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Departamento de Física

Licenciatura em Engenharia Biomédica e Biofísica

Eletromagnetismo A

2021/22

TL1 - Circuitos elétricos DC

Docente:
Manuel Abreu

Trabalho realizado por:


Bruno Teixeira, Nº59080
Rodrigo Almeida, Nº58721

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Universidade de Lisboa – Faculdade de Ciências e Tecnologia
Índice

1. Introdução 3
2. Objetivos 7
3. Material utilizado 7
4. Procedimento experimental 8
4.1 Verificação da lei de ohm 8
4.2 Associações de resistências 9
4.2.1 Associação de resistências em série 9
4.2.2 Associação de resistências em paralelo 10
4.2.3 Associação mista de resistências 11
4.3 Voltímetro e amperímetro reais 12
4.4 Estudo da carga e descarga do condensador 13
4.4.1 Carregamento do condensador 13
4.4.2 Descarregamento do condensador 14
5. Análise de resultados 15
5.1 Verificação da lei de Ohm 15
5.2 Associação de resistências em série 17
5.2.1 Associação de resistências em paralelo 18
5.2.2 Associação mista de resistências 18
5.3 Voltímetro e amperímetro reais 21
5.4 Carga e descarga de um condensador 22
5.4.1 Carregamento do condensador 22
5.4.2 Descarregamento do condensador 24
7. Conclusão 26
8. Referências 26

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1. INTRODUÇÃO

Um circuito elétrico, ou rede elétrica, é um sistema formado por um conjunto de elementos elétricos
interconectados, onde pode ser estabelecida uma corrente elétrica. Os elementos de um circuito
elétrico podem ser ativos, se fornecerem energia elétrica ao circuito, ou passivos, se pelo contrário,
não gerarem energia elétrica ao circuito.

Para se proceder à uma análise simples de um circuito elétrico, é necessário determinar todas as
tensões aos terminais de cada elemento do circuito e as correntes que os percorrem. Para isso,
recorre-se à lei de Ohm, as relações básicas da análise de elementos elétricos em série ou em paralelo,
e as leis de Kirchoff.

Grande parte dos elementos elétricos usados em circuitos elétricos obedecem à Lei de Ohm,
descoberta pelo físico e matemático alemão Georg Ohm (1789 – 1854). Esta Lei relaciona as três
grandezas elétricas principais (potencial elétrico, resistência elétrica e corrente elétrica) e evidencia a
relação entre elas:
𝑉 𝑉
𝑉 = 𝑅𝐼 => 𝐼 = ;𝑅 =
𝑅 𝐼
Como esta lei trata-se de uma lei empírica, não é válida para todos os materiais.

Os elementos que obedecem a lei de Ohm, possuem uma resistência constante para uma ampla
gama de tensões e são designados de ôhmicos ou resistivos. Pelo contrário, os elementos que não
obedecem a lei de Ohm são designados de não ôhmicos.

Se a lei de Ohm for válida para um determinado material, poderá se obter um gráfico I(V), que será
uma reta com declive 1/R e ordenada na origem nula, como está ilustrado na figura 1.

Figura 1 - Curva da corrente em função da diferença de potencial, característica de um material ôhmico.

As leis de Kirchoff foram criadas e desenvolvidas pelo físico alemão Gustav Kirchhoff. As duas
principais leis de Kirchhoff são: A Lei dos Nós (Junction Rule) e a Lei das Malhas (Loop Rule).

A 1º lei de Kirchhoff, a lei dos nós, enuncia que a soma das correntes que entram num nó é igual a
soma das correntes que saem desse nó, ou seja, a soma algébrica das correntes que chegam a um nó
é igual a 0:

∑ 𝐼=0
𝑛ó

Esta lei é muito importante, pois é uma afirmação de conservação da carga elétrica. Na figura 2,
encontra-se ilustrada esta lei de duas maneiras diferentes.

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Figura 2 - Duas abordagens a lei dos nós

A 2º lei de Kirchhoff, a lei das malhas, enuncia que a soma das diferenças de potencial de todos os
elementos de uma malha é igual a 0, ou seja, a soma de quedas de potencial é igual a soma das
elevações de potencial numa malha:

∑ ∆𝑉 = 0
𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎

● Circuito com resistências associadas em série


Num circuito com n resistências associadas em série, a carga que passa pelas resistências num
determinado intervalo de tempo é a mesma, ou seja, a corrente que passa em cada uma das
resistências é igual:

𝐼 = 𝐼1 = 𝐼𝑛
A corrente elétrica que sai da bateria é igual a corrente elétrica que passa em cada uma das
resistências.

