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APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO

Curso: Contabilidade e Auditoria

Turma:1, 1º Ano Laboral

Discentes:

Angela Carlos Manhiça

Chaquira da Teresa Matsinhe

David F. Dos Santos Movene Junior

Erson Américo Cossa

Genito Abílio Daniel

Lisdália Vicente Fazenda

Docente
:

Drª. Abina Caetano

Maputo, Outubro de 2021


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

1.1. Objectivos............................................................................................................................3

1.1.1. Objetivo geral..................................................................................................................3

1.1.2. Objetivos especificos.......................................................................................................3

1.1.3. Metodologia de trabalho.................................................................................................3

2. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO.........................................................4

2.1. APLICAÇÃO DA LEI.......................................................................................................4

2.1.1. Definição..........................................................................................................................4

2.2. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO.................................................................................4

2.3. PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO................................................5

2.4. Quando a lei é aplicável..................................................................................................6

3. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO...............................................................................7

3.1. Vigência da lei no âmbito do Direito internacional privado (DIP).............................8

3.2. Cessação da vigência das leis..........................................................................................8

4. PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO..................................................8

4.1. Princípio da Territorialidade.........................................................................................8

5. CONCLUSÃO...................................................................................................................10

6. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho debruça aspectos relacionados com a aplicação da lei no tempo e no espaço.

Para que o direito seja realmente eficaz, tem de manter-se num espaço constante de
modernização, para conseguir acompanhar as mudanças dos tempos, assim, a medida que a
sociedade evolui, o direito tem de evoluir com ele, as leis transformam-se, renovam-se, adaptam-
se e evoluem ao longo do tempo; daí pode afirmar-se que as leis se sucedem no tempo e no
espaço.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objetivo geral


Trazer um estudo sintetizado em relaçao a aplicação da lei no tempo e no espaço.

1.1.2. Objetivos especificos


 Definir os conceitos da aplicação da lei no tempo e no espaço;
 Ilustrar os principios da aplicação da lei no tempo e no espaço;
 Cessação da vigência das leis e;
 Ilustrar quando é que a lei é aplicada.

1.1.3. Metodologia de trabalho


Metodologia que foi usada a elaboração do trabalho, foi consulta de legislações nacionais, e de
diversas obras de autores de direito; enriquecida com algumas fichas de apoio e a internet.

Posteriormente a recolha de informação, digitação, compilação, e revisão ortográfica do trabalho.

Para o efeito da elaboração do trabalho aptou-se pelo uso dos senguites metodos: descritivo,
explicativo, comparativo e analítico.

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2. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO

2.1. APLICAÇÃO DA LEI

2.1.1. Definição
LEI: é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que devem ser
seguidas, é um ordenamento. Do latim ‘’ lex” que significa “lei” uma obrigação imposta.

No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder
legislativo ou de autoridade legitima que constitui os direitos e deveres numa comunadade.

Aplicaçaõ da lei: é uma operação logicamente posterior a interpretação e integração, embora,


com frequência, encontre ligada, de forma intima, a uma ou a outra.

Aplicaçaõ da lei: é uma situação da facto concreta é uma matéria complexa, cujo pleno
entendimento supõe tratadas algumas questões fundamentais.

As normas de direito aplicacam-se as condutas humanas e as relações sociais que tem lugar em
determinados contextos temporais e espaciais.

2.2. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO


Um acto legislativo ou lei nasce em certo momento e, naturalmente, ambiciona reger situações
de facto que venham a ocorrer depois da sua génese. Numa primeira perspectiva, muito simplista
pode pois dizer-se que toda lei dispõe para o futuro nr.1 do artigo 12 cc (Justo, 2015:388), não
podendo nem devendo ser aplicada a realidade materiais anteriores a sua feitura, ou seja, as lei
são feitas para vigorar somente no futuro ou podem agir em relação as situações passadas, ou
seja, situações que se consumaram quando a nova lei ainda existia, no entanto, aplicação das leis
no tempo consistem em determinar qual a lei aplicável a uma determinada situação se é a lei
antiga ou a lei nova. Ainda que lhes sejam atribuídas a eficácia retroactiva, presume-se que ficam
ressalvos os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se destina a regular.

A eficácia das normas cumpre os seguintes passos:

Início da sua vigência: A lei só se torna obrigatório depois de publicada no jornal oficial.

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Significa que a lei só ganha eficácia com a sua publicação no boletim da república.

Entre a publicação e a vigencia da lei decorrerá o tempo que a propria lei fixar ou, na falta de
fixação, o que for determinado em legislação especial.

a sua Cessação: quando haja revogação (artigo 7 CC)

A sua Sucessão: a lei nova faz cessar a anterior e passa a dispor para o futuro.

