PROPÓSITO
Identificar os nutrientes que compõem um alimento e compreender as características, funções
biológicas e tecnológicas, alterações químicas e físico-químicas das proteínas, lipídios e
carboidratos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Os alimentos são sistemas complexos compostos por diversas substâncias químicas com
diferentes importâncias para o corpo humano após serem consumidas. A Nutrição é o estudo
da composição e dos efeitos dos alimentos para nosso corpo quando ingeridos.
CONTEXTUALIZAÇÃO
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A ciência da Nutrição é aquela que avalia a relação entre os componentes dos alimentos,
nutrientes ou não, e sua relação com o corpo humano quando consumidos. Avalia a ingestão, a
absorção, o transporte de nutrientes e a excreção de resíduos após o consumo de um alimento,
a ação-interação e equilíbrio relacionados com saúde e doenças, assim como suas funções
físicas, biológicas e mentais (MITCHELL et al., 1978).
NUTRIENTES E CLASSIFICAÇÃO
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Os nutrientes são componentes químicos que apresentam importância para o corpo humano e,
por isso, são indispensáveis à atividade do organismo e a saúde, pois desempenham diversas
funções. Eles podem, por exemplo, ser utilizados como reserva de energia, participam de
determinadas atividades fisiológicas, fazem parte da estrutura de moléculas importantes.
Não-essenciais, aqueles que o organismo consegue produzir para suprir sua demanda, ou
essenciais, os quais o ser humano não é capaz de produzir em quantidade ideais e, por
isso, devem ser obtidos pela alimentação.
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São exigidos em maiores quantidades. Normalmente, devem ser consumidos alguns gramas
por dia. Eles são responsáveis pela maior parte das calorias que devem ser absorvidas
diariamente.
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ATENÇÃO
O conhecimento da composição de alimentos é de fundamental importância e apresenta
benefícios econômicos para indústria e para políticas governamentais.
1795
1816
1844
O francês Boussingault publicou uma tabela sobre o valor nutricional de uma ração animal
visando o avanço da relação de composição dos alimentos e nutrição (MCMASTERS, 1963). A
partir disso, estudos fisiológicos passaram a ser desenvolvidos, até que se percebeu a
necessidade da energia para que determinadas reações e atividades do corpo humano
pudessem acontecer. Então, estudos de calorimetria dos alimentos foram realizados e, em
seguida, os coeficientes de disponibilidade energética para os macronutrientes foram
determinados.
1896
Em seguida, após a II Guerra Mundial, mais estudos sobre composição de alimentos foram
desenvolvidos e, com cooperação internacional, a FAO (Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura) desenvolveu tabelas de composição de alimentos regionais.
1850
Dando continuidade às descobertas, Henneberger, Stohmann e colaboradores deram início à
análise de composição centesimal de alimentos em ração animal em 1850, dando a esta
proposta o nome de método Weende que é um método utilizado até os dias de hoje
(KOIVISTOINEN, 1996).
1924
1936
1957
O estudo de composição de alimentos, que passou por diversas evoluções, visa o
conhecimento completo sobre as fontes de nutrientes necessárias, seus efeitos no corpo e sua
atuação na prevenção e cura de doenças.
Essas leis são utilizadas até hoje como direcionamento e base para uma alimentação saudável
e coerente.
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ALIMENTOS CONSTRUTORES
Auxiliam nos processos de reparação e construção de tecidos, como ossos, músculos,
cartilagem. Os principais alimentos presentes nesta classificação são os ricos em proteínas
(carnes, ovos, peixes) que são essenciais para formação de todos os tecidos, mas também
devemos considerar aqueles ricos em minerais, substâncias essenciais à constituição dos
dentes, e a água, que é necessária para praticamente todas as reações.
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ALIMENTOS REGULADORES
São importantes para manutenção do equilíbrio metabólico devido ao controle das condições
internas, de reações e processos. Podemos citar como exemplos alimentos vegetais, como
verduras, legumes e frutas, que possuem componentes importantes: água, minerais, vitaminas
e proteínas.
