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A Grécia antiga se formou da miscigenação dos povos Indo-Europeus ou arianos (aqueus, jônios, eólios, dórios). Eles
migraram para a região situada no sul da península Balcânica, entre os mares Jônico, Mediterrâneo e Egeu.
Não existia o modelo de escola como conhecemos na Grécia Clássica. O jovem cidadão estava constantemente aprendendo. A
própria família tinha essa responsabilidade, conforme a tradição religiosa, e muitas atividades reuniam os gregos em
comemoração: esses eram os momentos que faziam a Educação acontecer naturalmente.
O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na formação escolar, a preocupação recaía,
prioritariamente, sobre a prática esportiva.
Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida social.
O homem era visto não só como um ser racional, mas como o centro do universo
A busca pelo conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da observação e da investigação do mundo
levaram ao desenvolvimento da Filosofia na educação ateniense. A paideia é o modo como era compreendida a educação na
Grécia Antiga. O termo "paideia" deriva da palavra grega paidos (criança) e significa algo como a "educação das crianças".
A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada sociedade.
EDUCAÇÃO ATENIENSE
O principal objetivo da educação em Atenas era preparar integralmente o cidadão.
A educação formal grega praticada em Atenas era direcionada somente aos homens a partir dos sete anos de idade e visava o
desenvolvimento físico e intelectual do ser humano, baseando-se em três pilares: a ginástica, a música e a escrita.
Na polis ateniense a ágora era o principal lugar de manifestação da opinião pública, a cidadania cotidiana. Onde o povo
se reunia em assembleia e deliberar sobre as questões de interesse da comunidade. A educação de Atenas tinha como finalidade
preparar os futuros cidadãos para a política, ou seja, para a retorica de modo que fossem capazes de se expressar oralmente
prontos para o diálogo e o convencimento. Assim, a educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da
Filosofia, que pode ser dividida em três fases:
Período pré-socrático
Buscava-se explicar as questões da natureza e a origem do mundo.
(E: Tales de Mileto, também primeiro matemático.)
Período socrático
A reflexão residia sobre o homem. Este foi o momento em os filósofos clássicos estudados se destacaram.
(E: Sócrates, Platão e Aristóteles)
Período helenístico
A Filosofia ficou marcada pela visão cristã e por soluções individuais em detrimento do coletivo.
(E: Estoicismo, Cinismo, Epicurismo...)
EDUCAÇÃO ESPARTANA
A educação em Esparta era mais voltada para a formação de soldados para as guerras.
Chamado de agoge organizado por Licurgo o ensino era obrigatório e estava voltado para formação militar. Eram criados
em casa rigorosamente e após esse período o estado assumia a educação e os treinavam. Aprendiam a suportar a fome, frio, a
dormir com desconforto e a vestir se de forma despojada além disso a manobras militares com o propósito de se tonar hábeis.
“A disciplina era um valor, e o respeito dos guerreiros a seus superiores era primordial. Assim, a educação moral espartana
valorizava a obediência, a aceitação dos castigos e o respeito aos mais velhos, bem como privilegiava a vida comunitária.”
ARANHA, 2000, p. 51
IMPERIO ROMANO
Para compreender a Educação no Império Romano, necessitamos buscar alguns elementos entre aqueles conhecidos
como seus grandes pensadores: poetas, filósofos e historiadores.
Destacaremos três destes ilustres personagens:
Patrística
Pretende expor racionalmente a doutrina religiosa, com destaque para Agostinho de Hipona.
Escolástica
Predominante nos espaços escolares durante o Renascimento Carolíngio e readaptada a partir do racionalismo cristão e de Tomás
de Aquino.
A base do pensamento educacional na Idade Média é o neoplatonismo cristão
Essa corrente filosófica misturava traços da leitura de Platão e princípios diversos filosóficos do Mediterrâneo, como estoicismo, e
os preceitos da religião cristã.
O nome mais importante para a Educação formulada para a Igreja e para além dela é o bispo africano Agostinho de Hipona (354-
430). Ele estruturou seu pensamento como os demais
membros da Patrística, isto é, combinando elementos da fé a princípios filosóficos de nomes importantes da cultura clássica, como
Platão (428 a.C.-347 a.C.) e Plotino (204 d.C.-270 d.C.).
