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ME444 – Introdução ao Projeto Mecânico

José Maria Barbosa


Dr. Eng.

Tópico: Introdução à Mecânica da


Fratura
2022.1
2

Texto do código de Hamurabi – 2250 ac

2
Falhas e grupos de falhas
4


Principais tipos de falhas na indústria

Categorias
(Engenharia mecânica
e de Materiais)

Falhas Falha mista


(mecânica e Falhas
ambientais mecânicas
ambiental)

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Principais tipos de falhas na indústria

Falhas mecânicas


Falha por limite dúctil e frágil;

Falha por fadiga;

Falha por desgaste;

Falha por fluência

Outras;

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Principais tipos de falhas na indústria

Falhas ambientais


Corrosão;

Erosão

Corrosão-erosão

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Principais tipos de falhas na indústria

Falhas Mistas


Corrosão sob tensão;

Fragilização pelo hidrogênio;

Corrosão com desgaste;

Fadiga- corrosão;

Outros;

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Grandes Desastres !!!
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Desastre na ponte férrea Tay (Tay Bridge), 1879

Ponte na Escócia de 3 km de comprimento aproximadamente,


uma das maiores na época, falhou na parte central devido a
cargas laterais de vento. Levou à morte 75 pessoas.

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Desastre na ponte férrea Tay (Tay Bridge), 1879

Erro no projeto que não levou em conta as


cargas de vento atuando em cima dos
vagões do trem forçando a estrutura da
Ponte.

Estrutura da ponte nova junta à antiga


destruída.

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Acidentes com os aviões Comet I


(De Havilland – Inglaterra)

Primeiro avião comercial propulsionado por motores a jato


fabricado no mundo, introduzido em 1949 e colocado em
operação em 1952 . Inicialmente fez um tremendo sucesso,
pois voava com o dobro da velocidade dos seus concorrentes
da época. Três aviões caíram catastroficamente.
Até então a maioria dos aviões da época
voavam a baixas altitudes, onde a pressão
atmosférica era semelhante à da superfície
da Terra. Porém, os aviões a jatos
necessitam voar a uma altitude muito grande
para evitar turbulências e tempestade, onde
a pressão atmosférica é mínima. Como o ser
humano não consegue ficar consciente com
uma pressão muito baixa, os aviões a jato
precisam ter um sistema que deixe a
pressão dentro do avião bem maior que a de
fora.

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Acidentes com os aviões Comet I


(De Havilland – Inglaterra)

10/01/54: aeronave tipo Comet I (G-ALYP)


“desintegrou-se” no Mar Mediterrâneo, a
30.000 pés. Tinha1286 vôos pressurizados
e 3680 horas de vôo;
11/01/54: frota é removida
23/03/54: após mudanças em itens de
projeto, a frota volta a operar;
08/04/54: Aeronave G-ALYY “desintegrou-
se” no Mar de Nápoles, a 35.000 pés. Tinha
903 vôos pressurizados e 2703 horas de
vôo. A frota é removida novamente.

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Acidentes com os aviões Comet I


(De Havilland – Inglaterra)
•Aeronave G-ALYU  teste de pressurização na
fuselagem
1230 vôos pressurizados antes do teste
Após 1830 ciclos de pressurização (total:3060)
 FALHA NA FUSELAGEM

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Acidentes com os aviões Comet I


(De Havilland – Inglaterra)

Análise:
- Falha por fadiga estrutural, propagação instável
(catastrófica) de trinca;
- Início da falha em furos de rebites localizados
junto ao canto das janelas quadradas.
- Causa principal: Falha por fadiga devido a
pressão da cabine

Após a descoberta, nenhum avião pressurizado


usaria janelas sem cantos arredondados.