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ALIMENTOS ENERGÉTICOS
São fontes de energia e calor quando metabolizados. Os carboidratos são os meios mais
eficazes e econômicas de obtenção de energia, porém ela também pode ser provida, em
menores quantidades, por proteínas e lipídios. Por isso, as principais fontes são cereais, como
o trigo, leguminosas, raízes e tubérculos, e açúcares.
ALIMENTOS IN NATURA
Aqueles que não sofreram nenhuma alteração tecnológica que modifiquem sua estrutura ou
composição química.
ALIMENTOS PROCESSADOS
Alimentos que sofreram processos tecnológicos que podem envolver a mudança físico-
química, adição de ingredientes, alteração de propriedades sensoriais, visando a obtenção de
alimentos com maior vida útil, ou seja, validade, segurança microbiológica e acessibilidade fora
da época de produção.
LEIS DA ALIMENTAÇÃO
Pedro Escudero determinou quatro leis que podem ser direcionadas a indivíduos saudáveis e
enfermos. Elas são baseadas em conclusões científicas sobre como consumir alimentos
corretamente. Segundo a Associação Brasileira de Nutrição (1991), são elas:
Lei da quantidade
Tudo que for consumido pelos indivíduos deve estar em quantidades suficientes para atender
às necessidades energéticas do corpo mantendo o equilíbrio nutricional para as atividades
metabólicas necessárias. Para isto, as calorias devem estar divididas adequadamente entre
alimentos de função plástica, reguladora e energética e/ou grupos alimentares.
Lei da qualidade
A composição de nutrientes dos alimentos presente no plano alimentar deve ser completa, ou
seja, deve conter todos os nutrientes e grupos alimentares.
Lei da harmonia
Lei da adequação
A definição do plano alimentar deve ser realizada com a integração do objetivo a fatores
biológicos (idade, sexo, doenças) e fatores socioeconômicos (cultura, classe econômica,
religião, hábitos regionais).
RESUMINDO
O plano alimentar ideal, seguindo as leis da alimentação, deve ser quantitativamente suficiente,
qualitativamente completo, ter harmonia entre os componentes e ser adequado às
necessidades individuais (BARIONI et al., 2008).
Para definição do plano alimentar, temos que considerar as funções dos alimentos, o que pode
ser mais bem entendido de acordo com sua classificação.
Em seguida, vamos conhecer o Guia Alimentar, composto por recomendações e diretrizes para
se ter uma alimentação saudável. Voltado especificamente para população brasileira, é
utilizado como apoio a ações de educação alimentar e nutricionais do SUS e de outros setores.
GUIA ALIMENTAR
O Guia Alimentar para População Brasileira foi criado pelo Ministério da Saúde em 2006. No
entanto, avaliando a mudança no comportamento da população e a evolução no
comportamento social em relação à saúde e à nutrição, houve a necessidade de atualização
das diretrizes, e, assim, em 2014, uma segunda edição foi divulgada. (Figura 1).
Capítulo 1
Mostra a importância da alimentação adequada para saúde, considerando nutrientes, a
combinação de alimentos e atitudes culturais e sociais da prática alimentar.
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FUNDATEC - 2019 - PREFEITURA DE MAÇAMBARA - RS - NUTRICIONISTA)
AS LEIS FUNDAMENTAIS DA ALIMENTAÇÃO TÊM POR OBJETIVO
POSSIBILITAR UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA TANTO PARA A POPULAÇÃO
SAUDÁVEL COMO PARA ENFERMOS. QUAIS SÃO ESSAS LEIS?
B) Os nutrientes essenciais são aqueles que o corpo produz, não sendo necessário consumi-
los.
GABARITO
São quatro as leis da alimentação criadas por Pedro Escudero em 1937, quantidade, qualidade,
harmonia e adequação. Elas são diretrizes para se ter uma alimentação adequada e
equilibrada.
MÓDULO 2
CONTEXTUALIZAÇÃO
As proteínas são compostos fundamentais para a vida, exercendo diversas funções biológicas.
Seu nome provém da palavra grega “proteios”, que significa “tem primazia” ou “o primeiro”
(RIBEIRO; SERAVALLI, 2007). É a primeira macromolécula considerada essencial, sendo o mais
abundante componente estrutural e funcional das células do corpo humano (COSTA; PELUZIO,
2008). Podem ser de origem vegetal ou animal.
