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Fig. 1- Sistema dextrogiro pela posição mútua dos três eixos. As coordenadas x, y, z neste sistema
mencionam-se ‘coordenadas Cartezianas’.
Para melhor compreensão no que diz respeito ao sistema de referência faremos uma discussão
ao longo duma linha recta que evidentimente coinscide com o caminho rectelineo do objecto,
chegue para determinar a posição x(t ) do objecto em função do tempo (movimento rectelíneo caso
uni-dimensional).
Fig. 1.1. Representação do ponto em uma recta.
Um carro movendo-se ao longo duma autoestrada plana e recta. Para distinguir as posições P1 e
P2, a distâncias iguais do ponto O, chama-se à parte, à direita do ponto O, o eixo positivo e à
esquerda o eixo negativo, veja a figura 1.1, porém, a escolha é essencial para a forma da função
x(t ) . Por isso é obrigatório fazer e indicar essa escolha do referencial em cada problema.
Relatividade dos movimentos: Um ponto (um objecto) exibe um movimento em relação a outro,
quando a sua posição espacial medida relativamente a esse segundo corpo - varia com o tempo.
Quando isto não acontece, diz-se que o ponto está em - repouso relativo – a esse objecto. Repouso
e movimento como conceitos relativos - dependem da escolha do referencial, não são conceitos
absolutos.
Quando estudamos os problemas do movimento, temos sempre que definir um sistema de
referência ou referencial, para que não tenhamos dúvidas sobre a sua trajectória (medida nesse
referencial.).
Figura 1.2 – Dois observadores (dois referenciais distintos) estudam o movimento de P no espaço.
Todavia, é bom estudar esta afirmação mais detalhadamente, suponha que um carro A ande com
a velocidade constante de de 90 km/h e o outro carro B no mesmo sentido com 60 km/h e que o
carro B tem um avanço de 20 km/h. Quanto tempo leva para o carro A ultrapassar B?
Neste exemplo não importam as velocidades VA e VB, mas sim a diferença das duas VA - VB. Esta
diferença chama-se velocidade relativa (de A em relação a B), neste caso igual a 30 km/h.
Definição da velocidade relativa (de A em relação a B):
V AB = V A − VB (1.2)
Observe que a velocidade escalar média não nos diz nada sobre os detalhes da viagem, mas para
descrever precisamente o movimento é necessário definir o conceito de velocidade mais
formalmente, incluindo a direcção e o sentido do objecto.
x x 2 − x1 x( t 2) − x( t1)
Vmed = = = (1.4)
t t 2 − t1 t 2 − t1
Observe que o deslocamento e a velocidade média podem ser positivos ou negativos, dependendo
de ser x2 maior ou menor que x1.
Um valor positivo indica movimento para direita; um valor negativo indica movimento para a
esquerda.
Velocidade instantânea
O que significa o conceito de velocidade instantânea e como determiná-la?
Uma pessoa, sentada num carro, que acelera partindo de repouso, pode, em dado instante fazer
leitura da velocidade a partir do velocímetro.
Este valor indicado pelo velocímetro pode ser denominado a velocidade instantânea desse
momento. Porém como definir a velocidade instantânea e determiná-la sem ajuda do velocímetro?
A figura mostra que, enquanto os intervalos de tempo diminuem, as rectas tornam-se mais
inclinadas, mas, não mais inclinada que a tangente à curva no ponto correspondente à curva no
ponto correspondente a t1.
A interpretação disto é importante: pretendendo definir a velocidade instantânea no momento t1,
consideremos a velocidade média no intervalo t1 até t2. Diminuindo este intervalo de tempo, o ponto
P2 aproxima-se cada vez mais do ponto P1 . Simultaneamente a intersecção da recta entre P1 e P2
, quer dizer a velocidade média no intervalo considerado, aproxima-se cada vez mais da inclinação
da tagente no ponto P1 .
Potanto, definimos graficamente a velocidade instantânea no instante t1 como a inclinação da
tagente à curva no ponto P1 . Ou mais em geral:
V(t) = inclinação da tangente à curva x(t) (1.5)
Esse limite (lim) define a derivada da posição com relação ao tempo, ou seja, a velocidade
instantânea num dado instante é a derivada com relação ao tempo da função que descreve a
posição da partícula neste dado instante.
Logo, a velocidade instantânea num dado instante t0 é expressa por
dx(t )
V( t 0 ) = (1.7)
dt t =t0
(A expressão dx(t)/dt é a derivada da função posição, denotada por x(t), com relação ao tempo,
que denotamos por t.)
Se conhecemos a função velocidade e sua posição num dado instante, podemos encontrar a função
posição, que nesse caso é obtida por meio do conceito matemático de integral.
Assim, dada a posição x0 de uma partícula no instante t0 e a sua função velocidade v(t), a função
posição é dada por:
t
x ( t ) = x 0 + v ( t ) dt (1.8)
t0
t
(A expressão v
t0
(t ) dt é a integral, do instante t0 ao instante t, da função velocidade, denotada por
A função (1.9) descreve a posição dum objecto em função do tempo, para o caso geral do
movimento uniforme. As figuras 1.5 e 1.6 mostram os gráficos x − t e v − t deste movimento no
caso de velocidades positivas, enquanto, 1.7 e 1.8 são os casos de velocidades negativas.
