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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Assimai Essiaca

Culpa Penal e Medida da Pena

Trabalho de caracter avaliativo da


cadeira de Direito Penal II, 3º ano,
leccionada pelo docente: M/A
Sezinho Muachana

Nampula

Abril de 2020
Caso prático

1. De acordo com Guilherme Nucci a culpa é um juízo de censura encaminhado a pessoa do


agente imputável por agir conscientemente de forma ilícita, sendo-lhe exigível que actuasse
de acordo com Direito. Com isso o agente deve ter uma idade mínima e uma consciência
aceitável;

Causas de exclusão da culpa: são as circunstâncias em que se afirma que não há juízo de
culpabilidade, de acordo com o artigo 51 do CP, Constituem causas de exclusão da culpa: os
que praticam o facto violentados por qualquer força estranha, física e irresistível; os que
praticam o facto dominados por medo insuperável de um mal igual ou maior, iminente ou em
começo de execução; os que praticam um facto cuja criminalidade provém somente das
circunstâncias especiais que concorrem no ofendido ou no acto, se ignorarem e não tiverem
obrigação de saber a existência dessas circunstâncias especiais; e em geral, os que tiverem
procedido sem intenção criminosa e sem culpa.
2. a) O artigo 30 CP, vem dizer que as pessoas colectivas e entidades equiparadas, com
excepção do Estado, de pessoas colectivas no exercício de prerrogativas de poder público e
de organizações de direito internacional público, são responsáveis pelos crimes previstos
neste Código e demais legislações específicas. Logo em moçambique as pessoas colectivas
são susceptíveis de culpa, pois sendo a culpa um dos elementos do conceito formal de crime,
seria impossível responsabilizar alguém sem que tenha culpa por um determinado acto
criminoso. O código penal apresenta que pelos crimes praticados pelas pessoas colectivas e
entidades equiparadas aplicam-se as penas principais de dissolução ou de multa, nos termos
dos artigos 85, 86, e ss, onde Só para ilustrar que pelo simples facto de a pessoa colectiva ter
órgãos de gestão emitem a vontade da sociedade, os efeitos criminais dessas vontades que são
feitas em sede de deliberações sociais, são suficientes para a formação da culpa da sociedade
ou pessoa colectiva para alcançar a devida responsabilização.

3. a medida concreta da pena é aquela aplicada pelo juiz, que pode variar em função do grau
de culpa do agente ou a gravidade do facto criminoso, esta medida judicial é aplicada com
base na lei e na moral do juiz. Ao passo que a medida legal é a repreensão, preestabelecida
anteriormente pela lei penal de forma abstracta, estabelecendo o mínimo e o máximo da
moldura penal aplicável ao facto em analise.
4. A aplicação da pena pelo juiz, a determinação da medida da pena dentro dos limites
definidos na lei, o Código Penal é bastante impreciso. Esta imprecisão, é certo, é diminuída
pelas definições legais de critérios para os outros passos da determinação judicial da pena -
para a atenuação especial, para as formas especiais de agravação que são 2. pena do concurso
e a pena indeterminada, para a dispensa de pena, para a suspensão da execução da pena e para
a escolha de penas. Mas também, em sentido contrário, propaga-se a esses critérios e, por
vezes, é fortalecida, em vez dissipada, pelas respectivas definições. Ora tudo indica, como
veremos, que a lei quis ser imprecisa num campo em que a doutrina se divide e em que seria
imprudente tomar partido, até porque as implicações sistemáticas e de direito constitucional
são de tal peso que viriam corrigir qualquer opção menos feliz. Maior é assim a
responsabilidade da doutrina, que não é diminuída por ser auxiliar do juiz. É que aqui trata-se
.de ajudar a pensar, e o pensamento metódico e a crítica mútua ~o as formas de preparar
decisões em democracia, sem exceptuar - com as necessárias ressalvas - as do juiz. Quando
se fala de medida concreta ou judicial da pena ao nível do código penal, tem-se por base o
art.º 112 que vislumbra a forma como esta medida é aplicada ao caso em concreto, desta
forma a lei diz que a determinação da medida da pena, dentro dos limites definidos na lei, é
feita em função da culpa do agente e das exigências de prevenção. Na determinação concreta
ou judicial da pena o tribunal atende a todas as circunstâncias que, não fazendo parte do tipo
de crime, depuserem a favor do agente ou contra ele, considerando, nomeadamente: O grau
de ilicitude do facto, o modo de execução deste e a gravidade das suas consequências, bem
como o grau de violação dos deveres impostos ao agente (art. o 112, al. a) CP); A intensidade
do dolo ou da negligência (art. 112, al. b) CP); Os sentimentos manifestados no cometimento
do crime e os fins ou motivos que o determinaram (art. o
112, al c) CP); As condições
pessoais do agente e a sua situação económica (art.º 112, al. d) CP); A conduta anterior ao
facto e a posterior a este, especialmente quando esta seja destinada a reparar as consequências
do crime (art. o
112 al e) CP); A falta de preparação para manter uma conduta lícita,
manifestada no facto, quando essa falta deva ser censurada através da aplicação da pena (art.
o 112, al. f) CP).

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