Você está na página 1de 40
NPCT@ Nutricdo de Plantas Ciencia e Tecnologia INFORMAGOES AGRONOMICAS Numero 13 Margo 2022 TP cceccLy MAGNESIO: UM MACRONUTRIENTE POTENCIALIZADOR DE SAFRAS Marcos Rodrigues! Fernando Dubou HanseF ‘Mariana Ferraz Monteiro Moreau” Paulo Ricardo Casagrande Lazzarini* INTRODUCAO E: as principais fungBes do magnésio (Mz) ‘no metabolismo vegetal destaca-se o scu papel esirutural, como constituinte da molécula de clorofila, contribuindo, assim, para o metabolismo fotossin- {etieo das plantas ‘0 Mg compsic 2,33% da erosta terrestre(LIDE, 2005), figurando como 7° clemento mais abundance (Tabela 1) "Naturalmente. ele pode ser encontrado em minerais que inte- ‘Abreviacées: A = poroedase do ascorbate; Ca cio, CAT cétions; EROs = espéces reatvas de oxigio; KCI = coreto de potéssio; Mg = magnésio: Bianca de Almeida Machado® Isabela Comparoni* Fiévio Guanaes Bonin? sam as rochas igncas,sedimentares emetamérficas. Aorigem ddo Mg no solo so os minerais ferromagmesianes facilmente {ntemperizaveis, como a biotta, a serpentina, a homblenda a olivina. Também, pode ser encontrado em argilominerais, como a clorita, a vermiculita, a ila € a montmorilonita (MENGEL; KIRKBY, 1982). Em condigdes de deficiéncia de Mg nas plantas hi ‘© comprometimento de varios processos bioquimicos & fisiolégicos, com redugo no erescimento © no rendimento das culuuras (CAKMAK: YAZICI, 2010), sendo também catalase; CO, = gis carbénico; CTC = capacidede de troca de fstoro * Engenhe'roAgronomo, Or, Mosale Fertkzantes do Brasil mai: marcos rodiguos1@mosaio.com 2 Engenheiro Aprénomo. Or. Mosaic Frtitzantes do Brasi @-mai femando hansel@mosaices com 2 Engenheira Agténoma, MSe., Mosaic Fertizantas do Bras; e-mail: mariana moreau@mosaicco.com « Engenhero Agronomo, MSe., Mosaic Fertitzantas do Brasil, «mal: paulo lazzarini@mosaleco.com * Engenheira Agténoma, Grupo Associad de Pesquisa do Sudoeste Golano - GAPES, e-mail: banca almeida@gapesena agr br * Engenheira Agronoma, Mosaic Frtlzantes do Bras: e-mail ‘sabsla.comparoni@mosaicco.com ” Engenheiro Agronomo Especialisa, Mosaic Fertizantes do Bras; e-mal: favo bonini@mosaiceo.com Sree oN Role Oe) INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 Ted Ure oe Ce el De Cer) ee Publicaso trimestal gratuita da [NPCT—Nutigto de Plans Ciencia e Teenbogia ‘© joa publica artigos wenivoeienios elatorados pla -nmuiadecenica micienal eineracinal usando ‘© mangjoresponsivel dos mtentes das plans. ‘COMISSAO EDITORIAL Ls unico Proehow aor Asistente Silvia Regina Sip Gerente de Distribuig vandko Las Favoren PATROCINIO ‘Orisa om patron oma Infrae Agronimics pom crc son anergy Pct pce Ne13, MARGOI2022 CONTEUDO Magnésio: um macronutriente potencializador de safras Marcon Rodrigues oa 1 Eficifncia da adubagdo com o mineral polihaita: um {ertiicante multinatriente Fis Ve, Eden Svea Girt Divulgando a Pesquisa: Explorando o siergismo entre calagem superficial ¢ adubagio nitrogenada em sistema de plantio direto Carl Alezondne Costa Cro ea 4 Painel Agronémico 42 Cursos, Simpésiose outros Eventos 3 Puntcagoes Recentes. “ a4 Pablicagio do IPNUNPCT 4s Ponto de Vista 46 Reenter a meee pe ares ape a ESSERE ear laoss) Fortgfeen INOVE AICL @Jjacto GRONOMC SERVICES aiic a Feriicates PL eat | Plante © Certo cy YARA VITTIA Knowledge grows INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 ‘Tabeta 1. Composigdo da erosta ferrestre ¢ ranking de abundancia dos elementos. Eleme Rankin rena inénio| re 46,1 Sileio z 282 Aluminio x 823 Ferro " 563 Cilio = 415 Sécio e 236 Magnésio 7 2,33 Fonte: Lide (2005), ponibilidade de Mg nos solos do Brasil edo Paraguai. Ainda, slo apresentadas atualizagdes nas exigéncias nutricionais de ‘Mg paras principais culturas agrieolas, exemplos de resposta das culturas em produtividade por meio da adigo de Mg via fertilizantes , por fim, caracterizadas as principais fontes do nutriente para manejo da adubaedo de eulturas. 2. MAGNESIO NO METABOLISMO VEGETAL Além de atuar na composiedo da clorofila, o Mg. participa de outros processos metabslicas essenciais para © desenvolvimento das plantas, tis como: fixagio do wis carbénico, ativagdo enzimatica e mitigagao de estesses abi6- ticos oxidativos, transporte de fotoassimilados,alocago de carbono ¢ desenvolvimento do sistema radicular (Figura 1). Piha cor ren nema Re ei pr ag ritalin apapae a, AyPaie ro crescimento ¢ na produtividade de culturas om regides de produpto agricola intensificada (ROMHELD; KIRBY, 2007), [Nos tépicos a seguir sio apresentadas as fungdes que ‘© Mg desempenha no crescimento ¢ no metabolismo dos ‘vegetais, bem como um panorama atual dos teores ¢ da dis- er ee ene mere en ey St RSET STO forte capacidade positva em interagir com fons mucleofilices, ‘stabelever jungdes especificas entre enzima e substrata, pro= porcionando maior eficiéncia s reagoes catalitcas, além de pparicipar do ciclo de nitrogénio e contibuir para a qualidade final dos produtos agricolas (BANG et al, 2020), Figura 1. Esquema fsico-quimico do pape! do magnésio no creseimento e na fsiolopi das plantas: (a) fotossintese.(b) ativacio envi- ‘mdticae rsposia ao estresse, (c) transporte de fotoassimilados, (d)alocaglo de carbono,(c sintomas visiveis de defiiéncia (0) erescimento de raiz. Fonte: Adaptada de Bang et al (2020), INFORMAGOES AGRONONICAS NPCT N° 13 MARCO/2022 3. FIXACAO DO GAS CARBONICO Um ator crucial para. a manutengi da vida na biosfera a fixagdo de CO, atmostrico em compostos orgnicos com- pativeis com as necessidaces da célula (TAIZ et al., 2013) CCondigdes de deficiéneia de Mg resultam em baixa atividade foossinttica, uma vez que este nutrient atua na modulagao da enzima Rubisco (Figura la). A inleragio entre o Mg € a respectiva enzima, porsua vez gera maior estabilidade ali ¢0,sendo maior a afinidade pelo CO, (FAGAN etal, 2016). Segundo MeSwain et al. (1976), no minimo 25% da proteina consttuinte das célulasfoliares esti localizada no cloroplasto, principalmente na forma de Rubisco. Este fato demonstra como a deficiéneia de Mg afta 0 tamanho, a estrutura © as fungdes do cloroplasto. Seja de forma direta, pela modulagdo da Rubisco, seja de forma indirta,atuando 1a composigio estrtural do eloroplato ena sntese de clo- rofila, plantas com baixos niveis de Mg apresentam taxas liquidas de CO, reduzidas (HAUER-IAKLI; TRANKNER, 2019), resultando em menor ineremento de biomassa, como verificado por Jezek etal. 2014) na cultura do milho. 4, FOSFORILACAO E TRANGPORTE DE ENERGIA E RESPOSTA AO ESTRESSE ‘Mg para o transporte a longa distincia de Fotoassimilados Na deficiéncia de Mg, por sua vez, ocore a diminuigao da fixago do CO,, além do acimulo de carboidratos¢ redugdo significativa na taxa fotossimética. Gill eTuteja 2010) realgaram a importincia da apti- lio antioxidante dae plantas quando eubmetdas a esresces ambientais, Em plantas deficientes de Mg ocorre menor aprovcitamento da luz absorvda —futuramenteutilizada na fixago do CO, - formando espécies eatvas de oxigénio (EROs). Quanto maior a exposigio das plantas a altos niveis de intensidade luminosa, maior a produsio de EROs, oca- sionando danos estrutuaiss membranascelulaes (FAGAN eval, 2016). ‘Aatividade das enzimas antioxidantes reduz a quanti dade de EROs presenes, sts altamentetoxias e comprome- tedorasans componentes clulres, quando em clevadosnniveis nas ediulas (HAUER-JAKLI: TRANKNER, 2019). Niveis de estresses aumentados por EROs foram destacados por Ze et.al. (2009) na cultura do espinafre, quando na presenga de Mg em baixos niveis. Por sua vez, Rehman eta. 2018) relatarim maior atividade de enrimne aniosidantes ape 9 ferilizagdo com Mg. Dias et al, 2015) constataram que hi uma relagdo dicate amas: 6 ncenelinns ialiiesltase dy, aaa on A capacidade do magneésio de realizar trocas ¢ fun- damental para a jungio do ATP a substratos e enzimas em processos de fosfarlao e demanda de energia (Figura 1b). Bang et al. (220) ressaltaram a importineia do complexo Mg-ATP atuando como um substrato para a enzima ATPase « estimulando a exportago de sacarose das folhas para © flocma, Dessa forma, fica evidenciada a importincia do {80- y=4,02"-0,011"x+0,00002"%x" RP=0,89 £80 sol -yeS,03"-0,096"x+0,00009""%x" R'=0,60 320 -ya4,8°-0.015"7x+0,000026"%" RY=0,98 ‘320 sol - yx3.9-0,013"+0,00002"%" R'=0.88 5 @ 4 CAT (umol ASA min-! mg-1 MF) D408 ° 0 48 96 © 192 Dose de Mg (mg L") fertilizagdo com Mg em fungaio da quantidade de luz recebida pelas plantas (Figura 2), Os autores elataram que o Mg atua ‘como moderador do estresse oxidative em condigdes des- favoraveis pelo aumento da irradiincia, podendo, portanto, ser considerado um fatorlimitante para resposta positiva sob condigdes de esttesses abidticos ¢ oxidatives quando estiver «em niveis deficientes na planta. 