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VIH e SIDA

O que é o VIH?

O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que destrói o sistema


imunitário da pessoa infetada, isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos
protegem das doenças. O VIH penetra nas células do sistema imunitário,
integra-se no código genético (ADN) das células infetadas, multiplica-se e
provoca a sua destruição, libertando-se para infetar novas células.

Existem dois tipos de VIH: o VIH do tipo 1 (VIH-1) e o VIH do tipo 2 (VIH-2),
sendo este o mais frequente em África e o VIH1 o mais frequente no resto do
mundo.

Como se transmite o VIH?

O vírus VIH encontra-se principalmente no sangue, no sémen, no líquido pré-


ejaculatório, nos fluidos vaginais de pessoas infetadas e também no leite
materno. Assim, a transmissão do vírus ocorre quando estes fluidos corporais
entram diretamente em contacto com o corpo de outra pessoa pela via sexual
e/ou sanguínea, ou, no caso do leite materno, durante a amamentação.

Formas de transmissão do VIH:

1-Sangue e seus derivados

A principal transmissão ocorre através da partilha de agulhas, seringas e outros


materiais utilizados no consumo de drogas, que estejam infetados com sangue
contaminado. Outros objetos que contenham sangue não devem ser
partilhados! É o caso das lâminas de barbear, piercings, instrumentos de
tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura e/ou pedicura.

Atualmente, todo o sangue usado nas transfusões de sangue é testado antes


de ser utilizado, pelo que não se deve ter receio. Dar sangue também não tem
perigo porque todo o material utilizado é esterilizado e descartável.  Este tipo
de material, descartável e esterilizado, é também utilizado em todos os atos
médicos e/ou cirúrgicos, como dar injeções, fazer biopsias, colher sangue, no
exame ginecológico etc.

2 – Relações sexuais e secreções sexuais (líquido pré-ejaculatório, esperma e


secreções vaginais).
As secreções sexuais de uma pessoa infetada, mesmo que aparentemente
saudável e com “bom aspeto”, podem transmitir o VIH sempre que exista um
contacto sexual (vaginal, oral ou anal) sem proteção. Muitas vezes, basta uma
relação sexual não protegida para podermos ser infetados/as. Por isso,
protege-te sempre!   
3 – Gravidez  

O VIH pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e/ou
o aleitamento. Por isso, é importante que faças o teste do VIH se pretendes
engravidar ou se estás grávida.

Quando a mãe é seropositiva, ou seja, é portadora do VIH, as terapêuticas


antiretrovirais ministradas durante a gravidez, reduzem consideravelmente a
probabilidade do bebé nascer infetado. Estes tratamentos são também feitos
durante o parto para que não haja transmissão da infeção ao recém-nascido.

Como o vírus está presente no leite materno está contra indicada a


amamentação pelas mulheres seropositivas para o VIH.

Como não se transmite?

 Pelos contactos sociais: aperto de mão, toque, abraço, beijo social;


 Alimentos ou água;
 Espirros ou tosse;
 Picadas de insetos;
 Piscinas ou casas-de-banho.

O que é ser seropositivo/a?

Ser seropositivo/a não significa ter SIDA (Síndrome da Imunodeficiência


Adquirida), mas sim que se é portador/a do vírus.

Após o contágio, o VIH penetra nas células Linfócitos T Auxiliares (CD4+), que
fazem parte do nosso sistema imunitário, multiplicando-se e provocando a
destruição daquelas células, cuja função é proteger-nos de vários tipos de
infeções (por vírus, bactérias, parasitas e fungos) e de alguns tipos de cancros.
Inicialmente o nosso organismo consegue repor as células destruídas, e o
sistema imunitário fabrica anticorpos contra o VIH, que permanece no
organismo sem se manifestar, como se o vírus estivesse “adormecido”.
Durante esta fase, que pode durar meses ou anos, não há sinais e/ou sintomas
de qualquer doença, as pessoas infetadas com o VIH, são chamadas
seropositivas, mas podem infetar outras pessoas se tiverem comportamentos
sexuais de risco.

 Progressivamente o sistema imunitário vai enfraquecendo, o organismo fica


incapaz de repor as células destruídas torna-se débil, frágil, podendo contrair
infeções muito variadas e/ou desenvolver determinados tipos de cancro – esta
é a fase de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou SIDA.

Atualmente existe medicação que ajuda a retardar a evolução para SIDA,


permitindo uma vida longa e com qualidade. Os medicamentos diminuem a
multiplicação do VIH o que leva à redução do número de vírus nos fluídos
corporais - diminuição da carga viral.