Neste gênero de circuito, a diferença de potencial aplicada na associação divide-se entre as


resistências.

∆𝑉 = ∆𝑉1 + ⋯ + ∆𝑉𝑛 = 𝐼1 𝑅1 + ⋯ + 𝐼𝑛 𝑅𝑛
Como as correntes que percorrem cada uma das resistências são iguais, podemos substituir os n
resistores em série por uma resistência equivalente, cujo valor é igual a soma das n resistências:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + ⋯ + 𝑅𝑛

● Circuito com resistências associada em paralelo


Num circuito com n resistências associadas em paralelo, a corrente elétrica divide-se em cada nó,
ou seja, a corrente que percorre cada uma das resistências é inferior a corrente que sai da fonte de
tensão. A intensidade da corrente proveniente da fonte de tensão é igual à soma das intensidades de
corrente que percorre cada uma das resistências:
∆𝑉1 ∆𝑉𝑛
𝐼 = 𝐼1 + ⋯ + 𝐼𝑛 = + ⋯+
𝑅1 𝑅𝑛
Como as resistências estão conectadas diretamente a fonte de tensão, a diferença de potencial em
cada uma das resistências é igual a tensão dos terminais da bateria.

∆𝑉 = ∆𝑉1 = ∆𝑉𝑛

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As diferenças de potencial associadas aos terminais de cada uma das resistências são iguais,
podemos calcular a resistência equivalente da associação através da seguinte expressão:

1 1 1 −1
𝑅𝑒𝑞 = ( + + ⋯+ )
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛

● Tensão aos terminais de uma fonte de tensão


A tensão dos terminais, ∆𝑉, de uma fonte de tensão pode ser medida através da seguinte fórmula:

∆𝑉 = 𝜀 − 𝐼𝑟, 𝜀 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑚𝑜𝑡𝑟𝑖𝑧 r = resistência interna da fonte de tensão

Uma fonte de tensão ideal, tem uma resistência interna igual a 0. No entanto, uma fonte de tensão
real tem geralmente uma resistência interna associada e por isso, a diferença de potencial associada
aos seus terminais não é igual a força eletromotriz.

Carga e descarga de condensadores


Para simplificarmos a análise do processo de carga e descarga de um condensador, vamos
considerar o circuito da figura 3.

Figura 3 - Circuito elétrico constituído por um condensador em série com um resistor, com uma chave e bateria.

● Carregamento de um condensador

Num instante, t=0, quando fechamos o interruptor S, estabelece-se uma corrente no circuito
elétrico, iniciando-se o processo de carregamento do condensador. Durante este processo a carga
armazenada no condensador Q(t) aumenta, assim, como a diferença de potencial associada aos seus
terminais V(t). O processo de carga vai acontecer até que o condensador fique totalmente carregado,
nesse instante, a diferença de potencial aos seus terminais é igual a diferença de potencial da fonte de
tensão, e por isso, a corrente do circuito vai ser nula.
𝑑𝑄
Com recurso a lei das malhas e as expressões Q=CV, 𝐼 = , consegue-se deduzir que num processo
𝑑𝑡
de carga:
𝑡
−( )
𝑡
−( )
𝑡
−( ) 𝑉0 −(𝑡 )
𝑉(𝑡) = 𝑉0 (1 − 𝑒 𝜏 ) ; 𝑄(𝑡) = 𝐶𝑉0 (1 − 𝑒 𝜏 ) = 𝑄 (1 − 𝑒 𝜏 ) ; 𝐼(𝑡) = 𝑒 𝜏
𝑅
A constante de tempo τ do circuito corresponde a uma estimativa do intervalo de tempo necessário
para que a corrente que percorre o circuito diminua 1/e do seu valor inicial, ou seja, no instante t = τ,
𝐼0
𝐼= 𝑒
.

Quanto maior for o valor de τ, mais lento será o processo de carregamento.

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τ = RC

Na figura 4, encontra-se ilustrado em dois gráficos, a curva de carga de um condensador.

