Você está na página 1de 4

01. A imagem abaixo mostra um cartaz com um erro ortográfico que “viralizou” na internet.

Cartaz onde se lê FUI AO MOSSAR, com grafia inusitada.

Assinale a alternativa que apresenta motivo(s) plausível(is) que possa(m) ter levado a pessoa a
cometer tal desvio.
(A) A pronúncia da consoante “L” em final de sílaba como uma semivogal “u” e a existência de mais de
uma grafia para o fonema /s/ em português.
(B) A existência de um ditongo crescente na palavra “almoçar” e a pronúncia equivocada do som
representado pelo grafema “ç”.
(C) A dupla possibilidade de grafia do ditongo /au/ e a pronúncia equivocada do som representado pelo
grafema “ç”.
(D) A dificuldade em pronunciar, de acordo com a norma culta do português, o som correspondente à
sílaba “al”.
(E) Problemas de aprendizagem no que se refere à regência verbal de “ir”.

02. Sabe-se que nem sempre a relação entre grafema e fonema, na língua, é de um para um,
isto é, o número de letras e fonemas pode ser diferente em uma palavra. Assinale a alternativa
em que o vocábulo apresentado possui mais fonemas do que letras.
(A) chocado
(B) técnica
(C) exemplo
(D) assanhado
(E) prefixo

03.
Uma panela comum conversa com a panela de pressão: “Você é carioca?” / “Sou sim, como descobriu?” / “Pelo
chiado!”
O cartum acima aborda um fenômeno de variação linguística diatópica no nível fonético-
fonológico. O efeito de humor do texto está ligado à seguinte característica do falar carioca:
(A) a pronúncia do “s” em início de palavra.
(B) a prosódia “cantada” característica.
(C) a pronúncia do “s” em final de sílaba.
(D) a pronúncia do dígrafo “ss”.
(E) a entoação, similar ao chiado da panela de pressão.

04.
Texto para as questões 04 e 05

Transcrição - Calvin: Papai, sabe o que eu descobri? Que o significado das palavras não é uma coisa fixa! Qualquer
palavra pode ter qualquer significado! / Quando a gente dá novos significados às palavras, o nosso velho idioma se
transforma em um código excludente! Duas gerações podem ser divididas pelo mesmo idioma. / Já que é assim, vou
inventar novos significados pras palavras e aí a gente não vai mais conseguir se comunicar. / Você não acha isso
muito fiambre? É lubrificado! Bem, eu vou na fase. / Pai: Joia. Maneiro. Demorô.

Entre os vários fenômenos fonético-fonológicos comuns no português do Brasil, está o


apagamento da semivogal em ditongos – a chamada monotongação, que pode ocorrer, por
exemplo, em palavras como “cenoura” (pronunciada “cenôra”) ou “pedreiro” (pronunciada
“pedrêro”). Na tirinha, indica-se a ocorrência de monotongação na seguinte palavra da língua
portuguesa:
a) “papai”
b) “fiambre”
c) “joia”
d) “maneiro”
e) “demorou”

05. No segundo quadrinho, Calvin afirma que “duas gerações podem ser divididas pelo mesmo
idioma”. Indique o tipo de variação linguística que se relaciona com essa afirmação do garoto.
a) variação diatópica ou regional
b) variação diacrônica ou temporal
c) variação diafásica ou de registro
d) variação diastrática ou social
e) variação ortográfica e fonológica

06.

Quadro 1: Cebolinha chega com um carrinho e pergunta para Mônica: “Mônica! Vamos blincar de calinho?” /
Quadro 2: Mônica abraça Cebolinha e faz carinho em seu rosto.

