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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Figuras Gráficas, Elliott


e Candlesticks
Figuras Gráficas

Padrões de continuidade e reversão, objetivo e volume

Padrões de continuidade e de reversão


As Figuras Gráficas são formações resultantes do traçado das linhas de tendência, de suporte e
de resistência.

Com base na incidência passada de tais formações, assim como do comportamento subsequente dos
preços, foi possível estabelecer determinados padrões, cuja ocorrência sinaliza a continuidade ou a
reversão da tendência vigente.

Objetivo do padrão gráfico

Além de auxiliar a decidir quando é mais provável que uma tendência continue ou reverta, os padrões
sugerem um objetivo, isto é, um nível presumivelmente alcançável pelos preços no movimento que
se segue imediatamente ao padrão.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Essa projeção do movimento futuro de preços normalmente se baseia na altura do padrão desenhada
a partir do ponto de seu rompimento.

Importância do volume e dos contratos em aberto

Assim como na confirmação da tendência e na formação dos suportes e resistências, o papel do


volume também é muito importante na formação das figuras gráficas.

O volume costuma diminuir durante os períodos iniciais do desenvolvimento do padrão e aumentar


nos momentos finais, ou seja, naqueles mais próximos à sua definição.

Como representa a quantidade absoluta de ativos transacionados por todos os participantes do


mercado em determinado período, o volume é tradicionalmente plotado como um histograma.

Para análises realizadas no âmbito do Mercado Futuro, além do histograma do


volume normal, temos que analisar também os contratos em aberto, ou seja,
daqueles ativos que não foram liquidados ao final do pregão.

O volume é fundamental para confirmar a validade do movimento dos preços e, consequentemente,


dos padrões gráficos. Se o mercado sobe com um volume muito alto, provavelmente os preços
testarão nova alta.

Quando o mercado sobe com um volume muito baixo, a alta provavelmente não será sustentável, o
que remete o analista técnico a buscar oportunidades de venda.

Quando os mercados estão em baixa, a análise do volume perde um pouco da sua relevância, pois
uma queda pode persistir mesmo com baixo volume.

Muitos analistas técnicos incluem uma média móvel do volume no histograma, visando estabelecer
um parâmetro para avaliar, com menor subjetividade, se o volume está alto ou baixo.

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Uma análise baseada no comportamento do volume, com uma média móvel em área sombreada
plotada no histograma, pode ser visualizada no gráfico a seguir.

Padrões de continuidade ou consolidação


Segundo o princípio 6 de Dow, o mercado pode se desenvolver em movimentos laterais que não
invalidam a tendência principal vigente.

A análise de ocorrências passadas desses movimentos causou na identificação de


figuras gráficas, denominados padrões gráficos de continuidade ou consolidação.

O surgimento de tais padrões, correspondentes a esses movimentos laterais, sugerem que a


tendência principal prosseguirá na mesma direção em que se vinha desenvolvendo antes do
seu aparecimento.

Um padrão de continuidade ou consolidação é uma área de congestão que representa uma


interrupção no movimento da tendência principal, em que os preços, ao final da congestão,
presumivelmente reassumirão a direção anterior à interrupção.

Conheça os principais padrões de continuidade.

Triângulos simétricos, ascendentes e descendentes


Os triângulos são áreas de congestão em que os topos e fundos, ao se apresentarem em amplitudes
cada vez menores, convergem à direita.

A figura gráfica surge a partir do traçado de duas linhas – uma de suporte e outra de resistência, que
se encontram em seu vértice.

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O traçado de um triângulo é possível a partir de dois fundos e dois topos. Eles podem ser classificados
em simétricos, ascendentes e descendentes.

O triângulo simétrico é resultante do traçado de duas linhas


de tendência, uma de alta – LTA e a outra de baixa – LTB, que
convergem em um mesmo ângulo de inclinação.

É uma figura que, apesar de evidenciar um equilíbrio de forças entre compradores e vendedores,
resulta mais frequentemente na continuação da tendência anterior.

A confiabilidade de um triângulo simétrico aumenta com a confirmação da LTA e da LTB, que ocorre
quando cada uma dessas linhas é tocada pelos preços em pelo menos três ocasiões.

O triângulo ascendente é resultante do traçado de uma linha


de tendência alta – LTA e de uma linha horizontal de resistência.
É uma figura que aparece em mercados de alta.

Apesar de demonstrar um relativo equilíbrio de forças entre compradores e vendedores, presume-se


que os preços romperão o triângulo na direção ascendente.

Sua confiabilidade, que já é alta, aumenta mais ainda com a confirmação da LTA e da linha horizontal
de resistência, que ocorre quando cada uma dessas linhas é tocada pelos preços em pelo menos
três ocasiões.

O triângulo descendente é resultante do traçado de uma linha


de tendência baixa – LTB e de uma linha horizontal de suporte.

É uma figura que aparece em mercados de baixa. Apesar de demonstrar um relativo equilíbrio de
forças entre compradores e vendedores, presume-se que os preços romperão triângulo na direção
descendente, daí a denominação.

Sua confiabilidade, que já é considerável, aumenta mais ainda com a confirmação da LTB e da linha
horizontal de suporte, que ocorre quando cada uma dessas linhas é tocada pelos preços em pelo
menos três ocasiões.

Flâmulas de alta e de baixa

As flâmulas são figuras gráficas surgidas a partir de uma zona de congestão formada após um forte
movimento direcional.

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Ocorrem em situações que denotam continuidade da tendência


anterior de alta ou de baixa.

Quando aparecem em mercados de alta, assemelham-se a uma


flâmula presa ao mastro, daí seu nome.

Numa flâmula, a congestão aparece na forma de um triângulo normalmente inclinado contra a


tendência e seu rompimento ocorre na mesma direção em que os preços percorreram para formação
do mastro.

