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II - GRUPO
Discentes:
1. Introdução....................................................................................................................................1
2. Objectivos....................................................................................................................................1
3. Metodologia de Pesquisa.............................................................................................................1
1. Conclusão....................................................................................................................................8
2. Referências bibliográficas...........................................................................................................9
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
Este trabalho aborda a matéria do Direito Penal inerente à aplicação da lei penal no tempo e
no espaço, onde a respeito da primeira questão arrola aspectos relacionados à noção e princípios
da lei penal no tempo e no final, quanto à segunda aborda sobre o princípio da territorialidade,
defesa dos interesses nacionais, personalidade e aplicação supletiva da lei penal. Em termos de
estrutura este trabalho está dividido em capítulos, sendo ao todo três capítulos, sendo o primeiro
referente a introdução, o segundo referente à revisão de literatura e o último conclisório, que
trata da apresentação dos resultados obtidos na pesquisa.
2. Objectivos
3. Metodologia de Pesquisa
1
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
O art. 1 da lei de introdução ao código civil, que despõe: “salvo disposição contrária, a lei
começa a vigorar em todo o pais quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Em
outras palavras, a lei pode estabelecer o termo inicial de sua própria vivência, não o fazendo, ela
entra em vigor quarenta e cinco dias após a publicação.
O término da vigência formal de uma lei corresponde a sua revogação, e esta revogação
pode ser total (ab-rogação), quando a norma perde totalmente a sua vigência ou parcial
(derrogação), quando cessa parcialmente a autoridade da lei. A lei, via de regra, produz efeitos
apenas durante o período da sua vigência em face do princípio tempus regit actum.
Em regra geral, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da prática do fato criminoso, de
acordo com o princípio do tempus "regit actum". Quer-se dizer que a lei penal produzirá efeitos,
em regra, no período da sua vigência, de acordo com a lei vigente na época do fato. Assim,
praticado um crime, por exemplo, na data de 22 de abril de 2022, reger-se-á a pretensão punitiva
estatal, a princípio, de acordo com as regras vigentes nesta data.1
Exceção à regra supracitada ocorre nos casos de extra-atividade da lei penal, em que
abrange a retroatividade da lei mais benéfica e sua ultra-atividade (art. 60, n.º2 CRM) e (art. 3,
n.º1 e 4 CP).2
1
Nagima, I. M. S. (2013) da lei penal no tempo. Desponivel em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8062/Da-lei-penal-
no-tempo.
2
CRM (art. 60, n.º2); CP (art. 3, n.º1 & 4).
2
Teoria do resultado: O próprio nome diz, será considerado praticado o crime assim que
gerar o resultado pretendido.
Teoria mista: Considerará tanto a acção ou omissão, como o resultado, o momento da
prática do delito.
Três são os fundamentais princípios aplicados no instituto da eficácia da lei penal no tempo:
Não há infração ou sanção penal sem lei anterior, isto é, sem lei prévia. Esse desdobramento do
princípio da legalidade traduz a ideia da anterioridade penal, segundo o qual a para a aplicação
da lei penal, exige-se lei anterior tipificando o crime e prevento a sua sanção. (Negima, 2013).
Por fim, quanto à retroatividade da lei mais benigna, é indispensável investigar qual a que
se apresenta mais favorável ao indivíduo tido como infrator. A lei anterior, quando for mais
favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já
estar revogada. O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior foi mais benéfica,
retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência. (art. 60 CRM).
3
Gomes, L. F., Mazzuoli, V. de O. (2008). Direito Penal: Comentários à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos. Vol. 4.
São Paulo: RT.
3
3. Princípio sucessor da lei penal no tempo
II - Abolitio criminis
Ocorre a chamada abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina o facto que anteriormente
era considerado como ilícito penal.
Pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos penais,
permanecendo apenas os civis.
A lei temporária embora decorrido o período da sua duração ou cessadas as circunstâncias que as
determinaram, aplica-se o facto praticado ao facto durante a sua vigência. Mesmo depois de
decorrido o período fixado para ela, continuam a ser censuráveis os factos que anteriormente a
violaram. Ressalva-se que continua a ser punido o facto criminoso praticado durante o período
de vigência de uma lei de emergência.
4
Significa que, não obstante no momento do julgamento a lei já não estar em vigor por já ter
caducado ou já ter sido revogada, deve continuar a ser punido pelo facto que praticou durante
esse período em que a lei estava efectivamente em vigor.