Boa parte do conhecimento originário da Antiguidade foi preservado graças ao papel desempenhado pelos mosteiros e igrejas, que
reproduziram manuscritos clássicos elaboraram manuais e enciclopédias. Depois da Patrística, uma nova geração de bispos se
notabilizou por escrever, defender e disseminar a Educação, como Marciano Capela, Cassi odoro, Boécio, Isidoro de Sevilha e
Breda.
Quando falamos em Educação no período em questão, notamos a prevalência do modelo chamado de Sete Artes Liberais, que foi
criado por Marciano Capela. Essa divisão é marcada por três artes da alma: Trivium; Inspiradas por Deus, e quatro artes humanas;
Breda
TRIVIUM
A capacidade de bem falar, bem escrever e bem argumentar é atribuída à Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo.
DIALÉTICA
Exercício filosófico do convencimento, o ponto preciso para se atingir a verdade. É uma das grandes bases de relação entre o
exercício da cultura greco-romano e a religião.
RETÓRICA
Exercício do bem falar, da praça pública, e lida com estilo, com o envolvimento.
GRAMÁTICA
Exercício de escrever, dominar os aspectos do que já havia sido escrito, reproduzir e construirá escrita com perfeição. O latim era
uma língua entendida como sagrada.
QUADRIVIUM
As artes humanas tinham relação direta com a mão humana, trabalhos artesanais e com a interpretação do mundo.
ARITMÉTICA
Representa a interpretação do mundo, a base matemática de explicação das coisas. Ela fez com que muitos clérigos virassem
contadores, ou controladores dos reinos. Os números são seu principal objeto.
Imagem: Lês septo artes liberal/Wikipedia Commons/licença CC-BY-2.5
GEOMETRIA
Era usada nos exercícios de medida, normalmente voltados à prática e à interpretação da prática, como construção de moinhos,
rodas de transportes e construções como igrejas emuralhas. Envolve também a medida de distâncias, rios e trajetos diversos.
MÚSICA
Muitos não sabem, mas existiam escalas e teoria musical na Idade Média. No entanto, é importante destacar que, para a Igreja, só
era música aquilo que tinha as escalas corretas, tocadas nos ambientes corretos e com o objetivo de aproximar o homem de Deus.
Músicas de festa e cantos de guerra eram duramente recriminados.
ASTRONOMIA
A mais contestada das artes. Muitos defendiam que era perigosa por ser confundida com relações pagãs, pois era responsável
pelas colheitas, marcação de datas e calendários e ainda efeitos.
Durante a Alta Idade Média, os reinos viviam um quadro de constante disputas, quedas substituição das estruturas
políticas. Nesse momento, aparece uma das principais iconografias representativas da Idade Média: as histórias arturianas. Nos
séculos anteriores, as ilhas britânicas eram o verdadeiro fim do mundo romano. As muralhas de Adriano representavam, de
alguma forma, o fim da civilidade.
Ainda que derrotados pelos saxões, a ideia de que um libertador reuniria as forças locais expulsaria os inimigos passa a ser
fortemente construída. A figura de Arthur só ganhou seus contornos mais típicos nos textos franceses do século XII, mas já
revelava um certo espírito das ilhas britânicas em imaginar um salvador político.
Por que essa história é importante para a Educação?
A ideia de um unificador, um salvador que uniria aqueles povos, também seria utilizada espírito das, mas de forma
diferente. Se um une pela espada, o outro une pela palavra, espírito das de unir as pessoas sob uma mensagem de cunho religioso.
A Educação teria a função de mostrar esse papel. Existem muitos “mitos” britânicos nesse sentido, mas o mais famoso é Breda, o
Venerável, que, na Irlanda, fundou mosteiros, recuperou Patrício como herói que trouxe o cristianismo aos bárbaros e explicou
como a Educação, pautada nas Sete Artes Liberais, era o caminho para a religião e, por consequência, para a Salvação.
Agora vamos falar da segunda grande reforma da Educação na Idade Média: a Escolástica
. Muitos manuais de História da Educação citariam Tomás de Aquino e a recuperação de textos aristotélicos, um movimento
chamado de racionalismo cristão. Mas falta uma peça desse quebra-cabeça, pois, é claro, que não foi uma mudança repentina a
ideia de mudar o caminho filosófico que seguíamos e, com isso, a Educação.