São substâncias químicas poliméricas, ou seja, apresentam em sua estrutura repetições de
determinados grupamentos. No caso das proteínas, os grupamentos de repetição, também
chamados de monômeros, são os aminoácidos unidos por ligações covalentes planares muito
estáveis (ligações peptídicas), em que um carbono do grupamento carboxílico de um
aminoácido é unido ao nitrogênio do grupamento amino de outro aminoácido (Figura 2).
Antes de entender as funções, a estrutura química das proteínas e as alterações que podem
sofrer no alimento, assim como sua recomendação e aspectos tecnológicos, é necessário
entender completamente a composição dos aminoácidos que as compõem.
AMINOÁCIDOS
Os aminoácidos são compostos por grupos amino (-NH2) e carboxílicos (-COOH) livres (Figura
3). No carbono α, esses grupos apresentam-se ionizados em soluções aquosas de pH neutro.
Sendo assim, o grupo amino pode receber um próton e o grupo carboxílico pode perder um
próton, fazendo com que os aminoácidos apresentem caráter ácido- básico, o que faz com que
eles sejam solúveis em água e pouco solúveis em solventes orgânicos.
Cada aminoácido apresenta um grupamento lateral, chamado de radical (R), que interfere
diretamente nas propriedades físico-químicas desta substância, assim como sobre a proteína
que irá compor.
Os aminoácidos podem ser classificados de acordo com a polaridade da sua cadeia lateral em:
Dispensáveis ou não essenciais, são aqueles que são sintetizados pelos organismos, como
alanina, asparagina, serina, dentre outros.
Indispensáveis ou essenciais, que não são produzidas ou não são produzidas o suficiente para
atender à demanda do corpo, como histidina, isoleucina, lisina, treonina e outros.
Condicionalmente indispensáveis, como arginina, cisteína, glutamina etc., ou percursores dos
condicionalmente indispensáveis, como metionina que gera a cisteína, ou fenilalanina
percursora da tirosina.
Outra característica dos aminoácidos é sua capacidade de girar no plano de luz polarizada, ou
seja, a isomeria óptica. Para isso, é necessária a presença de um carbono assimétrico, que é
aquele que contém quatro diferentes substituintes. A maioria dos aminoácidos se encontra na
forma Levogira (L-aminoácidos), que é a forma naturalmente encontrada nas proteínas. Porém,
a isoleucina e a treonina possuem mais de um centro assimétrico.
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Envolve a interação entre grupos diferentes, sendo o primeiro grau de ordenação espacial.
Ocorre devido à capacidade de se arranjarem entre os planos α e β.
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Resultado da interação entre diferentes cadeias. Estrutura exclusiva de proteínas com mais de
uma cadeia polipeptídica. Forças envolvidas na estabilização desta estrutura são semelhantes
à estrutura terciária, exceto as pontes dissulfeto. Um exemplo de proteínas com esta estrutura
é a hemoglobina.
TAMANHO DA CADEIA
Podem ser monoméricas, quando possuem apenas uma cadeia, ou oligomérica, quando
possuem mais de uma cadeia polipeptídica.
AMINOÁCIDOS
Podem ser chamadas de completas quando possuem teor equilibrado de aminoácidos, ou
incompletas quando apresentam deficiência de algum aminoácido essencial, como é o caso
das proteínas vegetais.
ESTRUTURA
Quanto à estrutura, podem ser classificadas em simples ou conjugadas. Estruturas simples são
aquelas que, sob hidrólise química ou enzimática, fornecem apenas aminoácidos ou
conjugadas, quando possuem, além dos aminoácidos, uma porção chamada de grupo
prostético, que é não aminoacídica.
SOLUBILIDADE
As proteínas podem ser divididas de acordo com a solubilidade em diferentes soluções, como
as albuminas, que são solúveis em água e podem coagular pelo calor (Ex.: do soro do leite),
glutelinas, que são insolúveis em soluções de sais diluídos e solúveis em ácidos (ex.: glutenina,
proteína formadora do glúten), protaminas, solúveis em soluções fortemente básicas.
