque a união humana
divina é espiritual (João 6:63). Veja, Deus é um espírito e para adorá-lo você
deve fazê-lo em espírito (João 4:24).
Você deve nascer espiritualmente de novo (João 3:1-7). Dessa forma você
se tornará um com Deus através de Jesus.
CICATRIZ SOBRENATURAL
Como uma cicatriz, Jesus manda seu Espírito Santo a todos aqueles que
formam uma aliança com ele (João 20:22). O Espírito Santo é o selo que
testemunha e testifica a aliança. É a constante lembrança e a garantia que nós
temos uma aliança com Deus através do sangue de Jesus (Efésios 1:13; 4:30;
II Coríntios 1:22).
Romanos 8:14-17 diz assim: “Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em
temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:
Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus. E, se nós somos filhos, somos herdeiros também, herdeiros de Deus,
e coerdeiros de Cristo...”
MOSTRANDO A CICATRIZ
Então, quando Satanás, o inimigo, vir contra o crente, ele mostrará a
cicatriz, o poder do Espírito Santo. Veja, maior é o que está em nós (Espírito
Santo) do que o (Satanás) que está no mundo (1 João 4:4). E quando Satanás
vê nossa cicatriz, ele foge de nós porque sabe que já foi abatido por nosso
irmão da aliança, Jesus de Nazaré, o Filho do Deus Vivo.
Porque Deus levantou e exaltou Jesus e o colocou acima de todos os
principados e poderes com autoridade sobre todo nome. (Efésios 1:20-23).
Ele deu a Jesus “O Nome” que está acima de todo nome (Filipenses 2:9-11).
Os crentes têm a autoridade para ir a todo o mundo no “Nome” através do
poder do Espírito Santo. Somos mais do que vencedores através de Jesus,
pois agimos segundo o seu nome; pois todas as coisas estão sob seus pés e
nos tornamos parte do seu corpo através da união espiritual (Rm. 8:37; Ef.
1:20-30).
Conforme você vai “No Nome”, o Deus de paz, que foi trazido dos
mortos, o Senhor Jesus, aquele grande pastor de ovelhas, através do sangue
da eterna aliança, agirá através de você pelo poder de Jesus segundo a
vontade de Deus (Hb. 13:20-21).
O CONVITE DA ALIANÇA
Jesus está batendo à porta de cada coração humano. Ele deseja que todos
firmem uma aliança de sangue com ele pessoalmente aceitando sua morte em
favor deles. Esta é sua aliança de amor. Para todos os que fazem a aliança, ele
promete : “... Eu entrarei em sua casa, comerei com ele e ele comigo” (Ap.
3:20).
Se você ainda não fez esta aliança, pode fazê-la agora mesmo, onde você
estiver. Simplesmente confesse a Deus que é um pecador e que não pode
salvar a si mesmo. Você então entra na aliança pedindo a Jesus para entrar
em sua vida e ser seu salvador pessoal. Neste ponto, Deus o aceita em aliança
através de Jesus que manda seu Espírito Santo para morar em você. O
Espírito Santo será testemunha para seu próprio espírito humano que você
firmou aliança e se tornou um filho de Deus.
Todos podem fazer esta oração. Porquanto não há diferença entre
judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos e dá suas bênçãos
a todos que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo (Romanos 10:12-13).
Deus revela este convite ostensivamente. Através da Velha Aliança, que
aponta para a luz do mundo da Nova Aliança, Jesus, o Único Messias, Senhor
e Salvador. Unimo-nos a Ele no capítulo 3, quando ele chama um homem
para sua aliança de amor.
CAPÍTULO 3

Em que Abraão Acreditava?

RECAPITULANDO
Com o capítulo 2 como bastidores, estudaremos a aliança de sangue como
Deus a revelou através de Abrão, mais tarde chamado de Abraão depois que a
aliança foi estabelecida.
Já tinha se passado 500 anos desde o dilúvio e novamente o mundo dava
as costas para Deus para adorar a ídolos. A família de Abrão foi adoradora de
ídolos (Josué 24:2,14). Eles moraram em Ur, localizada na Babilônia entre os
Rios Tigres e Eufrates. Era um país cultural, sofisticado, mas pagão. Os
povos adoravam a lua e faziam ídolos esculpidos com suas próprias mãos
para a deusa lua.
Neste ambiente, Deus chamou Abrão para sair da sua terra de pagãos.
Abrão tinha que deixar seus ídolos e seus objetos pessoais pagãos e ir para
um país que Deus o mostraria. Lá, Deus o abençoaria e o faria uma grande
nação. Ele daria a Abrão uma terra de descanso dos seus inimigos. Da
semente de Abrão (singular) todas as nações do mundo seriam abençoadas
(Gênesis 12:1-9).
Quatro vezes a Bíblia diz que Abraão acreditou em Deus e foi
considerado justo (Gênesis 15:6; Romanos 4:3; Gálatas 3:6; Tiago 2:23). O
que vamos aprender neste capítulo é exatamente... No que Abrão acreditava?
Se descobrirmos em que ele acreditava, então, também vamos ser
considerados justos, se escolhermos acreditar. Podemos também nos tornar
aceitáveis aos olhos de Deus e reconciliados com nosso Criador. Poderemos
então ter paz com nosso Deus.
Então, Deus leva Abrão à terra de Canaã e Deus se achega a ele de uma
maneira que Abrão entende, estabelecendo com ele uma aliança de sangue. É
a mesma aliança que Deus firmou com Adão e Eva, quando matou os animais
no jardim, os vestiu para cobrir seus pecados e prometeu um futuro redentor
(Gênesis 3). É ainda a mesma aliança de sangue que foi reconfirmada com
Noé, evidenciada por ele ao oferecer um sacrifício ao Senhor que subia como
um cheiro suave e doce (Gênesis 8:20-21). Esta foi a primeira coisa que ele
fez assim que saiu da arca. E eu não o culpo.
A VELHA ALIANÇA
Deus, então, continua progressivamente a revelar Sua aliança com o
homem que ele (Deus) estabeleceu desde a fundação do mundo. Antes de vir
à Terra para firmar a aliança consigo mesmo como um homem, Deus a revela
claramente a Abraão. A cerimônia da aliança é descrita em Gênesis 15 e
lemos assim:
Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão,
dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo
galardão... E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma
cabra de três anos, e um carneiro de três anos, uma rola e um
pombinho. E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada
parte deles em frente da outra; mas as aves ele não partiu. E as aves
desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava. E pondo-se o
sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e
grande escuridão caíram sobre ele. Então disse a Abrão: Sabes, de
certo, que a tua descendência peregrinará em terra alheia, e será
reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, Mas
também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá
com grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás
sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da
injustiça dos Amorreus não está ainda cheia. E sucedeu que, posto o
sol, houve escuridão, e eis um forno de fumaça, e uma tocha de fogo,
que passou por aquelas metades. Naquele mesmo dia fez o SENHOR
uma aliança com Abrão, dizendo: A tua descendência tenho dado esta
terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gênesis 15:1, 9-
18).
DESCRIÇÃO DA CERIMÔNIA
Deus disse: “Abraão, Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.”
Com este anúncio, Deus está tomando a iniciativa oferecendo seu sangue e
seu cinto a Abraão. (De acordo com a cerimônia da aliança discutida no
capítulo 2.) Neste momento Deus não tem uma veste física para trocar com
Abrão. Mas como a veste representa a pessoa, Deus simplesmente oferece a
si mesmo.
Efetivamente Deus diz: “Abrão, sou Eu mesmo. Sua recompensa. Tudo o
que Eu sou te dou. Sou santo; dou-te minha santidade. Sou justo; dou-te
minha justiça. Dou-te minha vida, Abraão. Prometo firmar aliança em seu
nome, se você aceitá-la e firmá-la comigo.”
Então Deus fala: “Abrão, Eu sou seu escudo. Eu não estou te oferecendo
um escudo: Eu sou seu escudo. Irei te proteger e lutar suas batalhas por você.
Serei sua fortaleza. Se alguém te atacar, eles estarão me atacando. Suas lutas
são minhas. Vista-me como sua armadura e quando você tiver que lutar, farei
isto por você. Só precisa ficar ao lado e deixar-Me agir.
“E da sua semente (singular) virá uma bênção para todo o mundo. Eu o
abençoarei e o farei uma grande nação e te darei um lugar de descanso.
Porém, Abrão, quero que você saiba que não estou fazendo esta aliança com
você não porque você mereça. Sua justiça própria é como trapos de imundícia
para mim. E sempre que você começar a pensar que a merece, perguntaremos
à sua esposa, a quem você abandonou duas vezes, o que ela pensa. Estou
tomando a iniciativa de fazer esta aliança com você porque a amo, não
porque você merece.”
Abrão, aquele grande homem de fé, responde, “Bem, isto é realmente
maravilhoso, Senhor. Eu realmente agradeço tudo o que você quer fazer por
mim e acredito em você, Senhor. Eu sei que vais fazer tudo isto, mas como
saberei?”
Bem, Deus responde à pergunta de Abrão de maneira que ele possa
entender. Ele diz a Abrão para tomar alguns animais; uma novilha, uma
cabra, um carneiro, uma rolinha, e um pombo jovem. Deus havia declarado
que estes animais eram “limpos” aos seus olhos. Eles serviriam como
sacrifícios de substituição conduzindo ao mais importante sacrifício.
E então, Abrão rapidamente juntou os animais e Deus diz: “Pegue a
novilha, a cabra, a novilha, corte-as ao meio e separe em duas partes.”
Cortando os animais ao meio, e separando as metades, Abrão sabe que
Deus está fazendo uma aliança com ele. Ele também sabe que a aliança de
sangue é o mais íntimo, durável, mais solene e sagrado de todos os pactos.
Não pode de forma nenhuma ser quebrado. No entanto, Abrão sabe que Deus
tem que fazer as coisas que prometeu.
Não há necessidade de se preocupar nem de inquietar-se com relação a
isto. Ele pode descansar nas promessas de Deus, porque através da aliança,
ele tem uma forte ligação com Deus.
Só há um problema. Como a criação pode firmar aliança com o Criador?
Como uma pessoa fraca e pecadora pode fazer uma aliança como o Todo-
poderoso e onipotente Deus? O que Abrão tem a oferecer a Deus? Poderia ele
salvar e ajudar a Deus de alguma forma? Pois, se todo ser humano oferecesse
todas as suas posses a Deus, ainda assim não teria valor para um aliança. O
Criador está além do alcance da criação por sua própria capacidade de
alcançá-lo. Não existe meio do homem por si só se achegar a Deus.
Porém, em Gênesis 15:11, vemos Abrão tentando ajudar a Deus.
Enquanto as partes ensanguentadas dos animais estão lá, as aves caem sobre
eles querendo devorar suas carcaças. Estas aves são consideradas impuras por
Deus e tentam comer o sacrifício limpo ordenado por Deus e aceitável a seus
olhos.
Jesus diz que Satanás, o maligno, é como as aves impuras que vem sobre
nós para roubar as sementes do evangelho para evitar que as pessoas
acreditem Nele (veja Mateus 13:4,19). As aves em Gênesis representam
Satanás descendo para quebrar esta aliança antes de ser completada roubando
o sacrifício aceitável antes que possa ser oferecido. Então Abrão tenta ajudar
a Deus espantando as aves.
Finalmente Deus diz: “Olhe, Abrão, você realmente não entende. Se eu
fizer uma aliança com o homem, terei que fazer tudo e será feito por
completo. Se você estiver envolvido de alguma forma, haverá bagunça. Se
você tentar trabalhar, se tentar ser justo, se tentar ajudar de alguma maneira,
esta aliança será poluída por você. Então não será aceitável a mim. Eu sou o
único que pode fazer uma aliança comigo. Eu vou jurar por mim mesmo e me
certificar de que você não tente me ajudar mais, vou te colocar num sono
profundo durante a cerimônia e quando terminar, te acordarei.”
Então Deus o colocou em sono profundo e houve uma grande escuridão.
Enquanto Abrão estava sob o poder de Deus, Ele disse a Abrão que seus
descendentes ficariam como escravos por 400 anos num país estranho, mas
seriam libertados plenamente.
Então Abrão viu alguém tomando seu lugar passando entre os animais
ensanguentados. Alguém andando no lugar em que ele deveria andar.
Alguém dizendo: “Estou morrendo para mim mesmo, abrindo mão de meus
direitos nesta vida e começando uma nova caminhada com meu parceiro de
aliança até a morte.”
Lembre-se de que o parceiro da aliança aqui é Deus. Então alguém diz:
“Não o meu querer Deus, mas o seu seja feito como parceiro da aliança.” Foi
um brilho tão intenso que Abrão viu andando em seu lugar, que ele só
consegue descrever como uma fornalha fumegante e uma lâmpada
queimando, o que significa uma luz brilhante. O que Abrão viu?
Ele vê a manifestação da glória em chama e da deslumbrante beleza do
próprio Deus andando em seu lugar. O Todo-poderoso fez aliança consigo
mesmo e substituiu Abrão. Ele é o único que poderia substituir Abrão. E toda
a sua futura semente foi incluída na aliança porque estavam em Abrão.
Mais uma vez podemos ver como o Antigo Testamento é a pintura de uma
pessoa do Novo Testamento. Deus retratou o tempo em que ele viria à Terra
na pessoa de Jesus de Nazaré para firmar aliança com ele mesmo por ele
mesmo em nosso nome.
O sacrifício, lembre-se, era sempre simbólico da carne e sangue daquele
que fez a caminhada. Então este sacrifício apontava para o tempo em que o
próprio Deus viria à Terra como homem “o cordeiro de Deus” para levar os
pecados do mundo. Ele faria a aliança por nós. Enquanto o sangue dos
animais só podia cobrir os pecados, o sangue de Jesus lança fora os pecados e
não se lembra mais deles.
O SELO DA CIRCUNCISÃO
Então, em Gênesis 17, Deus acorda Abrão para selar a aliança. O selo,
como discutimos no Capítulo 2, é a cicatriz dada como testemunho da
aliança. A cicatriz representaria um testemunho. Lembraria sempre a Deus e
a Abrão de suas responsabilidades um para com o outro. Era a garantia da
aliança.
A cicatriz que selava e testificava esta aliança era a circuncisão. Era o
símbolo da aliança eterna. Abrão carregaria na carne, a evidência que ele
entrou em aliança de sangue com Deus através de Jesus. Todos os
descendentes naturais de Abrão confirmariam sua aceitação da aliança
tomando o selo da circuncisão em seus meninos recém-nascidos. Desta
forma, o selo, a lembrança, o testemunho da aliança era passada adiante.
TROCA DOS NOMES
Então de acordo com o ritual da aliança, Deus e Abrão mudaram de
nomes. Deus que é chamado YHWH em hebreu, tirou o “H” de seu próprio
nome e colocou no nome de Abrão. Então foi trocado para “Abraham”. Da
mesma forma, o nome de Sara é trocado para Sarah. Deus tomou o nome de
Abraão e se tornou conhecido como o Deus de Abraão. E agora que a aliança
está firmada, eles são conhecidos como amigos. Abraão deve ser conhecido
como amigo de Deus (veja Tiago 2:23).
ABRAÃO NÃO TEM FILHO
Ele é agora o amigo de aliança de Deus. E Ele prometeu-lhe uma semente
(singular) através de Sarah, um descendente que seria uma bênção para o
mundo inteiro. Ele também prometeu uma terra de descanso e bênção para
Abraão e seus descendentes. Há somente um problema com essas promessas:
Abraão não tinha filhos com Sara. Ele tinha um filho com Agar, serva de
Sara. Porém, a semente prometida viria através de Sara. Ele tem 100 anos e
Sara 90. Ele é impotente e ela já tinha passado da idade de engravidar. Deus é
um pouco mais educado em descrever suas condições. Ele diz que eles eram
avançados em idade (veja Genesis 18:11).
Portanto se Abraão tivesse um filho, seria por uma intervenção
sobrenatural. Deus pede a Abraão que acredite nisso. Ele nunca tinha tido um
parceiro de aliança como Deus. Ele leva um tempo para se acostumar com a
magnitude das promessas vindas da parte de tal parceiro. Não é qualquer um
que apresenta um estilo divino.
Porém Abraão finalmente é persuadido de que Deus tem compromisso
com a aliança e não pode quebrá-la. Então Ele precisa agir. Além do mais,
sendo Deus, Ele também é capaz de efetuar. Então um filho é nascido de Sara
e é chamado Isaque (veja Gênesis 21:5). Deus está honrando sua parte na
aliança.
O TESTE DE FÉ DE ABRAÃO
Você deve se lembrar que ele dormiu durante a aliança. Deus fez tudo.
Abraão não tinha nada a ver com isto. Deus está provando Sua própria fé e
agora é o momento de testar a fé de Abraão sobre a aliança. Será que ele
realmente acreditava em seu coração? Ou talvez fosse somente um
consentimento mental e um ritual vazio pelo qual estava passando. Lembre-se
que quando uma aliança é feita, cada parte se rende completamente em
confiança de amor de um para com o outro. Cada parte deve estar disposta a
dar seu ser inteiramente, sua vida, seu coração àquele com quem fez a
aliança. Significa morte e renúncia de si mesmo em favor daquele com quem
se tem uma aliança. A aliança de sangue não é meramente um entendimento
intelectual entre Abraão e Deus, ou entre você e Deus.
O TESTE
Há somente uma maneira de descobrir sobre o compromisso de Abraão
com a aliança: testá-lo com o que lhe era mais precioso; seu filho.
Por todo o mundo, os homens em aliança estavam dispostos a dar o que
lhes era mais precioso. Pagãos devotos davam seu primogênito. Era uma
prática comum.
Será que Abraão faria o mesmo por seu Deus? Deus então pergunta a
Abraão: “Você me ama mais do que os pagãos amam a seus ídolos? Estás
disposto a renunciar ao que for mais precioso a você para provar que me ama
ou era tudo falação? Você realmente me deu seu coração, Abraão? Ou a
aliança foi algo que você concordou por razões impuras? Abraão, tome seu
filho, Isaque, e leve-o ao Monte Moriá e o ofereça a mim em holocausto.
Abraão, são ao todo três dias de viagem. Quando chegar lá, você verá o
monte no qual irá oferecê-lo” (veja Gênesis 22:1-2).
Bem, este é um teste duro para Abraão mesmo sendo esta uma prática
comum. Por que Abraão tem 100 anos e todas as promessas de Deus
dependem exclusivamente dele ter um filho. E com a idade de 100 anos,
Abraão provavelmente pensa que não há muita esperança de ter outro filho.
Afinal, Abraão racionaliza: “Deus ainda está cansado do milagre com Isaque
que levou 25 anos. ”E nesta época, mais 25 anos tinha se passado, então ele
acredita que estaria muito velho para Deus fazer qualquer coisa.
Tenho certeza de que estes pensamentos passaram como um flash pela
cabeça de Abraão. Sei também que pensaria o mesmo. Porém Romanos 4:20
diz: “Abraão não vacilou quanto às promessas de Deus.”
Para um homem do oriente Médio, como Abraão, oferecer a vida do seu
único filho era um sacrifício maior do que sua própria vida. Se Deus tivesse
pedido a Abraão a oferecer a si mesmo, um homem velho de 100 anos,
cansado e desgastado, não teria sido um verdadeiro teste de fé na aliança.
Porém para Abraão oferecer seu único filho e mais uma vez ficar sem filhos
numa idade tão avançada... representava o sacrifício máximo. Veja, na mente
de uma pessoa do Oriente Médio, morrer sem um filho era a coisa mais
horrível na vida. Sua vida inteira seria considerada um fracasso. O ditado
popular daqueles dias era: “O céu não espera aquele que é destituído de
filhos.” Então, oferecendo seu único filho, Abraão provaria de uma forma
suprema que ele amava a Deus e seria fiel à aliança. Deus não estava pedindo
a Abraão nada do que qualquer outro pagão não faria pelos seus deuses
pagãos.
ABRAÃO OFERECE ISAQUE.
Ele levanta-se cedo na manhã seguinte para iniciar sua jornada de três
dias em direção ao monte numa cidade chamada Salém, que mais tarde seria
chamada Jerusalém. Isaque e dois servos vão com ele. Durante os três dias de
jornada para o topo da montanha, na mente de Abraão, Isaque seria morto.
Esta jornada é descrita em Gênesis 22.
No terceiro dia da jornada, Deus aponta para o Monte Moriá onde Isaque
deveria ser sacrificado. Abraão então vira para os servos e diz: “Fiquem aqui
com os burros. O rapaz e eu iremos além e adoraremos e então voltaremos”
(Gênesis 22:5).
Então Abrão coloca a madeira para o holocausto nos ombros de Isaque e
os dois caminham juntos. Eu concordo com os ensinamentos judeus quando
afirmam que ele tinha uns 30 anos (provavelmente 33). A idade da
maturidade para os judeus era 30 anos. Isaque não casou antes de 40 e não
teve filhos antes de 60. Portanto, mesmo com a idade de 33 anos era
considerado um homem jovem. Então ele teve 3 anos de idade adulta antes de
ter sido oferecido como sacrifício.
No dia em que chegaram ao topo do Monte Moriá, Isaque vira para o pai
e pergunta: “Temos lenha e fogo, mas onde está o cordeiro para o sacrifício?”
(Gn. 22:7)
Abraão responde: “Deus proverá o cordeiro, meu filho,” (v.8). Com esta
afirmação, nós percebemos que ele acreditava que Deus iria prover um
sacrifício para substituí-lo. Hebreus 11:19 nos conta que Abraão acreditou
que mesmo se Deus tomasse Isaque, Ele o iria ressuscitar para continuar
sendo o primogênito prometido por Deus na aliança. Abraão também
acreditava que teria muitos outros filhos a partir da semente de Isaque.
Depois disto Abraão constrói um altar e coloca Isaque sobre ele. No
momento em que ele está a ponto de fazer o sacrifício e tirar a vida de seu
próprio filho, Deus aparece e fala: Abraão você provou sua fé na aliança.
Pegue este carneiro que Eu providenciei e oferece-o no lugar de seu filho. Eu
o aceitarei como um sacrifício substituto em nossa aliança” (vs.11-12).
Abraão ofereceu o carneiro e deu o nome à montanha de “O Senhor
Proverá”. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR (o
sacrifício) se proverá. (v14). A versão revisada da Bíblia possui uma nota ao
pé da página na qual podemos ler: “Ele será visto”.
UMA NOIVA É ESCOLHIDA
Sete dias depois do sacrifício substituto ser realizado, Eliezer, servo de
Abraão, procura uma noiva para Isaque. Ele encontra Rebeca e a tira do lugar
de escravidão de adoração a ídolos na cidade de Harã e a traz para a terra da
promessa para começar uma nova vida com Isaque (veja Gênesis 24).
REVISANDO
Deus fez uma aliança com Abraão. Satanás tentou devorar o sacrifício
aceitável antes de completar a aliança e Deus teve que colocar Abraão para
dormir para evitar sua interferência. Se Abraão tentasse se aproximar de Deus
e ajudá-lo por sua conta não haveria aliança. Os feitos foram todos de Deus...
estritamente um ato de graça em seu nome.
Deus tomou o lugar de Abraão na cerimônia da aliança. Isso se fez
necessário porque somente Deus poderia fazer aliança com ele mesmo.
Abraão não fez nada além de acreditar, porém agiu com atos de fé. Deus
substituiu Abraão e andou em seu lugar representando-o na aliança. Abrão se
tornou Abraão, o amigo de Deus. Ele acreditava em Deus e, por causa dessa
fé, Deus o considerou justo.
EM QUE ABRAÃO ACREDITAVA?

1. Primeiramente, ele acreditava no nascimento sobrenatural. Ele


acreditava que Deus iria trazer ao mundo um filho de modo
sobrenatural. Deus assim o fez e ele o chamou Isaque.
2. Ele acreditava em Deus o suficiente para oferecer seu único filho
como sacrifício. E assim ele fez.
3. Ele acreditou por três dias que seu filho seria morto.
4. Ele acreditou que Deus iria prover um sacrifício substituto ou
levantar seu filho dos mortos e teria muitos filhos através de
Isaque.
5. Ele acreditou que, naquele monte, Deus iria providenciar para si
mesmo o sacrifício substituto... Ele seria visto no topo daquele
monte.