Figura 4 - Curvas de carga de um condensador

● Descarregamento de um condensador
Para se proceder ao processo de descarregamento do condensador, vamos ter que executar um
curto-circuito no circuito da figura 3 e retirar a fonte de tensão. A carga armazenada no condensador
vai diminuir até atingir uma carga nula.
𝑑𝑄
Com recurso a lei das malhas e as expressões Q=CV, 𝐼 = − 𝑑𝑡
, consegue-se deduzir que num
processo de carga:
𝑡 𝑡 𝑉0 −(𝑡 )
𝑉(𝑡) = 𝑉0 𝑒 −(𝜏) ; 𝑄(𝑡) = 𝐶𝑉0 𝑒 −(𝜏) ; 𝐼(𝑡) = 𝑒 𝜏
𝑅

Na figura 5, encontra-se ilustrado em dois gráficos, a curva de descarga de um condensador.

Figura 5 - Curvas de descarga de um condensador

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2. OBJETIVOS

● Entender o modo de funcionamento de circuitos elétricos DC simples.


● Estudar as associações de resistências em série e em paralelo.
● Verificação da Lei de Ohm.
● Verificação das Leis de Kirchhoff (Lei das Malhas e Lei dos Nós).
● Estudar a carga e descarga de um condensador num circuito RC.

3. MATERIAL UTILIZADO

● Fonte de alimentação DC.


● Placa de montagem “Breadboard”.
● Fios de ligação.
● 2 Multímetros.
● Várias Resistências.
● Condensador eletrolítico de 4700 µF.

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 VERIFICAÇÃO DA LEI DE OHM

Para procedermos à verificação da lei de Ohm, começamos por montar um circuito simples,
utilizando um gerador e uma resistência em série, como está ilustrado nas figuras 6 e 7.

Figura 6 - Montagem laboratorial de um circuito que Figura 7 - Esquema do circuito montado, desenhado no
verifique a lei de Ohm. caderno laboratorial.

Após montarmos o circuito, fizemos variar os valores de tensão da fonte e medimos com recurso a
um multímetro em modo amperímetro, a intensidade de corrente que percorre o circuito, com uma
incerteza de 0,01 mA, e a diferença de potencial aos terminais da resistência com recurso a um
multímetro em modo voltímetro, com uma incerteza de 0,01 V. Como os aparelhos de medição
utilizados na realização do procedimento experimental são digitais, a incerteza de medição é igual ao
menor valor de escala.
Medimos posteriormente, o valor da resistência com recurso a ohmímetro, para posteriormente
compararmos os dois valores experimentais obtidos. (Direto com recurso ohmímetro e indireto com
recurso aos valores de diferença de potencial e intensidade de corrente medidos).
Os dados medidos durante esta parte do procedimento experimental, serão utilizados na análise de
resultados para calcular o valor da resistência utilizada na montagem do circuito.

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4.2 ASSOCIAÇÕES DE RESISTÊNCIAS

4.2.1 Associação de resistências em série

Nesta parte do procedimento experimental, começamos por escolher três resistências com valores
nominais inferiores a 10 KΩ e recorremos a um ohmímetro para medir os seus valores reais com maior
precisão. Determinamos também o valor da resistência equivalente para posteriormente
compararmos com o seu valor teórico.
Posteriormente, fizemos a montagem das resistências em série na Breadboard, como está
representado na figura 8, com uma fonte de tensão de 10V e obtivemos um circuito igual ao que está
ilustrado na figura 9.

Figura 8 - Associação de resistências em série na Breadboard. Figura 9 – Esquema do circuito montado com três
Foto tirada por: Ana Carolina resistências em série, desenhado no caderno laboratorial.

Medimos posteriormente com recurso a um multímetro em modo voltímetro, a diferença de


potencial aos terminais da resistência equivalente, com uma incerteza de 0,01 V, e com recurso a um
multímetro em modo amperímetro, a intensidade de corrente que percorre o circuito, com uma
incerteza de 0,001 mA.
Os dados medidos durante esta parte do procedimento experimental, serão utilizados na análise de
resultados para validar a lei das malhas neste circuito.

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4.2.2 Associação de resistências em paralelo

Nesta alínea do procedimento experimental, começamos por montar as três resistências escolhidas
na montagem anterior (4.2.1) em paralelo, como está ilustrado na figura 10, e ligamos esta associação
de resistências em paralelo a um gerador, obtendo um circuito igual ao que está representado na figura
11.

