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QUESTÃO SOMADA A AV1 – [0,5]. Prof.

Marcilio Cunha

Um advogado é procurado em seu escritório por um cliente que lhe narra que a empresa da
qual ele é diretor foi citada pelo poder judiciário, em decorrência de um conflito surgido em
razão de contrato de compra e venda no qual inseriram cláusula compromissória cheia,
estabelecendo que em caso de eventual conflito entre as partes, ele será apreciado por um
tribunal arbitral. O advogado, ao peticionar no referido processo, representando os interesses
do seu cliente, no sentido de exigir cumprimento da cláusula compromissória cheia, deverá:

A cláusula compromissória é a estipulação contratual firmada pelas partes antes de


haver qualquer conflito determinado. É a promessa de levar à decisão por arbitragem
eventuais conflitos apenas determináveis, dentro do escopo da relação jurídica em que a
cláusula se encontra. Dispõe o art. 853, do Código Civil: “Admite-se nos contratos a cláusula
compromissória, para resolver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em
lei especial”.
A cláusula compromissória “cheia”(na forma do art. 5º) é aquela em que já estão
dispostas as regras sobre a forma de instituir e processar a arbitragem, seja pela inclusão de
tais regras na própria cláusula, ou seja se reportando às regras de uma instituição arbitral.
Assim, havendo cláusula compromissória cheia o não atendimento por uma das
partes da notificação para indicar árbitro ou para comparecer para firmar termo de arbitragem
não afetará a instituição da arbitragem, que se processará mesmo sob tal ausência.
A recalcitrância da parte na escolha do árbitro é suprida pela previsão, constante na
grande maioria dos regulamentos das instituições arbitrais, de que tal escolha passe a ser feita
pela direção da instituição arbitral.
O já firmado compromisso arbitral vide cláusula, previsto no art. 9º da Lei de
Arbitragem, é a convenção direta entre as partes que, diante de uma controvérsia já existente,
resolvem submeter a sua solução ao juízo arbitral. Sendo assim o advogado deve apresentar
contestação e alegar expressamente , em preliminar, a existência de convenção de arbitragem
solicitando a extinção do feito.

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