Por causa da fé de Abraão nessas coisas, Deus deu sua (de Deus) capa de
justiça. Por causa da sua fé, Deus foi seu escudo, sua proteção. A justiça de
Deus foi imputada a Abraão porque ele acreditou.
A NOVA ALIANÇA
Jesus, falando aos líderes judeus disse: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por
ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (João 8:56). O apóstolo Paulo escreve
que o evangelho foi pregado a Abraão (veja Gálatas 3:8) e em Romanos 9:8
Paulo escreve: “...nem todos os filhos de Abraão são filhos de Deus, mas
somente aqueles que acreditam na promessa de salvação que ele fez a
Abraão.”
Deus nos pede para acreditar nas mesmas coisas que pediu a Abraão. Ele
nos pede para acreditar que Jesus, o Filho de Deus, fez uma aliança com
Deus o Pai em nosso nome. Somos separados dos nossos pecados por Deus e
não há nada que possamos fazer para afugentar as aves; ou seja, não há nada
que possa nos reconciliar com Deus. Não há nenhuma boa ação que
possamos fazer para conquistar nossa participação na aliança. Não podemos
ajudar a Deus com nossa justiça. Na verdade, a única forma de podermos
participar da aliança é nos confessarmos incapazes diante de Deus e aceitar o
único que tomou nosso lugar, como Abraão assim o fez.
UM NASCIMENTO SOBRENATURAL
Primeiro, somos chamados a acreditar num nascimento sobrenatural.
Assim como Abraão, Deus traria seu amado filho unigênito ao mundo em
carne, sobrenaturalmente. Ele nasceria de uma virgem... a semente da mulher,
não herdando portanto a natureza pecaminosa passada de Adão. Deus fez, e o
chamou Jesus (Yeshua) (veja João 1:1, 14; Lucas 1:30-35). Jesus foi
circuncidado no oitavo dia para provar que Ele honrava a aliança (veja Lucas
2:21).
E Satanás estava tentava devorar e engolir o sacrifício antes de ser
completado. Através do assassinato em massa de Herodes, Satanás tentou
matar Jesus quando era ainda um bebê. Seus pais, José (Yosef) e Maria
(Mirian), fugiram para o Egito e escaparam. Satanás mais uma vez tenta
matar Jesus, desta vez no deserto. Ele tentou fazer com que apedrejassem
Jesus e que fosse atirado de um penhasco. Todas essas tentativas contra a
vida de Jesus eram para evitar que aliança fosse completada.
MANTENDO A PROMESSA DA ALIANÇA
Porém Deus tinha prometido a Abraão que da semente dele, todas as
nações da terra seriam abençoadas. E chega o momento de Deus provar sua
fidelidade à aliança com Abraão e sua semente.
Então com a idade de 33 anos, depois de 3 anos de seu ministério, Jesus
começou a longa caminhada ao topo da montanha. E como Abraão, Deus
colocou a madeira para o holocausto nos ombros de Seu Filho. Aquela
madeira era a cruz que Jesus voluntariamente tomou sobre si mesmo. Deus
ofereceu seu único filho em holocausto para ser uma bênção para o mundo.
Quando, assim como Isaque, nos voltamos para Deus e perguntamos:
“Onde está o cordeiro? Quem tomará meu lugar e servirá de expiação para
meus pecados? Quem pagará o preço por mim?” A resposta vem: Deus
providenciará a si mesmo como cordeiro vivo para o holocausto”. Jesus é o
“Cordeiro de Deus”. Enquanto Isaque não tinha valor e precisava de um
substituto, Jesus tinha. Toda a plenitude de Deus vivia em Seu corpo (veja Cl.
1:19; 2:9). Deus verdadeiramente providenciou a si mesmo.
O PERFEITO SUBSTITUTO
Deus mesmo subiu ao altar da cruz, no mesmo monte onde Isaque foi
oferecido 2000 anos antes. Mas desta vez Deus não interrompe o sacrifício,
porque o real substituto já estava no altar. Jesus é o “Cordeiro de Deus”
imolado desde a fundação do mundo e agora Ele veio para derramar seu
sangue para cumprir a aliança. Esta é a aliança que ele jurou desde o
princípio. Naquele mesmo monte onde Isaque foi oferecido, o Senhor
providenciou a si mesmo como substituto, e ele foi visto pelo mundo inteiro.
Assim como na época de Abraão, uma escuridão caiu sobre a terra (veja
Mateus 27:45). Então somos chamados para acreditar que Deus enviou seu
único filho para sacrificar a si mesmo como nosso sacrifício substituto.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Somos chamados a considerar que depois de Jesus ficar três dias e três
noites no túmulo, Deus, o Pai, o ressuscitou para ser o primogênito da aliança
de Deus, e muitos viriam a ele através de Jesus. Nós até mesmo mudamos
nossos nomes para Cristãos, ou crentes, ou discípulos, etc. Jesus se torna
nosso amigo, nosso parceiro de aliança.
A ESPOSA CELESTE
E sete semanas após o sacrifício substituto, o Espírito Santo vem para
começar Sua função de escolher uma esposa para Jesus. Ele quer tirar você da
escravidão do pecado e trazê-lo para a terra prometida de descanso espiritual
com Jesus. Jesus é o esposo celestial e ele te procura para ser sua esposa.
Enquanto isto, Satanás está lá tentando evitar que você entre na aliança.
Suas palavras nos são familiares: “Você não precisa de todo este negócio de
sangue. Você é uma boa pessoa, um bom membro da sua comunidade e um
ótimo obreiro na igreja”. Porque seus princípios morais são muito melhores
do que os dos seus vizinhos. E mesmo assim, isto tudo é tão relativo.
Certamente um Deus amoroso não vai deixá-lo. Então siga em frente e faça
as coisas do seu jeito. Afinal de contas, Deus ajuda a todos que ajudam a si
mesmo. Então, se você achar que é certo, faça.
Estas são mentiras de Satanás que se disfarça de anjo de luz. Mas na
realidade ele quer te devorar como um leão que ruge e te peneirar como trigo.
Porém o Espírito Santo traz você até Jesus e diz: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida: ninguém vem ao pai senão por mim. A punição para o
pecado é a morte e sem derramamento de sangue não há remissão de
pecados. E é o meu sangue que você tem que aceitar em seu nome para se
tornar um filho de Deus pela aliança” (veja João 14:6; Romanos 3:23; 6:23).
O VERDADEIRO FILHO DE ABRAÃO
Vemos então que Abraão é o pai espiritual de todos os que acreditam
como ele acreditava. Jesus disse que os filhos verdadeiros de Abraão fazem
as coisas que ele fazia. Jesus disse que o que ele fazia era acreditar no
testemunho de Deus para com o seu Filho (Veja João 6:29; Romanos 3-4;
Gálatas 3:6-9).
Quando acreditamos no que Abraão acreditou, a justiça de Deus é
imputada a nós. Vestimos a capa do Senhor Jesus e sua justiça. Somos a
justiça de Deus nele (veja Coríntios 5:21). Quando Deus olha para nós, Ele
não nos vê em pecado, Ele nos vê em Seu filho; nos vê com a justiça de
Jesus. Ele se torna nosso escudo e armadura completa da salvação. Ele é
nossa maravilhosa recompensa.
O FILHO DE DEUS
Nós nos tornamos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (veja Gálatas
3:26); não demonstrado pela circuncisão da carne, mas pela circuncisão do
coração. Isto acontece quando Jesus coloca seu Espírito dentro de nós (veja
João 20:22).
Quando o Espírito Santo vem morar em nós, Ele traz suas bênçãos
Espirituais e uma terra de descanso para nossas almas em Deus através de
Jesus que é o nosso descanso.
O Espírito Santo, que está em nós, é maior do que ele (Satanás), que está
no mundo. Ele é a fonte de força. Ele luta nossas batalhas por nós. Ele limpa
os nossos pecados. Quando Ele nos enche com Sua presença, nós
experimentamos seu amor, sua alegria, sua paz, seu poder, sua graça, sua
glória e seu sopro de vida em nós.
Quando Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida, e vida em plenitude.”
(João 10:10) Ele estava falando sobre Sua Vida em nós através da pessoa do
Espírito Santo. No entanto, podemos fazer todas as coisas através de Jesus
nosso Senhor que nos fortalece (Fp. 4:13). Esta é a terra de descanso
prometida, que Deus disponibilizou para nós. Todos os que quiserem podem
entrar nesta terra firmando uma aliança com Deus através de Jesus.
FIRMANDO A ALIANÇA
Deus deseja considerá-lo justo, assim como fez com Abraão. Ele quer te
abençoar com toda a sorte de bênçãos espirituais. Ele quer que você participe
de sua natureza divina. Porém você deve dizer “sim” para a aliança. Você
deve concordar com Deus de que é separado de seus pecados por ele e que
não há nada que possa fazer para garantir seu lugar na aliança. Você deve
então receber Jesus em sua vida aceitando-o como o único que fez a
caminhada da aliança por você, assim como Abraão.
Quando você firma a aliança todas as promessas feitas a Abraão tornam-
se por direito suas. “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus
em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo (Messias), e não confiamos na
carne.” (Fp. 3:3). “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é
circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no
interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo
louvor não provém dos homens, mas de Deus.” Rm. 2:29) (veja também
Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 9:25-26; Gálatas 6:15; 2 Coríntios
5:17).
Paulo não queria dizer que não havia judeu étnico. Ele estava
simplesmente dizendo que a circuncisão é a do coração e qualquer um que
cujo coração foi circuncidado é um verdadeiro filho ou filha de Abraão seja
por nascimento (crentes judeus) ou nascimento espiritual (crentes gentios).
A aliança de amor através do sangue do Messias Yeshua traz a união de
Judeus e gentios com Deus. Ambos nos tornamos um novo homem em Jesus.
Através dele, nós temos acesso a Deus, nosso Pai Celestial, por intermédio do
Espírito Santo. No entanto, “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E,
se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a
promessa.” (Gal. 3:28-29).
Se você firmou a aliança, eu tenho a autoridade de te dizer que seus
pecados estão perdoados e não serão mais lembrados. (João 20:23). Bem-
vindo à família de Deus.
CAPÍTULO 4

