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IDADE MÉDIA

O FEUDALISMO

Professora: Bianca Vanini


ALTA IDADE MÉDIA
Costuma-se dividir o Período Medieval em duas
fases distintas:
• Alta Idade Média (do sec. V ao sec. XI) – formação e
cristalização do sistema feudal (consolidou-se com a
divisão do Império Carolíngio e as invasões árabes,
vikings e húngaras).

• Baixa Idade Média (do sec. XI ao sec. XV) – início da


transição do feudalismo ao capitalismo, que se
consolidou apenas no século XVIII.
ORIGENS ROMANO-GERMÂNICAS
• A Ruralização ainda no Império Romano: invasões
bárbaras e o aumento dos gêneros alimentícios.

• A agricultura era a atividade econômica preponderante,


porém, a escassez da mão de obra escrava, gerada pela
retração das guerras de conquista, agravou a crise nas
grandes propriedades.

• Solução: uma nova relação de produção, baseada no


arrendamento das terras: o colonato. As populações
passaram a viver em torno das villas, autossuficientes,
dirigidas por um senhor.

• Após um período de saques, que forçaram as populações
a se isolarem, os povos germânicos, passaram a se
integrar com os antigos senhores da Europa,
miscigenando suas culturas e assimilando a religião
cristã.

• Politicamente, a estrutura estabelecida entre os grupos


germânicos fundamentava-se na organização das tribos e
na prática do comitatus (que previa laços de fidelidade
mútua entre os chefes e os guerreiros), e a prática do
beneficium (os chefes bárbaros concediam terras aos
seus colaboradores em troca do pagamento de tributos).
OS REINOS BÁRBAROS
• Economia; era baseada em trocas naturais e na
exploração coletiva da terra, do pastoreio e da caça. A
agricultura era itinerante (seminômades) e rudimentar,
inexistindo um grande apego a terra.
• Organização política: tinha como base à família
(patriarcal e monogâmica) que formava unidades maiores
(as aldeias) até chegar à tribo. As relações políticas eram
recíprocas e temporárias, definindo-se através do
comitatus (grupos formados pelos guerreiros e pelo
seu chefe, com obrigações mútuas de serviço e
lealdade). Não havia leis escritas, o direito era
consuetudinário.
• A religião: era politeísta e animista, adorando as forças da
natureza.
O REINO FRANCO (481-987)
• Meroveu: chefe dos francos combateu os hunos junto
aos romanos e estabeleceu-se definitivamente no
território romano. Dinastia merovíngia.

• Clóvis (neto de Meroveu – 481-511): responsável por


unificar as tribos francas. Conquistou o apoio dos bispos
católicos ao converter-se ao catolicismo (influência de
Clotilde, princesa burgúndia católica). Após sua morte o
Reino foi dividido entre seus filhos.

• Os herdeiros merovíngios acabaram recebendo o nome


de reis indolentes, pois seus reinados foram fracos e
quase sem nenhuma autoridade, relegando a
administração para os prefeitos do palácio.
• Major domus ou prefeito do palácio: eram eles quem
verdadeiramente administravam o reino.
• Pepino de Heristal (679-714): major domus do palácio reunificou o
Reino Franco e conseguiu junto ao rei, a hereditariedade do cargo.

• Carlos Martel: demonstrando inteligência política e administrativa,


aumentou seu prestígio ao vencer os muçulmanos na famosa
batalha de Poitiers em 732. Esse fato impediu a islamização do
ocidente.

• Pepino, o Breve: era filho de Carlos Martel. Apoiado pelo papa


Zacarias, foi coroado, em 751, rei dos francos, afastando o último rei
merovíngio (Childerico III) e inaugurando a dinastia dos
Carolíngios.

• Carlos Magno: Era filho de Pepino, o Breve. Durante os 46 anos de


seu governo, procurou aprimorar a administração, centralizando seu
poder e introduzindo ordem e disciplina nos negócios do Estado. Em
cada novo território conquistado, Carlos Magno construía uma igreja
e ao lado desta uma escola. Dos conquistados exigia, além da
lealdade, a conversão ao catolicismo.

• Criou as marcas, os condados e os ducados


Pepino, o Breve Carlos Magno
• As leis do Império seguiam as Capitulares (leis escritas
aprovadas por um conselho). No ano 800, foi coroado
imperador. Durante seu reinado estimulou a educação,
levando o Império Franco a um verdadeiro renascer das
letras e das artes (Escola Palatina).

• Com sua morte, sobe ao trono seu filho, Luís, o Piedoso.


Luís não conseguiu conciliar a fé com a razão
administrativa e dividiu o reino entre seus filhos.

• Tratado de Verdun (843): dividiu oficialmente o Império


entre os herdeiros de Luís: Lotário ficou com a Itália e a
França central; Luís, o Germânico, herdou a Alemanha e
Carlos, o Calvo, à França.
• A descentralização do poder real proporcionou a
estruturação do feudalismo. Com as invasões
normandas, alguns nobres sobressaíram–se nas lutas em
defesa da Bretanha fortalecendo ainda mais o poder da
nobreza feudal.