Link: http://inspecaoequipto.blogspot.com/2014/02/caso-060-avioes-comet-falhas-por-fadiga.html

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Fratura nos Navios Liberty (década de 40)

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Fratura nos Navios Liberty

Fratura frágil
ocorrida em um
navio de carga
Liberty que
separou o navio
em duas partes
no inicio da
década de 40.
T2 tanker SS Schenectady

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Fratura nos Navios Liberty

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COLAPSO DO PETROLEIRO MSV KURDISTAN

Colapso do petroleiro
MSV Kurdistan.

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COLAPSO DO PETROLEIRO MSV KURDISTAN

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NOVAS TECNOLOGIAS

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NOVAS TECNOLOGIAS

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Processos de falha e
avaliação
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Processo de Falha a nível micro


Sob o ponto de vista microscópico, a falha de uma
estrutura/componente se processa de acordo com a
seguinte seqüência:

• acúmulo de danos ou defeitos


• iniciação/nucleação de uma ou mais trincas
• propagação de trinca
• fratura do material

A Mecânica da Fratura consiste numa parte da Engenharia, que


tem como objetivo promover respostas quantitativas
macroscópicas para problemas específicos relacionados com a
presença de trincas em estruturas...

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Mecânica da Fratura x Critérios clássicos

1. Avaliação Convencional

•Tensão de Escoamento
Estado de
•Tensão de Ruptura
Tensão

2. Mecânica da Fratura
Estado de Tenacidade à
Tensão
Fratura
Tamanho do Defeito
O defeito é considerado
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Resistência Coesiva dos Metais

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Resistência Coesiva dos Metais


Modelo atômico teórico da coesão dos metais

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Resistência Coesiva dos Metais

Aproximação da força
coesiva por uma curva
senoidal.

Restrito a um sólido
Elástico Frágil

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Resistência Coesiva dos Metais


Trabalho elástico produzido na fratura
=> Criação de novas superfícies.

=> (1)

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Resistência Coesiva dos Metais

Exemplo: Determine a resistência coesiva de


uma fibra de sílica. Seja E = 95 GPa,
s = 1 J.m-2, e ao= 0.16 nm.

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Resistência Coesiva dos Metais

Experimentos mostram que o valor teórico da resistência


coesiva é muito alto:

- Muito mais alto que a resistência a fratura observada.

Qual a explicação para isto ???

R: Existência de vazios ou defeitos inerentes aos


materiais de engenharia.

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Resistência Coesiva dos Metais

Trabalhos de Inglis com concentradores de tensão

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Resistência Coesiva dos Metais

c=a

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Resistência Coesiva dos Metais


Inglis: concentrador de tensões e trincas

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Resistência Coesiva dos Metais

f : tensão de fratura (direção perpendicular à trinca);


s : Densidade de energia de superfície (energia para abertura
de novas superfícies de trincas);
a : comprimento da trinca;

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Resistência Coesiva dos Metais

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Resistência Coesiva dos Metais

Note que a tensão de fratura com uma trinca diminuta


foi de E/1000, enquanto que a resistência teórica foi de
E/5

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Mecânica Fratura Linear Elástica - MFLE


Teoria de Griffith

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MFLE- Teoria de Griffith

Até inicio do seculo 20 usava-se coeficientes de segurança


altos (até 18 para locomotivas).

Em 1901 o navio H. M. S. Cobra mais rápido do


mundo,na época falhou quebrando em duas partes e
resultando em perdas de vidas. Verificou-se então que
somente um alto coeficiente de segurança maior que 5
não assegurou conter o mecanismo de fratura do
desastre do mar do norte.

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MFLE- Teoria de Griffith

Trabalhos de Inglis (1913) – concentração de tensões


Estudou o efeito de trincas no campo de tensões de
materiais elásticos.

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MFLE- Teoria de Griffith

Trabalhos de Inglis

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MFLE- Teoria de Griffith


Trabalhos de Inglis

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MFLE- Teoria de Griffith – Energia de fratura

Critério de Grifith (1920)

Uma trinca se propagará de modo instável quando a


diminuição da energia elástica de deformação for pelo
menos igual à energia necessária para criar as novas
superficies de trinca.

