O documento discute:
1) As mudanças de paradigmas na ciência e educação ao longo da história e a necessidade de transição para novos paradigmas;
2) O contexto histórico do ensino de ciências no Brasil desde o século XIX, com a inserção inicial das ciências na escola e as mudanças ao longo do tempo influenciadas por fatores sociais e políticos.
O documento discute:
1) As mudanças de paradigmas na ciência e educação ao longo da história e a necessidade de transição para novos paradigmas;
2) O contexto histórico do ensino de ciências no Brasil desde o século XIX, com a inserção inicial das ciências na escola e as mudanças ao longo do tempo influenciadas por fatores sociais e políticos.
O documento discute:
1) As mudanças de paradigmas na ciência e educação ao longo da história e a necessidade de transição para novos paradigmas;
2) O contexto histórico do ensino de ciências no Brasil desde o século XIX, com a inserção inicial das ciências na escola e as mudanças ao longo do tempo influenciadas por fatores sociais e políticos.
1 - Mudanças de paradigmas na Ciência e na Educação
A sociedade de hoje é fruto de históricas transformações vividas pelos
paradigmas da ciência. Assim como a história da humanidade, a ciência também é um processo dinâmico e inacabado, que promove constantes mudanças de valores, crenças, conceitos e ideias. Thomas Samuel Kuhn, um físico teórico, descreve que o desenvolvimento científico ao longo da história da ciência progride por ruptura de paradigmas. Um exemplo de ruptura apresentado por Kuhn é o paradigma newtoniano que predominou durante um determinado tempo até ser substituído pela Teoria da Relatividade. Dentro do conhecimento, defende-se que tanto a prática científica como a prática pedagógica estão fundamentadas em paradigma porque entendemos que os cientistas e os educadores trabalham a partir de um referencial para o enfrentamento dos problemas que surgem em sua atividade profissional. Assim como Rubin (1993, p. 427) que diz que “a teoria dos paradigmas refere-se à estrutura das ciências positivas. Por isso, quando se trata de aplica-la a outros domínios do saber será, obviamente, necessário praticar uma transposição”. Essa transposição tem como objetivo a transição de paradigma na ciência e na educação, especialmente na formação inicial de professores. O paradigma que ainda serve de fundamento a muitas práticas pedagógicas na formação inicial de professores é o da epistemologia da técnica que pressupõe a superioridade do conhecimento teórico sobre os saberes práticos e se manifesta por meio de diferentes tendências pedagógicas e modelos de práticas educativas. No Brasil, com o surgimento da tendência Escola Nova na segunda metade do século XX, se verifica como uma tentativa de redefinição do papel do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Nesta tendência, os objetivos do ensino são centrados no aluno para que ele se torne o centro da ação pedagógica, cabendo ao professor a condição de auxiliador dos discentes. A Escola Nova pode ser considerada apenas uma anomalia na vigência do paradigma da tendência tradicional, pois, “o que muda é apenas a forma de transmitir um saber que o professor domina, e o aluno não. Permanece, portanto, o pressuposto básico de que o aluno não sabe e que o professor domina o saber”. Diante das novas demandas e dos novos desafios da formação de profissionais na sociedade do conhecimento, parece consenso de que não basta fazer apenas alguns ajustes para superar as anomalias que ronda o paradigma da racionalidade técnica. É necessário superar a lógica disciplinar e a colonialidade do saber presente em muitos cursos que formam professores para atuar na educação básica. No caso dos docentes dos cursos de licenciaturas, que na qual, são desafiados a garantir uma formação multifacetada e crítica para que os futuros professores possam lidar com a diversidade e as diferenças nas escolas. Tem se as Diretrizes Curriculares que resultaram em atualizações dos projetos pedagógicos das licenciaturas com a inclusão de componentes curriculares para fomentar o debate acerca das diferenças culturais. Na área da educação, uma mudança paradigmática em relação à colonialidade do saber pode se dá em sentido macro, pela inserção de novas orientações curriculares para tentar garantir a valorização e o reconhecimento da heterogeneidade identitária e da diversidade cultural nas propostas pedagógicas dos cursos e nas práticas docentes. Assim os cursos de formação tenham como preocupação formar o “professor descolonizador”, ou seja, aquele que ao se identificar com a cultura dos alunos contribuirá para a construção do processo pedagógico voltado para o local, para a valorização dos conhecimentos e experiências populares e ainda para questionar as condições materiais da realidade dos grupos em que a escola está inserida. Tal mudança paradigmática, no campo da formação de professores, exige a elaboração e a execução de currículos menos colonizados e mais multiculturais e inclusivos para viabilizar as vozes, os saberes e as crenças dos grupos minoritários da sociedade.