80 -y=15,3"-0,03"x+0,00006"x" R'=0,95 180 sol -y=21,8"-0,13"x40,0003"%" RY=0.87 320 y=21,8-0,080""%x+0,0002"%" R'=0:82 320 sal -y=20.5".0,08"%¢0,0002"%" RP=0.83 ®) sa 8 APX(umol AGA mint mgt NE) pd o@ © | | 0 48 96 © 192 Dose de Mg (mg L") Figura 2, Atvidade das enzimas antioxidantes: (A) catalase (CAT) ¢ (B) peroxidase do ascorbato (APX) em mudas de cafeiro sob diferentes doses de magnésio enivets de itraincia, Fonte: Dias etal. 2015). INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARGOV2022, ‘Segundo Hansel etal. (2021) as fungaes fsiologicas ddesempenhadas pelos macros e micronutrientes, sobretudo as relacionadas & regulagio osmotica ea ativagdo enzima- tica, ressaltam 2 importincia do equilibrio nutricional e da adequada disponibilidade de outros nutrientes, além de NPK, refletind diretamente na resposta das plantas a telerancia aos estresses hidrico e térmico. 5. TRANSPORTE DE FOTOASSIMILADOS E ALOCACAO DE CARBONO A redugdo no fluxo de CO, proporciona actimulo de sacarose na folha © menor translocagio de fotoassimilados via loema, Assim, ha uma relagao direta entre exportagao de 3 5 Folhas : é Caule (mg Gle massa) roentragio de amido mg Gle g" massa) ‘arboidratos no floema equantidade de My presente a planta {Figura le 1d).Como jacitadoanteriormentc 0 complexo Mg-ATP forma um substrato para a enzima H-ATPase a qual impulsiona a exportagio de sacarose das céluas da folha para ofloema, eo Mg ¢ fundamental para earregamento da sacarose no floema ¢o estabelecimento das relacbes étimas de fontee dreno (TRANKNER et a, 2018) AFigura3ilusta acimlo de fotoassimilados (amido € sacarose) em diferentes partes dt planta em resposta a0 gradient de concentragao de My mas fothas, caus €raizes. E possivel observaroacimule de saarose nos cauleseraizes ‘emresposta ao aumento da disponibilidade de Mu, sendo este ‘aciimulo reflexo da maior redistibuiglo de fotoassimilados para a regiao de nodulagao em leguminosas. “| #7 a oe aU ‘8 a sage eat —*. img g massa) CConcentragio de amido Figura 3. Acimulo de focoassimilados em difere Fonte: Adaptada de Peng ct al, (2018), INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 MARCO/2022 Concentragao de Mg (yiM) ‘oe a i - 22 2 fe é 1K 2 ee ° ofS 5 CConcentrapao de Ma (bM) 10 50 100 800 es partes da planta em resposia ds concentagoes de magnesia, 6. SINTOMAS DE DEFICIENCIA DE MAGNESIO EIMPACTOS NO SISTEMA RADICULAR A defivigncia de Mg éum distirbio nutricional comum que inibe o crescimento ¢ o desenvolvimento das culturas ¢ afeta o rendimento ¢ a qualidade dos seus produtos (CHAU- DHRY et al, 2021). Baixos teores trocaveis de Mg no solo compromefem 0 processo de fiago de ntrogénio (N) em leguminosas, uma vez ‘que suaauséncia est relacionada ao aumento daacidez do solo, ‘como evidenciado por Vargas etal. (2003), caminhamento do Mg no solo ocorre predominantemente por fluxo de massa, 0 que acarreta um aumento proporcional do contato dos cétions bivalentes de efleio € magnésio com as raizes (VITTI etal 2006), J4 a redistribuigdo de Mg para os demais érgios da planta ocorre via floema (MARSCHNER, 2012) e, por ser ‘um nutriente com alta mobilidade de redistribuigo na plana, (0s sintomas de deficineia ocorrem priteiro nas fothas mais velhas, sendo estes predominantemente caraeterizados por um tipico amarelecimento internerval (Figura 4). Os sintomas de deficiéncia de Me sdo bem visiveis na parte aérea da planta, quando comparadas com os sintomas ‘observados no sistema radicular (CHAUDHRY etal, 2021), ‘Segundo Cakmak e Kirkby (2008), a diminuieono eescimento radicular em resposta deficincia de Mg esti associada abaixas cconcentragies de agicares nas razes (Figura |e Figura IF). relagdo entre crescimento (produgl0 fotossintétca) e riz € dltcrminante paraaabsoredo de égua, dos nuricntes minerais ptem interferirdirctamente no pad de crescimenta. Assim, plantas que crescem sob deficiéncia mineral, de modo geral, apresentam menor relag2o parte aérealraizes (CAKMAK; KIRKBY, 2008). A Figura 5 ilustra 0s impactos fisiol6gicos ddecorrentes das baixas concentrages de Mg nas plantas. 7. AIMPORTANCIA DO MAGNESIO NO CICLO DO NITROGENIO (© Mg também tem papel fundamental no ciclo do N (HARPER, 1994). Na elagio simbictica da fixagao biolbaica de nitrogénio, as leguminosas translocam carboidratos para as raizes ¢ os nidulos recebem oN fixada (UIDVARDI; POOLE, 2013). Inerementos na nutrigdo com Mg resultam no acimmulo de sacarose mas folhas ¢, consequentemente, aumento na sua translocag3o para as razes, favorecendo 0 crescimento de nédulos ¢ aumentando o transporte de urcideos (PENG ct al, 2018). Sob deficiéneia de Mg, a enzima glutarnina sintetase no funciona adequadamente, ocorrendo acimulo ddeaménio no cloroplasto,alteraglo de pH e desestruturagio ‘da membrana. ‘Considerando a alta exigéncia da cultura da soja em N © 0 alto valor proteico dos gros (KINUGASA et al, 2012), ‘Tavantie Reis (2021) veriicaram que a fertilizagao com Mg pode influenciar positivamente na fixagdo biologica de nitro- ‘sénio, com maior resposta na conversio de N atmosférica em _ureideos, maior produgio de fotoassimilados e, consequente- ‘mente, ganhos consistentes ¢significativos em produtividade Figura 6), 8. QUALIDADE POS-COLHEITA Atualmente, € erescente 0 interesse nfo apenas no aumento de produtividade, mas também no aumento da qua- lidade dos produtos agricolas. Fatores como regularidade de entrega ¢ aspecios relatives 4 qualidade fisiea dos produtos vegetais (aspecto visual ¢ apresentagdo), so alguns dos principais atributos observados pelos consumidores finais, ccorrespondendo a 33% da satisfago total dos consumidores (MODA: GONCALVES; BARBIE, 2019). Tais aspectos apresentam relagse dircta com 0 aproyeitamento dos pro- dutos pelo consumidor final, o que contribui para reduglo do desperdicio de alimentos, estimado hoje em 55% para as hhortaligas no Brasil, por exemplo (FAO, 2019). ‘A qualidade tem um peso muito significative durante todo © processo da cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, presenta importincia variada, Enquanto os produtores con- sideram a resistfncia a pragas e doeneas ¢ 9 incremento de produgo como as variveis mais relevantes, os comerciantes, [or sua vez, se preocupam com os aspectes fisicos, firmeza © cconservagio dos produtos agricolas. Portanto, corrclacionar a Figura 4, defciéncin de magnésio se manifesta primeiramente as folbas ims velhas na forma de cloroseinterarval, a qual evol sradativamente para placasnecrétcas, Sintomas em: (A) cevada, (B) milho, (C)colzaeleaginosa ¢ (D) tomate Fonte: Adapiada de Bang ot al. (2020). ® INFORMACOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 Deficiéncia de magnésio Distirbio no transporte fotossintetico de eletrons Enzimas oxkdantes i EROs Floema prejudiced i is Arg do nto 3 3 ragio da anatomia 6 da u Z fisiologia da ralz Reducio da biossintese | & 4 2 ExcessolBaixo ‘de clorofla 83 | acimulo de alguns ee utviontes Dano oxidative do DNA, H dano oxidative da dane ordstV0 G2" abe oranspore de | rote renedode — gecarose da forte pera os ia eroxidagao lipidica Disfuncae homostitica ig. Voniea nas células Grenos. ra 5 Impacts fisiolbgicos da deicineia de masnésio em plants, Fonte: Adapiada de Chaudhry otal. (202). * Sues uminoso \_ | Stress termico AL | stress abienco | Toxier por atumiio pene | niece por metal | = Carotenoides Fotossintese 1 4 Produgio e Transporte de » rivoeense race |) seam itt redutase \t sienease aroma ome Avago de ences |) Sasa | se Figura 6, Esquema fsiol6gico dos principais processos metabslicos que oeorrem nas planta ¢inlugncia da Fotossintese, no transporte de foroasimilades e no aumento de produtvidade na cultura da soja Foute: Adaptada de Tavanti ¢ Reis (2021). lag de magnésio na INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 ~ MARCO/2022 nutrigdo mineral com os atributos de qualidade final de pro- dutos agricolas, sobretudo em produtos horticolas, resulta em_ otimizagZo maior aproveitamento da predugio de alimentos, racionalizagao da aplicacdo de fertilizantes ¢ agregagio de valor produgo (ALVARENGA, 2013) Muitoe doe distibioe fioligieae ecto diretamenta relacionados is deficignciasnutrcionas, visto que os natin tespartcipam c regulam processosbioligicos que conferem caractcistias sensorais,nutritvas ede esisténcia ds plantas (HAAG, 1992). Considerando que o Mg € um