A inclinação do gráfico x − t , representa o valor da velocidade, portanto o valor constante do
gráfico v − t .
Aceleração
Em geral a velocidade de um objecto varia. Variando a velocidade, podemos definir a
celeração média como: Aceleração média am dum objecto em movimento é o quociente
entre a variação da velocidade ∆v e o intervalo de tempo correspondente ∆t.
Matematicamente expressa-se de seguinte modo:
v
am = (2.0)
t
v t t
dv = adt =v − v 0 v = v0 + adt
v0 t0 t0
(2.03)
dv d dx d x 2
a= = a= 2
dt dt dt dt
ou seja, de dv = a dt , vem que v dv = a dx , resulta em:
v x x
1 2 1 2
vdv = adx
v0 x0
2
v − v0 = adx
2 x0
(2.04)
v(t ) = v0 + a (t − t 0 ) (2.1)
A equação (2.1) diz que, no caso do movimento unifornemente acelerado, a relação entre
vt e t é linear.
v 2 = v 0 + 2a ( x − x 0 )
2
Queda Livre
Desprezando a resistência do ar, um corpo em movimento ascendente, ou em queda livre,
está apenas sujeito à acção da força gravítica que a Terra exerce sobre ele.
Neste movimento, a aceleração adquirida é constante, aceleração da gravidade, sendo
vertical, com sentido descendente e com módulo aproximadamente igual a 10,0 m s-2,
entretanto, nas aulas laboratoriais e nos cálculos a este nível é obrigatório usar o valor da
constante de aceleração de gravidade é de 9.8 m/s2.
Durante a subida, um corpo está animado de movimento rectilíneo uniformemente
retardado, porque a velocidade e a aceleração são vectores que têm sentidos opostos e,
durante a queda está animado de movimento rectilíneo uniformemente acelerado, porque
a velocidade e a aceleração são vectores que apontam no mesmo sentido.
Então, se a força da gravidade for a única que actua no objecto, podemos substituir nas
equações 2.1 e 2.2 a aceleração “a” por “g” para descrever este movimento vertical,
portanto, as equações de y(t) e v(t) para queda livre serão:
y ( t ) = y 0 + v0 t + 1 2 g t 2 (2.3)
v(t ) = v0 + g t (2.4)
Observe que a equação (2.4) é derivada da equação (2.3) bem como a equação (2.1) é
derivada da equação (2.2).
Nota: o valor de y0 depende da escolha do sistema de referência, isto é, da escolha do
local da origem e da escolha do eixo positivo e negativo. Dependendo desta escolha os
valores de v0 e g são positivos ou negativos.
g = constante
v = v0 - g t
y = y0 + v0 t -1/2 g t2
Onde:
v - valor da velocidade da partícula
v0 - valor da velocidade inicial da partícula, no instante t0 = 0
y - posição da partícula no instante t
y0 - posição da partícula no instante t0 = 0
g - valor da aceleração da partícula (aceleração da gravidade )
Nota: Para que um corpo seja lançado verticalmente tem que sofrer um impulso que lhe
comunique uma velocidade inicial de módulo v0.
1.7.2 Determinação da Altura Máxima Atingida pelo Corpo
O corpo atinge a altura máxima no instante em que a velocidade se anula. Assim:
v
v = v0 − g t 0 = v0 − g t t = 0
g
em que t é o tempo de subida.
A altura máxima atingida, ymáx será igual a
ymáx = v0 ( v0 / g ) – ½ g ( v0 / g )2 ymáx = ( v02 / g ) – ½ ( v02 / g ) ymáx = ½ ( v02 / g )
ymáx = v02 / 2 g
Nota: Neste movimento o tempo de subida é igual ao tempo de queda e o valor da
velocidade com que atinge o ponto de partida é igual ao valor da velocidade de
lançamento. Despreza-se a resistência do ar e a única força que actua sobre o corpo é a
força gravítica que é uma força conservativa. O sistema corpo + Terra é conservativo e,
portanto, a energia mecânica do sistema conserva-se. Como o corpo retorna ao ponto de
lançamento, ao nível do solo a energia potencial gravítica é nula, então a energia mecânica
só possui componente cinética, daí que a energia cinética do corpo no instante em que
foi lançado seja igual à energia cinética do corpo quando cai no mesmo sítio, o que implica
que o módulo da velocidade seja o mesmo.
Movimento de um Projéctil
Lançamento Oblíquo
Um corpo é lançado obliquamente quando sua velocidade inicial ( v0 ) forma um ângulo
com a horizontal maior que zero e menor que 90º (0 < θ < 90) fig. 3.5. Segundo o Princípio
da Independência dos Movimentos (Galileu) é melhor estudarmos o movimento
separando em Movimento Horizontal e Movimento Vertical. Para facilitar nosso estudo
despreza-se a resistência do ar.
