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PATRÍSTICA: AURÉLIO AGOSTINHO.

Filosofia- 2º Esquadrão
Professor: Sousa
Roteiro da aula
 Provocações filosóficas.
 Patrística.
 Principais filósofos da Idade Média.
 Vida de Santo Agostinho.
 Maniqueísmo.
 Exercício de Revisão da Aula.
Provocações Filosóficas
 O que é o tempo?
 Pode se medir o tempo?
Patrística
 Séc. IV a VIII d.C

 Busca da reconciliação entre FÉ e RAZÃO.

 A partir da interpretação da Filosofia de Platão.

PATRÍSTICA (in. Patristic, fr. Patristique-, ai. Patristik, it. Patristica). Indica-se
com este nome a filosofia cristã dos primeiros séculos. Consiste na elaboração
doutrina das crenças religiosas do cristianismo e na sua defesa contra os ataques
dos pagãos e contra as heresias.

A P. caracteriza-se pela indistinção entre religião e filosofia. Para os padres da


Igreja, a religião cristã é a expressão íntegra e definitiva da verdade que a filosofia
grega atingira imperfeita e parcialmente. Com efeito, a Razão (logos) que se
fez carne em Cristo e se revelou plenamente aos homens na sua palavra é a mesma
que inspirara os filósofos pagãos, que procuraram traduzi-la em suas
especulações. (ABBAGNANO, p. 746,2007)
Quadro com os Principais Filósofos da Idade Média

Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-medieval-1-quadro-com-os-principais-filosofos-da-idade-
media.htm
Vida de Santo Agostinho ( *354 +430)
 nasceu em Tagaste, província romana no norte da
África onde hoje é a Argélia.
 Chegou a adotar o maniqueísmo( BEM X MAL) e se
converteu pela influência da mãe Mônica.
 Cristianiza Platão: chegaram até as portas do céu,
mas não adentraram, atolaram-se no seu próprio
orgulho racional”.
 Tornar-se sacerdote aos 37 anos.
 Escreveu 93 obras, divididas em 232 livros.
Maniqueísmo
 Doutrina do sacerdote persa Mani (lat. Manichaeus), que viveu no séc. III e proclamou-
se o Paracleto, aquele que devia conduzir a doutrina cristã a perfeição. O M. é uma
mistura imaginosa de elementos gnósticos, cristãos e orientais, sobre as bases do
dualismo da religião de Zoroastro. Admite dois princípios: um princípio bem, ou
princípio da luz, e outro do mal, ou princípio das trevas. No homem, esses dois
princípios são representados por duas almas: a corpórea, que é a do mal, e a luminosa,
que é a do bem. Pode-se chegar ao predomínio da alma luminosa através de uma ascese
particular, que consiste em três selos: abstenção de alimentar-se de carne e de manter
conversas impuras(signaculum oris); abstenção da propriedade e do trabalho
(signaculum nianus); abster-se do casamento e do concubinato (sig)iaculum sinus).O
M. foi muito difundido no Oriente e no Ocidente; aqui durou até o séc. VII. O grande
adversário do M. foi S. Agostinho, que dedicou grande número de obras á sua
refutação. ( ABBAGNANO, p 641, 207)

 acredita que tudo no mundo é dividido entre o bem e o mal e que aquilo que é do corpo
é mal e a sua alma é boa.