nutriente que dlesempenha diferentes FungBes no metabolismo vegetal, sua deficiéncia pode afetar a qualidade final dos produtos, haja vista que as earacteristcas de qualidade so dependentes, diretamente do aproveitamento da forossntese eda translo- cago eficiente dos fotoasimilados (MARSCHNER, 2012), sendo estes aspects impulsionados pela adequada nuigho em Mg (GERENDAS; FOHRS, 2013; CHEN ct al, 2018), Sob condiges de defcincia de My ocorre a frmago das EROs, as quais podem reagir com lipids, proteinas ¢ ‘cidos muceien,causando peroxidagSolpidica, desnaturagio de proteinas © mutagSes no DNA (GILL; TUTEIA, 2010) [A poroxidagdo da membrana plasmitica acarota 0 extavar samento do conte celular, a ripida dessecago e a morte celular (GILL; TUTEIA, 2010), Em plantas que apresentam, biomassana forma de carboiratos (los, tubéreulos© gros) a alta qualidade dos produtos ests associa a0 suprimento de Mg (GRZEBISZ, 2013). Assim, niveisadequados de Mg nas plantas contribuem para garantir a integridade das membra- thas celulares,resultando em maior qualidade dos produtos agricola, como futos¢ produtos hortcoas, e maior tempo de vida de prateeira (0 Mg desempenha FungSes crucinis no caregamento do floema (CAKMAK; KIRKBY, 2008). Este aspecto foi evidenciado por Hermans etal. 2004, 2005), que verifiea- ram aumento signifcativo na concentragdo de agicares nas raizes de betrraba em resposts a fertilieagdo com Mg. Na cana-de-agicar,niveis equiibrades de Me, juntamente com 6 potisso, inerementam os teores de sacarose (BRANDAO; RODRIGUES, 2018). (O Mg também ¢essencial para aatividade de diversas cnzimas ¢ para a formagio de alguns pigmentos. Na cultura da uva, conbecida por suas earacteristicas antioxidantes, ‘verfcou-se que com oineremento no supimenio de Mthouwe redugio da degradagiio de antocianinas, ¢ o Mg atuou como cataisador deste processobioquimico (SHAKED-SACHRAY etal, 2002), Naeulra da manga, Mowco et al (2005) veri- ficaram maior indie de coloragdo vermelha dos fiutos em. resposta o aumento no formecimento de Ms para cultura, 9, DINAMICA DO MAGNESIO NOS SOLOS No solo, © Mg esti presente nas formas nio trocivel troedvel ¢ na solugdo do solo (TANAKA et al, 1993). A forma nao trocivel érepresentada pelos mineras primarios © seeundirios, com uma pequena frag imobilizada na matéria orginica, que através do processo de intemperismo e mine- ralizagdo, respectivamente, disponibilizam 0 Mg na solug3o pata absorgao pelas plantas. A forma tracivel de Mg se refere & fiagio adsorvida 208 coloides organo-minerais, mantendo uma constante de cequilibrio com a solugao do solo por meio da capacidade de toca de eétions (CTC do solo). Esta fragdo representa cerea de 5% do total de Mg, ¢ também & dependente do equilibrio ‘com outros nutrients catiénicos que competem pelossitios de ligagdo (MENGEL; KIRKBY, 1982) (Figura 7), Na solugao do solo, o Mg esti presente na forma Mg", disponivel para a absorgio pelas plantas, ABRs ~— NH Solu dosolo Figura 7, Competigao eletroquimica ene citions nos sitios de Tigago no solo (capacidade de troca de edtions ~CTC) ecorrente da massa, valéncia e atlvidade do elemento As plantas absorver © magnésio da soluea0 na forma de Ma, sua taxa pode ser reduzida pela nib pro- vocada pela presenga de outros eitions. Um exemplo pritico da competigao eletroquimica que corte ene os eitions é encontrado na metodotopia para amnilse deCa e Mg no solo ealizada cm aboratirios..detr- rminagiodestesnusiencs€ feta apos a sua extagio do solo com sais neutzos ou solugies tamponadas a pH préixado, ‘btendo-s os totes rocdveis (TEDESCO etal, 1998), Para aextragio de CaeMg é utlizado ocloreto de potissio KC), tum sal neuro que, por mecanismo de trea, “rouba o gat” do Ca, do Mg e de outos edtons adsorvides aos coloides {compotigte eletroquimica entre cétione), Nbrando-oe para a solugdo. Em seguida os teores de Cae Mg no sobrenadante (cquivalentes a fragio potencialmente trocavel com a solugao do solo) sto determinados pr fotometria de absorgo~equi- mente que, pormeio deum comprimento de onda especifica (luz), india a eancentragao de Cae de Mg. Agronomicamente, uliliza-se uma relagio numérica dos nutrientes para representar 0 adequado equilibrio entre cations e que proporciona maior disponibilidade ds plantas. A relagdo mais estudada e discutida se refere a CaMpK, também expressos como porcentagem de saturaglo na CTC INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARGO2022 de clo. Paes teinptics: sila ieporteearsccomm wertlio ox ARAL, 1991). No Brasil eno Poraguai, devide wo:empla: tomada de decisdo para escolha de manejos de fertilizantes ¢ corretivos (VIEGAS etal., 2020), porém, é fundamental que priortariamente os teores absolutos desses nutrienes estejam tem niveis adequados no solo (BENITES et al, 2010), ‘A compotigio entre editions no processo de absoryio plas raizes foi estudada em ampla escala e demonstrou que © excesso de um elemento pode afetar a absorsio de outro «, consequentemente,afetar a concentragdo na planta (SEN- BAYRAM ct al, 2015), Durante a absoreo de nutrientes ‘corre uma competigio no-especifica entre editions pelo _mesmao sitio de absorgo na superficie das raizes. A inibigio provocada pela presenga de outros editions pode potencial- ‘mente reduzir a absorgio de Mg e levar & sua deficigncia ‘Bo campo, mesmo em solos com teores adequados de Mg determinados pela anilise de solo (GRANSEE: FURS, 2013; HOLLAND etal., 2018). 10. PANORAMA DO MAGNESIO NOS SOLOS DE AREAS AGRICOLAS DO BRASIL E DO PARAGUAL 0 processo de liberagio natural do Mg a partir dos ‘minerais primirios ¢ secundirios ¢ diretamente dependent de: material de origem, clima, organisms, relevo e tempo 100 80 Rendimento relativo - % Muito 0 | Baixo Baixo ‘gradiente latitudinal ¢ diversidade geoldgica, os teores de Mg podem apresentar contrasts quando em diferentes ecossis- temas, Os teores de Mg nos solos brasiletos também esto relacionados presenga e distribuigio de alguns Nitossolos ¢ Latossolos Vermelhas féricos.derivados de rochas ferro- magnesianas (BENITES etal, 2010) [Na Figura 8 fo apresentados os valores crtcos para Mg nosolo de acordo com os manuais de recomendaso regionas, ‘Um levantamento de dados sobre a disponibilidade de ‘Mg em éreasagricolas do Brasil e do Paraguai foi realizado ‘ partir de um conjunto de 1.540 amostras de solo, no qual silo apresentados 0s teres de Mg, os nveis de saturaedo por Mg e as relagSes Ca:Mg e Me: K nos solos do Brasil e do Paraguai (Figura 9), Na Tabela 2 so apresentados os resultados da andlise descrtiva dos dados eriundos do levantamento realizado. De acordo com os resultados foi possivel veifcar que, de modo geral a dispenibilidade de Mg nos solos agricolas do Brasil ¢ do Paraguai (Figura 9) apresentam valores muito priximos dos niveia de cuficiénsia indicades pelos mansais regionais (Figura 8), Noentanto, ao analisaros dados deseri- tivos (Tabela 2), ¢ passive verficar um grande contraste nos teores de Mg e nas demas relagdes, © que corrabora com as informagdes apresentadas por Benites eal. (2010) Teores de Mg no solo (emol, dm? ) Figura 8, Inerpretago dos tores de magnésio no solo de acordo com diferentes manuais de recomendacio. Fontes: ‘COFS-RSISC (201 (2013), Paulo e Mota 2017), INFORMAGOES AGRONONICAS NPCT N° 13 MARCO/2022 ®CFSEMG (1999); “Sousa ¢ Lobato (2004); Sousa et al. (2016); ‘Lorenzi et al, (1997); ‘Sobral et al sn] Minas oon Hows os ME <1 ws | ME en os mo» Figura 9, Teores e saturagdo por magnsio na CTC do solo em diferentes resides do Brasil ¢ do Paraguai, Dados obtidos a partir da ‘analise de 1,540 amostras de solo na profundidade de 0-20 cm, de campos demonstrativos da Mosaic Ferlizantes, na safras ‘de 2019/2020 e 2020/2021 “Tabla 2. Anilise desritiva do conjunto de 1.540 amostas de solo coletadas em diferentes rides do Brasil e do Para Média 14 2 31 53. ‘Medina a 4628 48 Minimo oul 10 0202 Maximo 34 476 290130 Quuntl inferior 0.8 222-30 Quant superior 1.9 S36 70 Desvio padrio 0.7 60 16 29 cv, SIS 39352845 Por meio da anilise dos dados oriundos do levanta- mento da disponibilidade de Mg em solos do Brasil ¢ do Paraguai pode-se concluir que sio necessérias recomenda- ses expecificas de nutrientes para cada regido, levando-se em consideragio 0 histérico da drea e as priticas do pro- ddutor, tendo em vista o manejo de fertilizantes utilizado € 0 potencial produtivo da regio. Ainda, as interagdes quimicas nos solos, como a inibigio competitiva com outros citions, especialmente Ca* ¢ K', podem reduzir a absorgiio de Mg pelas plantas, aumentando a probabilidade