ESCOLÁSTICA
Termo que significa produção intelectual ligada à escola.
A Escolástica é um movimento que vem de diversas influências. Optamos por duas delas:
REFORMA CAROLÍNGIA
Termo histórico inventado para mostrar como importantes mudanças da Educação na corte de Carlos Magno foram iniciadas e
abriram caminho para a Escolástica.
INFLUÊNCIA DOS MUÇULMANOS
Maomé não trouxe só outra religião. A partir da sua fundação, um novo mundo, um novo sistema de governo e uma nova forma
de ver a Educação foram criados. O tamanho e o poder dessa presença foram tão grandes que fizeram com que eles dominassem
norte da África, solda Europa e partes importantes da Ásia. Mas não era pela espada, era uma expansão que tinha muito comércio
e cultura.
CULTURA CRISTÃ X ISLÂMICA
Será que é possível comparar as duas culturas? Sim, é. Vamos perceber as características deum modelo e de outro e, dessa forma,
mostrar como a Escolástica bebe desta relação.
Erudição
ISLAMISMO
Essa cultura teve dois tipos de escola: elementar e superior. Na escola elementar, o foco do ensino era o Alcorão, que possui um
conteúdo interdisciplinar, pois aborda, além da questão religiosa, assuntos sobre direito, política, sociedade e noções básicas sobre
ciências. Já no ensino superior, além da abordagem religiosa, havia várias áreas do saber, como a Química e Gerontologia, estudo
do
sexo
, e a Medicina – inclusive com o desenvolvimento de cirurgias.
A erudição se manifestava pela tradução de intelectuais de diversas religiões e partes do mundo para o árabe, permitindo que suas
ideias circulassem.
CRISTIANISMO
O que dá legitimidade a algum elemento, ou seja, o que deixa algo reconhecido de forma viva revalorizada? Mostrar que existem
antecessores importantes e pares poderosos. Esse é um traço da cultura escolar construída. O tempo todo afirma-se por meio de
herdeiros de santos, herdeiros de intelectuais, pares de reis, bispos, ou seja, criando uma rede, que é valorizada ao dizer que um
estudou com o outro e isso foi tônica durante o Renascimento Carolíngio.
A pregação é feita sempre usando as Sagradas Escrituras, mas nunca apenas elas. Primeiramente, o pregador mostra como é
erudito e busca as palavras de um clérigo importante que tenha comentado sobre a mesma passagem.
O povo árabe foi, de alguma forma, aquele que reinseriu a cultura clássica no Ocidente. Esse fato foi possível em virtude, do
entendimento que tiveram da ciência grega, o que não se caracterizou como imitação. Dessa maneira, ao inserir seus elementos
religiosos e científicos, acabaram difundindo elementos gregos que tinham sido remodelados. O ensino árabe também recebeu
forte influência das escolas gregas e romanas.
Em parte, isso se deu pelo ensinamento de Maomé que mandou que seu povo fosse atrás do conhecimento não importando onde
tivesse que chegar. Trilhando esse princípio, filósofos e sábios árabes edificaram uma grande civilização que incorporou a cultura
e o conhecimento de outros povos. Foi dessa maneira que os árabes transmitiram grande conhecimento à Europa, como ocorreu,
por exemplo, com a bússola, o astrolábio, o papel e a pólvora
As reformas realizadas por Carlos Magno e seus conselheiros foram importantes. A principal delas foi a reforma da escrita. A
nova escrita,
minúscula carolíngia
, é clara, normalizada, elegante, mais fácil de ler e escrever. Podemos dizer que foi a primeira escrita europeia. Numa intensa
atividade de cópia de manuscritos nos
scriptorium
monásticos, reais e scriptorium introduziu uma nova preocupação com a clareza e a pontuação.
Carlos Magno também buscou corrigir o texto da Bíblia. Esse cuidado de correção, que animará a grande atividade de exegese
bíblica no Ocidente Medieval, é uma preocupação importante que concilia o respeito pelo texto sagrado original e a legitimidade
das emendas devidas ao progresso dos conhecimentos e da instrução.
A Educação urbana, considerada menor, que passou a se organizar e se difundir a partir da Reforma Carolíngia, é fortalecida com
o crescimento das cidades. Assim, aumentaram as trocas comerciais e culturais com o mundo muçulmano. A soma destes dois
fatores criou um terreno fértil para outra cultura educacional.