Como no lançamento para cima aprendemos que tempo de súbida é igual a tempo de
descida, o tempo total do movimento será igual a duas vezes o tempo de súbida.
v 0 sen
t total = 2 (3.10)
g
Como não há resistência do ar, a velocidade ao longo do eixo dos x se mantém constante,
logo, na horizontal será movimento uniforme. Como o alcance é uma distância na
horizontal, ela deve ser calculada pela equação do movimento na horizontal:
Fig.3.6. Lançamento
x ( t ) = x ( 0 ) + v.t → x(0 ) = 0
v 0 sen
x = v 0 cos t → t = 2
g
v 0 sen (3.12)
x = v 0 cos 2
g
v 2 sen cos
2
x = 0
g
v 0 sen2
2
Alcance =
g
Nota: v0 é uma característica da arma e g é uma característica do planeta, não podem ser
mudados. Quando é que o alcance de uma arma será máximo? A será máximo, quando
sen2θ for máximo. Ou seja: 2θ = 900 ↔ θ = 450.
Quando é que, mudando os ângulos de lançamentos, atingiremos sempre o mesmo
alcance?
v0 2sen cos
2
Alcance =
g
Observe que: Toda vez que tivermos ângulos complementares, o produto 2senθcosθ,
apresentará o mesmo valor, logo o projéctil terá o mesmo alcance.
Movimento Circular
Consideremos agora o caso particular em que a trajectória é uma circunferência, ou seja
vamos tratar do movimento circular.
O vector velocidade, sendo tangente à circunferência, é sempre perpendicular ao raio R
= CA . Medindo distâncias ao longo da circunferência a partir do ponto O, temos que s =
Rq . Como o raio R permanece constante, obtemos;
ds d d
v= = R a grandeza = (3.13)
dt dt dt
ω tem o nome de velocidade angular. É a taxa de variação angular por unidade de tempo.
É expressa em radianos por segundo (rad s-1), ou simplesmente s-1. Assim:
=R (3.14)
d = dt = dt
0 t0 t0
, o que implica que = 0 + (t − t 0 ) (3.17)
Uma vez que o movimento circular é plano (ocorre sempre no mesmo plano), a direcção
de w mantém-se inalterada no espaço, logo podemos tomar os módulos das grandezas,
isto é,
d d 2
= = 2 (3.21)
dt dt
No caso particular da aceleração angular a ser constante (movimento circular
uniformemente acelerado), temos:
t t
d = dt = dt
0 t0 t0
o que implica que = 0 + (t − t 0 ) (3.22)
(3.23)
dv d d 2
Aceleração Tangencial: aT = = R = R 2 = R
dt dt dt
(3.24)
2
v
Aceleração Normal: aN = = 2R
R
Exercícios
1. Você, a ler este enunciado, no lugar onde estiver, estas em repouso ou
movimento? Explique.
2. Considere três objectos A, B e C. Analise a seguinte afirmação e indique se está
correcta ou errada. “Se A está em movimento em relação a B e B está em
movimento em relação a C, então, A está em movimento em relação a C”
3. A planta de crescimento mais rápido que se conhece atinge 3,7 m em 14 dias.
Qual a sua velocidade de crescimento em micrómetros por segundo?
4. Um atleta no instante t1 = 10 s está na posição S1 = 50 m e no no instante t2 = 20
s está na posição S2 = 50 m. determine a velocidade escalar média do atleta neste
intervalo.
5. Durante a tempestade um indivíduo vê o relâmpago e ouve o som do trovão 4 s
depois. Determine a distância que separa o individuo do local do relâmpago, dada
a velocidade do som no ar constante e igual a 340 m/s.
6. Partindo do repouso, um avião percorre a pista e atinge a velocidade de 360 m/s
em 25 s. Qual o valor da aceleração escalar média no referido intervalo de tempo?
7. A equação horária (sentido positivo) de um MRU é S = 50 - 5t (SI). Faça um
esquema do movimento na trajetória orientada e responda:
a) O MRU é progressivo ou regressivo?
b) Em que posição o móvel se encontra em t = 20s
c) Em que instante o móvel passa na origem?
d) Em que instante o móvel passa na posição 40m?
e) Qual a distancia percorrida em 4s?
8. Um automóvel parte de um local situado 20km à esquerda de uma cidade A, dela
se aproximando com velocidade escalar constante de 50km/h. Determine:
10. Um móvel animado de MRU possui uma velocidade de 12 m/s. No instante inicial
ele se encontra na posição - 42 m. Se o movimento é regressivo:
11. Um pessoa emite um som em frente a uma montanha que está a uma distância
de 1700 m e ouve o eco após 10 s.
13. Considere um ponto material que se desloca em linha recta ao longo do eixo dos
xx de acordo com a lei: 3 + 4t + 5t 2 + 6t 3
a) Determine a velocidade do ponto material para t = 1 s.
b) Determine a aceleração como função do tempo.
14. Uma pedra é lançada, na vertical, com uma velocidade inicial v0x, ficando sujeita à
aceleração da gravidade g.
a) Calcule a altura máxima atingida pela pedra;
b) A velocidade com que chega ao chão;
c) O tempo que leva a ir e vir.
15. Uma pedra é lançada para dentro de um poço. Ao fim de 2 s ouve-se o bater da
pedra na água.
a) A que profundidade é que está a superfície da água no poço? (velocidade do som
= 340 m/s).
