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1.

Introdução

Um dos aspectos mais críticos ligados a caracterização de rochas ígneas sempre foi o
estabelecimento de um sistema de classificação baseado em critérios racionais de
avaliação. Visto que as rochas ígneas apresentam multiplas texturas, estruturas,
agregação mineralógica e modo de ocorrência, são também múltiplos os critérios para a
sua formação e classificação.

A União Internacional de Ciências Geológicas (Internationa Union of Geological


Sciences- IUGS) estabelece uma classificação para vários grupos de rochas ígneas,
classificação cuja é recomendada junto aos numerosos centros de pesquisas e de
actividades educacionais espalhados pelo mundo.

O presente trabalho insere-se na cadeira de Petrografia, e visa abordar conteúdos


concernentes aos critérios de classificação e formação das rochas ígneas, em específico,
os Charnoquitos como foco para o seu desenvolvimento.
1.1 Objectivos
1.2 Geral
 Compreender os critérios de formação e classificação das rochas ígneas:
Charnoquitos.
1.3 Específico
 Identificar os critérios de formação e classificação dos charnoquitos.
2. Metodologia

Para a realização deste trabalho recorreu- se a revisão de livros disponíveis na biblioteca


e internet. Conforme Gil (2008) servem de instrumentos para alcance dos objectivos
propostos, bem como ao entendimento de critérios úteis na confiabilidade da
informação.
3. Revisão de literatura
3.1 Conceitos Básicos

Segundo Branco (2008), charnoquito é uma variação de granito com hiperstênio,usada


como rocha ornamental. Charnoquito é também conhecido comercialmente como Verde
Ubatuba.

Segundo Freitas (1976), charnoquitos são rochas intrusivas paleomagmáticas


sienodiorítica. Onde sua gnaissificacao foi superimposta a uma estrutura fluidal original.
Na sua linhagem paleomagmática, sequência do granito é rica em quartzo, embora
reconheça o seu parentesco com linhagem dinamometamórfica, particularmente com os
granulitos.

Charnoquitos são variações graníticas, fisicamente difíceis de serem explotados e


beneficiados, entretanto, tem alto brilho no polimento e alta durabilidade mecânica
(Vargas, et al., 2003). características estas que fazem o charnockito ter uma grande
importância nas classificações como rocha ornamental.

3.2 Critério de formação dos charnoquitos

Charnoquitos são importantes componentes da crosta continental inferior em muitos


terrenos Pré-Cambrianos. Charnoquitos foram descritos como rochas graníticas à
ortopiroxênio em uma região chamada Madras, no Sudeste da Índia. Naquela região,
eles estão associados com granodioritos à ortopiroxênio, tonalito e gabros. Chamou- se
a esta associação de Série Charnoquito e estabeleceu- se que é plutônica (Holland,
1900).

Um magma charnoquítico pode ser gerado no manto ou na crosta. Magmas derivados do


manto são menos prováveis como fonte porque eles não são líquidos graníticos nem têm
uma composição apropriada para fornecer grande quantidade de líquidos graníticos por
fracionamento (Newton 1992).

Segundo Freitas (1976), charnoquitos são rochas intrusivas paleomagmáticas


sienodiorítica. Onde sua gnaissificacao foi superimposta a uma estrutura fluidal original.
Na sua linhagem paleomagmática, sequência do granito é rica em quartzo, embora
reconheça o seu parentesco com linhagem dinamometamórfica, particularmente com os
granulitos.

3.3 Características dos charnoquitos


 Classe de coloração:Leucocrática
 Mineralogia essencial dos charnoquitos: quartzo, microclínio, oligoclásio;
hiperstênio, augita, hornblenda, biotita e magnetita;
 Minerais acessórios: titanita, allanita, zircão e apatita;

Texturas e microestruturas dos charnoquitos: Rocha com estrutura comumente


compacta, fluidal, xenolítica ou bandada. Em geral ocorre com textura holocristalina,
fanerítica, de granulação média a grossa, equigranular a megaporfirítica. A relação
geométrica entre os cristais varia de xenomórfica a hipidiomórfica, e a articulação entre
estes é normalmente irregular, gerando uma trama granular ou hipidiomórfica, que
também pode ser maculada e com frequentes texturas mimerquíticas.

4. Critérios de classificação das rochas ígneas

Le Maitre et al. (2003, p. 3), apontam que uma classificação conveniente das rochas
ígneas deve:

 Respeitar da melhor maneira possível as associações naturais existentes entre


os diversos grupos de rochas;

 seguir o mais rigorosamente possível os nomes e convenções historicamente


usados e aceitos pelos geocientistas;

 ser simples e fácil de utilizar;

Para a classificação de uma rocha deve-se usar, de preferência, a mineralogia primária


não se levando em conta especialmente os minerais de alteração a baixas temperaturas.
No caso de rochas fortemente alteradas deve- se usar como nome petrográfico na
medida que relictos texturais e mineralógicos o permitem um termo composto.

Segundo Shand (1916) Para classificar as rochas ígneas a IUGS adotou a separação
inicial dos minerais formadores de rochas em dois grandes grupos:

minerais máficos: contém quantidades apreciáveis de Fe e Mg: micas (biotita,


flogopita e muscovita), anfibólios, piroxênios, olivinas, espinélios, minerais opacos,
epidotos (alanita), granadas, melilita, monticelita, carbonatos primários, fluoritas,
apatita e todos os silicatos acessórios.