Por isso, o movimento intelectual conhecido como Escolástica, que marca a mudança do pensamento educacional medieval, só
pode ser compreendido a partir do entendimento deste novo mundo.
A Escolástica não é algo fácil de entender. Para facilitar a compreensão, veja algumas chaves de explicação:
Ela é um movimento relacionado ao crescimento do comércio e dos centros urbanos na Europa, consequentemente, marcado pela
disputa de intelectuais.
Ela muda o lugar de Deus. Sim! Se Deus era algo a ser alcançado, agora Ele está dentro década um de nós e alcançá-lo é uma
operação racional.
O papel da Educação nisso é preparar o sujeito para que ele possa ativar sua centelha divina, seu lugar de razão e mergulhar em si
para poder alcançar a Deus e explicar o mundo.
O século XIII europeu, caracterizado pelo crescimento urbano e comercial, foi também, no ambiente citadino, o século da Europa
escolar e universitária. Assistiu-se, a partir do século no ambiente pelos burgueses, a multiplicação das escolas urbanas. Por
extensão, criou-se uma fundação capital para o ensino na Europa, o nascimento mais extraordinário e que introduziu uma tradição
ainda viva atualmente: a das “escolas superiores”, também chamadas de universidades.
Essas escolas superiores ganharam, ao término do século XII, a denominação de
chamadas de
(escola geral), que significava uma condição superior e uma instrução de traço enciclopédico. As universidades, localizadas em
regiões de grande presença de organização de ofícios urbanos, aparelharam-se em corporação como os outros ofícios e adotaram a
terminação “universidade”, que expressava corporação. Tal vocábulo foi usado pela primeira vez em Paris, no ano de 1221, para
indicar o grupo de mestres e de estudantes parisienses
A partir do final do século XII, principalmente ao longo do XIII, vemos a consolidação de uma instituição, com regras e cátedras
(cadeiras) reconhecidas pelo papa. Seu modelo era semelhante ao de um mosteiro, mas, ao invés de um abade, havia um
retor
(reitor). Além disso, o reconhecimento do título passa a ter uma cerimônia em que o mestre, representando ser o portador do
conhecimento, dá a outorga ao aluno, transformando-o em um novo portador do dom.
Para entender isso melhor, olhe para os cerimoniais de formatura que ainda existem hoje. Todos ainda se baseiam na tradição e
sua reprodução. O magnífico reitor outorga o grau – não mais por Deus, mas pelo Estado e pela instituição – colocando o aluno na
condição de membro da
As novas universidades não nasceram do nada. São
filhas
das escolas que se formaram desde Carlos Magno, mas seu modo de pensar e operar, sua formalização, dependeu do novo
momento político, vivido no século XIII. As universidades são campos abertos para novas ideias. Não à toa, são espaços vitais da
Escolástica e do pensamento aristotélico.
ARISTÓTELES
De certo modo, foi o principal teórico das universidades do século XIII e, especialmente, da Universidade de Paris. Apesar de seus
textos já terem sido traduzidos para o latim há muitos séculos, foi a partir do século XIII que se destacaram nessas traduções
oriundas do árabe para línguas
vernáculas
a sua metafísica, sua ética e sua política. Assim, podemos afirmar que houve um aristotelismo medieval por volta de 1260-1270,
pois suas ideias estavam presentes em quase todo o ensino universitário.
A Escolástica deriva do desenvolvimento da Dialética, uma das artes que compõem o Trivium, “a arte de argumentar por
perguntas e respostas numa situação de diálogo”. O fundador da Escolástica é Anselmo de Cantuária (1033-1109), para quem a
Dialética é o procedimento principal da sustentação da reflexão ideológica. O objetivo da Dialética é a inteligência da fé, cuja
fórmula ficou famosa desde o período medieval: fé em busca de entendimento (, cuja intelecto).
QUAESTIO
Elaboração de um problema, ou seja, na exposição de uma questão.
A DISPUTATIO
Discussão do questionamento entre mestres e alunos.