16. Um móvel é atirado verticalmente para cima a partir do solo, com velocidade inicial
de 20 m/s. Despreze a resistência do ar e adopte a origem do espaço no solo com
a trajectória orientada para cima (g = 10 m/s2). determine:
a) A função horária do movimento;
b) O tempo de subida
c) A altura máxima atingida
d) Em t=3s, o espaço e o sentido de movimento.
e) O instante e a velocidade escalar quando o móvel atinge o solo.
17. A 10 m da rede de um campo de ténis e a 0.5 m do chão foi batida uma bola.
Sabendo que a bola passa a rasar a rede, que tem 1 m de altura, e que cai a 5 m
desta, determine:
a) O vector velocidade com que a bola foi batida.
18. Um corpo é lançado obliquamente a partir do solo, no vácuo, sob ângulo de 60º
com a horizontal e com a velocidade de 10 m/s. Adoptando g = 10 m/s2, sen 60º
= sen 120º = 0,86 e cos 60º = 0,5. Determine
a) A velocidade escalar mínima assumida pelo móvel;
b) O instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajectória;
c) Altura maxima atingida pelo móvel e o alcance do lançamento.
19. Um projéctil é lançado com a velocidade inicial de 100 m/s, formando um ângulo
de 45º com a horizontal. Supondo g = 10 m/s, qual será o valor de alcance máximo
e altura máxima atingida pelo projéctil? Despreze a resistência do ar (sen 45º =
cos 45º = 0,7).
20. Um ponto descreve uma circunferência de raio 2 m com um movimento uniforme.
Efectua uma volta em 5 s. determine:
a) Seu período e velocidade angular;
b) Velocidade linear e modulo da aceleração centrípeta.
21. Um ponteiro de minuto de relógio mede 50 cm.
a) Qual a velocidade angular do ponteiro?
b) Calcule a velocidade linear da extremidade do ponteiro.
22. Uma roda é uniformemente acelerada a partir do repouso e atinge a velocidade
angular de 20 rad/s efectuando 10 voltas depois do início da rotação. Determine a
aceleração angular da roda.
DINÂMICA DO PONTO MATERIAL
Na Cinemática descrevemos matematicamente os movimentos das partículas (corpos
materiais tomados como pontos materiais). Na Dinâmica vamos estudar as razões pelas
quais as partículas se movem segundo as trajectórias descritas na cinemática.
Verificamos que;
➢ Os corpos próximos da Terra caem para esta com aceleração constante. Porquê?
➢ A Terra move-se em torno do Sol, descrevendo uma órbita elíptica. Porquê?
➢ Que uma mola oscila quando esticada ou comprimida. Porquê?
➢ Os átomos ligam-se para formar moléculas. Porquê?
Lei da Inércia
Uma partícula que não esteja sujeita à interacção é dita uma partícula livre. É uma situação
ideal, que não existe no Universo, pois todas as partículas interagem com todas as
restantes partículas. Por consequência uma partícula livre deveria estar completamente
isolada ou ser a única partícula do Universo. Tal caso não existe, pois, o simples facto de
observar pressupõe uma interacção entre o observador e o objecto em estudo.
A prática, no entanto, mostra-nos que podemos considerar algumas partículas como
livres, quer porque, estando elas suficientemente afastadas das demais, as suas
interacções são desprezíveis, quer porque as interacções mútuas são canceladas,
resultando uma interacção nula.
Enunciado da Lei da Inércia
"uma partícula livre move-se sempre com velocidade constante, isto é, sem aceleração"
Da análise do enunciado, vemos que uma partícula livre ou se move em linha recta com
velocidade constante (m.r.u.) ou está em repouso (velocidade nula).
Esta afirmação é também conhecida como a primeira Lei de Newton, uma vez que foi Sir
Isaac Newton, o primeiro a enunciá-la desta forma. É a primeira de três leis enunciadas
por Newton, no século XVII.
Lembremos que o movimento é um conceito relativo, e assim sendo devemos sempre
indicar a que sistema de referência nos estamos a reportar. Admitimos que o movimento
de uma partícula livre é relativo a um observador que seja ele próprio considerado uma
partícula (ou sistema) livre, isto é, ele também não está sujeito a interacção com o resto
do Universo. Tal observador é chamado um observador inercial, sendo o seu sistema de
referência dito referencial inercial.
Como tal um referencial deste tipo não pode ter movimento de rotação. (porquê?). De
acordo com a lei da inércia, podemos ter vários observadores inerciais, todos com
velocidades constantes. Suas descrições de observações estão relacionadas pela
transformação de Galileu (mecânica clássica) ou pela transformação de Lorentz (mecânica
relativista), dependendo da grandeza das suas velocidades relativas.
A Terra não é um referencial inercial, quer devido à sua rotação diária, quer devido à
interacção com o Sol e os outros Planetas. No entanto, em muitos casos, podemos
considerar essas interacções e rotação desprezíveis, considerando os nossos
observatórios terrestres como inerciais, sem grande erro.
