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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia de Alimentos - FEA


Embalagens - TA623

Aula Prática 1 - Transmissão de luz em embalagens plásticas

Daniel Piau Candido - 195863


Giovanna Ostapenko Araujo - 216932
Julia De Azevedo Zanini - 176833
Maisa Freitas Capristo - 221336
Maria Vitória Lopes Araújo - 202914
Stefany Tauany de Queiroz de Carvalho - 205877
Thainá Bianchi Mazzarella - 224657
Thaís Araújo da Silva - 187387
Vinicius de Paola Santos - 206756
Vitória de Barros Silva - 188505

Campinas, SP
Maio, 2022
INTRODUÇÃO
A energia transmitida por fontes luminosas ou artificiais ultravioleta ou visível,
interfere significativamente na estabilidade de alimentos, uma vez que apresentam efeito
deteriorativo, por atuarem na iniciação e aceleração de reações de degradação por meio da
ação fotoquímica. Apesar de o intervalo correspondente ao ultravioleta no espectro seja
estreito (de 200 a 380 nm), a luz emitida em tal região apresenta maior energia que a luz
emitida na região do visível (de 380 a 780nm), uma vez que a energia é diretamente
proporcional à freqüência e inversamente proporcional ao comprimento de onda
(SILVERSTEIN; BASSLER; NORRIL, 1987).
Sendo assim, a radiação UV absorvida por grupos cromóforos presentes na
composição do produto induz a uma maior taxa de degradação fotoquímica. Dessa forma,
faz-se o uso de compostos orgânicos denominados de estabilizadores de luz com o objetivo
de prevenir a fotodegradação causada por luz solar ou luz UV artificial. Os estabilizadores de
luz são aditivos de anti-envelhecimento que agem na estabilização da luz UV que incide na
embalagem e nos produtos, inibindo tais degradações (COLTRO; BURATIN, 2004).
As propriedades de transmissão de luz de uma embalagem estão diretamente
relacionadas à estrutura química do material. Embalagens que tem o plástico como matéria
prima diferem grandemente entre si, quanto à transmissão de luz, especialmente na região
ultravioleta (UV). Além disso, a presença de regiões cristalinas influencia na redução do grau
de transmissão da luz, em espessuras intermediárias, os polímeros semicristalinos
usualmente são translúcidos. A barreira à luz UV pode ser melhorada com a adição de
absorvedores de UV (CHARRIER, 1990).
A absorção da luz através do material de embalagem depende da coloração e da
intensidade desta cor. Além da espessura do material, uma vez que quanto maior espessura do
material, maior será a absorção de luz pela embalagem, pois há uma maior densidade ótica a
ser percorrida pela luz até que a mesma consiga atravessar o material (JAIME; BÓCOLI; DE
FARIA, 2018). Sendo assim, o presente relatório tem como objetivo realizar uma discussão
acerca dos exercícios da aula prática de determinação da porcentagem de transmitância total
em função do comprimento de onda da luz incidente.

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EXERCÍCIOS
1.Explique o motivo de uma embalagens de óleo comestível ser em PET e transparente.
R: Fontes luminosas naturais ou artificiais, seja ultravioleta (UV) ou visível, são
capazes de afetar a estabilidade de produtos, uma vez que podem iniciar e acelerar reações de
degradação. E no caso dos óleos vegetais a principal causa de deterioração é a rancidez, que
está associada com o grau de insaturação dos ácidos graxos presentes nos triglicerídeos.
A embalagem tem função de atuar no controle/barreira dos parâmetros que afetam a
oxidação, sendo a eles o oxigênio, a umidade e a luz (principalmente a ultravioleta). Sendo os
óleos vegetais majoritariamente comercializados em PET transparente, poderíamos apontar
que não se trata de uma boa escolha. Porém, a barreira da luz pode ser obtida sem
comprometer a transparência do PET com a adição de absorvedores de luz ultravioleta. Um
exemplo de um composto absorvedor de luz ultravioleta é o Cloreto de Vinila, entretanto, é
um composto tóxico e a legislação brasileira permite o uso máximo de 1mg/kg de material.
(OLIVEIRA; ANTONIO; SARANTOPOULOS, 2005)

2. Obter os gráficos e anotar as diferenças entre os espectros das embalagens e elaborar uma
tabela com as seguintes colunas: Amostra, Transmitância, cor visual, explicação.

Figura 1. Embalagem plástica amostra 1. Figura 2. Embalagem plástica amostra 2.

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Figura 3. Embalagem plástica amostra 3. Figura 4. Embalagem plástica amostra 4.

Figura 5. Embalagem plástica amostra 5. Figura 6. Embalagem plástica amostra 6.

Figura 7. Embalagem plástica amostra 7. Figura 8. Embalagem plástica amostra 8.

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Figura 9. Embalagem plástica amostra 9. Figura 10. Embalagem plástica amostra 10.

Os resultados dos gráficos foram reunidos na Tabela 1 de acordo com suas


características peculiares.