A DETERMINATIO
Resolução do problema por parte do mestre. Vale lembrar que, no século XII, no programa das universidades, havia um exercício
cujo fim era a
demonstração do talento intelectual dos mestres. Nessas oportunidades, duas vezes ao ano, os discentes propunham ao mestre uma
questão de qualquer temática. O renome e o status dos mestres, muitas vezes, se faziam em cima de sua competência de replicar a
esses assuntos.
EDUCAÇÃO NO PERIODO RENASCENTISTA
É importante analisarmos mais detalhadamente o conceito de moderno para compreendermos como ele interfere na
Educação que conhecemos. Moderno e seu derivado, modernidade, não são apenas palavras; são conceitos e, por isso, podem ter
múltiplos significados.
A origem da ideia de moderno como novo surge de uma construção histórica. Tradicionalmente, os historiadores
convencionaram dividir a História em eras para melhor compreendê-la e ensiná-la. Essa proposta, que chamamos de linha do
tempo, foi muito utilizada como método de estudo, sobretudo no século XIX, pelos positivistas nesse recurso, vemos que a
História começa na Idade Antiga com o aparecimento da escrita. Isso se fundamenta na premissa da tradição europeia de que
povos sem escrita não teriam história, por isso, Pré-história. Essa concepção justifica, por exemplo, o estudo dos povos indígenas
e africanos ter sido relegado durante tanto tempo.
Nesse recurso, vemos que a História começa na Idade Antiga com o aparecimento da escrita. Isso se fundamenta na premissa da
tradição europeia de que povos sem escrita não teriam história, por isso, Pré-história.
Essa concepção justifica, por exemplo, o estudo dos povos indígenas e africanos ter sido relegado durante tanto tempo.
Um período histórico não começa e termina com um único evento, por mais importante e significativo que ele seja. O
conhecimento e a cultura são frutos de um acúmulo, que ocorre ao longo dos séculos. Temos, portanto, em nosso modo de
viver, contemporâneo, diversos legados de períodos anteriores, dos quais alguns são notórios enquanto outros são menos
evidentes.
Seu olhar provavelmente foi direcionado para a primeira imagem, enquanto na segunda é possível que tenha havido um certo
estranhamento. Isso acontece porque parte significativa de nossa “educação estética” esteve voltada para os padrões europeus e
não para o continente americano.
Essa construção estética que observamos foi articulada durante a Idade Moderna, período em que partida sociedade ocidental
como conhecemos se estruturou.
Veja como Deus pode ser retratado de formas diversas.
Idade Antiga
Os fenômenos do mundo e da vida humana eram explicados pela mitologia. Havia deuses que se encarregavam de manter a ordem
da Terra e seu funcionamento.
Idade Média
Os deuses deram lugar a um único Deus cristão, em torno do qual o mundo medieval se organizava culturalmente.
Idade Moderna
O saber científico começa a ganhar espaço.
Iluminura do racionalismo medieval, considerado o movimento pai da modernidade.
Idade Contemporânea
Saber científico modificando as sociedades.
A locomotiva a vapor é um grande símbolo das transformações econômicas e sociais que são a marcado mundo contemporâneo.
PERÍODO MODERNO
A Idade Moderna foi um período de intensos questionamentos e rupturas. Não que, subitamente, tudo se fez novo e tudo que era
ultrapassado tenha desaparecido. Mas, aos poucos, surgem novas formas dever o mundo, novas maneiras de explicar aquilo que se
vive.
O ser humano é questionador por natureza; e esse desejo de aprender, sobre si e sobre o ambiente em que vive fortalece e
consolida a criação de instituições escolar. Em cada tempo histórico, esse aprendizado teve um fundamento, uma forma de
organização.
FAMÍLIA
A família passa a ser fundamental para a inserção e o desenvolvimento do indivíduo na sociedade. Com
a decadência do feudalismo, um processo que levou séculos, as cidades passaram a recuperar sua
importância comercial, com o estabelecimento de feiras e a intensificação do comércio, e aquele que
nelas vivia – o burguês – passou a ser sinônimo de comerciante. À medida que alcançava prosperidade
financeira, marcada por para si um novo tipo de família. Seus filhos deveriam ser instruídos e educados
para continuarem seu ofício e assumirem seus negócios.
RENASCIMENTO
O Renascimento, movimento intelectual ocorrido no final da Idade Média e durante a Idade Moderna, um tema que tem sido
exaustivamente estudado. Não só pela sua importância na concepção da história intelectual do Ocidente, mas também pelas
rupturas que provocou na organização do conhecimento até então estabelecido.
