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FACULDADES INTEGRADAS DE BAURU

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

REUTILIZAÇÃO E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE BAURU-SP

REUTILIZATION AND DESTINATION OF SOLID WASTE FROM CIVIL


CONSTRUCTION IN THE CITY OF BAURU-SP

Cleyber Harrison Gonçalves


Gilson dos Santos Pinto
Orientadora: Dr.ª Adriana dos Reis
Resumo
O presente trabalho tem como principais pontos de pesquisa, a gestão dos resíduos
sólidos provenientes do setor da construção civil, bem como sua correta destinação
e reutilização. Os problemas oriundos dos resíduos de construções e demolições
sempre estiveram presentes no país, devido ao seu grande volume gerado vêm
chamando a atenção para seu potencial de reciclagem e sua correta destinação
final. O descarte irregular destes resíduos causam muitos impactos negativos ao
ambiente, são frequentemente descartados em terrenos baldios, áreas de
preservação permanentes, vias e logradouros públicos, interferindo e prejudicando a
qualidade de vida da população. A cidade de Bauru sofre com os impactos
ambientais gerados pelo descarte incorreto, assim como grande parte dos
munícipios brasileiros. Como resultado, será analisada a viabilidade técnica da
reutilização, as políticas públicas já existentes, de modo a contribuir para a melhoria
na destinação dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) no município de
Bauru.
Palavras-chave: gestão de resíduos, reutilização, impactos ambientais, viabilidade
técnica.
Abstract

The present work has as main research points, the management of solid waste from
the civil construction sector, as well as its correct destination and reuse. Problems
arising from construction and demolition waste have always been present in the
country, due to the large volume generated, they have been drawing attention to their
recycling potential and their correct disposal. Irregular disposal of these wastes
cause many negative impacts to the environment, are often discarded in vacant lots,
permanent preservation areas, public roads and public places, interfering with and
harming the quality of life of the population. The city of Bauru suffers from the
environmental impacts generated by the incorrect disposal, as well as most of the
Brazilian municipalities. As a result, the technical feasibility of the reuse will be
analyzed, the existing public policies, in order to contribute to the improvement in the
destination of the Construction and Demolition Waste (RCD) in the municipality of
Bauru.

Keywords: waste management, reuse, environmental impacts, technical feasibility.


1. INTRODUÇÃO

A Construção Civil é considerada o termômetro da economia, é essencial


para as atividades sócio-econômicas, gerando empregos, renda, moradia, estradas
e outros. (SEMMA, 2015, p.02).

Os Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC) estão presentes em todo


tipo de obra, não tem como escapar. A Construção Civil não é destaque
somente como indústria de grande impacto na economia, também é a
responsável por produzir 50% dos resíduos do país. (SIENGE, 2017, p.01).

Com o crescimento da população e o progresso das cidades, cada vez


mais tem-se novas obras em execução, essa atividade que traz grande progresso
gera uma quantidade significante de resíduos, provenientes de demolições, reformas
e sobra de novas construções.

Neste sentido, o setor de Resíduos Sólidos da Construção Civil se depara


com o grande desafio de conciliar sua atividade produtiva e lucrativa com o
desenvolvimento sustentável consciente. Os RCC devem ter um
gerenciamento adequado para evitar que sejam abandonados e se
acumulem em margens de rios, terrenos baldios ou outros locais
inapropriados. (PORTAL RESÍDUOS SÓLIDOS, 2015, p.01)

A preocupação com o meio ambiente é um dos temas atuais na


sociedade e a preocupação com o descarte correto destes resíduos da construção
civil é um ponto fundamental para se garantir o progresso sem a degradação do
meio ambiente.
O objetivo do trabalho consiste em analisar a viabilidade técnica e
econômica da reutilização de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) no
município de Bauru-SP, bem como:
 Mapear os locais de disposição dos Resíduos da Construção Civil;
 Identificar os agentes responsáveis pelo tratamento dos resíduos no
município;
 Quantificar e caracterizar os RCD gerados no município;
 Analisar os modelos de gestão adotados e propor ações que impliquem
na melhoria na destinação dos RCD no município de Bauru.
Já a justificativa do trabalho relaciona a geração de vários tipos de
resíduos pela construção civil, que são descartados de maneira inadequada no meio
ambiente, afetando o equilíbrio ecológico e gerando transtornos para a população.
Deve-se focar em diminuir os impactos ambientais causados por este
setor, uma das soluções seriam o recolhimento e melhor aproveitamento destes
resíduos. Tentando reaproveitá-los diminuindo o impacto no ambiente e talvez gerar
renda.
Segundo dados da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos
da Construção Civil e Demolição – ABRECON, o Brasil desperdiça 8 bilhões de reais
ao ano por não reciclar os materiais adequadamente. (ABRECON, 2011, p.01).
Portanto, é muito importante à pesquisa sobre esse tema para se
conscientizar dos problemas causados e ter um melhor aproveitamento dos
materiais, sejam em obras públicas ou privadas. Transformando um atual problema
em uma solução.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL

Nas últimas décadas, o Brasil tem passado por transformações


fundamentais. O processo de urbanização praticamente se completou e
instrumentos de disciplinamento das atividades urbanas foram desenvolvidos,
repercutindo inclusive sobre o setor da construção civil que passa pelo momento
áureo reconhecido por todos.
A construção civil hoje é um dos pilares de sustentação da economia
brasileira, esse crescimento demanda por instrumentos para disciplinamento do
processo urbano, como exemplo o Estatuto das Cidades, a Política Nacional de
Saneamento Básico e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. (EDIPUCRS, 2009,
p.11)
Este setor consome muitos recursos naturais e geram uma quantidade
significativa de resíduos, por isso tem que se incentivar a construção sustentável,
não só para os grandes construtores, mas para também os pequenos.
A problemática dos resíduos da construção civil vem movendo a cadeia
produtiva do setor, já que a Resolução Nº 307 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA, 2002) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
atribuem responsabilidades compartilhadas aos geradores, transportadores e
gestores municipais quanto ao gerenciamento destes resíduos. (SINDUSCON CE,
2011, p.04).
“A geração de resíduos se concentra no pequeno gerador, cerca de 70%
de resíduo são provenientes de reformas, pequenas obras e demolições”
(SINDUSCON SP, 2012, p.14). Em muitos casos são coletados pelo serviço de
limpeza urbana. Nesse sentido precisa-se ter a consciência de que a solução para a
gestão dos resíduos da construção passa por ações estruturantes, não apenas de
cada uma das partes, mas devem ser um trabalho conjunto entre governos, setor
privado e a sociedade.
2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Estes resíduos são comumente chamados de entulhos de obra ou


metralha, são restos de obras que podem ser identificados por três nomes técnicos:
 Resíduo da Construção e Demolição (RCD);
 Resíduo da Construção Civil (RCC);
 Resíduos sólidos da construção civil (RSCC).
Tem-se como definição de Resíduos da Construção Civil, conforme
Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT) NBR 15113 (2004, p.02), o
seguinte parágrafo:
Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de
obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação
de terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou
metralha.

2.3 CLASSIFICAÇÕES DOS RESÍDUOS

Considerando a necessidade de implementação de diretrizes que


contribuíssem para a redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos da
construção civil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA regulamentou o
Decreto N°99.274 em 06 de julho de 1990. A Resolução CONAMA 307/2002 define,
classifica e estabelece os possíveis destinos finais dos resíduos da construção e
demolição, além de atribuir responsabilidade para o poder público municipal e
também para os geradores de resíduos no que se refere à sua destinação.
De acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004, p.03) a classificação está
relacionada com suas atividades de origem. Desta forma são classificados em:
A) Resíduos classe I
 Perigosos;
B) Resíduos classe II
 Não Perigosos;
 Resíduos classe II A – Não inertes.
 Resíduos classe II B – Inertes.
Geralmente os resíduos da construção civil estão enquadrados na classe
II B. Porém, a presença de tintas, solventes e outros derivados podem mudar a
classificação para classe I ou classe IIA.
A Resolução 307/2002 do CONAMA, é mais adequada para a classificação destes
resíduos, separando-os em quatro classes. O Quadro 1 apresenta a classificação
dos resíduos conforme a CONAMA 307.

Quadro 1 - Classificação dos resíduos da construção civil pela Resolução do CONAMA.

Fonte: ANAPRE – 2011

Ainda, de acordo com a Resolução 307 (Conama), os geradores deverão


ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a
redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final dos resíduos. Os resíduos
da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares,
em áreas de bota fora, em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas
protegidas por Lei. Fica claro que o descarte dos resíduos deve ser feito de maneira
apropriada e torna-se uma responsabilidade a ser administrada pelo gerador com
impacto administrativo de diversos setores da empresa com, inclusive,
responsabilidade pela criação de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(PGRS).
2.4 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS

As seguintes normas técnicas definem as diretrizes para o manejo e


reutilização dos agregados de resíduos sólidos da construção civil:
NBR 10.004(2004) - define resíduos sólidos e semissólidos como aqueles
remanescentes que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição;
NBR 10.004(2004). Resíduos Sólidos –Classificação;
NBR 15.112(2004) - Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos
- Área de Transbordo e Triagem - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;
NBR 15.113(2004) - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos
Inertes - Aterros - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;
NBR 15.114(2004) - Resíduos Sólidos da Construção Civil - Áreas de
Reciclagem - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;
NBR 15.115(2004) - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da
Construção Civil - Execução de Camadas de Pavimentação - Procedimentos;
NBR 15.116(2004) - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da
Construção Civil - Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função
Estrutural - Requisitos.
O município de Bauru dispõe uma legislação vigente desde 01 de maio de
2012, apresentada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA). De
acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, cada
município deverá realizar o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Estudo desenvolvido no Município de Bauru-SP através de uma pesquisa


bibliográfica, utilizando jornais, revistas, citações de autores, artigos científicos,
conteúdo da internet, decretos e leis municipais, desta forma abordando o tema da
reutilização dos resíduos sólidos da construção civil.
Toda pesquisa requer consultas a estudos feitos anteriormente a respeito
do problema a ser pesquisado, a pesquisa bibliográfica tem como base a consulta a
textos, livros e documentos publicados a respeito do problema levantado que gerou
interesse pela pesquisa.
Segundo Cervo (1983, p.55) a pesquisa bibliográfica “busca conhecer e
analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um
determinado tema ou problema.”
4. DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA

Bauru é o município mais populoso do Centro-Oeste paulista. Em 2019


sua população foi estimada pelo IBGE em 376.818 habitantes, sendo o 18° mais
populoso do estado de São Paulo.
O grande desafio na gestão do município é conciliar o desenvolvimento
com a preocupação com o meio ambiente, criar meios para que os métodos
necessários para que se garanta o constante crescimento não afetem de forma
negativa outros aspectos importantes no município, como por exemplo, o
saneamento e a saúde. Podendo ser prejudicada com o aumento de doenças
provenientes de resíduos descartados de maneira inadequada nos bairros
residenciais.
O principal objetivo é analisar os métodos, etapas, formas de coleta,
acondicionamento, transporte, transbordo e disposição final dos Resíduos Sólidos
de Construção e Demolição (RCD) gerados no município de Bauru/SP.

Figura 1. Município de Bauru

Fonte: Wikipédia (2019)


4.1 DESAFIO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O crescimento da cidade atrai um grande número de pessoas buscando


melhores condições de trabalho, este movimento está diretamente ligado à
construção civil. Atraindo a atenção das construtoras (grandes geradores) para
lançar novas moradias e também a própria ampliação dos imóveis já instalados no
município através dos munícipes (pequenos geradores). Este movimento
desencadeia um desafio para a administração pública municipal, o recolhimento e
destinação final dos resíduos gerados pela construção civil. Diariamente uma
enorme quantidade de resíduos constituída por tijolos, argamassa, cerâmicas, areia,
concreto, madeira, papéis, plásticos e outros inúmeros materiais são descartados
irregularmente, popularmente conhecidos como entulho (Gráfico 1). A deposição em
lugares impróprios (ANEXO A) e não controlados gera uma poluição ambiental,
causando prejuízos à paisagem, gerando problemas de saúde à população além de
provocar enchentes e assoreamento de rios e córregos. Um grande desafio frente ao
cumprimento da Resolução 307/2004 do CONAMA.

Gráfico 1. Composição média dos materiais no RCC

Fonte: Sigor (2014)

O resíduo da construção e demolição possui características bastante


peculiares, características como composição e quantidade produzida dependem
diretamente do estágio em que se encontra o desenvolvimento da indústria de
construção local, as técnicas construtivas aplicadas e qualidade da mão de obra
aplicada. Gerando assim mais ou menos resíduos.
A construção civil é responsável pelo consumo de 20 a 50% dos recursos
extraídos da natureza. As políticas públicas geralmente são voltadas ao lixo
doméstico e ao esgoto, o resíduo da construção civil - tem chamado atenção pelo
grande volume gerado diariamente nas cidades, tornando uma necessidade a
criação de legislações voltada a este problema.

4.2 LEGISLAÇÃO

Já existe legislações no país na área de Resíduos Sólidos, aprofundando


assim o atendimento às exigências definidas na Lei N° 11.445, de 5 de Janeiro de
2007 – Política Federal de Saneamento Básico.
Bauru possui algumas legislações específicas, leis e decretos municipais
que afetam os serviços de manejo de resíduos sólidos;
Lei 5.837/2009 – Estabelece a Política Municipal de Limpeza Urbana e de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Lei 5.852/2009 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a
gestão a ambientalmente correta dos resíduos da construção civil.
Decreto 11.689/2011 – Regulamenta a Lei n° 5.852, de 23 de dezembro
de 2009, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão
ambientalmente correta dos resíduos da construção civil e dispõe sobre sansões e
penalidades aplicáveis ao decreto.
Decreto 11.895/2012 – Cria o Comitê Diretor responsável por coordenar e
elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Bauru.
Decreto 11.894/2012 – Cria o Grupo de Sustentação do Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Bauru.
4.3 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC)

A Lei municipal n° 5.852, de 23 de Dezembro de 2009 estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão ambientalmente correta dos
resíduos provenientes da construção civil.
Esse mesmo documento define RCC como resíduos provenientes de
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras
e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica. Comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha, e outros que vieram a ser gerados no canteiro de obras.
O Decreto n° 11.689, de 21 de Outubro de 2011 regulamenta a Lei
n°5.852, é disposta de quinze capítulos.

CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Regulamenta e estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a


gestão dos resíduos da construção civil do Município de Bauru. Define que os
resíduos gerados no município devem ser destinados às áreas indicadas neste
decreto, visando a triagem, reutilização, reciclagem, reservação ou destinação mais
adequada, vetando quaisquer descartes em áreas não autorizadas. Conforme Art.2º
deste decreto.
Art. 2° §1° Os geradores deverão ter como objetivos prioritários a não
geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a
reciclagem dos mesmos, sendo responsáveis pela segregação adequada
dos resíduos gerados desde sua origem, passando por seu transporte até a
destinação final ambientalmente adequada

.
CAPÍTULO II – DAS DEFINIÇÕES

Explicam de forma detalhada as principais referências a respeito deste


decreto, no total de 26 palavras-chave. Citando alguns conforme Art.4º deste
decreto.
Art. 4° I - Agregados Reciclados: material granular proveniente do
beneficiamento de resíduos da construção civil de natureza mineral
(concreto, argamassas, produtos cerâmicos e outros), designados como
classe A, que apresenta características técnicas adequadas para aplicação
em obras de edificação, infra-estrutura ou outras obras de engenharia,
conforme especificações da norma técnica aplicável;

Art. 4° XIX - Ponto de Entrega para Pequenos Volumes: equipamento


público denominado Ecoponto destinado ao recebimento de pequenos
volumes de Resíduos da Construção Civil, gerados e entregues pelos
munícipes, podendo ainda ser coletados e entregues por pequenos
transportadores diretamente contratados pelos pequenos geradores,
equipamentos esses que, sem causar danos à saúde pública e ao meio
ambiente, devem ser usados para a triagem de resíduos recebidos,
posterior coleta diferenciada e remoção para adequada disposição. Devem
atender às especificações das normas técnicas aplicáveis;

Art. 4° XXVI - Transportadores de Resíduos da Construção Civil:


pessoas físicas ou jurídicas, conveniados e devidamente cadastradas na
SEMMA que exercem a atividade de coleta e do transporte dos resíduos
entre as fontes geradoras e as áreas de destinação.

CAPÍTULO III – DO PLANO INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil é


o instrumento que regulamenta a implementação, a coordenação da
responsabilidade do Município e de todos os geradores, na gestão dos RCD’s.
Define regras e diretrizes para a recepção dos resíduos, informações relativas a
orientações e educação ambiental dos munícipes, assim como o controle e
fiscalização. Conforme Art.5º deste decreto.

Art. 5° §2° A SEMMA poderá atualizar e aprimorar as ações previstas neste


Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil através
de resoluções específicas.

Art. 5° §3° A SEPLAN deverá incluir, nos Alvarás de construção, ou outro


documento autorizativo, a exigência dos geradores, públicos ou privados,
em promover a correta gestão de seus resíduos da construção civil e a
necessidade da apresentação de documentação idônea comprovando o
descarte em áreas de recepção licenciadas pela SEMMA, para a expedição
do Termo de Habite-se.
CAPÍTULO IV - DO PROGRAMA MUNICIPAL DE GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O Programa é elaborado e implementado pelo município, através da


Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SEMMA, definindo as responsabilidades
dos pequenos geradores. Conforme Art.6º deste decreto.

Art. 6° §2° II – São procedimentos básicos relacionados aos pequenos


geradores:
a) destinar seus resíduos, gratuitamente, nos Ecopontos administrados pela
Prefeitura Municipal;
b) utilizar-se de pequenos transportadores movidos a tração animal, além
dos veículos automotores de pequeno ou médio porte;
c) o uso de Controle de Transporte de Resíduos Social para comprovar
seus descartes, quando se servir de pequenos transportadores movidos a
tração animal;
d) o registro e recebimento, nos Ecopontos, de comprovante de descarte
dos resíduos ali depositados.

CAPÍTULO V – DOS DEVERES DOS GERADORES

Classifica os geradores em relação à quantidade de resíduos gerados,


separando-os em três classes (ANEXO B):
Pequeno Gerador: os geradores responsáveis por atividades que
produzam até 1m³ (um metro cúbico), ou 1,5 toneladas, em uma única obra, dentro
de um período de até 120 (cento e vinte) dias. Conforme Art.7º deste decreto.

Art. 7° §2° A segregação, coleta, o transporte e destinação dos resíduos


mencionados no caput deste artigo serão de responsabilidade do gerador.

Médio Gerador: os geradores responsáveis por atividades que produzam


entre 1m³ (um metro cúbico), e 15m³ (quinze metros cúbicos), em uma única obra,
dentro de um período de até 120 (cento e vinte) dias. Devem manter arquivados por
12 (doze) meses, os documentos de Controle de Transporte de Resíduos – CTR de
sua obra. Conforme Art.8º deste decreto.