O Tabernáculo

RECAPITULANDO
No capítulo 3, aprendemos como Deus reafirmou sua aliança com Abraão
prometendo vir à terra e firmar a aliança através da semente (semente) de
Abraão. Porém os descendentes de Abraão ficariam em cativeiro por 400
anos (veja Gn. 15:13-36) numa terra estranha, o Egito. Mas havia uma
aliança e Deus iria honrá-la. Ele deve fazê-los sair do cativeiro e levá-los a
terra prometida. Está registrado em Êxodo 2-3 que Deus lembrou-se da
aliança. Êxodo 2:23-24 diz: “No decorrer de muitos dias, morreu o rei do
Egito e os filhos de Israel gemiam debaixo da servidão pelo que clamaram, e
subiu a Deus o seu clamor por causa dessa servidão. Então Deus, ouvindo-
lhes os gemidos, lembrou-se do seu pacto com Abraão, com Isaque e com
Jacó”.
Mais tarde Deus aparece miraculosamente a Moisés para revelar Seu
plano de libertação. Deus diz a Moisés: “...Eu sou o Deus do seu pai, Deus de
Abraão, Deus de Isaque e de Jacó...”
Então Deus disse
“..., tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho
ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os
seus sofrimentos e desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-
lo subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra
que mana leite e mel para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do
perizeu, do heveu e do jebuseu. E agora, eis que o clamor dos filhos de
Israel é vindo a mim e também tenho visto a opressão com que os
egípcios os oprimem. Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para
que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel” (Êxodo 3:7-10).
Vemos que Deus se lembra da aliança feita com Abraão. Com uma grande
demonstração de poder, Deus liberta a nação de milhares de pessoas. O
grande final acontece com ele abrindo o mar Vermelho para os hebreus
passarem.
O CARTÃO DE VISITAS DE DEUS
E no caminho para a terra, Deus percebe que os descendentes de Abraão
não entendem com quem eles tinham uma aliança. Eles não percebem o
quanto são pecadores e quão santo Ele é. Mais tarde, através do profeta
Jeremias, Deus diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perverso quem o poderá conhecer?” (Jeremias 17:9).
Bem, para chamar a atenção para o fato, Deus fala aos hebreus enquanto
viajam: “Vamos parar um pouco ao pé desta montanha e deixem-me
apresentar-me.”
Êxodo 19:17-18 mostra: “ E Moisés levou o povo para fora do arraial ao
encontro de Deus e puseram-se ao pé do monte. Nisso todo o monte Sinai
fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo e a fumaça subiu como
a fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente.” Note que
Moisés descreve o Deus que cumpre a promessa da mesma forma que Abraão
o fez... “uma fornalha ardente”. Deus precisa apresentar-se de alguma forma;
Ele então mostra seu cartão de visitas para que os hebreus vejam quem ele
realmente é. Então ele revela os Dez Mandamentos. “Não terás outros deuses
diante de mim... Não farás para ti imagem esculpida... nem te encurvarás
diante delas... Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão... Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar... Honra a teu pai e a tua mãe... Não
matarás... Não adulterarás... Não furtarás... Não dirás falso testemunho contra
o teu próximo... Não cobiçarás coisa alguma do teu próximo” (veja Êxodo
20).
Puxa! Que parceiro de aliança. Isto sim é um cartão de visitas. É claro que
Deus nunca esperou que os hebreus cumprissem estes mandamentos. Ele
sabia que não poderiam por causa da sua natureza pecaminosa. Os
mandamentos deviam ser um espelho para as pessoas verem o quanto Ele é
santo e quão pecadores nós somos. Então quando as pessoas virem quem ele
realmente é cairão diante dele em adoração, louvor e gratidão por sua
maravilhosa graça em firmar uma aliança com eles.
A ALIANÇA RECONFIRMADA
Para ficar claro, juntamente com os Dez Mandamentos, Deus deu algumas
instruções adicionais. Ele deu orientações especiais para a construção de um
Tabernáculo, para estabelecer um sistema elaborado de sacrifícios e para
ordenar um sacerdócio. Depois de receber estas instruções, Moisés construiu
um altar e ofereceu um sacrifício a Deus. Ele tomou o sangue de um animal
sacrificado e aspergiu no altar. Então depois de ler publicamente os Dez
mandamentos e outras leis diante da nação, ele jogou o sangue na direção do
povo. Da mesma maneira, ele aspergiu sangue no Livro da Aliança que
continha os Dez Mandamentos e todas as leis. Mais tarde ele derramaria o
sangue no Tabernáculo e em toda a mobília usada na adoração assim como
também naqueles que seriam ministros sacerdotes (veja Hebreus 9:18-22).
Então Moisés disse: “...Este sangue (não os Dez Mandamentos) confirma
e sela a aliança que o Senhor fez com você dando-lhes estas leis” (Êxodo
24:8).
Veja que Deus nunca pretendeu que os hebreus se aproximassem dele
tentando cumprir os Dez mandamentos. Os Dez Mandamentos não podem
oferecer uma evidência do sangue de uma vida. Deus pretendia que os
hebreus se aproximassem dele da forma que ele sempre pensou... através de
um sacrifício de sangue para remissão dos pecados. Esta é a sua provisão.
Sua única cláusula.
A palavra em hebreu para Lei é Torah. Esta palavra simplesmente
significa ensinamento ou instrução. Os Dez Mandamentos de Deus eram
instruções para os hebreus sobre como se aproximar dele. Sabe, Deus tinha
em mente que quando os hebreus escutassem os Dez Mandamentos eles iriam
correr o mais rápido possível para o Tabernáculo, matar um carneiro e
oferecer o sangue em seu lugar como uma oferta expiatória para um Deus
santo.
Por isso Deus estabeleceu um Tabernáculo, um sistema de sacrifícios e
um sacerdócio para que os hebreus pudessem se aproximar dele. Não era
para os hebreus se aproximarem de Deus através dos Dez Mandamentos e
sim através dos sacrifícios administrados pelos sacerdotes no Tabernáculo.
Em Salmos 50:5, Deus lembrou a seu povo que firmou uma aliança com eles
através do sacrifício.
A VELHA E A NOVA ALIANÇA
Colossenses 2:17 e Hebreus 10:1 nos contam que Deus estabeleceu esta
maneira de se aproximar de Deus como sombras do verdadeiro Tabernáculo,
o sacrifício verdadeiro e o verdadeiro sumo sacerdote que viria mais tarde.
Então quando a “real situação” acontecesse não haveria mais necessidade de
levar um animal para ser oferecido por um sacerdote, porque o sacrifício
final teria sido feito, todos os adoradores seriam sacerdotes, o Templo seria
estabelecido em nós e as leis seriam escritas em nossos corações.
O que Deus estabeleceu na Velha Aliança foi um sistema preliminar
temporário levando os hebreus em direção à Nova Aliança para que pudesse
reconhecer “a semente de Abraão” quando Ele entrasse em cena. Neste
capítulo, aprenderemos como o Tabernáculo mostrava aos hebreus esta
direção. O Tabernáculo terreno representa simbolicamente e aponta para o
real Tabernáculo que é Jesus nosso Senhor. Deus deu o Tabernáculo e os
detalhes da sua construção para retratar de uma maneira temporal, o que
Ele iria fazer um dia através de Jesus. Vamos descobrir que o Tabernáculo é
uma figura visível, ou um modelo, mostrando-nos como chegamos a Deus
através de Jesus. Desde a fundação do mundo, só há um caminho. Jesus é o
caminho.
A VELHA ALIANÇA
Em Êxodo 25:1-9, Deus dá as seguintes instruções a Moisés:
Disse o Senhor a Moisés: “Diga aos israelitas que me tragam ofertas.
Mas só receba ofertas daqueles que quiserem ofertar de coração. Todo
aquele que quiser, pode trazer. As ofertas devem ser destas coisas:
Ouro, prata e bronze. Tecido azul, vermelho-púrpura, vermelho-
carmesim, linho fino e pelos de cabra. Peles de carneiro tingidas de
vermelho, peles de animais marinhos e madeira de acácia. Azeite para
iluminação, especiarias para o óleo, para derramar nos atos de unção
para dedicação, e especiarias para o incenso aromático. Pedras de
ônix, pedras próprias para fixar na faixa sacerdotal e na peça que vai
no peito do sacerdote. Deverão construir um Santuário, para eu morar
nele, no meio do meu povo. Darei o modelo do Tabernáculo que servirá
de Santuário, e o modelo dos móveis. Assim, o Santuário será feito
exatamente como quero que seja.”
O Tabernáculo deve ser o lugar onde Deus se encontrará e viverá com seu
povo da aliança. Deus dá a Moisés instruções detalhadas sobre como
construir o Tabernáculo em Êxodo 25-27. Êxodo 35-38 descreve sua
construção. Agora, a razão por que Deus deu tais detalhes é porque este
Tabernáculo serviria para prever e ser um padrão do Tabernáculo real
celestial (veja Hebreus 8:5). Nada poderia ser deixado ao acaso ou à mercê da
imaginação do homem.
O TABERNÁCULO TERRESTRE
O Tabernáculo era o lugar onde os Hebreus levavam seus sacrifícios para
o pecado e sacrifícios de louvor. Eles só podiam fazer isso no Tabernáculo.
Eles não podiam fazer sacrifícios nas montanhas ou simplesmente em
qualquer lugar que quisessem. Tinham que se aproximar de Deus desta forma
através do Tabernáculo. Os hebreus tinham que ir lá para se achegar a Deus.
Eles não podiam se aproximar de Deus da sua própria maneira.
O Tabernáculo era móvel para que os hebreus pudessem carregá-lo em
sua jornada. Mais tarde, quando chegaram à terra prometida, uma estrutura
mais permanente foi necessária. Deus então usou o Rei Salomão para
construir um Templo (veja 1 Reis 5-8). O Templo de Salomão foi destruído
em 587 a.C. quando Jerusalém finalmente foi dominada pelos babilônicos
(veja 2 Reis 25:8-9).
Quando eles retornaram à sua terra do cativeiro da Babilônia,
reconstruíram seu Templo. Isso foi em 536 a.C. (veja Esdras 1:1-2). No
entanto, por causa de recursos escassos, este templo não foi tão glorioso
quanto o de Salomão. Quando as fundações foram construídas, o velho
homem que tinha visto o Templo de Salomão “chorou de tristeza” (Ageu
2:3). Aproximadamente no ano 19 a.C. Herodes começou a restaurar este
Templo fazendo-o maior e majestoso, porém no ano 70 d.C. ele foi destruído.
A Bíblia nos conta que os judeus irão reconstruí-lo nos últimos dias antes da
volta de Jesus (veja Apocalipse 11:1; Daniel 9:27).
O ACAMPAMENTO (NÚMEROS 2:2-3)
Esta discussão refere-se ao desenho intitulado “Tabernáculo no Campo
Hebreu”, que está no final deste capítulo. Note-se que as tribos acampadas ao
redor do Tabernáculo estão em lugares específicos que Deus designou para
cada uma delas. Além disso, cada tribo tem sua própria bandeira. Falando a
Moisés e a Arão, Deus diz “Cada tribo terá sua própria área, com seu mastro
e banner tribal; e no centro destes componentes tribais estará o Tabernáculo”
(Números 2:2). Então, Deus designa as locações tribais, como registrado no
resto do capítulo 2 de Números, como também no capítulo 3.
No lado leste havia a tribo de Judá. A bandeira desta tribo era um leão de
ouro num campo vermelho. A tribo do oeste era Efraim, e sua bandeira era
um touro negro em um campo de ouro. A tribo sudeste era Ruben, e sua
bandeira era um homem num campo de ouro. Ao lado norte estava a tribo de
Dan. Sua bandeira era uma águia dourada num campo azul.
Os quatro símbolos são mencionados de novo em Ezequiel 1:10 e
Apocalipse 4:7. O leão representa o rei que reina supremo. O touro representa
um servo mais baixo. O homem representa o ser terrestre mais alto e a águia
o maior ser celestial. Veremos o significado disto mais tarde.
Espalhados ao redor do Tabernáculo estavam as tendas dos Levitas. Eles
eram escolhidos por Deus para realizar o serviço sagrado no Tabernáculo em
nome do povo. As tendas dos Levitas cercavam o Tabernáculo protegendo o
povo da ira de Deus.
O PÁTIO (ÊXODOS 27:9-18; 38:9-20)
O Tabernáculo ficava em um recinto externo ou pátio. O tamanho deste
pátio era de 45,7 m de comprimento e 22,8 m de largura. Isto é a metade do
comprimento de um campo e futebol e quase da mesma largura. Qualquer um
podia entrar no pátio, mas somente o sacerdote poderia entrar no
Tabernáculo. Havia ainda uma restrição maior. Somente o sumo sacerdote
poderia entrar na sala interna chamada de Santo do Santos e ele só podia
fazer isto uma vez no ano.
AS COBERTURAS (ÊXODO 26:14)
O Tabernáculo tinha duas coberturas. A exterior visível aos que passavam
era feita de pele de texugo. Ela era de uma cor acinzentada, sóbria e pouco
atraente. Os que estavam do lado de fora não conseguiam perceber a
majestade e glória da parte interna do Tabernáculo a menos que entrasse. A
outra cobertura vinha diretamente abaixo desta e não era visível pelo lado de
fora. Era feita de pele de carneiro e tinha sido pintada de vermelho. Lembre-
se de que o carneiro foi o sacrifício substituto de Isaque. E é claro, na Bíblia,
o vermelho representa o sangue. Havia também cortinas feitas de linho e de
pelo de cabra.
Há muito o que falar sobre o pátio, da cerca, da estrutura e construção do
Tabernáculo. Seria um estudo riquíssimo, pois tudo aponta para o
Tabernáculo maior feito sem mãos. Mas o que eu quero que nós vejamos é
como entrar na sala chamada Santo dos Santos. É lá onde Deus mora. Nosso
objetivo é chegar a Deus.
No resto do capítulo, nós estaremos nos referindo ao desenho do
Tabernáculo intitulado “O Caminho a Deus”, que se encontra no final.
Coloque-se no lugar de um hebreu enquanto ele procura se aproximar de
Deus através do Tabernáculo.
O PORTÃO DA ENTRADA (ÊXODO 27:16)
Primeiramente, você irá notar que há somente um caminho para se
chegar ao pátio, através da entrada leste chamada de Portão. Você não pode
chegar a Deus a não ser que entre através do Portão leste. Este é o único
caminho de entrada.
Você deve ter um sacrifício agradável para poder entrar.
O ALTAR DE BRONZE (ÊXODO 27:1-8; 38:1-7)
O primeiro objeto com o qual você se depara ao entrar no pátio é o Altar
de Bronze. Ele tem 2,2 m² e 1,3 m de altura. O altar é o lugar onde você faz
seu sacrifício. Ele é chamado de “O Altar do Holocausto” (veja Êxodo
30:28). Levítico 1:9 descreve o holocausto como oferta queimada, de aroma
agradável ao Senhor.
Você não pode ser perdoado dos seus pecados e abençoado pelo sacerdote
até que vá a este Altar com um sacrifício. Você pode ser o judeu mais moral
da sua tribo e fazer boas coisas, mas ainda precisa trazer o sacrifício. Lembre-
se que os Dez Mandamentos, as pessoas, o Tabernáculo e toda a sua mobília
foram aspergidos com o sangue. Você não pode chegar a Deus tentando
seguir os Dez Mandamentos, mas sim pelo sangue do sacrifício que Deus
ordenou como aceitável a ele. Você não pode se aproximar de Deus de jeito
nenhum, a não ser pelo Altar de Bronze.
Deus resume isto em Levítico 17:11. Ele diz: “Porque a vida da carne está
no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas
vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” Lembre-se
que no sangue da aliança, o sacrifício o representa e tomará o seu lugar no
Altar. E quando você traz o sacrifício, você coloca (apoia fortemente) suas
mãos na cabeça do animal clamando por sua morte como um sacrifício em
seu nome.
A menos que você clame pelo animal como seu sacrifício de pecado, você
não pode ser aceito e declarado limpo. Somente com o sangue no Altar de
Bronze você pode entrar no Tabernáculo e se achegar a Deus. Quando você
pressiona sua mão fortemente na cabeça do animal e o mata, o sacerdote, que
está de pé ao seu lado, derrama o sangue do animal aos pés do altar.
Você se aproxima de Deus pela fé, acreditando em seu coração, que
através do sangue da aliança, seus pecados estão simbolicamente sendo
transmitidos a este animal. O animal imolado se torna o substituto dos seus
pecados. É claro, que você sabe que o sangue de um animal não pode retirar
seus pecados. Porém o sangue do animal cobrirá seus pecados até que Deus
mesmo venha e os leve embora.
A PIA DE BRONZE
O próximo objeto que você encontra é a Pia de Bronze. A Pia é um
lavatório, com cerca de 1,2 a 1,5 metros de altura, cheia de água. É feita de
bronze polido que as mulheres usavam como espelho. Quando Arão e seus
filhos foram consagrados ou separados como sacerdotes, eles lavaram seu
corpo todo na Pia (ver Êxodo 29:4; Levítico 8:6). Este era um cerimonial de
limpeza. Depois disso, eles só tinham que lavar suas mãos e pés. Deus exigia
que eles se lavassem antes de entrar no Tabernáculo e antes da ministração no
Altar (veja Êxodo 30:20).
Agora como o sacerdote ministrava durante o dia, ele iria se sujar. Depois
ele iria até a Pia para se lavar. Enquanto olhava, ele poderia ver a si mesmo
no bronze polido. A Pia, ao mesmo tempo em que mostrava o quão sujo
estava e onde deveria lavar, também providenciava a água para sua limpeza.
Portanto, ela não só mostrava que ele estava sujo, como também o limpava.
Você não pode entrar no Tabernáculo a menos que tenha um sacrifício de
sangue e seja lavado na Pia. Você tem que vir a Deus por meio de sangue e
água. Do altar e da pia podemos ver que o Pátio Externo era um retrato da
salvação.
O LUGAR SAGRADO (ÊXODO 25:30-40; 37:10-28)
Você agora se aproxima da porta do Tabernáculo. E vê um véu de linho
azul, roxo e escarlate. Atrás dele estão escondidas as verdades de Deus. Uma
vez lá dentro, você vê outro véu que divide o Tabernáculo em duas salas... o
Santo Lugar e o Santo dos Santos. A primeira sala externa é chamada de
Santo Lugar. O Santo dos Santos é a sala interna antes do véu. Atrás desse
véu mora a presença de Deus. Você está tentando entrar nesta sala interna,
mas antes você deve passar através do Santo Lugar. Há três mobílias no
Santo Lugar; o Candelabro de Ouro, a mesa de pães, e o Altar de Incenso.
O CANDELABRO DE OURO (ÊXODO 25:31-39; 27:20-21; 37:17-24)
Imediatamente à sua esquerda está o Candelabro de Ouro. Ele pesa 48,5
kg e tem sete hastes. A haste do meio é o eixo central que continuamente
alimenta de óleo as outras hastes. Estas seis hastes, no entanto, iluminam a
haste central mais alta. Elas são cheias de manhã e à noite para garantir que
haja luz contínua. O Candelabro de Ouro providencia toda luz para o Santo
Lugar. Nenhuma luz natural pode entrar.
A MESA DE PÃES (ÊXODO 25:23-30; 37:10-16)
A sua direita, diretamente oposta ao Candelabro de Ouro, está a Mesa de
Pães. Essa mesa tem 91 cm de comprimento, 46 cm de largura e 76 cm de
altura.
Doze pães (um para cada uma das doze tribos) são colocados na mesa em
duas pilhas de seis pães.
Então os pães são cobertos com incenso. A cada “Sabath” os pães velhos
são removidos e comidos pelos sacerdotes e novos pães são colocados na
mesa. Ao lado dos pães estão as bandejas e os vasos de vinho.
A Mesa de Pães, como acompanhamento do vinho e do pão representa a
ceia da aliança de sangue. A aliança é firmada no altar de Bronze. O animal
que foi sacrificado representa a pessoa que faz a aliança. Porém ao invés de
comer o animal e beber o sangue; pão e vinho são oferecidos. Por seis dias
eles ficam sobre a mesa e representam a vida (corpo e sangue) da pessoa
sendo oferecida a Deus. Neste caso, os 12 pães representam toda a nação em
aliança com Deus. No “Sabath”, o sacerdote come o pão e derrama o vinho
simbolicamente se alimentando e recebendo dentro de si mesmo (e das
pessoas que representa) a vida de Deus.
O ALTAR DO INCENSO (ÊXODO 27:25-28)
Bem à sua frente e diretamente em frente ao segundo véu está o Altar do
Incenso. O Altar tem 91 cm de altura e 45 cm quadrados. A cada manhã e
noite o sacerdote coloca carvão em chama no Altar. Então ele joga incenso
sobre o carvão. Quando o incenso toca o carvão, ele enche a sala com uma
nuvem de fumaça cheirosa. Uma vez por ano, no Dia da Expiação, o
sacerdote joga o sangue da oferta de pecados nas pontas deste Altar e entra
no Santo dos Santos com incenso se espalhando a sua frente.
Enquanto o Pátio Externo era a figura da salvação, o Santo Lugar é a
figura do culto. O candeeiro de ouro, a mesa de pães e o altar do incenso são
retratos de culto sacerdotal e do nosso ministério para Deus e para as pessoas.
O SANTO DOS SANTOS
O segundo véu separa o Santo dos Santos do Santo Lugar. Esse véu era
tão entrelaçado que dois pares de bois amarrados de cada lado e empurrados
em direções opostas não poderiam rasgá-lo. Atrás deste véu está a sala do
trono de Deus. Este é o seu destino. Porém sua passagem está bloqueada.
Você não pode passar pelo véu nem entrar na presença de Deus. Somente o
sumo sacerdote pode entrar na presença de Deus e somente no dia da
Expiação.
A ARCA DA ALIANÇA (ÊXODO 25:10; 37:1-9)
A única mobília no Santo dos Santos é a Arca da Aliança. A Arca da
Aliança é um cesto pequeno com 1 metro e 13 centímetros de comprimento,
66 centímetros de largura e 66 centímetros de altura. A tampa da Arca é
chamada de “O Propiciatório”.
A palavra em grego que significa o mesmo que a palavra hebraica para
Propiciatório é hilasterion. A palavra em português para hilasterion é
“propiciação”. Propiciação simplesmente significa transformar a ira de Deus
satisfazendo Sua justiça transgredida. Lembre-se de que a única oferta que
pode fazer isto é o sangue. Ele é a única evidência de que o castigo do pecado
foi pago. O Propiciatório é o lugar da propiciação. É onde o sangue será
aplicado.
A réplica de um querubim (anjo) está em cada ponta do Propiciatório.
Suas asas estão estendidas tocando uma a outra no meio da tampa. Entre os
dois querubins e acima do Propiciatório há uma luz muito forte. Essa luz
brilhante é chamada Shekinah, significando a presença da glória de Deus. É
a manifestação da presença de Deus morando no meio do seu povo. O Santo
dos Santos é o lugar do trono terreno de Deus e a grande luz é a Sua
presença visível (veja Salmos 99:1).
Três objetos foram colocados dentro da arca sob o Propiciatório. São eles:
a vara de Arão que floresceu com amêndoas, um pequeno pote de maná e as
pedras contendo os Dez Mandamentos. (Hb 9:4)
A vara de Arão lembrava a Deus que os hebreus haviam rejeitado sua
liderança através de Arão (Nm 16-17). O pote de maná representava a
rejeição dos hebreus às provisões terrenas de Deus (Nm. 11). Os Dez
Mandamentos foram quebrados pelos hebreus e lembravam a Deus que o
povo estava distante da sua glória e santidade (Ex, 32).
Todo dia Deus iria olhar da Sua nuvem de glória e ver a evidencia do
pecado do homem. E o castigo do pecado é a morte. A justiça de Deus deve
ser administrada, pois Ele não pode permitir uma rebelião. Sua ira deve ser
justificada.
Mas no Dia da Expiação, o sumo sacerdote passa pelo véu e chega ao
Santo dos Santos com o sangue do sacrifício inocente. Este é o sacrifício que
Deus ordenou para que o substituísse na aliança de sangue até que Ele viesse
pessoalmente em nosso nome.
Quando o incenso enche a sala, o sumo sacerdote joga o sangue no
Propiciatório. Neste momento, quando Deus olha da Sua nuvem de glória,
Ele não vê a evidência do pecado humano. Ao invés disso Ele vê o sangue. O
sangue do sacrifício inocente diz a Deus que uma vida foi dada para pagar o
castigo. O Propiciatório coberto de sangue (e não os Dez Mandamentos)
transforma o trono de Deus do julgamento para a graça. A justiça foi
administrada. Deus criou uma maneira para pecadores serem reconciliados
com Ele.
Enquanto o Pátio Externo representa a salvação e o Santo Lugar
representa o culto, o Santo dos Santos representa a adoração, onde nós
podemos ser perdoados na presença de Deus. Então descobriremos estas três
áreas da figura do Tabernáculo, o Messias e as três fases da nossa caminhada
com Deus através da salvação, culto e adoração.
A NOVA ALIANÇA
O Acampamento
As bandeiras de cada tribo nos remetem à real bandeira de Deus, Jesus
nosso Senhor, como Ele é retratado nos quatro evangelhos. Em Mateus, Jesus
é representado como Rei dos judeus (o leão da tribo de Judá). Em Marcos,
Ele é o servo sofredor (o touro). Em Lucas Ele é o Filho do Homem. Em
João, Jesus é revelado como Filho de Deus (o maior ser celestial). Como
Filho de Deus, Jesus representa Deus aos homens. Como Filho do Homem,
Ele representa o homem a Deus. Como os Levitas, Ele se coloca entre Deus e
o homem protegendo o mesmo da ira de Deus por meio do Seu sangue.
As Coberturas
João 1:1 diz: “No início era a Palavra, e a Palavra estava com Deus e a
Palavra era Deus” João continua sua declaração no verso 14 dizendo: ”E a
Palavra se fez carne e viveu entre nós, e contemplamos sua glória, a glória
como o único amado do Pai cheio de graça e verdade” (João 1:14).
A palavra que se tornou carne e viveu entre nós é Jesus de Nazaré (veja
João 1:15; Apocalipse 19:13). A palavra grega para viveu é skenoo. Significa
acampar, ocupar, residir, morar ou “tabernáculo”. Deus habitou entre nós na
pessoa humana de Jesus. Nele estava toda a plenitude da divindade (veja Cl.
1:19; 2:9). A glória de Deus tinha morado no Santo dos Santos, no
Tabernáculo terreno e no Templo feito por mãos; agora deveria morar na