As leis de emergência são as leis que face a determinado circunstancialismo anormal vêm
penalizar, criminalizar determinadas condutas que até aí não eram consideradas crime, ou vêm
efectivamente agravar a responsabilidade penal por determinado facto que até aí já era crime,
mas em que esse agravamento se deve tão só a situações ou circunstâncias anormais que
reclamam a situação de emergência.
Vide o artigo 4 do Código penal que salvo disposição em contrário constante de convenção
internacional ou de acordo no domínio da cooperação judiciária, a lei penal moçambicana é
aplicável a factos praticados:
4
Bitencourt, C. R. (2012). Tratado de Direito Penal - Parte geral. (17ª ed). Vol 1, São Paulo: Saraiva
5
2. Princípio da extraterritorialidade
Este princípio de direito Penal estende a aplicação da lei penal nacional para fora dos
limites do território nacional se o bem lesado for de nacionalidade do Estado, independentemente
da nacionalidade do infractor, a fim de proteger os bens jurídicos violados considerados
essenciais aos interesses do Estado além-fronteiras.
5. Princípio da personalidade
Este princípio diz que a lei penal aplicada ao caso em concreto será aquela que pertence a
nacionalidade do agente, ou seja, quem será competente a julgar o caso será o Estado de origem
do agente, independentemente de o de foi praticado o crime. Considera-se aqui dois tipos de
personalidade:
6
Personalidade passiva - considerando a nacionalidade da vítima.5
A lei penal deve ser aplicada a todos, onde quer que estejam, isso é viabilizado através da
cooperação entre Estados, permitindo a punição do agente por qualquer Estado para crimes que
forem objecto de tratados e convenções internacionais. Aplicar-se a lei do Estado onde o agente
se encontrar, independentemente da nacionalidade do agente ou do bem jurídico violado
considerando que o crime é um mal universal e todos os Estados têm interesses em punir. 6
São de alguma forma crimes que todos os Estados têm interesse em punir. De um modo
geral, independentemente da nacionalidade dos seus autores, são crimes que reclamam uma
punição universal e daí que as ordens jurídicas se reclamem competentes para fazer aplicar a sua
lei penal a esses.
1. Conclusão
Este trabalho abordou a matéria inerente à aplicação da lei penal no tempo e no espaço. Ao
fim deste chegamos às seguintes conclusão:
5
Bitencourt, C. R. (2012). Tratado de Direito Penal - Parte geral. (17ª ed). Vol 1, São Paulo: Saraiva.
6
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/180/interpretacao-da-lei-penal-e-analogia-uma-analise-aprofundada-da-doutrina-e-
jurisprudencia/.
7
Quanto a aplicação da lei penal no tempo, há certos princípios a ter em conta, o da
anterioridade da lei penal, irrectroactividade e o da retroactividade da lei penal mais favorável ao
agente. A lei penal em Moçambique não rectoage por regra mas há excepções, rectoage em
benefício do réu. (art. 67 e 60 CRM; 3 CP).
O princípio da territorial idade defende que se deve aplicar a lei penal do Estado onde o
crime foi praticado independentemente da nacionalidade do agente o vítima, por outro lado, o
princípio dos interesses nacionais advoga que a lei penal de certos estados pode ser aplicada num
agente de ou noutro Estado se for por causa dos seus interesses de valor nacional.
2. Referências bibliográficas
Legislação:
Doutrina:
8
Barros, F. A. M. de. (2010). Direito Penal – parte geral. (8ª ed). Brasil, São Paulo: Saraiva.
Bitencourt, C. R. (2012). Tratado de Direito Penal - Parte geral. (17ª ed). Vol 1, São Paulo:
Saraiva.
Dias, F. (2007) Direito Penal - parte geral: Questões fundamentais, a doutrina do crime. (2ªed),
Coimbra
Editora.
Ishida, K. I. (2020) Curso de Direito Penal. (5ª Ed), Brasil: Editora Jus PODIVM
Kelsen, H. (1998). Teoria pura do direito. (6ª ed). São Paulo: Martins Fontes, Tradução João
Baptista Machado.
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/180/interpretacao-da-lei-penal-e-analogia-uma-analise-
aprofundada-da-doutrina-e-jurisprudencia/.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8062/Da-lei-penal-no-tempo.