Tabela 1. Dados do Teste de Transmissão de Luz de Embalagens Plásticas.

Amostra Transmitância Cor Visual Explicação


(a 800 nm)

1 85 % Transparente A embalagem transparente possui baixa


proteção ao espectro de luz em geral, ou
seja, todos os espectros de luz na onda
de 310 a 800 nm (maior parte das cores
visíveis a olho nu) a embalagem permite
que transpasse a barreira com uma
transmitância de 85%.

2 86 % Amarelo Pelo gráfico podemos ver que até 450


nm a embalagem retém parte da
radiação de certas cores, em especial o
violeta ou violeta-azulado. Estas cores
quando absorvidas reflete no material
uma cor verde-amarelado ou amarelo
(USP, 2014).

3 88 % Verde Tal coloração oferece relativa proteção à


incidência de luz. Há três bandas de
comprimentos de onda que a embalagem
não oferece proteção eficiente contra a
radiação UV: 400-420 nm que absorve a
coloração violeta refletindo
verde-amarelado; 580-630 nm que
absorve a coloração laranja e reflete a
azul; e por fim de 630-720 nm que
absorve a cor vermelha e reflete a cor

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ciano (USP, 2014). As cores refletidas,
verde-amarelado/azul/ciano são as cores
relativas que visualizamos na
embalagem.

4 80 % Âmbar A embalagem âmbar é capaz de


absorver toda a radiação em
comprimentos de onda menores de 450
nm, oferecendo proteção à luz (essencial
em produtos como cerveja e
determinados medicamentos). Sabe-se
ainda que para uma mesma tonalidade
âmbar, quanto maior for a espessura,
menor será a transmissão de luz pelo
material, consequentemente, maior será
a barreira à luz da embalagem.

5 83 % Azul Embora a cor azul dificulte a


visualização do produto, a proteção à luz
ocorrerá somente na faixa entre 500 a
670 nm. Sendo assim, não oferece
proteção à luz no comprimento de onda
entre 330 a 450 nm. Entretanto, uma
tonalidade de azul mais forte em
embalagem de maior espessura,
diminuirá a transmissão de luz.

6 45 % Branca Opaca A embalagem branca opaca a princípio


não possui absorção das variadas cores
obtendo uma % de transmitância baixa
em relação às outras embalagens. No
entanto, com o aumento do
comprimento de onda há uma leve
absorção das cores, porém também
baixa já que se trata de um objeto opaco,
ou seja, terá a difusão dos raios
luminosos no interior do objeto
dificultando a completa passagem pela
barreira do material.

7 82 % Transparente A embalagem transparente, por si,


Amarelada permite a passagem de muitas cores, no
entanto, como há um leve tom
amarelado a faixa de comprimento de
onda entre 300 - 450 nm torna o
aumento da transmitância (%) mais
gradual e menos declinado.

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8 0% Preta A embalagem preta possui eficiência
máxima quanto à proteção de radiações,
dados que o preto, por si, é a ausência de
cores; logo todo o espectro de luz
incidente será absorvido pelo material
resultando em transmitância 0% ao
longo do espectro.

9 85% Transparente com A radiação UV, tendo maior energia do


aditivo UV que a visível, induz a uma maior taxa de
oxidação. Por este motivo, compostos
orgânicos denominados de
estabilizadores de luz são usados como
aditivos a fim de prevenir a
fotodegradação causada pela luz solar e
por luz UV artificial. Pelo gráfico
podemos observar a barreira até a faixa
de 400 nm impedindo a passagem de luz
UV (<400 nm).

10 90% Transparente A embalagem para água, usualmente


comercializada, é utilizada com um
material transparente por conta de não
ter a necessidade de uma barreira efetiva
à luz; ou seja, a luz não impacta de
forma significativa na qualidade da água
contida na embalagem plástica
transparente.

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REFERÊNCIAS

COLTRO, L.; BURATIN, A. E. P. Garrafas de PET para óleo comestível: avaliação da


barreira à luz. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v. 14, n. 3, p. 206-211, 2004.
JAIME, S. B. M.; BÓCOLI, P. F. J.; DE FARIA, T. B. Barreira à luz de embalagens de vidro.
Boletim de Tecnologia e Desenvolvimento de Embalagens. Instituto de Tecnologia de
Alimentos (ITAL), Campinas, SP, v. 30, n. 2, 2005.
OLIVEIRA, L. M.; ANTONIO, J. T.; SARANTOPOULOS, C. I. G. Embalagens plásticas
para óleos. Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 1-4,
maio de 2005.
SILVERSTEIN, R. M.; BASSLER, G. C.; NORRIL, T. “Identificação Espectrométrica de
Compostos Orgânicos”. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, p. 203, 1987.
USP. Absorção e emissão de luz. Disponível
em:<http://www.iq.usp.br/fmvichi/html/EXP%204.pdf>. Acesso em 15/05/2022. 2014.

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