carne de Jesus, o Tabernáculo celeste feito sem mãos. Jesus não foi feito por
mãos humanas, por isso Ele foi amado por Deus, não por homens. Ele nasceu
de uma virgem. O seu corpo foi preparado pelo próprio Deus (veja Hebreus
2:14; 10:5). João contemplou Sua glória, a glória como o único amado do
Pai. Paulo escreve em 2 Coríntios 4:6 que a glória de Deus brilha na face de
Jesus. Paulo refere-se a Jesus como “o Senhor da glória” (1 Co. 2:8).
Hebreus 1:1-3 cita o seguinte: ”De muitas e variadas maneiras Deus falou
aos nossos pais pelos profetas; mas nestes últimos dias Ele nos falou por um
Filho, a quem Ele apontou...”
Mas como a pele do texugo encobria a glória de Deus no Tabernáculo
terreno também encobria Jesus (veja Fp 2:7). Para os que passavam, não
havia nada excitante sobre este carpinteiro de Nazaré porque Ele parecia
como qualquer outra pessoa. Um observador casual parado do lado de fora
não saberia que a Glória do Senhor estava morando entre eles.
Assim como a pele do carneiro tinha sido pintada de vermelho, o sangue
de Deus fluía de baixo da pele do corpo de Jesus. Deveria ser o sangue
substituto para tirar os pecados de todo aquele que entrasse em aliança com
Ele. Ele era a semente de Abraão.
Através da aliança de sangue, Ele viveria em nós pelo seu espírito. Nós
então nos tornaríamos o Tabernáculo ou lugar de morada de Deus. Depois
Jesus ressuscitou, apareceu aos seus discípulos para mostrá-los que era
vitorioso sobre a morte. Numa daquelas ocasiões, soprou sobre eles e disse:
“...recebam o Espírito Santo” (João 20:22).
Agora que Jesus mandou seu Espírito Santo, o corpo do crente é o lugar
de morada de Deus. Ele não mora mais numa tenda no deserto, ou numa
morada de tijolo e cimento. Ele mora em todos aqueles que fizeram uma
aliança de sangue com Ele e receberam seu Espírito. O crente é o templo do
Espírito Santo. O Senhor da Glória veio para constituir morada em todos da
Sua criação que pedirem que ele entre em seus corações (veja 1 Coríntios
3:16; 6:19-20; 2 Coríntios 6:16; Efésios 1:14; 2:21-22).
Para aqueles que observam, não há nada excitante sobre ser um cristão.
Parece ser uma vida sem nenhum atrativo, boba e chata. As atitudes deles
são: “Quem quer ser um cristão? Porque você tem que ter sempre uma cara
amarrada e nunca se divertir.” Eles não sabem que toda a riqueza da herança
de Deus mora em seu povo (Ef 1:11). A única forma de eles descobrirem é
entrando no perfeito Tabernáculo de Deus, Jesus, o homem, agora exaltado,
Senhor da Glória. Eles devem se transformar “Nele” para experimentar a
glória de Deus.
O Portão
O Portão do Tabernáculo ficava no lado leste. A Tribo de Judá acampava
em frente ao Portão. Lembre-se que sua bandeira era um leão de ouro num
campo escarlate. Falando sobre o Templo que mais tarde foi construído,
Ezequiel diz: ”E a glória do SENHOR entrou na casa pelo caminho da porta,
cuja face está para o lado do oriente.” (Ez 43:4). Os hebreus tinham que
atravessar este Portão para chegar a Deus. Não havia outra maneira.
A linhagem de Jesus é da Tribo de Judá. O ouro representa a divindade. O
leão é o rei que reina supremo; no entanto ele está coberto pelo campo de
sangue escarlate. Apocalipse 5:5 diz: ”Jesus é o Leão da tribo de Judá.” A
tribo de Judá, sua bandeira e o Portão do Oriente mostravam aos hebreus a
Jesus que disse: ”... Eu sou o caminho – a verdade e a vida. Ninguém vem a
Pai a não ser por mim” (João 14:16).
O Altar
Para os crentes, o pátio representa o lugar da salvação. O altar de bronze
é a cruz de Jesus. É lá que a aliança foi firmada. Assim como o sangue foi
derramado na base do Altar, o sangue de Jesus foi derramado aos pés da cruz.
Ele deu a si mesmo por nós como uma oferta e um sacrifício com aroma
agradável a Deus (veja Ef 5:2).
Numa aparição aos Seus discípulos depois de sua ressurreição, Jesus
disse: ”Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos
vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo;
apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho” (Lucas 24:38-39). Agora nós teríamos dito carne e sangue.
Mas Jesus disse carne e ossos, porque Ele deu seu sangue por nós.
Infelizmente, nós todos pecamos e fomos destituídos da glória de Deus
(Romanos 3:23). Um véu espesso bloqueia nosso caminho e nos impede de
entrar no Santo dos Santos, onde Deus habita. E o castigo para o nosso
pecado é a morte. Ser uma pessoa íntegra na comunidade não nos ajudará.
Nossas benfeitorias não nos salvarão. Os Dez Mandamentos não podem nos
levar à presença de Deus. Eles apenas nos condenam porque não podemos
cumpri-los. A vida da carne está no sangue e sem o derramamento de sangue
não há perdão de pecados (veja Lv. 17:11; Hb. 9:22).
Toda a sua justiça própria é como trapos de imundícia para Deus (veja Is.
64:6). Podemos ser bons comparados ao nosso vizinho, porém nosso vizinho
não é o padrão que Deus usa. Ele nos compara a si mesmo e nenhum de nós
pode ser medido com Seu perfeito e absoluto padrão. Não podemos nos
aproximar de Deus com nossa própria bondade.
Mas Jesus, aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para
que nele fôssemos feitos justiça de Deus. (veja 2 Coríntios 5:21). Nós nos
aproximamos de Deus, não com nossa própria justiça, mas através da fé em
Jesus (veja Fp. 3:9).
Quando nós pessoalmente aceitamos pela fé o sangue de Jesus como
nosso próprio sacrifício substituto para o pecado, sua justiça é imputada a
nós. Então podemos entrar naquele mais perfeito Tabernáculo no céu,
diretamente dentro do Santo dos Santos celeste baseado no que Jesus fez por
nós, não no que tentamos fazer para Deus.
Mas enquanto o sangue dos touros e cabras na Velha Aliança somente
cobriam pecados, o sangue de Jesus os lança fora e não se lembra mais deles.
Não há necessidade de mais sacrifícios, pois o sacrifício definitivo foi feito
(veja Hb. 9-10). Isto é o que Jesus queria dizer quando gritou da cruz:
“Consumado está” (veja João 20:30). O débito do pecado foi “pago
inteiramente” para todos aqueles que o receberem.
Todos os que vierem até a cruz de Jesus devem oferecer-se a Deus como
sacrifício vivo (veja Rm. 12:1). Tornamo-nos seus, pois fomos comprados
pelo seu próprio sangue. Por causa do amor pelo nosso divino parceiro da
aliança nós, que levamos o nome de “cristãos”, devemos glorificar a Deus em
corpo e espírito, que pertencem a Deus (veja 1 Coríntios 3:16; 6:19-20; 2
Coríntios 6:16; Efésios 1:14; 2:21-22). Por causa da sua maravilhosa graça
em firmar aliança conosco, nós lhe damos nossa adoração, nosso louvor,
nossa gratidão e nossa vida.
A Pia
Enquanto o altar aponta para a morte de Jesus, a Pia aponta para Sua
vida descendo sobre nós através do Espírito Santo. Uma noite um líder
religioso judeu chamado Nicodemos veio a Jesus e lhe perguntou: ”...Rabi,
bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes
sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2).
Jesus respondeu: “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).
Nicodemos não entendeu o que Jesus falava. Então ele perguntou: “Como
pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no
ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3:4).
Jesus respondeu: ”... Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de
Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”
João 3:5-7.”
Mais tarde Jesus encontrou uma mulher Samaritana no poço de Jacó.
Apontando para o poço ele disse a ela que: “...qualquer que beber desta água
tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá
sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte
para a vida eterna” (João 4:13-14).
Na Festa dos Tabernáculos, quando a água do tanque de Siloé estava
sendo derramada na pia aos pés do Altar, Jesus se ergueu e clamou:
“...Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele
disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido
glorificado” (João 7:38-39).
Paulo escreve que recebemos a vida de Deus através da aliança de sangue,
“não por causa da justiça de nossas ações, mas de acordo com sua
misericórdia, Ele salvou-nos através da purificação, regeneração e a
renovação do seu Espírito Santo, a quem derramou ricamente sobre nós
através de Jesus Cristo nosso Salvador, para que fôssemos tidos como justos
por sua Graça, nós podemos ser feitos herdeiros de acordo com nossa
esperança na vida eterna” (Tito 3:5-7).
A palavra para regeneração em grego é paliggenesia. Significa ter um
renascimento espiritual. Deus falou sobre esta limpeza na Velha Aliança
através de Ezequiel. Ele disse:
Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas
as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-
vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e
tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de
carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. E habitareis na
terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o
vosso Deus (Ezequiel 36:25-28).
SEU SANGUE BASTA
Quando aceitamos Jesus como nosso Salvador, seu sangue nos lava de
todos os pecados, passado, presente e futuro (1 João 1:7). Sua justiça nos é
imputada (ver Romanos 4:22-24;2 Coríntios 5:21; Filipenses 3:9; Romanos
8:4.). Somos separados para sermos sacerdotes do Santo Deus. E não
precisamos voltar para a cruz para nascer “novamente”. Enquanto temos que
ir à cruz para repensar nossos pecados, Seu sangue nos basta para cobrir
todas nossas falhas e nos reconciliar com nosso Deus.
Um cristão é uma pessoa, a quem foi dada uma fé sobrenatural pelo
Espírito Santo, para acreditar em seu próprio espírito humano (não na mente),
que Jesus morreu por seus pecados. Quando uma pessoa aceita esta fé de
Deus e declara a Jesus como seu Salvador pessoal, confessando com sua boca
o que ele já acredita no seu espírito (coração), o Espírito Santo vem morar
nele (veja Romanos 10:9-10).
Quando uma pessoa acredita, ela firma uma aliança com Deus através do
Senhor Jesus. A aliança de sangue é uma aliança eterna que não pode ser de
maneira nenhuma quebrada. Ficar na aliança depende da graça de Deus, não
de nossos atos. É claro que podemos assumir que verdadeiramente fizemos
uma aliança pela manifestação dos Frutos do Espírito. Isto às vezes é difícil
para nós entendermos por que nossa moderna experiência de salvação
frequentemente nos destitui do compromisso da aliança de sangue.
Uma aliança de sangue bíblica é muito mais do que um simples acordo
entre amigos. É um compromisso da nossa vida para com outra pessoa; neste
caso, Jesus nosso Senhor. Este relacionamento não é o mesmo que a idéia
Ocidental de salvação “uma vez salvo sempre salvo”, que é frequentemente
muito superficial e baseada em emoções ao invés de compromisso. É um
relacionamento sagrado de aliança de sangue que Deus mesmo garante.
Enquanto nosso espírito é salvo quando nascemos novamente, nossa alma
está constantemente “sendo salva”, pois o Espírito Santo redime nossa mente,
emoções e vontades. Então fomos salvos em nosso espírito (passado),
estamos sendo salvos (presente) e seremos salvos no nosso corpo (futuro).
Aleluia!
A graça de Deus é suficiente para que quando a pessoa receber o Espírito
Santo, Ele sele aquela pessoa na aliança (veja Efésios 1:13; 4:30; 2 Coríntios
1:22; 1 Pedro 1:3-5; Judas 24). O Espírito Santo então testifica ou testemunha
ao nosso próprio espírito humano que estamos em aliança de sangue e somos
um filho de Deus (veja Rm. 8:15-17). Enquanto podemos entristecer o
Espírito Santo através da maneira como vivemos nossas vidas (Ef 4:30),
Deus promete que nunca nos deixará nem nos abandonará (Hb. 13:5).
COMPANHEIRISMO, NÃO PATERNIDADE
Embora nossa posição na aliança de sangue com Deus não possa ser
quebrada, nossa amizade pode. Enquanto caminhamos no mundo ministrando
como sacerdotes de Deus, nos sujamos espiritualmente... Nós pecamos. Este
pecado quebra nossa amizade com Deus. Ao invés de irmos ao Altar para
nascermos repetidamente, nós vamos a Pia. Quando vamos a Pia não
precisamos ser lavados novamente. Temos somente que lavar nossas mãos e
pés, que representam nosso culto a Deus e nossa caminhada com Deus –
aquela parte da nossa alma que necessita ser santificada a Deus.
A água na Pia nos aponta para o Espírito Santo. O espelho de bronze
polido representa a palavra de Deus revelada através da Bíblia.
O Santo Espírito usa a Bíblia para nos lavar (veja João 17:17); Efésios
5:26) quando olhamos na Bíblia, é como se olhássemos no espelho. A Bíblia
é o sagrado espelho de Deus que revela nossos pecados.
Ao mesmo tempo, a Bíblia também é uma banheira de água quente, que o
Espírito Santo usa para lavar-nos, quando lhe permitimos fazê-lo. O Espírito
Santo nos dá uma boa escovada com a Palavra de Deus onde quer que
estejamos sujos. Depois deste banho espiritual, nós ficamos mais limpos do
que éramos antes.
A mesma palavra de Deus que revela nossos pecados também os lava
pelo poder do Espírito Santo. Esta lavagem das nossas mãos e pés pelo
Espírito Santo restaura nossa amizade com Deus para que nós, como os
sacerdotes na Velha Aliança, possamos entrar e ministrar em seu nome.
O SANTO LUGAR
Agora que viemos, por meio do sangue e da água, podemos entrar pelas
Portas do Tabernáculo. Jesus disse em João 10:9: ”Eu sou a porta; se alguém
entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” Para o
crente, o Santo Lugar representa o lugar do culto.
O CANDELABRO DE OURO
O Candelabro de Ouro nos aponta para os três personagens de Deus:
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Primeira João diz: “...Deus é luz
e nele não há nenhuma escuridão”. Em João 9;5, Jesus diz: Enquanto estou
no mundo, sou a luz do mundo.” Ainda em outra ocasião, Jesus falando para
a todos que o receberam disse: “Vocês são a luz do mundo”(Mt. 5:14).
Como pode ser? Como Deus pode ser a luz, Jesus ser a luz e os crentes
também serem luz? Só há uma maneira.
Jesus explicou isto quando falava sobre o tempo em que mandaria o
Espírito Santo para morar nos crentes. Ele disse: “neste dia você saberá que
estou em meu Pai, você em mim e Eu em você” (João 14:20). Os crentes
receberam a luz da vida neles na pessoa do Espírito Santo.
Uma vez que o Pai, o Filho e o Espírito Santo declaram ser luz; todos Eles
devem ser Deus. Nós, por nossa vez, somos portadores da luz.
Isto é mais claramente ensinado com o Candelabro de Ouro. O ouro
representa a divindade. O Candelabro representa Deus o Pai. As pontas
centrais nos apontam a Deus o Filho, Jesus Cristo. O óleo simboliza Deus o
Espírito Santo. As seis hastes alimentadas pelo Espírito Santo representam os
crentes (a igreja).
Enquanto escrevia o livro de Apocalipse, João ouviu atrás dele uma
grande voz. Quando ele se virou para ver quem estava falando, ele disse: “Vi
sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais, um, semelhante ao Filho
do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos
com um cinto de ouro” (Apocalipse 1:12-13).
João viu Jesus em pé no meio do Candelabro vestindo Sua vestimenta de
sumo sacerdote enquanto intercedia pela Igreja. Como a haste central
alimenta com óleo as outras hastes, elas não somente iluminavam o local,
mas iluminavam a haste central. Da mesma forma, Jesus enviou o Espírito
Santo para morar em todo aquele que cresse. O Espírito Santo é nossa força e
poder. Através da Sua vida em nós, nós não somente damos luz; mas também
iluminamos (prestamos atenção em) Jesus.
O Candelabro fornecia a única luz do Tabernáculo. Nenhuma luz natural
podia entrar. Isto aponta para os crentes andando no poder do Espírito Santo
(sendo alimentados pelo óleo) ao invés de tentar servir a Jesus na energia da
carne. Não podemos dar luz nem glorificar a Jesus tentando servir a Deus
através das nossas habilidades naturais.
A tentativa de guardar os dez Mandamentos ou uma lista do que “fazer”
e “não fazer”, só nos leva à falha, frustração e derrota. Isto nunca
glorificará ao Senhor. Este é o trabalho do Espírito Santo. É a sua luz que
deve brilhar diante dos homens. Quando sua luz está brilhando, outros verão
suas boas ações na nossa vida e Deus será glorificado (veja Mateus).
Por boas ações, Deus não quis dizer “ser ativo em todos os programas da
igreja”. Ele quer dizer que Seu caráter Santo e justo deve ser manifesto
através de nós pelo poder do Espírito Santo (veja João 15:26; 16:14; Efésios
1:4; 2:10; Gálatas 5:22-25).
Assim como as hastes eram guarnecidas de manha e à noite para
assegurar uma luz contínua, o crente deve continuamente ser cheio do
Espírito Santo para irradiar a luz da vida através Dele (veja Ef. 5:18).
A MESA DOS PÃES
A ceia da aliança de sangue na Mesa dos Pães aponta para o tempo em
que o homem teria comunhão com Deus através do Santo Espírito. Em João
6, Jesus apresenta a si mesmo como o Pão da Vida. Ele explicou desta forma:
“... Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste
pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que darei pela vida
do mundo”. Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre
si: “Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?”
Jesus lhes disse: “Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a
carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida
em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a
minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece
em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu
vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por
minha causa. Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de
vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste
pão viverá para sempre” (João 6:51-58).
Em João 6:55, Jesus declara ser “o escolhido” que veio para guardar a
Velha Aliança e substituí-la pela Nova Aliança em seu sangue. Jesus, vendo
que o povo não entendia o que ele estava falando, mais tarde explicou. Em
João 6:63, Ele diz: “... As palavras que eu falei a vocês são espírito e vida”. A
união humano-divina é do espírito; não da carne.
O ALTAR DO INCENSO
O sangue aspergido das pontas do Altar de Incenso foi a prova de que a
oferta para o pecado foi feita. Essa evidência de sangue permitia que o sumo
sacerdote entrasse no Santo dos Santos na presença de Deus. Assim que ele
passava pelo Véu, o incenso espalhava-se na frente da Arca da Aliança e
manifestava a presença de Deus numa nuvem de glória.
Ele podia ir somente uma vez por ano, e o Véu escondia a presença de
Deus para que ninguém mais pudesse se aproximar Dele. Isso acontecia
porque o sacrifício estava incompleto e tinha que ser oferecido ano após ano.
O sangue de bois e cabras cobria somente os pecados do povo; mas não os
retirava por completo.
O incenso é um símbolo da oração (veja Sl. 141:2). Ele representa as
orações dos sumo sacerdotes de Jesus e nossas orações oferecidas em seu
nome (veja João 17:9-10; Apocalipse 5:8; 8:3-4). Jesus é capaz de fazer a
petição ao Pai em nome porque Seu próprio sangue está no Altar de Incenso.
Através deste sangue, Deus recebe nossas orações oferecidas em nome de
Jesus.
O SANTO DOS SANTOS
O Véu que escondia “a glória” representava a glória de Deus velada no
corpo humano de Jesus. Quando Jesus foi crucificado, Deus o Pai rasgou o
Véu de alto a baixo (veja Mateus 27:51; Marcos 15:38; Lucas 23:45). Isso
não era mais necessário porque o perfeito e definitivo sacrifício havia sido
feito. Enquanto o sangue de bois e cabras somente cobria os pecados, o
sangue de Jesus os retira por completo. Não há necessidade de mais
sacrifícios.
O sangue de Jesus abre caminho para todos irem diretamente à sala do
trono celestial de Deus e comungar com ele através do Espírito Santo (veja
Efésios 2:13-18; Colossenses 1:20-22; Hebreus 10:1-22). Então, para os
crentes, o Santo dos Santos representa o lugar de adoração e intimidade.
Anteriormente nós lemos sobre uma mulher samaritana que encontrou
Jesus no poço de Jacó. Os samaritanos eram em parte judeus e em parte
gentios. Eles adoravam a Deus no Monte Gerezim que ficava ao norte de
Jerusalém. Os judeus, incluindo Jesus, adoravam a Deus em Jerusalém. Jesus
revelou alguns fatos sobre o passado de uma mulher que ele não saberia, não
fosse o conhecimento divino. Isso gerou a seguinte conversa registrada em
João 4:19-24.
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram
neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve
adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem
neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não
sabeis; nós adoramos o que sabemos por que a salvação vem dos
judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura
a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que
o adoram o adorem em espírito e em verdade (João 4:19-24).
Jesus estava dizendo que brevemente viria um dia quando uma pessoa não
teria que ir a “outro lugar” para adorar a Deus. Seríamos capazes de adorar a
Deus com o nosso próprio espírito em comunhão com o Espírito Santo. O
Espírito Santo nos levaria diretamente à “casa do Pai” (o Santo dos Santos
celestial) independentemente de onde estivéssemos fisicamente. Em outras
palavras, não iríamos à igreja, nós seriamos a igreja quando recebêssemos o
Espírito Santo.
Muito do que é chamado adoração na verdade não o é, mas meramente
uma satisfação das obrigações religiosas dos homens e alivio da sua
consciência pesada. A única e verdadeira adoração acontece na “casa do
Pai”. Todos os que desejam verdadeiramente adorar podem ir lá porque o
véu foi removido
A ARCA DA ALIANÇA
Jesus como o perfeito sacrifício ascendeu ao Santo dos Santos celestial
para aspergir Seu próprio sangue sobre a Arca da Aliança na sala do trono
celestial de Deus. Quando Ele o ofereceu, Ele se assentou no trono.
Lembre-se que o Propiciatório coberto de sangue era colocado no topo da
Arca da Aliança. Era o lugar da propiciação. Da mesma forma, Jesus é o
trono de Deus (veja Atos 2:30; Apocalipse 3:21; 21:5). O “Cordeiro de Deus”
imolado e ressurreto está no trono (veja Ap. 5:6-9). Jesus era o único perfeito
que satisfez em si mesmo, a vara de Arão que floresceu, o pote de maná e as
pedras da lei. Ele fez isso sendo nosso perfeito sumo sacerdote, o pão asmo
de Deus vindo do céu e cumprindo perfeitamente a lei de Deus. No entanto, é
o seu sangue que satisfaz completamente o julgamento dos pecados por Deus.
É o seu sangue que muda o trono de Deus de julgamento para misericórdia
(veja Hebreus 4:14-16; 9:6-15).
Por isso nenhuma carne será justificada [declarada não culpada]
diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do
pecado [a lei mostra-nos que somos pecadores]. Mas agora se
manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos
profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo
[Messias] para todos e sobre todos os que creem; porque não há
diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
sendo justificados gratuitamente pela sua graça (não por nosso mérito)
pela redenção [compra da nossa salvação] que há em Cristo [Messias]
Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue
[não pelos Dez Mandamentos], para demonstrar a sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos, pela misericórdia de Deu
(Romanos 3:20-25).
“... E, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai,
Jesus Cristo [Messias], o justo. E ele é a propiciação pelos nossos
pecados, e não somente pelos nossos, mas pelos de todo o mundo” (1
João 2:1-2).
A A LIANÇA É ETERNA
A aliança de sangue é eterna e duradoura. Todos que a fazem viverão com
Deus para sempre. O apostolo João coloca dessa forma em Apocalipse 21:1-
7:
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa
cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como
uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do
céu, que dizia: Eis aqui o Tabernáculo de Deus com os homens, pois
com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com
eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e
não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre
o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve;
porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está
cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer
que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem
vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu
filho.
Se você tem tentado se aproximar de Deus através dos Dez Mandamentos,
você pode ver quão impossível isto é. Os padrões de Deus que são absolutos
estão além do seu alcance. Até mesmo quando você fizer o seu melhor, você
simplesmente não estará à altura da sua santa perfeição. Como os hebreus da
antiguidade, você deve fugir para o real Tabernáculo de Deus, Jesus, o
Messias dos Judeus e Salvador dos Gentios. Ele está esperando por você.
CAPÍTULO 5