 Para o cristianismo não é que o corpo é mal e a alma é boa tanto o bem e o mal estão na
alma.
Deus é inefável
O que és, portanto, meu Deus? O que és, pergunto eu, senão o Senhor meu
Deus?“ Quem é, pois, senhor, senão o Senhor? ou quem é deus, senão o nosso
Deus”?19Óaltíssimo, infinitamente bom, poderosíssimo, antes todo-poderoso,
misericordiosíssimo, justíssimo, ocultíssimo, presentíssimo, belíssimo e
fortíssimo, estável e incompreensível, imutável que tudo muda, nunca novo 20 e
nunca antigo, tudo inovando, 21 conduzindo à decrepitude os soberbos, sem que
disto se apercebam,22 sempre em ação e sempre em repouso, recolhendo e de
nada necessitando; carregando, preenchendo e protegendo; criando, nutrindo e
concluindo; buscando, ainda que nada te falte. Amas, e não te apaixonas; tu és
cioso, 23porém tranqüilo; tu te arrependes 24 sem sofrer; entras em ira,25 mas és
calmo; mudas as coisas sem mudar o teu plano; recuperas o que encontras sem
nunca teres perdido; nunca estás pobre, mas te alegras com os lucros; não és avaro
e exiges os juros; 26 nós te damos em excesso, 27 para que sejas nosso devedor.
Mas, quem possui alguma coisa que não seja tua? 28Pagas as dívidas, sempre sem
que devas a ninguém, e perdoas o que te é devido, sem nada perderes. Mas, que
estamos dizendo, meu Deus, vida da minha vida, minha divina delícia? Que
consegue dizer alguém quando fala de ti? Mas ai dos que não querem falar de ti,
pois são mudos que falam. ( AGOSTINHO. P 18, 2015)
Conversão
“não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em
desonestidades e dissoluções, nem em contendas e
rixas; mas revesti-vos do senhor Jesus Cristo e não
procureis a satisfação da carne com seus
apetites”.(ROM 13, 13).
“O próprio Agostinho, nas Retractationes II, 6, referindo-
se a esta obra revela: “Os treze livros das minhas
Confissões louvam o Deus justo e bom por meus males e
bens, e elevam até ele a mente e o coração dos homens;
senti esse efeito enquanto as escrevia, e torno a senti-lo
cada vez que as leio”. (AGOSTINHO, p. 10 2016)

Afinal de contas, o que são as Retractationes? Pode-se dizer, em linhas gerais, que são os livros que
Agostinho escreveu após examinar rigorosamente as obras que havia escrito até o ano de 426 (BROWN,
2006), quando do início da redação da obra, terminada em 428 (MADRID, 1995). O filósofo já estava
próximo ao fim da vida (morreria dali a dois anos, em 430). Mas essa não é uma obra qualquer. Percebe-se
nela certo paralelismo com as Confissões, na medida em que, como comenta Teodoro C. Madrid (1995a,
p. 927) na edição espanhola da BAC.
O Tempo?
 XI LIVRO - MEDITAÇÃO SOBRE O PRIMEIRO
VERSÍCULO DO GÊNESIS: “NO PRINCÍPIO DEUS
CRIOU...”
 Reflexões sobre o tempo. Livro Confissões de Santo
Agostinho.
Exercícios de revisão da aula
1) Leia o poema abaixo:
Soubesse que era assim
Não tinha nascido
E nunca teria sabido
Ninguém nasce sabendo
Até que sou meio esquecido
Mas disso eu sempre me lembro
(PAULO LEMINSKI, 80 Poemas, 1980)
O poeta sugere no texto a existência de uma capacidade humana de escolher, de
tomar decisões, sobretudo em face do bem e do mal. Desde a patrística (Santo
Agostinho), essa capacidade recebe em filosofia e teologia o nome técnico de:

A) Moralidade.

B) Livre-arbítrio.

C) Juízo de valor.

D) Autonomia.
2) Dois grandes expoentes da filosofia medieval foram Santo
Agostinho (Patrística) e São Tomás de Aquino (Escolástica).
Ambos, que tentaram resolver o intricado problema da
conciliação entre fé e razão, fizeram isso tomando por base
dois grandes filósofos gregos, que divergiam em alguns
aspectos: um defendia o inatismo, o mundo das ideias e o
dualismo da natureza humana; e o outro advogava o
empirismo, o mundo material e o unitarismo do ser humano.
Esses dois filósofos gregos são, respectivamente:

A) Tales de Mileto e Protágoras.

B) Sócrates e Epicuro.

C) Platão e Aristóteles.

D) Heráclito e Parmênides.
3. Defensor do cristianismo e a favor da superioridade da alma
humana teve destaque na filosofia medieval no momento da
Patrística (de meados do século IV ao século VIII), no qual se
busca uma conciliação entre a razão e a fé. Este filósofo
denominado santo pela igreja católica teve sua vida voltada aos
prazeres do mundo até seus 32 anos, convertendo-se
posteriormente ao cristianismo. "Compreender para crer, crer
para compreender" é um de seus pensamentos. Partindo das
descrições acima, informe o filósofo correspondente:

A) Padre Justino.

B) Padre Tertuliano.

C) Santo Agostinho.

D) Santo Tomás de Aquino.


Referências
 ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia.5. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2
 AGOSTINHO, Santo. Confissões. 6. ed. Petrópolis: Vozes,
2015. (Vozes de Bolso 007)
 COTRIM, G. Fundamentos de Filosofia, São Paulo:
Saraiva, 2013)
 MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia:
dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6. ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2001.
 REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia.
Volume I: Do Humanismo a Kant . São Paulo: Paulus, 1990.

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