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FACULDADE DA REGIÃO SISALEIRA

BACHARELADO EM DIREITO

CÂNDIDA J. SANTOS, JOÃO H. J. NASCIMENTO, LETICIA I. S. OLIVEIRA,


RODRIGO C. SILVA.

TUTELAS ANTECIPATÓRIAS: TUTELA DE URGÊNCIA E TUTELA DE


EVIDÊNCIA.

Conceição do Coité-BA
2022
CÂNDIDA J. SANTOS, JOÃO H. J. NASCIMENTO, LETICIA I. S. OLIVEIRA,
RODRIGO C. SILVA.

TUTELAS ANTECIPATÓRIAS: TUTELA DE URGÊNCIA E TUTELA DE


EVIDÊNCIA.

Artigo Ciêntifico apresentado ao curso de


Direito da Faculdade da Região Sisaleira
(FARESI), sendo utilizado para fins
avaliativos na disciplina de Direito
Processual Civil I.
Prof.: André de Jesus

Conceição do Coité-BA
2022

1
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO ...............................................................................................................4
2.1. TUTELA DE URGÊNCIA ...........................................................................................................4
2.1.1. REQUISITOS .......................................................................................................................4
2.1.2. A NÃO IRREVERSIBILIDADE DOS EFEITOS DA TUTELA DE URGÊNCIA
ANTECIPADA. ............................................................................................................................5
2.2. TUTELA DE EVIDÊNCIA ..........................................................................................................6
3. CONCLUSÃO ..............................................................................................................................6
REFERÊNCIAS: ...................................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO

É observado que a expressão “tutela provisória” começou a ser expressa na


sistemática atual. Essa expressão também pode ser identificada como de urgência (sendo ela
de natureza satisfativa ou cautelar) ou evidência. Tutela provisória é o processo qual o
magistrado antecipa e assegura uma das partes um provimento judicial, essa tutela pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
“A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental” conforme o CPC no art. 294, parágrafo único.
Sendo um conjunto de tutelas diferentes, podendo ser postuladas tanto no processo de
conhecimento quanto no de execução, além disso, as tutelas provisórias jamais vão causar à
formação de um processo autônomo.
O CPC, trás em um único livro de forma sistemática, a tutela provisória, suas
espécies, características e procedimentos. “Nem poderia fazê-lo de forma diferente,
porquanto, ainda que persistam as diferenças entre tutelas satisfativas e cautelares, e ainda
que as tutelas diferenciadas possam estar fundadas em urgência ou evidência, todas
constituem espécies do mesmo gênero.” (GONÇALVES, MARCUS VINICIUS RIOS.
Teoria Geral, p. 355).

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência de natureza antecipada tem caráter satisfativas, ou seja, como o


próprio nome já diz, busca satisfazer a urgência de forma antecipada, evitando riscos ou
danos no resultado final do processo.

O CPC atual exige elementos que evidencie a probabilidade do direito. É necessário


que o requerente aparente for o titular do direito que está sob ameaça e que esse direito
aparente merecer proteção. A medida é deferida em cognição superficial, quando o juiz ainda
não tem todos os elementos para decidir quem tem razão.

2.1.1. REQUISITOS

Requisitos específicos Art.300 do CPC.


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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
§ 1º - Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º - A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º - A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

2.1.2. A NÃO IRREVERSIBILIDADE DOS EFEITOS DA TUTELA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA.

A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade (§3º, do art. 300). É possível que o juíz compreenda quando o
provimento é irreversível e substitua por outra medida que não tenha os mesmos efeitos.
Caso ocorra “o que Athos Gusmão Carneiro chama de “irreversibilidade recíproca”, A
solução será o juiz valer-se do princípio da proporcionalidade, para determinar a proteção
do interesse mais relevante, e afastar o risco mais grave.” (apud GONÇALVES, 2020, p.
384).

O juiz poderá exigir caução para garantia de eventuais prejuízos. Pois caso a medida
venha a ser revogada ou perca a eficácia, servirá para garantir o ressarcimento de eventuais
danos (artigo 300, § 1º do CPC). O art.302 do CPC irá tratar do assunto que atribui
responsabilidade civil ao requerente pelos danos que ocasionar.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários
para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.
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O art. 302 ressalva a possibilidade de incidência cumulativa de indenização por dano
processual, em caso de litigância de má-fé, como previsto no art. 79.

2.2. TUTELA DE EVIDÊNCIA

Medida provisória, onde o autor não fere a jurisdição pedindo ao juiz autorização para
verificar provas documentais do processo antes do transito em julgado.
“Artigo 311. A tutela de evidencia será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo quando: I-Ficar
caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto proposito protelatório da parte; II-
As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
formada em julgamento de casos repetitivos ou em sumula vinculante; III- se tratar de pedido
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de deposito, caso em que
será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV- A
petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável; Parágrafo
único: nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.” Conforme diz o
CPC.
Sendo assim, o réu ou autor do processo, através de uma liminar concedida pelo juiz
consegue acompanhar detalhadamente o que está contido nos autos processuais verificando a
veracidade dos documentos. A tutela de evidência é uma medida provisória que pode ser
revogava ou perder a eficácia e o autor arcar com os danos dos custos dessa medida.

3. CONCLUSÃO
Em síntese, as tutelas provisórias tem como função principal, dar maior efetividade ao
processo. Principalmente por conta da morosidade da justiça, que inegavelmente acaba
prejudicando os menos favorecidos econômicamente, que tem dificuldades de se manter em
um longo processo até que tenha um resultado final. Sendo assim, a tutela provisória garante
a possibilidade de o juiz conceder antes, aquilo que só seria garantido ao final ou medidas
necessárias para segurar a eficácia do provimento principal desde que preenchidos os
requisitos, conforme dispõe o Livro V da Parte Geral. E por meio da tutela antecipada, como
já se pode prognosticar pelo nome, antecipa os efeitos de reparação do direito da parte antes
do término do processo. É claro que por se tratar da antecipação de um direito, mesmo que
por via de regra, ele assegure seus efeitos até o fim do processo, mas pode passar por
suspenção ou alterações, conforme art. 296. do CPC.

6
REFERÊNCIAS:

BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília,
DF: Senado, 2015.

GONÇALVES, MARCUS VINICIUS RIOS. Teoria Geral/ Marcus Vinicius Rios


Gonçalves. – Curso de direito processual civil vol. 1 – 17. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

LIMA, Joao Paulo Monteiro de. Possibilidade de concessão da tutela de urgência de


natureza antecipada de ofício. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano
27, n. 6823, 7 mar. 2022. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/95763. Acesso em: 17
abr. 2022.

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