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APRÍGIO LUIZ DE MELO GUSMÃO

Curso: PROCESSO TRABALHISTA APÓS A REFORMA TRABALHISTA DE 2017


Disciplina: Processo Trabalhista

Na disciplina Processo Trabalhista foram apresentadas mudanças na


seara processual trabalhista, bem como sua importância na sociedade. Traçou-se ao
longo do curso um panorama geral entre o Processo Trabalhista antes e depois da
reforma trabalhista. Buscou-se diante do estudo apresentar algumas praticidades
trazidas pela Lei 13.467 de 2017.
Após a reforma trabalhista de 2017 passou a ser exigido, na petição
inicial, que o pedido seja certo, determinado e líquido, se assemelhando aos
requisitos emanados pelo Art. 319 do CPC. Caso não atendido tais requisitos a ação
será julgada extinta sem resolução de mérito, conforme o Art. 840, §3º incluído pela
Lei nº 13.467 de 2017. Tais requisitos não implicam no impedimento ao acesso à
justiça, pois o que não se admite é o pedido genérico.
Um ponto que chamou atenção positivamente, foi a ampliação da
concessão da justiça gratuita, pois antes da reforma era previsto esse direito para
aqueles que recebessem o dobro do salário mínimo vigente, ou que comprovassem
que os custos do processo prejudicariam a sua sobrevivência. Já com a reforma a
justiça gratuita pode ser concedida à parte que receber salário igual ou inferior a
40% do limite máximo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, os
que receberem acima deverão comprovar a insuficiência de recursos.
Ao longo dos estudos vimos que a reforma trabalhista contemplou os
advogados, tendo em vista a previsão dos honorários advocatícios o que foi uma
grande novidade pois não tinha essa possibilidade anteriormente. Tal previsão pode
ser vista no Art. 791-A, apesar de ainda termos uma certa disparidade quanto aos
percentuais trazidos em relação aos previstos no CPC/2015, ou seja, enquanto no
CPC/2015 temos honorários entre 10% e 20%, na reforma trabalhista os honorários
determinados são de 5% a 15%. Olhando pelo lado positivo, ao menos uma
conquista já foi feita, a previsão legal dos honorários na seara trabalhista.
Vale lembrar que quanto ao pagamento dos honorários, a justiça gratuita
não os isenta. Ocorre que, caso não seja encontrado valores a receber no seu
processo ou em outro, o crédito ficará suspenso por 2 anos, e se a situação
financeira da parte sucumbente mudar neste período e puder arcar com o
pagamento, esta poderá ser cobrada pelos valores.
Em relação à execução de ofício no processo do trabalho, houve uma
mudança significativa restringindo-se assim a possibilidade do impulso oficial.
Acontece que de acordo com o Art. 874 da CLT (após reforma) a execução de ofício
pelo juiz ou Presidente do Tribunal só poderá ocorrer quando as partes não
estiverem representadas por advogado. Lembrando que antes da reforma o impulso
oficial era regra.
No geral, algumas outras mudanças advindas com a reforma foram: o
prazo processual passou a ser contado em dias úteis; o preposto não precisa mais
ser empregado da parte reclamada; a parte beneficiária da justiça gratuita é isenta
de recolher depósito recursal; a prescrição intercorrente passou a ser admitida; o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica passou a ser aplicado. Já
em relação aos princípios processuais não houve nenhuma mudança.
Devemos ter em mente que nossa sociedade está em constante
mudanças, sendo assim, não devemos ver a reforma trabalhista como uma questão
engessada. Alterações sempre ocorrerão, mas é através dessas iniciativas que
podemos traçar objetivos mais práticos com a finalidade de garantir uma justiça mais
célere e eficiente. Ou seja, a reforma trabalhista no campo processual veio para dar
os primeiros passos a uma evolução processualista buscando entrar em sintonia
com o CPC/2015.

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