2 – Contexto histórico do ensino de Ciências no Brasil
A inserção do ensino de ciências na escola deu-se no início do século XIX
quando então o sistema educacional centrava-se principalmente no estudo das línguas clássicas e da Matemática, de modo semelhante aos métodos escolásticos da idade média. Naquela época as diferentes visões de ciência dividiam opiniões. Havia os que defendiam uma ciência que ajudasse na resolução de problemas práticos do dia a dia. Já a revolução industrial deu novo poder aos cientistas institucionalizando socialmente a tecnologia. Este reconhecimento da ciência e da tecnologia como fundamentais na economia das sociedades levou à sua admissão no ensino com a criação de unidades escolares autônomas em áreas como a Física, a Química e a Geologia e com a profissionalização de indivíduos para ensinar estas áreas. Tomando como marco inicial a década de 50. Para esta autora, na medida em que a Ciência e a Tecnologia foram reconhecidas como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social das nações, o ensino das Ciências em todos os níveis foi igualmente crescendo em importância, e ao ser objeto de inúmeros movimentos de transformação do ensino, pode servir de ilustração do impacto das reformas educacionais. Durante a “guerra fria”, nos anos 60, os Estados Unidos da América, no afã de vencer a “batalha” espacial, fizeram grandes investimentos de recursos humanos e financeiros na Educação, para produzir os hoje chamados projetos de 1ª geração do ensino de Física, Química, Biologia e Matemática para o Ensino Médio. A justificativa desse empreendimento baseava-se na ideia de que a formação de uma elite que garantisse a hegemonia norte-americana na conquista do espaço dependia, em boa parte, de uma escola secundária em que os cursos das Ciências identificassem e incentivassem jovens talentos a seguir carreiras científicas. Então, na fase dos projetos de 1ª geração, a Ciência era considerada neutra, isentando os pesquisadores de julgamento de valores sobre seu trabalho. Mesmo os cientistas que tiveram uma atuação significativa na produção da bomba atômica procuravam não assumir sua responsabilidade no conflito bélico. O objetivo do trabalho em Ciências era desenvolver a racionalidade, a capacidade de fazer observações controladas, preparar e analisar estatísticas, respeitar a exigência de replicabilidade dos experimentos. No Brasil, o MEC criou em 1963 seis centros de Ciências nas maiores capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. Algumas dessas instituições com trajetórias e vocações diferentes persistem até hoje, como a de Belo Horizonte, estreitamente associada à Faculdade de Educação da UFMG, e o Centro do Rio, hoje mantido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. Os outros desapareceram ou foram incorporados pelas universidades onde passaram a se estruturar grupos de professores para preparar materiais e realizar pesquisas sobre o ensino de Ciências. Com a expansão dos programas de pós-graduação e delineamento de uma área específica de pesquisa – Ensino de Ciências –, as organizações acadêmicas assumiram a responsabilidade de investigar e procurar fatores e situações que melhorassem os processos de ensino-aprendizado nesse campo. Esse movimento ocorre agora nos Centros de Ciências ou nas Universidades e ganha atenção das autoridades federais e instituições internacionais, estabelecendo programas como o Premem (Projeto de Melhoria do Ensino de Ciências e Matemática) e o SPEC (Subprograma de Educação para a Ciência), vinculado à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e mais recentemente o pró Ciências e os programas de educação científica e ambiental do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). No plano internacional o processo foi equivalente. Com os estudos de ciência, tecnologia e sociedade (CTS), como campo interdisciplinar, originaram-se dos movimentos sociais das décadas de 60 e 70, sobretudo devido às preocupações com as armas nucleares e químicas e ao agravamento dos problemas ambientais decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico. Essa crença perdeu força na década de 70, pois os profissionais formados para aplicar os resultados dos avanços científicos e tecnológicos começaram a ter dificuldade em dar conta dos problemas e “parecem ter perdido o rumo de suas atividades à medida que o seu conhecimento adequava-se cada vez menos às situações práticas demandadas pela sociedade”. Nesse período o ensino de Ciências no país apresentou-se contraditório. Embora os documentos oficiais (LDB/1971) valorizassem as disciplinas científicas, o período de ensino a elas disponibilizado fora reduzido por força de um currículo de viés tecnicista, fortemente impregnado por um caráter profissionalizante. Além disso, o ensino de ciências, na maioria das escolas brasileiras, continuou a ser descritivo, segmentado e teórico. Na década de 1970, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº. 5692, promulgada em 1971, norteou as modificações educacionais e, consequentemente, as propostas de reforma no ensino de Ciências ocorridas neste período. As disciplinas do campo das Ciências Naturais revestiram-se de um caráter mais instrumental, dentro do contexto do então 2º grau profissionalizante. Em 1974 foi criado, na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, um programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática [integradas] sob patrocínio da Organização dos Estados Americanos e do Ministério de Educação do Brasil. Em quatro anos o programa recebeu 128 bolsistas de todos os países da América Latina e Caribe e de todos os estados do Brasil. Na década de 1980, a preocupação em relação ao fenômeno das concepções iniciais deu origem a debates e pesquisas que visavam estabelecer de que forma essas concepções poderiam ser eliminadas ou transformadas, dando lugar a concepções que fossem coerentes com os conhecimentos científicos atuais. Surgiram então diversos trabalhos que tinham como finalidade discutir os processos mentais que conduzem à mudança conceitual e identificar as condições objetivas (contextos de ensino e aprendizagem) que estimulam o indivíduo a voluntariamente substituir suas concepções iniciais por concepções mais adequadas do ponto de vista científico. Na década de 1990, o surgimento de trabalhos que colocavam objeções ao “construtivismo” causou, tanto no Brasil como no exterior, um enorme desconforto no interior da comunidade de pesquisadores em ensino de ciências, pois grande parte das investigações em andamento ou recém-concluídas apoiava-se explicitamente em abordagens construtivistas. Sendo evidente a necessidade de um “pluralismo” de alternativas para se pensar o ensino e a aprendizagem em ciências. Os contextos e processos relacionados ao ensino e à aprendizagem em ciências são extremamente diversificados, o que enfatiza a necessidade de uma pluralidade de perspectivas teórico- práticas que permitam ao professor e ao pesquisador compreender de forma mais aberta e rica o trabalho educativo a ser empreendido pelo ensino escolar de disciplinas científicas (ciências, física, química e biologia). Em 2006, o PISA teve ênfase em ciências. No Brasil participaram deste exame cerca de 12400 alunos com aproximadamente 15 anos de idade, matriculados no 8º ou 9º ano do Ensino Fundamental ou em qualquer ano do Ensino Médio. O Brasil é o único país da América do Sul que participa deste exame desde sua primeira aplicação. Até o momento não foi divulgado o resultado do PISA 2006.
3- Formação de professores de Ciências no Brasil
Nos últimos trinta anos no Brasil, a formação de professores tornou-se objeto de
pesquisa acadêmica e se constituiu como um importante foco das políticas educacionais. Nas décadas de 1950 e 1960, a produção de conhecimentos sobre a formação e a atuação de professores vem superando uma visão meramente técnica a respeito da atividade docente. Nos cursos de formação de professores de ciências, a tendência tecnicista predominante de meados dos anos 1960 até o início dos anos 1980 reforçou problemas já existentes como o tratamento neutro, universal e estritamente científico dos componentes curriculares; a dicotomia teoria/prática; a fragmentação das disciplinas de formação geral e o distanciamento entre as realidades escolar e social. A expansão da rede de ensino após o golpe militar de 1964 requereu um maior número de professores para atender a uma crescente população escolar. Quanto ao ensino de ciências, essa demanda foi suprida principalmente pela expansão do ensino universitário privado com a criação indiscriminada de cursos de licenciatura de curta duração em faculdades isoladas e pela permissão do exercício profissional de docentes não-habilitados, contribuindo para descaracterizar e desvalorizar ainda mais a profissão docente. Em 1968, a Lei nº 5.540/68 reestruturou o ensino universitário, criou a estrutura departamental e possibilitou a criação dos institutos, que passaram a responsabilizar-se pela formação de professores de ciências, ficando a formação pedagógica sob a responsabilidade das faculdades de educação. Os cursos de formação, que já eram extensos e descritivos, com aulas de laboratório que visavam apenas confirmar a teoria já ensinada, se tornaram ainda mais conteudistas. No entanto, a formação de professores passou a ser discutida nas principais conferências sobre educação principalmente a partir do final dos anos 1970 e início dos 1980, quando esteve em discussão a necessidade de reformulação dos cursos de licenciatura. Na primeira metade da década de 1970, ainda sob influência das teorias comportamentalistas de ensino-aprendizagem e da tecnologia educacional, a formação de professores de ciências privilegiava a dimensão técnica e a instrumentalização de sua ação educativa. Nessa década, especialistas e pesquisadores em educação passaram a criticar a formação oferecida aos professores, dando origem a um movimento de oposição e rejeição aos enfoques técnico e funcionalista. Em 1980, o Comitê Nacional Pró-Formação do Educador iniciou um movimento pela reformulação dos cursos de formação de professores no Brasil e sugeriu a extinção dos cursos de licenciatura de curta duração. Em 1983, o MEC criou a Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação do Educador (CONARCFE), deixando evidente uma lacuna entre as intenções governamentais e as posições defendidas por especialistas e pesquisadores em educação. Os problemas relacionados às licenciaturas curtas e plenas transformaram-se em pautas das diversas instâncias de discussão do Movimento Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação de Educadores. Entre o final dos anos 1980 e início dos 1990, as mudanças ocorridas no cenário internacional repercutiram intensamente no pensamento educacional