O pensamento educacional no Renascimento e no movimento intelectual que o segue, o Iluminismo, se estrutura apoiado em
diversos autores. Analisaremos dois diferentes pensadores para compreendermos suas ideias e como eles influenciaram o campo
da educação.
NICOLAU MAQUIAVEL
Foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico renascentista. É reconhecido como fundador do pensamento e da
ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.
Educação para Maquiavel estava, inegavelmente, vinculada à virtude. Mas ele não é o único pensador moderno que entendia a
educação dessa maneira. O sentido de virtude aparecia em outras propostas pedagógicas, como a do filósofo inglês John Locke
(1632-1704)
JOHN LOCKE
Locke viveu em uma Inglaterra dividida entre um parlamento e a monarquia. Sua origem burguesa fez com que tendesse
para a defesa do parlamento e o desenvolvimento de teorias, que constituiriam o sistema liberal, basilares para a história política e
econômica da Inglaterra.
O pensamento de Locke faz parte do que chamamos de autores contratualistas. Esses pensadores acreditavam na
existência de um contrato social que seria, de forma bastante resumida, um contrato tácito entre Estado e indivíduo. Para ter
direito à vida em sociedade, à manutenção da propriedade e à garantia da vida e da segurança, o indivíduo abriria mão de seu
direito fundamental, a liberdade, legando ao Estado o direito de prender, julgar e punir com a privação da liberdade e, em casos
extremos, da vida para garantir o bem comum.
O racionalismo renascentista permitiu que essas discussões ocorressem. Esse princípio buscava compreender o mundo
por meio da observação dos fenômenos, recusando explicações simplistas ou de caráter religioso. Mesmo os questionamentos
simples, possuíam anteriormente, respostas teológicas.
A Física, a Química, a Medicina e a Botânica passam a oferecer novas formas de compreender mundo. Essas ciências se baseiam
no empirismo, na observação dos fenômenos. O empirismo foi um dos pilares da modernidade e, como pensamento, está presente
até nossos dias. A razão e a empiria renascentista eram alguns dos pilares do movimento iluminista, que ocorreu no século XVIII.
Esse período ficou conhecido como Século das Luzes, em oposição às trevas que obscureciam a razão. Cada vez mais razão e
ciência passaram a ser vistas como fontes desconhecimento, e aumentava a necessidade de se educar com base nos princípios da
empiria e da razão. Um de seus principais representantes, no que toca ao debate acerca do conhecimento e do aprendizado, razão.
Um Kant (1724-1804)
A PEDAGOGIA EXPRESSA NA FILOSOFIA KANTIANA, EMBORA FIEL AOS IDEAIS ILUMINISTAS, É, AO MESMOTEMPO,
UMA CRÍTICA A ESSES MESMOS IDEAIS. PARAKANT, A RAZÃO JAMAIS DEVE PRESCINDIR DE UMACRÍTICA DE SUA
PRÓPRIA CAPACIDADE. APREOCUPAÇÃO ESSENCIAL DO FILÓSOFO COM AEDUCAÇÃO INSERE-SE NO CAMPO DA
MORAL, POSTOQUE O SER HUMANO NÃO NASCE MORAL, MAS TORNA-SEPOR MEIO DA EDUCAÇÃO, CUJA FUNÇÃO
PRIMORDIALCONSISTE EM FAZER DESPERTAR A REFLEXÃO CRÍTICANO ALUNO. A FORMAÇÃO DO CARÁTER NA
PEDAGOGIAKANTIANA ASSENTA-SE NO CULTIVO DA BOA VONTADE, CUJO FUNDAMENTO É O IMPERATIVO
CATEGÓRICO QUE, POR MEIO DO EXERCÍCIO CRÍTICO DA RAZÃO, UNE OSUBJETIVO E O OBJETIVO, O
INDIVIDUAL E O COLETIVONUMA MESMA ORDEM.