São padrões de continuação considerados de alta confiabilidade pelos analistas técnicos,


diferenciando-se das bandeiras apenas pelo formato da congestão.

Bandeiras de alta e de baixa


As bandeiras são figuras gráficas surgidas a partir de uma zona de congestão formada após um forte
movimento direcional.

Ocorrem em situações que denotam continuidade da tendência


anterior de alta ou de baixa.

Quando aparecem em mercados de alta, assemelham-se a uma


bandeira presa ao mastro.

Numa bandeira, a congestão aparece na forma de um canal normalmente inclinado contra a tendência
e seu rompimento ocorre na mesma direção em que os preços percorreram para formação do mastro.

São padrões de continuação considerados de alta confiabilidade pelos analistas técnicos,


diferenciando-se das flâmulas apenas pelo formato da congestão.

Retângulos de alta e de baixa


Os retângulos são formações laterais em que os preços oscilam respeitando uma linha de suporte
e outra de resistência. Apesar de horizontais, nem sempre tais linhas se apresentam perfeitamente
paralelas entre si.

Os retângulos se apresentam, frequentemente, como figuras de


continuação, tanto de alta como de baixa, mas também podem
representar um padrão de reversão, tanto em topos, quanto
em fundos.

Reflete grande equilíbrio entre compradores e vendedores, o que torna projeções de objetivos
baseadas em sua altura dotadas de alta confiabilidade.

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Cunhas ascendentes e descendentes


As cunhas são formações que, assim como os triângulos, são resultantes de duas linhas que
convergem em direção ao vértice.

Entretanto, diferenciam-se dos triângulos pelo fato de que suas


linhas são inclinadas simultaneamente na mesma direção.

As definições de uma cunha têm um sentido oposto à sua conotação.

Uma cunha em que as linhas são inclinadas para cima é ascendente e baixista,
enquanto que cunhas em que as linhas são inclinadas para baixo são descendentes
e altistas.

Ou seja, como se tratam de figuras de continuação, numa tendência de alta, as duas linhas serão
descendentes e se presume que o rompimento ocorrerá para cima, a favor da tendência anterior.

Em uma tendência de baixa, a cunha será ascendente, e o rompimento supostamente ocorrerá na


direção da baixa.

São figuras consideradas de média confiabilidade.

Objetivos em padrões de continuidade


As figuras de continuidade são consideradas pelos grafistas como padrões confiáveis, não apenas
para indicação da direção do mercado, mas também para projeções de medida.

Esses padrões também ajudam a definir objetivos de ganhos nas operações,


permitindo aos analistas presumir a amplitude do movimento de preços subsequente
ao seu rompimento.

Esses objetivos são geralmente definidos a partir da projeção no gráfico da altura da figura, a partir
de seu rompimento.

Para triângulos e retângulos, essa altura se constitui na maior distância aproximada entre os topos e
fundos observada durante sua formação.

No caso das bandeiras e flâmulas, a altura projetada é a do mastro.

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O gráfico a seguir exemplifica projeções de medida com um retângulo de baixa, um triângulo simétrico
e, se rompida, de uma possível bandeira de baixa.

Nas cunhas, a definição de objetivo é mais específica. Para cunhas descendentes e altistas, o objetivo
é projetado a partir da altura medida entre o ponto mais alto e seu vértice.

Para cunhas ascendentes e baixistas, essa medida é entre o seu ponto mais baixo e seu vértice.

Padrões de reversão
Segundo o princípio 7 de Dow, uma tendência está valendo até que haja sinais defi nitivos de reversão.

O primeiro sinal da reversão é o rompimento da linha de tendência por meio da confi rmação de um
pivô.

Entretanto, este primeiro sinal é muitas vezes precedido por formações


gráficas que, baseadas na sua incidência no passado, resultaram na
identificação dos padrões gráficos de reversão.

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O aparecimento desses padrões sugere que os preços poderão passar a se desenvolver em um


movimento lateral ou, mais provavelmente, iniciar uma tendência contrária à vigente.

Um padrão de reversão é uma área gráfica que caracteriza a fraqueza e o processo


de reversão de uma tendência.

Apesar de não necessariamente sinalizar a reversão da tendência principal, pois os preços podem
simplesmente adentrar numa área lateral de congestão, a ocorrência desses padrões gráficos permite
a presunção de que uma reversão de tendência será definitivamente identificada.

A seguir, conheça os principais padrões de reversão.

Ombro-Cabeça-Ombro – OCO
O Ombro-Cabeça-Ombro, muito conhecido como OCO, é o padrão de reversão baixista considerado
mais confiável pelos analistas técnicos. Seu nome decorre da semelhança de sua formação gráfica
com a cabeça e os ombros de um indivíduo.

O OCO ocorre quando o mercado se encontra em tendência de alta,


numa sequência de topos fundos ascendentes, até que o mercado
falha em alcançar o topo anterior e rompe para baixo a linha de
suporte dos últimos dois fundos, também conhecida como linha
do pescoço.

A reversão da tendência se configura pela confirmação do pivô de baixa no rompimento da linha do


pescoço.

Ombro-Cabeça-Ombro Invertido – OCO Invertido


O Ombro-Cabeça-Ombro Invertido, também conhecido como OCO Invertido, diferencia-se do OCO
por ser um padrão de reversão altista. É também considerado um padrão de alta confiabilidade e seu
nome decorre da semelhança de sua formação gráfica com a cabeça e os ombros de um indivíduo
com a cabeça para baixo.

O OCO ocorre quando o mercado se encontra em tendência de


baixa, numa sequência de topos fundos descendentes, até que o
mercado falha em alcançar o fundo anterior e rompe para cima
a linha de resistência dos últimos dois topos, também conhecida
como linha do pescoço.

A reversão da tendência se configura pela confirmação do pivô de alta no rompimento da linha do


pescoço.

