Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ

(A) DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL DA COMARCA EM


SÃO LOURENÇO DA MATA-ESTADO DE PERNAMBUCO

ANTONIO CARLOS CARNEIRO, brasileiro, casado, comprador,


portador do RG 967.412 SSP/PE e do CPF/MF sob o nº
456.613.754-68, e MIRIAN ALVES DO REGO CARNEIRO,
brasileira, casada, portadora do RG nº 2.768.081 SDS/PE e no CPF
nº 409.770.484-20, residentes e domiciliados à Rua Nova
Esperança, 404 A – Bairro Centro, São Lourenço da Mata/PE –
CEP 54730-080, por seu advogado que esta subscreve, vêm à
presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO


em face de JOSÉ ANACLETO DE A. MARANHÃO, brasileiro,
residente e domiciliado em local incerto e não sabido, pelos
motivos de fato e de direito que a seguir expõem.

O requerente, procurando os registros do imóvel no Cartório Único


Ivanilda Lacerda em São Lourenço da Mata para saber a situação do lote nº
21, quadra LV do Loteamento Jardim Nova Esperança; medindo 8,20m de
frente, 9,60m de fundo, 23,00m de lado direito e 16,00m de lado esquerdo,
constatou que o terreno havia sido averbado pela Sra. Carlinda Silva de
Albuquerque Maranhão ao Sr. João Inácio da Silva em 25 de maio de 1963.
Esse senhor já idoso, com mais de 60 anos, sem filhos, foi viver em Matriz
da Luz com sua esposa, vendendo a propriedade para o requerente em 8 de
outubro de 1978. O requerente reside neste imóvel desde esta data, mas não
possui nenhum registro público que comprove essa compra. 

Sabendo que o Sr. João Inácio da Silva já era falecido há muito


tempo, sem deixar descendentes, e com o propósito de regularizar a
situação do terreno, o requerente procurou o requerido no dia 9 de janeiro
de 2008, este, o Sr. José Anacleto de A. Maranhão, filho de Sr. Carlinda
Silva de Albuquerque Maranhão, já falecida. O mesmo passou uma
documentação declarando de próprio punho que o requerente havia
efetuado a compra do lote objeto desta Ação.

Há aproximadamente 43 (quarenta e três) anos, isto é, desde


meados de 8 de outubro de 1978, o Requerente têm a posse, mansa,
pacífica e ininterrupta do lote lote nº 21, quadra LV do Loteamento
Jardim Nova Esperança; medindo 8,20m de frente, 9,60m de fundo,
23,00m de lado direito e 16,00m de lado esquerdo (Rua Nova Esperança,
404 A – Bairro Centro, São Lourenço da Mata/PE), consoante
planta e documentos em anexo.

O Requerente adquiriu o imóvel de forma onerosa, comprando-o ao


sr. João Inácio da Silva em 8 de outubro de 1978. Este senhor já idoso,
com mais de 60 anos, sem filhos, foi viver em Matriz da Luz com sua
esposa, vendendo a propriedade, tendo de valer-se da presente
demanda para obter a propriedade do imóvel, tendo em vista que
não se tem contato do proprietário do imóvel requerido na presente
demanda, impossibilitando o procedimento em cartório.

O Código Civil concede guarida ao pedido de usucapião especial


urbano em seu art. 1.240, como segue:

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado
civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

O referível imóvel, que está cadastrado neste município sob nº


1.2240.010.02.0180.001, com sequencial sob o nº 13192, encontra-
se murado e com benfeitorias úteis construídas, sendo que nele o
Requerente reside com sua família.

Neste longo período, o Requerente cuidou do imóvel usucapiendo


com animus domini; ou seja, sua posse tinha, e tem, caráter ad
usacapionem,  razão pela qual nela conservou e reformou a casa,
onde reside, e pagou os impostos, contas de energia elétrica, água
e/ou esgoto, conforme demostram documentos anexos.
Juntamente com a presente demanda, seguem anexo os
documentos:
1. Certidão negativa de registro do Imóvel;

2. Documento dos ocupantes do imóvel, a saber, seu cônjuge;

3. Certidão de comprovação de inexistência de imóvel registrado


em nome do Requerente;

4. Certidão de casamento dos Requerentes;

5. Contas de energia;

6. Certidão negativa de débitos fazendários;

7. Planta do imóvel;

8. Inscrição imobiliária municipal.

Ante o exposto, consumada a prescrição aquisitiva e, ainda,


considerando que a pretensão do Requerente encontra supedâneo
no art. 183 da Constituição Federal e no art. 1.240 do Código Civil,
requer:

a) Os benefícios da justiça gratuita, uma vez que se declaram


pobres no sentido jurídico do termo, não podendo custear um
processo sem prejuízo do sustento de sua família;
b) Intimação do representante do Ministério Público para intervir
no feito;
c) a citação do Requerido por meio de edital (considerando
hoje residir em local incerto e não sabido), para que,
querendo, ofereça resposta no prazo legal, sob pena de sujeitarem-
se aos efeitos da revelia;
e) a intimação, por via postal, dos representantes das Fazendas
para que manifestem interesse na causa;
f) seja julgada totalmente procedente a presente ação, declarando o
domínio do Requerente sobre o imóvel usucapiendo, para que os
Requerentes sejam declarados proprietários do imóvel, nos termos
e para os efeitos legais, expedindo-se o competente mandado para o
Cartório de Registro de Imóveis desta Comarca.
Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos
em direito, em especial pela juntada de documentos em anexos e
oitiva de testemunhas.
Dá-se à causa o valor de R$ 12.702,29 (doze mil, setecentos e dois
reais e vinte e nove centavos) – valor de referência do imóvel pela
prefeitura de São Lourenço da Mata-PE.

Termos em que,

Pede deferimento

São Lourenço da Mata, 06 de janeiro de 2021.

Heverson Marcel Souza de Barros

OAB/PE 38.103

Você também pode gostar