da ocorréncia de deficigneias deste mutriente, mesmo em solos que apresentam teores adequados de Mg, determi- nados pela analise de solo (GRANSEE; FUHRS, 2013: HOLLAND et al, 2018), INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARGO/2022 SINERGISMO E ANTAGONISMO DO MAGNESIO COM OUTROS NUTRIENTES. Existem dois principais tipos de interaglo entre fons no processo de absorgo de nutrientes pela planta. O primeiro & 0 sinernismo, processo no qual um nutriente favorece a absor- 0 de outro. O outro é o antagonismo, em que a presenga lou a concentrago no solo de um mutriente pode prejudicar a absoredo de outro. A seguir, sfo apresentados exemplos de antagonism ¢ sinergismo com Mg reportados na literatura, 1. Potassio A relogdo antagénica entre K e Mg & uma das mais conhecidas na nutri¢do mineral de plantas e tem sido con- siderada como a principal causa de deficiéncia de Mg nas cculturas (XIE et a., 2021). As principais regides associadas A deficiéncia de Mg provacada pela adubago com K 80 a tropical © a subtropical, onde ocorrem alta precipitago pluviométiica, solos acidos ¢ solos com alta concentragao de nutrientes catidnicos, como K e Ca (GRANSEE; FUHRS, beoreao de magnésio «quantidades suficientes quando as concentragdes na solugo esto baixas (HORIE etal, 2011). Este mecanismo de absor- lo especifica nfo pode ser bloqueado por outros nutrients, Por outro lado, 0s mecanismos de absorgio de My no sio cespecificos, havendo competigo com outros citions, como K (Figura 108). Desta forma. quando a eoncentracio de K préximo a rizosfera estiver alta, hia limitagao da planta na absorgao de Mg. Ja quando as concentragées de Mg no solo ‘io maiores, normalmente niio hi efeite na absorgio de K (Figura 10C), desbalango entre Ma e K na adubago é um pro- blema comum na agriculturae resulta em perdas na eficiénci de utilizagao do Mg pelas plantas, limitando seu cresci mento, produtividade ¢ qualidade (GERENDAS: FUHRS, 2013). 11.2. Féstoro na absoreio de magnésio Os estudos sobre © comportamento sinérgico entre Pe Mg vem sendo reportados desde o inicio do século XX, constatando-se aumento da cficiéncia da absorgao de fosforo. ‘A deficigncia de Mg induzida por K normalmente ‘corre em culturas com alta demanda de K para produtivi- dade © qualidade de gros ¢ frutos (FARHAT et al., 2016). A Figura 10 apresenta o efeito antagénico entre Mg e K em solos contendo diferentes concentragSes dos elementos, Tipicamente, a concentragdo de K na solugdo do solo & bem menor do que a de Max (Finura 10), desta foema, as plantas deseavolveram um processo especifico de absorga0 de K nas raizes a fim de garantr a absorgdo deste nutriente em PENES PRAMAS CHE SONOS COTE AREY TOOL IE NEB. POE ESTE motivo, surge a expresso muito utilizada até hoje de que 0 “magnésio ¢ © carreador de fosforo”. O Mg é 0 elemento responsive! por ativar 0 maior nimero de enzimas nas plan= {as, quase todas fosforilativas, as quais podem atuar tanto na incorporagao quanto na transferéneia de Pinarginico (SILVA: WILLIAMS, 1991). No solo, a presenga de Mg aumenta a ddessorgdo de P, ou seja, a presenga de Mg no solo favorece ‘ passagem do ion P do solo para a solugao (SHARIATMA- DARI; MERMUT, 1999) maa sci we eK oe F oe ne ce | Mu . . ve Xe oe a ‘Me? NH? a me NHS Ke Me Ma Figura 10, feito antag6nico do aumento na concentraglo de K na absorgao de Mg pelas raizes. Sets da esquerda para a dirita: nutriene no solo setas da dreta para esquerda: mutriene nari Fonte: Adaptada de Senbayram eal. (2015), INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT NP 13 -MARGOI2022 Fisiologicamente, em relagao a0 complexo metabico ‘veyetal, sabe-se que o sinergismo entre P e My esti relacio- nado com as teagdes de transferéncia de energia na célula via adenosina trifostato (ATP) (BERGMANN, 1992), fundamen {ais para processos como fotossintese, respiragdo, reagio de sintese de compostos onzinicos. entre otras (MALAVOLTA. 2006; PRADO, 2008; MARSCHNER, 2012). Atuante no ccomplexo Mg-ATP, a encima ATPase esta presente na mem- brana celular, proporcionando aumento na absorgo e produ- 20de ATP na fase foroquimica da fotossintese e na respiragao celular (LILLEY et al, 1974; MARSCHNER, 2012). ‘Em pesquisa realizada por Neto et al. (2013) com © cafteiro, avaliou-se a velocidade mixima de absorgio de sob duas concenagaes de Mg na solugao do solo (0,02 ¢ 2 mmol L? de Mg). Na solugdo contendo 2 mmol L! de Mg a velocidade de absorgo de P pelas raizes foi de 13 mol gh, enquanto na solugdo contend 0,02 mmol L de Mga velocidade de absorgao de P foi de 0,18 pmol gW', ou seja, um valor oito vezes menor, compatado com oda solugo com maior concentragiio de Mg (Figura 11). Portanto, houve maior eficiéncia de absorgdo do ion fosfato em condigdes de ‘maior suprimento de Mg. o a cis or ifs LT tat i ee de variedades com elevados patamares de produtividade e a crescente uilizagio de fertlizantes de alta concentragao, & nevessirio a atualizagao c a revisdo das cxigéncias nutricio- nais das culturas em Mg, de modo a ajustar os programas de manejo da fertilidade do solo ede adubaeao das culturas para sgaramtir 0 adequado suprimento do nutriente ‘Com a finalidade de atualizar os dados relativos as ‘exigénciasnutricionais em Mg das prineipais culturasagricolas do Brasil realizou-se uma revisio de literatura englobando informagGes contidas em artigos ciemtficos,tesese disserta- ‘bes, alem de boletins de pesquisa de avéncias de pesquisa © difsio de informagdes agrondmicas. trabatho reunin os resultados de pesquisa relacio- nados as exigencias em extragdo ¢ exportagio de Mg nas ceulturas de soja, milho, algodo, arroz, feo ¢ trigo, além dle serem revisadas também as exigéneias em exportagao de Mg por ocasiio da colheita de café em produgio e dados médias de exportago do nutriente por variedades de eana- dde-agicar, médias de cana-planta e de cultivos de soqueiras. [Na Tabela 3 estio listados os 34 estudos utilizades como referéncia para a obtenedo dos indices de extracdo e expor- tagdo de Mg das cultura, objeto do presente levantamento, ‘Com base na média dos resultados do levantamento de estudos apresentado na Tabela 3 estabeleceram-se 0s indices nutricionais de Mg para cada uma das culturas analisadas. Os indices de extragao e exportagdo podem ser observados na Tabela 4, Aoavaliar os indices de extrapio c export de Mg das cculturas avalindas ¢ possivel observar que, de modo geral, as quantidades exportadas de Mg so baixas, com valores variando Bol eee eetee ‘ld eas 2 igura 11. feito sinérgico do aumento na concentragao de Mg” ‘no solo c absorgo de P pels raizes de caeiro. Fonte: Adapiada de Neto etal. 2013). Embora a relagdo entre Mg e P seja habitual © os :meios rlativos a essa interago ainda nfo foram explicados, dobserva-se que o fluxo de carboidratas da fonte para o dren, destinades ao desenvolvimento eereseimento das taizes, pode ser prejudieado em cerca de 79% quando ha baixos teores de ‘Mg no solo (MARSCHNER; CAKMAK, 1989; CAKMAK etal, 1994; ERICSSON; KAHR, 1995), 12. EXIGENCIA DAS CULTURAS EM MAGNESIO Para o correto mangjo nutricional das lavouras, um importance aspecto a ser levado em eansideraglo est rela- cionadoas exigncias nuricionais que as culturas apresentam para o scu adequado desenvolvimento, Em fungaio da evolu- ‘lo dos sistemas de produgdio nos tropicos, aliada A utilizagio ‘comparado com outros maeronutrientes, geralmente o Mg esti ‘entre os macronutrientes com menor indice de exportago pelas culturas, com exportagdes inferiores ou no miximo prOximas as de Cae S para a maior delas, Para a cultura da soja, Bortolon etal, (2018) observaram a exportagdo dos macronutrientes na seguinte ordem: N > K> P> $= Mg > Ca, Contudo, os autores notaram que em relago a extrgio total dos nurientes houve diferenga na ordem dos macronutrients, sobretudo para Ca ‘© Mg, nutrients extraidos pela soja em quantidades maiores, ‘comparadas com as quantidades extraidas de P eS, em estidio antocedente ao enchimento das vagens (RS). [Em relagdo & cultura da cana-de-aciicar, nota-se dife- song ade de exportagdo do Mg, compatado coms ddemais macronutrientes, ou sea, na sequeéncia de exportaga0 ‘de macronutrients pela cultura o Mg situa-se em quarto lugar, asaber: K>N> Ca> Mg>P> S (OLIVEIRA etal, 2010). Nessa cultura, é frequente observar indices de exportagdo dde Mg acima de 20 kg ha’. Otto etal. (2019), ao revisar as nvessidades nutricionais da cana-de-agicar com base em 24 estudos, sugerem que as quantidades de Mg alocadas nos ccolmos da cultura podem atingir, em média, 41 kg de MgO para cada 100 roneladas de colmos produzidas, equivalentes 24,7 kg de Mg INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 g : < 2 s Sas a : 22 5 = ¢ E Bi 53222 .3 Me : = see Bee ae &8 Bip t 3 8 g BoE Pig albea: 22 2 & B = a 5 3 a a F do eexportasto de magnésio para diferentes cu Z é = Q 5 2 z q g LAVOLTA etal (1989) LAVOLTA etal. (1997) RIHARA (2004) aRAPA 2013) /LETTI; MOTTA 2017) RTOLON etal. 2018) DRADE etal. (1975) i 2 ce see a ig. 2:2: a #25322 § 2 3 me te s 3 femememe? : E 36 2345 286828 2 6 2 rm OCE etal. (1989) LL (1993) JLETTI (2004) \DER (2013) SENDE et al. (2016) JLETT; MOTTA (2017) ANDO FILHO (1983) VEIRA (2008) NHA et al. (2014) EM Pa = MA Ma kU Bo 28 38 4s 58 78 6s Soja INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 HI BU BE OR oO cu 2M 2M ‘M M om ™ Le 2c Milhe Canade-agicar ‘Tabeta 4. Exragdo © exports de magneto por diferentes culturas no Bras err 7 Perera cer ee Soja 91-10 088 TGS 9 Mitho 6446048 a3 45 Cmdeagicr 0.4942 ND : - : 046 Feijto ND 48 ND 49 : - : 49 Trigo 2300 2003328. : - : 25 Aroz Is 26 : : - - : 22. Algocao wo ss : . : 17 Soja 20002300202 Milo Woo? 2s Camedeagicar «033032031 Feijto 26 «16 20 ‘Tigo os 1S 188 Arroz nn} : : Algodio” Rf 3443 - Cafe 220 433. E 23) 13. 