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O USO DO PRÉ E

PÓS DIPPING
NA ORDENHA

Olá pessoal!
Nessa nova cartilha vamos abordar os
aspectos gerais da utilização do pré e pós-
dipping durante a rotina de ordenha!

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Equipe MilkCare!
Objetivo do pré e pós-dipping:
Evitar o aparecimento de novas infecções!

O pré-dipping corresponde a
A desinfecção dos tetos é uma
desinfecção de teto que é realizada
prática realizada durante a rotina de
logo no início dos procedimento da
ordenha que deve ser feita com
rotina de ordenha e é responsável
muita atenção.
por evitar a contaminação das
bactérias ambientais.
Tanto o pré quanto o pós dipping
exigem aplicadores de formato
Já o pós-dipping é a última prática
próprio para que o produto possa ter
realizada na rotina de ordenha e tem
contato com a maior área da pele do
como objetivo evitar a contaminação
teto.
por bactérias contagiosas.
A imersão dos tetos em solução
desinfetante (pré e pós) tem o objetivo
de eliminar a contaminação de
microrganismos que estão presentes
na pele do teto (Ramalho et al., 2012)

A imersão dos tetos em solução desinfetante é


uma prática de certa simplicidade e que se for
feita da forma correta pode ajudar a diminuir a
incidência da mastite. A baixa prevalência de
mastite em um rebanho leiteiro trás como
consequência uma produção de leite
otimizada, com qualidade e vacas saudáveis

Diversos artigos demonstram que, a desinfecção dos tetos antes e depois da ordenha são
duas das práticas que quando não realizadas estão associadas à elevada CCS, alta CPP (Souza
et al., 2005; Elmoslemany et al., 2009; Nero et al., 2009; Elmoslemany et al.,2010). Além
disso, a não execução do pós-dipping foi associado a maior ocorrência de mastite por
Staphylococcus aureus (Oliveira et al., 2011).

Figura 1. Carga bacteriana total em Unidades Formadoras de Colônias (UFC/mL) frente ao iodo, antes da ordenha,
aos 15, 30, 60 e 120 segundo após a aplicação do desinfetante e após a ordenha (Silva et al., 2013).
Os produtos de pré-dipping tem como base,
entre outras, o hipoclorito de sódio, o iodo, a
Existem hoje diversas marcar que clorexidine, o ácido lático. Para o pós-dipping
comercializam produtos com poder podemos considerar os mesmos componentes,
de desinfecção dos tetos. exceto o hipoclorito.

Para escolher o melhor produto é A aplicação desse produto na pele do teto deve
necessário que a propriedade rural ser feita de forma que faça a cobertura de mais
tenha seus dados a respeito da da metade do teto. É importante lembra que o
mastite e qualidade do leite bem aplicador deve ser escolhido de acordo com o
descritos. Com o histórico da produto já que, no caso do pré-dipping, existe a
propriedade é possível comparar a apresentação no formato de espuma.
ação dos produtos com a observação
da mudança do comportamento,
principalmente das novas infecções
no rebanho.

Além disso, deve-se levar em


consideração também outras
características como; possuir amplo
espectro de ação, não ser irritante
aos tecidos humanos e animais, ter
estabilidade ao entrar em contato
com a pele, e, claro, o custo acessível
ao orçamento da propriedade rural.
Figura 2. À cima: teto com pós-dipping. Em baixo; aplicação de pré-
(Pedrini e Margatho 2003) dipping com espuma.
A realização do pré-dipping é indicada para
todas as propriedades rurais, independente
O objetivo do pré-dipping é a desinfecção se existe problema de mastite ambiental ou
da pelo do teto e para que isso aconteça de não já que, essa prática, ajuda na
forma satisfatória é importante atentar estimulação da ejeção do leite e na
para a condição de limpeza dos tetos no ordenhabilidade.
momento dessa prática. Isso significa que,
tetos sujos com matéria orgânica (lama, Em um trabalho realizado por Pankey e
esterco, cama) diminuem a ação do colaboradores (1987) foi avaliado a eficácia
desinfetante quando presentes na pele do do pré-dipping com uma boa preparação do
teto. úbere em comparação com apenas a prática
de boa preparação do úbere, em quatro
Os microrganismos que são o alvo de rebanhos comerciais nos EUA. Podemos
eliminação dessa prática são os patógenos observar que em todos os rebanhos houve
ambientais (Pankey e Drechsler, 1993). uma redução significativa nas novas
Como exemplo de patógenos ambientais infecções quando foi feito o pré-dipping
podemos citar: Escherichia coli, Klebisiella (Figura 3).