Quando uma pessoa é infetada com o VIH, torna-se seropositiva e pode infetar
outras pessoas se tiver comportamentos de risco.

Como prevenir o contágio do VIH?

 Utilizando o preservativo, masculino (externo) ou feminino (interno) em


todas as práticas sexuais, que impliquem a passagem de fluidos
corporais de uma pessoa para outra. Na prática de sexo oral feito à
mulher (cunnilingus) poderá ser utilizada a banda de latex (Dental Dam),
que deverá ser colocada sobre a zona vulvar, evitando assim a
passagem de fluídos corporais de uma para a outra. Outra opção é
utilizar o preservativo masculino (externo) ou feminino (interno) que
depois de desenrolado é cortado longitudinalmente, de forma a obter um
retângulo de latex que se coloca sobre a vulva
 Não partilhando objetos que possam estar contaminados com sangue,
nomeadamente, agulhas e seringas (bem como todo o material
envolvido na preparação da injeção de substâncias por via endovenosa),
lâminas de barbear, escovas de dentes;
 O risco de contágio de uma mãe seropositiva para o seu bebé pode ser
diminuído significativamente realizando terapêutica adequada durante a
gravidez e o parto e evitando o aleitamento materno do bebé

Quem é que pode ser infetado/a pelo VIH? Como saber se está infetado/a?

O contágio por VIH-Sida não é restrito aos chamados “grupos de risco”.

Os dados mostram que todos/as têm de se prevenir: homens e mulheres,


casados ou solteiros, jovens e idosos, todos/as, independente de cor, raça,
situação económica ou orientação sexual, ou seja, todas as pessoas que
tenham comportamentos sexuais de risco:

 Práticas sexuais desprotegidas;


 Partilha de objetos que possam conter sangue (agulhas e seringas,
lâminas, entre outros)

Como sei se estou infetado/a pelo VIH?

Para saberes se estás infetado/a pelo VIH tens de fazer análises de sangue
específicas, designadas genericamente Testes do VIH. Podes ir ao/à teu/tua
médico/a, a um centro de aconselhamento e deteção do VIH (CAD) ou a uma
organização não governamental (ONG) ou de base comunitária, que trabalhe
na prevenção e rastreio do VIH, e pede para fazer o teste.

O que é o Teste VIH?


Há 2 testes diferentes, mas complementares, para o diagnóstico da infeção
VIH: os testes de rastreio e os testes de confirmação, estes só serão feitos se o
teste de rastreio for reativo.

Primeiro é feito o teste de rastreio. Atualmente os mais utilizados são os testes


rápidos, assim chamados porque dão uma resposta, reativo ou não reativo, em
15 a 30m. É apenas necessária uma gota de sangue e são muito seguros e
fiéis nos resultados.

Se o teste de rastreio for reativo há fortes probabilidades do indivíduo estar


infetado pelo VIH e deve ser referenciado a um serviço hospitalar, onde será
feito um teste de confirmação. Este será muito provavelmente positivo
confirmando-se a seropositividade para o VIH.

Se o teste de rastreio for não reativo temos de considerar 3 hipóteses:

 O comportamento de risco foi há 1 mês, então é necessário fazer novo


teste após 3 meses, para certeza da ausência de Infeção VIH.
 Se o comportamento de risco foi há menos de 1 mês, tens de esperar
até completar 1 mês para fazer o primeiro teste, e, se for não reativo,
tens de repetir aos 3 meses.
 Se foi há 3 meses ou mais, e o resultado for não reativo não necessitas
repetir o teste – és seronegativo, ou seja não tens VIH.

Porquê estes intervalos de tempo?

Após a entrada do vírus no corpo este demora algum tempo a fabricar


anticorpos contra o VIH em quantidade suficiente para serem detetados pelas
análises. Este espaço de tempo é designado “período de janela” e vai de 1 a 3
meses.

O que é a SIDA?

A SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença que resulta


da infeção causada pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e está
relacionada com a degradação progressiva do sistema imunitário, podendo
surgir anos após a infeção.

Uma vez instalado, o vírus invade e destrói um certo tipo de células do sangue
(os Linfócitos CD4+), que são responsáveis pela defesa do nosso organismo
contra as infeções e alguns tipos de cancros. Na fase de SIDA surgem infeções
que não se manifestam quando a imunidade está mantida (infeções
oportunistas), as infeções vulgares revestem formas muito graves e difíceis de
tratar e surgem alguns cancros (sarcoma de Kaposi, linfomas e cancros pelo
vírus do papiloma humano, HPV).

