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Fernando Pessoa
Agradecimentos
Glória, primeiramente a Deus, por tudo, sempre!
Agradeço, in memorian,
a minha mãe,
Maria do Socorro Santos Cabral,
Pela veia poética e pelo seu imenso amor.
Agradeço ao meu pai,
Juarez Alves Cabral,
por ser meu exemplo do Pai.
Obrigado minhas musas, amores, paixões...
Obrigado ao tempo.
Obrigado ao espaço.
Obrigado ao instante,
E aos momentos mágicos!
Obrigado a todos e a tudo!
Dedico esta obra às minhas princesas,
Alanis Pietra e Sofia Beatriz,
E brindemos o verdadeiro amor.
A Deus
A poesia do Sol
A Procura de mim
Procuro um sol,
Que não se apague com o tempo.
E uma fonte de água eterna,
Que realmente mate a sede.
Busco um sonho,
De que não precise acordar.
E uma mágica sem truques.
Corro atrás de uma direção sem curvas,
Ou pontes quebradas,
Uma janela com vista para estrelas,
E uma casa que não caia.
Pretendo encontrar o caminho,
Que me leve a me encontrar.
A Solidão e o
Silêncio
Um surdo infinito e um relógio parado:
- Onde está o Sol? – Pergunta a Solidão.
- Onde estão os risos? – Pergunta o Silêncio.
- Onde está o tempo? – Pergunta o Infinito.
Nessa paisagem de nada,
O Silêncio faz um gesto.
Perguntando a Solidão: - O que vê?
Sem olhos tristes responde: - Só vejo a mim.
Passam-se eternos tempos...
A tinta das Palavras
Lembro das histórias que nunca te contei e rio,
Das risadas que nunca demos e choro.
Sinto o meu silêncio quando ouço o teu olhar,
Gosto de pensar que sempre sei o que é preciso
E que sempre sei a coisa certa a falar,
Mas sua beleza tudo cala e
só entendo o seu sorriso.
Queria poder voar contigo
pelo espaço
e pelo tempo.
Sobre a vida e de cima ver os instantes,
Eternos e fixos no solo,
da história dos nossos sentimentos.
Éticos e sinceros, fatos dos pós e dos antes,
Lembro das histórias que eu não guardei e rezo.
Para que tudo deixe de ser
só fotos amarelas de memória.
Para que morra toda dor da falta que desprezo,
Para que o amor seja a tinta das palavras,
De nossa história de amor.
Água fria
O paladar amargo da ausência.
A ausência amarga do paladar.
A necessidade instante do completo.
E a completa certeza do absurdo.
A água fria escorrendo por entre seus cabelos,
Durante o seu devaneio mais real.
A procura procura.
Quem não procura?
O encontro.
Você sempre esteve cara a cara.
Com a invisível verdade exposta.
Viu, disfarçou, deve existir outra.
A dúvida.
A incerteza.
O imprevisível inesperado, surpresa!
Somente o que se pode esperar.
Não se pode esperar...
Esperar...
Alanis Pietra
Aliteração alfabética
Antes andava aos amanheceres.
Bastou brincar bobo no barro.
Caiu como cai uma cadente no céu.
De dúvidas doidas dividido do nada.
Eu e meus egos egoístas estávamos.
Falando e fazendo façanhas sem fim.
Guiado a galope e a gongos gozando.
Homem, heróico, Hércules, hermético.
Indizível, um índio inocente invejava.
Jovens juras jogadas à jaula.
Loucas lágrimas lavaram o lodo.
Maldoso o menino manchou um muro.
Nadava nuzinho naquele navio ninho.
Ondas ondulavam nos olhos dos outros.
Pequenas partículas de paz paradas no peito.
Quando o queijo qualquer da Lua qualhava.
Roíam os ratos os restos roubados da rua.
Soavam os sinos soltos sobre suas sombras.
Taças tristes e tontas tombavam turvas.
Uma úmida unha urgia unis sônica.
Virgem vivia a vida violentamente visível.
Xérox de êxtase em extático exílio.
Zombando o zôo a zona de Zeus.
Amada Loucura
Antes da chegada
Distâncias
Dois
Ecos
Busco em vão,
O toque suave,
De tua mão,
Perdida em neve.
Diante de espelhos,
Te olho em mim,
Me vejo em seus olhos,
De sombras sem fim.
Mas há um brilho que cativa,
Que abre um novo mundo.
Uma realidade alternativa,
Que com a minha confundo.
Invisíveis frente a frente.
Almas intocáveis se buscam.
Pelo mesmo universo,
Em realidades diferentes,
Cara a cara,
Entre a fronteira dos egos.