2.3. PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO


Normalmente, as normas jurídicas aprovadas devem projetar os seus efeitos para o futuro e não
para o passado: é o princípio da irretroactividades leis e de mais normas jurídicas. No entanto, as
normas jurídicas têm, por vezes, eficancia para além dos limites temporais da sua existência. É
assim que, excepcionalmente, os actos legislativos e normativos podem ter caracter retroativo,
aplicando-se as situações ou factos ocorridos antes da sua aprovação e publicação. Neste caso
presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos os factos que a lei se destina a
regular. Resumindo, destinge-se em três posições acerca da possibilidade de retroação dos efeitos
das leis:

 A posição da retroactivadade absoluta, que defende que a norma jurídica nova é mais justa
e, por isso, deve reger não só para actos posteriores mas também para factos oi actos
anteriores á sua aprovação e publicação;

 A posição de irretroactivadade absoluta, que defende a lei não pode reger para actos
anteriores, visto que a carrectaria em segurança, incerteza, instabilidade e caos na vida social;

 A posição ecléctica, que considera que normalmente a lei deve aplicar-se a factos futuros
mas, em determinadas circunstâncias e sob certas condições, ou regir não só os actos
posteriores como também factos ou situações anteriores a sua aprovação o aplicação. É esta
posição que encontramos refletida no ordenamento jurídico Cabo-verdiano, maximena
constituição da replública (n°2 art. 31 °, n°6 do art. 93°) no código civil (art. 12°) as leis
penais e as leis fiscais só podem ter efeitos retroactivos se forem mais favoráveis aos
interessados; As leis, quando rectroactivas, não põem em causa os efeitos já produzidos pelos
os factos que se destinam a regular.

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Em termos doutrinais, as leis processuais seguem o princípio geral da irretroactividade,
devendo, porém, destinguir-se os casos de:

 Processos terminados- em que se aplica geralmente a lei antiga, continuando válidos


todos os actos anteriormente válidos (não há retroacção dos efeitos da lei nova);

 Processos não iniciados- em que se aplica a lei nova;

 Processos pendentes- em que se aplica a lei antiga aos actos processuais já realizados (que
continuam válidos) e a lei nova aos actos processuais já realizados (que continuam válidos)
e lei nova aos actos a serem praticados.

Como é evidente, estas regras doutrinas podem sofrer variações de acordo com as opções
consagradas no ordenamento jurídico dos países.

2.4. Quando a lei é aplicável


Para aplicação da lei é necessário:

Retroactivas

 Saber se a lei se situa num domínio no qual seja proibida a sua aplicação a factos do passado;
saber, no fundo, se se trata de um domínio em que seja interdita a sua natureza retroactiva.
 Supondo que a lei se insere em domínio em que a retroactividade é permitida, importa
interpretar a aludida lei, verificando se ela pretende aplicar-se a factos do passado. A que
atender ás chamadas “disposições transitórias” ou, na falta destas, indagar-se, com
fundamento no sentido real da lei, é possível atribuir-lhe eficancia retroactiva.
 Se a lei nada diz quanto a sua aplicação, cumpre, ainda assim, determinar se não há um
critério próprio do domínio ou ramo do Direito em que a lei se integra que aponte para a sua
retroactividade. No fundo, fenômeno oposto ao descrito no primeiro momento.
 Se a lei não visa aplicação retroactiva e nada no domínio em se integra aponta para tal
aplicação, então, ela só dispõe para o futuro. Mas, ainda aqui, cumpre investigar o que é que

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essa aplicação pode querer dizer, isto é, quais as situações de facto que são por ela reguladas
e quais as que fogem a sua previsão.

Não retroactivas

 Estados pessoais- aplica-se a lei do momento da sua constituição quanto a esta e a lei do
momento da aplicação quanto ao conteúdo dos estados.
 Nogócios jurídicos- aplica-se a lei do momento da celebração.
 Obrigações- aplica-se a lei do momento da constituição quanto a essa constituição e quanto
àquela parte do seu conteúdo que a ela esteja ligado; aplica-se a lei do momento da aplicação
quanto a parte do conteúdo que esta lei autonomize da sua gênese obrigacional.
 Direitos sobre as coisas, ou Direitos reais- aplica-se a lei do momento da constituição no
que se refere à existência, validade e objecto dos Direitos e a lei do momento da aplicação no
que se refere ao seu conteúdo.
 Estados de família- aplica-se a lei do momento da constituição quanto à sua existência,
validade, objecto e parte do conteúdo ligado a constituição e aplica-se a lei do momento da
aplicação quanto ao seu conteúdo autonomizado da existência dos estados.
 Sucessão por morte- aplica-se a lei do momento da morte, que corresponde ao da abertura
da sucessão, e quanto à forma do testamento, a investir, aplica-se a lei do momento da
respectiva elaboração.

3. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO


Depois de já termos falado da aplicação da lei no tempo, vamos agora falar da aplicação da lei no
espaço. É de salientar que da mesma forma que as leis são criadas para vigorar num determinado
tempo, elas também são criadas para vigorar num determinado espaço. A aplicação da lei no
espaço procura responder as várias questões que se podem suscitar a propósito das formas de
compatibilidade entre vários ordenamentos jurídicos.