Art. 8° §1° Os médios geradores que promoverem construção ou demolição,


que promovam ampliação ou redução na área construída do imóvel, devem
declarar isto no CTR, para que a SEMMA proceda a devida comunicação a
SEPLAN.

Art. 8° §2° É vedado aos médios geradores a utilização dos Ecopontos,


devendo segregar seus resíduos no próprio canteiro de obras e encaminhá-
los à rede de áreas receptoras de grandes volumes.
Grande Gerador: os geradores responsáveis por atividades que produzam
a partir de 15m³ (quinze metros cúbicos), em uma única obra (ANEXO C). Devem
apresentar um Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil –
PGRCC. Conforme Art.10º deste decreto.

Art. 10° I – especificar nos seus projetos, em conformidade com as


diretrizes da legislação municipal, os procedimentos a serem tomados para
a correta segregação, transporte e destinação de outros resíduos
eventualmente gerados tais como os resíduos domiciliares, serviços de
saúde, industriais ou de podas, provenientes de sanitários, ambulatórios,
refeitórios, setores administrativos, garagem dos veículos, dos maquinários,
e outras áreas, estruturas ou equipamentos porventura existentes para
atender a obra, obedecidas as legislações e normas técnicas específicas;

Art. 10° II – quando contratantes de serviços de transporte, triagem e


destinação de resíduos, deverão especificar em seus Projetos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, os agentes responsáveis
por estas etapas, definidos entre os agentes devidamente conveniados
junto ao Poder Público;

CAPÍTULO VI – DOS PROJETOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL

O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC,


que é elaborado e implementado pelos geradores definidos em lei deverá adotar, no
mínimo, as seguintes diretrizes técnicas:
I – Deve permanecer exposto e disponível, em local de fácil acesso, em
todos os canteiros de obras, para monitoramento e fiscalização de seu cumprimento,
ao longo de todas as etapas de obra;
II – O controle do transporte de resíduos é parte integrante do Projeto de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil;
III – Os médios geradores ficam isentos da elaboração do PGRCC, desde
que comprovem, por meio do controle de transporte de resíduos ou comprovantes
emitidos pela área de recepção licenciada, que realizaram o descarte
ambientalmente adequado dos resíduos gerados, devendo manter tais
comprovantes por período, mínimo de 12 meses ou até a conclusão da reforma.
O PGRCC deve conter, no mínimo, as informações presentes no modelo
presente neste decreto (ANEXO D).
O PGRCC deve contemplar as etapas de caracterização, triagem,
acondicionamento, transporte e destinação dos resíduos.
CAPÍTULO VII – ÁREA DE DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Define os locais para o correto armazenamento destes resíduos,


separadas em duas seções, sendo áreas receptoras para pequenos volumes e
grandes volumes. Para a recepção dos pequenos volumes foram criados os
Ecopontos (Figura 2, atualmente são 08 instalados no município, sua implementação
e operacionalização adequada são de responsabilidade as SEMMA. Nesses locais
há funcionários da Prefeitura que instruem ao usuário a forma correta para o
descarte do material. Conforme Art.21º deste decreto.

Art. 21° Os Ecopontos podem receber resíduos da construção civil


exclusivamente dos pequenos geradores, descartes de resíduos de
construção, reforma e demolição, previamente triados, garantindo posterior
transbordo e destinação adequada dos diversos componentes.

Figura 2. Ecopontos no Município de Bauru

Fonte: Google Maps (2019)

Para a recepção dos grandes volumes, no caso dos geradores acima de


1m³, a responsabilidade da destinação cabe ao gerador, pois o mesmo não poderá
utilizar-se dos Ecopontos. Assim, poderá ser realizado o transporte por meios
próprios ou através da contratação de empresas prestadoras desse tipo de serviço.
Para o exercício da atividade de locação junto ao município. Atualmente só existe
uma associação conveniada em Bauru, a Associação dos Transportadores de
Entulhos e Agregados (ASTEN), que possui atualmente cerca de 75 empresas
cadastradas para a realização de transporte de RCC. Os RCC são destinados para
as áreas receptoras de resíduos (ANEXO E). Conforme Art.28º deste decreto.

Art. 28° As áreas receptoras de grandes volumes estão representadas por:


I - Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil (ATT);
II - Áreas de Reciclagem;
III - Aterros de Resíduos da Construção Civil;
IV - Áreas de melhoria, conforme previsto no art.1°, parágrafo segundo da
Lei Municipal n°5.858, 23 de dezembro de 2009.

CAPÍTULO VIII – DAS RESPONSABILIDADES

Define as responsabilidades dos geradores, transportadores e receptores


destes resíduos. Conforme Art.38º, Art.39º e Art.41º deste decreto.

Art.38° Os Geradores de Resíduos da Construção Civil devem ser


fiscalizados e responsabilizados pelo uso incorreto dos equipamentos
disponibilizados para a captação disciplinada dos resíduos da construção
civil gerados.