“Uma trinca só irá propagar-se, de modo instável, quando a


taxa de liberação de energia elástica armazenada pelo
carregamento do material for ao menos igual ao aumento de
energia superficial resultante do crescimento da trinca.”

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MFLE- Teoria de Griffith – Energia de fratura

Critério de Grifith (1920)


Uma trinca se propagará de modo instável quando a
diminuição da energia elástica de deformação for pelo
menos igual à energia necessária para criar as novas
superficies de trinca.

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MFLE- Teoria de Griffith – Energia de fratura

Energia elástica liberada por unidade de



espessura, em tensão plana:
U = - 1/2 (2  a2/E)

Energia com a criação de uma superfície


de fratura de comprimento 2a:
S = 2 sa

Variação total de energia é dada por:  : Tensão nominal de tração;


s : Densidade de energia
W = U + S = -1/2 (2  a2/E) + 2sa de superfície;
a : Comprimento da trinca;

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MFLE- Teoria de Griffith

Critério de Griffith na propagação:

W/a = U/a + S/a = - 2  a/E + 2s

Máximo: W/a = 0

2  a/E = 2s

cr (2Es/a)1/2 Tensão Plana

cr (2Es/((1- a))1/2 Deformação Plana

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MFLE- Teoria de Griffith

a) Variação de energia
com o comprimento da
trinca;
b) Variação das taxas de
energia com o
comprimento da trinca.

A relação anterior pode ser


visualizada na Figura 2b), onde a
linha - U/a= (2  a/E) corta a
linha S/a=2s

Ao valor positivo da inclinação


U/a dá-se o nome de taxa de
liberação de energia elástica, que
é designada por G (definida por
unidade de espessura).

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MFLE- Teoria de Griffith

Condição para Propagação Instável da Trinca e


Tensão de Fratura

-Condição para propagação instável da trinca:

G > S/a

-Condição para estabilização da trinca:

G < S/a

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MFLE- Teoria de Griffith

 (2sE/a)1/2 Tensão Plana

 (2sE/(1- a)1/2 Deformação Plana

Essas expressões mostram alguma similaridade com a expressão de


Inglis, entretanto, a abordagem de Griffith é bem diferente, pois ela
preocupa-se com variações de energia associadas à propagação da
trinca, podendo então ignorar os detalhes do processo de fratura na
ponta da trinca.
Por outro lado, as expressões foram determinadas para um sólido
elástico contendo defeitos com , raio de concordância na ponta da trinca
extremamente pequeno.

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MFLE- Teoria de Griffith

Comparando as equações obtidas do ponto de vista de


concentrações de tensões em um ponto, com a equação
de Griffith.

f (E s4a0a)1/2  (2sE/a)1/2

f  (2 sE /a)1/2 (a0)1/2 f ~= (2sE /a)1/2 (a0)1/2

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MFLE- Teoria de Griffith

Quando a0 a equação iguala a Griffith sendo


portanto o limite inferior do raio efetivo de uma trinca
elástica.
Então se vê que a tensão não vai pra zero quando o raio
vai para zero.

>a0 => tensão para produzir fratura frágil é calculada


por f ;

 < a0 => tensão pra fratura frágil é calculada por Griffith.

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MFLE - Teoria de Griffith: Correção de Orowan


para plasticidade
A teoria de Griffith aplica-se satisfatoriamente apenas a materiais
completamente frágeis.

Orowan, em 1950, para contornar essa limitação, reconheceu a


necessidade de se considerar a plasticidade envolvida e sugeriu que as
equações de Griffith fossem modificadas.