Figura 10 - Montagem de três resistências em Figura 11 – Esquema do circuito com as três resistências em paralelo,
paralelo na Breadboard. desenhado no caderno laboratorial.
Foto tirada por: Ana Carolina

Depois da montagem da estrutura base do circuito, utilizamos um multímetro em modo voltímetro


para medir a diferença de potencial da resistência equivalente, com uma incerteza 0,01V, e com
recurso a um multímetro em modo amperímetro, medimos a intensidade de corrente que sai do
gerador, com uma incerteza de 0,001 mA.
Posteriormente, medimos com recurso a um ohmímetro, o valor da resistência equivalente, com
uma incerteza de medição igual a 0,01 KΩ. Este dado vai ser utilizado na análise de resultados para
compararmos o valor da resistência equivalente obtido indiretamente com base nos valores de
diferença de potencial e intensidade de corrente medidos, com o valor medido com recurso ao
ohmímetro.

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4.2.3 Associação mista de resistências
Nesta parte do procedimento experimental, montamos uma associação mista de resistências,
colocando a R3 em série com a associação em paralelo de R1 e R2, e ligamos esta associação mista de
resistências a um gerador, e obtivemos um circuito igual ao que está representado na figura 12.

Figura 12 - Esquema do circuito montado, com uma resistência em série, com duas resistências em paralelo, desenhado no
caderno laboratorial.

A seguir, para termos dados suficientes para calcular a Req, sem recorrer a um ohmímetro, medimos
com recurso a um multímetro em modo voltímetro a diferença de potencial aos terminais da
associação em paralelo de resistências (R12) e aos terminais da resistência equivalente (R123 ), com uma
incerteza de medição igual a 0,01 V, e com recurso a um multímetro em modo amperímetro, medimos
também a intensidade de corrente que sai do gerador, com uma incerteza de 0,001 mA.
Estes dados, vão ser utilizados na análise de resultados para calcular o valor da resistência
equivalente das duas resistências em paralelo (R12) sem recorrer a um ohmímetro, o valor da
resistência equivalente da associação mista de resistências (Req), verificar a lei dos nós e a lei das
malhas neste circuito.
Após termos recolhidos todos os dados necessários, realizamos com auxílio do professor Manuel
Abreu, um curto-circuito ao paralelo de resistências, e obtivemos um circuito igual ao que está
representado na figura 13.

Figura 13 - Circuito desenhado no caderno, que representa o curto-circuito efetuado ao paralelo de resistências.

Na segunda parte desta alínea do procedimento experimental, medimos com recurso a multímetro
em modo voltímetro, as diferenças de potencial associadas aos terminais de cada resistência.
Estes dados vão ser utilizados na análise de resultados para determinar a corrente que passa em
cada uma das resistências do circuito, após se ter efetuado o curto-circuito ao paralelo de resistências.
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4.3 VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO REAIS

Nesta alínea, com recurso a um multímetro em modo ohmímetro começamos por medir o valor real
de duas resistências com valor nominal 10 MΩ. Após efetuadas as medições, montamos um circuito
em série utilizando as duas resistências e uma fonte de tensão de 10 V, como está representado na
figura 14.

Figura 14 - Esquema do circuito com as duas resistências em série, desenhado no caderno laboratorial.

Com recurso a um multímetro em modo amperímetro medimos a intensidade de corrente que


percorre o circuito, com uma incerteza de 0,01 A.
Os dados recolhidos vão ser utilizados na análise de resultados para verificar a lei das malhas no
circuito.

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4.4 ESTUDO DA CARGA E DESCARGA DO CONDENSADOR

4.4.1 Carregamento do condensador

Nesta alínea do procedimento experimental, começamos por esquematizar no caderno um circuito


que nos permitisse medir a diferença de potencial entre as placas de um condensador e a intensidade
de corrente que passa pelo mesmo, enquanto está a ser carregado por um gerador dc. O esquema do
circuito que esquematizamos no caderno, encontra-se ilustrado na fig 15.

Figura 15 – Esquema do circuito de carregamento do condensador, desenhado no caderno laboratorial.

Na montagem do circuito utilizamos, um condensador de 4700 uF, um gerador, uma resistência do


valor nominal igual a 10 KΩ e diversos fios de ligação. Durante o processo de montagem tivemos que
ter muito cuidado, de modo a respeitar a polaridade de todos os aparelhos.
Após termos montado o circuito, procedemos a carga do condensador registando ao longo do tempo
a diferença de potencial entre as placas do condensador e a intensidade de corrente que o percorria.
Para efetuarmos este passo, utilizamos um amperímetro, um voltímetro e um cronômetro de bolso,
como está ilustrado na figura 16.