Luz e escuridão.
Morro em tua aurora,
Vives em meu crepúsculo.
Embriagado de mim
Me perdoe senhor,
Me bebi demais,
Estou embriagado de mim
Ao ponto de me deixar tonto existir.
Se me forçarem existir mais,
Representar mais do que já faço,
Posso acabar por me vomitar.
Sou um pássaro num aquário de espelhos.
Escrevi!
Penso em escrever...
Penso constantemente.
E escrevo o tempo todo.
Escrevo em tudo o que faço,
É história!
Tudo é invenção.
Tudo composição.
É toda uma orquestra eterna,
Em perfeita harmonia.
Uma obra literária mágica,
Sem começo e sem fim.
E o espaço é a eternidade,
Onde todos os campos
Semânticos são possíveis.
Estamos todos sujeitos,
E estamos entre nós.
Somos substantivos compostos,
E protagonistas invisíveis,
Do livro dos verbos,
Da luz foz.
E estamos todos na oração.
Penso em escrever,
Mas na verdade escrevo.
Escrevo que eu estou pensando
Em escrever.
Escrevo que eu estou vivo,
E que estou pensando em escrever,
Que eu estou pensando em escrever.
Escrevo atos faço cenas e romances,
Escrevo em tudo! Em cada respirar...
Escrevo que estou respirando
Vivo escrevendo.
Escrevendo que vou vivendo,
Escrevendo que escrevi...
Escrevi!
Esperando chover
Esquecido
Sempre me lembro de te esquecer,
E mais uma vez estou pensando em você.
Quando me esqueço... me esqueço de mim.
E vou assim...
Levando, empurrando
Correndo, sofrendo...
Procurando algum lugar onde não haja você.
E não encontro!
E se não te encontro, me perco.
E vou assim...
Lembrando, procurando,
Correndo, esquecendo,
Levando, sofrendo,
Sozinho, esperando...
O dia não se fez.
Talvez um dia o talvez não exista,
E talvez eu não, resista.
E até lá...
Vou me lembrando de esquecer,
De me esquecer de me lembrar,
De que eu amo você.
Eu sei o que você quer
Existe um
ser
Labirinto
de egos
Lágrima Cadente
Tuas lágrimas evocam em mim,
Um desejo prático de ser louco e feliz.
Seu olhar clemente envolto de um sorriso cálido,
Me leva ao limiar...
À necessidade de refutar as crenças,
Que moveram corpos por milênio de luxúria.
Renasce o sentimento límpido,
Em um débil e culpado coração.
De meus lábios não mais escarro,
Palavras doces e notas primaveris.
Sem mais ânsia, ganância... distância.
Tua lágrima cadente,
Passou por minha constelação fria,
De vícios e melancolia,
E me trouxe ao perigo do calor,
De nos queimarmos tentando.
E se esfriarem as coisas,
A abstinência seria mortal.
Agora que me tiraste do escuro,
Me ensine as cores, os gostos...seu rosto.
Provaria...
Tu já és minha vida e provaria!
Atiraria em meu peito seco,
Se em meu último instante oco,
Meu último olhar estático,
E o último suspiro que sofreu...
Meus lábios,
Tocassem os seus.
Lembre-se
do amor
Loucos Eus
Menino
O pão da alma
O toque
E lá está ela,
Coberta de asco,
Em um semblante apático.
Reluz mármore o seu olhar pedante.
Envolta por sombras,
Redoma de sua sentença.
Seus dedos longos e secos procuram.
Esperam alcançar a vida
E saciar sua inveja.
Requer almas
E paixões ensangüentadas.
Precisa vingar seu ódio,
Entornar seu tinto licor.
A esperança é seu brinquedo
E seu desfile o holocausto.
E a vida procura...
O seu toque lhe tira
E no fim não sacia.
Seu tato áspero e frio,
Perpassa o limite entre os opostos.
Tenta inutilmente alcançar,
O que logo não existirá.
A rotina se segue...
E por amor,
O sangue se esvai.
Ouço o silêncio
Palavras?
Paz e amor
Querida
Rir ou sofrer
Se for...
Elegia à Dona
I
das Cores.
Tudo é cinza sem você.
Nem preto nem branco.
Cinza caem sem te ver.
Eu vejo meninos e meninas aos cantos,
Enquanto eu canto pra não te esquecer.
Existe uma alma em pranto,
Enquanto eu santo sofro sem por que.
Há um suicida bêbado esperando por alguém...
A esperança da vida ante a navalha do tem.
II
Tudo é cinza sem você.
É que você é minha aquarela,
Meu prisma, minha prima-bela.
E a íris do meu arco-íris.