Não havia uma separação entre Igreja e Estado. Isso significa que a Igreja podia prender e julgar aqueles que, segundo seu
entendimento, cometessem crimes de fé, como renegar princípios católicos. A despeito do temor que as punições provocavam,
diversos pensadores, chamados de reformistas, questionavam a conduta da Igreja Católica, o que desencadeou, na Idade Moderna,
na chamada Reforma Religiosa. É nesse contexto que as reformas de Martinho Lutero (1483-1546), considerado o Pai da
Reforma Protestante, ganham força. Daquilo que via como contradição, era a venda de indulgências um dos principais alvos de
suas críticas. Martinho Lutero e a Reforma Protestante provocaram uma enorme mudança na Educação, posto que na Idade Média
cabia apenas à Igreja Católica o papel de ensinar, além de ela monopolizar a produção de livros.
CONTRARREFORMA
A Reforma Protestante provocou a resposta da Igreja Católica, conhecida como Contrarreforma Católica. Foi realizado então o
Concílio de Trento, que começou em 1545, cujas competências eram:
Aprender A Conhecer
Aprender A Fazer
Aprender A Viver Com Os Outros
Aprender A Ser
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Um importante passo para a Educação brasileira foi a preparação e publicação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). É mais do que um documento que estabelece como, quando e porque determinados conteúdos serão ensinados. Assim, o
que importa é construir um projeto educacional que contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como os aspectos
cognitivo socioemocional, o desenvolvimento físico, cultural etc. A ideia é que o aluno consiga aplicar conhecimento aprendido
no seu cotidiano. O objetivo é formar o indivíduo para a vida cidadã, prometida transmissão de valores que permitam a boa
convivência social.
Confira as dez Competências Gerais da Educação Básica (Ensinos Infantil, Fundamental e Médio):
Conhecimento
Pensamento científico,
Crítico e criativo
Senso estético
Comunicação
Argumentação
Cultura digital
Autogestão autoconhecimento e autocuidado
Empatia e cooperação
Autonomia
O que é uma Educação de sucesso?
De acordo com publicação do jornal O Globo, os países nórdicos e asiáticos possuem altas taxas de suicídio. Isso nos
leva a perguntar por que, nos locais onde a Educação é mais bem-sucedida e nos países que possuem as maiores renascer capta do
mundo, as pessoas se matam? Essa reflexão é relevante para que busquemos um modelo educacional que, além da formação
técnica do indivíduo, possa formá-lo de forma integral.
A partir das diversas leis, medidas e dos decretos estruturados para o âmbito educacional, é possível entender que uma
das grandes inovações nas últimas décadas é a ampliação dos currículos escolares para além do desenvolvimento das habilidades
cognitivas. Isso significa que o espaço escolar não tem como finalidade apenas transmitir conhecimento, mas proporcionar
instrumentos para que as potencialidades dos alunos sejam exploradas. A formação de sujeitos críticos implica, portanto, a revisão
das práticas educativas.
Como já vimos, uma das propostas presentes na BNCC é a formação por competências. Paideia é que o aluno tenha
autonomia para decodificar determinada informação, pesquisar outras referências, comparar fontes e saber estabelecer conexões
entre o passado e o presente
A Educação do futuro tem como pressuposto incentivar o aluno a construir seu próprio conhecimento, associando o
conteúdo ensinado na escola à sua trajetória de vida. Nesse sentido, a tecnologia, quando usada de modo correto, é um
instrumento bastante eficaz na democratização da informação e do conhecimento. O importante é capacitar o educador parque
conheça as potencialidades e os limites dos recursos virtuais. A transmissão de conhecimento levando em consideração a vivência
do estudante confere mais dinamismo e interatividade. Segundo essa lógica, a simples memorização de conteúdos não seria
eficiente.
EDUCAÇÃO NO BRASIL
Diante do caos da criação da República, alguns fatores foram eleitos como primordiais para transformar o Brasil,
e um dos principais era primordiais houve primordiais transformação dos problemas sociais brasileiros através da Educação. Mas,
a ideia de modernização da sociedade – que era o objetivo– Passava obrigatoriamente de modernização de um projeto de
Educação que atendesse ao principal anseio do país: capacitar trabalhadores urbanos para que eles cumprissem seus papeis em
sociedade. Este é o ideal positivista e sua movimentação em favor da Educação.