Os Sacrifícios

REVISÃO
Quando Deus apareceu aos hebreus para dar-lhes a Lei, foi uma aparição
maravilhosa. Houve um tremendo trovão e uma tempestade de raios. O
Monte Sinai foi coberto com uma fumaça que se espalhou pelo céu como
uma fornalha. A montanha inteira tremeu com um violento terremoto. E Deus
ordenou que as pessoas não se aproximassem da montanha, “para que não
morressem”.
Veja, Ele é um Deus santo e estava prestes a se revelar para o povo da
aliança. Eles já tinham murmurado e reclamado. Porém as partes da aliança
não podem caminhar juntas a menos que estejam em acordo. Bem, estava
bastante evidente que os hebreus não sabiam muito sobre seu parceiro de
aliança.
Então Deus disse: ”Já passa da hora de me apresentar a vocês. Já é hora
de vocês conhecerem seu provedor da aliança.” Então revela os Dez
Mandamentos. Através dos Dez mandamentos e as outras leis que os
acompanham, Deus estava dizendo: “Isto é o que Eu Sou. Este é o meu
caráter. Este é com quem você tem uma aliança.”
Juntamente com as leis, aprendemos que Deus também deu instruções
para a construção do Tabernáculo, para a ordenação do sacerdócio e para
estabelecer um sistema elaborado de sacrifício.
Então nós lemos que Moisés construiu um altar e ofereceu um sacrifício a
Deus. Ele tomou o sangue do animal sacrificado e aspergiu sobre o altar. Ele
também jogou sangue na direção do povo. Da mesma forma, ele aspergiu
sangue sobre o Livro da Aliança contendo os Dez Mandamentos
acompanhados pela lei. Mais tarde ele aspergiria também sobre o
Tabernáculo e toda sua mobília usada para a adoração. Então Moisés
declarou diante do povo: “... Este sangue confirma e sela a aliança que o
Senhor fez com vocês quando lhes deu estas leis” (Êxodo 24:8, BV). O
escritor de Hebreus coloca desta forma:
“Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue; porque,
havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a
todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã
tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como
também sobre todo o povo, dizendo: Este é o sangue da aliança, a qual
Deus prescreveu para vós outros. Igualmente também aspergiu com
sangue a tenda [o Tabernáculo] e todos os utensílios do serviço
sagrado. Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam
com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão”
(Hebreus 9:18-22).
Nós aprendemos com isto, que Deus deu as leis, não como parte da
aliança de sangue, mas como sua forma de revelar-se a si mesmo para o
mundo. As leis foram seu cartão de visitas para mostrar ao mundo sua
personalidade. Neste aspecto, a lei servia como espelho divino. Quando um
hebreu olhava os Dez Mandamentos, ele veria a santidade de Deus e sua
pecaminosidade.
Isto capacitaria os hebreus a reconhecerem a infinita disparidade entre
Deus e eles. Eles poderiam entender que tinham pecado, mas não
aguentariam a glória de Deus; e, sem derramamento de sangue não haveria
remissão dos pecados. Esta revelação levaria os hebreus à aliança de sangue
como meio de serem reconciliados com Deus.
Deus estava mostrando ao mundo através de seu povo de aliança, que nos
aproximamos dele pela sua graça através da aliança de sangue.
Com a revelação da sua absoluta santidade divina, nós podemos perceber
a futilidade que é buscar uma reconciliação com Deus tentando ser uma “boa
pessoa” e procurando guardar os Dez Mandamentos. Nós viríamos a entender
que, mesmo o nosso melhor, não chegaria aos pés de um Deus santo. Nós
também precisaríamos correr para a aliança de sangue.
A Lei, O Tabernáculo, o sacerdócio e o sistema de sacrifícios estavam na
Velha Aliança. Porém eles mostravam aos hebreus a Nova Aliança quando
Deus, ele próprio, viria em carne. Sua vinda cumpriria sua promessa a
Abraão, que foi: ”...da semente (singular) de Abraão viria um que seria uma
bênção para todo o mundo.” Quando Ele viesse deixaria para trás estas
disposições temporárias que apontavam para ele. A imperfeita Velha Aliança
seria substituída pela perfeita, duradoura, Nova Aliança.
No último capítulo, aprendemos que Deus estabeleceu um Tabernáculo,
um sistema de sacrifícios e um sacerdote como forma dos hebreus se
aproximarem dele. Vimos como o Tabernáculo era uma representação física
mostrando-nos o caminho para Deus. Agora queremos aprender sobre os
sacrifícios.
RECAPITULANDO
No início, Deus criou um universo perfeito que era operado
ordenadamente e harmoniosamente dentro da sua vontade. Porém o homem
escolheu se rebelar contra a vontade de Deus. A rebelião do homem trouxe o
caos e a destruição para si mesmo e tudo ao seu redor. Só precisamos olhar
em volta para percebermos esta verdade.
Deus chama esta rebelião... pecado. Ele diz que todos o praticamos por
causa da nossa natureza. Está dentro de nós. Muitas pessoas tentam culpar o
demônio por suas ações. Mas Deus diz que o pecado é algo que vem de
dentro (veja Marcos 7:20; Efésios 2:3; Tiago 1:14).
No entanto, o pecado do homem não foi uma grande surpresa para Deus.
Adão não passou furtivamente por Deus e armou enquanto Deus descansava.
Deus sabia o tempo todo o que iria acontecer quando Ele criou o homem. É
claro que ele saberia, pois é Deus.
Deus não causou uma rebelião, mas a permitiu. Deus a permitiu porque
nos ama o suficiente para nos dar o livre arbítrio que não o violará. Deus não
nos faz pecar, mas nos permite pecar. Ele não nos forçará a amá-lo. Amor
forçado não é amor, não é? Porém Deus falou a Adão que o dia que ele
pecasse comendo o fruto proibido ele certamente morreria (veja Gênesis
2:17). O castigo do pecado é a morte. E qual é a prova de que o castigo foi
pago? É o sangue. O sangue derramado é a evidência de que uma vida foi
dada como pagamento do castigo. Deus havia prevenido Adão.
O DILEMA DE DEUS
Deus é um Deus de ordem. Ele não pode tolerar uma rebelião em seu
universo. Se permitisse uma rebelião impunemente, deixaria de ser Deus e
seu universo desmoronaria. Ele se tornaria uma bagunça caótica e
descontrolada.
Podemos ter uma boa ideia do ponto de vista de Deus olhando para nosso
país. A falência na aplicação da lei na terra resultou num desrespeito pela lei,
uma ilegalidade e um caos quase descontrolado.
Bom, Deus não pode deixar isto acontecer a si mesmo nem ao universo.
Então, diz que a rebelião deve ser punida. Porém Deus também é um Deus de
amor. Ele ama o homem, mas tem que punir o homem por sua rebelião. Ele
não pode exercer seu amor às custas da sua justiça. Então, criou um método
para lidar com isto. Ele o criou antes de acontecer esta rebelião. Deus sabia o
que aconteceria, então planejou antecipadamente. Nosso Deus é o Deus da
ordem, não é mesmo?
O PLANO DE DEUS
O plano de Deus diz: “Embora o castigo do pecado seja a morte, você não
tem que pagá-lo. Eu virei a terra e o pagarei por você. Eu pagarei o preço da
sua salvação com meu próprio sangue.” Esta é a criação de Deus. Este é a
“saída” que Deus ordenou para os homens porque satisfaz seu perfeito amor
sem violar sua perfeita justiça.
Desde o princípio, Deus determinou que ele mesmo iria prover para si, o
seu perfeito sangue como evidência de que o castigo tinha sido pago. Deus
determinou que num certo momento da história, se tornaria o “Cordeiro de
Deus” que tira o pecado do mundo (veja 1 Pedro 1: 18-20). Todos os que
acreditaram e aceitaram o plano de Deus em seus corações foram salvos do
castigo do pecado, olhando para o tempo em que Deus viria literalmente à
terra e firmaria a aliança pelo derramamento de Seu próprio sangue.
DEUS DÁ UMA PRÉVIA
Deus nos deu uma prévia de seu plano desde o início. Ele nos conta em
Gênesis capítulo 3. Veja o que aconteceu. Quando Adão e Eva pecaram, eles
se cobriram com folhas e se esconderam de Deus. Esta foi a maneira de
encobrirem seu pecado. Bem, quando Deus viu Adão e Eva cobertos com
aquelas folhas de figo, sabia que era o momento de explicar os “fatos
espirituais da vida”.
Mas como poderia fazer isto? Como poderia explicar seus planos de
forma que pudessem entendê-los? Só havia uma maneira. Ele deveria matar
um animal inocente e aceitar seu sangue em substituição como uma cobertura
temporária de seus pecados. Seria um substituto imperfeito e somente
cobriria o pecado, mas mostraria a todos uma direção correta. Então, quando
ele viesse, seria o perfeito substituto. Seu sangue faria mais do que somente
cobrir o pecado. Ele os levaria embora e não haveria mais necessidade de
sacrifícios.
Assim, Deus matou um animal e mostrou-lhe a Adão e Eva. Até este
momento, eles ainda não tinham visto a morte. Você e eu estamos
acostumados com a morte. Mas Adão e Eva não. Eles devem ter se sentido
mal ao ver a vida de uma das criaturas de Deus ser tirada.
Embora Deus não tenha pedido a Moisés para registrar os detalhes de seu
plano neste prévio relato, certamente deve ter explicado a Adão e Eva. Eu
acredito que ele deixou Adão vê-lo matar o animal e então disse: “Adão, você
se lembra que te disse que o castigo do pecado é a morte? Bem, é sobre isto
que estou falando. Horrível, não é? O seu estômago fica embrulhado, não
fica? Eu não gosto disso mais do que você, mas a ira da minha justiça violada
deve ser satisfeita.”
“Agora você entende como o pecado é horrível em meu ponto de vista?
Eu não suporto nem olhar. E estas folhas de figo que estão usando não podem
esconder seus pecados. Porque quando olho para vocês com estas folhas, não
vejo uma prova evidente de que o pecado foi pago. Eu ainda vejo seus
pecados e meus olhos são muito santos para olhar para vocês. Então sua
forma de cobrir seus pecados não é aceitável.
“Porém se você aceitar este animal morto como substituto, eu pagarei o
preço por você. Vou deixá-lo temporariamente cobrir seus pecados até que eu
venha e os tire completamente.”
Então, Deus cobriu a Adão e Eva com as peles do animal inocente. Neste
momento, Deus evidentemente instruiu Adão a trazer um sacrifício aceitável
e mais tarde quando os filhos viessem, ele os ensinaria a fazer o mesmo. Pois
agora, toda a humanidade herdaria a natureza pecaminosa de Adão (veja Rm.
5:12; Ef. 2:3). Tudo isto exigiria o sacrifício inocente substituto.
Dalí em diante, quando Deus via Adão e Eva vestidos com as peles do
animal, ele via uma evidência de que o preço tinha sido pago. Era um
lembrete constante e para sempre. Então desde o início, o homem aprendeu a
se aproximar de Deus através da aliança de sangue.
ADÃO ENSINA A SEUS FILHOS
Conforme o tempo passava, Adão e Eva se tornaram pais orgulhosos de
dois filhos, Caim e Abel. Caim era o mais velho e abraçou a carreira de
fazendeiro. Abel era um pastor de ovelhas. Neste momento Adão tinha que
aprender coisas difíceis com relação aos fatos espirituais. Querendo poupar
os filhos do mesmo sofrimento que ele passou, ele era obediente em ensiná-
los sobre a aliança de sangue. Então, em Gênesis 4:3-4, encontramos dois
garotos levando um sacrifício a Deus.
ABEL ACEITA A ALIANÇA
Abel trouxe os melhores cordeiros de seu rebanho. Deus aprovou a oferta
de Abel, pois era assim que Ele estabeleceu que um homem pecador se
achegasse a ele. No entanto, ele se tornou aceitável a Deus, não por sua
bondade, mas baseado no sacrifício do sangue inocente. Foi o sacrifício
substituto ordenado divinamente que tornou Abel aceitável a Deus. Quando
Deus olhou para a oferta de Abel, viu o sangue do sacrifício inocente. O
sangue era uma evidência de que o castigo pelos pecados tinha sido pago.
Deus considerou Abel como justo (em posição semelhante a ele) por causa da
sua oferta.
Hebreus 11:4 coloca desta forma: “ Pela fé Abel ofereceu a Deus um
sacrifício mais aceitável do que Caim, através do qual recebeu aprovação
como justo, testemunha de Deus por aceitar seu presente; ele morreu, mas
mesmo depois de morto ainda fala.”
CAIM REJEITA A ALIANÇA
Ao contrário de seu irmão mais novo, Caim rejeitou a maneira de Deus.
Ele rejeitou a aliança. Ao invés de levar um sacrifício inocente, ele trouxe o
fruto do seu trabalho. Caim provavelmente trouxe o seu melhor, mas isto
representa suas boas obras. Porém, até mesmo toda sua bondade não podia
se comparar ao perfeito e absoluto Santo Deus.
Caim estava tentando se aproximar de Deus por sua própria justiça e o
homem tem tentado fazer isto desde então. Porém, assim como Deus rejeitou
as folhas de figo de Adão e Eva, Ele também rejeitou a oferta dos frutos de
Caim. Não havia evidência de que o castigo havia sido pago. Não havia
nenhum sangue de um substituto inocente para cobrir os pecados de Caim. Os
frutos oferecidos não poderiam satisfazer a justiça violada de Deus. Então, o
melhor que Caim podia oferecer por seu próprio mérito não era bom o
suficiente. Era um homem pecador tentando se aproximar de um Deus santo
por suas próprias boas obras ao invés de fazê-lo através do sangue de um
sacrifício substituto.
A rejeição de Deus trouxe ira a Caim. Ele ficou indignado contra Deus.
No entanto, ao invés de matá-lo imediatamente, Deus deu-lhe a chance de
arrepender-se. Deu provavelmente disse algo do tipo: “Caim, é simplesmente
como disse aos seus pais. Nossa amizade é restaurada pela minha graça e
através da sua fé em aceitar a minha maneira. Isto é obra minha, e não sua.
Então, ao invés de se gabar de como você é um bom fazendeiro,
simplesmente aceite minha provisão. Se não aceitar, seu próprio orgulho irá
destruí-lo” (Gênesis 4:5-7).
Bem, Caim não se arrependeria porque o mal havia enchido seu coração.
Ele não confessaria sua necessidade da provisão de Deus. Quando seu
orgulho se transformou em ódio, ele matou seu irmão. Em primeira João
3:12, Deus confirma a condição do coração de Caim. Ele diz: “Não sejamos
como Caim, que pertencia ao maligno e matou seu irmão. E por que o matou?
Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas.”
Deus não tinha outra chance a não ser retirar Caim de sua presença (veja
Gn 4:8-16). Os descendentes de Caim deram as costas para a aliança de
sangue e escolheram seguir seus caminhos malignos (veja Gn 4: 17-24). Deus
dá um lembrete solene em Judas nos versos 11 a 13, que aqueles que
seguirem o caminho de Caim terão o mesmo fim eterno de trevas e escuridão,
para sempre separados de Deus.
A ALIANÇA CONTINUOU
Deus deu outro filho a Adão e Eva para substituir Abel. Seu nome era
Sete. Os descendentes dele invocavam o nome do Senhor (veja Gn 4:26).
Eles aceitaram a aliança de Deus através do sangue e ofereceram um inocente
sacrifício substituto para cobrir seus pecados.
Um dos descendentes de Sete era Noé. Noé andava com Deus e era o
único homem justo de sua geração (veja Gn. 6:9). No entanto, quando Deus
destruiu o mundo por causa do mal, Ele poupou Noé e sua família.
O que você acha que foi a primeira coisa que Noé fez em terra seca após o
dilúvio? Ele ofereceu um sacrifício. Deus percebeu e se agradou dele. Isto
levou Deus a declarar que nunca mais destruiria toda a raça humana mesmo
que o coração do homem fosse maligno desde sua juventude (veja Gênesis
8:20-22).
No capítulo 3, vimos que Abraão acreditava no sacrifício inocente de
sangue e era contado como justo. Isaque e Jacó faziam sacrifícios (veja
Gênesis 26:24-25; 31:54; 33:20; 35:7; 46:1). É por isso que Deus podia se
apresentar a Moisés como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (veja Êx 3:15).
Moisés pediu a Faraó permissão para sacrificar (veja Êx. 3:18). Assim,
cada família de hebreus crentes oferecia sacrifícios a Deus como proteção
contra o destruidor que tirou a vida de todo primogênito enquanto estavam no
Egito.
Podemos perceber que desde o início da história do homem, Deus
ordenou o sacrifício substituto inocente como sua maneira de fazer o homem
entender seu plano.
O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS
Neste momento Deus irá deixar as coisas bem claras estabelecendo um
sistema de sacrifícios elaborado. O sistema teria cinco tipos de sacrifícios.
Cada sacrifício revelaria exclusivamente algo sobre a natureza do sacrifício
final quando Deus daria a si mesmo em lugar do homem. No geral, ele
formaria um retrato completo do perfeito sacrifício. Desta forma todos
poderiam reconhecê-lo quando ele entrasse em cena.
Este sistema exigia 1.273 sacrifícios públicos por ano (veja Nm. 28-29).
Isso incluía sacrifícios toda manhã e noite, em cada Sabbath, no primeiro dia
de cada mês e durante os dias de festas especiais da assembléia e celebração,
somando quase 2.000.000 de cerimônias de sacrifício público desde que Deus
estabeleceu o sistema até o tempo em que ele viria em carne como o perfeito
sacrifício. Então, quando oferecesse a si mesmo, não haveria necessidade de
mais sacrifícios.
Além dos sacrifícios públicos oficiais, havia milhões de ofertas
individuais. Então era um continuo banho de sangue. Deus estava deixando
claro que o homem pode somente aproximar-se dele através de um sacrifício
de sangue inocente. Com este pano de fundo, vamos ver agora como Deus
manteve a aliança de sangue através do sistema de sacrifícios.
A ANTIGA ALIANÇA
Conforme foi discutido, o sacrifício de animais existe desde os tempos
antigos. Eles eram uma forma comum de adoração dos tempos primitivos da
necessidade da humanidade de expressar seus desejos espirituais. A Lei de
Deus (Torah) incorporou este tipo de expressão provendo tais ofertas. Os
sacrifícios estavam entre as mais antigas e profundas expressões do desejo
humano de chegar o mais próximo possível de Deus.
Diferentemente do nosso entendimento moderno, para os hebreus, um
sacrifício a Deus significava algo diferente do que significa para os falantes
do inglês. Por exemplo, a palavra sacrifício no Dicionário Webster dá ideia
de desistir de algo de valor como se desse um presente caro. Nós
frequentemente dizemos “fazer sacrifícios”.
No entanto, a palavra em hebreu para sacrifício, korban, significa “chegar
perto”. Desta forma, significa que o adorador oferece um sacrifício a Deus
como uma expressão do seu desejo de se aproximar dele, e não aplacar sua
ira.
O rei Davi expressou este real significado de sacrifício quando disse:
“Porém é bom que eu me aproxime de Deus...” (Sl 73:28).
Nas Escrituras do Novo Testamento, Tiago expressa a mesma ideia:
“aproxime-se de Deus e ele se aproximará de você” (Tiago 4:8).
Quando um pecador trazia um korban, a oferta mostrava o que ele
merecia se Deus fosse julgá-lo severamente. No entanto, Deus é um Deus
misericordioso. Ele não é vingativo, uma divindade com sede de sangue que
exige sangue para apaziguar sua raiva. Este é um conceito pagão de Deus.
Deus nos deu o sistema de sacrifício como forma de restaurar e purificar a
natureza moral e espiritual da humanidade. O sacrifício representa a morte da
vida carnal, dos desejos e através do sacrifício máximo de Jesus, a
restauração da amizade com Deus.
Os cinco tipos de ofertas eram: Oferta de Pecados; Oferta da
Transgressão; Oferta do Holocausto; Oferta da Ceia; Oferta de Paz. Essas
ofertas deviam ser expressões físicas externas de desejos internos do coração
na busca da comunhão com Deus.
A Oferta de Pecado e Oferta de Transgressão eram obrigatórias
associadas com os pecados da nação e individuais dos hebreus. A Oferta do
Holocausto, a Oferta da Ceia e a Oferta de Paz eram espontâneas e
voluntárias para louvor e gratidão. Elas não eram associadas a pecados
individuais, mas eram parte da adoração a Deus. No entanto, Deus se
agradava delas e as considerava como um aroma suave.
É interessante que três das cinco (60 por cento) ofertas eram associadas ao
louvor e adoração ao invés de pecado. Eu acredito que isto é o que Deus
espera ver hoje nas vidas de cada indivíduo crente e no culto de adoração dos
encontros congregacionais.
O autor de Hebreus 13:15 tem estas mesmas ofertas em mente quando
escreveu: “Por ele (Jesus) ofereçamos sacrifício de louvor a Deus
continuamente, ou seja, o fruto de nossas lábios dando graças ao seu nome”.
Os cultos das igrejas que são frios e indiferentes são assim porque
eliminaram o louvor espontâneo de suas reuniões. Isso também acontece com
os crentes individuais. A tabela intitulada “Sistema de Sacrifício da Velha
Aliança” que está no final deste capítulo, destaca os aspectos principais de
cada oferta. Você vai precisar consultá-la enquanto discutimos as ofertas em
detalhes. Resumindo o que você aprendeu sobre o Tabernáculo, coloque-se
no lugar de um hebreu enquanto ele leva seu sacrifício ao Altar de Bronze.
OFERTA PELOS PECADOS (LEVÍTICOS 4:1-5,13; 6:24-30)
Vamos começar com Oferta pelos Pecados. Você a apresenta a Deus
porque você é um pecador. Os Dez Mandamentos deixam isto muito claro.
Você tentou muito guardá-los, mas não conseguiu. Havia algo dentro de você
que fez você falhar em suas exigências. Talvez você nunca tenha matado
ninguém, mas provavelmente quis fazê-lo em alguma ocasião. E os
mandamentos são sobre isso. Eles estavam preocupados com o que você
queria fazer e nem tanto com o que você realmente fez. Veja você não é um
pecador porque você peca; você peca porque você é um pecador. Isto é o seu
ser interior, sua natureza. Você herdou-a de Adão. E para se aproximar de um
Deus santo, você deve ter uma Oferta de Pecado.
FAZENDO A OFERTA
A oferta que você trouxer deve ser sem manchas, sem defeitos nem
irregularidades. Veja, o animal prevê o sacrifício perfeito que virá mais tarde.
É uma figura de uma pessoa que não pode ser corrompida ou imperfeita de
forma nenhuma.
Enquanto você traz sua oferta ao Altar, o sacerdote está esperando por
você. Você coloca sua oferta no Altar e põe (com força) suas mãos na cabeça
do animal e o mata. Desta forma, você se identifica pessoalmente com o
animal. Este não é apenas um ritual sem sentido. Você entende que seus
pecados estão simbolicamente sendo transmitidos a este animal e que ele está
morrendo no seu lugar. Enquanto você o sente morrendo em seu nome, você
torna-se grato pelo sacrifício substituto inocente. Se não fosse pela
misericórdia de Deus, você estaria naquele altar.
Conforme você mata o animal, o sacerdote que está perto de você recolhe
o sangue. Ele borrifa sobre as hastes do Altar e derrama o restante na base do
Altar.
Por ser esta uma oferta de pecados, o sacrifício tem que ser feito fora do
campo longe da presença de Deus. O sacerdote leva a carcaça do animal
além do portão para fora do campo para um lugar onde as cinzas são trazidas
do Altar. Deus declarou este lugar como limpo para a cerimônia por causa
das cinzas. Isto é porque as cinzas indicam que uma oferta foi feita e os
pecados perdoados.
O sacerdote era sempre recompensado pelo serviço que fazia. Tirando a
porção dele, o animal era completamente queimado fora do campo no lugar
das cinzas. O animal tinha que ser queimado porque representava o pecado.
Deus consumia o sacrifício inteiro.
Você não fica com nada da oferta porque isso indicaria comunhão com
Deus, e Ele não pode ter comunhão onde há pecado.
OFERTA DA TRANSGRESSÃO (LEVÍTICOS 5:14-19; 7:1-10)
Enquanto a Oferta de Pecados lida com sua posição perante Deus, a
Oferta de Transgressão se remete a sua caminhada com Deus. Você a oferece
pelos pecados que cometeu, e não pelo pecado em si. Porque você é um
pecador, você peca. Quando você o faz, precisa levar uma Oferta da
Transgressão.
Enquanto coloca suas mãos sobre a Oferta se identificando com ela, você
confessa seu pecado particular. Sua declaração de confissão oferecida a Deus
é: “Oh Yahweh, eu pequei. Eu o fiz perversamente. Eu me rebelei. Cometi
(dar nome ao pecado). Mas eu me volto arrependido e deixo isto ser minha
expiação.”
Confessar seus pecados remove o peso da culpa. Traz perdão contínuo
para que você possa se aproximar de Deus com consciência limpa.
O sacerdote oferece a gordura das partes internas a Deus sobre o Altar.
Então ele borrifa sangue para frente e para traz sobre o Altar e derrama o
restante na base do Altar. O sacerdote come o restante da oferta. Você não
compartilha da oferta porque ela é feita pelos pecados que você cometeu.
Junto com a oferta, você deve fazer a restituição por qualquer prejuízo
que você tenha cometido a um amigo hebreu. Isto inclui reembolsá-lo
totalmente e adicionar vinte por cento ao valor de sua perda. Isto traz
reconciliação entre você e aquele que você prejudicou.
O GRITO DO SEU CORAÇÃO
Os Dez Mandamentos o ajudaram a perceber que está separado de Deus
pelos seus pecados. Isto o leva a se aproximar de Deus através da aliança de
sangue. Através da Oferta de Pecado e da Oferta da Transgressão você
expressa seu desejo de comunicação com Deus. Você sabe que o sangue de
animais é apenas uma provisão temporária para cobrir seus pecados. Porém
você aguarda ansiosamente pelo tempo quando o perfeito sacrifício virá para
exterminá-los de uma vez por todas.
OFERTA DE HOLOCAUSTO (LEVÍTICOS 1:3-17; 6:8-13)
Agora que você expressou um desejo de comunicação com Deus, você
quer oferecer-se a si mesmo a Ele. Você indica isso através da Oferta de
Holocausto. Esta expressa sua prontidão para comunhão com Deus. É uma
oferta voluntária de si mesmo. Deus não força você a fazer esta oferta. Você
se apresenta por vontade própria. No entanto, se você não está disposto a
apresentar-se a si mesmo, isso mostra que não está pronto para ter comunhão
com Deus.
A oferta que você traz é um touro, um cordeiro ou uma cabra. Se você for
pobre, pode trazer uma rolinha ou um pombo. Estes não são animais
selvagens, mas domesticados, os quais criou pessoalmente. Assim como
todas as ofertas, eles devem ser sem manchas, sem defeitos ou
irregularidades.
Quando você traz o animal que criou desde pequeno ao Altar, você coloca
suas mãos na cabeça para se identificar com ele. Se a oferta for um cordeiro,
você o matará ao lado norte do Altar.
O sacerdote pega o sangue, borrifa-o ao redor e sobre o Altar. Ele tira e
pele do animal para expor suas partes internas. Então, ele cuidadosamente
disseca o animal verificando cada parte para ter certeza de que não tem
defeitos. Depois que ele está satisfeito com este exame, queima o animal
inteiro sobre o Altar, exceto a pele.
O animal é oferecido como uma expressão da sua prontidão em apresentar
o seu ser inteiramente a Deus. É uma consagração completa ou doação de si
mesmo a Deus. Nada pode ser deixado em reserva se você quer ter comunhão
com Ele. A fumaça da Oferta de Holocausto sobe a Deus como aroma suave.
Por este serviço, o sacerdote recebe a pele da oferta. A pele é a evidência
de que o sacrifício foi feito. Como o sacrifício inteiro é oferecido a Deus, não
há porção que sobre para você.
A OFERTA DA CEIA (LEVÍTICO 2;6:14-23)
Neste ponto você expressou seu desejo de comunhão com Deus através da
Oferta de Pecados e da Oferta da Transgressão. Você. então. expressou uma
prontidão para uma comunhão com Deus através da Oferta de Holocausto.
Você agora chega à Oferta da Ceia. Se você usar a versão King James da
Bíblia, notará que a palavra “carne” é utilizada em vez de ceia. Isso acontece
porque nos tempos do Rei James, em vez de convidar pessoas para uma ceia,
você as convidaria para comer carne. Essa é a forma de falar naqueles dias.
Hoje convidamos as pessoas para uma refeição. então. usamos a nossa
terminologia atual.
Agora que expressou um desejo e uma disposição para uma comunhão
com Deus, você deseja andar com Ele e servi-Lo. A oferta da Ceia simboliza
sua caminhada em comunhão com Deus.
A Oferta da Ceia era a única oferta sem sangue; no entanto, só era
oferecida junto com a Oferta do Holocausto. Ela consistia em farinha especial
misturada com óleo. O sal era adicionado como condimento e o incenso
como tempero. Você a oferece como farinha crua, bolo sem fermento ou
bolacha que foi assada, frita ou grelhada. Nenhum fermento ou mel pode ser
usado na farinha.