Art.39° §1° As caçambas ou containers cuja sinalização de conteúdo as


identificar como sendo para a coleta de Resíduos da Construção Civil
devem obedecer normas específicas e, para serem encaminhadas para as
áreas de recepção de resíduos da construção civil e não podem conter
resíduos de outra origem, devendo o gerador que requisitar tais
equipamentos promover a segregação dos resíduos em sua origem, sendo-
lhe vedado utilizar – ou permitir – que tais equipamentos sejam utilizados
como coletores de lixo doméstico.

Art.41° Os receptores de resíduos da construção civil devem promover o


manejo dos resíduos nas Áreas para Recepção de Grandes Volumes.

CAPÍTULO IX – DOS PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Para o licenciamento ambiental de áreas de beneficiamento ou e de


disposição final de resíduos da construção civil, devem seguir diretrizes atendendo a
exigências dos órgãos ambientais competentes e a legislações, resoluções ou
norma técnica aplicável. Conforme Art. 44, deste decreto.
Art.44° Os procedimentos para o licenciamento Ambiental de Áreas de
Triagem e Transbordo, junto ao Município deverão seguir as seguintes
etapas:
I- O Cadastro ambiental de áreas de triagem e transbordo deverá ser
realizado junto à SEMMA.
II- Para cadastro o requerente deverá apresentar:

a) RG, CPF ou CNPJ do solicitante;

b) Requerimento devidamente preenchido;

c) Projeto do empreendimento contendo os requisitos estabelecidos em


norma técnica aplicável.

CAPÍTULO X– DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS

Caberá aos geradores e aos transportadores, o destino adequado dos


resíduos da construção civil, que deverão estar segregados. Conforme Art. 46, deste
decreto.

Art.46° Os Resíduos da Construção Civil devem ser integralmente triados


por seus geradores, ou nas áreas receptadoras, ou pelos transportadores
de pequenos volumes quando do descarte nos ecopontos, segundo a
classificação definida pelas Resoluções CONAMA n°307, de 05 de julho de
2.002 e CONAMA n°431, de 24 de maio de 2.011, em classes A, B, C e D e
devem receber a destinação prevista nestas e em normas técnicas
aplicáveis.

CAPÍTULO XI– DA REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E


DO USO DE AGREGADOS RECICLADOS EM OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Define as condições para a reutilização dos resíduos da construção civil e


do uso de agregados reciclados, nas seguintes obras e serviços listados:

I- A prefeitura Municipal de Bauru utilizará tal material:


a) Em melhorias de estradas rurais;
b) Em melhorias de erosões urbanas;
c) Em outros usos nobres do material.

II – O uso de agregados reciclados, ou de produtos que os contenham,


deve ocorrer:
a) Na execução de sistemas de drenagem urbana ou suas partes, em
substituição aos agregados convencionais utilizados a granel em lastros,
nivelamentos de fundos de vala, drenos ou massas;
b) Na execução de obras sem função estrutural como muros, passeio,
contrapisos, enchimentos, alvenarias etc.;
c) Na preparação de concreto sem função estrutural para produção de
artefatos como blocos de vedação, tijolos, meio fio (guias), sarjetas, canaletas,
briguetes, mourões, placas de muro etc.;
d) Na execução de revestimento primário (cascalhamento) ou camadas
de reforço de subleito, sub base e base de pavimentação em estacionamento e vias
públicas, em substituição aos agregados convencionais utilizados a granel;
Na execução de serviços internos de aterros sanitários, desde que
apresentados na forma mencionados no caput. Conforme Art. 48, deste decreto.

Art.48° §5° A aquisição de materiais e a execução dos serviços com


agregado reciclado devem ser feitas com obediência às normas técnicas
aplicáveis.
Art.48° §6° Na seleção do material para reutilização ou na aquisição de
materiais e a execução dos serviços com agregados reciclados deve-se
privilegiar aqueles em cuja produção haja participação de organizações
associativas e sociais, com apoio a inclusão social e à emancipação
econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

CAPÍTULO XII – DA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

A SEMMA é responsável pela fiscalização e coordenação das ações


previstas no Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,
deve realizar o controle dos agentes envolvidos na gestão dos resíduos da
construção civil por meio dos processos de cadastro e fiscalização, realizar reuniões
quando necessário com representantes dos agentes geradores, transportadores e
receptores de resíduos, visando o compartilhamento de informações para sua
gestão adequada. Conforme Art. 55, deste decreto.

Art.52° No cumprimento da fiscalização, a SEMMA deve:


I – inspecionar os geradores, transportadores e receptores de Resíduos da
Construção Civil quanto às normas deste Decreto;
II – vistoriar obras de construção civil, documentos relativos a gestão dos
resíduos, o transporte de resíduos da construção civil, equipamentos
acondicionadores de resíduos e locais onde ocorra descarte;
III – expedir autos de constatação, notificação, advertência, multa, cassação
da licença e/ou convênio, ou outros, conforme a gravidade de cada caso;
IV – enviar aos órgãos competentes, os autos que não tenham sido pagos,
para fins de inscrição na Dívida Ativa;
V – oficiar aos órgãos competentes eventuais irregularidades constatadas
que não sejam de sua competência.