SIMPLES
CONJUGADAS
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ESTRUTURAL
Dentre as proteínas que exercem função estrutural estão queratina, actina e miosina, albumina
e colágeno. A queratina, por exemplo, é encontrada na pele, unhas e cabelos e apresenta a
função de evitar o dessecamento por ser impermeabilizante. Enquanto a actina e miosina são
proteínas que participam do processo de contração e relaxamento do músculo.
ENZIMÁTICA
É importante saber que toda enzima é uma proteína, mas nem toda proteína é uma enzima.
Enzimas são moléculas com capacidade de catalisar reações químicas e biológicas que
possuem alta especificidade. Elas possuem sítios ativos ou catalíticos, onde apresentam
aminoácidos disponíveis e onde o substrato se liga formando um complexo que aumentará a
velocidade de determinadas reações químicas. Um exemplo de enzimas são as lipases, que
são responsáveis pela hidrólise das moléculas de lipídios em suas unidades básicas, como
ácidos graxos.
HORMONAL
Hormônios são moléculas produzidas por glândulas endócrinas que controlam diferentes
funções no organismo, como estimular ou inibir a atividade de órgãos. Exemplos de hormônios
de natureza proteica são a insulina e glucagon, que são produzidos pelo pâncreas e participam
da regulação de glicemia.
DEFESA E COAGULAÇÃO
As proteínas com estas funções são capazes de se ligar a moléculas estranhas (antígenos) e
minimizar seus efeitos, como é o caso das imunoglobulinas e anticorpos. Já a trombina e
fibrinogênio são exemplos de proteínas que apresentam a capacidade de formar coágulos para
prevenir a hemorragia.
TRANSPORTE
Algumas proteínas apresentam a função de transportar demais moléculas, como é o caso da
hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue, e mioglobina, que transporta
o oxigênio nos músculos.
NUTRIÇÃO
As proteínas são fontes de aminoácidos essenciais e podem fornecer energia ao serem
oxidadas. Esta função será explicada melhor a seguir.
Uma proteína considerada de alto valor biológico ou alta qualidade apresenta em sua estrutura
todos os aminoácidos essenciais em quantidades ideias, assim como estes apresentam
digestibilidade (biodisponibilidade) adequada.
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Proteínas de origem animal
Podem ser consideradas proteínas completas, pois apresentam aminoácidos essenciais em
teores adequados para necessidade humana. Carnes, leites e derivados e ovos são fontes de
proteínas animal.
A desnaturação proteica é a principal alteração que as proteínas podem sofrer. Ela pode ser
desejável quando apresenta modificações que promoverão características tecnológicas de
interesse, como a gelificação, mas também pode ser indesejável quando as mudanças irão
desestabilizar os produtos, como quando ocorre a aglomeração de partículas, espontânea ou
não espontânea, assim como quando o enovelamento da estrutura ocorre naturalmente ou por
fatores como calor, e reversível ou não reversível.
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Proteínas - Desnaturação e Renaturação.
ATENÇÃO
Calor, pH, radiações ultravioletas, luz, solventes orgânicos ou ação mecânica são fatores que
podem gerar a desnaturação da proteína.
A solubilidade das proteínas está relacionada à capacidade de interagir com o solvente por
pontes de hidrogênio, ligações dipolo-dipolo (interações entre moléculas polares) ou iônicas
(interações entre íons que apresentam carga oposta). Por isso, é influenciada pelo pH, força
iônica e temperatura.
ATENÇÃO
Este efeito é conhecido como salting in. Em concentrações acima de 1 mol/L, há o efeito salting
out, em que a solubilidade proteica diminui em razão da competitividade da proteína e água
pelos íons (RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).
Com a presença de solventes, a solubilidade das proteínas pode ser reduzida devido à
diminuição da constante dielétrica do meio, parâmetro que, quando aumentado, reduz a força
de atração entre os íons, e pela redução da hidratação das moléculas de proteínas.
À MEDIDA QUE HÁ UM AQUECIMENTO DE 40 A 50°C, A
SOLUBILIDADE DAS PROTEÍNAS TENDE A AUMENTAR.