Tendo preparado propriamente a oferta, você a apresenta ao sacerdote.
Ele oferece um punhado a Deus e come o restante. O punhado representa o
inteiro da oferta. Aceitando esta quantidade representativa, Deus aceita o
todo. Como a Oferta da Ceia representa sua caminhada com Deus pelo Seu
poder, força e sua única glória, você não compartilha da ceia.
A OFERTA DE PAZ (LEVÍTICOS 3; 7:11-36)
No momento em que você chega à Oferta de Paz, você expressou o desejo
de comunhão com Deus através da Oferta de Pecados e Transgressão. Você
expressou também uma disposição para a comunhão através da Oferta do
Holocausto e Oferta da Ceia. Você agora vai celebrar aquela comunhão
através da Oferta de Paz.
Todas as outras ofertas o conduziam para a Oferta da Paz. Esta é a que
você esperava ansiosamente para apresentar – porque você receberá uma
porção desta oferta. Ela simboliza a finalização da sua união com Deus.
Porém primeiramente você deve ser lavado de seus pecados e oferecer seu
total ser a Deus. Agora que fez este compromisso, você irá celebrar esta
união com Deus compartilhando da Oferta de Paz. Isto é o que você sempre
quis. Esta é a razão de ter feito as outras ofertas. Através da oferta de Paz, o
gemido e ânsia do seu coração fazem sentido quando você entra em
comunhão com Deus participando da oferta.
Com uma notável expectativa, você apressadamente coloca suas mãos na
cabeça do animal e o mata. O sacerdote pega o sangue e borrifa ao redor e
sobre o Altar. Ele, então, pega a gordura, coloca no Altar e oferece a Deus.
Com a ajuda do sacerdote, agora você oferece a Deus o peito e o ombro
direito do seu sacrifício. O peito representa seu coração; o ombro direito, sua
força. O sacerdote coloca as mãos dele sob as suas e, juntos, vocês movem o
sacrifício para cima e para baixo, num movimento que lembra o “7”. Deus,
então, devolve esta porção. O sumo sacerdote recebe o peito, e o ombro
direito vai para o sacerdote que o está ajudando a fazer a oferta.
Juntamente com o sacrifício animal, você também traz bolos asmos e
bolachas misturadas com óleo assim como também pães asmos. Lá, no pátio
do Tabernáculo, você come a sobra do sacrifício juntamente com os pães com
sua família e amigos. É um tempo de muita alegria, pois juntos vocês
celebram a comunhão com Deus.
Porque Deus devolveu parte da oferta, você agora está simbolicamente
alimentado de sua natureza divina. Ele está dentro de você e você dentro dele.
Você está se tornando um com Deus e isto é exatamente o que sempre quis;
conhecer a Deus e compartilhar da sua própria natureza divina para se tornar
um com Ele. Agora isso está acontecendo na Oferta de Paz. Este é o
simbolismo final da sua união com Deus.
A VELHA E A NOVA ALIANÇA
Isso tudo é só um simbolismo. Não é a coisa real. Apontava para a coisa
real, mas não era. Ele é inadequado porque você tem que continuar trazendo
continuamente. O sangue de bois e cabras podem somente cobrir seus
pecados, não pode apagá-los. Este sangue não pode fazê-lo justo. Não é a
“verdadeira carne” e a “verdadeira bebida” que satisfaz os desejos do seu
coração para que tenha comunhão pessoal com Deus. Essa não é a semente
(singular) prometida de Abraão que seria uma bênção para todo o mundo.
A NOVA ALIANÇA
Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher
como sendo um judeu (veja Gl. 4:4). Toda a plenitude de Deus morava nele
(veja Cl. 1:19; 2:9). Deus estava, no Messias, reconciliando o mundo em si
mesmo (veja 2 Cr. 5:19). Deus tinha vindo à terra no homem Jesus para pagar
o castigo pelo pecado em nosso nome. Ele veio comprar nossa salvação com
seu próprio sangue.
Jesus era quem Adão e Eva estavam esperando. As peles de animais
inocentes que cobriam seus corpos eram uma lembrança constante de que ele
viria. Jesus é o sacrifício mais aceitável no qual Abel depositou sua
confiança. Jesus é a oferta substituta que renovou a aliança com Sete e seus
descendentes. Ele é o sacrifício de Noé que levou Deus a colocar um arco-íris
no céu. Ele é aquele em quem Abraão acreditava e por isso foi considerado
como justo. Jesus é a razão pela qual Deus era o Deus de Abraão, de Isaque e
Jacó. Ele é o sacrifício de Moisés perante o faraó. Jesus é o Cordeiro da
Páscoa que libertou os hebreus do Egito. Ele é o sacrifício da Nova Aliança
que tira os pecados do mundo. Ele é aquele para quem os sacrifícios da Velha
Aliança apontavam; para que todos pudessem reconhecê-lo quando entrasse
em cena.
Veja, Deus sabia exatamente o que faria quando viesse para oferecer a si
mesmo. É por isso que revelou tais detalhes específicos sobre como oferecer
cada sacrifício. Ele iria realizá-los perfeitamente em Jesus.
Se você quisesse que alguém o reconhecesse, você contaria a ele tudo
sobre você. Então, quando você entrasse em cena, ele iria saber quem você é.
Esta é a forma como a Velha Aliança (Testamento) aponta para Jesus. É
assim que Jesus podia dizer que tudo o que estava escrito nas Leis de Moisés,
nos Profetas e Salmos eram sobre ele (Lucas 24:44). Assim também Jesus, na
estrada de Emaús, pôde citar versículo após versículo começando no livro de
Genesis e passando por todas as Escrituras, explicando o que elas
significavam e o que elas diziam sobre si mesmo (veja Lucas 24:27).
A tabela intitulada “o Sacrifício da Nova Aliança” que está no final deste
capítulo, mostra como cada oferta da Aliança Velha mostrava Jesus. Também
mostra como cada oferta se refere a um relacionamento do crente com Jesus.
Consulte a tabela para esta discussão.
A OFERTA DE PECADO
Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (veja Romanos
3:23). O castigo por nossos pecados é a morte (veja Romanos 6:23). No
entanto, nós precisamos da Oferta de Pecado para nos reconciliar com Deus.
Jesus Cristo é nossa Oferta de Pecado. Porque nunca teve pecado, era um
perfeito sacrifício sem manchas ou defeitos (1 Pedro 1:18-20).
Na Oferta de Pecado, o sangue nas hastes do Altar vislumbrava o sangue
de Jesus na cruz. Assim como o sangue que era derramado no pé do Altar,
todo o seu sangue foi derramado nos pés da cruz. Para concretizar a Oferta de
Pecado, Jesus foi além do portão do Templo, fora do campo que estava a
cidade de Jerusalém (veja Hebreus 13:11-12). Lá, no alto do monte chamado
Calvário, Deus colocou fogo dentro dos seus ossos (veja Lamentações 1:13).
Ele deu a si mesmo pelos nossos pecados e levou-os em seu corpo. Ele foi
ferido por nossas transgressões e machucado por nossas iniquidades. Deus
colocou (pesadamente) nele a iniquidade de todos nós (veja Isaías 53). O
sacrifício total foi consumado quando ele se tornou pecador por nós (veja 2
Co 5:21). Deus, o Pai, não podia olhar para ele enquanto estava se entregando
como Oferta pelos nossos pecados. Jesus, como nossa Oferta de Pecado,
gritou da cruz: “... Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt.
27:46).
Jesus, como o Filho do Homem, nosso representante humano, levou a
nossa natureza pecaminosa quando se tornou pecado por nós. Ele se tornou
quem nós somos. Nos termos de uma aliança de sangue, nós trocamos de
natureza na cruz. Lembre-se do Capítulo 2 em que o roupão representa a
pessoa. Quando Jesus foi crucificado, Ele tomou nosso roupão de justiça
própria, que é a nossa natureza pecaminosa. E ela é como trapos de imundice
para Deus (veja Is. 64:6).
Deus considera a nós que aceitamos o sacrifício de Jesus em nosso lugar,
como sendo crucificados com ele. Nossos pecados não são mais levados em
consideração. Eles foram colocados em sua conta na cruz. Portanto, Deus não
nos vê como pecadores. Ele nos vê limpos no lugar das cinzas, que é a cruz
de Jesus. A maior história de horror em toda a história do mundo ocorre
quando a pessoa escolhe pagar por seus próprios pecados rejeitando Jesus
como seu sacrifício.
Aproximamo-nos de Deus através da fé no sangue de Jesus; e não
tentando guardar os Dez Mandamentos (veja Gálatas 2:16-21; 3:15-25).
Quando nós aceitamos Jesus como nosso Salvador e Senhor, nós lhe damos
nosso coração (não nossa crença mental), que representa nosso interior. Em
troca ele nos dá sua natureza que é sem mancha ou defeitos. Ela é pura e
santa, portanto aceitável a Deus. Sua justiça nos é imputada. Deus nos vê
com a justiça de Jesus (veja 2 Co. 5:21). Sendo assim, não há condenação
para aqueles que estão em Jesus (veja Rm. 8:1). Eles não entrarão em
condenação, mas passarão da morte para a vida (veja João 5:24).
Olhando a frente deste ponto no tempo, o profeta Isaías escreveu:
“Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu
Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de
justiça...” (Is. 61:10).
Isto é o que nenhum animal poderia fazer. Os animais poderiam nos
representar somente “simbolicamente”. Mas Jesus era nosso
representante “real”. O escritor aos Hebreus explica isto para nós: O
ANTIGO SISTEMA das leis judaicas deu apenas uma fraca amostra das
coisas boas que Cristo [Messias] faria por nós. Nesse antigo sistema, os
sacrifícios se repetiam muitas vezes, ano após ano, porém mesmo assim
eles nunca puderam salvar aqueles que viviam debaixo dos
regulamentos deles. Se tivessem pedido, uma oferta só teria sido
suficiente; os adoradores teriam sido purificados de uma vez por todas,
e seu sentimento de culpa teria desaparecido. Mas aconteceu
justamente o contrário: aqueles sacrifícios anuais lembravam-lhes a
desobediência e a culpa deles, ao invés de aliviarem suas mentes.
Porque não é possível que o sangue de touros e de bodes tire realmente
os pecados. Foi por isso que Cristo [Messias] disse, quando veio ao
mundo: “Ó Deus, o sangue de touros e de bodes não pode satisfazê-lo,
portanto o Senhor me preparou este meu corpo, a fim de que eu o
deposite como sacrifício sobre o seu altar.” O Senhor não se satisfaz
com o sacrifício dos animais, mortos e queimados diante de si como
ofertas pelo pecado. Então eu disse: “eis que Eu vim para depositar a
minha vida, justamente como as Escrituras disseram que o faria”.
Depois que Cristo [Messias] disse isto, a respeito de não ficar satisfeito
com os vários sacrifícios e ofertas que o antigo sistema exigia; e
acrescentou: “eis que Eu vim para dar a minha vida”. Ele revoga o
primeiro sistema em favor de outro muito melhor.
”Neste novo plano nós fomos perdoados e purificados por Cristo
[Messias] ao morrer por nós uma vez por todas. Segundo o antigo
acordo, os sacerdotes permaneciam diante do altar dia após dias,
oferecendo sacrifícios que jamais podiam tirar os nossos pecados. Mas
Cristo [Messias] entregou-Se a si mesmo a Deus pelos nossos pecados,
como um único sacrifício de uma vez para sempre, e depois se assentou
no lugar de maior honra à direita de Deus, esperando que os seus
inimigos fossem postos debaixo dos seus pés. Pois por meio daquela
oferta única ele tornou perfeitos para sempre aos olhos de Deus todos
quantos ele está santificando.”
“E o Espírito Santo testifica que isto é assim, porque Ele disse: Este é o
acordo que Eu farei com o povo de Israel, embora eles tenham rompido
o seu primeiro acordo. Escreverei as minhas leis nas mentes deles, para
que sempre conheçam a minha vontade e porei as minhas leis em seus
corações, a fim de que eles queiram obedecê-las”. E depois Ele
acrescentou: “Nunca mais me lembrarei dos seus pecados nem dos seus
atos ilícitos”. Ora, quando os pecados já foram perdoados e esquecidos
uma vez para sempre, não há necessidade de oferecer mais sacrifícios
para nos livrarmos deles. E assim, queridos irmãos, por causa do
sangue de Jesus, nós agora podemos ir diretamente até dentro do Santo
dos Santos, onde Deus está. Este é o caminho novo, recém-aberto e
vivificante que Cristo [Messias] nos franqueou ao rasgar a cortina - O
seu corpo humano - para dar-nos acesso à presença santa de Deus”
(Hebreus 10:1-20).
Para ver um ensinamento na Velha Aliança de um sacrifício sendo
oferecendo e voltando à vida, veja a história dos dois pássaros em Levítico
14. Isto representa o Messias vindo do céu, sendo crucificado, ressuscitando e
retornando ao céu com seu próprio sangue como oferta de pecado final.
Agora que fomos crucificados com nosso Senhor, não temos mais que
servir ao pecado, e este não tem mais domínio sobre nós. Fomos libertados
pelo sangue de Jesus (veja Rm. 6). Paulo expressa esta liberdade que todos os
Cristãos podem experimentar em Jesus. Ele diz: “Já estou crucificado com
Cristo [Messias]; e vivo, não mais eu, mas Cristo [Messias] vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou,
e se entregou a si mesmo por mim (Gl. 2:20).
(Jesus como nossa Oferta de pecados; Gálatas 1:4; 1 Coríntios 15:3; 2
Coríntios 5:21; Hebreus 9-10; 13:8-15; 1 Pedro 2:24; Isa. 53).
A OFERTA DA TRANSGRESSÃO
Jesus não somente levou nossa natureza pecaminosa, mas também levou
todos os pecados que temos ou que porventura possamos cometer. Ele
morreu não somente pelo que nós somos, mas também pelo que fazemos. Na
Oferta de Pecado, Jesus destruiu o poder do pecado sobre nós. Não
precisamos mais servir a nossa velha natureza porque foi crucificada com
Jesus. Ainda assim, nós ainda pecamos. Quando o fazemos, precisamos de
uma Oferta da Transgressão. Jesus é nossa Oferta da Transgressão. Conforme
2 Coríntios 5:19 diz: “Pois Deus estava em Cristo [Messias], recuperando
[reconciliando] o mundo para si, não levando mais em conta os pecados dos
homens contra eles, e sim apagando-os. Esta é a mensagem maravilhosa que
Ele nos deu para transmitir aos outros.”
Colossenses 1:14 diz que nós temos o perdão dos pecados através do
sangue de Jesus. Seu perfeito sacrifício incluía perdão para cada pecado que
você tinha cometido no passado, cada um que você esteja agora cometendo, e
também aqueles que você cometerá no futuro. Para nos ajudar a perceber a
extensão do pendão de Deus, Paulo escreve: “Quando vocês estavam mortos
em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente
com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de
dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu,
pregando-a na cruz” Colossenses 2:13-14.
Deus perdoou-nos por todos os nossos pecados porque todos eles,
passado, presente e futuro, foram pregados na cruz de Jesus. Não somente
nos perdoou, mas também não se lembra deles. Ele os apagou de sua
memória. Isto é o que o sangue de touros e cabras não podiam fazer. Nós
acabamos de ler esta verdade em Hebreus e diz: “porque, por meio de um
único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo
santificados.” Então Ele acrescenta: “Dos seus pecados e iniquidades não me
lembrarei mais” (Hebreus 10:04,17).
Quando pecamos, o Espírito Santo nos convence daquele pecado, mas não
nos condena. Nós também não devemos nos condenar. Nós temos total
perdão através de Jesus como nossa Oferta de Transgressão. No entanto, para
evitar nos condenar a nós mesmos, e carregar o peso da culpa, confessamos
nossos pecados e clamamos por perdão que já é nosso. 1 João 1:6-9 resume
para nós. E diz: “Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos
nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andamos na luz,
como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos
sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustiça” 1 João 1:6-9.
Nós ficamos livres da condenação e culpa confessando nossos pecados a
Deus e clamando pelo perdão que já é nosso através do sangue de Jesus.
Assim como o crente da Velha Aliança, dizemos: “Pai Celeste, eu pequei.
Eu agi perversamente, e me rebelei. Eu cometi (nome do pecado). Mas eu me
volto em arrependimento e clamo por perdão através do sangue de Jesus. Ele
é minha expiação.”
Junto com nossa confissão ao nosso Pai celestial, nós devemos também
confessar nossos pecados e restituir a qualquer um que por ventura tenhamos
prejudicado com nossos pecados. Jesus falou sobre isso em Mateus 5:23-24:
“Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se
lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do
altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua
oferta.”
Paulo escreve: “Quando vocês estiverem irados, não pequem alimentando
seu próprio rancor. Não deixem que o sol se ponha com vocês ainda irados –
resolvam isso logo; porque quando vocês estão irados oferecem um
fortíssimo ponto de apoio ao diabo” (Efésios 4:26-27).
Veja, quando nós ficamos com raiva de alguém e não confessamos,
começamos a ancorar esta raiva, este ressentimento, inveja ou ciúme. E isto
endurece nosso coração. Quando isso acontece, a raiz de amargura toma
conta. Isto é exatamente o ponto de apoio que Satanás precisa para nos
destruir e criar conflito e inimizade entre nós e outra pessoa.
Bem, Deus tem uma vida melhor para nós do que isso. Então, Ele diz em
Efésios 4:31-32: “Livre-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e
calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para
com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em
Cristo.”
Para cura espiritual, como também física, Tiago escreve: “Confessai,
portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para
serdes curados” (Tiago 5:16).
(Jesus como nossa Oferta de Transgressão: 2 Coríntios 5:18-19;
Colossenses 1:14; 2:13-14; 1 João 1:6-9).
CONTINUANDO COM DEUS
Muitas pessoas expressaram um desejo de comunhão com Deus aceitando
Jesus como sua Oferta de Pecado e Transgressão. Eles perceberam que não
poderiam salvar a si mesmos então se voltaram para Jesus como seu
Salvador. No entanto eles não estão experimentando a abundância da vida em
aliança que a Bíblia promete. Eles não estão usufruindo das bênçãos
espirituais que Deus tem para eles. Sua posição com Deus é segura, mas a
graça e glória de Deus não são manifestadas na vida deles. Isso acontece aos
crentes porque eles não apropriaram Jesus como sua Oferta de Holocausto,
Ceia e Paz.
Frequentemente quando isso é trazido à atenção do crente, eles dirão:
“Bem, eu não estou pronto para fazer este compromisso”. O que estão
realmente dizendo é: “Eu expressei um desejo de comunhão com Deus, mas
eu não estou preparado para isto”. Lembre que estas são ofertas voluntarias
de louvor e gratidão. Elas não estão associadas aos nossos pecados, mas à
adoração a Deus. Ele não nos forçará a adorá-lo. Nós devemos escolher fazê-
lo pelo nosso próprio livre arbítrio. No entanto a única forma de experimentar
a vida abundante que Jesus prometeu é expressando nossa prontidão para ter
isto através do compromisso retratado nestas ofertas.
A OFERTA DE HOLOCAUSTO
Jesus voluntariamente deixou seu lar na glória para se tornar nossa Oferta
de Holocausto (veja Fp. 2:5-8). Assim como o animal foi morto ao lado norte
do Altar, Jesus, também, foi crucificado ao norte de Jerusalém. Ele
concretizou cada detalhe da Velha Aliança. Na Oferta do Holocausto, o
animal inteiro era oferecido a Deus. Semelhantemente, Jesus disse: “Porque
eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que
me enviou.” (João 6:38) Em outra ocasião Ele disse: “...A minha comida é
fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar completamente a sua obra”
(João 4:34). Paulo estava reconhecendo a Deus como nossa Oferta de
Holocausto quando ele escreveu: “ ...Cristo nos amou e se entregou por nós,
uma oferta de aroma suave e sacrifício a Deus” (Ef. 5:2).
Como Jesus ofereceu a si mesmo sem reservas, então devemos fazer o
mesmo. Paulo coloca desta forma, “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas
misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste
mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam
capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus” Romanos 12:1-2.
Nós nos apresentamos como sacrifício vivo nos rendendo ao Senhorio de
Jesus sobre nossas vidas. Alguns crentes levam toda uma vida e alguns nunca
percebem, que Jesus não é só nosso amigo que veio nos ajudar quando
estávamos com problemas. Jesus veio para tomar conta de nossas vidas.
Nosso relacionamento com Ele é de Senhor e servo.
Como nosso Senhor, Ele é o mestre, governador e controlador de nossas
vidas. Nós fomos comprados e pertencemos a Ele. Ele comprou e pagou por
nós com seu próprio sangue (veja Efésios 1:14). Portanto, Paulo escreve:
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que
habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si
mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a
Deus com o corpo de vocês” (1 Coríntios 6:19-20.)
Como uma Oferta de Holocausto, nós nos abrimos para que Deus nos
sonde. Nossa oração deve ser: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração;
prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo
que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” Salmos 139:23-24.
(Jesus como nossa Oferta de Holocausto: Salmos 40:6-8; João 4:34;
Efésios 5:2; Hebreus 9-10)
A OFERTA DA CEIA
Numa ocasião Jesus disse: “... se um grão de trigo, caindo na terra, não
morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12:24). Jesus estava
falando de Sua morte e ressurreição. Com isso, ele concretizava
perfeitamente a Oferta da Ceia se tornando pão da vida para nos alimentar.
A Oferta da Ceia simboliza nossa caminhada em comunhão com Deus.
Falando de sua caminhada com o Pai, Jesus disse: “... eu sempre faço as
coisas que O agradam” (João 8:29). Na Bíblia, o fermento representa o
pecado. O mel, quando usado com o fermento, representa os prazeres do
pecado (veja Mateus 16:6; 1 Coríntios 5:6-8; Apocalipse 10:9-10). Sendo a
perfeita Oferta da Ceia, Jesus não conheceu o pecado (veja 2 Co. 5:21). Não
havia fermento nem mel na sua vida. Ela era como cheiro suave de incenso
para seu Pai celestial.
A Bíblia usa o óleo como um símbolo do Espírito Santo. No lugar do
fermento e do mel, Jesus estava cheio do Espírito Santo. Assim como o óleo
era derramado na farinha da Oferta da Ceia, era também derramado sobre
Jesus. Quando Ele foi batizado, os céus foram abertos e Ele viu o Espírito
Santo descendo como uma pomba que O iluminou. Deus então falou: “... este
é meu amado Filho em quem tenho prazer” (Mt 3:17).
Quando Ele começou Seu ministério, Jesus disse: “O Espírito do Senhor
está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele
me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos
cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”
Lucas 4:18-19.
Pedro pregou: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo
e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do
diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10:38).
O sal preserva e purifica da corrupção. Os crentes são preservados,
purificados e mantidos pelo sangue de Jesus. Ele é capaz de nos impedir de
cair e nos apresentar como inculpáveis na presença da glória de Deus com
demasiada alegria (veja Judas 24). Este é o “selo” do Espírito Santo quando
convidamos Jesus para entrar em nossas vidas (veja Efésios 1:13; 4:30; 2
Coríntios 1:22; 1 Pedro 1:5). Com relação a isto, o sal se refere à nossa
posição com Deus.
Porém isto também se refere à nossa caminhada com Deus. Em Mateus
5:13, Jesus disse: “Vós sois o sal da terra”. Mas se o sal perder o seu sabor,
como poderá ser restaurado? Já não é bom para nada, exceto para ser jogado
fora e pisado pelos homens”.
Os crentes funcionam como sal da terra quando apropriamos Jesus como
nossa Oferta da Ceia. Como não havia fermento nem mel nele, assim também
não deve haver em nós. Isso significa caminhar com Deus no poder do
Espírito Santo.
Veja: Deus, através do Espírito Santo, não nos conduzirá à tentação
(Tiago 1:13). No entanto, quando caminhamos no Espírito, não satisfaremos
o desejo da carne. Não seremos tentados ao pecado. Isso significa que não
haverá pecado em nós. Uma vez que vivemos no Espírito devemos também
andar no Espírito (veja Gálatas 5:16-25). Para fazer a Oferta da Ceia um
realidade em nossa vida, Paulo escreve para todos os cristãos: “... ser cheio
do Espírito Santo” (Ef. 5:18). O Espírito Santo é Deus vindo morar em nós.
Somente quando permitimos a Ele o controle da nossa vida, podemos
experimentar amizade com Deus.
Quando experimentamos isso, descobrimos que é mais doce do que
qualquer mel que o mundo possa oferecer. Um desejo é criado dentro de nós
para colocarmos nossos afetos em coisas do alto ao invés de ganhos terrenos
e coisas terrenas (veja Col. 3:1-3). Isto se torna nossa motivação em nos
afastarmos do mundo e sermos separados (veja 2 Cor. 6:17). Isto nos move a
ser santos como Ele é santo (veja 1 Pe. 1:16). Para que nós possamos
glorificar e honrar aquele que nos tirou da escuridão nos levando para sua
maravilhosa luz (veja 1 Pe. 2:9). Então, como o incenso, nossas vidas serão
um cheiro doce para nosso Pai celestial.
(Jesus como nossa Oferta da Ceia: João 4:34; 8:29; 12:23-24; Lucas 4:18;
Efésios 5:2; 1 Pedro 2:22).
A OFERTA DE PAZ
Quando Jesus nasceu todo o céu louvou a Deus dizendo: “Glória a Deus
nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais Ele concede o Seu favor”
(Lucas 2:14). O favor de Deus é concedido a todos aqueles que aceitaram
Jesus como sua Oferta de Paz.
Ele é “a carne verdadeira” e “a bebida verdadeira” que satisfaz os gritos e
desejos do coração humano (veja João 6:53-63). Essa é a oferta que nós
procurávamos. Todas as outras ofertas levavam a esta. Nós recebemos uma
porção desta oferta e a porção que recebemos de Deus é a própria natureza
divina em nós através da pessoa do Espírito Santo (veja 2 Pedro 1:4). Na
Oferta de Paz, o peito e o ombro direito que foram sacudidos perante Deus
sinalizando o numero “sete”, apontavam para a cruz de Jesus. Lá o Seu
coração derreteu como cera. Sua força se esvaiu como água e secou como
barro ao sol (veja Salmos 22:14-15). Assim como o peito e o ombro foram
dados ao sacerdote, foram também devolvidos a Jesus. Agora, ele ministra no
Santo dos Santos celestial como nosso sumo sacerdote. Lá, perante nosso Pai
Celestial, Jesus, ostenta nosso nome sobre seu coração e seu ombro. Através
de sua interseção em nosso nome, nós podemos lançar todos os nossos
cuidados sobre ele, porque ele cuida de nós (veja 1 Pedro 5:7). Podemos
suportar todas as coisas através do nosso Senhor que nos fortalece (veja Fp.
4:13).
Como a Oferta de Paz era comida com pão fermentado e pão sem
fermento misturado com óleo, então nós que conhecemos o pecado
recebemos em nós aquele que não conheceu o pecado. O Espírito Santo é o
óleo celestial da alegria e felicidade que veio morar no nosso coração.
Uma vez fomos separados de Deus por nossos pecados. Estando
separados de Deus, nós éramos inquietos e sem paz no coração. Mas agora,
através do sangue de Jesus, podemos nos aproximar de Deus. Podemos andar
em comunhão e amizade com Ele. Podemos andar em paz com Ele e uns com
os outros. Sua paz pode ordenar nossos corações conturbados.
Jesus disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como
o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (...)
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 14:27; 16:33,
VKJ).
(Jesus como nossa Oferta de Paz: Lucas 2:14; João 14:27; 16:33;
Romanos 5:1; Efésios 2:11-19; Colossenses 1:16-23; 3:15).
A ADORAÇÃO É UMA PESSOA
Quando Jesus deu a si mesmo como perfeito sacrifício, Ele concretizou a
Velha Aliança. Isto não significa que Ele acabou com ela; significa que ele é
a realidade espiritual verdadeira das imagens. Não mais adoramos a um
sistema (religião), mas a uma pessoa. Jesus de Nazaré (Messias Yeshua) é
esta pessoa. Ele é o sacrifício necessário para purificação. Falando de si
mesmo através do rei Davi, Deus disse: “Sacrifício e oferta não quiseste; os
meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito” (veja
Salmos 40:6-7; Hebreus 10:5-8).
Ambos Judeus e Gentios podem firmar a Nova Aliança através do sangue
de Jesus, o perfeito e definitivo sacrifício.

