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A densa obra de Frederic Jameson[1] "Pós-Modernismo" (1991), enumera como ícones desse
movimento: na arte, Andy Warhol e a pop art, o fotorrealismo e o neo-expressionismo; na
música, John Cage, mas também a síntese dos estilos clássico e "popular" que se vê em
compositores como Philip Glass e Terry Riley e, também, o punk rock e a new wave"; no
cinema, Godard; na literatura, William Burroughs, Thomas Pynchon e Ishmael Reed, de um
lado, "e o nouveau roman francês e sua sucessão", do outro. Na arquitetura, entretanto, seus
problemas teóricos são mais consistentemente articulados e as modificações da produção
estética são mais visíveis.
Vale observar que Perry Anderson, ao ser convidado a fazer a apresentação do livro de
Jameson, terminou escrevendo o seu próprio “As origens da pós-modernidade”, constituindo
assim uma espécie de ‘introdução’ ao conceito. Nele diz que o modernismo era tomado por
imagens de máquinas [as indústrias] enquanto que o pós-modernismo é usualmente tomado
por “máquinas de imagens” (p.105) da televisão, do computador, da Internet e do shopping
centers. A modernidade era marcada pela excessiva confiança na razão, nas grandes narrativas
utópicas de transformação social, e o desejo de aplicação mecânica de teorias abstratas à
realidade. Jameson observa que “essas novas máquinas podem se distinguir dos velhos ícones
futuristas de duas formas interligadas: todas são fontes de reprodução e não de ‘produção’ e
já não são sólidos esculturais no espaço. O gabinete de um computador dificilmente incorpora
ou manifesta suas energias específicas da mesma maneira que a forma de uma asa ou de uma
chaminé” (citado por Anderson, p.105).
“O pós-moderno é muito mais a fadiga crepuscular de uma época que parece extinguir-se
ingloriosamente que o hino de júbilo de amanhãs que despontam. À consciência pós-moderna
não corresponde uma realidade pós-moderna. Nesse sentido, ela é um simples mal-estar da
modernidade, um sonho da modernidade. É literalmente, falsa consciência, porque
consciência de uma ruptura que não houve, ao mesmo tempo, é também consciência
verdadeira, porque alude, de algum modo, às deformações da modernidade.” (Sérgio Paulo
Rouanet, “As origens do Iluminismo”)
“O mal-estar pós-moderno é visível e trivial, expressado na linguagem do cotidiano do trabalho
compulsivo, muitas vezes vendido como se fosse ‘lazer’ ou ‘ócio criativo’, que gera stress, a
perversão, a depressão, a obesidade, o tédio.”
(Raymundo de Lima)
“Tudo se tornou demasiadamente próximo, promíscuo, sem limites, deixando-se penetrar por
todos os poros e orifícios.” (Slavoj Zizek)
Outros autores preferem evitar o termo. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos
principais popularizadores do termo Pós-Modernidade no sentido de forma póstuma da
modernidade, atualmente prefere usar a expressão "modernidade líquida" - uma realidade
ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão do manifesto comunista, tudo o que
é sólido se desmancha no ar.
O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo "hipermodernidade", por considerar não
ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como o prefixo "pós" dá a
entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são "modernos", com uma exacerbação de
certas características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a
ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço.
A posição do autor é crítica às relações sociais atuais. Se trata de começar com uma
categorização nova: modernidade líquida e modernidade sólida. Uma que representa o novo
mundo, a pós-modernidade, e o outro que define a modernidade, a sociedade industrial, a
sociedade da guerra-fria. Não é difícil de conseguir perceber a relação direta entre a “solidez”
das relações da guerra-fria, com dois núcleos de produção dos julgamentos corretos (o
capitalista, representado pelos EUA e o comunista, representado pela URSS), com duas opção
distintas e antagônicas para serem “escolhidas”, ao contrário do pós-guerra fria, após a queda
do Muro de Berlim e com a dissolução de qualquer centro de emissão moral, com a primazia
do consumo em detrimento de qualquer ética da parcimônia e etc e etc.
A sociedade líquida é a sociedade das relações fluidas, das relações frágeis, é a sociedade em
que a fixidez de uma amizade em que ambas as partes matariam e morreriam pela outra já
não existe mais. Não se trata mais de uma sociedade em que os indivíduos sabem o seu
destino desde o nascimento, agora estamos imersos em um espaço social onde
~teoricamente~ escolhemos nosso futuro, optamos pelo nosso destino, somos responsáveis
pelo nosso fracasso. Não é mais necessário ser asiático para ser um legítimo budista, basta
comprar os livros certos e assistir às aulas certas. Ninguém é, e sim está.” (Vinicius Siqueira)
Zygmunt Bauman
Retornou à Polônia onde lecionou na Universidade de Varsóvia até ser perseguido e expulso
do Partido Comunista. Neste momento, Bauman começava a distanciar-se das correntes mais
ortodoxas do marxismo.
Por conta da censura à suas obras e do expurgo político ocorridos em 1968 resolve imigrar
para Israel. Para isso, tem que renunciar à sua nacionalidade polonesa.
Em Israel dá aulas na Universidade de Tel Aviv onde encontra resistência por conta das suas
posições contra o sionismo. Bauman acusava certos grupos de judeus de usar o Holocausto
como justificativa para cometer seus próprios crimes.
Suas concepções sobre a modernidade e sua crítica ao mundo capitalista encontraram eco nos
movimentos anti-globalização e anti-capitalistas.
Casou-se com a escritora Janina Lewinson-Bauman com quem teve três filhas. Faleceu no dia 9
de janeiro de 2017.
Modernidade Líquida líquida precisamos recordar quais são as propriedades dos líquidos. Estes
se caracterizam pela instabilidade, falta de coesão e de uma forma definida.
A modernidade líquida, portanto, se caracteriza por uma sociedade e um tempo onde tudo é
volátil e adaptável. Se contrapõe à década anterior, a modernidade sólida, onde a sociedade
era ordenada, coesa, estável e previsível.
Nada está fixo, parado ou inalterado na modernidade líquida. Ela é mutante e instável ou em
outras palavras, caótica. Tudo pode ser adaptável seja a profissão, os relacionamentos, a
religião, etc.
· A velocidade das mudanças tecnológicas cada vez mais rápidas com a Internet.
Amor Líquido
Se todas os aspectos da nossa vida se viram afetados pela sociedade de consumo e pela
tecnologia, os relacionamento também o foram.
No entanto, com o advento das tecnologias quando conectar-se com as pessoas é muito fácil.
Por outro lado, desconectar-se dessas mesmas pessoas também é igualmente fácil.
Frases
· “Como se pode lutar contra as adversidades do destino sozinho, sem a ajuda de amigos fiéis e
dedicados, sem um companheiro de vida, pronto para compartilhar os altos e baixos?”
· “Três décadas de orgia consumista resultaram em uma sensação de urgência sem fim”.
· “O fim desta confiança engendra, por outro lado, um ambiente em que ‘ninguém assume o
controle’, em que os assuntos do estado e seus sujeitos estão em queda livre, e prever com
alguma certeza que caminho seguir, sem falar em controlar o curso dos acontecimentos,
transcende a capacidade humana individual e coletiva”.
· “Loucos são apenas os significados não compartilhados. A loucura não é loucura quando
compartilhada”.
“Viver entre uma multidão de valores, normas e estilos de vida em competição, sem uma
garantia firme e confiável de estarmos certos é perigoso e cobra um alto preço psicológico”.