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Topo duplo e fundo duplo


O topo duplo é um padrão de reversão baixista que se desenvolve ao final de uma tendência de alta.

Após uma correção do mercado, um novo topo alcança o mesmo


nível do topo anterior e, na sequência, o mercado rompe para
baixo a linha de suporte representada pelo fundo anterior.

Um movimento inverso ocorre no fundo duplo, que é um padrão de


reversão altista que se desenvolve ao final da tendência de baixa.

Após uma correção, um novo fundo toca o mesmo nível do fundo anterior e, na sequência, os preços
rompem a resistência do último topo.

São considerados padrões bastante confiáveis, mas com incidência não muito comum como pode
aparentar ser.

A interpretação do contexto gráfico em que se inserem o topo duplo e o fundo


duplo é fundamental para uma correta identificação, pois muitas vezes desenhos
gráficos localizados em áreas de congestão são indevidamente qualificados
como tais.

Se ocorrerem apenas dois topos ou dois fundos em um mesmo nível, em curto intervalo de tempo
e com uma correção superficial entre eles, provavelmente se tratará apenas de uma consolidação, e
tais movimentos não se configurarão, portanto, nos padrões topo duplo ou fundo duplo.

Topo triplo e fundo triplo


O topo triplo é um padrão de reversão baixista que se desenvolve ao final de uma tendência de alta.

Após uma correção do mercado, dois novos topos sucessivamente alcançam o mesmo nível do
topo anterior e, na sequência, o mercado rompe para baixo a linha de suporte representada pelos
fundos anteriores.

Um movimento inverso ocorre no fundo triplo, que é um padrão


de reversão altista que se desenvolve ao final da tendência de
baixa.

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Após uma correção, dois novos fundos sucessivamente tocam o mesmo nível dos fundos anteriores
e, na sequência, os preços rompem a resistência do último topo.

São considerados padrões bastante confiáveis, mas com incidência muito rara.

A consideração sobre a correta identificação dos topos e fundos duplos vale para os topos e fundos
triplos.

Ou seja, se ocorrerem três topos ou três fundos em um mesmo nível, em curto intervalo de tempo
e com uma correção superficial entre eles, provavelmente se tratará apenas de uma consolidação, e
tais movimentos não se configurarão, portanto, nos padrões topo triplo ou fundo triplo.

Objetivos em padrões de reversão

Os padrões de reversão, assim como os de continuidade, permitem determinar um objetivo de preços


a partir do movimento que se segue ao seu rompimento.

Nos padrões OCO e OCO Invertido, o objetivo é definido a partir da projeção


no gráfico da altura da cabeça, do ponto de rompimento da linha do pescoço
em diante.

Nos topos e fundos, duplos e triplos, essa altura é a distância aproximada entre os topos e fundos,
observada durante sua formação, sendo projetada a partir do ponto de rompimento da figura.

No gráfico a seguir, são exemplificadas projeções de objetivo a partir de um OCO e de um fundo


triplo, bem como de uma formação gráfica em uma zona de continuidade, destacada pela linha
azul. Devido à semelhança da figura gráfica, a formação poderia ser indevidamente confundida
com um topo duplo.

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Gaps e ilha de reversão


Gap é um movimento de salto ou queda nos preços com tal descontinuidade que forma um intervalo
de preços onde não houve negociação.

Em gráficos com periodicidade diária, os gaps de alta surgem quando a cotação mínima
do dia é maior que a cotação máxima do dia anterior e, de modo inverso, os gaps de baixa
são produzidos quando a maior cotação do dia é inferior à menor cotação do dia anterior.

Os gaps são muito comuns nos gráficos diários, mas sua definição é válida para qualquer periodicidade
gráfica, sendo que, quanto maior esta última for, menores são as chances de surgirem gaps.

Esses padrões são normalmente vistos como espaços vazios entre duas barras de preços, quando
utilizado esse tipo de gráfico.

Quando em gráficos de candlesticks, os gaps abrangem também aspectos importantes para avaliação
de determinados padrões de candles.

Especificamente para esse tipo de análise, é importante distinguir o gap de corpo, em que somente
os corpos dos candles estão separados, dos gaps de sombra ou completos, aqueles que efetivamente
formam uma faixa de preço sem negociação.

Os gaps geralmente traduzem os sentimentos de euforia ou pânico dos investidores em razão de


mudanças repentinas de suas expectativas em relação ao valor dos ativos.

Muitas vezes, a frustração de tais expectativas, tanto em razão de expectativas


infundadas quanto de interpretações equivocadas, leva os preços a retornarem
aos níveis anteriores à ocorrência do gap, movimento este conhecido como
fechamento do gap.

Aspectos relativos ao contexto de sua formação e ao tempo decorrido para seu fechamento são
determinantes para a classificação dos gaps.

Gap de área ou comum


O gap de área ou comum é o mais comum dentre os gaps e é sempre incidente em áreas de congestão,
como triângulos e retângulos.

São normalmente fechados em rápidos intervalos de tempo, o que implica na sua pouca relevância.

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Gap de fuga ou de corte


O gap de fuga, também conhecido como de corte, ocorre em áreas de congestão de preços, assim
como o gap da área.

Entretanto, diferentemente do gap da área, o gap de fuga sinaliza a conclusão da formação, por meio
de um movimento que leva os preços para fora da área de congestão.

Um rompimento de um suporte ou resistência por meio de um gap de fuga é um sinal que denota
a provável força do movimento de preços que o originou, daí sua destacada relevância para a
análise técnica.

Gap de medida ou de continuação


O gap de medida ou de continuação se diferencia do gap de fuga por se localizar em tendências já
vigentes, confirmando assim a força do movimento de preços.

Seu nome decorre do fato de ser comum os preços percorrerem, a partir do gap de
medida, a mesma distância que perfizeram antes de sua formação.