032 22 . 12 : Ml 54 » 23, © Estudos eferencads conform Tabeta 3: ° Valores de exportao para algodo em earopo(carogo + plum: Valores de exportagio para café em coca; N/D= nao determinado, ‘Com base nos resultados encontrados na Tabela 4, ea partir dos dados de produedo nacional, produtividade e rea cultivada das culturas avalindas — oriundos do Ievantamento de produgio agricola nacional da safra 2020/21, Brasil (CONAB, 202 1a; CONAB, 2021; CONAB, 2021) -, foi claborada a Tabela 5, com 0s indices médios de extragiio ¢ de exportagdo de Mg pelas prineipais culturas agricolas do Brasil, em kg ha’, bem como os indices de colheita, ou sea, a porcentagem do actimulo total de Mg pela biomassa da parte aérea das eulturas efetivamente colhida nos produtos agricolas Levando-se em conta a produgdo nacional e a sitea cultivada das culturasna safra 2020/2021 (Tabela 5), nota-se que as quantidades extraidas de Mg foram maiores nas cul- turas de cana-de-agiicar, soja ealgodio, com valores médios superiores a 30 kg ha” de Mg. Contudo, entre as culturas, ‘Além da cultura da cana-de-aguicar, deve-se prestar maior atenedo & disponibilidade de Ma nas culturas de soia ¢ algodio, tendo em vista a maior extragio ¢ actimullo deste nhutriente por essas culturas e considerando o fato de que boa parte da demanda do nutriente ja ocorre nos estidios ‘veyetativos de desenvolvimento (BATAGLIA; MASCARE- NHAS, 1977). Na cultura do algodio, por exemplo, cerea de 441% do tora de Mg acumulado pela cultura sto demandados ‘nos primeiros 50 dias de desenvolvimento, ou seja, antes da floragdo (CARVALHO; FERREIRA, 2006). ‘Ao analisar 05 indices de extragio ¢ exportagio de nhutrientes pela soja para diferentes variedades cultivadas ‘em sistemas intensificados de produgdo de gros, Bortolon et al. (2018) observaram que a extragdo de Mg média de 17 cultivares foi de 22 kg ha de Mg, com produtividade ‘miédia de 59,4 sc ha’! Por sua vez, a quantidade de Mg expor- beeper lca claondh hg ene abast ea thonerpegetiaaieaeimpeal do nutrient (relagio entre extragdo ¢ exportagao de My pelas plantas), enquanto para as demais culturas avaliadas o indice de colheita de Mg foi inferior a SOY. eT ose ein > Ree, eee ae eee total de Mg acumulada na parte agrea da soja, Os autores ‘observaram que para a produgdo de 1 tonelada de grios de soja as quantidades de Mg exportadas foram maiores do que INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 ‘Tabeta 5. Estimativa da extrao c exportagto de mapnésio por hectare par as principaisculturas do Brasil afta 2 re ory cultivad un) aren Peet wo Sea 385321 135.9123 Milho® 198677 857490 Cana-de-agiear 8,616.1 654.5278 Feijio 29232 2.886,1 ‘Tigo 2691, 8.1562 Ame Lot 11.7470 Algodto 13709 3.4369 cate 1.808,5 417160 ear nt le Mg (kg he") 3.527 2 82 253. 46 Ws 58 269 75965 355 m3 6 om” 47 22 49 3.031 18 37 480 7.004 156 14 50.0 2.507 319 BS 25 Ls S 303% : Fontes: CONAB (2021a; 2021b; 20246) © Dados referentes& dea colhida de canade Dados de milo referentes 20 somatério da produe3o de mitho de 1", 2 e 3 safas: Dados refee 30 somatdrio da produgio de feio de 1, 2 ¢ ¥ safras: Dads referentes&produsao deca beneficiado;® Valores de exportagao de Mig calculados utlizando-sea exportagio de calé em coco (Tabela 4) ajustads 4 50 bbenefciado (CUNHA etal. 2011), as reportadas na literatura, evidenciando que em condigdes . Acesso em: 7 margo 2022. CAKMAK, I; KIRKBY, E. A. Role of magnesium in carbon parttoning and alleviating photooidative damaye. Physologia Plantarum, . [33 . 692-704, 2008 ‘CAKMAK, 1; YAZICI, AM. Magnesia forgotten element in crop production. Better Crops with Plant Food, Nore v.94, 2, pe 225, 2000 ‘CAKMAK. I; HENGELER, C: MARSCHNER,H.Panioningof shoot and oo dry mate and carbohydrates in bean plats suring from phosphors, potassium and magnssim deficiency. Journal ‘of Experimental Botany. v.45, , 1245-1250, 1994 CARVALHO, M.D. FERREIRA, G.B,Calagem eadubagio do algadoeiron cerrado, Campina Grande: Emxapa Algo, 206 16p. Embeapa Agodo, Cieuat Técnica 92) CECATTO JUNIOR, R; GUIMARAES, V. F; BRITO, TS SILVA, A. S. L:SUSS,A_D; ANKLAN, M.A INIGAKI,A. M Feailizagio de cullato de magnsiona cultura do ilo submtido inocalagao de bactras promotor decresinentoveztal Revista Cultivandoo Suber. 1. p $3464, 2021 ‘CFSEMG. Comissio de Fertldade do Solo do Estado de Mina Gerais. Recomendagies para o so de eorretives feriizantes em Minas Geral" aprosimagho, Vigo, 1999359 p. CHAUDHRY, A. Hs NAYAB, S: HUSSAIN, S. B: ALI, M PAN, Z. Current understandings on magnesium deficieney and future outlooks for sustainable agriculture, International Jour- aa of Molecular Seienes, . 22.1.4, . 1819, 2021 psi ‘org 10.3390/jms22041819 CHEN, 7. C;PENG,W.T;11,J;L1AO, H. Functional dissection and arspot mechani of magnesium nplans Seminars in Cell & Developmental Biology. 74. p. 142-152, 2018 CONAB, Compania Nacional de Absstcimento, Acompanha mento da sara brasileira: Cana-de-agcar, Safe 2020/2021 = Quarto levantamento, Maia/2021 Brasilia DF 20213. 62p CCONAB. Compara Nacional de Abustecimeno, Acompanha- mento da safra brasileira: Cafe, Safea 2021 ~ Quarto levan- tamento, Dezembro(2021 Brasilia, DF.v. 8,0. 4, 20216, 86 p. CNA. Compania Nacional do Abdstecimento. Acompanna- mento da sara brasileira: Gros, Satra 2020/2021 — 12" levan- famento, Setembro/2021. Brasilia, DF, 8m. 12, 2021e.98p. BERGMANN, W. Nutritional disorders of plants: Develop- ‘ment, visual and analytical diagnosis. New York: G. F. Verlas, 1992, 741 p. ORIN. A. L, D.C: FERREIRA. GB: CARVALHO, M.C.S FERREIRA, A.C.B.; BOGIANI.J.C. Diagnose vial de deficén- cias nutricionais do algodociro, Campina Grande, PB: Embrapa Algodio, 2013.11 p. (Embrapa Alzodio,Cireular Técnica 134), INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 MARGO/2022 ‘Manual de calagem e adubacio para os Estados do Rio Grande ddo Sul c de Santa Catarina, Sociedade Brasileira de Cigncia do Solo, 2016. 376 p. CRUISCIOL, C A.C: ARF. 0: SORATTO. RP: MACHADO, J. Extragio de macronuttienes pelo aro7 de terras alas sob diferentes niveis de irrgagao por aspersto ede adubagao, Revista Pelota,v.9, p. 145150, 2003, CCUNHA, J. F de; CASARIN, V; PROCHNOW. L. I Balango de nutrientesnaagriculura brasileira no perfodo de 1988 a 2010, Informagdes Agrondmicas, Pitacicaba,n. 135, p.-7, 2011 CUNHA. J. F; CASARIN, V; FRANCISCO, E, A. B: PROCH- NOW, L Balango de natrientes na agricultura Brasileira 2000 2012. Informagies Agronbmica,Piracicaba,n.148,p.-13,2014, DECHEN, A. Rs CARMELLO, Q. A. C; MONTEIRO, F. A. NOGUEIROL, & C. Role of magnesium in food production: an overview. Crop and Pasture Science. v.66, p. 1213, 2015. DELIBORAN, A: SAKIN, E.; ASLAN, H; MERMUT, A. Effects fof dierent water, phosphorus and magnesium doses on the quae lity and yield factors of soybean (Giveme ma Ln Harran pain conditions. International Journal of Physical Sciences, v. 6, 1.6,p, 1484-1495, 2011, DIAS. K. G. D. L: GUIMARAES, PT G. FURTINI NETO. A E; OLIVEIRA, C. H.C. D; TIBURCIO, G. S: REZENDE, H Escaldadura em cafosios supridos com magnésio. In: SIMPOSIO, DE PESQUISA DOS CAFES DO BRASIL, 9.,2015, Curitiba Anais. Brasilia, DF: Embrapa Café, 2015.7. EL-DISSOKY, R.A; AL-KAMAR, F.A.; DERAR, R, M, Impact ‘of magnesium fetlization oa yield and autem uptake by maize row on to cifferent soils. Egyptian Journal of Soil Science, v.87. 