Vê? Sou a ponte cinzada,
Por onde desliza a risada,
Por onde passam felizes,
Suas cores felizes!
III
Me quebraria os ombros,
O peso de um mundo enganado,
E tudo não passaria de escombros,
E o mundo estaria acabado.
Não valeriam seus restos,
Não fossem seus gestos,
Suas fadinhas safadas,
Que encantam encantadas,
A colorir meus protestos.
IV
Mas nada é como antes!
Andas tão distante...
Como quando a vi hoje a tarde,
Era nuvem à tarde.
Mas era estrela antes,
Como as estrelas ficam distantes!
E de todos os sóis os pores,
Na ausência de teus amores,
Na falta de suas cores,
Ficam apenas essas cinzas dores...
V
É cinza o bêbado chorando.
É cinza o menino perdido.
É cinza um cachorro que passa procurando.
É cinza o dono morto por bandido.
É cinza um menino carvoeiro.
É cinza uma menininha de vermelho.
É cinza um pai sem emprego.
É cinza meu lado do espelho...
VI
Tudo é cinza sem você!
Nem branco, nem preto.
E eu sou um dia e noite em cinzas.
E uma ponte com defeito,
Por onde a risada desliza.
Por onde passeiam amores,
Por onde derrama suas cores.
Por onde correm felizes.
Suas sinas de Íris!
Seu poder
Seven boys
Que saudades da infância,
Velhos tempos de criança,
Em que o Papai Noel,
Trazia meu superman.
E o quintal era meu mundo,
A minha família era um povão,
E eu não comia tudo
E armava de montão.
Mamãe me dá meu seven boys,
Eu to aqui vendo TV,
Depois vou sair pro mundo,
Brincando de crescer.
Sinto falta da ausência,
Sinto falta da inocência
E mais falta das minhas bolhas de sabão.
Ah... as lutas de espada,
De vassouras armadas,
De imaginação.
Meus heróis de quadrinhos,
Não voam mais e não soltam mais raios.
E os carrinhos agora matam.
Os bonequinhos são gente de bem.
As bolinhas de gude já não são mais.
E pipa, é um caminhão de água.
E águas passadas me movem
E águas passadas não ouvem,
Quando são chamadas.
Sinto falta dos anjinhos,
Que não posso ver.
Silenciosas
canções
Só
E...
Sou só!
Mas quem não é,
Só?
Sonho só.
Acordo só.
Estou um pólo só.
Preciso de colo,
Estou sem solo.
Cadê o Sol?
A Lua é só.
Estou num pó
E num cansaço só.
Sou somente eu sozinho.
Perdido a caminho do Sol.
Sofia Beatriz
Bia Biou!
Você nem imagina,
O quanto papai te amou!
Te amou e te ama sempre,
E eternamente te amará.
Por todos os caminhos,
Por todo o caminhar.
Você é minha piquininha,
Minha caçulinha, só minha.
Bia Bebê,
Você nem sonha,
O quanto papai ama você!
Ama de dia, ama de noite,
Quando fala “ti”
Quando fala “ai”
E principalmente quando chego
E você corre “papai”!
Sofia Beatriz
Se agora já for mulher
Saiba que tudo o que fiz
Foi por um sentimento... amor.!
Eu te amo!
Sóis azuis
Sonhos Caídos
Um ser do único
amor
Temos amado tanto sem saber amar.
Vamos amando aos poucos os nossos pecados.
Vamos amando os poucos e aos pedaços.
E amamos mais a praia que o mar.
Amamos tão errado e todos podem ver,
O que sentimos pelos lucros infinitos,
E como nos é querido aquilo que pudermos obter.
Ter a casinha que desenhávamos
na infância não é bonito?
Ter também quando adultos seus carrinhos de bater.
E por fim do horror amamos
mais o sexo que o amor,
Mais a tensão que a calma, mais o corpo que a alma.
E amamos coisas que não fazem nenhum sentido.
Tudo que tenha matéria e possamos pegar e usar,
E amamos coisas que nos destroem
como tomamos comprimidos.
Será que um dia amaremos o outro como a nós mesmos?
E todos como o tudo e a tudo como a todos?
E será que seremos um dia um ser do único amor?
Vazio
Já me senti um Sol,
E nem gigante fui.
Vermelha, somente a sensação,
Antecessora ao fim.
E frio, tão frio...
Vazio.
Morreu com frio,
O meu eu Sol.
Minha luz caiu
E me tornei pó.
Um pedacinho,
De poeira estelar.
Meio sem caminho.
Meio sem lugar.
Meio sem carinho.
Meio sem amar.
Poema da Montanha
Peter Cabral