O SISTEMA DE SACRIFÍCIO DA VELHA ALIANÇA


FUNÇÃO DO FUNÇÃO DO PORÇÃO DE PORÇÃO DO
OFERTA NATUREZA OFERTANTE SACERDOTE DEUS SACERDOTE

Boi, Colocar as
Cordeiro, Borrifar O Todo Uma Porção
Mãos
PECADO Cabra, Sangue no Dentro - Sem Não
Matar o
Rolinha, Altar Acampamento Queimada
Animal
Pombo
Colocar as
Borrifar Gordura de
Mãos
TRANSGRESSÃO Carneiro Sangue no Partes Restante
Matar o
Altar Internas
Animal
Boi,
Colocar as
Cordeiro, Borrifar
Mãos Queimar Tudo
HOLOCAUSTO Cabra, Sangue no Pele
Matar o no Altar
Rolinha, Altar
Animal
Pombo
Farinha
Especial,
Óleo, Sal, Levar ao Oferecer Um
CEIA Punhado Restante
Sem Sacerdote Punhado
Fermento,
Mel
Colocar as
Boi, Borrifar Gordura de
Mãos
PAZ Cordeiro, Sangue no Partes Peito e Ombro
Matar o
Cabra Altar Internas
Animal

O SACRIFÍCIO DA NOVA ALIANÇA

OFERTA JESUS CRISTO O CRISTÃO

PECADO Perdão Por Sermos Pecadores Crucificado com Cristo

TRANSGRESSÃO Perdão Por Pecados Que


Cometemos Confessar nossos Pecados para
Levando Os Pecados Sobre Si Reconciliação

HOLOCAUSTO Deus A Si Mesmo Nos Apresentarmos Rendidos ao


Completamente ao Pai Seu Senhorio

CEIA Andar em Obediência ao Pai Andar no Espírito

PAZ Ter perfeita Amizade com o Comunhão e Amizade com Deus


Pai
CAPÍTULO 6

O Sumo Sacerdote

HISTÓRICO
Em nossos dois capítulos anteriores, aprendemos que, quando Deus entregou
a lei, também estabeleceu um Tabernáculo, um sistema de sacrifício e um
sacerdócio. O Tabernáculo era uma representação física que mostrava ao
povo como se aproximar de Deus. A adoração no Tabernáculo centrava-se
nas ofertas. Cada oferta revelava particularmente algo sobre a natureza do
sacrifício final quando Deus se deu pelo bem do homem.
Deus escolheu Arão e seus filhos para servi-lo como sacerdotes (veja Êx.
28:1; 29:9). O sacerdócio era para ser exclusivamente deles. Ninguém mais
podia exercer a função de sacerdote. Arão foi o primeiro sumo sacerdote. Na
sua morte, ele seria sucedido pelo seu filho mais velho. Desse modo, o
sacerdócio seria passado de geração a geração. Os filhos de Arão deveriam
começar suas responsabilidades sacerdotais com a idade de 30 anos (veja
Nm. 4:3).
Quando Arão e seus filhos foram consagrados ou separados para seu
sacerdócio, eles e suas vestes sacerdotais foram aspergidas com sangue (veja
Êx. 28-29; Lv. 8). Essa era uma parte necessária da cerimônia, pois eles eram
pecadores. Afinal, os sacerdotes deveriam ser os mediadores entre Deus e o
homem. Contudo Deus, em sua santidade, não podia recebê-los a menos que
seus pecados estivessem cobertos pelo sangue. Suas vestes aspergidas com
sangue testificavam publicamente sua inadequação para representar o povo.
No entanto, isso prefigurava para a nação inteira um tempo futuro, quando
um sacerdote perfeito viria. Ele separaria a si mesmo e daria seu próprio
sangue como o perfeito mediador entre Deus e o homem. Aprenderemos
sobre esse sacerdote perfeito nesse capítulo.
A ANTIGA ALIANÇA
VESTES SUMO SACERDOTAIS (ÊXODO 28)
A figura central no sistema da Antiga Aliança era o sumo sacerdote. Ele
era a pessoa mais importante de toda a nação, pois ele representava a nação
perante Deus.
O sumo sacerdote estava acima de todos. Isso não só por causa de seu
ofício, mas também por sua vestimenta. Ele vestia sete peças de roupas
diferentes. Na Bíblia, o número sete representa a perfeição. Então,
simbolicamente, o sumo sacerdote estava perfeitamente vestido para sua
posição.
Suas vestes consistiam de linho fino lindamente entrelaçado com estofo
azul, ouro, carmesim e púrpura. Elas eram chamadas vestes “sagradas” (veja
Êx. 28:2). Sua glória e beleza davam a dignidade e a honra próprias do ofício
de sumo sacerdote. Elas também revelavam de forma particular algo sobre o
perfeito sumo sacerdote que estava para vir. Como os sacrifícios, quando
consideradas como um todo, formavam um quadro completo daquele que
seria maior que Arão.
O sumo sacerdote vestia calções brancos de linho fino junto de seu corpo.
Sobre os calções brancos, ele vestia um casaco branco de linho fino que
chegava até seus pés. Esse era seu traje comum como era o traje dos outros
sacerdotes. Por essa razão, eles não eram considerados parte de suas vestes de
glória e beleza. Na Bíblia, o linho branco fino representa a justiça perfeita.
Então, interiormente, o sumo sacerdote estava simbolicamente revestido da
justiça perfeita.
O sumo sacerdote vestia uma túnica azul sobre a vestimenta. A cor azul
fala do céu. Representa uma nomeação celestial feita pelo próprio Deus que
escolheu Arão como sumo sacerdote. A túnica azul estendia-se até um pouco
acima do casaco branco. Havia campainhas douradas bordadas na barra da
túnica alternando com romãs de estofo azul, púrpura e carmesim. O ouro
representa a divindade. A púrpura e o carmesim referem-se à realeza e ao
sacrifício com sangue. Essas cores prefiguravam o tempo em que o próprio
Deus viria do céu para estabelecer um reino com seu próprio sangue. À
medida que o sumo sacerdote caminhava pelo Tabernáculo, o povo do lado
de fora não podia vê-lo. Mas eles conseguiam ouvir as campainhas tinindo. E
tão logo ouviam as campainhas tocando, eles sabiam que o sumo sacerdote
estava vivo e representando-os perante Deus.
Por cima da sua túnica, o sumo sacerdote vestia uma sobrepeliz curta e
sem mangas, chamada éfode. A éfode era feita de ouro batido que havia sido
cortado em fios finos e entrelaçado com estofo azul, púrpura e carmesim.
Consistia de duas peças, frente e costas, que eram unidas nos ombros por
duas correntes de ouro. Duas pedras de ônix foram engastadas ao redor de
ouro e presas à éfode nos ombros. Os nomes das doze tribos de Israel foram
gravados com um sinete sobre essas pedras, seis nomes em cada pedra.
A éfode ia dos ombros até abaixo da cintura, pendendo até um pouco
acima da estola azul. Um cinto de linho fino prendia-se ao redor da éfode. O
cinto servia como uma lembrança de que o sumo sacerdote era um servo
tanto de Deus quanto da nação de Israel.
Um peitoral de ouro, também de estofo azul, púrpura e carmesim estava
atado à éfode. Doze pedras lindas estavam atadas ao peitoral. O nome de uma
das doze tribos estava gravado com um sinete em cada pedra. As pedras eram
atadas em quatro ordens com três pedras em cada ordem.
Visto que o sumo sacerdote intercedia pelo povo, ele simbolicamente
trazia toda a nação da aliança à presença de Deus. As pedras em seus
ombros simbolizavam sua força. Aquelas sobre o seu coração representavam
o seu amor.
O sétimo artigo de roupa era um turbante (mitra) vestido como uma
proteção para a cabeça. Uma lâmina de ouro era atada ao turbante com um
cordão azul. As palavras “SANTIDADE AO SENHOR” estavam gravadas
com um sinete sobre a lâmina de ouro. Era a peça de coroação das vestes de
glória e beleza. Ao colocá-la sobre sua cabeça, o sumo sacerdote
simbolicamente carregava a culpa de qualquer sacrifício impuro feito a Deus.
Também o fazia aceitável perante Deus.
O DIA DA EXPIAÇÃO
O sumo sacerdote tinha muitas tarefas e responsabilidades, mas a maior
delas era ministrar no Dia da Expiação. O Dia da Expiação acontecia no
décimo dia do Tishri, o qual é o sétimo mês no calendário religioso hebreu.
Corresponde aos meses de setembro-outubro no calendário ocidental. O Dia
da Expiação também é conhecido como Dia do Perdão. Os judeus o chamam
de Yom Kippur.
O Dia da Expiação é o dia mais solene de todos. Esse é o dia para se fazer
expiação ou cobrir todos os pecados da nação de Israel inteira. Era o único
dia do ano em que o sumo sacerdote podia entrar além do véu até o Santo
dos Santos. Lá ele oferecia o sangue da oferta pelo pecado no Propiciatório.
Deus o aceitaria como oferta pelos pecados do povo.
A pressão era sobre o sumo sacerdote. Se ele cometesse um erro, a nação
inteira ficaria sem perdão. Então Deus deu instruções detalhadas ao sumo
sacerdote. As instruções não diziam apenas o que o sumo sacerdote deveria
fazer, mas prefiguravam a nação um novo sacerdote que viria e que seria
maior que Arão. Quando ele viesse, todos o reconheceriam, pois ele
cumpriria em si mesmo cada detalhe dessas instruções.
Levítico 16 descreve a cerimônia no Dia da Expiação. Sugiro que você o
leia antes de continuar a leitura desse capítulo. O sumo sacerdote está no
controle total do serviço. Ele deve fazer tudo sozinho. Ninguém pode ajudá-
lo ou até mesmo tocá-lo até que a cerimônia seja finalizada.
Conforme acompanhamos os eventos passo a passo, coloque-se na
posição de um hebreu. Venha comigo ao Tabernáculo e, juntos, veremos
como nosso sumo sacerdote ministra a nosso favor no Dia da Expiação.
O SUMO SACERDOTE PURIFICA-SE
A primeira ação do sumo sacerdote é lavar-se. A limpeza representa uma
purificação simbólica de qualquer mácula cerimonial. Por essa razão, o sumo
sacerdote é purificado de modo que possa ministrar em favor do povo.
VESTE-SE PARA O SERVIÇO
Após a purificação, o sumo sacerdote veste-se para o serviço. Ele veste
calções de linho, sua túnica branca, seu cinto e seu turbante. Essas são as
roupas que ele vestirá para representar a nação perante Deus no Santo dos
Santos. Mas, note que essas não são suas vestes de glória e beleza. Ele não
coloca sua estola azul com suas lindas cores, campainhas douradas e romãs
bordadas na barra; tampouco ele coloca sua éfode gloriosa e seu peitoral.
Pelo contrário, ele veste-se com muita simplicidade com seu casaco
branco de linho fino. E ele simplesmente se parece com todos os demais. É
impossível distingui-lo de um homem comum. À medida que se olha para ele
pode-se pensar: “O que faz com que ele tenha tamanha grandeza? Afinal de
contas, Ele só é o sumo sacerdote porque é um filho de Arão. Provavelmente,
ele não queria ser um sumo sacerdote. Mas lá está ele seguindo os passos de
seu pai.”
FAZ OFERTA PELO PRÓPRIO PECADO
Agora que ele está vestido apropriadamente para a ocasião, o sumo
sacerdote começa a cerimônia. Sua primeira ação é sacrificar um touro como
oferta pelo próprio pecado. Afinal, o sumo sacerdote é apenas um homem.
Então, ele deve fazer expiação pelos seus próprios pecados antes de poder
representar a nação. O fato de a pessoa que lhe representa perante Deus ser
um pecador assim como você não lhe traz muita confiança. Afinal, ele não é
melhor ou pior que o resto de nós.
Mas, visto ser ele um homem, realmente entende seus problemas. Ele
consegue identificar-se com você e você com ele. Você sabe que ele está se
esforçando por você. Mas, parece que assim que passamos a conhecê-lo, ele
morre. Então, outra pessoa assume o seu lugar. O novo sumo sacerdote pode
até mesmo nem gostar de você. Bem, essa mudança constante de um mero
sacerdote humano é muito inquietante, mas é o melhor que podemos obter.
ENTRA NO SANTO DOS SANTOS
Após o sumo sacerdote fazer o seu sacrifício, ele pega um pouco do
sangue do sacrifício e o traz para dentro do Tabernáculo. Nesse momento, ele
desaparece da sua vista. Primeiro, deve passar pela sala exterior chamada de
Santo Lugar. Ele passa pelo Candelabro de Ouro e pela Mesa dos Pães, mas
para no Altar do Incenso. Lá, coloca as brasas do altar no incensário de ouro
e enche a sua mão de incenso. Então, ele vai para trás do véu até a sala
interna chamada de Santo dos Santos.
Nós aprendemos sobre o Santo dos Santos no capítulo 4. Lembre-se de
que a única peça de mobília no Santo dos Santos é a Arca da Aliança. É um
pequeno baú de 60 cm de altura, 60 cm de largura e 120 cm de comprimento.
O tampo da arca é chamado de “Propiciatório”. Uma réplica de um querubim
(anjo) está em cada ponta do Propiciatório. Suas asas estendiam-se até
tocarem-se no meio do tampo da Arca.
Bem no meio dos dois querubins e acima do Propiciatório fica a luz que
representa a presença da glória de Deus.
É a presença de Deus manifesta habitando no meio do Seu povo. O Santo
dos Santos é a sala do trono de Deus na terra, o Propiciatório é Seu trono e a
grande luz é a Sua presença visível.
A glória de Deus no Santo dos Santos é tão brilhante que o Sumo
sacerdote não consegue comparecer na Sua presença. Então, à medida que ele
entra na sala, ele coloca incenso sobre as brasas no incensário de ouro.
Quando o incenso toca as brasas, a sala fica completamente tomada por uma
nuvem de fumaça branca perfumada. Isso permite ao sumo sacerdote entrar
na presença de Deus.
A fragrância do incenso é um aroma suave a Deus. De pé no meio dela, o
sumo sacerdote esparge o sangue da sua oferta pelo pecado sobre o
Propiciatório. Esse é o lugar da expiação para os pecados da nação. Mas,
antes de poder representar a nação, ele deve fazer expiação pelos seus
próprios pecados. Ele esparge o sangue sobre o Propiciatório por sete vezes.
O número sete prefigura o sacrifício perfeito que virá e não apenas para
cobrir pecados, mas para retirá-los.
Mas até chegar esse tempo, o sumo sacerdote deve entrar no Santo dos
Santos no Dia da Expiação. E ele deve ficar de pé durante toda a cerimônia.
Não há lugar para sentar-se, pois seu trabalho nunca termina. Estou certo de
que quando entrava no Santo dos Santos, ele olhava para o Propiciatório e
tinha vontade de sentar-se e colocar um ponto final de uma vez por todas. Em
vez disso, ele tem que voltar de ano em ano porque seu trabalho nunca
termina.
Até esse momento, o trabalho do sumo sacerdote tem sido para si mesmo.
Mas tudo está caminhando para o principal evento do dia, o qual é a oferta
pelo pecado da nação. Agora que fez a expiação pelos seus próprios pecados,
ele sai do Tabernáculo e volta para o Altar no pátio exterior.
OFERTA PELO PECADO DA NAÇÃO
Dois bodes são fornecidos como oferta pelo pecado da nação. Um bode
será sacrificado a Deus enquanto o outro será conduzido para o deserto. À
medida que cresce a agitação, o sumo sacerdote traz os dois bodes perante o
Altar na entrada do Tabernáculo. Lá, ele lança sortes para determinar qual
bode morrerá e qual será libertado. Após a sorte ser lançada, ele coloca um
bode sobre o altar, põe as mãos fortemente sobre a cabeça dele e o mata. Os
pecados da nação estão sendo simbolicamente transmitidos para esse
animal. Ele está morrendo em seu lugar visto que simbolicamente torna-se
seu substituto.
Então, o sumo sacerdote leva o sangue do animal para o Santo dos Santos.
Esse é o momento mais crucial do maior evento do ano. Não é apenas o sumo
sacerdote que fica nervoso, mas você também. Você fica particularmente
nervoso quando o sumo sacerdote desaparece da sua vista de volta ao
Tabernáculo. Você fica preocupado; fica ansioso; fica tenso. Você quer ir lá
para dentro com ele e certificar-se de que ele fará tudo certo. Afinal, esse
pecado pelo qual ele faz a expiação é o seu. Ele podia ter um ataque do
coração na presença de Deus e ninguém saberia. Aquele véu interno separa a
sala do trono de Deus do resto do povo. Você não sabe o que ocorre, pois não
se pode ver. Ele tentou descrevê-lo para você, mas tudo é maravilhoso
demais para ser posto em palavras. É glorioso demais. Não há como
expressar como é ficar perante a glória de Deus no meio da nuvem suave de
incenso.
Se você pudesse ao menos entrar – mas não pode. Você não pode nem
mesmo entrar na sala exterior. Apenas o sacerdote pode entrar lá. Você está
restrito ao pátio. Se isso pudesse simplesmente ser consumado de uma vez
por todas, então, você não precisaria trazer sacrifícios de tempos em tempos;
não precisaria do esforço do sumo sacerdote ano após ano esperando que
Deus o aceite em seu favor. Certamente deve haver um Tabernáculo real, um
sacrifício real, um sumo sacerdote real para dar um fim a isso de uma vez
por todas.
Mas por enquanto, deve ficar do lado de fora, crendo, pela fé, que o
sangue de um bode cobrirá os seus pecados e lhe trará perdão perante Deus.
Saber que o sumo sacerdote entrou no santo dos Santos em seu favor faz seu
coração bater mais e mais forte.
De pé perante Deus na nuvem de incenso, o sumo sacerdote esparge o
sangue do bode sobre o Propiciatório. Debaixo desse Propiciatório na Arca
da Aliança estão as tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos. Esses
são os Mandamentos que você transgrediu. E todos os dias do ano, Deus olha
da sua nuvem de glória acima da Arca e vê suas leis que você transgrediu.
A lei transgredida é a prova da sua rebelião e pecado. E a punição para o
pecado é a morte. A ira da justiça violada de Deus deve ser satisfeita. O preço
deve ser pago. Mas Deus em sua grande graça deu uma provisão para que
você não tenha que pagá-lo. Ele declarou que o sangue do sacrifício inocente
tomará o seu lugar e cobrirá os seus pecados.
E agora o sumo sacerdote esparge o sangue do sacrifício substitutivo
inocente sete vezes sobre o Propiciatório. Nesse momento, à medida que
Deus olha da sua nuvem de glória, não vê a evidência dos seus pecados. Em
vez disso, vê o sangue. O sangue do sacrifício inocente diz a Deus que uma
vida foi dada para pagar a penalidade. O Propiciatório coberto de sangue
transforma o trono de julgamento de Deus em um trono de misericórdia. A
justiça foi feita. A natureza santa de Deus foi satisfeita, pois a pena pelo
pecado foi paga.
O sumo sacerdote então retorna de dentro do Tabernáculo para o pátio.
Ele vai direto para o Altar e besunta o sangue do touro e do bode nos chifres
do Altar. Em seguida, esparge o sangue sobre o Altar sete vezes. Essa é uma
cerimônia de purificação do Altar da pecaminosidade da nação.
O BODE EXPIATÓRIO
Agora, o sumo sacerdote precisa de alguma forma mostrar visivelmente
que seus pecados já foram solucionados e afastados de você. Esse é o
propósito do segundo bode. O sumo sacerdote põe sua mão sobre o animal
simbolicamente transmitindo para ele os seus pecados e os pecados da nação.
Em seguida, envia o bode para o deserto e seus pecados, de modo figurado,
vão com ele. O bode expiatório provê a imagem de seus pecados sendo
levados embora. Porém, o primeiro bode tinha de ser sacrificado e seu sangue
espargido no Santo dos Santos. O sangue do primeiro animal era a prova para
Deus de que o castigo pelo seu pecado havia sido pago. O segundo bode
levaria embora os seus pecados apenas após o sangue do primeiro bode ter
sido aplicado.
Agora o sangue do primeiro bode representava você. De modo simbólico,
o seu sangue era aplicado por meio daquele primeiro bode. Mas você estava
de pé do lado de fora e não viu isso acontecer. Porém agora, à medida que vê
o segundo bode sendo levado para o deserto, sabe que está perdoado e os seus
pecados foram afastados. Essa é a melhor notícia que você ouviu desde o ano
passado.
AS VESTES SUMO SACERDOTAIS
Mas assim que você começa a se regozijar com essa notícia gloriosa, o
sumo sacerdote desaparece novamente. Ele volta para o Tabernáculo para
remover seu casaco branco simples e para lavar-se. Outra vez,, você começa
a se preocupar. Deus aceitaria o que o sumo sacerdote fez em seu favor?
Você estava de fato perdoado por outro ano? Deus está satisfeito? Como você
saberá? Há apenas um jeito. Ouvindo o tinir das campainhas enquanto o
sumo sacerdote veste novamente seus trajes de glória e beleza. Lá no Santo
Lugar, longe de seus olhos, ele coloca sua linda estola azul com as
campainhas e romãs de ouro. Ele coloca a éfode e o peitoral com as pedras
contendo o nome de sua tribo. De maneira figurada, ele está carregando você
sobre seus ombros e sobre seu coração. À medida que ele caminha dentro do
Tabernáculo, você ouve o soar das campainhas. Uma paz vem sobre você
visto ser essa a sua evidência de que seu sumo sacerdote ainda está vivo e em
breve vindo encontrá-lo.
OFERTA QUEIMADA
Finalmente, quando o sumo sacerdote aparece em seus trajes de glória e
beleza, grandes gritos de glória saem do povo. Você foi perdoado por outro
ano. Para concluir a cerimônia, o sumo sacerdote faz uma oferta queimada ao
Senhor. É um sacrifício de louvor que Deus recebe como aroma suave. Tudo
está bem. Isso até o ano seguinte, quando tudo tem que ser feito novamente.
A SOMBRA DE COISAS MELHORES POR VIR
Uma vez mais vemos a inadequação do sistema da Antiga Aliança. É
verdade que os Dez Mandamentos eram perfeitos. Mas foram escritos em
tábuas de pedras em vez de nas tábuas carnais do coração do povo. O
Tabernáculo era apenas um edifício temporário. Embora Deus tenha dado os
detalhes de sua construção, ainda assim foi feito por mãos de homem. Deus
estabeleceu o sistema de sacrifício, contudo o sangue de touros e bodes nunca
poderia remover pecados.
Por essa razão, o trabalho do sumo sacerdote nunca estava terminado. Ele
tinha que voltar ano após ano oferecendo os sacrifícios por seus próprios
pecados e os pecados do povo. Arão e seus filhos eram imperfeitos. Mas
Deus, em sua graça, aceitava o povo em seu sumo sacerdote como seu
representante santo e justo.
A NOVA ALIANÇA
VESTES SUMO SACERDOTAIS
Mas agora, um sumo sacerdote perfeito veio para cumprir o que o sumo
sacerdote da Antiga Aliança não podia fazer. Filipenses 2:5-11 conta-nos
sobre isso. Diz que Jesus subsistia em forma de Deus. Isso significa que Ele
tinha a mesma natureza e os mesmos atributos de Deus. Em outras palavras,
Ele era Deus. Outras passagens descrevem Sua glória preexistente. O profeta
Isaías o viu alto e sublime em seu trono e sua glória enchia o Templo
celestial. Isaías bradou: “Ai de mim! Os meus olhos viram o Rei, o Senhor
dos Exércitos! (veja Isaías 6:1-5, ARA).
Pedro, Tiago e João o viram sobre uma montanha alta. Sua aparência
mudou perante seus olhos. Seu rosto resplandecia como o sol. Suas vestes
eram brancas como a luz (veja Mateus 17:2).
João o viu novamente no livro do Apocalipse. Sua cabeça e cabelos eram
brancos como a lã, tão brancos como a neve. Seus olhos eram como chama
de fogo. Seus pés eram como bronze reluzente. Sua voz era como a voz de
muitas águas. Sua glória era uma luz inacessível. Olhar para Ele era como
olhar para diamantes reluzentes e rubis brilhantes (veja Apocalipse 1:14; 4:3,
1 Timóteo 6:16.).
Contudo, nosso Senhor não se apegou à sua glória preexistente. Em vez
disso, Ele deixou seus trajes de glória e beleza. Agora sabemos que na aliança
do sangue o traje representa a pessoa. Deus não possuía um traje. Ele deixou
sua própria glória para ser um sumo sacerdote para nós o qual sentiu nossas
fraquezas e foi tentado como nós somos (veja Hb. 4:15). Ele era um Deus
com o qual podíamos nos identificar e que podia identificar-se conosco. Ele é
Aquele sobre o qual as vestes sumo sacerdotais referiam-se.
TRAJES PARA O SERVIÇO
Ao mesmo tempo em que Deus deixou Sua glória, Ele vestiu-se para o
serviço de expiação perfeito. Ele vestiu-se para o serviço ao preparar para si
mesmo um corpo e tornando-se um de nós. O Criador tornou-se a criação. O
Mestre tornou-se o servo. O Filho de Deus tornou-se o Filho do Homem. O
Senhor da glória tornou-se um bebê em uma manjedoura. E chamaram-lhe
Jesus (Yeshua).
E Ele era como qualquer outra pessoa. Era impossível distingui-lo de
outro homem. Ele não tinha um halo ao redor da Sua cabeça. Ele não era
glorioso e belo em sua aparência. Ele vestia simplesmente uma túnica branca
de linho. Mas nenhum homem falava como esse homem, o qual estava
cumprindo com perfeição a Antiga Aliança quando começou Seu ministério
com a idade de 30 anos (veja Lucas 3:23).
LIMPEZA SIMBÓLICA
Sua primeira ação foi permitir que João Batista O batizasse no Rio Jordão.
Dessa maneira, Jesus identificava-se com o sumo sacerdote da Antiga
Aliança o qual lavava-se com água no dia em que estava separado para seu
ministério sacerdotal. Mas para que entendêssemos que ele realmente não
precisava de purificação, Jesus disse: “Eu me santifico (purifico) a mim
mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” (João 17:19,
ARA). Antes Ele havia declarado ser Ele mesmo a verdade (veja João 14:6).
A OFERTA PELO PECADO DO MUNDO
Ele era perfeitamente justo em sua essência e não conhecia pecado. Por
essa razão, não era necessário que Ele sacrificasse por si. Em vez disso, Ele
sacrificou a si mesmo por nós. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós (veja 2 Coríntios 5:21). Ele tornou-se de uma vez por todas o
sacrifício perfeito. Ele foi para o altar por sua própria vontade. O altar foi a
cruz. Lá ele tornou-se a oferta pelo pecado do mundo. Ele humilhou-se a si
mesmo e tornou-se obediente até a morte e morte de cruz.
Na manhã de sua ressurreição, apareceu a Maria e disse: “Não me
detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus
irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso
Deus” (João 20:17, ARA). Como o sumo sacerdote da Antiga Aliança
ninguém podia tocar em Jesus até que Sua obra estivesse completa.
Porém, mais tarde naquela mesma noite, Jesus apareceu a seus discípulos
e disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me
e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu
tenho” (Lucas 24:39, ARA).
Jesus disse carne e ossos e não carne e sangue. Isso porque todo o seu
sangue foi derramado aos pés da cruz. Mas agora que sua obra estava
consumada, eles podiam tocá-lo. Aconteceu assim como na Antiga Aliança
exceto pelo fato de esse não ser o sangue de um bode. Na manhã da
ressurreição, Ele entrou naquele Tabernáculo mais que perfeito no céu. Ele
foi direto para o Santo dos Santos celestial. Era o sumo sacerdote real,
entrando na real sala do trono de Deus, com o sacrifício real. O sacrifício
real era Seu próprio sangue que ele espargiu sobre o Propiciatório. Com seu
sangue, ele comprou a salvação eterna. Isso é parte do testamento que ele nos
deixou na Nova Aliança em seu sangue.
ESCRITO DE DÍVIDA
Mas quando alguém morre e deixa um testamento, deve haver uma prova
da morte antes de o testamento ser executado. A prova de que esse
testamento e a Nova Aliança podem ser executados é o sangue de Jesus
espargido sobre o Propiciatório. Todos os que afirmam ter sua morte como
substituto de seu pecado pessoal recebem a dádiva do testamento, o qual é a
vida eterna em união e comunhão com Deus.
Quando os criminosos eram postos na prisão em Roma, seus crimes e o
número de anos de sua pena eram listados e pregados na porta da sua cela.
Todos os dias o carcereiro passava pela porta da cela e marcava o tempo
cumprido até que o débito tivesse sido pago. Esse papel era chamado de
Escrito de Dívida. Ficava pregado na porta da cela até que o débito tivesse
sido pago completamente. Em seguida, o carcereiro levava o Escrito de
Dívida para o juiz que carimbaria “pago na íntegra.” Então o prisioneiro era
libertado.
Isso é o que Deus fez por todos nós que recebermos a Cristo. Ele tomou
nosso Escrito de Dívida que lista todos os nossos pecados e Ele os pregou na
cruz de Jesus. E quando estava consumado, o Juiz pendurado na cruz bradou:
“Está consumado” (João 19:30). Esse era o brado da Sua vitória. Ele queria
dizer que a nossa dívida do pecado agora tinha sido paga na íntegra. Quando
nos apropriamos desse pagamento em nossa própria vida, podemos ser
libertos do castigo e da escravidão do pecado.
A EXPIAÇÃO PERFEITA
Fomos perdoados e purificados de uma vez por todas pelo sangue de
Jesus. Ele é a perfeita oferta pelo pecado. Por meio de Seu sangue, Ele nos
fez santos e justos aos olhos de Deus para sempre. O sangue de Jesus fez o
que o sangue de touros e bodes nunca poderia fazer. Ele não só cobriu
pecados; ele os removeu para que não fossem mais lembrados. Então, Ele não
se oferece repetidas vezes como o sumo sacerdote da Antiga Aliança tinha de
trazer a oferta ano após ano.
Se isso fosse necessário, Ele teria de morrer mais de uma vez. Mas Ele
veio de uma vez por todas para destruir o poder do pecado para sempre.
Assim como está destinado ao homem morrer uma só vez e, depois disso,
vem o juízo, assim Jesus morreu uma vez como oferta pelos pecados do
mundo.
Então, quando os pecados são perdoados e esquecidos, então não há
nenhuma necessidade de oferecer mais sacrifícios para livrar-se deles. Nós
somos como o bode expiatório. Estamos libertos. Quanto dista o Oriente do
Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões (veja Sl. 103:12).
Agora a distância entre o oriente e o ocidente não pode ser medida. É infinita.
Assim é a distância que o sangue de Jesus nos separou dos nossos pecados
(veja Hebreus 9-10).
Os anjos devem ter gritado de alegria naquele dia quando Jesus entrou no
Santo dos Santos celestial com seu próprio sangue. Seu corpo ferido,
perfurado e machucado era a oferta queimada final. Deus o Pai recebeu o
sacrifício de Seu Filho unigênito como aroma suave (veja Efésios 5:2).
AS VESTES SUMO SACERDOTAIS
O véu da glória de Deus agora foi tirado de Jesus. Como nosso sumo
sacerdote, ele agora pôs novamente Suas vestes de glória e beleza. Hebreus
2:9 diz: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor
que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte...” (ARA)
Deus, o Pai, o exaltou deu-Lhe o nome que é sobre todo o nome. Ao
nome de Jesus todo joelho se dobrará e toda língua confessará que o Messias
Jesus é o Senhor (veja Fp. 2:10-11).
O SACERDOTE PERFEITO
Pois diferentemente do sumo sacerdote da Antiga Aliança, Jesus vive para
sempre. Visto que Ele vive para sempre, Ele está sempre lá para lembrar a
Deus o Pai de que Ele pagou pelos nossos pecados com Seu próprio sangue.
Por essa razão, Ele é o tipo de sumo sacerdote que precisamos. Ele não vai ter
um ataque do coração. Ele não vai morrer e precisar ser substituído. Pois
Deus, o Pai, deu-lhe o lugar de glória e honra no céu.
Jesus agora ministra perante Deus o pai como o representante santo e
justo de todos os Seus filhos da Aliança. Ele constantemente traz o nosso
nome em Seus ombros e sobre o Seu coração na sala do trono de Deus. Ele
ministra lá em nosso favor como o mediador perfeito do qual precisamos. Por
essa razão, nós podemos fazer todas as coisas por meio dele que nos fortalece
(veja Fp. 4:13). Confessamos nossos pecados em seu nome e sabemos que ele
nos perdoou (veja 1 João 1:9). Pelo fato de nossos nomes estarem selados em
seus ombros e sobre seu coração, Ele pode nos guardar de tropeços e nos
apresentar imaculados diante da presença de Sua glória com exultação (veja
Judas 24). Deus nos aceita em nosso sumo sacerdote.
Assim, quando Jesus morreu, o véu no Templo que escondia a glória de
Deus da face do povo foi rasgado de alto a baixo. Afinal, não era mais
necessário porque a Nova Aliança tinha sido cortada na cruz. Jesus, por meio
de Seu sangue, trouxe-nos à casa do Pai. Agora todos nós podemos entrar no
Santo dos Santos pelo sangue de Jesus. Podemos orar diretamente a Deus o
Pai, no nome de Deus o Filho, por meio de Deus Espírito Santo.
Todos os crentes no Senhor Jesus são agora sacerdotes ministradores do
Deus Altíssimo. Por falar nesse sacerdócio do crente, Pedro escreve: “Vós,
porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9, ARA).
O SUMO SACERDOTE NO TRONO
Quando Jesus espargiu Seu sangue sobre o Propiciatório, Ele fez algo que
o sumo sacerdote da Antiga Aliança não podia fazer. Ele sentou-se sobre o
trono (veja Efésios 1:20; Apocalipse 3:21; 21:5; Atos 2:30.) O sumo
sacerdote está no trono porque Sua obra está consumada. Olhando à frente
dessa época, o profeta Zacarias escreveu: “Ele mesmo edificará o templo do
Senhor e será revestido de glória; assentar-se-á no seu trono, e dominará, e
será sacerdote no seu trono; e reinará perfeita união entre ambos os ofícios”
(Zc. 6:13, ARA). Tão certo como o Propiciatório estava sobre a Arca da
Aliança, Jesus está sobre o trono de Deus. Lá Ele nos representa perante
Deus o Pai. Ele é o sumo sacerdote de todos os que pessoalmente o aceitaram
como oferta pelos seus pecados.
Toda a humanidade deve comparecer perante Deus na corte celestial da
eternidade e a única prova apresentada para o testamento ser executado é o
sangue de Jesus. Se você apropriou-se de Seu sangue, Ele será seu advogado
perante Deus o Pai. O sangue de Jesus clamará em seu favor: “Santidade ao
Senhor.” Você será aceito em seu sumo sacerdote justo.
Então o Rei deverá dizer a você: “...Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na
posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt.
25:34, ARA).
No entanto, se você não estiver coberto por Seu sangue do sacrifício,
Jesus não pode representá-lo como seu sumo sacerdote. O testamento não
pode ser executado. O veredito será culpado. Você comparecerá perante Deus
no Julgamento do Grande Trono Branco.
João teve uma visão desse julgamento. Ele disse:
Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do
trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi
aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o
que se achava escrito nos livros.
Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os
mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas
obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago
de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi
achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago
de fogo (Apocalipse 20:12-15, ARA).
Essas são as pessoas que sempre disseram que eram suficientemente boas
para aproximarem-se de Deus por suas próprias obras. Eles afirmaram que
não precisavam de todo aquele “assunto de sangue”. Deus os julga por suas
próprias boas obras assim como desejavam.
Mas eles são lançados no lago de fogo, pois suas obras de autojustiça não
podem clamar em seu favor: “Santidade ao Senhor.”
O SUMO SACERDOTE ESTÁ VINDO
No momento em que virmos os corações dos homens enfraquecer de
medo, virmos apostasia na Igreja, virmos violência em alta escala, virmos um
aumento no número de terremotos, virmos um aumento na busca pelo
ocultismo, virmos um ditador mundial, uma economia mundial, uma religião
mundial, quando virmos uma Jerusalém restaurada, então veremos em breve
nosso grande sumo sacerdote vir do Santo dos Santos celestial como Rei dos
Reis e Senhor dos Senhores.
Como o tinir das campainhas do sacerdote da Antiga Aliança, se
escutarmos cuidadosamente, poderemos quase ouvir os passos de Jesus em
Jerusalém. Ainda assim, Senhor Jesus, venha.
E você, querido leitor?Está tentando aproximar-se de Deus por meio de
suas boas obras? Você nunca conseguirá, sabe disso. Mas perdão e
reconciliação estão disponíveis por meio do sangue de Jesus. Ele já tomou o
seu Escrito de Dívida. E agora Ele deseja representá-lo perante Deus o Pai.
Aceite-o como Senhor da sua vida.
CAPÍTULO 7