Figura 3. Avaliação do uso de pré dipping com diferentes composições no controle das novas infecções
intramamárias (Pankey et al., 1987 - Gráfico feito pela MilkCare)
Mesmo tomando todos os cuidados É importante avaliar a espessura que o
necessários para realizar uma ordenha produto do pós-dipping possui. Essa
da forma mais higiênica possível sempre espessura é traduzida por capilaridade,
haverá alguma transferência de uma característica muito importante já
microrganismos entre os animais, que o pós-dipping deve ter capacidade
durante a ordenha. Essa transmissão de entrar pelo canal do teto e eliminar
pode ocorrer devido ao algum microrganismo que esteja ali.
compartilhamento dos conjuntos de Caso o produto seja muito espesso ele
teteiras, mãos do ordenhador, fluxo não conseguirá entrar no canal do teto e
reverso do leite. Sendo assim, ao final da sua ação será reduzida.
ordenha, a pele dos tetos estará com
algum nível de contaminação por A coloração do produto de pós-dipping
microrganismos causadores de mastite. tem valor apenas de avaliação visual e
não deve ser confundida com sua
O risco para a contaminação da glândula eficiência. A eficiência  do produto deve
mamária pós ordenha é alto porque o ser medida sempre que possível, a fim de
esfíncter do teto encontra-se aberto, o avaliar se a base utilizada ainda se
que facilita a entrada dos mantém ativa contra microrganismos
microrganismos. Por isso, a utilização do causadores de mastite.
pós-dipping tem o objetivo de eliminar
esses microrganismos patogênicos e, Lembre-se sempre que o pós-dipping
como consequência, reduzir as novas deve ser passado em pelo pelo dois
infecções causadas por microrganismos terços da pele do teto ou mais se
contagiosos. possível, para garantir eficiência (Coser,
2012)
Chegamos ao fim de mais uma cartilha!
Esperamos que o conteúdo aqui divulgado seja útil na sua
jornada para propagar o conhecimento sobre a qualidade
do leite!

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REFERÊNCIAS

1- Ramalho, A. C., Soares, K. D. A., Silva, D. F., Barros, M. R. C., Pinheiro Júnior, J. W., Oliveira, J. M. B., ... & Medeiros, E. S. (2012). Eficácia in vitro de desinfetantes comerciais utilizados
no pré e pós-dipping frente a..
2- NERO, L. A.; VIÇOSA, G. N.; PEREIRA, F. E. V. Microbiological quality of milk determined by production characteristics. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 29 n. 2, p.
386-390, abr.-jun. 2009.
3- REDUÇÃO DA CARGA BACTERIANA TOTAL APÓS UTILIZAÇÃO DE DESINFETANTES EM ORDENHA MECÂNICA NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIPAR EM DIFERENTES PERÍODOS.
Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, N.16; p. 2013.
4-SOUZA, G. N.; BRITO, J. R. F.; MOREIRA, E. C.; BRITO, M. A. V. P.; BASTOS, R. R. Fatores de risco associados à alta contagem de células somáticas do leite do tanque em rebanhos
leiteiros da Zona da Mata de Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. n. 57, p. 251-260. 2005.
5- Elmoslemany et al, Risk factors for bacteriological quality of bulk milk in Prince Edward Island dairy herd. Part 1. Overall risk factors. Jour. od Dairy Science. V.92, n.6, p. 2644-2652,
2009.
6- Elmoslemany et al., The association between bulk tank milk analysis for raw milk quality and on-farm management practices. Preventive Veterinary Medicina. v.95, n1-2, p. 32-
40.2010.
7- Oliveira et al., Risk factors associated with selected indicators of milk quality in semiarid northeastern Brazil. Jour. of dairy science. v94, n.6, p. 3166-31755. 2001.
8- Pedrini S.C.B. & Margatho L.F.F. 2003. Sensibilidade de microrganismos patogênicos isolados de casos de mastite clínica em bovinos frente a diferentes tipos de desinfetantes.
Arqs Inst. Biológico, São Paulo, 70(4):391-395.
9- Pankey, J. W., e P. A. Drechsler. 1993. Evolution of udder hygiene. Premilking teat sanititation. Vet. Clin. North Am. Food. Anim. Pract. 9:519-530.
10- PANKEY, J. W. et al. Field trial evaluation of premilking teat disinfection. Journal of Dairy Science, v. 70, n. 4, p. 867-872, 1987..
11- COSER, S. M.; LOPES, M. A.; COSTA, G. M. Mastite bovina: controle e prevenção. Universidade Federal de Lavras - EDITORA UFLA. Boletim Técnico - n. 93 - p. 1-30 ano 2012.

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