CAPÍTULO XIII – DOS INCENTIVOS

O município de Bauru estabelecerá mecanismos de incentivos para a


redução na geração de resíduos, para a reutilização, destinação, reciclagem e para
a utilização de agregados reciclados nas obras particulares, bem como de
recolhimento às pessoas físicas ou jurídicas que contribuírem para a implantação ou
adotarem práticas adequadas para o gerenciamento dos resíduos da construção
civil.

CAPÍTULO XIV – DAS AÇÕES EDUCATIVAS

É dever do município em parceria com os demais agentes envolvidos,


elaborar materiais instrucionais e informativos sobre o Plano Integrado de
Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil de Bauru, bem como relativos a
informação, orientação e educação ambiental relacionados aos resíduos da
Construção Civil. Conforme Art. 55, deste decreto.

Art.55° §1° As Secretarias Municipais de Educação e de Saúde devem


anualmente desenvolver campanhas de educação ambiental relacionada
aos resíduos da construção civil, visando contribuir para a que o indivíduo e
a coletividade construam valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a correta gestão dos resíduos,
visando a conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade.

CAPÍTULO XV – DAS SANSÕES ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES

Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão, praticada a


título de dolo ou culpa, que viole as disposições estabelecidas no Decreto (ANEXO
F), e as normas decorrentes.
A fiscalização do cumprimento das disposições e das normas será
realizada pelos agentes de proteção ambiental e pelos demais servidores públicos
para tal fim designados.
Os responsáveis pela inflação ficam sujeitos às penalidades, cabendo
recursos de defesa a serem julgados para os devidos procedimentos legais.

CAPÍTULO XVI – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Define que especificações técnicas e editais de licitações para obras


públicas municipais referentes às atividades previstas no decreto, devem no corpo
de documentos fazer menção expressa deste decreto e exigência nele
estabelecidos. As disposições deste decreto não excluem as normas ambientais de
caráter Federal ou Estadual.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Construção Civil é uma das atividades que mais geram resíduos, porém
é de grande importância para o desenvolvimento do país. É muito importante que o
município tenha um controle da reciclagem e reutilização dos resíduos da
construção civil.
Como ferramenta de gestão pública, o município consta com um sistema para
a coleta e destinação dos resíduos da construção civil (RCC), instruído pelo Decreto
de Lei Municipal N°11.689/2011. Através da iniciativa do poder público, através da
SEMMA, foram implantados os Ecopontos em áreas públicas, para receber os
resíduos gerados pelos munícipes (pequenos geradores). Estes locais recebem
pequenas quantidades de entulhos (até 1m³ a cada 120 dias por endereço), além de
outros materiais. São locais para armazenamento temporário, posteriormente são
levados para a Área de Transbordo e Triagem (ATT) da prefeitura. Atualmente são
08 locais com intenção da SEMMA de instalar ao todo 16 Ecopontos, sem previsão
para estas novas instalações. A iniciativa do poder público municipal de se criar
estes locais é muito válida, pois é um grande aliado na divulgação do programa de
coleta seletiva, reforçando a responsabilidade compartilhada que os munícipes têm
de separar e dar a correta destinação dos resíduos. Porém na maioria destes
Ecopontos, podem-se ver sinais de vandalismo, identificando a necessidade de
fiscalização e controle de acesso. Apesar destes ecopontos, ainda existe locais de
descartes clandestinos, já mapeados pela prefeitura, que mesmo depois de limpos
continuam a ser utilizados de forma irregular.
Já para os geradores acima de 1m³, o decreto consta com uma série de
diretrizes que os obrigam a fazer a correta destinação dos RCC, responsabilizado o
gerador pela correta separação e transporte até as áreas receptoras de resíduos,
proibindo a utilização dos ecopontos. Permitindo o transporte por meios próprios ou
através da contratação de empresas conveniadas junto ao município. Para todos os
geradores é previsto penalidades caso venham a ocorrer.
Os resíduos sólidos da construção civil após ser processado nas áreas
receptoras, são utilizados de forma preferencial nas obras realizadas pela prefeitura,
obedecendo a critérios estabelecidos no decreto, como por exemplo, a utilização em
melhoria de estradas rurais, melhoria de erosões urbanas entre outras aplicações,
desde que não estrutural.
Apontando algumas deficiências, a falta de conscientização da população
quanto à utilização correta das caçambas para a disposição apenas de RCC, pois
nos locais de descarte se verifica muitos materiais misturados inclusive matéria
orgânica. A necessidade da abertura de novos ecopontos, para facilitar o descarte e
minimizar os pontos viciados de descarte irregular. Promover campanhas públicas
para melhorar a conscientização da população a respeito deste tema, através de
mídias digitais, rádios, de forma que se consiga abranger o máximo de pessoas.
Fazer uma fiscalização mais rigorosa, aplicando sansões já existentes no decreto,
mas que muitas vezes não aplicadas por falta de fiscais atuando no município.
Conclui-se, finalmente, que o município já consta com um bom sistema para o
manejo correto e destinação destes resíduos, necessitando um trabalho mais amplo
de conscientização e fiscalização. Buscar novos parceiros, métodos e tecnologias
para, cada vez mais reutilizar estes materiais minimizando os impactos gerados por
eles.
REFERÊNCIAS

ABRECON. Governos desperdiçam mais de R$8 bilhões com o lixo, 2011.


