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Avaliação Nutricional
CONSIDERAÇÕES
Segundo a OMS (1995), adolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos, podendo ser dividido em
duas fases:
fase 1: dos 10 aos 14 anos, quando ocorre o início das mudanças puberais;
fase 2: dos 15 aos 19 anos, quando ocorre o término da fase de crescimento e de desenvolvimento
morfológicos.
A tabela abaixo apresenta um parâmetro adaptado dos critérios estabelecidos por Tanner, a respeito dos
índices de maturação sexual:
*Adaptado de Tanner JM: Growth at Adolescence, 2a ed. Oxford. Blackwell Scientific Publications, 1962. Fonte: Mahan LK, Arlin MT. Krause: alimentos, nutrição e
dietoterapia. 8a edição.
A síntese e secreção de hormônios sexuais são responsáveis por diferenças nas características dos
adolescentes de sexo masculino e feminino. A testosterona é responsável pelas principais características
masculinas, enquanto a progesterona e o estrógeno (principalmente), pelas características femininas
(ALBANO 2000).
Em adolescentes do sexo masculino o estirão puberal (pico de crescimento) ocorre entre 12 e 15 anos, e com
maior intensidade quando comparado às meninas, justificando sua maior estatura final; fato semelhante
também ocorre com o peso (Mateluna 1996, citado por ALBANO (2000, p.5)).
Já no sexo feminino, o estirão acontece por volta dos 10 e 13 anos, período em que também e observa o
aparecimento das primeiras características sexuais secundárias (Mateluna 1996, citado por ALBANO (2000,
p.5)). A menarca vem acompanhada de desaceleração na velocidade de crescimento, aumento acentuado de
tecido adiposo subcutâneo (enquanto no sexo masculino há aumento da massa magra e massa esquelética e
celular) (Carruth 1991; Verdú e Marín 1995, citados por ALBANO (2000, p.5)).
É importante destacar todas essas peculiaridades da adolescência, pois elas são responsáveis por diferentes
padrões físicos e comportamentais que exercem papel fundamental no momento da avaliação nutricional
desses indivíduos.
AVALIAÇÃO ALIMENTAR
Os instrumentos que podem ser usados incluem o registro alimentar de 3 dias (sendo 1 dia do fim de
semana), o recordatório de 24 h e um questionário de freqüência de alimentos, sem esquecer de informações
sobre hábitos alimentares e rotina diária, preferências, aversões e tabus.
Deve-se estar atento a alguns fatores que poderiam influenciar negativamente o consumo alimentar dos
adolescentes (PECKENPAUGH e POLEMAN 1997):
ANTROPOMETRIA
Segundo Himes e Dietz 1994, citado por FONSECA (1998, p.542), o IMC é considerado um bom indicador
da obesidade em adolescentes, apesar das variações de idade e maturação sexual.
É calculado a partir do peso (em kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros).
Um bom padrão de referencia são as curvas de percentis do NCHS. São curvas desenvolvimento pôndero-
estatural, desenvolvidos pelo NCHS (National Center for Health Statistics) em colaboração com o National
Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (2000). Estão disponíveis 10 gráficos:
Pontos de corte:
• <P3 : Desnutrição
• Entre P3 e P10: Risco de desnutrição
• >P10 e <P90: Normal
• Entre P90 e P97: Sobrepeso
• P97: Obesidade.
As medidas de dobras cutâneas são úteis para verificação da porcentagem de gordura. Segundo Slaughter et
al, 1988:
Fórmulas para indivíduos entre 7-18 anos cuja somatória das dobras tricipital e sub-escapular (S) seja
inferior a 35mm:
Rapazes brancos:
Pré-púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 1,7
Púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 3,4
Pós-púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 5,5
Rapazes negros:
Pré-púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 3,5
Púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 5,2
Pós-púbere: % de gordura = 1,21(S) - 0,008 (S)(S) - 6,8
Para mais informações a respeito de estimativas de % de gordura e mensuração de dobras leia também:
http://www.rgnutri.com.br/sap/avaliacao/ana1.shtml
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
• Albumina: não é um marcador sensível ao estado protéico de um indivíduo, pois tem uma meia-vida
longa (15-20 dias)
• Pré-albumina: tem uma vida-média curta (2-3 dias) e é a mais útil das proteínas plasmáticas para a
avaliação do estado nutricional.
• Transferrina: tem vida média-curta (8 dias). Sua síntese é reduzida por deficiências de ferro e é
reagente de fase aguda. Em indivíduos desnutridos está diminuído e responde rapidamente ao
tratamento nutricional.
• Balanço nitrogenado: o valor nitrogenado positivo indica o crescimento, enquanto o balanço
nitrogenado negativo significa que o catabolismo das proteínas excede o anabolismo, refletindo
ingestão inadequada de calorias ou de proteínas.
• Excreção de Creatinina e de 3-Metil-Histidina (3-M-H): são marcadores bastante precisos da
degradação protéica;
• Glicose: teste de tolerância à glicose e outros testes de tolerância a CHO (lactose, sacarose, etc.) têm
sido usados para medir a má absorção de CHO através da análise de hidrogênio respiratório.
• Imunologia: diversos aspectos do sistema imunológico são influenciados pelo estado nutricional. A
imunocompetência pode ser acessada via questionário auto-aplicativo constando a freqüência de
sintomas relacionados a oscilações do sistema imunológico (Bassit, 2000) ou via testes laboratoriais
como proliferação linfocitária, dosagem de imunoglobulinas de fase aguda e crônica, atividade
fagocitária de macrófagos entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Albano RD. Estado nutricional e consumo alimentar de adolescentes. São Paulo, 2000. [Tese de Mestrado -
Faculdade de Saúde Pública da USP].
Carrazza, F. R., Marcondes. E. Nutrição Clínica em Pediatria. Sarvier, São Paulo, 1991;
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Mahan, L. K., Arlin, M. T. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 8ª ed. Roca. São Paulo, 1995;
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http://www.abeso.org.br/pdf/nchs2000.pdf