Ele propôs um termo p, correspondente à energia absorvida no processo


de deformação plástica, que deveria ser somado à energia necessária para
a criação das superfícies de fratura S. Com a correção de Orowan a tensão
de fratura crítica pode ser determinada por:

cr= (2E(S+ p)/a)1/2 (Estado plano de tensão)

Embora essa sugestão de Orowan fosse bastante interessante sob o


ponto de vista teórico, ela esbarrava na dificuldade prática de
determinação de p.
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MFLE - Teoria de Irwin


Sugestão de Irwin para a Teoria de Grifith (Irwin, 1949)

Irwin (1949), ao invés de procurar separar as duas componentes de


energia consumidas na criação das superfícies de fratura, p e S, definiu
o processo através da energia elástica total liberada no processo de
propagação da trinca. Desse modo, ele utilizou a taxa de liberação de
energia elástica, G, que representa a energia elástica liberada na
propagação da trinca de uma unidade de comprimento:
G= U/a
A diferença entre os enfoques de Orowan e Irwin é que enquanto o
primeiro procura determinar a energia consumida no processo de fratura
(p + S), Irwin define em termos da energia elástica total liberada, isto é,
a fonte motriz de energia para o processo de fratura. Logo, no momento
de propagação instável da fratura, acrit,tem-se:

cr= (E Gcr/  acr )1/2 , para tensão plana.


O termo Gcr = 2scr é uma característica do material, em função da
temperatura, velocidade de carregamento, estado de tensões e modo de
carregamento (modos I, II ou III).
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MFLE - Teoria de Irwin


IRWIN E O FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO

Modos básicos de
carregamento de trincas

A abordagem da mecânica da fratura pelo comportamento mecânico nas


vizinhanças da ponta da trinca, utilizando-se o fator de intensidade de tensão, (K),
inicia-se a partir da definição dos modos de propagação de trincas mais
importantes em função dos carregamentos a que estão submetidos os corpos
trincados.

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MFLE - Teoria de Irwin

Westergaard estudou a distribuição de tensões nas vizinhanças de


uma trinca afiada, vazante, de comprimento 2a, em uma chapa
infinita de um material elástico linear, submetida a uma tensão
trativa perpendicular ao plano da trinca, com propagação pelo
modo I. Ele chegou às seguintes expressões para as tensões:

xx= √a/2r * cos /2 (1- sen /2 sen 3/2)


yy= √a/2r * cos /2 (1+ sen /2 sen 3/2)
xy= √a/2r * cos /2 sen /2 cos 3/2)
zz= 0 (estado plano de tensão)
zz= (xx + yy) (estado plano de deformação)
xz= yz=0

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MFLE - Teoria de Irwin

Na Figura, r e  são as coordenadas polares cilíndricas de um ponto com


relação à ponta da trinca,  é a tensão trativa aplicada à chapa e (a) é metade do
comprimento da trinca.

Figura 1 -
a) sólido infinito com trinca
vazante submetido à tensão ;
b) coordenadas polares e
tensões em um ponto nas
vizinhanças da trinca

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MFLE - Teoria de Irwin


As equações anteriores podem se escritas, em uma forma mais
generalizada:

ij =  a/2r)1/2 * fij ()

Irwin, observando essas equações, verificou que o termo (√a) estava


presente em todas elas e que todo o campo de tensões na ponta da
trinca ficava conhecido quando aquele termo era conhecido. Isso
porque (√1/2r * fij ()) é função unicamente da posição do ponto em que
estamos considerando as tensões.

A partir dessa constatação, Irwin definiu o fator de intensidade de


tensão, K, que no modo I de carregamento é:

KI = a)1/2 (chapa infinita)

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MFLE - Teoria de Irwin

resultando para a expressão de ij :

ij = (KI / (2  r)1/2 ) * fij ()

– portanto, o fator de intensidade de tensão envolve um termo


correspondente à tensão aplicada externamente e outro
correspondente à dimensão da trinca. Assim, quando se conhece o
valor de KI para uma dada trinca, conhece-se todo o campo de
tensões na ponta da trinca.

