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Ameba "comedora de cérebro": entenda o que é

esse protozoário letal


Protozoário Naegleria fowleri vive em águas quentes e não tratadas, e infecta seres
humanos ao entrar pelas cavidades nasais. Saiba mais

 REDAÇÃO GALILEU
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Ameba comedora de cérebro: 6 fatos para conhecer o parasita. Acima: diferentes fases da
ameba Naegleria fowleri (Foto: Wikimedia commons)
Na última sexta-feira (3), o Departamento de Saúde da Flórida,
nos Estados Unidos, confirmou  um caso de ameba "comedora de
cérebro" na região. Esta não é a primeira vez que alguém
infectado pela doença vira notícia — em setembro de 2019, uma
menina de 10 anos que morreu após contrair a doença, também
nos Estados Unidos.
SAIBA MAIS
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Mas, afinal, o que é a tal ameba "comedora de cérebro"? Entenda
a seguir o que é o microrganismo e os problemas que ele pode
causar:

1. O que é
A ameba "comedora de cérebro" é um protozoário conhecido
cientificamente como Naegleria fowleri. Ele é um microrganismo
de vida livre, ou seja, pode viver "solto por aí" e não depende
necessariamente de um hospedeiro humano.
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2. A infecção
O protozoário é comumente encontrado no solo e em locais de
água doce quente, como lagos, rios e fontes termais. A infecção
pelo microrganismo geralmente se dá quando a água
contaminada entra pelo nariz da pessoa. Uma vez dentro do
organismo, a N. Fowleri atinge o cérebro, causando
uma doença conhecida como Meningoencefalite Amebiana
Primária, que pode ser fatal.
3. Os sintomas
Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
dos Estados Unidos, a enfermidade se manifesta, inicialmente, a
partir da perda de olfato e paladar, que ocorre cerca de cinco dias
após a infecção. Em seguida, como o protozoário continua a
migrar pelo tecido nervoso, uma resposta imunológica é
desencadeada, resultando em uma inflamação do cérebro que
gera rigidez do pescoço e dor de cabeça. À medida que a
infecção progride, sintomas secundários surgem, como
alucinações e convulsões. Eventualmente, o aumento da pressão
craniana gerada pela inflamação pode levar à morte.
4. Doença rara
A boa notícia é que o problema é raro: entre 2006 e 2016, apenas
40 casos foram reportados nos Estados Unidos, segundo o CDC.
No Brasil não há registros recentes de contaminação
por Naegleria fowleri.
5. Tratamento
De acordo com o CDC, a taxa de fatalidade da doença chega a
97%. Há pouco ou nada que se possa fazer para ajudar os
pacientes diagnosticados a Meningoencefalite Amebiana
Primária. No entanto, um tratamento à base de miltefosina,
medicamento experimental para leishmaniose, tem sido testado e
se mostrou promissor.
6. Prevenção
A recomendação dos especialistas para evitar a contaminação é
evitar o contato com águas que possam estar contaminadas,
como piscinas inadequadamente cloradas ou mesmo água de
torneira que não tenha sido tratada. Ao nadar em lagos e rios, é
indicado utilizar proteção nasal.

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