Por isso, é possível a definição de objetivos com o aparecimento de um gap de medida, por meio da
projeção, a partir da ocorrência do gap, da amplitude gráfica do movimento que o antecedeu.

Gap exaustão
O gap de exaustão evidencia o enfraquecimento da tendência, sinalizando seu fim.

Um gap de exaustão não é sucedido por novos movimentos altistas quando a tendência vigente é de
alta nem por novas baixas quando a tendência vigente é de baixa.

Inicialmente, pode ser confundido com um gap de medida ou continuação, mas,


se os preços falham na continuidade da tendência e em seguida fecham o gap,
estará confirmada a ocorrência de um gap de exaustão.

Ilha de reversão
A ilha de reversão é uma pequena área de congestão separada por dois gaps, sendo um de exaustão
e outro de fuga.

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Ocorre quando, após um gap de exaustão, os preços entram numa pequena


consolidação e revertem bruscamente, saltando novamente a zona sem negociação
no sentido contrário, por meio de um gap de fuga.

A ilha de reversão é um padrão bastante incomum e sua ocorrência geralmente sinaliza a formação
de topos e fundos de grande relevância.

No gráfico a seguir, podem ser visualizados os tipos de gaps citados, assim como uma ocorrência de
ilha de reversão.

Teoria das Ondas de Elliott

Princípio das ondas de elliott


Ralph Nelson Elliott publicou em 1946, dois anos antes de sua morte, um livro intitulado O Segredo
da Lei da Natureza do Universo.

Nele é apresentado o resultado de estudos que duraram mais de duas décadas, período este em que
Elliott convalescia de uma enfermidade contraída enquanto trabalhava na América Central.

Aparentemente influenciado por Dow, Elliott compara o ciclo das marés e o ritmo das ondas à
flutuação de preços no mercado de ações, por meio do estudo dos movimentos do índice Dow-Jones.

O Princípio das Ondas de Elliott defende que todas as atividades humanas são regidas
sob a égide de três aspectos distintos: o padrão, a proporção e o tempo.

Uma vez que esses aspectos podem ser interpretados, as conclusões decorrentes de tais regras
podem ser replicadas em quaisquer movimentos, inclusive nos preços das ações.

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O padrão das ondas


O Princípio das Ondas estabelece que os preços se comportam por meio de um ciclo repetitivo, que
abrange cinco ondas de avanço a favor da tendência principal, seguidas por três ondas de declínio,
isto é, corrigindo a tendência principal. Portanto, o ciclo completo é formado por oito ondas.

A seguir, são apresentadas as configurações dos ciclos completos em uma tendência principal de alta
e em uma tendência principal de baixa.

Tendência principal de alta Tendência principal de baixa

Pode-se observar, em ambos os contextos, que as cinco ondas de avanço na tendência principal são
denominadas a partir de sua numeração, de onda 1 a onda 5.

As ondas 1, 3 e 5 são de impulso, enquanto que as ondas 2 e 4 são de correção. O avanço estará
finalizado ao final da onda 5. As três ondas de declínio, ou de correção da tendência principal, são
nominadas por letras, da onda “a” até a onda “c”.

As ondas “a” e “c” impulsionam a correção da tendência principal, enquanto que a onda “b” corrige a
correção da tendência principal.

Um padrão com cinco linhas de avanço e três de declínio será considerado completo, como este
demonstrado no gráfico a seguir, ao final da onda “c”.

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A extensão de cada onda, ou comprimento, é medida em preço ou pontos, por meio da distância
vertical, ou amplitude, entre os níveis que demarcam o início e o final da onda.

No gráfico a seguir, estão incluídas setas verticais que indicam a extensão de cada onda.

A medida da extensão é fundamental, considerando que o padrão das ondas deve obedecer algumas
regras básicas, pois, em contrário, a contagem em andamento é invalidada.

Regras básicas de padrão de ondas:

―― A onda 2 nunca retrocede 100% ou mais da onda 1. Ou seja, caso os preços


retornem ao nível que demarca o início da onda 1, nova contagem deverá ser
iniciada.

―― A extensão da onda 3 jamais poderá ser a menor dentre as ondas 1 e 5. Isto


é, a onda 3 não poderá ser a mais curta quando comparada às ondas 1 e 5, sendo
frequentemente a mais extensa delas. Quando a onda 3 for menor que a onda 1 e
a onda 5, a contagem deverá ser reiniciada.

―― A onda 4 não alcança o nível de preços da onda 1, exceto em algumas


formações bem específicas. Esta regra significa que, em uma tendência
predominante da alta, o fundo da onda 4 não poderá ultrapassar o topo da onda 1.

Entretanto, deve-se considerar somente a base de fechamento dos preços para


aplicação desta regra. Ou seja, mesmo se o preço máximo ou mínimo ultrapassar
a altura da onda 1, a contagem poderá prosseguir sem ser reiniciada, desde que a
altura seja respeitada pelo preço de fechamento.

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Um analista técnico poderá identificar o padrão de Elliott em variados níveis, já que o ciclo das ondas
se apresenta em diversos graus.

Esta capacidade que um padrão tem de se multiplicar nos mais diversos níveis é
denominada Fractal, sendo tal fenômeno comumente encontrado em diversas
manifestações da natureza.

A proporção das ondas


A base matemática da teoria das ondas de Elliott foi extraída do livro “Liber Abaci”, ou Livro do Ábaco,
publicação do século XII que introduziu o sistema decimal na Europa.

Seu autor, o matemático Leonardo Fibonacci, apresentou neste livro uma resposta para o seguinte
enigma: “partindo-se de um casal de coelhos colocados dentro de uma área fechada, quantos pares
de coelhos teremos em um ano, sabendo-se que cada par gera um novo par a cada mês, a partir do
segundo mês?”