O que quer dizer a sigla SIDA?


S/Síndrome – Refere-se ao grupo de sintomas que coletivamente caracterizam
uma doença. No caso da SIDA, pode incluir o desenvolvimento de
determinadas infeções e tumores tal como a diminuição de determinadas
células do sistema imunitário (de defesa).

ID/Imunodeficiência – quer dizer que a doença é caracterizada pelo


enfraquecimento do sistema imunitário.  

A/Adquirida – quer dizer que a doença não é hereditária e que se desenvolve


após o contacto com um agente infecioso (o VIH).

Quais os sintomas mais evidentes da doença?

São vários e não são específicos da SIDA, isto é, podem ser comuns a outras
doenças:

 Febre,
 Manchas avermelhadas com relevo dispersas pela pele ou na cavidade
oral,
 Gânglios inchados na zona lateral do pescoço e axilas,
 Dores musculares e/ou nas articulações,
 Dor de garganta e/ou amígdalas inchadas,
 Cansaço,
 Perda de peso.

Onde posso obter mais informações?

Atualmente existem diversos serviços de rastreio do VIH (anónimos,


confidenciais e gratuitos) que prestam aconselhamento e informação sobre a
infeção VIH e efetuam a análise sem necessidade de te identificares ou
apresentares qualquer tipo de documento ou relatório médico - os Centros de
Aconselhmento e Deteção Precoce do VIH - CAD

Para mais informações, telefona para a Sexualidade em Linha (800 222 003).

Ficar infetado/a ou não com o vírus do VIH depende de ti! Depende do que
fazes, não de quem és!

Posso fazer o teste ao VIH sendo menor de idade?

Alguns Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH (CAD) realizam


testes ao VIH a jovens menores de idade. Na realidade estes centros não
pedem identificação, mas os/as profissionais de saúde podem recusar-se a
fazer o teste sem autorização do pai, da mãe ou de um representante legal. Por
outro lado, existem outros/as profissionais de saúde que durante o
aconselhamento ao/à jovem verificam se a realização do teste ao VIH é
pertinente e podem realizá-lo.
 

Tratamento:

Apesar de não existir cura para a infeção pelo VIH (erradicação definitiva do
VIH do organismo) existem medicamentos antirretrovirais que conseguem
baixar a quantidade de vírus para valores mínimos e atrasar a evolução da
doença, proporcionando aos/às seropositivos/as uma vida mais longa e com
qualidade.

O que é a Profilaxia Pós-Exposição?

É um tratamento com medicamentos antirretrovirais que são iniciados


imediatamente após a exposição a situações de risco (nas primeiras 72 horas),
de forma a prevenir a infeção pelo VIH. O objetivo é evitar que o VIH entre no
sistema imunitário, se instale e se multiplique. Esta terapêutica está disponível
nos serviços de urgência dos hospitais públicos e privados e está dependente
da avaliação do/a médico/a face ao risco de contágio.

Importa referir que apenas protege as pessoas de contraírem a infeção por VIH
e não confere proteção em relação a outras infeções de transmissão sexual,
pelo que o uso consistente do preservativo feminino ou masculino continua a
ser a principal medida de prevenção. 

 
O que é a Profilaxia Pré-Exposição?

É um tratamento com medicamentos que são tomados antes da ocorrência de


um comportamento de risco e que impede o vírus de se replicar no organismo.
Para tal é necessário realizar uma consulta, na qual será avaliada a situação
de acordo com uma norma de orientação clínica da Direção Geral da Saúde.

Este tratamento é disponibilizado a pessoas seronegativas para o VIH, ou seja,


não infetadas por VIH, de forma a impedir que se infetem.

Importa referir que apenas protege as pessoas da infeção pelo VIH e não
confere proteção em relação a outras infeções sexualmente transmissíveis,
pelo que o uso consistente do preservativo feminino ou masculino continua a
ser a principal medida de prevenção. 

Se uma grávida tiver um teste positivo para o VIH significa que o bebé irá
nascer com VIH?

Não. As grávidas infetadas com VIH devem ser referenciadas a uma consulta
de alto risco e fazer medicação com antirretrovirais, na gravidez e durante o
parto para prevenir a transmissão do VIH da mãe para o filho. Outras medidas
são adotadas, tais como: a realização da cesariana e a contraindicação da
amamentação do recém-nascido.

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