Figura 16- Sistema de medição utilizado. Foto tirada por: Ana Carolina

Os dados recolhidos vão ser utilizados na análise de resultados, para calcular o tempo necessário
para carregar totalmente o condensador e o tempo característico de carga do condensador (τ).

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4.4.2 Descarregamento do condensador

Para estudarmos o processo de descarga do condensador, retiramos a fonte de tensão e


substituímos-a por um curto-circuito. O circuito que obtivemos depois de efetuar esta operação é igual
ao que está representado na figura 17.

Figura 17- Circuito de


descarregamento do condensador
desenhado no caderno.
Figura 17 – Esquema do circuito de descarregamento do condensador, desenhado no caderno laboratorial.

Após este passo, registamos ao longo do tempo, com recurso a um voltímetro a diminuição da
diferença de potencial entre as placas do condensador, e com recurso a um amperímetro a diminuição
da intensidade de corrente que percorre o circuito.
Os dados recolhidos vão ser utilizados na análise de resultados, para calcular o tempo necessário
para descarregar totalmente o condensador e o tempo característico de descarga do condensador (τ).

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5. ANÁLISE DE RESULTADOS

5.1 VERIFICAÇÃO DA LEI DE OHM

● Cálculo do valor da resistência através de uma representação gráfica de diferentes medições da


intensidade da corrente no circuito e da diferença de potencial na resistência:

Tabela 1 - Valores de tensão, em V, e corrente, em A, medidos com os multímetros.

Medição ΔV (±0,01V) I (±0,00001 A)

1 1,00 0,00010

2 2,00 0,00020

3 3,00 0,00030

4 4,00 0,00040

5 5,00 0,00050

6 6,00 0,00061

7 7,00 0,00071

8 8,02 0,00081

9 9,01 0,00091

10 10,01 0,00102

A partir destes valores, foi possível fazermos o seguinte gráfico:

Gráfico 1 - Relação entre a diferença de potencial e a corrente elétrica medidas.


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𝑈
Lei de Ohm: 𝑅 = .
𝐼
𝐼
Como o declive da reta de regressão linear representada no gráfico resulta de , o valor da
𝑈
1
resistência obtém-se através de 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒.
1 1
𝑅= = = 10000𝛺
𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 0,0001

● Medindo com um Ohmímetro obtivemos 10277𝛺.

● Comparando os dois valores:

|𝑅𝑟𝑒𝑎𝑙−𝑅𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙| |10277−10000|
Erro relativo (%) = 𝑅𝑟𝑒𝑎𝑙
× 100 = 10277
× 100 = 2,70%

● Considerando o circuito com o gerador e a resistência em série, podemos determinar a


corrente, sem introduzir o amperímetro, através da lei de Ohm, medindo o valor da diferença
de potencial da resistência e dividindo-o pelo valor da resistência.
𝑈 𝑈
𝑅= ⇔𝐼=
𝐼 𝑅

● Cálculo da resistência interna do gerador:


Como sabemos que neste circuito:
∆𝑉𝑅𝑒𝑥𝑡
𝐼=
𝑅𝑒𝑥𝑡 + 𝑅𝑖𝑛𝑡

Sabendo o 𝑅𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑒 𝑜 𝑅𝑟𝑒𝑎𝑙 , podemos determinar o valor da resistência interna.

𝑅𝑖𝑛𝑡 = 𝑅𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝑅𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = 10277 − 10000 = 277Ω

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5.2 ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

5.2.1 Associação de resistências em série

● Cálculo da resistência equivalente (Teórico):

Req = R1 + R2 + R3 = 2190 + 2170 + 3250 = 7610 Ω

● Medição da resistência equivalente com recurso a um ohmímetro:

Req = 7620 Ω

Erro relativo associado:


|𝑉𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| |7620−7610|
Erro relativo = 𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 7610
× 100 = 0,13%

● Verificação da lei das malhas:

I = 1,314 × 10−3 𝐴 (Medido com o amperímetro)

∆𝑉1 + ∆𝑉2 + ∆𝑉3 + ∆𝑉𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = 0 (=)


(=) − 𝑅1 𝐼 − 𝑅2 𝐼 − 𝑅3 𝐼 + ∆𝑉𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = 0 (=)
(=) − (2190) × (1,314 × 10−3 ) − (2170) × (1,314 × 10−3 ) − (3250) × (1,314 × 10−3 ) + 10
= 0 (=)
(=) − 2,88 − 2,85 − 4,27 + 10,0 = 0 (=)
(=) 0 = 0 =>A lei das malhas é válida neste circuito.