O BRASIL DO INÍCIO DA REPÚBLICA ERA UM PAÍSEMINENTEMENTE RURAL (60% DA POPULAÇÃO), RECÉM-
SAÍDO DE UM LONGO PERÍODO DEESCRAVIDÃO (MAIS DE TRÊS SÉCULOS ATÉ AABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM
1888), COM TAXASDE ANALFABETISMO HOMOGÊNEAS, QUESUPERAVAM 80%, COM ÍNDICES MUITO PRÓXIMOSDO
NORTE AO SUL DO PAÍS, EXCETUANDO-SE ACAPITAL FEDERAL, ONDE A TAXA RONDAVA OS 45%.
(BOMENY, 1993)
A maior parte da população era autodidata por necessidade ou simplesmente não tinha educação formal. Classes médias
de profissionais liberais, filhos de funcionários públicos, ou filhos da elite financeira ocupavam os bancos formais de Educação e,
entre eles, existiam posições diferentes. Mas a pressão pelo avanço que seria proporcionado pela modernização cresceu e as
iniciativas pela Educação acompanharam.
1850
A partir desse ano, ainda no Império, ocorreu a uniformização do ensino em todo o país. Essa ação reformadora atingiu
as Faculdades de Medicina e os cursos jurídicos que passaram a sede nominar Faculdades de Direito.
1854
A administração geral do ensino primário e secundário na Corte passou a ser regida por um Inspetor Geral, com a
colaboração do Conselho Diretor, composto de sete membros e de Delegados de Distrito. O ensino particular só poderia ser
exercido com prévia autorização do Inspetor Geral e com relatórios trimestrais dos estabelecimentos aos respectivos delegados.
Os diretores e professores dos estabelecimentos particulares ficariam igualmente obrigados a habilitar-se perante a Inspetoria da
Instrução Pública, mediante a apresentação de provas de capacidade profissional e de moralidade.
1882
Rui Barbosa apresentou dois pareceres ao Parlamento: um sobre a reforma do ensino secundário e superior e outro sobre
o ensino primário. Assim, a escola popular foi elevada à condição de redentora da nação implantando o ensino primário
obrigatório, dos sete aos quatorze anos, gratuito e laico.
1891
A Constituição de 1891 determinava a descentralização do ensino, cabendo à União legislar sobre o ensino superior na
Capital Federal, delegando aos estados a responsabilidade de organizar todo o seu sistema escolar.
1900
Na primeira década do século XX, o mundo avançava para uma crise e países que até então eram exclusivamente agrários
passaram por movimentos de substituição de importações. Foram inauguradas fábricas de tecido, fábricas de transformação e as
cidades cresceram. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Belém e Manaus passaram a ser atrativos de
pessoas, com o consequente crescimento de seus problemas urbanos. O maior deles para essa elite era a qualidade da mão de obra.
Portanto, era urgente educar o Brasil.
Seguindo sobre a questão da moral:
Foi organizada em duas categorias: de 1º grau, para crianças de 7 a 13 anos e de 2º grau para os de 13 a 15 anos. Para
ingressar nas escolas primárias de 2º grau, o aluno deveria apresentar o certificado de estudos do grau precedente.
O ensino no primeiro grau compreendia:
Segundo Cartolão (1994), Benjamin Constant acreditava que só pela educação um povo poderia construir sua
cidadania.
Chegaram ao Brasil novas ideias pedagógicas e se formou um novo corpo de sujeitos: especialistas em Educação,
que passaram a questionar os modelos que estavam sendo estabelecidos, escolas que eles chamavam de tradicionais, centradas na
atuação do professore na repetição. Os especialistas tinham a ideia de que o Brasil, uma vez mais, estava atrasado essa crítica não
ficava só no campo da Educação. O novo movimento foi chamado Pedagogia Liberal.
SÉCULO DA PEDAGOGIA
O século XIX ficou conhecido como o Século da Pedagogia. Naquele momento, buscava-se cada vez mais um modelo
educacional que respondesse de forma crítica às demandas da luta de classes, burguesia versus proletariado, que envolveu a
sociedade desse tempo. Houve uma radicalização das ideias pedagógicas, colocando-as como centro do processo de controle
social.
A palavra-chave da Base Nacional Curricular Comum é competências. Ela propõe o desenvolvimento de competências distribuídas
nas disciplinas curriculares, que devem, por meio do desenvolvimento de habilidades, serem respondidas pelas atitudes concretas do aluno em
todos os locais de sua convivência.