• Em 987, Hugo Capeto, pôs fim a dinastia Carolíngia,


substituindo pela nova dinastia, a dos Capetíngios.
ÁRABES E VIKINGS
• Domínio do mar Mediterrâneo pelos árabes. Nos dois
séculos seguintes, a navegação cristã foi praticamente
interrompida, isolando a Europa do resto do mundo. O
Mediterrâneo era sinônimo de comércio, que agora era
controlado pelos seguidores de Alá.

• Entre os séculos IX e XI, a Europa foi assolada por uma


nova onda de invasores: vikings. Essas incursões
acabaram provocando total insegurança nas populações
europeias, que se refugiaram ao redor dos castelos, em
busca de proteção.
BAIXA IDADE MÉDIA
FEUDALISMO - CARACTERÍSTICAS
• Igreja católica como a instituição mais poderosa da
época. Visão religiosa – teocêntrica.
• Os feudos (grandes propriedades rurais fortificadas) eram
autossuficientes. A terra era a maior fonte de riqueza.
• A sociedade feudal era rigidamente hierarquizada e
quase inexistia a mobilidade social
• Descentralização política: em geral o rei era uma figura
decorativa, pois quem efetivamente mandava no feudo
era o senhor feudal (barão, conde, marquês, duque). O
poder era centralizado nas mãos dos desses
senhores.
• Ruralização da sociedade: despovoamento das
cidades. A vida rural era predominante.
A ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
• A unidade de produção era o feudo, constituído, na maioria
das vezes, pela terra, que podia ter uma extensão variável
• A economia feudal era totalmente baseada na agricultura e no
pastoreio, utilizando-se de técnicas rudimentares, que
geravam uma baixa produtividade. A produção era
autossuficiente, desvinculada da ideia de lucro. O único
comércio existente era feito por meio de trocas in natura, isto
é, produto por produto, praticamente inexistindo a circulação
monetária.
O feudo dividia-se em três partes básicas:
• Manso senhorial: onde ficava o castelo com terras de uso
exclusivo do senhor;
• Manso servil: composto por vários lotes arrendados aos
servos;
• Manso comunal: composto por bosques e pastos usados
tanto pelo senhor como pelos servos.
CLASSES SOCIAIS - A sociedade feudal se dividia em
três estamentos principais:
• Nobres: (Bellatores, palavra latina que significa
“guerreiros”) – ordem dos detentores de terra, que se
dedicavam basicamente às atividades militares.

• Clero: (Oratores, palavra latina que significa “rezadores”)


– ordem dos membros da Igreja Católica, destacando-se
os dirigentes superiores, como bispos, abades e
cardeais;

• Servos: (Laboratores, palavra latina que significa


“trabalhadores”) – compreendendo a maioria da
população camponesa, os servos realizavam os trabalhos
necessários à subsistência da sociedade.
Clero

Nobreza

Camponeses e
servos
AS OBRIGAÇÕES SERVIS
• A TALHA, que era uma parte de tudo o que produziam,
correspondia, em geral, a mais da metade da produção;

• BANALIDADES, cobradas pelo uso do forno, do moinho,


celeiros e pontes e de outros equipamentos, que
pertenciam ao senhor;

• CORVEIA, que era o trabalho obrigatório e gratuito, por


três ou mais dias da semana, na reserva senhorial, para
cultivar os campos e realizar várias outras tarefas:
consertar caminhos, cortar e carregar madeira etc.

• MÃO MORTA, tributo cobrado pela transmissão do lote


ao filho, quando da morte do pai.
• CENSO: Taxa paga pelo usufruto da terra;

• CHEVAGE: Valor anual para marcar a dependência;

• FORMARIAGE: Valor pago para o filho poder casar;

• ALBERGAGEM: Obrigação de alojamento do senhor.

• TOSTÃO DE PEDRO ou DÍZIMO: taxa paga para


manutenção da igreja existente no feudo
SUSERANIA E VASSALAGEM
• Era uma troca de favores, um juramento de fidelidade
recíproco, em que um nobre prestava a outro.

• O poder político era descentralizado. O rei era uma figura


decorativa, com poucos poderes.

• Sistema de suserania e vassalagem:

- Suserano: o nobre que doava feudos a outro nobre

- Vassalo; Recebia terras do suserano e em troca, devia


fidelidade e prestação de serviços (principalmente militares) ao
senhor.
• SUBENFEUDAÇÃO: um nobre podia ser ao mesmo
tempo vassalo e suserano. Devido à existência da
subenfeudação, formavam uma hierarquia que começava
no rei e se ramificava até alcançar o mais modesto dos
cavaleiros
• A transmissão do feudo era realizada em uma cerimônia
solene, constituída de dois atos principais: a
homenagem e a investidura.

• Poder descentralizado.

• O rei não conseguia impor


suas vontades aos nobres.

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