● Porque é que um circuito deste tipo se designa “divisor de tensões”?

Um circuito “divisor de tensões” consiste numa conexão entre uma fonte de tensão e uma
associação de resistências em série. Estes sistemas têm como principal função atenuar baixas
frequências.

Pela lei das malhas:

∆𝑉𝐸 = ∆𝑉1 + ∆𝑉2 + ∆𝑉3 (=)


(=) ∆𝑉𝐸 = 𝑅1 𝐼 + 𝑅2 𝐼 + 𝑅3 𝐼 (=)
∆𝑉𝐸
𝐼=
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3

∆𝑉𝐸
∆𝑉1 = 𝑅1 𝐼 = 𝑅
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 1

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∆𝑉𝐸
∆𝑉2 = 𝑅2 𝐼 = 𝑅
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 2

∆𝑉𝐸
∆𝑉3 = 𝑅3 𝐼 = 𝑅
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 3

Este raciocínio pode ser generalizado para n resistências em série, sendo a tensão associado
aos terminais da resistência K:

∆𝑉𝐸
∆𝑉𝑘 = 𝑅3 𝐼 = 𝑅
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅𝑛 𝐾

Ou seja, neste tipo de circuitos, a tensão associada aos terminais de uma resistência será tanto
maior quanto maior for o valor da resistência.

Em suma, o termo “divisor de tensões”, é usado neste tipo de circuitos, uma vez que, a tensão
da fonte é igual a soma da tensão registada em todas as resistências associadas no circuito.
𝑛

∆𝑉𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒 = ∑ ∆𝑉𝑛
𝑖=1

5.2.1 Associação de resistências em paralelo

● Cálculo da resistência equivalente das três resistências (Teórico)

1 1 1 −1 1 1 1 −1
𝑅𝑒𝑞 = ( + + ) = ( + + ) = 816,29 Ω
𝑅1 𝑅2 𝑅3 2190 2170 3250
● Medição da resistência equivalente com recurso a um ohmímetro:

Req = 818,03 Ω

Erro relativo associado:


|𝑉𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| |818,03−816,29|
Erro relativo = = = × 100 = 0,21%
𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜 816,29

5.2.1 Associação mista de resistências

● Cálculo da resistência equivalente das três resistências (Teórico)

R1 está em paralelo com R2:

1 1 −1 1 1 −1
𝑅12 = ( + ) = ( + ) = 1089,98 Ω
𝑅1 𝑅2 2190 2170

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R12 está em série com R3:

𝑅123 = 𝑅12 + 𝑅3 = 1089,98 + 3250,00 = 4339,98 Ω


● Medição da resistência equivalente com recurso a um ohmímetro:

Req = 4350,00 Ω

Erro relativo associado:


|𝑉𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| |818,03−816,29|
Erro relativo = = 𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
= 816,29
× 100 = 0,21%

● Cálculo da resistência equivalente das duas resistências em paralelo, sem recorrer ao


ohmímetro.
𝑈
Considerando a lei de Ohm válida, podemos assumir que: 𝑅 = 𝐼

Através do uso de um voltímetro e um amperímetro, medimos a diferença de potencial entre os


terminais das resistências e a corrente I que passa no circuito, pelo que obtivemos os seguintes
valores:

∆𝑉1 = 2,50 𝑉 𝐼1 = 2,29 × 10−3 𝐴


∆𝑉2 = 2,50 𝑉
∆𝑉3 = 4,96 𝑉
Como a R1 está em paralelo com a R2, a ∆𝑉12 = 2,50 𝑉.
𝑈
Considerando a lei de Ohm válida, podemos assumir que: 𝑅 =
𝐼

∆𝑉12 2,50
𝑅12 = = = 1091,7 Ω
𝐼1 2,29 × 10−3
Erro relativo associado:
|𝑉𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| |1091,70−1089,98|
Erro relativo = = 𝑉𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
= 1091,70
× 100 = 0,16%

● Verificar lei dos nós


∆𝑉1 2,50
𝐼2 = = = 1,14 × 10−3 𝐴
𝑅1 2190,00
∆𝑉2 2,50
𝐼3 = = = 1,15 × 10−3 𝐴
𝑅2 2170,00
𝐼1 = 𝐼2 + 𝐼3 (=) 2,29 × 10−3 = 1,14 × 10−3 + 1,15 × 10−3 (=)
(=) 2,29 × 10−3 = 2,29 × 10−3 => 𝐴 𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑜𝑠 𝑛ó𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 − 𝑠𝑒 𝑛𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜.

