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A Rainha Má E Seu Estilo Hipercompensador

Psicóloga Vanessa Menezes, Terapeuta Cognitivo Comportamental, 16 de setembro de 2018

Quando olhamos para uma história sempre da mesma posição os personagens raramente
trocarão de lugar; por isso hoje pensei em avaliarmos uma figura conhecida dos mitos infantis
à luz da Terapia do Esquema (TE), e como seria vê-la não como antagonista, mas como a
protagonista de sua própria história de vida.

A rainha má (do conto da Branca de Neve) era uma mulher de extrema vaidade e por isso
maltratava tanto a enteada, não só por uma disputa estética, mas por ter tido estilos parentais
agressivos, severos, distante afetivamente e punitivos. Por sua vez a rainha cresceu sofrendo
por não ter suas necessidades emocionais atendidas, porém a maneira que encontrou de
enfrentar essa lacuna de afeto foi se identificando e repetindo o comportamento de seus pais
(hipercompensando).

O estilo hipercompensador maximiza de forma latente tudo o que foi vivenciado e aprendido
na infância, dessa forma alguns esquemas são gerados em torno da reprodução equivalente
das atitudes familiares, uma vez que este teme ser a “vítima” mais uma vez, tomando a
postura de “agressor”.

A hipercompensação também conhecida como estilo de luta é por vezes difícil de ser
compreendida, já que o indivíduo repete ao outro o que sofreu, no entanto no íntimo da
pessoa há o sofrimento instalado tanto pelo que passou, assim como, por não estar a nível da
consciência esse seu padrão desadaptativo.

Qualquer que seja o estilo de enfrentamento (evitativo, hipercompensador e resignado) este


se desenvolve a partir da correlação do temperamento inato junto a identificação com uma
das figuras de responsabilidade (pai/mãe/ou outro responsável) e de acordo com a TE há
mecanismos específicos para se trabalhar frente a esses esquemas desadaptativos que geram
tanto sofrimento para o indivíduo, assim como para quem se relaciona com o mesmo.

O processo psicoterapêutico da TE é sem dúvidas algo que permitirá o desenvolvimento de


relações e comportamentos mais saudáveis, mas é importante ressaltar a necessidade de um
cuidar mais empático, atento e próximo às nossas figuras de vinculação dentro do próprio
ambiente familiar sendo a prevenção o cuidar mais assertivo de todos.

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