A resposta apresentada no Liber Abaci deu origem à sequência dos números, atualmente conhecida
como sequência de Fibonacci:

1, 1, 2, 3, 5, 8, 12, 21, 34, 55, 89, 144... e assim por diante.

Nela, um novo número decorre da soma dos dois números antecedentes, ou seja:

1 + 1 = 2, 1 + 2 = 3, 2 + 3 = 5, 3 + 5 = 8, 5 + 8 = 13, 8 + 13 = 21... até o infinito.

Após os quatro primeiros números, o resultado da divisão entre os números consecutivos da


sequência se aproxima de 1,618, ou de seu inverso, 0,618.

A divisão entre números alternados da sequência se aproxima de 2,618, ou de seu inverso, 0,382.

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Quanto mais altos os números na sequência de Fibonacci, mais próximos de 1,618


será o resultado de sua divisão, o que ensejou em sua denominação de número
Phi, ou razão dourada.

São variados os fenômenos em que a razão dourada se apresenta na natureza. Elliott foi pioneiro na
aplicação da sequência de Fibonacci no mercado financeiro, o que muitos consideram ser seu grande
mérito.

O padrão de cinco ondas de impulso e três de correção reflete números da sequência, assim como o
seu desdobramento em fractais com 21 e 13 ondas.

As razões de Fibonacci também se manifestam na relação entre as ondas, sendo frequentemente


observadas razões de 2,618, 1,618, 1, 0,618, 0,382, o que permite ao analista técnico projetar objetivos
de preço que sejam compatíveis com tais relações.

Vamos a um exemplo.

Ao final de uma onda 1, o analista pode projetar para a extensão da onda 2 um


objetivo de preço coincidente com uma correção de 61,8%, ou razão de 0,618, da
extensão da 1.

E, a partir da retomada da tendência de alta, é possível projetar um objetivo para a


extensão da onda 3 que corresponda a 161,8%, ou razão de 1,618, da extensão da
onda 1.

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É possível identificar a influência de Dow sobre Elliott por meio da correspondência entre as respectivas
teorias.

A fase inicial de um ciclo de alta, denominado por Dow como fase de acumulação, diz respeito à
formação das ondas 1 e 2 de Elliot.

A fase de alta sensível, que Dow considera a mais duradoura, reflete a onda 3, que também é vista
por Elliott como a provável onda mais extensa do ciclo.

O final de movimento de alta é caracterizado pela fase de euforia, que guarda forte correspondência
com o comportamento dos preços durante a onda 5 de Elliott.

O comportamento dos preços no gráfico a seguir pode ser interpretado em face da relação entre
Fibonacci, Dow e Elliott.

O tempo das ondas


Elliott concebeu o ciclo do tempo com flutuações muito extensas, entre 4 e 40 anos, para a ocorrência
de mudanças importantes no comportamento dos preços.

Como fenômenos tão duradouros são pouco considerados pela grande maioria dos investidores, o
tempo é considerado pelos estudiosos de Elliott como o menos importante dos três aspectos que
envolvem sua teoria.

Padrões candlestick
Munehisa Homma foi considerado, já aos 26 anos de idade, o maior expert em mercados do Japão.
Nascido em 1724 e filho de uma família rica, utilizou o seu conhecimento e poder econômico para
dominar as bolsas de Osaka e de Tóquio.

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A fim de entender e prever as atitudes dos investidores, Homma catalogou os


preços históricos do arroz e estudou padrões de comportamento por meio do seu
reflexo nos preços.

Como reuniu em pouco tempo uma fortuna imensa, muitos acreditam que ele foi capaz de ter obtido
êxito em 100 operações seguidas.

Faleceu em 1803, deixando publicados dois livros sobre técnicas operacionais que serviram de base
para a metodologia de candlesticks.

Os padrões candlesticks foram difundidos no Ocidente no início dos anos 80 por Steve
Nison, um operador do mercado de ações em Wall Street.

Ele conta que se interessou e importou toda a literatura disponível no Japão sobre o assunto ao ver
uma operadora japonesa analisar um gráfico de candles.

Aprofundou-se nos estudos da técnica e adaptou muitos termos das regras e dos padrões ao
idioma inglês.

A própria denominação de candlesticks ou “candelabros”, alusiva a um conjunto de candles ou


de “velas”, é inspirada pelo formato desses objetos, semelhante ao que os preços são dispostos
no gráfico.

Nomenclatura
A formatação de um gráfico de candles é similar à do gráfico de barras, que necessita das
informações de preços mínimo, máximo, de abertura e de fechamento para que seja traçada
uma “vela”.

Entretanto, diferentemente do gráfico de barras, um candle evidencia os preços de abertura


e fechamento por meio da interligação entre eles, que forma um “corpo” usualmente
retangular. E os preços máximos e mínimos são representados por meio de linhas verticais
denominadas “sombras”, posicionadas respectivamente acima e abaixo do corpo.

Cada candle representa um dia ou qualquer outra unidade de tempo definida pela periodicidade
escolhida para o gráfico.

Se o preço de fechamento do período foi superior ao da abertura, o candle terá um corpo representado
na cor branca. Caso o preço de fechamento tenha sido inferior ao da abertura, a cor do candle será
preta.

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Essa convenção se origina da tradição religiosa oriental Yin-yang.

Mercado em alta Mercado em baixa


Um mercado de alta estaria influenciado Um mercado de baixa estaria contaminado
pela energia benéfica do Yang, pela energia do Yin, representada pela
representada pela leveza e pela clareza da densidade e pela escuridão da cor preta.
cor branca.

Sem opor às razões transcendentais, não é incomum nos dias atuais a utilização de outras cores
claras e escuras, como o verde e o vermelho, para representação dos candles de alta e de baixa,
respectivamente.