O Sol também não pode ser considerado um referencial inércial. Devido à sua interacção
com os restantes corpos celestes da nossa Galáxia, ele descreve uma órbita curva em
torno do centro desta,
Quantidade de Movimento
Podemos introduzir o conceito operacional de massa como sendo um valor numérico que
atribuímos a cada corpo ou partícula, número esse atribuído por comparação com um
corpo padrão (massa padrão de 1 kg). A massa passa a ser um parâmetro que distingue
uma partícula de outra.
A nossa definição de massa é para o corpo suposto em repouso, ou seja, massa em
repouso. Por esta definição não sabemos qual o comportamento da massa (será que se
mantém constante?) com o movimento da partícula. Mas admitamos que a massa é
independente do estado do movimento – para começar, é uma boa aproximação (desde
que a velocidade seja, quando comparada com a velocidade da luz c0, muito inferior a
esta).
A quantidade de movimento (também chamada de momento cinético, simplesmente
momento, ou momentum - do latim), de uma partícula é definido como o produto da sua
massa pela sua velocidade.
p = mv (3.25)
Tal é o que se verifica nas experiências. Muitas partículas atómicas e sub-atómicas foram
descobertas, porque "não se verificava" a conservação da quantidade de movimento. A
"não conservação" resultava da interacção não esperada (e desconhecida) de uma nova
partícula. Voltando ao caso particular de um sistema constituído por apenas duas
partículas;
p1 + p 2 = const.
(3.28)
p1 + p 2 = p1' + p 2'
Figura 3.10– Troca de quantidade de movimento como resultado da interacção entre duas
partículas.
A conclusão tirada desta expressão - é imediata - num sistema isolado de duas partículas
em interacção, a variação da quantidade de movimento de uma delas, durante um certo
intervalo de tempo, é igual em módulo, e de sinal contrário, à variação da quantidade de
movimento da outra partícula durante o mesmo intervalo de tempo. Podemos sintetizar
este conhecimento da seguinte maneira:
"uma interacção origina sempre uma troca de quantidade de movimento"
De modo que a quantidade de movimento "perdida" por uma das partículas em interacção
seja igual à quantidade de movimento "ganha" pela outra partícula. Nesta perspectiva, a
Lei da Inércia, é um caso muito particular do princípio da conservação da quantidade de
movimento. Com uma só partícula, p1 = const e p1 = 0 ou equivalente constante
v1 = const .
ou seja, "quando duas partículas interagem, a força sobre uma partícula é igual em
módulo, e de sentido contrário, à força sobre a outra partícula"
O que corresponde ao enunciado da Terceira Lei de Newton para o movimento, também
conhecida como a Lei de Acção-Reacção (figura 3.12 a).
Podemos agora reescrever a segunda lei, como,
𝐹⃗ = 𝑚 ∙ 𝑎⃗ (3.37)
“Se a massa for constante, a força é igual ao produto da massa pela aceleração”
➢ A força e a aceleração têm a mesma direcção e sentido;
F
➢ Se a força for constante, a aceleração, a = é também constante – o movimento
m
é uniformemente acelerado.
É o que ocorre perto da superfície da Terra. Por exemplo, os corpos em queda livre
exibem um movimento com aceleração constante (g ) . A força de atracção gravitacional
da Terra sobre os corpos é chamada de Peso, e é :
p = mg (3.38)
Consideremos uma partícula (m) a interagir com um número n de partículas, (m1, m2,
m3, ...). Devido a essa interacção, cada uma das partículas produzirá uma variação na
quantidade de movimento da partícula (m), que se caracteriza pelas respectivas forças
( F1 , F2 .F3 ...) . A variação total da quantidade de movimento da partícula será:
dp
= F1 + F2 + F3 + + = Fresult. (3.40)
dt
A força F é chamada força resultante que actua na partícula m.
Não estamos a entrar em conta com as interacções mútuas entre todas as partículas, mas
somente a interacção sobre a partícula m, de modo a simplificar a sua descrição. Deste
modo podemos discutir o movimento da partícula m, admitindo que a força F é somente
função das coordenadas da partícula, ignorando os movimentos das restantes partículas
com as quais interage.
Esta aproximação é chamada Dinâmica de uma Partícula.
No dia a dia “sentimos” o conceito de força, como uma interacção por contacto, por
exemplo a martelar um prego. Mas essa interacção é exactamente igual à interacção que
existe entre a Terra e o Sol, porquanto as distâncias envolvidas sejam muito diferentes.
Na realidade os corpos ou partículas são sempre mantidos a distâncias entre eles de
acordo com as suas massas e estruturas.
Se a interacção ocorre à distância, então teremos de pensar num mecanismo de
transmissão dessa mesma interacção, e como as interacções se propagam com
velocidade finita (possivelmente à velocidade máxima – a da luz), teremos de repensar o
conceito de força e o seu papel. Na prática, e para baixas velocidades e pequenas
distâncias, a nossa aproximação continua a ser excelente e suficiente para a descrição
das interacções observadas.