Minerais félsico: são praticamente de cor clara e incluem a maioria dos constituintes
essenciais das rochas ígneas. A IUGS subdivide este grupo em: minerais do Grupo da
Sílica (quartzo, tridimita, cristobalita); Feldspatos Alcalinos (ortoclásio, micro clínio,
pertita, sanidina, anortoclásio, albita); Plagioclásio (escapolitas) e Feldspatóides (leucita
e pseudoleucita, nefelina, sodalita, noseana, haunita, cancrinita e analcima).

4.1 Sistemática de classificação das rochas ígneas

Le Maitre et al. (2003), afirmam que a classificação das rochas é feita através da
composição modal (porcentagem em volume) dos minerais constituintes das rochas,
sendo que as rochas com M < 90 são classificadas de acordo com seus constituintes
félsicos, enquanto queas rochas com M > 90 são classificadas segundo seus
constituintes máficos. Nas rochas ígneas com M < 90, Q e F não coexistem e, portanto,
é possível separar as associações A, P e F das outras com A, P e Q. Assim, construiu-se
um duplo triângulo com Q, A, P e F representado nos vértices por Q e F, e uma base
comum representada pelo segmento A-P. As proporções modais de Q, A e P ou a
alternativ a F, A e P, devem ser recalculadas para 100, ou seja:
Q + A + P = 100 ou F + A + P = 100

Calcula-se também o Índice Feldspático que é: plagioclásio / total de feldspatos:

IF = P / A + P . 100

Lançando-se estes dois valores, o valor de Q (ou F) e o valor de IF no triângulo


correspondente, obtém-se um ponto dentro de um campo correspondente ao nome da
rocha. Esta divisão, inicialmente proposta para as rochas plutônicas, foi também
adotada para as rochas vulcânicas. Outra possibilidade de obter-se a classificação da
rocha consiste em plotar os valores recalculados de Q (ouF), A e P diretamente em um
triângulo coordenado.

4.2 Classificação dos charnoquitos

Le Maitre et al(2003, p. 20), apontam que a classificação dos charnoquitos deve ser
usada apenas se a rocha é considerada pertencente à suítes de rochas charnoquítica. A
classificação de charnoquitos é baseada no diagrama QAP (figura 1).

figura.1

Os nomes gerais para vários campos são dados na tabela abaixo, juntamente com vários
nomes especiais que podem ser aplicados a determinados campos. No entanto, como
uma das características de charnoquitos é a presença de vários tipos de pertites, isso
levanta o problema comum de como distribuir os pertites entre os vértices A e P do
diagrama. A Subcomissão sobre a Sistemática das Rochas Ígneas recomendou, portanto,
que nas rochas charnoquíticas o feldspato pertítico deve ser distribuídos entre os
vértices A e P da seguinte maneira:

Pertite: atribui- se ao vértice A, em razão do componente principal ser o feldspato


alcalino;
Mesopertite: atribui- se entre A e P em razão das quantidades de feldspato alcalino e
plagioclásio (geralmente oligoclase ou andesina) são aproximadamente os mesmos;
Antipertite: atribui-se ao vértice P em razão do componente principal ser a andesina,
com albite em pequenas quantidades como feldspato alcalino.

4.3 nomenclatura das rochas charnoquíticas.

QAP Termo genérico Termo especial


2 ortopiroxênio feldspato alcalino granito feldspato alcalino charnoquito
3 ortopiroxênio granito charnoquito
4 ortopiroxênio granodiorito opdalito ou charno- enderbito
5 ortopiroxênio tonalito enderbito
6 ortopiroxênio feldspato alcalino sienito -
7 ortopiroxênio sienito -
8 ortopiroxênio monzonito mangerito
9 monzonorito ( Opx monzodiorito) jotunito
10 ortopiroxênio diorito -
5. Conclusão

Após estudo profundo do tema, conclui- se que os charnoquitos são rochas, ígneas
plutônicas, uma variação de granitos, possuem textura fanerítica, visto que são
intrusivos. São leucocráticos possuem como minerais essenciais quartzo, microclínio,
oligoclásio, hiperstênio, augita, hornblenda, biotita e magnetita.

Sendo os charnoquitos rochas ígneas, para a sua classificação devem seguir os seguinte
critérios respeitar da melhor maneira possível as associações naturais existentes entre
os diversos grupos de rochas; seguir o mais rigorosamente possível os nomes e
convenções historicamente usados e aceitos pelos geocientistas; ser simples e fácil de
utilizar.

A classificação das rochas é também feita através da composição modal dos minerais
constituintes das rochas, sendo que as rochas com M < 90 são classificadas de acordo
com seus constituintes félsicos, enquanto queas rochas com M > 90 são classificadas
segundo seus constituintes máficos.

Conclui- se também que a classificação de charnoquitos é baseada no diagrama QAP,


no qual o feldspato pertítico deve ser distribuídos entre os vértices A e P, tendo o Pertite
distribuido ao vértice A, Mesopertite atribuido aos vértice A e P e Antipertite atribuido
apenas ao vértice P.
6. Bibliografia

R.W. Le Maitre. Igneous rocks. 2ª ed. Cambridge. (2003)

BRANCO, M. P. Dicionário de Mineralogia e Gemologia 1ª.Ed. São Paulo: Oficina de


Textos, 2008 608p.

Gil, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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