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MFLE – Fator geométrico

Sendo a expressão anterior de KI, válida apenas para placa


infinita, faz-se necessário o desenvolvimento de um termo
que caracteriza a geometria da peça, denominado de fator
geométrico,

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EXPRESSÕES PARA O FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO

Fatores de Intensidade de tensão nos modo I, II e III de carregamento para trincas de


diferentes formas, orientações e posições podem ser expressos na forma geral:

KN = YN ( a)1/2 ,
onde (YN) é o fator de forma geométrico (seja para o modo I, II ou III de carregamento) e (K N), o
fator de intensidade de tensão (seja para o modo I, II ou III de carregamento). Eis alguns
exemplos no modo I:

KI =  (a)1/2 (chapa infinita com defeito passante elíptico central); Y=1


KI = a)1/2 (sec a/w)1/2 (chapa semi-infinita com largura w); Y= √sec( a/w )
KI = 1,12 a)1/2 (sec a/w)1/2 (idem anterior com a trinca na borda); Y= 1,12 √sec( a/w )

Assim como há expressões de (KN) para as situações acima ilustradas, há também expressões
de (KN) para as mais diversas situações de configurações de defeitos e geometrias. Em geral as
aplicações da Mecânica da Fratura requer o conhecimento destas configurações e geometrias
finitas.

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

Mode I (Opening mode), Mode II (Sliding mode) Mode III (Tearing mode)

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS – Westergaard

Modo I (Opening mode)

EPD :

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

Modo I

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

Modo II(Sliding mode)

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

Modo III(Tearing mode)

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard
Exercicio

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

Lembrando que cos(2*teta) = - cos(2*beta)

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

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EXPRESSÕES PARA O CAMPOS DE TENSÕES NOS MODOS


DE FALHAS - Westergaard

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CONFIGURAÇÕES USUAIS PARA APLICAÇÃO DO FATOR DE


INTENSIDADE DE TENSÃO

Placa com com


trinca central Placa com trinca Placa com trinca
passante - TC de borda simples - de borda dupla -
(Through-thickness BS (Single-edge BD (Double-edge
Center Crack) Crack) Crack )

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CONFIGURAÇÕES USUAIS PARA ENSAIOS E CÁLCULO DO FATOR


DE INTENSIDADE DE TENSÃO

Corpo de prova Compacto -


CPC (Compact Tension
Viga com flexão em três Especimem)
pontos - FTP (Three Point
Bending)

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EXPRESSÕES PARA O FATOR DE


INTENSIDADE DE TENSÃO

TC:

BS:

BD:

FTP:

CPC:

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OUTRAS CONFIGURAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO FATOR DE


INTENSIDADE DE TENSÃO

Placa com força


concentrada na
trinca.

Placa com força


concentrada,
equilibrada pela
tensão nominal no
outro extremo.

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OUTRAS CONFIGURAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO FATOR DE


INTENSIDADE DE TENSÃO

Fator geométrico para placa com trinca excêntrica.

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MFLE – Fator de Intensidade de Tensão


GRÁFICO PARA O FATOR GEOMÉTRICO

Soluções para o fator de


forma do fator de
intensidade de tensão para
diferentes configurações
(American Society for
Testing and Materials).

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CURVAS DO FATOR DE FORMA PARA O FATOR


DE INTENSIDADE DE TENSÃO

Soluções para o
fator geométrico do
fator de intensidade
de tensão para
diferentes
configurações
(American Society
for Testing and
Materials).

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Fator geométrico –
Trinca com projeção elíptica em uma placa

Uma geometria de defeito frequente em problemas


práticos tridimensionais é a trinca com projeção eliptica.

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Fator geométrico – Trinca com projeção


elíptica (Modo I)

 : integral elíptica do segundo tipo;


f(): Variação do fator geométrico ao longo da borda da trinca.