Entretanto, muitos analistas optam pelas cores branca e preta visando obter um contraste que
facilite a visualização dos movimentos e utilizar as outras cores para destacar o traçado de linhas que
representem outros elementos gráficos.

Apesar de ter as mesmas informações de um gráfico de barras, é possível extrair de


um gráfico de candles uma amplitude maior de significados.

A maior evidenciação dos movimentos de alta e baixa dos preços, assim como da dinâmica entre as
forças compradora e vendedora, permite a identificação de padrões de continuação e reversão dos
movimentos, tanto por meio do surgimento de um único candle, quanto a partir de combinações
entre eles.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Figuras básicas
As figuras básicas permitem avaliar o comportamento dos compradores e vendedores durante o
período abrangido pelo candle, cuja análise é válida sob qualquer periodicidade.

É importante acrescentar que, a depender do seu contexto no gráfico, o surgimento de tais figuras
pode representar padrões de continuidade ou de reversão do movimento em curso.

O Dia Longo ou Long Day demonstra um período com grande amplitude de


preços, com grande variação desde a abertura até o fechamento. Evidencia
certo predomínio de compradores ou de vendedores.

O Dia Curto ou Short Day é um período sem grande movimentação nos


preços, com pequena variação entre a abertura e o fechamento, assim como
entre o máximo e o mínimo. Demonstra certo equilíbrio entre compradores
e vendedores.

O Marubozu representa um longo dia de alta ou de baixa. Praticamente


inexistem sombras, o que denota completo domínio dos compradores ou dos
vendedores. Surgindo no início de uma tendência, pode sinalizar força, mas,
quando aparece ao seu final, sugere uma exaustão.

A Estrela, ou Star, é um candle de corpo pequeno, similar ao Dias Curtos, mas


em gap com um candle de corpo grande, como o Dias Longos. O gap deve ser
de corpo e as sombras, quando existentes, devem ser curtas.

O Spinning Top demonstra grande oscilação de preços, evidenciada pela grande


amplitude entre os preços máximo e mínimo, mas com prevalência de relativo
equilíbrio face a pouca variação entre os preços de abertura e fechamento.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Os Dojis são candles com os preços de abertura e fechamento iguais ou muito


próximos. São nominados em função da direção e do tamanho das sombras.

O Doji Estrela tem ambas as sombras com mesma altura.

Já o Doji Libélula, ou Dragonfly, tem sombra superior menor ou inexistente,


enquanto que o Doji Tumba, ou Gravestone, tem sombra inferior menor
1. Doji Estrela
ou inexistente.
2. Doji Libélula ou Dragonfly
3. Doji Tumba ou Gravestone

É possível observar a incidência das figuras básicas, acima apresentadas, no seguinte gráfico.

Padrões de reversão
Existem dezenas de padrões de reversão, conhecidos e catalogados, decorrentes da combinação
de candles.

A seguir serão apresentados os principais, com a ressalva de que o aparecimento de um desses


padrões no gráfico sinaliza apenas uma mudança na direção do último movimento de preços.

Ou seja, tais padrões não significam necessariamente que uma reversão de tendência irá ocorrer,
podendo apenas servirem de alerta que uma correção é iminente e que, em seguida, os preços
poderão voltar a se movimentar na direção anterior.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Padrões de reversão altistas

O Martelo ou Hammer é uma figura de reversão representada por um único


candle, com corpo pequeno e uma sombra inferior de pelo menos duas vezes
o tamanho do corpo.

É uma das figuras de reversão mais confiáveis e, quanto maior o tamanho da sombra inferior em
relação ao do corpo, mais significante é o seu sinal.

Para ser caracterizada como Martelo, a figura deve aparecer ao final de movimentos de baixa.
Caso uma figura com o mesmo formato surja após um movimento de alta, ou mesmo durante uma
congestão, ela não deve ser definida como Martelo.

O Martelo Invertido ou Inverted Hammer, assim como o Martelo comum, é


uma figura formada por um único candle.

O Martelo Invertido se diferencia do Martelo comum apenas por aparentar


estar com a cabeça para baixo, ou seja, tem uma sombra superior com pelo
menos duas vezes o tamanho do seu corpo.

Não tem tanta confiabilidade quanto o Martelo comum, mas seu sinal de reversão se torna mais
relevante à medida que sua sombra, ao se tornar mais pronunciada, penetra com maior profundidade
o candle anterior.

Cabe também ressaltar que uma figura neste formato só poderá ser caracterizada como Martelo
Invertido se surgir ao final de movimentos de baixa; caso contrário, não será um Martelo Invertido.

Um Engolfo de Alta, ou Bullish Engulfing, é formado por dois candles sucessivos,


com sombras relativamente pequenas, sendo que o corpo do segundo envolve
completamente o corpo do primeiro.

É necessário que o corpo do primeiro candle seja escuro e menor que o corpo obrigatoriamente claro
do segundo. Quanto maior a diferença de tamanho entre os dois corpos, maior a força do seu sinal.

Sua importância como padrão de reversão, que é bastante considerável, aumenta quando as
sombras do primeiro candle também são envolvidas pelo corpo do segundo.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

O padrão Linha Penetrante, também conhecido como Linha de Perfuração,


ou Piercing Line Patern, é formado, assim como o Engolfo de Alta, por dois
candles consecutivos, sendo o primeiro de corpo escuro e o segundo de corpo
claro.

É necessário que o segundo candle abra abaixo do último fechamento e feche percorrendo pelo
menos a metade do corpo do candle anterior, mas sem envolvê-lo completamente.

Quanto maior for o avanço, mais forte será seu sinal de reversão, mas, se o corpo do segundo candle
chegar a cobrir completamente o corpo do primeiro, estará caracterizado um Engolfo de Alta.