Cebolinha é um personagem conhecido por ter a “língua presa”, ou seja, dificuldade de


articulação de um ou mais fonemas. Esse é um problema comum na infância, e que pode ser
corrigido com a ajuda de um profissional de fonoaudiologia.
Sobre a tirinha, assinale a alternativa correta:
(A) Cebolinha tem dificuldades apenas de pronunciar o “R forte”, que seria representado pelo
dígrafo “rr” na palavra “carrinho”.
(B) Cebolinha tem dificuldades apenas de pronunciar o “R fraco”, o que fica claro na palavra
“blincar”, em sua fala no primeiro quadrinho.
(C) Mônica não percebeu que se tratava de uma dificuldade de pronúncia de Cebolinha, e
achou que ele estava, de fato, querendo dizer a palavra “calinho”.
(D) Mônica interpretou a palavra “calinho” como “carinho”, uma vez que Cebolinha tem
dificuldade de pronunciar tanto o “R fraco” quanto o “R forte”, substituindo-os por “L”.
(E) Cebolinha, na verdade, se chama “Ceborinha”, não tendo seu apelido nenhuma relação
com o legume cebola.

07. O trecho abaixo, retirado de um blog pessoal, foi utilizado como forma de exemplificar a
proposta inusitada do autor de se criar uma “nova norma ortográfica para o português”. Leia:

“Koizas ke a vida me ensinou (A vida me ensinou a ser pasiente)

Tempo, pasiênsia e diplomasia konstituem a fórmula májica para rezolver kuaze todos os
problemas de relasionamento umano, seja no trabalho, no kazamento, kom as amizades ou
kom os inimigos. (...)
Se brigar rezolvese alguma koiza, á tempos já teriam sido solusionadas as kestões da Palestina,
da Bósnia, do Pakistão, do Afganistão, do Irã e do Irake. E os kazamentos já estariam todos
funsionando azeitados. Mas não é o ke konstatamos.

Konkluzão: brigar não rezolve konflitos.”


(Por: DeRose. Disponível em: https://derosemethod.org/)

A “nova norma ortográfica” proposta por DeRose tenta simplificar a relação entre letra e
fonema no português. Entre as mudanças propostas pelo autor, está:
(A) a redução das possibilidades de representação gráfica de fonemas como /k/, /s/ e /z/.
(B) a representação do fonema /ʎ/, antes escrito como “lh”, por uma única letra.
(C) a especificação, na grafia, da pronúncia de vogais “e” e “o” – aberta ou fechada.
(D) a eliminação da acentuação gráfica e de diacríticos como til e cedilha.
(E) a criação de letras diferentes para representar as várias pronúncias do “R”.

08.
Texto para as questões 08 e 09
O contador de histórias não perdeu tempo: pegou um microfone de barro que ele mesmo
fizera e começou a simular uma enquete para uma imaginária televisão: “A senhora viu quem
estuprou a menina?”, perguntou, demonstrando intimidade com o tema e com a palavra, que
pronunciou corretamente. Disse estuprou e não estrupou. “E o senhor não viu?” “Uma menina
foi estuprada aqui e o senhor não viu?”
VENTURA, Zuenir. Cidade Partida.
O texto acima é um fragmento do livro Cidade Partida, de Zuenir Ventura. Nesta obra, o
jornalista vai para a favela de Vigário Geral entrevistar moradores sobre uma chacina que
ocorreu em 1992. Nesse momento, ele entrevista as crianças e conhece esse menino que tem
aspirações a jornalista. O curioso no texto é que o narrador se espanta com o fato de o
menino pronunciar corretamente a palavra “estuprou”.
Esse fato compreende:
(A) que o padrão do falar naquela comunidade é o da norma culta.
(B) a falta de escolaridade geral daquela região.
(C) o condicionamento do meio, que faz o menino reproduzir a palavra corretamente.
(D) o preconceito do narrador ao pensar que, dentro da favela, todos vão falar errado.
(E) que o narrador não apresenta um raciocínio estereotipado.

09.
A forma “estrupou” é desprestigiada pela língua culta. Foneticamente, o que ocorre é o
deslocamento da consoante “r” para a sílaba anterior. Este é um fenômeno comum na língua
coloquial. O termo em que o movimento de deslocamento do fonema ocorre em sentido
contrário ao do exemplo “estrupou” é:
(A) “tauba” por tábua.
(B) “cocrete” por croquete.
(C) “sastifeito” por satisfeito.
(D) “iorgute” por iogurte.
(E) “largatixa” por lagartixa.

Você também pode gostar