Forças de Atrito
Sempre que quaisquer dois corpos estão em contacto, por exemplo um livro em repouso
sobre uma mesa, existe uma resistência ao movimento relativo entre os dois corpos. Se
empurrarmos o livro ao longo da superfície da mesa, observamos que ele diminui
progressivamente de velocidade até parar. A perda observada de velocidade (de
quantidade de momento) indica que uma força se opõe ao movimento, força essa
chamada de atrito de escorregamento. Ela é devida à interacção das moléculas superficiais
dos dois corpos em contacto (denominada de coesão ou adesão, dependendo de os
corpos serem constituídos ou não pelo mesmo material).
O atrito é um fenómeno bastante complexo e depende de muitos factores, tais como; a
condição e natureza das superfícies, a velocidade relativa, etc.
Verifica-se experimentalmente que o módulo da força de atrito Fa é, para a maioria dos
casos, proporcional à força normal (N) de contacto entre os corpos (figura 3.14). A
constante de proporcionalidade é o chamado de coeficiente de atrito (μ), um número
adimensional, (que se pode exprimir também em percentagem).
Fa = N
A força de atrito de deslizamento opõe-se sempre ao movimento do corpo, tendo assim
uma direcção igual mas sentido oposto à velocidade do corpo.
Figura 3.14 – Força de atrito na base de contacto entre um bloco e uma superfície.
Quando está actuando sobre um corpo uma força variável que actua na direcção do
deslocamento, o gráfico da intensidade da força versus o deslocamento tem uma forma
como a da figura 3.38. O trabalho executado por essa força é igual a área abaixo dessa
curva. Mas como calcular essa área se a curva tem uma forma genérica, em princípio?
Uma primeira aproximação para o cálculo dessa área seria dividir a área a ser calculada
em pequenos retângulos, como esses pontilhados da figura ao lado. A área abaixo da
curva contínua seria aproximada pelo retângulo definido pela recta pontilhada. Se
chamarmos o trabalho entre as posições 2 e 2,6 de δWi , teremos como aproximação
para esse trabalho o produto da força F(xi) = 22,7 vezes o deslocamento δxi = 2,6 - 2,0 =
0,6 . Ou seja:
Wi = F ( xi )xi (3.90)
O trabalho total, ao longo de todo o percurso considerado será a soma dos trabalhos de
cada pequeno percurso:
W = i Wi = i F ( xi )xi (3.91)
A aproximação da curva pelos retângulos vai ficar tanto mais próxima do real quanto mais
subdivisões considerarmos. E no limite em que δxi for muito pequeno a aproximação será
uma igualdade. Ou seja:
W = lim F ( xi )xi (3.92)
xi →0
i
W = F ( x)dx (3.93)
i
Energia cinética
Define-se a energia cinética de uma partícula de massa m que viaja com velocidade v
como:
1
E C = mv 2 ( 3.100)
2
Mostraremos adiante que o trabalho realizado pela resultante de forças que atua em uma
corpo é igual à variação da sua energia cinética, ou seja:
Wif = EC = EC f − EC i
Considerando que
1 2
EC = mv
2
Temos
1 2 1 2
W = mv f − mvi = EC (3.103)
2 2
Potência
A potência mede a capacidade de um sistema produzir (ou absorver) energia. Ela é a razão
entre a energia produzida (ou absorvida) e o intervalo de tempo necessário para essa
produção (ou absorção). Dependendo do nosso interesse ou dos nossos instrumentos
podemos desejar medir a potência média ou potência instantânea. Potência média Nos dá
a medida da energia produzida (ou absorvida) W num certo intervalo de tempo t .
W
P= (3.104)
t
Num sistema isolado em que só actuam forças conservativas, como no sistema mola –
corpo e no sistema grave – Terra, o trabalho realizado pelas forças, interiores,
conservativas, W ( Fcons ) é, por definição, simétrico da variação de energia potencial do
sistema W ( Fcons ) = − E p . Como não actuam forças dissipativas, a variação da energia
potencial é também simétrica da variação de energia cinética, isto é, E c = − E p .
Ec + E p = 0 ( Ec + E p ) = 0 Ec + E p = k ( 3.106)
Energia Potencial.
Como já dito, essa energia mede a capacidade que um corpo tem de entrar em
movimento. Como a energia de movimento é a energia cinética, energia potencial nada
mais é que a máxima energia cinética que um corpo pode atingir, ou seja, qual seria sua
energia cinética quando sua energia potencial se esgota-se. O conceito por trás de energia
potencial é essa transformação de energia potencial em energia cinética. Estudando os
casos de energia potencial tornará o entendimento mais simples. Aqui abordarei as
energias potenciais gravitacionais e elásticas, e em elétrica energia potencial elétrica.
Forças Conservativas.
As forças que actuam num sistema, modificando-lhe a configuração, dizem-se
conservativas quando, regressando o sistema à configuração inicial, readquire também a
energia cinética inicial. Isto significa que as forças conservativas conservaram a
capacidade que o sistema tinha de realizar trabalho, e daí o seu nome. As forças gravíticas
e as forças elásticas são forças conservativas.
Quando sobre um corpo em movimento atua apenas seu peso, ou força elástica exercida
por uma mola, a energia mecânica desse corpo se conserva. Por este motivo, as forças
citadas são denominadas forças conservativas. Exemplo: ao dar corda em um relógio,
você está armazenando energia potencial elástica numa mola, e essa energia estará
disponível para fazer com que o relógio trabalhe durante um certo tempo. Isso só é
possível porque a energia elástica foi armazenada (conservada).
