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O que é PGR: Quem assina, elabora, vigência e muito

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April 7, 2020

Nesse artigo veremos O que é PGR: Quem assina, elabora, vigência e muito mais.

A NR 1 que foi sancionada no dia 9 de março de 2020 se chama Disposições Gerais e


Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). Ela traz como programa principal o PGR
(Programa de Gerenciamento de Riscos).

ÍNDICE DE CONTEÚDO
1. O QUE É PGR (PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO?
2. DO QUE É FORMADO O PGR?
3. QUEM PODE ELABORAR E ASSINAR O PGR?
4. VIGÊNCIA DO PGR
5. NOVOS CUIDADOS PARA CONTRATANTES E CONTRATADAS
6. TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA OS PEQUENOS
7. HIGIENE OCUPACIONAL E O PGR – UTILIZAR LIMITES DA NR 9 OU NR 15?
8. A LIGAÇÃO DO PGR COM O PCMSO

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O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) deixará de existir assim que o
PGR e a nova NR 9 entrarem em vigor.

A nova NR 9 entrará em vigor em 02 de agosto de 2021 assim como a nova NR 1, 7 e


18. A nova versão da NR 9 nem menciona mais o nome PPRA.

A diferença entre PGR e PPRA: 5 fatos que mostram a diferença

O QUE É PGR (PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO?


O GRO é harmonizado com a ISO 45001, o texto da norma foca na questão da melhoria
contínua. A estrutura básica do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é baseada no
conceito PDCA (Plan-Do-Check-Act), que inclusive, é abordado na própria ISO 45001.

Podemos dizer que o PGR é um dos filhos mais queridos do GRO. O assunto que toma
o maior espaço dentro da NR 1 são os treinamentos presencias e no formato Ead, mas o
segundo assunto a tomar mais espaço é o PGR.

DO QUE É FORMADO O PGR?

Curiosamente, conforme a NR 1, o PGR é formado por apenas dois itens, inventário de


riscos e plano de ação.

– Inventário de riscos: local onde o elaborador do PGR listará todos os riscos e perigos
presentes no ambiente de trabalho.

– Plano de ação: local onde o elaborador listará as medidas de controle para minimizar,
controlar, eliminar os riscos que existentes no ambiente de trabalho que foram
identificados no inventário de risco.

QUEM PODE ELABORAR E ASSINAR O PGR?

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Segundo a NR 1 no item 1.5.7.2 Os
documentos integrantes do PGR
devem ser elaborados sob a
responsabilidade da organização,
respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e
assinados.

É o empregador que determina qual


profissional que elaborará o PGR da
empresa dele. E ele empregador
sendo quem indica o elaborador
acaba sendo mais responsável pelo
documento do que o próprio
elaborador.

VIGÊNCIA DO PGR
Conforme já tínhamos previsto no artigo “Acabar com o PPRA Era Necessário? O que
Esperar do PGR?” é mesmo o fim do PPRA. E mais, o PGR assim como o PPRA, não
tem data de vigência.

A NR 1 determina que os riscos do inventário de riscos devem ser reavaliados


continuamente e a cada dois anos. Se a empresa possui sistemas de gestão de SST
o tempo pode ser de até 3 anos.

Não é que preciso gerar um programa novo quando for reavaliar os riscos, afinal ter que
reavaliar os riscos é diferente de ter que emitir um novo PGR.

Abaixo os trechos em que a norma fala sobre a reavaliação dos riscos:

1.5.4.4.6 A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a


cada dois nos ou quando da ocorrência das seguintes situações:

a) após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos


residuais;

b) após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos,


condições, procedimentos e organização do trabalho que impliquem em novos riscos ou
modifiquem os riscos existentes;

c) quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de


prevenção;

d) na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho;

e) quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis.

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1.5.4.4.6.1 No caso de organizações que possuírem certificações em sistema de
gestão de SST, o prazo poderá ser de até 3 (três) anos.

NOVOS CUIDADOS PARA CONTRATANTES E CONTRATADAS

As contratadas deverão fornecer ao contratante uma cópia do inventário de riscos para


que o mesmo tenha ciência deles. Isso é totalmente justificável, afinal, contratante é
corresponsável pelas contratas.

1.5.8.4 As organizações contratadas devem fornecer ao contratante o Inventário de


Riscos Ocupacionais específicos de suas atividades que são realizadas nas
dependências da contratante ou local previamente convencionado em contrato.

Interessante também o fato de a contratante deva pensar na segurança dos


trabalhadores das contratadas que atuem em seus estabelecimentos.

1.5.8.2 O PGR da empresa contratante poderá incluir as medidas de prevenção


para as empresas contratadas para prestação de serviços que atuem em suas
dependências ou local previamente convencionado em contrato ou referenciar os
programas das contratadas.