O Harami de Alta ou de Fundo, também conhecido como Mulher Grávida de


Alta ou de Fundo, ou Bullish Harami, é formado por dois candles sucessivos,
sendo o primeiro com um longo corpo de baixa e o segundo com um pequeno
corpo de alta.

É necessário que o corpo do segundo seja menor e abrangido completamente pelo corpo do primeiro,
daí a alusão a um bebê na barriga da mãe.

O sinal de reversão do padrão é reforçado quando não apenas o corpo do segundo candle, mas
também suas sombras são abrangidas pelo corpo do primeiro.

Um Bebê Abandonado e Alta ou de Fundo, ou Bullish Abandoned Baby, é um


sinal de reversão muito raro e de grande relevância.

É formado por três candles, sendo que o segundo está em gap não só de corpo, mas também de
sombras, com os candles anterior e posterior.

Quando, no gráfico, o segundo candle, que normalmente tem corpo pequeno, similar ao de uma
Estrela, aparenta estar completamente isolado dos demais, daí o termo abandonado em sua
denominação. Evidencia uma inversão abrupta e significante na tendência de baixa.

Se pelo menos um dos gaps da formação não for de sombras, mas apenas de corpo, o padrão se
caracteriza com uma Estrela e, ao surgir em movimentos de baixa, recebe a denominação altista de
Estrela da Manhã ou Morning Star.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Padrões de reversão baixistas

A Estrela Cadente, ou Shooting Star, é uma figura de reversão representada


por um único candle, com corpo pequeno e uma sombra superior de pelo
menos duas vezes o tamanho do corpo.

Com forma semelhante ao Martelo Invertido, diferencia-se deste por obrigatoriamente se situar após
uma tendência de alta.

Ou seja, caso uma figura com o mesmo formato da Estrela Cadente surja após um movimento de
alta, ou mesmo durante uma congestão, esta figura não deve ser definida como tal.

É um dos padrões de reversão baixista mais confiáveis e quanto maior o tamanho da sombra superior
em relação ao do corpo, mais relevante é o seu sinal.

O Enforcado, ou Hanging Man, é uma figura formada por um único candle, com
sombra superior de pelo menos duas vezes o tamanho do seu corpo.

Apresenta a mesma forma do padrão Martelo, mas, ao contrário deste, constitui-se em padrão de
reversão baixista. Ou seja, uma figura neste mesmo formato só pode ser caracterizada como um
Enforcado se surgir ao final de movimentos de alta, pois, caso contrário, não deverá ser considerada
como tal.

Não tem tanta confiabilidade quanto a Estrela Cadente, mas o seu sinal de reversão se torna mais
relevante à medida que sua sombra penetra com maior profundidade o candle anterior.

Um Engolfo de Baixa, ou Bearish Engulfing, é formado por dois candles


sucessivos, com sombras relativamente pequenas, sendo que o corpo do
segundo envolve completamente o corpo do primeiro.

É necessário que o corpo do primeiro candle seja claro e menor que o corpo indispensavelmente
escuro do segundo. Quanto maior a diferença de tamanho entre os dois corpos, maior a força do
seu sinal.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Sua importância como padrão de reversão, que é bastante considerável, aumenta quando as sombras
do primeiro candle também são envolvidas pelo corpo do segundo.

É um padrão de reversão bastante comum após movimentos de alta e, assim como a Estrela Cadente,
dos mais confiáveis.

O padrão Nuvem Negra ou Dark Cloud Cover é formado, assim como o Engolfo
de Baixa, por dois candles consecutivos, sendo o primeiro de corpo claro e o
segundo de corpo escuro.

É necessário que o segundo candle abra acima do último fechamento e feche percorrendo pelo menos
a metade do corpo do candle anterior, mas sem envolvê-lo completamente.

Quanto maior for o avanço, mais forte será seu sinal de reversão, mas, se o corpo do segundo candle
chegar a cobrir completamente o corpo do primeiro, estará caracterizado um Engolfo de Baixa em
vez do padrão Nuvem Negra.

O Harami de Baixa ou de Topo, também conhecido como Mulher Grávida de


Baixa ou de Topo, ou Bullish Harami, é formado por dois candles sucessivos,
sendo o primeiro com um longo corpo de alta e o segundo com pequeno corpo
de baixa.

É necessário que o corpo do segundo seja menor e abrangido completamente pelo corpo do primeiro,
daí a referência a uma gravidez.

O sinal de reversão do padrão é reforçado quando não apenas o corpo do segundo candle, mas
também suas sombras são abrangidas pelo corpo do primeiro.

Para ser caracterizado como Harami de Baixa, deverá estar localizado após movimentos de alta.

Um Bebê Abandonado de Baixa ou de Topo, ou Bearish Abandoned Baby,


assim como seu congênere altista, é um sinal de reversão incomum e de
grande importância.

É formado por três candles, sendo que o segundo está em gap não só de corpo, mas também de
sombras, com os candles anterior e posterior.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Quando, no gráfico, o segundo candle, que normalmente tem corpo pequeno, similar ao de
uma Estrela, aparenta estar completamente isolado dos demais, daí o termo abandonado em
sua denominação. Evidencia uma inversão abrupta e significante da tendência anterior de alta.

Se pelo menos um dos gaps da formação não for de sombras, mas apenas de corpo, o padrão se
caracterizará com uma Estrela e, surgindo após movimentos de alta, recebe a denominação baixista
de Estrela da Tarde ou Evening Star.

Padrões de continuação
Os padrões de candlesticks também são úteis para sinalizar a continuação de um movimento
direcional.

Apesar de não serem tão conhecidos e utilizados como os padrões de reversão, eles
evidenciam no gráfico comportamentos característicos dos preços no progresso da tendência
vigente, o que permite ao analista um maior nível de confiança em sua continuidade.

Serão apresentados exemplos dos mais relevantes, dentre as dezenas de padrões identificados.

