O anarcocapitalismo é um conjunto de doutrinas éticas, políticas, filosóficas
e econômicas que compreendem uma ordem social sem Estado. Mas a “anarquia” anarcocapitalista não é sinônima de caos, haveria uma organização voluntária na sociedade. Pode ser mais bem compreendido quando chamado de Ordem Livre ou Ordem Natural, como o economista, cientista político, sociólogo e filósofo Hans-Hermann Hoppe esclarece. A base ética para os anarcocapitalista é o princípio de não agressão, já conhecido por ser usado por liberais clássicos como John Locke e Ludwig Von Mises. Para os defensores da Ordem Natural, o Estado é antiético porque necessariamente precisaria cometer agressão para existir, como por exemplo, quando sujeita os cidadãos ao pagamento de impostos contra sua vontade ou mesmo de sua submissão compulsória, que impede a sua separação do Estado. Há ainda o anarcocapitalismo utilitarista, desenvolvido pelo economista e Phd de física, David Friedman, que não necessita se basear em princípios éticos, tendo como ponto inicial a ineficácia do Estado e vendo no livre mercado uma melhor efetividade em fornecer os serviços hoje estatizados, sejam ele quais forem, e possibilitando melhor florescimento para a autonomia humana. Princípios anarcocapitalista incluem o capitalismo de livre mercado, modelo econômico que propicia total autonomia para a negociação entre empregadores e funcionários e ainda para trocas comerciais; não existência de propriedade intelectual e a liberdade de expressão ilimitada, a descentralização da justiça, onde juízes reconhecidos pelo povo poderiam julgar causas respeitando os direitos naturais do homem. Os anarcocapitalista costumam se diferenciar entre “gradualistas” e “brutalistas”. Os gradualistas acreditam em participação na democracia para reduzir o Estado, por exemplo, privatização de estatais e corte de impostos, e votar em candidatos que menos se distanciam das ideias libertárias, diminuindo o Estado dentro das suas próprias possibilidades legais, até que ele chegue ao fim. Já os brutalistas não acreditam que seja possível o fim do Estado gradualmente, acreditam que o aparato estatal poderia voltar atrás em sua diminuição, aumentando seus poderes através de outros meios e nunca chegando ao seu fim, que só poderia ocorrer de uma vez só.