brasileiro, deixando evidente a necessidade de incorporar as visões micro e macro-sociais nos processos de formação docente e de possibilitar a formação do professor reflexivo e pesquisador de sua própria prática educativa. Nesse período, a interação entre a universidade e a escola de 1º e 2º graus passou a fazer parte dos debates educacionais, o que possibilitou o surgimento de diversas propostas de treinamento em serviço ou reciclagem através do oferecimento de cursos aos professores das escolas públicas. Tais propostas foram bastante criticadas no meio acadêmico e consideradas insuficientes devido a seu caráter esporádico e à falta de vínculo com a realidade e as necessidades dos professores. A partir de então, as pesquisas passaram a focalizar a relação existente entre as condições de formação e de atuação dos professores, apontando a necessidade de mudanças nos cursos de formação, de melhoria das condições objetivas de trabalho nas escolas e de estímulo à formação continuada. Em meados dos anos 1990, com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n° 9394/96) e a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, as escolas deveriam possibilitar aos estudantes uma formação geral de qualidade, tendo em vista levá-los ao desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las, assim como da capacidade de aprender a aprender, ao invés do simples exercício de memorização. Entre o final dos anos 1980 e início dos 1990, as mudanças ocorridas no cenário internacional repercutiram intensamente no pensamento educacional brasileiro, deixando evidente a necessidade de incorporar as visões micro e macro-sociais nos processos de formação docente e de possibilitar a formação do professor reflexivo e pesquisador de sua própria prática educativa. Nesse período, a interação entre a universidade e a escola de 1º e 2º graus passou a fazer parte dos debates educacionais, o que possibilitou o surgimento de diversas propostas de treinamento em serviço ou reciclagem através do oferecimento de cursos aos professores das escolas públicas. Tais propostas foram bastante criticadas no meio acadêmico e consideradas insuficientes devido a seu caráter esporádico e à falta de vínculo com a realidade e as necessidades dos professores. A partir de então, as pesquisas passaram a focalizar a relação existente entre as condições de formação e de atuação dos professores, apontando a necessidade de mudanças nos cursos de formação, de melhoria das condições objetivas de trabalho nas escolas e de estímulo à formação continuada. Em meados dos anos 1990, com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n° 9394/96) e a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, as escolas deveriam possibilitar aos estudantes uma formação geral de qualidade, tendo em vista levá-los ao desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las, assim como da capacidade de aprender a aprender, ao invés do simples exercício de memorização Do início da década de 1990 até o ano de 2001 as políticas do governo federal estiveram fundamentadas num discurso moralizante e na ideia de eficiência segundo preceitos neoliberais. Nesse período, a formação docente esteve subordinada às propostas educativas elaboradas por equipes técnicas ligadas ao Ministério da Educação e a determinadas universidades, ficando a participação dos professores restrita à execução dessas propostas, deixando evidente uma tendência de atribuir a responsabilidade pela formação e pela melhoria do ensino aos próprios professores, como se estas fossem tarefas meramente individuais associadas a esforço e mérito pessoais. Nessa época, as políticas educacionais do governo brasileiro estiveram atreladas às diretrizes do Banco Mundial, que limitavam a formação dos professores a um papel ainda mais alienado, haja vista que eram insumos caros. Procurou-se transformar os professores em operadores de ensino, depositando-se grandes esperanças nos livros didáticos, nas modernas tecnologias de educação à distância e nas propostas de autoaprendizagem, vistas como mais custo-efetivas e rápidas do que o investimento em formação docente, segundo uma tendência não apenas de desprofissionalização, mas de exclusão dos próprios professores como sujeitos e profissionais. Nesse período, as propostas de formação de professores de ciências passaram a considerar com maior ênfase a importância da reflexão sobre as práticas concretas desenvolvidas nas escolas e sobre as articulações existentes entre a educação e o contexto sócio-político-econômico. Tornou-se ainda mais explícita a necessidade do professor vir a ter compromisso com a educação e com a sociedade, pois, sendo capaz de refletir e posicionar-se a respeito de problemas concretos, este profissional poderia vir a se tornar um agente de mudanças em seu contexto de atuação. Atualmente, a formação de professores vem sendo considerada uma atividade estratégica no âmbito das políticas educacionais, principalmente devido ao importante papel que esses profissionais podem representar nas transformações educativas e sociais. Nesse sentido, o oferecimento de uma sólida formação científica e pedagógica aos professores vem se configurando progressivamente como imprescindível para o desenvolvimento dos sistemas educativos, sendo feitos cada vez mais esforços na tentativa de melhoria dos processos de formação inicial e continuada de professores no Brasil.