4, 9, A8S-466, 2017, EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuiia,Teemo- logias le produsao de soja: Rewito Central do Brasil 2014, Lon~ dring PR: Emirapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Agropecui- ria Oeste, 2013. 265 p.(Embrapa Soja Sistemas de Produgo, 16) ERICSSON, T; KAHR, M, Growth and nition of birch sedings| a varied relative addition rates of magnesium. Tree Physiology v.15, p. 85008, 109, FAGAN, EB; ONO, F. 0; RODRIGUES, J,D.;SOARES, LH. DOURADO NETO. D. Fisiologia vegetal: Metabolismo enutrigdo ‘mineral, S40 Paulo: Editora Andrei, 2016. 305 p. FAGERIA, N. K; ZIMMERMANN, F_J, P; BALIGAR, V. C. ‘Lime and phosphorus interactions on growth and nutrient uptake by upland rice, wheat, common bean, and com in an Oxisol. Journal of Plant Nuteition, New York, v.18, p. 2519-2832, 1995, FAO. Food and Agriculture Crgantzaton oF the United Natl. The state of food and agriculture 2019: Moving forward on food Joss and waste reduction, Rome, 2019. 158 p FARHAT, Nz ELKHOUNI, A; ZORRIG, W.; SMAOUL, A. ABDELLY, C: RABHI, M. Effecis of magnesium daficiency on photosynthesis and carbohydrate partitioning, Aeta Physiologiae Plantarum, v.38, p. 145, 2016 FONTOURA, J. U. G. Matéria seca, absorgio e exportagto pelos grdos de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Ma, ¢ Zn pelo {rigo, sob regime de sequeirocirrigado em latossoloroxo. 1986, 125 p, Tese (Doutorado) — Escoln Superior de Agricultura “Luiz «de Queiroz”, Universidade de Sto Paulo, 1986. FREIRE, EC, (Ed), Algodio no Cerrado do Brasil, 2. ed. Apa recida de Goitnia, GO: ABRAPA, 2011, 1.082 . GERENDAS, J; FOHRS, H. The signifieance of magnesium for crop quality, Plant Soi, 368, p. 101-128, 2013, GILL, S. 5, TUTEJA,N. Reactive oxygen species andantoxidant ‘machinery in abiotic stress tolerance in cop plants, Plant Phy i0~ logy und Biochemistry, v.48... 12, p. 909-930, 2010 GRANSEE, A; FUHRS, H. Magnesium mobility in sols as a challenge for soil and plant analysis, magnesium ferlization and ot upiake under adverse growth conditions. Plant Sail, v. 368, p.521,2013, GRZEBISZ, W. Crop response to magnesium fertilization aslec- tedby nitrogen supply. Plant and Sol, v. 368.1, . 23-39, 2013. HAAG, H.P. Nutigdo mineral e qualidade de produtosaericoas In; REUNIAO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO ENUTRICAO DE PLANTAS, 20. Anais. Sociedade Brasileira 4 Cisncia do Sola Fundagao Carll, 1992 p 408-425, HANSEL, FD. tal Nutrego mineral como alia das plantas 1a tolerinca a estesses ambienais.Informaghes Agrondmicas, Piraicaba,n. 9, p. 1-24, 2021 HARPER. IF Nitrogen metahaliom In ROOTE, KT et at (Eds. Physiology and determination of crop yield. Madison: ASACSSASSSA, 1998, Cap.1TA. p, 285-302, HAUERJAKLI, M.; TRANKNER, M. Critical leaf magnesiun thresholds and the impact of magnesium on pant growth and photo- oxidative defense: A systemutic review and meta-analysis from 70 years of research. Frontiers in Plant Science, doi: 10.3389) Ips 2019.00760, 2019 HERMANS, C.; BOURGIS, F; FAUCHER, M,; DELROT, S.: STRASSER, RJ; VERBRUGGEN, N. Magnesium deficiency in sar beet alters sugar partitioning and phioem foading in young rmature leaves, Plana, v, 220, , $41-549, 2008, HERMANS, C; JOHNSON, G.N. STRASSER, RJ; VERBRUG- GEN, N, Physiological characterization of magnesium deficeney ‘in sugar bee: acclimation to low magnesiun dilfereraally affects photosystems I and I, Planta, v.220,n. 2, p. 344-355, 2004 HIROCE, R., FURLANIA.M.C, LIMA, M. Extragio de nutri {esa colheita por populace hibridas de mitho, Campinss. SP: Instituto Agrondmico, 1989.24 p. Boletim Cientico 17) HOLLAND, J, BENNETT, A. E: NEWTON, A.C: WHITE, P, J; MKENZIE, B, M.; GEORGE, T, S; PAKEMAN, R. J; BAI- LEY, 1S: FORNARA, D. A: HAYES, R.C. Liming impacts on soils, tops and biodiversity inthe UK: A review. Seienee of The ‘Total Environment, x 610-611, p, 316-332, 2018, HORIE, 'L: BRODSKY, D. f COSTA, A: KANERU, 1 SCHIAVO, FL; KATSUHARA, M; SCHROEDER, J. 1K’ transport by the OsHKT2:4 transporter from rice with atypical 'Na’ transport properties and competition in permeation of K° over ‘Mg and C2" ions, Plant Physiology, v. 156, p. 193-1507, 2011 JEZEK, M.; GEILFUS, CM.; BAYER. A: MUHLING, KH, Photosynthetic capacity ntrent status, and growth of maize (Zea ‘nays L.)upon MSO, Ieaapplication, Frontiers in Plant Science, v.5.p. 781, 2014, KINUGASA, T: SATO, T; OIKAWA, S. HIROSE, 7: Demand and supply of Nin sced production of soybean (Glycine max) at ilfereat N ferilizaion levels aller Lowering. Journal of Plant Reseach, v.125,n.2,p. 275-281, 2012. KURIHARA. C. H, Demanda de nutrientes pla soja e diagnose de seu estado nutricional, 2004, 10 p. Tese (Doutorado) ~ Ui versidade Federal de Vigosa, Vigosa, MG. 2004 LIDE, D. R. Abundance ofclements in the Earth's crus andi the sea. CRC handbook of chemistry and physies. Inter version. ‘Boca Raton: CRC Pres, 2008. p. 14-17 INFORMACOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARCO/2022 LILLEY, R_M.; HOLBOROW, K: WALKER, D.A. Magnesium activation of photosynthetic CO-fxation ina reconstituted chloco- plat system, New Phytologist, v.73, p. 657-602, 1974, LORENZI, J. 0.; MONTEIRO, P. A; MIRANDA FILHO, H. SS; RAW, B. van. Raizos ¢ ubsreulos, In; RAW, B, van; CAN- TARELLA, H.; QUAGGIO, J. A: FURLANI, A.M. C. (Eds) ‘ecomendagies de adubagao ¢ calagem para o Estado de Sio Paulo. Campinas: Instituto Agronomico de Campinas, 1997 p. 221-229, (AC. Boletim Téenico, 100). MALAVOLTA, E. Manual de nutrigdo mineral de plantas. S20 Paulo: Ceres, 2006. 638 p. MALAVOLTA, E. Nutrigdo mineral e adubado do cafeeiro: Cotheitas econdmicas maximas. So Paulo, SP: Agrondmica Cres, 1993, 210, MALAVOLTA, E; VITTI, G. C; OLIVEIRA, S. A. Avaliagdo do estado mutricional das plantas. Piraicabs, SP: Associaga0 ‘Brasileira para Pesquisa da Potass e do FosCto, 1989. 201 p, MALAVOLTA, Es VITTI, G, Cs OLIVEIRA, S. A. Avaliagio do estado nutricional das plantas: Principios eaplicagdes. 2. Piracicaba: Associagdo Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfito, 1997, 319 p, MARSCHNER, P, Mineral nutrition of higher plants. Londos: ‘Academie Pres, 2012, 651 p. MARSCHNER, H.; CAKMAK, I. High light intensity enhances chlorosis and nerosis in leaves one, potassium and magnesium deficient bean (Phaveolus vulgaris) plants. Journal of Plant Phy- slology, . 134, p. 308-515, 1989, MARTINS, P.O, Eiieigncia de fontes,dinmica do magaésio no solo sob a cultura do café no Brasil comparasio da anilise de K. Cae Me em solos do Arkansis-EUAsecoem estufa edi de ‘campo. 2016.63 p. Tese (Doutorado) ~ Escola Superior de Agrcul+ ‘ura“Luiz de Queiroz”, Universidade de Sto Paulo, Piracicab, 2016. MeSWAIN, B. D,; TSUJIMOTO, H. Ys ARNON, D. |. Effects of| ‘magnesium and chloride ions on lightinduced electron transport in membranes fragments from a blue-green alga. Biochimica et Biophysica Acta, v, 423, p, 313-322, 1976, MENGEL, K. KIRKBY, E.. Prineipls of plant nutrition. 3.ed ‘Bern, Inerational Posh Institue. 1982. 655 p. MINDAT, MINDAT Org, Hudson Institute of Mineralogy. Dis- pontvel em: Mg > $> Ca (Figura 7). Ainda nesse trabalho, ocorreram diferengas signi- ficativas na solubilidade com a aplicagdo de quantidades crescentes de dgua até 800 mm, Enquanto K © Mg apresen- taram residuos despreziveis ou nulos, a dssoluedo de S foi ‘mais gradual, eos residuos de Ca permaneceram constant. Apoiado por pesquisas anteriores, o estudo demonstrou que a dissolugio da polihalita em Agua leva mais tempo e requer rmajores volumes de égua, em comparac20 a outtos fertili- zantes soliveis. Porém, o residual de gramulos de nutrientes visualmente presentes na superficie aps as avaliagaes no foram significativos, indicando seguranca, a0 se considerar fs teores garantidos do produto. Esta vantagem reduz os riscos de danos por excesso no uso do fertilizante e permite a aplicagao de polihalita como fertilizante de liberagao mais lenta, comparada As fontes mais soliveis. Pesquisa realizada em colunas de lxiviago na Unie versidade de Nottingham, Inglaterra, confirmaram que a polihalita, comparativamente a outras fontes, apresenta liberagio mais prolongada de S (Figura 8), A solubilizaga0 completa do S da polhalita ocorreu em até 50 dias, porém, aos 10 dias apés a aplicago, cerca de 50% do mutriente j estava dlisponibilizado, o que ja permite adequada nutrigéo das 109 ii om 90 oo {\ % ° 3 3 0 z z fo go g 0 29 3 40 2 0 oo ion 20 20 io io 2 ° ° mo «0 wm rr Ag pena fm) Asin fam) ‘0 K 100 ey zw i 3 «0 i i bon i» 4 —— 0 a 0 . ww 0 ee ee ee) ‘Agua aplicada ‘Agus apliada (rm) ‘Figura 7. Percentual residual ds clementos Ca, Mg. K eS da polilita em experimento de campo. A polialita foi aplicada em doses ‘voutuslensse 9 1:00, 3.000 e100 tea he. Ag -medietievonoesceam tee-aplieestien de haus neanadada cos Sic Olean. ee peaenyinae 8 Py, INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 ~ MARGO/2022 Disponibilidade protongada —— 9% Unviado 5 oS my SG Dias apds apleagso aboratério), em rlagao a outs fones de enxote Fonte: Jang etal, 2017), plantas nessa fase. 14 0 sulfito de aménio, a fonte mais soli- vel utilizada na avaliagio, disponibilizou todo o S em até 5 dias, ficando, assim, passivel de perdas por lixivingio no solo JIANG etal, 2017). Essa caracteristica da polihalita, de disponibiizagao, prolongada de nutrientes, aém de proporeionar mutrigfo nas fases adequadas de desenvolvimento das eulturas, contribu para menor lixiviagdo dos nutrientes nela contidos, sobre- tudo 0 S. Diferente de outras fontes, a polihalita continua fomecendo sulfato as plantas mesmo apés chuvas intensas durante 0 ciclo, sendo fonte adequada para as adubages em diversas fases durante o ciclo produtivo, desde aplicagdes em pré-plantio, no sulco de plantio ou em cobertura. Apresenta, ainda, a vantagem de poder ser utlizada como tinica fonte de S, sem necessidade de parcelamentos, Estudos realizados pela EMBRAPA com tréscultivares de soja mostraram que durante o estidio vegetativo das plan- tasaabsorgdo de S ainda é baixa, acumulando menos de 20% das necessidades da cultura (Figura 9), porém, acentus-se durante o ettidio reprodutivo, atingindo valores acumulados de 20%, 50%, 70% e 100%, respectivamente, nos estidios R1, RA, RS.1 © RSS (OLIVEIRA JUNIOR ct al, 2016). Dessa forma, pode-se afirmar que a utilizago de polihalita como fonte de pode atendera demanda do nutriente desde a fases inieiais de desenvolvimento da cultura até aquela de maior cexigéncia, isto é, no inicio da fase reprodutiva (Figura 10). Diversos estudos realizados em condigBes de labo- ratorio e de campo permitiram definir as curvas médias de solubilizagao da polihalita (Figura 11). Para o Ke 0 Mg a solubilizagio completa é mais ripida—entre 10 ¢ 20 dias eles sudo em colunas de lixiviago mostram que a polihalita apresenta disponbilidadeprolongada (até SO dias em condligbes de *% de acimulo > 7 0 o © 1m mo Dias apés a emorgéncia [Figura 9, Marcha de absorgo de enxoe por ierentes cultivars de Soja: BRS 184, SYN 1059 e DM GS63 -Inacia RR2 PRO. Fonte: Oliveira Jinior etal. 2016), se disponibilizam por completo na solugo do solo. Hi 0 $ presenta 70a 80% de solubilizagéio nos primeios 15 dias, © orestante entre 45 ¢ 50 dias aps a aplicago. O Ca apresenta disponibilizae0 mais lenta, comparada a dos quatro macro- nutrients, ou soja, proximo de 60% aos 10 dias e completa dissolugio ao redor dos 50 dias. Isso mostra a diferenga de solubilidade entre as formas quimicas presents no produto: ‘o sulfato de potissio eo sulfato de magnésio mais soliveis, {enquanto 0 sulfato de cilcio com solubilidade um pouco mais lenta (VERMIVAHU et al., 2019). INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 MARGO2022 13% 50% 25% DO © o 10 10 Dias apes aplcacso © Sulfato disponibiizado pelo sulfato de ‘aménio ou sulfato de potassio @ Sulfato disponibilizado pela Polialta © Emvofre absorvio pela cultura da soja © Suifato disponibilizado pelo CaSO, (gesso) Figura 10, Disponibilizaglo do sulfato por diversis fomtes © ‘demanga de enxofre pela cultura da soja Fonte: 1C1-Ferilirer 120% 0 0% 60m . = 40% Mg s 205 ce Disporilidade (%) om 0 5 10 15 20 25 3 35 40 45 50 SS 0 6S Dias apésapicacso Figura 11. Disponbilidade protongada dos nutrients da poliha- ia, corea do ath>) dias totalmente aispontveis emt condiges de campo, Fonte: ICL Ferilizer. 3.5. indice eatino A utilizaglo de fertlizantes é um pré-requisito para a agricultura sustentavel, principalmente em solos intem- perizadas, como os das regides tropicais. Quando praticada corretamente, a adubago deve atender as demandas nutri- cionais das culturas, com minima influéneia sobre © meio INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 MARCO/2022 CEE) SS: Wee Oe: TERR NNe ek eee ee sais— cles se dissolvem na gua, que ¢ 0 meio que transporta ‘os nutrientes através do solo c onde esti acessiveiss raizes das plantas. No entanto, 0 aumento do sal em concentragdes cima de certos limites pode causar efeitos adversos i cul- ‘ura, geralmente tratados como estressesalino, Portanto, para evitar problemas de salinidade induzidos por fetiizantes & cssencialreconheeer a natureza quimica dos produtos em uso, no apenas como fomecedores de nutrientes, mas também ccomo sais, ¢estabelecer regras¢ limites para sua aplicagao, A salinidade pode causar dois grandes impactos nas plantas: estrsse txico e estresse osmatico (MUNNS; TES- ‘TER, 2008). Os efeitos txieos ocorrem quando a eonceniragdo de fons sédio (Na) ou clorew (C1) no eivosol nas eélutas das {olhas ficam acima de certo limiar, geralmente 150-200 mol, danificando as enzimas ¢ as estruturas fotossintétieas. Vérias csspécies de plantas ativam os mecanismos de compartimen- ‘ago, armazenando os fons salinos em vaciolos ¢ Sruios, ‘entando evitar sua influgncia danosa, No encanto, como essas hhabilidades diferem muito entre as espécies de cultivo, um teste de toxicidade parece initil para avaliar © comparar 0 feito da salinidade dos fertitizantes, Além disso, a maioria dos fertlizantes no contém Na, enquanto os fertilizantes livres de Cl estio ganhando cada vez mais valoriza¢ao. -Emcontraste, o componente osmético do estresse sano tem efeitos semelhantes em todas as especies de plantas. A ‘medida que as concentragdes de fons ou composios soliveis na fase liquida do solo aumentam, a disponibilidade de jigua para.as raizes das plantas diminui. Este fenémeno € expresso pelo potencial osmtico do extrato do solo, cuja forga também depend das propricdades quimicas dos compostos soiveis. Consequentemente, os fetlizantes podem diferirsignifica- tivamente em seu efeto sobre o potencial osmstico do solo. Assim, afim deavaliaro feito osmético dos fertlizan= tes, foi estabelecide na década de 1940 (RADER etal., 1943) ‘oparmetro conhecido como indice salino (IS), que expressa proporgo do aumento da pressio osmética da solu salina pproduzida por determinado fertilizante em comparagio coma pressio osmética de mesmo peso de nitrato de dio (NaNO,). {que foi sclecionado como padro para medir o indice salino porque & completamente sokivel em sigua (IS do NaNO, & igual a 100), Por exemple, o valor do IS do KCI cansiderado polos autores & 116, isto é, a salinidade desse fertiizante & 16% superior & do NaNO, quando os produtos so aplicades sna mesma dose, No entanto, 0 método de Rader muitas vezes parecia impraticavel ¢, alm disso, suas tabelas de IS nao incluiam muitos dos fertilizantes que foram desenvolvidos poste- riormente. Assim, Jackson (1958) publicou um método de laboratério mais simples, no qual o IS do fertilizamte & ‘medido pela condutividade elétrica em relagdo a0 NaNO,. Varios laboratérios t&m utilizado este método para avaliar novos materiais. Mais recentemente, muitas referéncias, ‘como o Crop Protection Handbook (CPH, 2006), adotaram ¢ publicaram tabelas de IS com base em caleulos que utilizam valores de ambos os métodas (MORTVEDT, 2001). Compa- rando diferentes métodes, Murray e Clapp (2004) mostraram que as valores de IS de quatro fetilizantes potissicos podem dliferic significativamente entre si Tabela 1) e que, portanto, deve-se considerar mais de uma abordagem nas avaliagdes do IS de ferilizantes, Para 6 KCl, os autores obtiveram valor de IS proximo de 150 utilizando 0 método de Jackson, bem superior ao padrio definido nas primeiras pesquisas sobre 0 assunto, enquanto pelo método CPH encontraram resultado “Tabela 2. indice sano de diferentes frilizanes determinado pelo miedo de ealeulo (CPH, 2006) e pela condutvidade eletica Jackson, 1958), no IMI TAMI R&D Institute, Haifa, Israel ea Polihalita 32, 62 520 1380 er ee eee ne Na ene a ene Te de utilizagdo do método CPH na pritica de rotina, Barbier et al, (2017) também encontraram diferencas consideraveis entre 109 valores de IS para 0 mesmo fariizante, detarminados por diferentes laboratorios, sendo que o valor do IS para o KCI fot de 128 pelo método de Jackson, Fricd at al. (2019), emexperimento no IMITAMT R&D Institute, Haifs, em Israel, determinaram o IS da polihalita ce de outras fontes contendo K, Ca, Mg e S, comparando 0 :método CPH ao método de Jackson. Peloedleulo terico CHP, IS