● Quantas malhas existem neste circuito?

Neste circuito existem 3 malhas (3 percursos fechados possíveis).

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● Curto-circuito ao paralelo de resistências

Para procedermos ao cálculo da intensidade de corrente que percorre cada uma das resistências,
medimos com recurso a um voltímetro, a diferença de potência associado a cada uma das
resistências, de onde obtivemos os seguintes valores:

∆𝑉1 = 0 𝑉 ∆𝑉2 = 0 𝑉 ∆𝑉3 = 9,94 𝑉

∆𝑉
Assumindo que a lei de Ohm é válida neste circuito: 𝐼 = 𝑅

∆𝑉1 0
𝐼𝑅1 = = =0𝐴
𝑅1 2190,00
∆𝑉2 0
𝐼𝑅2 = = =0𝐴
𝑅2 2170,00
∆𝑉3 9,94
𝐼𝑅3 = = = 3,06 × 10−3 𝐴
𝑅3 3250,00

Posteriormente, utilizamos um amperímetro para averiguar a precisão dos nossos resultados, de


onde obtemos os seguintes valores:

𝐼𝑅1 = 0 𝐴
𝐼𝑅2 = 0 𝐴
𝐼𝑅3 = 3,05 × 10−3 𝐴

Erros relativos associados:


|𝐼𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜|
Erro relativo1 = = 𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 0%

|𝐼𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜|
Erro relativo2 = = 𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 0%

|𝐼𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| |3,05×10−3 −3,06×10−3 |


Erro relativo3 = = 𝐼𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 3,06×10−3
× 100 = 0,33%

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5.3 VOLTÍMETRO E AMPERÍMETRO REAIS

● Medição do valor das resistências com o ohmímetro:


𝑅4 = 8,41 𝑀𝛺
𝑅5 = 8,18 𝑀𝛺
● Medição da intensidade da corrente com o amperímetro:
𝐼 = 6,02 × 10−7 𝐴

● Quantas malhas existem neste circuito?

Neste circuito existe 1 malha (1 percurso fechado possível).

● Verificação da lei das malhas:

∑ ∆𝑉 = 0 ⇔
𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎

⇔ ∆𝑉𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 − ∆𝑉𝑅4 − ∆𝑉𝑅5 = 0 ⇔


⇔ 9,98 − 𝑅4 × 𝐼 − 𝑅4 × 𝐼 = 0 ⇔
⇔ 9,98 − 8,41 × 106 × 6,02 × 10−7 − 8,18 × 106 × 6,02 × 10−7 ⇔
⇔ 9,98 = 5,67 + 4,92 ⇔
⇔ 9,98 = 9,98

A lei das malhas verifica-se neste circuito.

● Um voltímetro ideal é um instrumento que mede a tensão elétrica de um circuito sem absorver
qualquer corrente elétrica, apresentando, por isso, uma resistência elétrica interna infinita.

● Um amperímetro ideal é um instrumento que mede a intensidade da corrente elétrica de um


circuito sem criar nenhuma queda de tensão quando colocado no circuito, apresentando, por
isso, uma resistência elétrica interna nula.

● Concluímos então que, como a lei das malhas foi verificada, podemos considerar que os
instrumentos de medida (voltímetro e amperímetro) são ideais.

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5.4 CARGA E DESCARGA DE UM CONDENSADOR

5.4.1 Carregamento do condensador

Tabela 2 - Valores da diferença de potencial e da corrente elétrica no processo de carga do condensador

Tempo (s) Diferença de potencial (V) Corrente elétrica (mA)

10 1,99 0,8

20 3,7 0,627

30 5,05 0,495

40 6,05 0,392

50 6,84 0,313

60 7,45 0,25

70 7,94 0,203

80 8,32 0,164

90 8,64 0,133

100 8,88 0,109

110 9,07 0,089

120 9,23 0,073

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Gráfico 2 - Tensão em função do tempo, no processo de Gráfico 3 – Corrente elétrica em função do tempo, no
carregamento do condensador. processo de carregamento do condensador.

A partir da análise do gráfico 3, podemos observar que a equação da intensidade em função do


tempo, no processo de carga do condensador é igual a:

𝑦 = 0,9491𝑒 −0,022𝑥

Fazendo uso da equação característica, da intensidade da corrente em função do tempo do


condensador no processo de carga, e igualando-a a equação obtida experimentalmente, podemos
deduzir que:

1
− = −0,022 => 𝑅𝐶 = 45,45 𝑠
𝑅𝐶
Através deste resultado e sabendo que a resistência do circuito é igual a 9830 Ω, podemos calcular
o valor experimental da capacidade do condensador utilizado.