As leis so se aplica no espaço territorial ou estado dimanam ou a certos espaços territorias nesse
estado compreendido.

3.1. Vigência da lei no âmbito do Direito internacional privado (DIP).


O DIP, por vezes, denominado “Direito de conflitos de leis” disciplina os factos susceptivis de
relevação jurídico privada que tem coneccao relevante com a nacionalidade domicilio dos

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sujeitos, localização do objetivo e lugar da pratica de acto com mais do que um ordenamento
jurídico estatal e cumpre a esta função de determinar a norma jurídica aplicável para um
determinado caso e emerge as seguintes regras:

 A lei estrangeira deve ser interpreitada dentro do sistema a que pertece e segundo as normas
interpretativas ai fixadas (nr. 1 artigo 23 cc).
 Se os actos ocorrerem abordo de navio ou aeronaves, fora dos portos e aerodromos, aplica-se
a lei do lugar da respectiva matricula (nr. 1 artigo 24 cc)

3.2. Cessação da vigência das leis


A lei deixa de vigorar por caducidade e revogação (Mendes, 1994:123).

 Caducidade:é a extinção da vigência e eficancia, dos efeitos, de um acto, envertude de


superveniência de um facto com forca bastante para tal.
 Revogação: é o afastamento da lei por outra lei de valor ierarquico igual a um superior.

A revogação pode ser:

 Revogação expressa: quando um preceito da nova lei designa uma lei anterior e a declara
revogada;
 Revogação tácita: quando, sem haver revogação expressa, as normas da lei posterior são
incompatíveis com as da lei interior.
 Revogação do sitema: verifica-se quando, embora não haja revogação expressa nem tácita
no entanto, a intensão do regislador é que certo diploma passe a ser o único e texto
completo de regulamentação de certa matéria.

4. PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO


4.1. Princípio da Territorialidade
Princípio Geral

Em razão do conceito jurídico de soberania Estatal, a norma deve ser aplicada dentro dos limites
de territoriais do estado que a criou. Essa é a ideia do princípio de territorialidade.

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Na república de Moçambique, “o território é uno, indivisível e inalienável, abrangendo todas a
superfície terrestre, a zona marítima e o espaço aéreo delimitados pelas fronteiras nacionais. A
extensão, o limite e o regime das águas territoriais são fixados por lei.

Dentro do princípio da territorialidade encontramos o princípio da territorialidade e


consanguinidade ou princípio da nacionalidade, no território nacional no caso de Moçambique, a
questão de territorialidade e consanguinidade, encontra-se regulada na constituição.

O princípio da territorialidade torna-se insuficiente para abranger a imensa gama de relações


jurídicas estabelecida entre pessoas de diversos países.

Assim contapondo-se ao princípio da territorialidade, tem-se o princípio da extraterritorialidade


que admite a aplicabilidade no território nacional de leis de outros Estados, segundo princípio e
convenções internacionais.

Os factos podem ter diferentes tipos de conexão com a ordem jurídica, designadamente:

Ü Nacionalidade das partes;

Ü Domicilio das partes;

Ü Lugar da situação do bem imóvel;

Ü Lugar da pratica do facto ilícido; e

Ü Lugar da celebração do negócio.

Uma vez que num Estado existem diversos ordenamentos jurídicos, a relação da aplicação das
leis no espaço são reguladas nos termos das normas do Direito Internacional privado dos artigos
14° a 65° do código civil.

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5. CONCLUSÃO
Após um estudo sintetizado em relação a aplicação da lei no tempo e no espaço, podemos
concluir que as leis são feitas para regular a conduta humana na sociedade em geral e uma vez
que a sociedade está em constante evolução, as leis também tende a evoluir sucedendo-se assim
no tempo e no espaço para melhorar efiçacia do direito.

O princípio geral da aplicação da lei no tempo é o da não retroactividade, segundo o qual, as leis
apenas regulam factos novos, ou seja, factos que emergirem a partir da data de publicação em
vigor dessa lei, assim, os efeitos já produzidos pelas leis anteriores. O princípio da não
retroactividade, apresenta excepções, podendo assim a lei retroagir em certas circunstâncias,
sendo, quando definidas por própria lei e ou quando beneficie os visados. As leis so se aplica no
espaço territorial ou estado dimanam ou a certos espaços territorias nesse estado compreendido.

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6. BIBLIOGRAFIA
JUSTOS, A. Santos. Introdução ao Estudos do Direito. 4ª Edição.Coimbra Editora.2009

ROCHA, Isabel, BATALHÃO, Carlos José, ARAGÃO, Luís. Introdução ao direito. 12ª ano.
Porto Editora

FONTES, José. Teoria geral do Estado e do Direito. Coimbra Editora. 2006

PEREIRA, Manuel das Neves. Introdução ao Direito e às Obrigações. 3ª Edição. Almedina

SOUSA, M. Rebelo. Introdução ao Estudo do Direito. 5ª Edição. Lisboa 2000

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