da polihatita foi de 32,3 (Tabela 2), significativamente inferior a0 padrio 100 do NaNO,, No entanto, houve grande dliferenea entre os valores nos dois métodos. No método de Jackson os valores de IS foram muito maiores em todas as fontes. No entanto, as diferengas entre os fertilizantes dentro de cada método foram consistentes. Os valores de IS dos fer- tilizantes fornecedores de K diminuiram na seguinte ordem: KCI> K,S0,> KNO, > polihalita > langbcinita A polihalita apresenta baixo indice salino, comparada outros fertilizantes comuns ¢ equivalentes, e isso pode ser atribuido porgda dominante de CaSO, no mineral. Esta é ‘uma vantagem significativa da polihalita, pois hi reduglo dos riseos de salinidade durante os estidiosiniiais de desen- volvimento de muitas culturas, que sdo mais sensiveis nesse periodo (HAVLIN et al, 1999). Outra vantagem, referente " S| Ks0, 426 100.0 MgSO, 440 760 Langbeinita (K,S0,MgSO)) - 266 KNO, 69s 850 Fonte: Adapiaa de Fred etal. 2019), a0 indice salino, soos bainosteores de clorsto no mineral, reduzindo o sco de acimulo do ion em profundidade ¢ (os impactos durante a formagao do sistema radicular das plantas Bemardi etal, (2018) compararam o fornecimento de potisio de duas fortes, KClepolihalita, para aalfafa(Medi- cago sara), m condigescontolads, com doses variando de 0 a 200 kg ha” de KO (fontes puras ou em misturas). Os resultados mostraram o beneficiodasubsiuigo do KCI pela polihalita, gus promoveu aumento de biomesse, raultend «em maior produtividade. Comparando as doses crescentes dos ois produtos puros (Figura 12) pode-eobservar maior risco quando se utiliza o KCl, pos as plants spresentam ‘menor desenvolvimento em fungi do maior IS do adubo. Na mesma dose de K,0, 0 KCI disponibilza aprosimadamente 5.5 vezes mais Cl que a pothalita FFigura 12, Desempenho de alfa cultivada em wasos sob quatro niveis 6 apicago de potissio (0; $0: 100; 200 kg ht KO) ulizando KC1(A) ¢ potialita(B), Crésito das fotos: A.C.C, Bernard, INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 13 - MARGOV2022, 3.6. Formas de utilizagao o aplieagao ‘Outra vantagem da potihalita esta relacionada & sua versailidade, pois pode ser uilizada como fertilizante sim- ples ou em misturas NPK, fomecendo K, $, Cae Mg com disponibilidade prolongada, Nas misturas fisicas com outros fenilizantes disponiveis no mercado, a polihalita mostra-se {oralmente compativel, no afetandoas caracterstcas quimicas e fisico-quimicas das formulagses, gragas as suas caracteristi- cas de ncutralidade baixa higroscopicidade (Figura 13). Dis- ponivel nas formas granular efarelada, ela pode ser aplicada fem todas as culturas, desde que manejada de acordo com as nccessidades nutricionais, em quantidade certae no momento certo da demanda, om fungio de sua liberagio gradual. Pode ser aplicada no sulco de plantio ou incorporada, por seu baixo Polinalita nitrato de Niteato de cikioe indice salino, ou aplicada a lango em superficie, atendendo 8s faixas de aplicago dos fertilizantes mais comumente uti- lizados na agricultura (Figura 14), 3.7. Calcio e magnésio méveis no perfil do solo Devido a erescente adogio da adubagdo potissica nos solos brasileros, a disponibilidade de Ca e Mg vem se tornando um desafio nas reas agricultaveis. Gragas is earac- teristicas quimicas dos caledrios, que apresentam baixa mobi- Tidade no perfil do solo, tem-se observado que a pritica da calagem por si s6nio consegue corigir os niveis de ambos 0s nutrientes, ¢ em maiores profundidades a situagdo se agrava, principalmente em reas de plntio direte e tama naquelas com cultivo de culturas perenes, onde 0 ealeirio é aplicado Iincompativel Figura 13. Compatibildade entre matéias-primas para produgdo de fetlizantes formulados, com base no miedo do IFDC. Fonte: ICL Ferilizers. ‘Figura 14. Granulometriasdisponiveis de polibalita~ granular (A) ¢ farelada(B). ‘Crédito das fotox: [CL Ferilizes INFORMAGOES AGRONONICAS NPCT N° 13 MARCO/2022 superficialmente ¢ sem incorporagio, ficando os nutrientes concentrados na camada superficial (FREIRIA et al., 2018; MARTINEZ ct al., 2000). Dessa forma, a inclusio de Ca ¢ ‘Mg nas adubapdes passa a ser ferramemta para a abtengao de ‘maior sustentabilidade agricola, © Ca é rosponsivel pela estabilidade estrutural ¢ fisiolégica dos tecidos das plantas, forma fitatos e pectatos, que © tormam importante na manutengao da integridade da parede celular. Ativa varios sistemas de enzimas reguladoras de crescimento, ajuda a converter nitrato em formas necessi- ras para a formagao de proteinas e contribui para melhorar a resisténcia das plantas is doengas. E um clemento pouco mével 1a planta, por iss0 0s sintomas de deficiéncia aparecem nas olhas jovens. Essas folhas normalmente si0 menores do que as normais, apresentam superficie clorética entre as nervuras, pintas necroticas ¢ tendéncia a se encurvarem para baixo (MARSCHNER, 2012). © Mg desempenha importantes fungdes no metabo- lismo vegetal, como na atividade fotossintética ¢ na incor ‘poragao do carbono, sendo cle o tomo central da molécula de clorofila (MARSCHNER, 2012). Também tem papel fundamental nos mecanismos de defesa da planta em condi- ses de estresse abiético (SENBAYRAM ct al, 2015), ¢a intensidade luminosa tem forte influéncia sobre ele, Plantas cultivadas em ambientes com alta luminosidade tém maior nccessidade de Mg do que as plantas cultivadas em condigdes ‘de menor intensidade. Como o Mg é mével dentro da plant, 0s sintomas de deficiéncia aparecem primeiro nas folhas mais balxas e mais velhas. Os primetnos sintomas se manifestam na Wie etal Lae ee ne ea ae 20-30/em.e 30-40 em, determinando-se os toores de K, Ca, Mg ‘e Sem todo perfil do solo. A aplicagdo de ealerio aumentou ‘adisponibilidade de Ca ¢ Mg apenas na camada de 0-10 cm, proporcional a sua ineorporagio mecfinica, A aplicagio de polihalita aumentou os teores de Cae My em todo o perfil do solo, incrementando 0 Ca em 23% 8%, respectivamente, nas camadas 0-20 em ¢ 20-40 em. Quanto ao Mg, 0 ineremento foi de 25% e 17%, respectivamente, nas mesmas camadas, Essa movimentagio das bases acompanhou 0 movimento do sulfato, observando-se crescimento do teor de S no perfil, sobretudo na camada de 20-40 cm (Figura 15). E i He Be ‘Figura 18. Teores de Ca, Me, K e Sno pei do salo em campo de Se ee a tte ane reer ea ae Diversas publicagdes tém evidenciado o aumento da deficién- cia de Mg nas reas agricolas em diversas partes do mundo. A nutrigdo das plantas com Mg ¢ frequentemente negligenciada a escassez afeta neyativamente o ereseimento das plantas, sendo a fome oculta desse mutriente um dos maiores proble- mas nutricionais das plantas cultivadas (CAKMAK; YAZICI, 2010; GUO etal, 2016; CASTRO et al, 2020). Presentes na polihalita na forma de sulfatos, o Cac Mg presentam maior mobilidade no solo do que quando forneci- dos na forma de earbonatos, 6 que permite que aleancem as ‘camadas mais profuundas no solo, promovendo ocrescimento do sistema radicular em profundidade ¢ volume. Vale (2016) comparou o efeito da polihalita com 0 do KCI como fonte de K na cultura da soja em Sapezal, estado do Mato Grosso, ‘em fea que havia reecbido 2.5 Mg ha’ de ealeério dolomi tico, incomporado com grade. No plantio, foram aplicados 100 kg ha" de P.O, na fotma de MAP. As fontes potissicas foram aplicadas na dose de 140 ky ha de K,O em cabertura, «em area total, sem incorporago, parccladas cm duas aplica- Bes, 50% no estidio VI eo restante em V6, Com relagaio& produtividade, as parcelas que receberam polhalita apresen= faram aumento de 10.2% em relagdo as parcelas adubadas com KCl. Apés a colheita, foram retiradas amostras de solo 1a profundidades de 0-S em, 5-10 cm, 10-15 em, 15-20em, ‘ou potihatita em Latossolos. Yale 2016). 3.8. Cortifieapio organica A mineragio da polihalita nfioenvolve processos qui ‘mieos, portanto, ela esta disponivel em sua forma natural. Isso permite que ela seja utilizada na agricultura organica, atendendo a eritrios de certfieago em todo o mundo. As certificagdes ji estZo disponiveis em paises como Estados Unidos, Canad, Italia, Brasil, Holanda, bem como na Unido Europeia ¢ Reino Unido. 4. EFICIENCIA AGRONOMICA DA POLIHALITA NO BRASIL A polibalita & considerada um ferilizante com eficién- cia comprovada por pesquisas agrondmicas, com registro no ‘Ministerio da Agricultura ~ MAPA, incluida no Anexo T da Instrugdo Normativa n? 39 em vigor (BRASIL, 2018) 0 primeiro estudo comprovando a disponibitidade de snutricntes da polihalita, comparada a outra fontes ja reconhe-

Você também pode gostar