A Conservação de Energia.
Em situações reais, os sistemas não estão isolados, isto é, trocam energia com o exterior.
As forças exteriores, potentes ou motoras, implicam um ganho de energia mecânica pelo
sistema. O trabalho dessas forças, W ( Fextpotentes ) , mede o aumento de energia mecânica
do sistema devido à actuação dessas forças. As forças exteriores, resistentes, implicam
uma perda de energia mecânica pelo sistema. O trabalho dessas forças, W ( Fextresistentes ) ,
mede a diminuição de energia mecânica do sistema devido à actuação dessas forças.
As forças interiores conservativas implicam trocas de energia mecânica no interior do
sistema mas não originam aumento nem diminuição da energia mecânica total do sistema.
As forças interiores dissipativas ou não conservativas, que são sempre resistentes,
provocam uma perda irreversível de energia mecânica, resultando daí o aparecimento de
formas de energia não mecânica no interior do sistema.
É o caso das forças de atrito que originam aumento da energia térmica do sistema à custa
de energia mecânica. Esta energia térmica, que se deve ao aumento das velocidades
individuais nos movimentos moleculares, produz elevações de temperatura.
Em conclusão, num sistema mecânico, actuado por forças conservativas e não
conservativas, a soma dos trabalhos das forças exteriores e forças interiores não
conservativas mede a variação da energia mecânica total do sistema. Assim,
W ( Fncons ) = E c + E p = E m (3.109)
Exercícios
1. Submete-se um corpo de massa igual a 5.000 kg à acção de uma força constante,
que, a partir do repouso, lhe imprime a velocidade de 72 km/h ao fim de 40 s.
determine:
a) A intensidade da força.
b) O espaço percorrido.
2. Qual o valor, em newtons, da força média necessária para fazer parar, num
percurso de 20 m, um automóvel de 1.500 kg a uma velocidade de 72 km/h?
3. Três blocos A, B e C de massa 5 kg, 2 kg e 3 kg respectivamnete estão em
contacto, um do outro, numa superfície horizontal sem atrito. Aplica-se no bloco
A uma força de 20 N, constante. Determine:
a) A aceleração do conjunto.
b) A intensidade da força que B exerce para C
c) A intensidade da força que A exerce para B.
4. Na figura abaixo, três blocos conectados são puxados para a direita em uma
mesa horizontal sem atrito por uma força de módulo T3 = 65, 0 N. Se m1 = 12,0
kg, m2 = 24,0 kg e m3 = 31,0 kg, calcule:
a) o módulo da aceleração do sistema;
b) a tração T1.
c) a tração T2.
5. Na figura ao lado, a massa do bloco é 8,5 kg e o ângulo
θ é 30°. Determine:
a) a tração da corda;
b) a força normal que age sobre o bloco.
c) Determine o módulo da aceleração do bloco se a
corda for cortada.
A Constante Gravitacional G
Campo gravitacional é o campo vectorial que representa a gravitação de um corpo maciço
(isto é, um corpo caracterizado pelo atributo de massa), sem especificar qual é o corpo
que está sendo atraído. É dado pelo quociente entre a força gravítica e a massa do corpo
que sofre a acção do campo:
GM
G= 2 (3.129)
d
Nesta fórmula, o primeiro G é a norma do campo gravítico (N/kg), o segundo é a constante
de gravitação universal ( ~ 6.67 10 −11 ), M é a massa do corpo criador do campo e d é a
distância em relação à massa criadora a que estamos a medir o valor do campo. Pela
equivalência entre a massa inercial e a massa gravitacional, a definição acima não depende
do corpo que sofre a ação do campo.
Em termos vectoriais, a fórmula deve ser escrita;
GMr
G( r ) = − 3 (3.129”)
r
Em que r é um vector. O sinal negativo (-), mostra que o campo é atrativo, ou seja, a força
tem o sentido oposto ao raio vector.
A gravidade é a força de atracção mútua que os corpos materiais exercem uns sobre os
outros. Classicamente, é descrita pela lei de Newton da gravitação universal. Foi
descoberta primeiramente pelo físico inglês Isaac Newton e desenvolvida e estudada ao
longo dos anos.
Albert Einstein descreveu-a como consequência da estrutura geométrica do espaço-
tempo. Do ponto de vista prático, a atração gravitacional da Terra confere peso aos
objectos e faz com que caiam ao chão quando são soltos no ar (como a atração é mútua,
a Terra também se move em direcção aos objectos, mas apenas por uma ínfima fração).
Ademais, a gravitação é o motivo pelo qual a Terra, o Sol e outros corpos celestiais
existem: sem ela, a matéria não se teria aglutinado para formar aqueles corpos e a vida
como a entendemos não teria surgido. A gravidade também é responsável por manter a
Terra e os outros planetas em suas respectivas órbitas em torno do Sol e a Lua em órbita
em volta da Terra, bem como pela formação das marés e por muitos outros fenómenos
naturais.
