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O ambiente escolar sempre existiu?

Qual a verdadeira função do educador?


Quem tem direito à educação?
Quem é o sujeito da educação?
Somos formados para servir à quem?
O que devemos desenvolver na escola?
Será que no nosso período de formação somos levados à refletir
sobre o papel da escola e o mundo que nos cerca?
Como podemos atuar de forma ativa e transformadora?
Será que é só na escola que se dá o processo educativo?
Qual a relação entre ambiente escolar e estruturação do
pensamento?
Quais são os
problemas da escola?
Existem dois aspectos presentes nos
problemas da escola:
O teórico se refere às concepções
apresentadas nas teorias pedagógicas.
O prático se refere ao cotidiano da
educação escolar.
Concepções Pedagógicas
As concepções pedagógicas estão atreladas às tendências
pedagógicas que expressam as especificidades de nossa
história política, social e cultural. Nesse contexto, as práticas
docentes são conduzidas de acordo com o momento histórico
que a sociedade vivencia. Cada tendência apresenta as
concepções de homem e sociedade e identifica o papel da
escola de acordo com esta ideologia. Expressam uma
concepção de mundo de acordo com o contexto histórico em
que ela foi pensada.
Os professores Saviani e Libâneo propõem a reflexão
sobre as tendências pedagógicas. Mostrando que as
principais tendências pedagógicas usadas na educação
brasileira se dividem em duas grandes linhas de
pensamento pedagógico.
Elas são:
Tendências Liberais
Tendências Progressistas
1) Tendências Liberais

Liberal não tem a ver com algo aberto ou democrático,


mas com uma instigação da sociedade capitalista ou
sociedade de classes, que sustenta a ideia de que o
aluno deve ser preparado para papéis sociais de acordo
com as suas aptidões, aprendendo a viver em harmonia
com as normas desse tipo de sociedade, tendo uma
cultura individual:
1.1) Tradicional

Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos


históricos. Nesta tendência o professor é a figura
central e o aluno é um receptor passivo dos
conhecimentos considerados como verdades absolutas.
Há repetição de exercícios com exigência de
memorização.
1.2) Renovadora Progressiva

Por razões de recomposição da hegemonia da


burguesia, esta foi a próxima tendência a aparecer no
cenário da educação brasileira.
Caracteriza-se por centralizar no aluno, considerado
como ser ativo e curioso. Dispõe da ideia que ele “só irá
aprender fazendo”, valorizam-se as tentativas
experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do
meio natural e social. Aprender se torna uma atividade
de descoberta, é uma autoaprendizagem.
O professor é um facilitador.
1.3) Renovadora não diretiva (Escola Nova)

Anísio Teixeira foi o grande pioneiro da Escola Nova no


Brasil. É um método centrado no aluno. A escola tem o
papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais
com a parte psicológica do que com a social ou
pedagógica. E para aprender tem que estar
significativamente ligado com suas percepções,
modificando-as
1.4) Tecnicista
Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica,
também conhecida como behaviorista. Neste método de
ensino o aluno é visto como depositário passivo dos
conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através
de associações.
O professor é quem deposita os conhecimentos, pois ele é
visto como um especialista na aplicação de manuais; sendo
sua prática extremamente controlada.
Articula-se diretamente com o sistema produtivo, com o
objetivo de aperfeiçoar a ordem social vigente, que é o
capitalismo, formando mão de obra especializada para o
mercado de trabalho.
2) Tendências Progressistas

Partem de uma análise crítica das realidades sociais,


sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas
da educação e é uma tendência que não condiz com as
ideias implantadas pelo capitalismo.
O desenvolvimento e popularização da análise marxista
da sociedade possibilitou o desenvolvimento da
tendência progressista, que se ramifica em três
correntes:
2.1) Libertadora

Também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, essa


tendência vincula a educação à luta e organização de classe do
oprimido. Onde, para esse, o saber mais importante é a de
que ele é oprimido, ou seja, ter uma consciência da realidade
em que vive. Além da busca pela transformação social, a
condição de se libertar através da elaboração da consciência
crítica passo a passo com sua organização de classe.
Centraliza-se na discussão de temas sociais e políticos; o
professor coordena atividades e atua juntamente com os
alunos.
2.2) Libertária

Procura a transformação da personalidade num sentido


libertário e autogestionário. Parte do pressuposto de que
somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em
situações novas, por isso o saber sistematizado só terá
relevância se for possível seu uso prático. Enfoca a livre
expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os
conteúdos, apesar de disponibilizados, não são exigidos pelos
alunos e o professor é tido como um conselheiro à disposição
do aluno.
2.3) "Crítico-social dos conteúdos” ou "Histórico-Crítica"