Fornecer o inventário de riscos ao terceiro é o contrário do que acontece no


ambiente de construção civil. A NR 18 nos mostra que na construção civil é a terceira
que fornece o inventário ao contratante.

18.4.4 As empresas contratadas devem fornecer ao contratante o inventário de


riscos ocupacionais específicos de suas atividades, o qual deve ser contemplado no
PGR do canteiro de obras.

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Note que o terceiro constará no PGR do contratante. Sabendo que o fluxo de entrada e
saída de terceiros é enorme em boa parte das grandes obras, esse item da norma dá a
noção de como o PGR da obra deverá estar sempre atualizado, conforme a etapa a
obra.

GUARDA DIGITAL DE DOCUMENTOS DE SST

A nova NR 1 mantém a guarda dos documentos de SST no formato digital. Isso já era
esperado porque estava na versão anterior da norma, então sem novidades por aqui.

1.6.2 Os documentos previstos nas NR podem ser emitidos e armazenados em meio


digital com certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica.

TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA OS PEQUENOS

A versão da NR 1 de 30 de Julho de 2019 já trazia o tratamento diferenciado para as


empresas MEI, ME e EPP. A tal versão descrevia que as empresas que declararem
informações digitais informando a “ausência de riscos” estariam livres de elaborar o
PPRA. O mesmo se mantém para o PGR.

A novidade é que nova NR 1 permite que a empresa declare tal informação mesmo fora
do sistema digital. Isso facilitará a vida da pequena empresa enquanto ainda não existe o
tal sistema digital.

Art. 3º Estabelecer que, enquanto não houver sistema informatizado para o


recebimento da declaração de informações digitais prevista nos subitens 1.8.4 e 1.8.6 do
Anexo I desta Portaria, o empregador deverá manter declaração de inexistência de
riscos no estabelecimento para fazer jus ao tratamento diferenciado.

Importante lembrar que a empresa só fica livre do PGR e PCMSO se não houver riscos.
E claro que qualquer um que informar ausência de risco em um ambiente que tem risco
estará emitindo uma informação falsa.

Informação falsa pode provocar além de multa outros problemas na justiça. O


empregador como o responsável seria o primeiro a responder na justiça, e este poderá
também acionar na justiça a pessoa em quem ele confiou a elaboração do “relatório de
ausência de riscos”.

1.8.4 As microempresas e empresas de pequeno porte, graus de risco 1 e 2, que no


levantamento preliminar de perigos não identificarem exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos, em conformidade com a NR 9, e declararem as
informações digitais na forma do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da elaboração do
PGR.

1.8.6 O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais


na forma do subitem 1.6.1 e não identificarem exposições ocupacionais a agentes
físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados a fatores ergonômicos, ficam

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dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO.

HIGIENE OCUPACIONAL E O PGR – UTILIZAR LIMITES DA NR 9 OU NR 15?

A nova NR 9 no item 9.6.1 deixa claro que os limites de tolerância da NR 15 e ACGIH


ainda serão utilizadas enquanto a NR 9 não tiver todos os limites para fins de prevenção.

9.6.1 Enquanto não forem estabelecidos os Anexos a esta Norma, devem ser
adotados para fins de medidas de prevenção:

a) os critérios e limites de tolerância constantes na NR-15 e seus anexos;

b) como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;

c) como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose.

Interessante também o fato de a norma manter o nível de ação. Na versão da norma que
foi para consulta pública ela tinha apresentado que logo haveria outros critérios em
substituição ao nível de ação.

9.6.1.1 Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15 e seus anexos, devem


ser utilizados como referência para a adoção de medidas de prevenção aqueles
previstos pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH

A LIGAÇÃO DO PGR COM O PCMSO


A NR 7 que foi sancionada no dia 10 de março de 2020 trouxe algumas novidades.
Dentre elas está a maior proximidade entre PCMSO e PGR. Só para ter uma ideia disso,
lembremos que a NR 7 anterior a sancionada nem citava o PPRA, mas a nova cita o

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PGR 17 vezes!

Talvez o ponto mais marcante da ligação entre PCMSO e PGR resida no fato de que o
item 7.5.5 da NR 7, determine que o Médico do Trabalho poderá apontar eventuais
inconsistências no inventário de riscos do PGR. Isso nos leva a crer que a relação
entre o setor de segurança do trabalho e o de medicina do trabalho deve estar mais
próxima do que nunca.

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Espero que tenha gostado de saber o que é o PGR. Acreditamos que esse artigo lhe
ajude a elucidar algumas das principais dúvidas sobre ele.

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Que Deus nos abençoe

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