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T
Texto de apoio n. 4
PROJETO TERAPÊUTICO
SINGULAR – PTS
O que é?
O projeto terapêutico singular é uma ferramenta de organização e sistematização
do cuidado construído entre equipe de saúde e usuário que deve considerar a
singularidade do sujeito e a complexidade de cada caso, ou seja, um conjunto de
propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um indivíduo, família ou
coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio
matricial se necessário.
Geralmente é dedicado a situações mais complexas. No fundo é uma variação da
discussão de “caso clínico”.
“Contrato de projetos com os usuários e os familiares, para além de um elenco de
procedimentos.”
De acordo com o Caderno da Atenção Básica nº34 – Saúde Mental,
“(...) um projeto terapêutico é um plano de ação compartilhado composto por um
conjunto de intervenções que seguem uma intencionalidade de cuidado integral à
pessoa. Neste projeto, tratar das doenças não é menos importante, mas é apenas
uma das ações que visam ao cuidado integral.” (p.33)
Como é feito?
Um Projeto Terapêutico Singular deve ser elaborado com o usuário, a partir de
uma primeira análise da equipe sobre as múltiplas dimensões do sujeito. Essa
análise deve ser feita com toda a equipe, em uma reunião, considerando que
todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o sujeito com alguma
demanda de cuidado em saúde. Cabe ressaltar que esse é um processo dinâmico,
devendo manter sempre no seu horizonte o caráter provisório dessa construção,
uma vez que a própria relação entre os profissionais e o usuário está em constante
transformação.
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Para quem?
O projeto pode ser feito para grupos ou famílias e não só para indivíduos, além
de frisar que busca a singularidade (a diferença) como elemento central de
articulação.
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Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas)
para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos de enfermagem da Atenção Básica
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COPRODUÇÃO DA PROBLEMATIZAÇÃO/DIAGNÓSTICO
É importante no PTS certa crença de que a pessoa tem grande poder de mudar a
sua relação com a vida e com a própria doença.
À equipe cabe exercitar uma abertura para o imprevisível e para o novo e lidar
com a possível ansiedade que essa proposta traz.
Então...
• Fazer junto e não pelo outro;
• Buscar resoluções com e não para o outro;
• Ofertar contatos, encontros, momentos de conversa, seja nos espaços dos
serviços, na rua ou no domicílio das pessoas;
• O significado desses encontros não se dá apenas pela necessidade da equipe
de coletar informações, mas, além disso, será o de oportunizar o vínculo e a
formação de algo em comum.
Assim...
• Nas situações em que só se enxergava certezas, podem-se ver possibilidades.
• Nas situações em que se enxergava apenas igualdades, podem-se encontrar
grandes diferenças.
• Nas situações em que se imaginava haver pouco o que fazer, pode-se encon-
trar muito trabalho.
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Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas)
para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos de enfermagem da Atenção Básica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental/Departamento de Atenção Básica.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Cadernos de Atenção Básica, n. 34. Brasília, 2013.
______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH). Cartilha da PNH: Clínica Ampliada,
equipe de referência e projeto terapêutico singular, 2004.
MÂNGIA, E. F.; BARROS, J. O. Projetos terapêuticos e serviços de saúde mental: caminhos para a construção
de novas tecnologias de cuidado. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v.
20, n. 2. p. 85-91, 2009.
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