Padrões de continuação altistas

O Método de Alta em Três, também conhecido como Três Métodos de Alta,


ou Rising Three Methods, é um padrão de cinco candles, sendo o primeiro claro
e de corpo grande.

É seguido por três candles escuros e de corpo pequeno e finalizado por um candle de corpo claro,
suficientemente longo para fechar acima do corpo do primeiro. A formação ocorre no decorrer de
movimentos principais de alta e indica uma considerável probabilidade de continuação da tendência
vigente.

O Gap de Alta Tasuki ou Upside Tasuki Gap é composto por três candles, sendo
os dois primeiros de corpo claro separados em gap e o terceiro de corpo escuro,
mas não suficientemente longo para fechar o gap.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

Apesar de não tão relevante quanto o Método de Alta em Três, é considerado um padrão de
razoável confiabilidade, pois se ampara na fraqueza da força vendedora, evidenciada pela tentativa
malsucedida de reação ao movimento de alta imposto pelos compradores.

O Padrão Linhas Brancas Lado a Lado de Alta ou Bullish Side-By-Side White


Lines é um padrão de três candles de alta, sendo que o segundo se separa em
gap do primeiro e o terceiro tem uma forma semelhante à do segundo.

É considerado de mais confiabilidade que o Gap de Alta Suzuki, pois evidencia uma fraqueza
ainda maior da força vendedora, que se mostrou insuficiente a esboçar qualquer reação à pressão
dos compradores. Quanto maior a semelhança entre o segundo e o terceiro candles, mais reforçado
é o seu sinal de continuidade.

Padrões de continuação baixistas

O Método de Baixa em Três, também conhecido como Três Métodos de


Queda, ou Falling Three Methods, é um padrão de cinco candles, sendo o
primeiro de baixa e de corpo grande.

É seguido por três candles claros e de corpo pequeno e finalizado por um candle de corpo escuro,
suficientemente longo para fechar abaixo do corpo do primeiro. A formação ocorre no decorrer de
movimentos principais de alta e indica uma considerável probabilidade de continuação da tendência
vigente.

O Gap de Baixa Tasuki ou Downside Tasuki Gap é composto por três candles,
sendo os dois primeiros de corpo escuro separados em gap e o terceiro de
corpo claro, mas não suficientemente longo para fechar o gap.

Apesar de não tão relevante quanto o Método de Baixa em Três, é considerado um padrão de
razoável confiabilidade, pois se ampara na fraqueza da força compradora, evidenciada pela tentativa
malsucedida de reação ao movimento de baixa imposto pelos vendedores.

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

O Padrão Linhas Brancas Lado a Lado de Baixa, ou Bearish Side-By-Side


White Lines, diferentemente do seu similar de alta, é um padrão de um candle
de baixa e dois candles de alta, sendo que o segundo se separa em gap do
primeiro e o terceiro tem uma forma semelhante à do segundo.

É considerado de alta confiabilidade, pois evidencia que a força compradora não foi capaz, apesar
de duas tentativas de reação, de reverter o movimento de baixa imposto pelos vendedores.
Quanto maior a semelhança entre o segundo e o terceiro candles, mais reforçado é o seu sinal
de continuidade.

Alguns dos principais padrões com combinações de candles, tanto de reversão como de continuidade,
dentre os acima apresentados, podem ser identificados a partir do seguinte gráfico:

Importância e psicologia dos candlesticks


Cabe destacar que, além de identificar corretamente os padrões, é fundamental interpretar
o comportamento denotado pelos candles, ou seja, os fatores psicológicos que resultam em sua
formação.

A partir desse tipo de análise e considerando o contexto gráfico, isto é, comparando determinados
candles com os demais contidos no gráfico, podem ser extraídas as seguintes evidências sobre o
comportamento adotado, ainda que momentaneamente, por parte dos investidores:

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Figuras Gráficas, Elliott e Candlesticks

―― Candles com sombras inferiores pronunciadas, surgidos após movimentos de


baixa, denotam acumulação, ou seja, a abertura de posições compradas por parte de
investidores que apostam numa reversão próxima da tendência vigente. O inverso é
válido no caso de candles com sombras superiores significativas em movimentos
de alta. O surgimento desse tipo de candle pode evidenciar distribuição, ou seja, a
realização de lucros ou a abertura de posições vendidas por parte dos investidores que
apostam na reversão da tendência de alta.

―― Candles com corpos de tamanhos inferiores em relação ao contexto indicam o


equilíbrio entre as forças compradoras e vendedoras ou, simplesmente, desinteresse
momentâneo de ambos. Uma sucessão de candles com corpos cada vez menores denota
enfraquecimento do movimento direcional. Tais situações de indefinição usualmente
antecedem importantes mudanças, que podem implicar inclusive na reversão da
tendência em curso.

―― O surgimento de candle de corpo significativamente longo, como o Marubozu ou o


Dia Longo, após períodos de indefinição, ou de baixa volatilidade, sinaliza a provável
direção da tendência futura. Ou pode representar, ao menos, o início de um
relativamente longo movimento na direção em que os preços caminharam para o
fechamento do referido candle.

―― O surgimento de um candle de corpos longos na direção contrária à da tendência sinaliza


força na direção do seu fechamento. Ou seja, o aparecimento de um candle de alta e com
corpo longo no decorrer de uma baixa denota o ressurgimento da força compradora, o
que pode ensejar em um relativamente longo movimento direcional de alta. A evidência
também é válida para um candle com corpo longo e escuro em movimentos de alta, pois
pode significar o início de um relativamente forte movimento de baixa.

―― Por outro lado, o surgimento de um candle de corpo comparativamente longo,


em relação e na mesma direção dos anteriores, pode sinalizar uma exaustão da
tendência vigente. Essa propriedade, abrangida na apresentação do Marubozu, também
vale, com um pouco menos de intensidade, para o Dia Longo.

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