Disponível em: https://abrecon.org.br/governos-desperdicam-mais-de-r-8-bilhoes-
com-o-lixo/. Acesso em 02 abr. 2019.

ANAPRE. Gestão diferenciada de resíduos da construção civil, Boletim Técnico


35,2011. Disponível em: http://www.anapre.org.br/boletim_tecnico/edicao35.asp.
Acesso em 04 abr. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004/2004. Resíduos


sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, p. 03. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.112/2004. Resíduos


da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes
para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, p. 02. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.113/2004. Resíduos


sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Rio de Janeiro, p. 02. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.114/2004. Resíduos


sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Rio de Janeiro, p. 02. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.115/2004.


Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de
camadas de pavimentação - Procedimentos. Rio de Janeiro, p. 02. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.116/2004.


Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em
pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. Rio de
Janeiro, p. 02. 2004.

BAURU (São Paulo). Lei N°5.837, de 15 de Dezembro de 2009. Estabelece a


Política Municipal de Limpeza Urbana e de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

BAURU (São Paulo). Lei N°5.852, de 23 de Dezembro de 2009. Estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão ambientalmente correta dos
resíduos da Construção Civil.

BAURU (São Paulo). Decreto N°11.689, de 21 de Outubro de 2011. Regulamenta


a Lei nº 5.852, de 23 de dezembro de 2.009, que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão ambientalmente correta dos resíduos da construção
civil e dispõe sobre as sanções e penalidades aplicáveis ao Decreto.

BAURU (São Paulo). Decreto N°11.894, de 21 de Outubro de 2011. Regulamenta


a Lei nº 5.852, de 23 de dezembro de 2.009, que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão ambientalmente correta dos resíduos da construção
civil e dispõe sobre as sanções e penalidades aplicáveis ao Decreto.
BRASIL. Decreto N°99.274, de 06 de Junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902,
de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem,
respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

BRASIL. Resolução CONAMA N°307, de 05 de Julho de 2002. Estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

BRASIL. Lei Federal N°11.445, de 05 de Janeiro de 2007. Estabelece diretrizes


nacionais para o saneamento básico.

BRASIL. Lei Federal N°12.305, de 02 de Agosto de 2010. Política Nacional de


Resíduos Sólidos.

CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 3.ed. São Paulo:McGraw-


Hill, 1983, p.55

EDIPUCRS. Resíduos Sólidos na Construção Civil, 2009. Disponível em:


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PORTAL RESÍDUOS SÓLIDOS. Definição de Resíduos da Construção Civil no


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SEMMA BAURU-SP. Cartilha - Resíduos da Construção e Demolição Civil, 2015.


Disponível em:
http://www2.bauru.sp.gov.br/arquivos/arquivos_site/sec_meioambiente/cartilha_resid
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SIENGE. Tudo Sobre os Resíduos Sólidos da Construção Civil, 2014. Disponível


em:
https://www.sienge.com.br/blog/residuos-solidos-da-construcao-civil/. Acesso em 02
abr. 2019.

SIGOR. Gerenciamento Online de Resíduos da Construção Civil, 2014.


Disponível em: https://smastr16.blob.core.windows.net/cea/2014/11/19-
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Disponível em: https://sindusconsp.com.br/usina-de-residuos-da-construcao-civil-de-
bauru-se-prepara-para-entrar-em-operacao//. Acesso em 02 abr. 2019.

WIKIPÉDIA. Município de Bauru, 2019. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Bauru. Acesso em 15 ago. 2019.
ANEXO A – LOCAIS DE DESCARTES CLANDESTINOS DE RCC
ANEXO B – DECLARAÇÃO – GERAÇÃO DE RCC
ANEXO C – DECLARAÇÃO – GERAÇÃO DE RCC ACIMA DE 15M³
ANEXO D – PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL – PÁGINA 01/02
ANEXO D – PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL – PÁGINA 02/02

ANEXO E – ÁREAS RECEPTORAS DE RESÍDUOS


ANEXO E – LISTA DE ÁREAS RECEPTORAS DE RESÍDUOS
ANEXO F – TABELA DE INFRAÇÕES – PÁGINA 01/02
ANEXO F – TABELA DE INFRAÇÕES – PÁGINA 02/02

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