A Gravitação universal é uma força fundamental de atração que age entre todos os
objectos por causa de suas massas, isto é, a quantidade de matéria de que são
constituídos. A gravitação mantém o universo unido. Por exemplo, ela mantém juntos os
gases quentes no sol e faz os planetas permanecerem em suas órbitas.
A gravidade da Lua causa as marés oceânicas na terra. Por causa da gravitação, os
objectos sobre a terra são atraídos em sua direcção. A atração física que um planeta
exerce sobre os objectos próximos é denominada força da gravidade. A lei da gravitação
universal foi formulada pelo físico inglês Sir Isaac Newton em sua obra Philosophiae
Naturalis Principia Mathematica, publicada em 1687, que descreve a lei da gravitação
universal e as Leis de Newton — as três leis dos corpos em movimento que assentaram-
se como fundamento da mecânica clássica.
Figura 3.49
2 A Terra não é uma esfera – É aproximadamente um elipsóide, achatada nos polos e
o
dilatada no equador.
3o A Terra gira – O eixo de rotação passa pelos seus polos norte e sul.
Figura 3.51
Aplicando a segunda lei de Newton,
F = ma g − N = ma
(3.137)
ma g − mg = ma
Levando em conta o efeito da aceleração centrípeta, temos
2
2
ag − g = R =
2
→ R = 0.034m / s
2
(3.138)
T
Logo, a aceleração de queda livre g (9,78 m/s2 ≈ 9,8 m/s2) medida no equador da Terra
real, que gira, é ligeiramente menor que a aceleração gravitacional age devido somente à
força gravitacional. A diferença fica cada vez menor, à medida que o caixote é transportado
para latitudes maiores, pois ele, então, descreve um círculo menor, ou seja, R menor.
Velocidade de Escape
A velocidade de escape é a velocidade mínima com a qual um corpo deve ser lançado da
Terra para que alcance o infinito. Para que um corpo alcance o infinito, a energia total
deve ser igual ou superior a zero e, por isso, a velocidade mínima corresponderá a uma
energia total nula. Consideremos um projétil de massa m, deixando a superfície da Terra
com a velocidade de escape ve, então,
1 2 GMm 2GM
E = K +U = 0 mv + − = 0 ve = (3.146)
2 R R
Onde M é a massa da terra e R, o seu raio.
Note que: A velocidade de escape é independente da massa do projétil. No entanto, o
impulso necessário para acelerar o projétil para atingir a velocidade de escape depende
de sua massa. É por isso que os mísseis e os satélites pesados requerem propulsores
mais potentes. A velocidade para terra: 1,12 x104 m/s = 11,2 km/s
Figura 3.55 - Mostra um planeta de massa m se movendo numa órbita em torno do Sol, cuja
massa é M. Supomos que M >> m, de tal modo que o centro de massa do sistema planeta-Sol
está praticamente no centro do Sol.
(r )
A r (3.147)
2
Figura 3.56
onde r mede aproximadamente a distância entre o Sol e o planeta e Δθ mede o ângulo
varrido pela linha quando o planeta se movimenta de posição inicial até a final. A taxa com
que essa área varia com o tempo é dada por:
A 1 2
= r (3.148)
t 2 t
E quando o intervalo de tempo tender a zero
dA 1 2 d 1 2
= r = r (3.149)
dt 2 dt 2
Onde ω é a velocidade angular do planeta. Por outro lado, o vetor momento linear p do
planeta tem a direcção tangente à curva descrita por esse objecto. Vamos decompor esse
vetor segundo uma componente radial e outra componente perpendicular. A componente
radial tem a direcção ao longo da linha que une o planeta ao Sol e componente
perpendicular é perpendicular a essa linha. Desse modo, o vetor momento angular L do
planeta num dado instante é dada por:
L = r p L = rp⊥ = r (mv⊥ ) = r (mr ) L = mr 2 (3.150)
mM v2 M
F = G 2 = m v2 = G (3.152)
R R R
Por outro lado:
2R 2R M 4 2 3
v= =G T =
2
r (3.153)
T T R GM
Figura 3.57
Órbitas de Satélites e Energia
Vamos considerar o movimento de dois objectos estelares de massas M e m
respectivamente, com interação dada pela Lei de Gravitação Universal, que num dado
momento estão distantes entre si uma distância r .
Vamos supor ainda que a origem do referencial esteja localizada em M, e para simplificar,
que a órbita de m ao redor de M seja uma circunferência - ao invés do caso mais geral
que seria uma elipse. Esse sistema é conservativo, e a Energia Mecânica E é a soma das
Energias Cinética K e Potencial U .
1 2
K = 2 mv
E = K +U = (3.154)
U = −G Mm
r
A única força que está atuando é a gravitacional, portanto ela é a força centrípeta, e desse
modo:
Mm v2 1 Mm
F =G 2 =m K = G (3.155)
r r 2 2
Quando a Energia Mecânica é negativa (como neste caso) temos um sistema fechado
pois a partícula não é livre para se libertar do potencial e se afastar para uma distância
infinitamente grande. Isso é decorrência do facto da energia potencial (que é negativa) ter
um módulo maior que a energia cinética e como consequência a partícula estará presa a
este potencial. Em contraposição, a partícula será livre quando a energia mecânica for
positiva.