𝜏
𝜏 = 𝑅𝐶 (=) 𝐶 = = 4623 𝜇𝐹
𝑅
Como sabemos que o valor teórico de capacidade do condensador utilizado na montagem do
circuito é igual a 4700 𝜇𝐹, podemos determinar o erro relativo e a variação percentual:

|𝐶𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝐶𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| | 4623 − 4700|


Erro relativo = 𝐶𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 4700
× 100 = 1,6%

Por fim, para calcularmos o tempo de carga do condensador, utilizamos a regra prática da
carga/descarga completa de um condensador num circuito RC, que nos diz que:

t= 5𝜏 = 5 × 45,45 = 227,3 𝑠

Serão necessários aproximadamente 227,3 s para carregar completamente o condensador neste


circuito.

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5.4.2 Descarregamento do condensador

Tabela 3 - Valores da diferença de potencial e da corrente elétrica no processo de descarga do


condensador

Tempo (s) Diferença de potencial (V) Corrente elétrica (mA)

10,7 7,11 0,712

20,4 5,59 0,558

30,5 4,43 0,442

40,6 3,52 0,353

50,7 2,78 0,280

60,7 2,21 0,222

69,7 1,81 0,181

80,8 1,39 0,131

90,5 1,12 0,112

100,5 0,9 0,090

108,7 0,75 0,075

112,9 0,68 0,069

118,6 0,61 0,061

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Gráfico 4- Tensão em função do tempo, no processo de Gráfico 5 – Corrente elétrica em função do tempo, no
descarregamento do condensador. processo de carregamento do condensador.

A partir da análise do gráfico 3, podemos observar que a equação da diferença de potencial em


função do tempo, no processo de descarga do condensador é igual a:

𝑦 = 8,8893 × 𝑒 − 0,023𝑥
Fazendo uso da equação característica, da diferença de potencial em função do tempo do
condensador no processo de descarga, e igualando-a a equação obtida experimentalmente, podemos
deduzir que:

1
= 0,023 => 𝑅𝐶 = 43,48 𝑠
𝑅𝐶
Através deste resultado e sabendo que a resistência do circuito é igual a 9830 Ω, podemos calcular
o valor experimental da capacidade do condensador utilizado.

𝜏
𝜏 = 𝑅𝐶 (=) 𝐶 = = 4423 𝜇𝐹
𝑅

Como sabemos que o valor teórico de capacidade do condensador utilizado na montagem do


circuito é igual a 4700 𝜇𝐹, podemos determinar o erro relativo e a variação percentual:

|𝐶𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜−𝐶𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜| | 4423 − 4700|


Erro relativo = 𝐶𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜
× 100 = 4700
× 100 = 5,9%

Por fim, para calcularmos o tempo de descarga do condensador, utilizamos a regra prática da
carga/descarga completa de um condensador num circuito RC, que nos diz que:

t= 5𝜏 = 5 × 43,48 = 217,4 𝑠

Serão necessários aproximadamente 217,4 s para descarregar completamente o condensador


neste circuito.
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7. CONCLUSÃO

Em geral, todos os objetivos propostos para esta atividade laboratorial foram cumpridos com
sucesso. Esta componente prática foi essencial para que pudéssemos cimentar alguns conceitos
teóricos, como a lei de Ohm, associação de resistências em série, associação de resistências em
paralelo, associação mista de resistências, processo de carga e descarga de um condensador. Para
além disto, permitiu-nos ainda familiarizarmos com alguns elementos e equipamentos de medição
utilizados em circuitos elétricos.
Os erros relativos que obtivemos no decorrer da análise e tratamento dos dados são reduzidos, o
que evidencia que os resultados obtidos experimentalmente estão muito próximos dos valores
teóricos. A existência destes erros pode ser fortuita de erro humano, calibração desadequada dos
equipamentos, ou devido a resistência dos fios condutores.

8. REFERÊNCIAS

[1] Abreu, Manuel., Trabalho laboratorial: Circuitos dc;


[2] Serway, Raymond A. e Jewett Jr, John W., Princípios de Física Volume 3 Eletromagnetismo, Ed.
Thomson São Paulo, 2006.
[3] Marques, Gil e Resende, Maria., Sistemas Elétricos e Eletromecânicos.

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