Tendência que apareceu no Brasil nos fins dos anos 70,


acentua a prioridade de focar os conteúdos no seu confronto
com as realidades sociais, é necessário enfatizar o
conhecimento histórico. Prepara o aluno para o mundo
adulto, com participação organizada e ativa na
democratização da sociedade; por meio da aquisição de
conteúdos e da socialização. É o mediador entre conteúdos e
alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno.
Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e
subjetiva.
Ao conceberem a escola como
instituição isolada da
sociedade, criaram-lhe um dos
seus principais problemas.
A escola, que deveria fazer a
mediação entre o indivíduo e a
sociedade, tornou-se uma instituição
fechada, destinada a proteger a
criança desta mesma sociedade
construiu-se, então, uma fortaleza da
infância e da juventude, como se
nela não estivesse imersa.
Para proteger contra o quê?
Contra os perigos que advêm da
sociedade, responsabilizada por
todos os males e corrupções.
Criou-se a ilusão de ser possível
preparar o indivíduo para viver o
cotidiano da sociedade estando
ele de fora deste cotidiano, em
um desvio — o desvio escolar.
A escola acaba por ensinar um
conhecimento distante da realidade
social. Ergue-se muros para que a
realidade não entre na escola; criam-
se regras diferentes das vigentes na
sociedade, substitui-se a realidade
social pela realidade escolar.
A clausura escolar é ilusória,
pois a realidade social entra
pela porta dos fundos e
invade as salas de aula.
Mas, apesar de ilusória, esta
clausura determina o
distanciamento da escola do
cotidiano vivido pelos seus
integrantes.
Transmite

Conteúdos sem conexão com os afazeres


cotidianos
regras absolutas e naturais
autoridade inquestionável
uniformidade
a escola como merecedora – o sucesso é da
escola
esforço pessoal não é levado em conta, a não ser
no fracasso
o saber
Por que este distanciamento da
escola em relação à realidade social
é visto como um problema?
Por dois motivos:
Primeiro: Este distanciamento não é verdadeiro.
Quando a escola reproduz os valores sociais, os
modelos de comportamentos, os ideais da
sociedade; ela ensina o conteúdo que está
sendo aplicado na produção da riqueza e da
sobrevivência do grupo social sem explicar que
integram nossa vida cotidiana, ela dificulta o
surgimento dos questionamentos, ou seja,
universaliza este saber, impedindo que outros
saberes possam ser também veiculados e
valorizados — é como se só existissem esses
saberes.
Segundo: a escola ao escolher este
distanciamento, opta também por um modelo
de homem a educar — um homem passivo
perante o seu meio social, pois não sabe
aplicar os conhecimentos aprendidos na
escola para melhor entender o seu mundo e
nele atuar de forma mais eficiente.
A escola não deve ser pensada como
fortaleza da infância, como instituição que
enclausura seus alunos para melhor
prepará-los. É preciso articular a vida
escolar com a vida cotidiana; articular o
conhecimento escolar com os
acontecimentos do dia-a-dia da sociedade.
CONSEQUÊNCIA

um homem passivo
É PRECISO:

articular a vida escolar com a vida


cotidiana

articular o conhecimento escolar com os


acontecimentos do dia-a-dia da
sociedade
Conteúdos sem conexão com os afazeres cotidianos
Consequências:
Aprendizagem sem apreensão do conhecimento –
mecânica

Reflexão

Pensamento crítico

Pensamento abstrato
Outro problema da escola é a forma como
concebe e lida com o saber — seu
instrumento básico no trabalho de
desenvolver os indivíduos.
Um primeiro ponto a ser levantado diz respeito a forma
como a escola entende a finalidade de sua missão social.
As finalidades da escola são colocadas, nas teorias
pedagógicas e no cotidiano, como sendo culturais:
transmitir o conhecimento acumulado pela humanidade
para que as pessoas possam se aperfeiçoar e cumprir
funções sociais importantes. Assim, para as teorias
pedagógicas, o lugar social que o indivíduo ocupará na
sociedade depende do grau de cultura que adquirir.
A escola atesta o saber através de
diplomas, que se tornam passaportes
para a vida social. O grau de cultura que
o diploma atesta é tomado como a
possibilidade de o indivíduo diplomado
ocupar lugares na sociedade.
MAS É SÓ ISSO?
O DIPLOMA GARANTE ESSELUGAR SOCIAL?
ISSO ACONTECE PARA TODOS?
Um outro problema é a relação da escola com a
transmissão do saber:
Ou ensina as respostas aos alunos sem que eles
tenham feito as perguntas, ou estimula as
perguntas e menospreza a importância de se
obter respostas.
As escolas mais tradicionais não acreditam
que seus alunos possam ter assuntos
interessantes para contar ou perguntas
estimuladoras para fazer. Assim, os
colocam quietos, olhando para o professor
que ensina o conhecimento necessário.
Mas, para que serve este conhecimento?
Esta é a pergunta que fica.
Nas escolas mais renovadas, o problema aparece
de forma invertida:
Diversos recursos são utilizados para estimular o
aluno a fazer perguntas sobre os mais variados
assuntos. O importante é perguntar. Muitas
vezes, no entanto, as crianças acabam não tendo
as respostas adequadas para as suas perguntas,
e o ato de perguntar vai se esvaziando
lentamente, até perder todo o seu sentido.
Duas lógicas:
 As respostas são dadas aos alunos sem que
eles tenham feito as perguntas.
 Estimula as perguntas e menospreza a
importância de se obter respostas .
CONSEQUÊNCIAS???????
Desvalorização
Desmotivação
Desinteresse
Um outro problema é o lugar do FRACASSO
ESCOLAR?

A escola como merecedora.


O aluno como fracassado.

Consequências:
Desmotivação
Desinteresse
Desvalorização subjetiva

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