A Páscoa Judaica

HISTÓRICO
Chegamos agora ao capítulo final da história da aliança de sangue. O local é
a terra de Goshen ao norte do Egito. Os descendentes de Abraão moraram lá
por 400 anos (veja Gênesis 15:13). Quando eles foram ao Egito inicialmente,
eram uma família de 70 (veja Êx. 1:5). Porém agora, cresceram como uma
nação de alguns milhões. Seu número se compara as estrelas do céu e a areia
do mar, assim como Deus havia prometido a Abraão (veja Gn. 22:17).
Na verdade, há tantos hebreus que Faraó, o rei do Egito, se sentiu
ameaçado. Então, ele os fez escravos e os forçou a serviços desumanos,
tratando-os mais como animais do que seres humanos.
Conforme o tempo passa, a carga de tarefas brutais de Faraó se tornou
maior do que eles podiam suportar. Finalmente em sua tristeza e desespero,
eles clamaram a Deus que os libertou. Deus ouve seus lamentos e se lembra
da aliança com Abraão (veja Êxodo 2:23-24). Deus deve liberá-los da
escravidão e levá-los para a Terra que Ele prometeu a Abraão (veja Gn.
13:15).
Deus escolheu Moisés como Seu instrumento para conduzir os hebreus na
saída do cativeiro. Trabalhando através de Moisés, Deus mandou dez pragas
terríveis contra os deuses do Egito. Esta foi a forma de Deus de fazer Faraó
liberar os hebreus. Mas toda a vez que Deus mandava uma nova praga, o
coração de Faraó endurecia (veja Êxodo 3-10).
Deus deu a Faraó todas as chances de deixar o povo ir, mas Faraó não
cedia. Então deus declarou uma décima praga final, que mataria o
primogênito de cada família (veja Êxodo 11). Porém, juntamente com o
decreto de morte, Deus dá específicas instruções sobre como ser salvo da
morte. O que Ele disse está registrado em Êxodo 12:1-14. Vamos ler juntos.
A VELHA ALIANÇA
O Senhor disse a Moisés e Arão na terra do Egito, “Este mês será para
vós o começo dos meses; deve ser o primeiro mês do ano para
você. Diga a toda a congregação de Israel que no décimo dia deste mês
tomará cada homem um cordeiro, segundo as casas de seus pais, um
cordeiro para cada família; e se a família for pequena demais para um
cordeiro, então um homem e seu vizinho perto de sua casa devem tomar
de acordo com o número de pessoas; de acordo com o que cada um
pode comer o que você deve fazer a sua conta para o cordeiro. O
cordeiro será sem defeito, macho de um ano, você tomará das ovelhas
ou das cabras, e você deve mantê-lo até o dia catorze deste mês, quando
toda a assembléia da congregação de Israel matará seus cordeiros, à
noite. Então, tomarão um pouco do sangue, e colocarão nos umbrais e
nas vigas das casas em que comê-los. Eles comerão a carne naquela
noite, assada; com pães asmos e ervas amargas comerão. Não a comam
crua ou cozida com água, mas assada, a sua cabeça com suas pernas e
partes internas. E você não deve deixar nada sobrar para o outro dia,
qualquer coisa que sobrar você queimará.”
“Desta maneira o comereis: vossos lombos cingidos, os vossos sapatos
nos pés, e o vosso cajado na sua mão, e você deve comê-lo com pressa.
É a páscoa do Senhor. E eu passarei pela terra do Egito, naquela noite,
e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto homens como
animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos: Eu sou o
Senhor. O sangue deve ser um sinal para você, nas casas onde vocês
estarão, e quando eu vir o sangue, passarei por vocês, e nenhuma praga
cairá sobre vós para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. Este
dia será para vós um dia memorial, e você deve mantê-lo como uma
festa ao Senhor; pelas vossas gerações que você deve observá-lo como
uma ordenança para sempre” (Êxodo 12:1-14).
AS INSTRUÇÕES DA LIBERTAÇÃO
Vemos que Deus instrui cada homem a selecionar para sua família um
cordeiro sem mácula ou defeitos. Ele deve separar um carneiro no décimo
mês de vida. E então, observar este cordeiro por cinco dias até ter certeza de
que não há nada errado com ele. Não pode haver nenhuma falha (mancha ou
defeito) neste cordeiro.
No 14º dia do mês, ele deve trazer o cordeiro até a entrada de sua porta.
Então ele matará o animal, e reservará o sangue numa pia aos pés da porta.
Depois ele usará um galho de hissopo para mergulhar no sangue e passar nos
umbrais. Haverá sangue aos pés da porta, em ambos os lados e na parte de
cima da porta. Assim, toda a entrada estará coberta com sangue. Isto deve ser
feito na noite do dia 14. O dia dos hebreus começa às 6 horas da noite. Então
eles tinham que matar os cordeiros por volta das 15h00 do dia 14 para poder
comer a ceia às 6. Então, quando as 15h00 se aproximam, as facas dos
hebreus brilham ao sol egípcio, quando os cordeiros são mortos e o sangue
aplicado aos portais. A família então entra na casa através da porta manchada
de sangue. Seguros lá dentro, eles assam o cordeiro e comem enquanto
esperam a praga final da morte passar pela terra.
UM BANQUETE NACIONAL
Isto não representa um pequeno evento na cidade. Há literalmente dez mil
pessoas matando cordeiros, borrifando o sangue nos umbrais das portas e
entrando para assar seus cordeiros ao mesmo tempo.
Você pode imaginar que a terra de Goshen cheirava como um grande
banquete ao ar livre. Pense como seria hoje, se todos os cidadãos de uma
cidade de dois milhões de habitantes, fossem ao seu quintal ao mesmo tempo
e assassem bifes. Você poderia sentir o cheiro e ver a fumaça por quilômetros
a fio.
Isto era o que estava acontecendo com os hebreus. Uma pessoa podia
sentir o cheiro daqueles cordeiros sendo assados por todo o Egito. Conforme
o cheiro da fumaça subia aos céus chegava às narinas de Deus. Era uma
evidência para Deus de que o sangue, que representava a relação de aliança
com os descendentes de Abraão, tinha sido aplicado. Agora, a ceia da aliança
estava sendo consumida para celebrar a comunhão naquela aliança.
SEM RESTOS
Enquanto preparavam a comida, nenhum osso do animal deveria ser
quebrado (Êxodo 12:46). E o cordeiro inteiro deveria ser consumido. Nada
deveria ser deixado para o dia seguinte. Qualquer coisa que a família não
pudesse comer deveria ser queimada imediatamente.
Juntamente com o cordeiro, a família também comia ervas amargas e pães
asmos. As ervas amargas eram para lembrá-los de seus tempos amargos na
escravidão sob o domínio de Faraó. O pão sem fermento iria lembrá-los de
quando eles comiam no caminho e não tinham tempo de preparar
apropriamente o pão. Ele comiam completamente vestidos e com o cajado à
mão, preparados para a partida.
A COBERTURA DO SANGUE
Embora a família estivesse dentro da casa e não pudesse ver a cobertura
do sangue, eles tinham fé que Deus iria salvá-los por causa disto. Conforme
comiam a ceia, Deus permitiu que o anjo da morte varresse a terra. Quando
passava de porta em porta ele procurava entrar em cada casa. Se a entrada
estivesse coberta pelo sangue, o anjo da morte não podia entrar, mas tinha
que passar sobre aquela casa. O sangue era um selo protegendo as pessoas lá
dentro. No entanto, se a entrada não estivesse coberta pelo sangue, o
julgamento viria sobre aquela família, pois o primogênito morreria.
Nos tempos antigos, as pessoas sacrificavam a seus deuses na porta de
suas casas. Na verdade, a entrada da casa de uma pessoa era um dos
primeiros altares dos povos antigos. Quando eles pisavam na soleira da porta,
eles ficavam sobre a proteção dos deuses de sua família. Pelo fato dos
hebreus terem aplicado sangue na entrada de suas casas, esta aliança de
sangue ficou conhecida como a “aliança da soleira”. Quando as pessoas
pisavam na soleira, eles ficavam sobre a proteção do seu Deus da aliança.
UM CORDEIRO DERROTA UMA SERPENTE
Esta era a Páscoa do Senhor. E vemos que Ele usou o sangue do Cordeiro
como forma de libertar seu povo da escravidão do Egito.
O símbolo do Egito era uma serpente. Na Bíblia, a serpente representa
Satanás (Ap. 12:9). O que Deus está dizendo com este êxodo é que no seu
próprio tempo, ele usará o sangue do cordeiro para destruir o poder de
Satanás e libertar o povo para ele.
Nós aprendemos no capítulo 5 que este sempre foi o plano de Deus, desde
o início. Quando Satanás estava no jardim do Éden, ele introduziu o pecado
nas vidas das criaturas de Deus. Naquele tempo Deus colocou uma maldição
em Satanás. Gênesis 3:15 é a passagem-chave. Deus diz a Satanás que se
apresenta na forma de uma serpente: “e colocarei inimizade entre ti [Satanás]
e a mulher, e entre a sua semente e a semente dela; ela [a semente da mulher]
ferirá sua cabeça e você a ferirá o calcanhar.
Nesta declaração, Deus está dizendo que não haverá duas sementes
espirituais ou famílias no mundo. Uma família será a semente espiritual de
Satanás. Satanás é o pai espiritual de todos aqueles que seguirem seus
caminhos do mal para satisfazer seus desejos e prazeres egoístas. Eles amam
as coisas deste mundo e louvam aos homens mais do que a Deus. Eles
adoram no templo da inteligência, do materialismo, do orgulho, da cobiça, e
autogratificação. Sua rejeição é manifesta por ignorarem a verdade de Deus
ou na intenção de destruí-la (veja Efésios 2:3; João 8:44). Estes são os filhos
de Satanás. A família de Satanás começou com Caim e continuou através de
seus descendentes a quem Satanás usou para estabelecer o sistema mundano
no qual vivemos. Este é o sistema do anticristo.
Porém Deus diz que só haverá uma semente de mulher. Ele também diz
que esta semente de mulher será um “menino”. Bem, esta é uma frase curiosa
de Deus, porque no processo natural de reprodução, nós somos produzidos de
uma semente de homem, e não de uma mulher. Certamente desde que Deus
nos criou Ele sabe como nos reproduzimos. Então, ele deve ter algo especial
em mente. Veremos isto mais tarde.
Assim, Deus diz que haverá uma constante guerra entre a semente da
serpente, que é Satanás e a semente da mulher. Esta guerra contínua, por fim,
tornou-se uma confrontação pessoal entre os dois.
Satanás ferirá o calcanhar da semente da mulher. Isto significa que ele vai
abatê-lo, machucá-lo e afligi-lo. Ele será levado como um cordeiro ao
matadouro. Ele será escarnecido e desdenhado. Sua força se esvairá como
água. Seus ossos sairão das juntas. Seu coração se derreterá como cera. Sua
força secará como barro ao sol. Sua língua grudará na sua boca. Seus ossos
irão se projetar para fora de seu corpo. Suas mãos serão pregadas. Ele será
tosquiado como uma ovelha no matadouro. Seu calcanhar será machucado.
Ainda assim, a semente da mulher prevalecerá. Ele ferirá a cabeça da
serpente. Enquanto um ferimento no calcanhar possa doer, um na cabeça é
fatal. Este ferimento na cabeça irá destruir a serpente. Então a guerra
terminará e a vitória será ganha. O Cordeiro terá derrotado a serpente.
UMA NAÇÃO CHEIA DE CORDEIROS.
Quando as famílias dos hebreus sairam do Egito, cada família tinha um
cordeiro inteiro. Cada membro individual daquela família comeu do mesmo
cordeiro e ele estava dentro deles. Neste momento aprendemos que quando
os hebreus ofereceram o sangue do cordeiro a Deus, eles acreditavam que
estavam simbolicamente oferecendo sua própria vida a Deus. Eles sabiam
que a vida da carne estava no sangue.
No entanto, os hebreus precisavam ter um altar onde pudessem oferecer
seu sacrifício. Neste tempo de libertação do Egito, a soleira da porta borrifada
com sangue servia como o altar deles.
Quando Deus os mandou oferecer o cordeiro, este fato se constituiu em
um substituto aceitável para toda a nação.
A oferta de sangue traria a união deles com Deus. E quando comeram a
carne do sacrifício, eles simbolicamente se tornaram um com Deus. Esta é a
essência da aliança de sangue como aprendemos no capítulo 2. Então, os
hebreus acreditavam que como comeram o sacrifício do qual o sangue foi
oferecido, ele estava simbolicamente se alimentando e recebendo dentro de si
a própria vida de Deus. Esta era a comunhão entre o homem e Deus. Houve
muitos sacrifícios de cordeiros e na mente das pessoas, quando comiam os
cordeiros, era como se a vida de Deus entrasse neles e eles em Deus. Embora
fossem de 12 tribos diferentes, eles eram parte do mesmo cordeiro. Então, a
nação inteira tinha o “Cordeiro de Deus” dentro deles quando foram libertos
da escravidão da serpente.
A CEIA DA ALIANÇA
Deus estabeleceu a Ceia da Páscoa judaica como uma ordenança a ser
mantida ano a ano, de geração a geração. Este seria um memorial eterno da
libertação deles do Egito. Deveria ser a ceia da comunhão para lembrá-los
que eles tinham uma aliança eterna e união com Deus e uns com os outros
que não podia ser quebrada.
A LIMPEZA DA CASA
Antes que a celebração da Páscoa judaica pudesse começar, todo o
fermento foi removido da casa dos judeus. O fermento representava a velha
vida de escravidão no Egito. Então eles deviam expurgar ou retirar o
fermento da casa antes que pudesse ter a ceia da aliança. Em outras palavras,
eles não podiam ter o fermento em casa enquanto tinham ao mesmo tempo
comunhão com Deus. Logo, antes de compartilhar a ceia, o chefe da casa
pegava uma vela acesa e diligentemente olhava em cada brecha e canto da
casa procurando por algum fermento que pudesse estar escondido. Se achasse
algum, imediatamente retirava da casa. Então aquela família estaria pronta
para a comunhão com Deus.
A família hebreia moderna participa da mesma cerimônia de purificação
de Páscoa. Pouco antes da Páscoa, pedaços de pães asmos são colocados em
cada cômodo da casa por um membro da família. Então, o chefe da casa anda
cômodo por cômodo a procura do fermento escondido. Um membro da
família segue-o carregando uma vela acesa para iluminar o ambiente e revelar
o esconderijo de cada porção. Quando o chefe da casa encontra o fermento,
ele tem o cuidado de não tocá-los. Ele leva consigo uma pena, e com ela
empurra delicadamente o fermento para uma colher de pau. Após achar todas
as porções de fermento, ele põe a colher de pau, a pena e a vela em um
pedaço de pano, amarra-os com uma corda e lança-os no fogo. Com o
fermento eliminado completamente de suas casas, eles estão prontos para a
comunhão com Deus através da ceia pactual.
PARTICIPANDO DA CEIA
A família se assenta à mesa, em ordem, ao redor do chefe da casa. O
cabeça da casa é responsável por explicar o significado da Páscoa para as
crianças. Quando eles perguntam o significado, ele responde: ”Este é o
sacrifício da páscoa do Senhor, que passou pelas casas dos filhos de Israel no
Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas” (leia Êxodo 12:27).
A família hebreia ainda segue essa mesma cerimônia, com algumas
variações.
O CÁLICE
Após renovar o pacto com Abraão, Deus faz a ele três promessas. Uma
promessa era que a descendência de Abraão seria tão numerosa quanto as
estrelas do céu e os grãos de areia. A outra era que os descendentes de
Abraão iriam possuir a terra que Deus prometera a Abraão. A terceira
promessa dizia que surgiria um da linhagem de Abraão que seria bênção para
todo o mundo. Essa é a semente (singular) de Abraão estudada nos capítulos
anteriores deste livro. Aquele que “havia de vir” não seria apenas o seu rei,
mais de um modo que eles não entenderiam plenamente, ele seria “Deus
habitando com eles.” Ele seria o seu Deus, e eles seriam o seu povo (leia
Gênesis 12:1-3; 13:15-16; 15:18; 17:1-8).
Após possuírem a terra prometida e se tornarem uma grande nação, eles
começaram a buscar o cumprimento da terceira promessa. Eles começaram a
procurar pelo que “havia de vir”. Que melhor maneira encontrariam eles de
aguardar pela sua vinda senão determinando um lugar para ele na ceia
Pascoal que simbolizasse a comunhão deles com Deus. E assim fizeram. Eles
colocaram um cálice na extremidade da mesa. E foi chamado de “o cálice”,
ou “o cálice de bênção” (1 Co. 10:16). Ninguém poderia beber do cálice por
que ele estava reservado para aquele que “havia de vir”. De acordo com a
tradição, quando ele viesse, ele beberia do “cálice” e faria uma nova aliança
com o seu povo. E assim eles deixaram aquele lugar, aguardando por aquele
momento.
Eles também abandonaram o cálice de Elias. Eles criam que Elias teria
vindo para anunciar a vinda do rei (veja Ml. 3:1; 4:5-6). Ele prepararia as
pessoas para receber o que “haveria de vir”. Então no início da ceia pactual, o
mais jovem da família abriria a porta e convidaria Elias para entrar e juntar-se
a eles à mesa. Toda a família se levantaria e diria: “Bendito é aquele que
vem”. Mas ele não vem. Então o mais jovem volta para o seu assento à mesa.
E então eles citam a seguinte oração: “Quanto tempo, Ó Senhor, quanto
tempo até que sua ira se afaste dos filhos de Israel e terás misericórdia e nos
restaurarás? Levou os nossos pecados: estamos dispersos entre os pagãos e
eles zombam de nós dizendo: Onde está o seu Deus, onde está a promessa da
Sua vinda? Nós nos sentimos enfraquecidos, mas temos esperança.”
O PÃO
Ao invés de colocarem o pão asmo no prato, eles o colocavam em uma
pequena sacola bordada com fio de ouro. A sacola tinha três compartimentos.
Três pedaços de pão asmo, chamado matzah, eram colocados na sacola, cada
pedaço em um compartimento. Durante a ceia, o anfitrião pegava o pedaço
de pão asmo do meio, e após dividi-lo, passava o pão para os demais à mesa.
Cada membro da família retirava um pedaço e comia. Os hebreus
acreditavam que os três pedaços de pão representavam os patriarcas; Abraão,
Isaque, e Jacó. Eles tomaram o pedaço do meio, simbolizando Isaque sendo
oferecido como sacrifício. Mas eles não entendiam bem essa interpretação
porque Isaque na verdade não foi sacrificado. Até hoje eles não conseguem
dar uma explicação satisfatória para esse fato.
O pedaço do meio de matzah que era partido, distribuído e comido, era
chamado afikomen. A palavra afikomen deriva da palavra grega
aperchomenos, que significa “aquele que vem”.
TEMPLO DA PÁSCOA
Mais tarde, quando o templo foi construído, ao invés de matarem o
cordeiro na entrada de suas portas, as pessoas levavam o cordeiro para
Jerusalém e o matavam no templo.
A celebração da Páscoa era um momento de grande alegria, louvor e
adoração a Deus. Enquanto sacrificavam no templo, os levitas levavam o
povo a cantar o primeiro verso de cada Salmo. Então os Levitas cantariam o
segundo verso de cada Salmo e o povo diria “Aleluia” ou “Louvado seja o
Senhor.”
Os cânticos seriam acompanhados por instrumentos musicais como
trompetes, harpas, flautas, tambores e címbalos, e outros instrumentos. O
auge da celebração acontecia quando toda a nação elevava a voz a Deus e
cantava: “Esse é o dia que o Senhor fez, alegremo-nos e regozijemo-nos
nele” (Sl. 118:24).
Uma vez a Páscoa, no reinado do rei Ezequias, foi um festival de
adoração tão maravilhoso, que eles continuaram a festejá-la por mais sete
dias (leia 1 Cr. 30:23-24). Era como um bisar a Deus da última canção. Mais
tarde, o rei Josias, para não ser sobrepujado, contribuiu pessoalmente com
30.000 animais para o sacrifício (2 Cr. 35:7). Sendo assim, a Pácoa era um
momento de grande alegria e celebração.
OS CORDEIROS DO TEMPLO
À medida que o tempo passava, ficava mais difícil para as pessoas das
áreas mais distantes conseguirem trazer seus sacrifícios para Jerusalém. Então
os Levitas começaram a criar cordeiros em Jerusalém para o sacrifício da
Páscoa e a vendê-los no templo.
Assim, quando os judeus vinham para Jerusalém para celebrar a Páscoa,
eles podiam comprar um cordeiro já separado para o sacrifício. O cordeiro
passava por inspeção cuidadosa, e não poderia ter defeito ou mancha. Seria
um cordeiro onde não se achasse defeito algum, nascido para morrer como
um cordeiro da Páscoa.
CHEGANDO PARA A PÁSCOA
Entre em cena, e acompanhe-me até Jerusalém para a celebração da
Páscoa. Ir a Jerusalém é sempre um exercício. Eu já estive em Jerusalém
aproximadamente trinta vezes. Esta é a cidade do seu Deus. Quando você
chega aos arredores da cidade, a majestade do templo domina aquela região.
Todos os olhos voltam-se para ela, enquanto numerosa multidão adentra o
templo.
No meio dos esbarrões, empurrões e de toda a multidão, você consegue
comprar um cordeiro. Você ouviu alguém falar que existem 250.000
cordeiros para o sacrifício este ano. (Josefo, um historiador do século I
relatou que havia cerca de 256.500) Seu corpo treme e sua alma se alegra
com o som dos milhares de cordeiros que aguardam o momento do sacrifício.
Existe um entusiasmo no ar enquanto as pessoas esperam pelo festival de
adoração.
Falta pouco para as 15h00, quando os cordeiros serão imolados. Então,
você rapidamente atravessa a multidão e compra o seu cordeiro. E com o
povo, você se dirige ao Altar do Templo onde os sacrifícios estão sendo
realizados.
O LOCAL DE SACRIFÍCIO DE JERUSALÉM
Os Levitas estão posicionados em duas longas fileiras que vão do Altar
até o povo. Cada Levita traz uma bacia em suas mãos para colher o sangue,
como o limiar que recolheu o sangue no Egito. A bacia tem o fundo
pontiagudo para que o Levita não a coloque sobre nenhuma superfície, e para
que o sangue não coagule.
Finalmente o momento tão aguardado chega. São 15h00. Tudo o que se
pode ver são as facas afiadas num sangrento sacrifício de animais. Quando
você corta a garganta do seu próprio cordeiro, o sangue quente escorre pelos
seus dedos. Embora aquele não seja um cordeiro doméstico e você não tenha
vínculos com aquele animal, você se identifica com ele.
O levita que está de pé diante de você recolhe o sangue numa bacia que é
rapidamente passada pela fileira até o levita que está próximo do Altar.
Seguindo o ritual, ele recebe a bacia e derrama o sangue no Altar. Então, ele
passa a bacia vazia de volta pela fileira de Levitas para recolher o sangue do
próximo cordeiro. Logo, você se regozija e canta salmos de louvor a Deus
enquanto prepara a ceia Pascoal.
A NOVA ALIANÇA
Por mil e quinhentos anos essa cena da Páscoa apontava para uma pessoa.
E quando o tempo de sua vinda chegou, Deus enviou Seu único filho, nascido
da semente da mulher (veja Gálatas 4:4). Ele nasceu da semente da mulher
porque veio ao mundo do ventre de uma mulher que não havia conhecido
homem algum. Ele nasceu de uma virgem. Deus ignorou o processo natural
de reprodução e preparou para ele mesmo um corpo. Ele é chamado de
Emanuel, que significa “Deus conosco”. Eles o chamavam de Jesus (Yeshua)
(leia Lucas 1:27-31; Mateus 1:23).
Um profeta no espírito de Elias o precedeu para preparar o povo para
receber Jesus como “aquele que viria”. Foi profetizado que esse precursor de
Jesus converteria muitos descendentes de Abraão para o Senhor seu Deus
(leia Lucas 1:16). João Batista era a voz que clamava no deserto: “Preparai o
caminho do Senhor; endireitai as suas veredas” (veja Lucas 3:4). Ele explicou
o significado dessas palavras quando pregou: “Arrependei-vos, porque é
chegado o reino dos céus” (Mateus 3:2). João quis dizer: “O Rei está
voltando. Apronte-se para recebê-lo.”
Jesus disse que João Batista foi aquele que anunciaria a vinda do rei (veja
Isaias 40:3; Malaquias 3:1, 4:5-6; Mateus 3:2; 17:10-12; 21:12; Marcos 1:2;
Lucas 1: 16-17; 7:27). Mas o rei é anunciado por João Batista como o
“Cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo (leia João 1:29).
Imediatamente após essa proclamação, Jesus é levado ao deserto para
batalhar contra a serpente. E ele vem no poder do Espírito e sua fama se
espalhou por toda a região (leia Lucas 4:1-15).
Três anos mais tarde, no décimo dia do mês da Páscoa, exatamente no
mesmo dia em que os cordeiros foram separados no Egito, o verdadeiro
“Cordeiro de Deus” entra em Jerusalém. As pessoas pegam galhos de
palmeiras e vão ao seu encontro. A medida que ele se aproxima as pessoas
gritam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Rei de
Israel” (João 12:13).
Jesus, entrando em Jerusalém montado num jumento, faz cumprir a
profecia feita há 400 anos pelo profeta Zacarias. Zacarias falava nessa
ocasião quando afirmou: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de
Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é
humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de
jumenta” (Zacarias 9:9) (João 12:1-5).
Mas a semente da serpente, certos religiosos e líderes políticos, procuram
matá-lo. Por cinco dias, eles o observam e testam. Porém, não encontram
nada de que pudessem acusá-lo. Ele é o cordeiro sem mancha e sem defeito.
Eles não podem encontrar nenhuma falha nele porque ele nasceu para
morrer como cordeiro Pascal.
No início da Páscoa, na noite do décimo quarto dia, Jesus procura não
aparecer nos arredores do Templo. Ele envia dois dos seus discípulos, Pedro
e João, à cidade. Eles vão ao encontro de um homem que os vendeu um
cordeiro e preparou uma sala para que comessem a ceia da Páscoa juntos em
segurança (Lucas 22:1-13).
Jesus, o cabeça do grupo, explica o significado da Páscoa, e os incita a
cantar: “Este é o dia que o Senhor nos fez, alegremo-nos e regozijemo-nos
nele.”
A NOVA CEIA DA ALIANÇA
Como um judeu cumpridor das leis, Jesus fez um tradicional
agradecimento Judaico abençoando o pão: “Bendito seja o Senhor nosso
Deus, Rei do universo, que traz o pão à terra.” Em hebraico é “Barukh atah
Adonai Elohenu melekh ha-olam, há-motzee lekhem meen há-aretz.”
No final da ceia Jesus faz algo incomum. Ele pega o cesto de pães e retira
o pedaço de pão que está no meio. Então Jesus o parte, dá-o aos discípulos e
diz: “...Esse é o meu corpo que é dado por vós, fazei isso em memória de
mim” (Lucas 22:19).
Afinal, não é Abraão, nem Isaque, e nem Jacó. É o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Como podemos ver, o pedaço do meio não se refere a Isaque
que precisava de um substituto. Ele aponta para Jesus, o verdadeiro “Cordeiro
de Deus” que se entregou. Jesus é a verdade daquele pedaço de matzah.
Então, Jesus abençoou o vinho: “Bendito seja, Senhor nosso Deus, Rei do
Universo, que criou o fruto da videira.” Em hebraico temos “Barukh atah
Adonai Elohenu melekh ha-olam, boray p’ree ha-gahfen.”
Então, Jesus tomou o cálice deu-o aos discípulos e disse: “Bebei dele
todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por
muitos para remissão dos pecados” (veja Mateus 26:27-28). E então Jesus
disse: “Mas digo-vos que não mais beberei deste fruto da videira até aquele
dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai” (Veja Mateus
26:29).
Com essas palavras Jesus estava dizendo: “Homens de todos os lugares
que procuram a vida. Vocês que buscam união com Deus. Vocês que dão o
seu próprio sangue ou o sangue de seu substituto. Vocês que bebem do
sangue ou o sangue das uvas como substituto para expressar esse desejo.
Todos vocês que comem da carne do sacrifício para indicar o desejo de se
comunicar com Deus. Tudo o que o homem alcançar, é fornecido por mim. A
vida está em mim. Eu sou o que “há de vir” que vocês estão esperando e
aguardando ansiosamente. Se vocês tiverem parte comigo, vocês também
terão parte com Deus. Essa é a nova aliança em meu sangue.”
O CORDEIRO NA CRUZ
Então Jesus se retirou e teve um novo confronto pessoal com Satanás. Às
9h00, naquela manhã de Páscoa enquanto os cordeiros estavam sendo
preparados para o sacrifício, Jesus foi pregado na cruz (veja Marcos 15:25).
(A terceira hora era 9 horas da manhã, hora judaica.)
Na cruz, Jesus levou nossos pecados e carregou as nossas dores. Ele foi
ferido pelas nossas transgressões. Ele foi machucado pelas nossas
iniquidades. Deus colocou sobre Ele a iniquidade de todos nós. Ele estava
oprimido e aflito. Mas não abriu a sua boca, como ovelha levada ao
matadouro.
Sua força foi tirada como água. Seus ossos estavam deslocados. Sua
cabeça derretia como cera. Sua força secava como o barro exposto ao sol. Sua
língua cerrou-se em sua boca e seus ossos projetavam-se para fora do seu
corpo. Ele foi tosado como um cordeiro no matadouro. Seu calcanhar estava
ferido (leia Isaías 53; Salmos 22:14-27).
Essas são as profecias que descrevem a crucificação de Jesus. Você vê
que, quando alguém é crucificado, seu corpo enverga; então ele empurra seu
corpo para cima forçando o calcanhar, tentando levar mais ar para os
pulmões. Esse ato de forçar para cima machuca o calcanhar.
Às 15h00, quando as pessoas estão cantando louvores a Deus o eco se
espalha pelas montanhas de Jerusalém, e os cordeiros estão sendo imolados.
Nesse mesmo momento, brados de “Aleluia” e “Louvado seja o Senhor”
cercam o monte conhecido hoje como o Monte do Templo –Jesus morreu.
Como nas figuras dos batentes das portas no Egito antigo, o sangue de Jesus,
o cordeiro de Deus, foi vertido na cruz.
Para completar a figura perfeitamente, nenhum osso do Cordeiro de Deus
foi quebrado (veja Êxodo 12:46; Salmos 34:20; João 19:36) E todo o
cordeiro foi consumido, sendo queimado pelo fogo do julgamento de Deus
pois tornou-se substituto dos nossos pecados.
Jeremias escreveu sobre isso e disse que Deus enviaria fogo aos seus
ossos e consumiria todo o sacrifício (veja Lm. 1:13). E os judeus, sem saber
que estavam fazendo cumprir a profecia, desceram rapidamente o seu corpo
da cruz antes das seis horas, e nada dele foi deixado para trás (nada foi
deixado na cruz para ser retirado no dia seguinte) (veja Êxodo 12:10; João
19:31).
SANGUE E ÁGUA
Mencionei anteriormente que os hebreus no Egito usavam um galho de
hissopo para aspergir o sangue do cordeiro nos umbrais das portas. O galho
de hissopo contém água no seu caule. Quando em contato com o sangue, a
água escorre do caule e cobre o sangue. Toda entrada da casa era coberta de
sangue e água.
Aprendemos no capítulo 4 que quando Moisés recebeu os dez
mandamentos, ele levou um galho de hissopo, mergulhou-o em sangue, e
aspergiu sobre as mesas de pedra e na direção de todas as pessoas. Mais
tarde, ele aspergiu sangue sobre o tabernáculo e todos os móveis usados na
adoração e também na pregação. Eles eram selados com sangue e água.
Então para entrar no tabernáculo e se aproximar de Deus, o sumo
sacerdote deve, pelo sangue, aproximar-se do Altar; e, pela água, aproximar-
se da pia. De lá ele retirou o nome de cada uma das doze tribos gravadas em
pedra e presas ao peito e aos ombros.
Mais tarde, quando o Templo foi construído, sangue escorria pelas bacias
posicionadas debaixo do Altar. Água fluía das bacias e carregavam o sangue
para fora do Templo para que o povo pudesse ver que seu sacrifício foi
aceito. Eles viam o sangue e a água. Quando Jesus foi crucificado, eles o
feriram no lado e dali jorrou sangue e água (leia João 19:34). Todos esses
sacrifícios foram retratados apontando para ele como nosso cordeiro Pascal
(veja 1 Co. 5:7).
O sangue representa a vida que foi dada, e a água representa a vida que
foi recebida. Jesus deu a sua vida por nós na cruz. Lá seu sangue foi vertido
em nosso favor. Mas não teremos nenhum benefício desse sacrifício se
pessoalmente não o aceitarmos. Entenda que, o sangue de Jesus não salvará
você a menos que você receba e se aproprie do seu sacrifício.
E você se apropria disso ao convidar que ele entre em sua vida e seja seu
Salvador. Você o aceita em seu coração como o “Cordeiro de Deus” que
morreu pelos seus pecados. Jesus então entra em sua vida pela pessoa do
Espírito Santo. Esse é o significado da água que selou todos os lugares onde o
sangue foi passado. Ele se refere ao fato de recebermos o Espírito Santo.
Quem quer que aceite o sangue de Jesus em suas vidas é selado com o
Espírito Santo (leia Efésios 1:13; 4:30; 2 Co. 1:22; 1 Pe. 1:5).
Na Festa dos Tabernáculos, quando água estava sendo derramada na bacia
aos pés do Altar, Jesus se colocou de pé e disse:
“...Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz
a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a
respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o
Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”
(Jo. 7:37-39).
Mas agora Jesus está glorificado. E todo aquele que beber da água do
Espírito Santo nunca mais terá sede. O Espírito Santo será para ele como um
poço de águas a jorrar vida eterna (leia João 4:13-14).
A CELEBRAÇÃO
A ceia da Nova Aliança é sobre isso. Quando participamos dela, não
estamos apenas lembrando a vida que nos foi concedida; estamos celebrando
a vida recebida. É a vida de Deus, e nós a recebemos. Por isso a comunhão é
um momento de grande alegria, louvor e adoração.
A maioria dos cultos de comunhão que participei me lembra um funeral
em uma casa. Todos de rostos cumpridos respirando silenciosamente para
que o barulho de suas respirações não quebre o silêncio solene e não ofenda a
Deus. Inconscientemente nós acreditamos que esse “silêncio santo” agrade a
Deus. Talvez sim, se nosso Deus fosse um deus morto.
Mas o meu não é! A cruz está vazia! O túmulo está vazio! Jesus está vivo!
Ele destruiu Satanás publicamente na cruz, e ali comprou a nossa salvação
(leia Colossenses 2:15). O sangue do cordeiro destruiu a serpente e nos
libertou da escravidão para a vida nele. A morte não pode entrar no coração
daquele que está coberto com o sangue de Jesus e selado com o Espírito
Santo. A morte foi tragada pela vitória. Deus nos deu a vitória por intermédio
de Jesus Cristo nosso Senhor (veja 1 Coríntios 15:54-58). A guerra acabou.
Nós vencemos!
Deus o Pai “...operou em Cristo [Messias], ressuscitando-o dentre os
mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo
principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia,
não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas
debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja,
que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as
coisas” (Efésios 1:20-23).
A semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente através da sua
ressureição.
E agora recebemos esta mesma vida em nós. Nós também temos vitória
sobre Satanás porque maior é aquele que está em nós do que aquele que está
no mundo (leia 1 Jo. 4:4).
O CORDEIRO NO TRONO
No livro de Apocalipse, João se pôs de pé diante de um dos tronos que
tinha um livro escrito do lado de dentro e atrás. Esse livro estava lacrado com
sete selos. João ouviu um anjo poderoso com uma forte voz dizer: “Quem é
digno de abrir o livro e desatar os selos?” Ninguém no Céu, ou na terra, ou
debaixo da terra era capaz de abrir o livro. Ninguém podia nem ao menos
olhar para ele. Então João chorou porque ninguém foi achado que pudesse
abrir e ler o livro, e nem mesmo olhar para ele.
Um dos anciãos diante do trono disse a João: “Não chore. Olhe, o Leão da
tribo de Judá, a Raiz de Davi, prevaleceu e é digno de abrir o livro.” Quando
João virou-se para ver o Leão, ele viu de pé no centro do Trono, um cordeiro
como se tivesse sido imolado. A palavra grega que João usa para se referir a
esse cordeiro é arnios. Que significa um pequeno, “cordeiro de criação”.
Como no passado, no Egito.
E quando o cordeiro pegou o livro, os que estavam ao redor do trono
caíram aos seus pés e cantaram um novo cântico dizendo: “Digno és de tomar
o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o
nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”
Então João viu e ouviu as vozes de muitos anjos ao redor do trono e o
número deles era miríades de miríades e milhares de milhares, que com
grande voz diziam: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e
riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” E João ouviu toda
criatura que está no céu, e na terra, e no mar dizerem: “Ao que está assentado
sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio
pelos séculos dos séculos” (veja Apocalipse 5).
O REI ESTÁ VOLTANDO
Todo aquele que conhece Jesus como seu Messias e Senhor bebe do fruto
da vinha em memória de sua vida dada por nós e para nós. Quando
compartilhamos da ceia da aliança, nós anunciamos o tempo em que iremos
compartilhá-lo com o nosso Pai celeste nas “Bodas do Cordeiro” (veja
Apocalipse 19:1-9). E será um tempo de grande regozijo, louvor e adoração a
Deus ecoando pelas montanhas da Nova Jerusalém. E ao invés do Monte
Senhor dos Senhores (Salmos 2:6-8; 48:1-2). E reinaremos com ele como reis
e sacerdotes do Deus Altíssimo.
Os judeus terminam o culto da páscoa dizendo, L’Shanah Haba-ah, Bi-
yerushala-yim, que significa “ano que vem em Jerusalém.” Então nós
compartilhamos a ceia da aliança dizendo: “ano que vem nas bodas do
Cordeiro.” Aleluia! O rei está voltando.
OS TERMOS DA ALIANÇA
Antes de compartilharmos a ceia, é bom lembrarmos dos termos da
aliança. Quando os ouvimos, nossos corações se enchem de cânticos de
alegria e gratidão a tal ponto que a tristeza e o luto vão embora (veja Isaías
35:10; 51:11).
Aqui estão os termos. Deus diz para o seu povo,
Pois vos tirarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países,
e vos trarei para a vossa terra. Então aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos
ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei
dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de
pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o
meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as
minhas ordenanças, e as observeis. E habitareis na terra que eu dei a
vossos pais, e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus (Ezequiel
36:24-28).
E em Hebreus 8:10-12 Deus diz:
Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias,
diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu
coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo; e
não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o
menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas
iniquidades, e de seus pecados não me lembrarei mais (Hebreus 8:10-
12).
HÁ SOMENTE UM CORDEIRO
Os cristãos conhecem a Deus porque o Espírito Santo que habita em nós
dá testemunho para nosso espírito humano de que somos filhos de Deus pela
fé em Jesus (leia Rm. 8:15-16; Gl. 3:26). O “Cordeiro de Deus” veio habitar
em nós na pessoa do Espírito Santo.
Embora, assim como os judeus, possamos vir de diferentes tribos
denominacionais, somos todos partes do mesmo “Cordeiro de Deus.” Não
existe “Cordeiro de Deus” Católico e Protestante. Nem existe “Cordeiro de
Deus” Batista, Metodista, Luterano, Pentecostal, Presbiteriano. Só existe um
“Cordeiro de Deus.” E ele está em cada um de nós que recebeu Jesus no
coração.
Nossa aliança não é com uma organização; nossa aliança é com uma
pessoa. Nossa fé não é numa religião, mas num relacionamento com o Todo-
Poderoso através de Jesus. Ele é a base do nosso relacionamento com Deus.
Paulo nos diz: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a
comunhão do sangue de Cristo [Messias]? O pão que partimos, não é
porventura a comunhão do corpo de Cristo [Messias]? Pois nós, embora
muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um
mesmo pão. Portanto, todos os que conhecem Jesus são bem vindos para
compartilhar a ceia da aliança. Todos devem se alimentar à mesa da
comunhão.
LIMPEZA DA CASA ESPIRITUAL
Lembre-se que os hebreus tiveram que eliminar o fermento de suas casas
antes de comer a ceia da comunhão. Bem, na Bíblia o fermento representa o
pecado. E os cristãos são agora a casa espiritual de Deus. Nosso corpo é o
templo do Espírito Santo (veja 1 Co. 3:16; 6:19-20).
Então, nós também devemos pegar uma vela acesa, que é o Espírito
Santo, e deixar que Ele vasculhe cada canto e brecha da nossa casa espiritual
a procura de fermento escondido (pecado) que possa nos afastar do gozo da
comunhão com o nosso Pai celeste.
Paulo diz o seguinte: “Expurgai o fermento velho, para que sejais massa
nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi
sacrificado. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com
o fermento da malícia e da corrupção, mas com os asmos da sinceridade e da
verdade” (1 Coríntios 5:7-8).
Mais adiante ele diz:
De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor
indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-
se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.
Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação,
se não discernir o corpo de Cristo [Messias]. Por causa disto há entre
vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem (1 Co. 11:27-30).
Assim como o chefe da casa dos hebreus não tocavam no fermento
exposto, Deus nos ensina: “...não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei” (2
Co. 6:17). Mas ao invés de queimarmos o fermento em um pano, deixemos
que o fogo do Espírito Santo nos purifique.
A oração que fazemos pela limpeza espiritual é, “Sonda-me, ó Deus, e
conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há
em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno”
(Sl.139:23-24).
Quando o Espírito Santo nos purifica, Ele nos garante que “Se
confessarmos os nossos pecados, ele [Deus] é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo. 1:9). “Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo [Messias] Jesus” (Rm.
8:1).
Sim, ele o ama e quer abençoá-lo. Ele quer que você faça essa gloriosa
aliança com Ele. Se você ainda não o fez, esse é o momento da sua salvação.
Peça a ele que entre em sua vida. E a graça de Jesus nosso Senhor, o amor
de Deus o Pai e a comunhão do Espírito Santo sejam com você.
“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-
vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador,
por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de
todos os séculos, e agora, e para todo o sempre.” Amém (Judas 24-25).
Exercícios de Revisão

CAPÍTULO 2 – O PACTO DE SANGUE


EXERCÍCIO DE REVISÃO 1
1. Explique o significado da palavra “pacto”.

2. Descreva resumidamente a troca do pacto ocorrida na cruz.

3. Estabeleça os benefícios dos termos da nova aliança.

CAPÍTULO 3 – EM QUE ABRAÃO ACREDITAVA?


EXERCÍCIO DE REVISÃO 2
1. Explique por que Abraão tinha fé em Deus.

2. Em poucas palavras, descreva como Deus pregou o evangelho a


Abraão.

CAPÍTULO 4 – O TABERNÁCULO
EXERCÍCIO DE REVISÃO 3
1. Explique por que Deus entregou os dez mandamentos.

2. Explique o propósito do Tabernáculo e como ele direcionou os hebreus


até Jesus.
CAPÍTULO 5 – O SACRIFÍCIO
EXERCÍCIO DE REVISÃO 4
1. Liste os cinco tipos de ofertas e o propósito de cada uma.

2. Explique por que Deus estabeleceu o sistema do sacrifício e como isso


guiava os hebreus até Jesus.

CAPÍTULO 6 – O SUMO SACERDOTE


EXERCÍCIO DE REVISÃO 5
1. Explique por que Deus estabeleceu o sacerdócio e com isso levava os
hebreus até Jesus.
2. Descreva o trabalho do sumo sacerdote no Dia da Expiação.

CAPÍTULO 7 – A PÁSCOA JUDAICA


EXERCÍCIO DE REVISÃO 6
1. Explique como Deus usou a libertação do Egito para levar os hebreus
até Jesus.

2. Explique o significado da ceia da aliança e o que ela significa para você


pessoalmente.
Sobre o Autor

Richard Booker, MBA[mestre], PhD.[doutor], é um ministro cristão


ordenado, presidente do Sounds of the Trumpet [Sons da trombeta],Inc. e o
fundador/diretor do Institute of Hebraic-Cristian Studies. Antes de entrar para
o ministério, Dr. Booker tinha uma carreira empresarial bem-sucedida. Ele é
autor de mais de 30 livros, que são usados em igrejas e escolas Bíblicas em
todo o mundo. Eles foram traduzidos em diversas línguas, totalizando
aproximadamente 400.000 cópias impressas. Ele também desenvolveu
diversos seminários sobre Cristianismo prático.
Dr. Booker tem viajado extensivamente durante os últimos 30 anos,
ensinando em igrejas e em conferências sobre os vários aspectos da vida
cristã, Israel e as raízes hebraicas do cristianismo. Ele e sua esposa, Peggy,
conduziram anualmente grupos de turistas a Israel onde, há 20 anos, ele tem
sido um preletor na International Christian Celebration da Festa dos
Tabernáculos em Jerusalém. Esse ajuntamento reúne cerca de 5.000 de
cristãos de 100 diferentes nações.
Os ensinos do Dr. Booker são requisitados para ajudar os cristãos a
entender melhor a Bíblia e o Deus da aliança, compartilhando verdades
bíblicas de como viver uma vida cristã abundante. Seus seminários e livros
são incomparáveis; neles temos explicações bíblicas claras e linguagem fácil
de entender; com aplicações práticas para a vida diária do cristão. Ele tem o
dom de Deus para ensinar as escrituras com exatidão e clareza, trazendo a
vida para fora da Bíblia e para dentro dos corações das pessoas. Eles
iluminam, inspiram e desafiam o cristão de um modo positivo para que vivam
como sal e luz.
Dr. Booker e sua esposa foram cofundadores do Institute for Hebraic-
christian Studies (IHCS) em 1997, um ministério que objetiva ensinar os
cristãos sobre a cultura hebraica e acontecimentos bíblicos, promover contato
entre os cristãos e os judeus, e dar conforto e ajuda ao povo de Israel. Através
deste ministério, eles realizam mensalmente um evento de celebração em
Huston, uma escola formal sobre as raízes hebraicas bíblicas do cristianismo,
e um trabalho em conjunto com a comunidade judaica e o governo de Israel
contra o antissemitismo, dando conforto e apoio às pessoas de Israel. O
trabalho incansável destes em prol dos cristãos e dos judeus tem sido
reconhecido por todo mundo e sido também representado na Knesset
Christian Allies Caucus.
Dr. Booker tem um programa de televisão diário que pode ser visto na
Internet, no site www.godslearningchannel.com ou via satélite. Ele também
tem produzido material de estudo sobre as raízes hebraicas bíblicas do
cristianismo para pequenos grupos de estudo, famílias e cultos domésticos.
Ele é um pai espiritual para muitos cristãos ao redor do mundo.
Se você quiser saber mais sobre o autor, solicitar material de estudo, ou
convidá-lo para pregar em sua igreja ou ser preletor de conferências, entre em
contato pelo número 936-441-2171 ou consulte o Website e a loja virtual no
endereço www.soundofthetrumpet.com ou www.rbooker.com.
Este livro traz à tona verdades da Bíblia numa clara reflexão tanto para os
novos cristãos quanto para os amadurecidos na fé.
O pacto de sangue é o “fio escarlate” que amarra toda a Bíblia.
Esta é a história do sangue de Jesus evidenciada por toda a Bíblia. Você
entenderá por que Jesus teve que ser crucificado, teve que derramar Seu
sangue, por que ele ressurgiu dos mortos – e o que tudo isso significa para
você.
O Milagre do Fio Escarlate explica, numa linguagem clara, a história
central da Bíblia. Ele explica de forma simples as complexidades da Bíblia.
Ele relaciona as histórias da Bíblia e mostra como o Antigo Testamento e o
Novo Testamento estão interligados, relatando a história completa da
maravilhosa promessa que Deus à humanidade.
Dr. Richard Booker dedicou anos de estudo e experiência na escritura
deste livro. Milhares de pessoas já tiveram um maior esclarecimento de Deus
e da Bíblia ao ler O Milagre do Fio Escarlate.
Se você deseja entender a Bíblia, você deve ler este livro primeiro.
Dr. Richard Booker já escreveu 30 livros e é considerado um pioneiro e
pai espiritual no ensino sobre Israel, sobre as relações judaico-cristãs, e as
raízes hebraicas bíblicas do cristianismo. Há 20 anos, ele e a esposa, Peggy,
têm guiado grupos turísticos até Israel onde ele tem sido orador de destaque
na celebração da Festa dos Tabernáculos em Jerusalém.

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