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Fator geométrico – Trinca com projeção elíptica


(Modo I)

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EXPRESSÕES PARA O FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO EM UM VASO


CILINDRICO

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EXPRESSÕES PARA O FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO EM UM VASO


CILINDRICO

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EXPRESSÕES PARA O FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO

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Fator de Intensidade de Tensão Crítico

Nas expressões de (K) observa-se que o valor de (K) depende


dos valores de  e de a, para uma dada geometria de trinca e
corpo de prova. Assim, K aumenta com  e/ou a até chegar a
um valor crítico onde ocorre a fratura. Esse valor crítico de
(K), para carregamento sob deformação plana, em que
ocorre a fratura, é uma propriedade intrínseca do material.
Mantidas as demais condições constantes, esse valor crítico
(KIC) chama-se de tenacidade à fratura do material. Na a
seguir observam-se valores de KIC e de acr e/ou ac para
algumas ligas conhecidas.

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Exemplo

Calcular o fator
de intensidade
de tensão, KI ,
para a
geometria e o
carregamento
que
estão indicados
na figura.

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Exemplo

= 1.124

Y = 0.996

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Exemplo

KI =3,707 MPa (m)1/2

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Fator de Intensidade de Tensão Crítico

Tabela - Valores de
KIC e de ac para
algumas ligas
usadas em
engenharia

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Fator de Intensidade de Tensão Crítico

Tabela 6-1 -
Valores de KIC

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Fator de Intensidade de Tensão Crítico

EQUIVALÊNCIA DA ABORDAGEM DO BALANÇO DE ENERGIA


E DO FATOR DE INTENSIDADE DE TENSÃO

Da abordagem de Griffith, G I= 2 a/ E; Da abordagem de Irwin,


KI = a)1/2 e comparando-se as expressões, vê-se que:

G I= KI2 /E (estado de tensão plana)


GI = KI2 (1-2)/E (estado de deformação plana)

Obs: Essas relações também são validas para os valores


críticos de KIC e GIC.

88
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Exemplo 1

89
90

Exemplo 1

A falha ocorre a 88,4/240 = 0,37 = 37% do escoamento.


O fator de segurança é neste problema n = 1,77 e não n = 240/50 = 4,8.

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Exemplo 2

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Exemplo 3

Um vaso de pressão de parede finas é feito de uma liga de titânio


Ti-6Al-4V com Kic = 60 Mpa.m1/2 e ys = 900 Mpa. A pressão
interna produz uma tensão tangencial de 420 Mpa. O vaso tem uma
trinca semi-elíptica orientada com o plano da elipse perpendicular a
tensão tangencial de dimensões a= 3mm, 2c=10mm.

O vaso vai ter vazamento?

92
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Exemplo 3

93
94

Exemplo 3

94
95

Exemplo 3

=> não Falha!

Sf = 60/39,23 = 1,53

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Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão
Desde que estamos trabalhando com problemas lineares
elásticos em Mecânica da Fratura, as componentes
individuais da tensão podem somadas usando o principio
da superposição de efeitos. Seu uso possibilita a solução
de problemas complexos pela combinação de soluções
de problemas mais simples.
Suponha uma peça submetida a um carregmento F
que pode ser decomposto em carregamentos mais
simples A, B, C, ...

96
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Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão
Exemplo 1

97
98

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão
Exemplo 1

98
99

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão
Exemplo 2 : Uma placa rebitada em uma grande estrutura
de aço com uma tenacidade a fratura em estado plano de
tensão tem uma tinca como mostrada. Qual a máxima
tensão de falha?

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100

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

100
101

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

101
102

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão
Exercício

102
103

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

Exercício

KI = ?

103
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Superposição dos fatores de


Intensidade de Tensão
Exercício

104
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SIMPLIFICAÇÕES EM PROBLEMAS REAIS

Trincas a partir de pontos de concentração de tensão cuja solução exata


depende da geometria particular que se está analisando, dificulta obtermos
uma solução na literatura. Uma maneira aproximada para o cálculo do fator
de intensidade de tensão pode ser usada, considerando casos limites.

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Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

106
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Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

107
108

Superposição dos fatores de Intensidade de


Tensão

108
Referências adicionais
Estudos complementares


Estudar capítulo 6 (Mecânica da Fratura Elástica
Linear) da apostilha do GRANTE;

Estudar capítulo 6 do Shigley, 7a Ed., tópico 6-13.

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