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Mestra em
Desenvolvimento e
Meio Ambiente pela
Ufal. Professora de
Economia na
Faculdade Alagoana
de Administração
(FAA) e na
Sociedade de Ensino
Universitário do
Nordeste (Seune)
RESUMO O ensaio propõe-se a analisar a dinâmica do mercado de tra-
balho informal no Estado de Alagoas e as principais causas
de sua expansão, no período 1997 − 2003, a partir de pesqui-
sas realizadas pelo IBGE (ECINF 1997 / 2003 e PNAD 2003 /
2004), buscando identificar a relação estabelecida entre os
indicadores socioeconômicos e as fragilidades políticas, so-
ciais e econômicas locais. Nesse contexto, são apresentados
os desafios enfrentados pelos que, expulsos ou impedidos
de ingressarem no mercado de trabalho formal, desprovidos
de recursos e com baixo grau de escolaridade, aventuram-se
na informalidade munidos, apenas, de esperança, determi-
nação e habilidades adquiridas.
1
Para maiores informações sobre a dependência do Estado em relação à transferência de recursos
federais, ver Carvalho (2007).
2
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2004), entre a população em
idade ativa (10 anos ou mais de idade), 25% não tinham qualquer grau de instrução e 31% possuí-
am entre 1 e 4 anos de estudo, ou seja, 56% eram analfabetos funcionais. Por outro lado, apenas 10%
desse mesmo universo possuíam 11 anos ou mais de estudo, o que corresponde ao segundo grau
completo e apenas 2% possuíam 15 anos de estudo. A taxa de alfabetização entre os de cinco anos
ou mais de idade era de 68%, enquanto em São Paulo esse percentual era de 92%.
3
20% da população economicamente ativa não recebem qualquer rendimento mensal e quase 50%
recebem até 1 salário mínimo, enquanto apenas 1% aufere rendimento médio mensal acima de 10
salários mínimos. (PNAD, 2004)
4
As leis trabalhistas demoraram no campo e, ainda hoje, é ignorada em boa parte do país. Esses
trabalhadores são mais dispersos dificultando, inclusive, a fiscalização desenvolvida pela Delega-
cia Regional do Trabalho. Isso leva a crer que o grau de informalidade no campo é maior que na
área urbana.
5
O valor adicionado ou agregado corresponde ao que cada setor agrega aos bens intermediários
utilizados no processo produtivo, para compor o valor do produto final posto à venda no mercado.
6
Fonte: IBGE, PNAD 2003.
7
Idem.
A CAPACIDADE DE CONSUMO
8
No mercado informal do Estado de Alagoas, a remuneração das mulheres correspondia, em 2003,
a 67% da remuneração dos homens. No mercado de trabalho formal, 76%.
9
52% da população ocupada no mercado de trabalho informal cumprem uma jornada superior a 40
horas semanais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
10
Impostos que incidem sobre o consumo, a exemplo do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
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Segundo pesquisa no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), realizada em
03/02/2005, pessoas que ganham até dois salários mínimos são tributadas em 13,13% de sua
renda, por meio do consumo, enquanto as que ganham mais de trinta salários mínimos são
tributadas em 6,94%. Em outras palavras, a regressividade da carga tributária, caracterizada
por elevada participação dos impostos indiretos ou dos impostos que incidem sobre o consu-
mo sacrifica mais as classes de baixa renda.