PORÉM, SE A TEMPERATURA FOR MAIOR QUE 50 °C,
HAVERÁ DESNATURAÇÃO DEVIDO À ACELERAÇÃO DE
REAÇÕES QUÍMICAS. CADA AUMENTO DE 10°C PODE
GERAR UM AUMENTO DA VELOCIDADE DAS REAÇÕES
QUÍMICAS EM PROTEÍNAS DE ATÉ 600 VEZES.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
1. As proteínas são macromoléculas que apresentam diversas funções para o corpo humano.
As funções deste nutriente estão relacionadas aos aminoácidos presentes em sua
composição. Sobre esta molécula que compõe as proteínas, leia as afirmativas a seguir:
II. Os aminoácidos apresentam em sua estrutura grupos amino (-NH2) e carboxílicos (-COOH)
livres.
Apenas a sentença I é falsa. A alanina, asparagina e serina são aminoácidos não essenciais.
2. As proteínas são substâncias formadas por ligações peptídicas entre aminoácidos. Elas
apresentam diversas funções, que dependem diretamente da composição de aminoácidos
presentes, assim como da sua organização. Sobre as funções das proteínas, é incorreto
afirmar que:
MÓDULO 3
CONTEXTUALIZAÇÃO
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OS CARBOIDRATOS SÃO AS MACROMOLÉCULAS MAIS
ABUNDANTES, ENCONTRADAS EM DIVERSAS FONTES NA
NATUREZA. SÃO CONHECIDAS COMO GLICÍDIOS OU
AÇÚCARES, PODENDO ESTAR EM TECIDOS ANIMAIS,
VEGETAIS E EM MICRORGANISMOS. REPRESENTAM A
PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA PARA O CORPO, 1 G
FORNECE APROXIMADAMENTE 4 KCAL. MESMO QUE AS
PROTEÍNAS FORNEÇAM A MESMA QUANTIDADE DE
ENERGIA POR GRAMA, OS CARBOIDRATOS AUXILIAM
AINDA A MOBILIZAÇÃO DAS GORDURAS E DIMINUEM O
GASTO COM PROTEÍNAS. POR ISSO, SE DESTACAM EM
COMPARAÇÃO AOS DEMAIS NUTRIENTES QUANDO O
OBJETIVO É FORNECIMENTO DE ENERGIA.
(ORDÓNEZ, 2005)
Podem ser obtidos pela fotossíntese de plantas verdes, nas quais a clorofila atua como
catalisador da reação entre gás carbônico (CO2) e água (H2O). O oxigênio fornece energia
necessária para tornar esta reação, que é termodinamicamente desfavorável, possível de
ocorrer.
A reação inversa, entre carboidrato e oxigênio, chamada de respiração, gera energia necessária
para manutenção dos processos vitais das plantas e regenera o gás carbônico para a
fotossíntese.
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Fazem parte dessas macromoléculas substâncias como glicose, sacarose, frutose, amidos,
assim como moléculas não digeríveis como celulose e hemicelulose, conhecidas como fibras,
e que também apresentam funções importantes para o organismo humano.
CLASSIFICAÇÃO
Os carboidratos são divididos em:
Monossacarídeos
Monossacarídeos podem ser formados por aldoses, que são cadeias de polihidroxialdeídos ou
cetoses que são cadeias de polihidroxicetonas (Figura 4).
Quando a luz é desviada no sentido horário, o isômero é chamado de dextrógiro (Ex.: D-glicose).
Quando a luz é desviada à esquerda, o isômero é o levógiro (Ex.: L-glicose), como mostrado na
Figura 5.
COMENTÁRIO
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Glicose e galactose são aldoses, sendo a glicose o açúcar mais abundante encontrado na
natureza, e a galactose o menos abundante na forma livre, sendo obtida a partir da quebra da
lactose.
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Oligossacarídeos
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SACAROSE
É considerada o glicídio de maior importância nos alimentos, tanto por ser abundantemente
encontrado na natureza, podendo ser obtido de cana-de-açúcar e beterraba, como por ser muito
utilizado no preparo de alimentos.
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LACTOSE
Um açúcar livre do leite, é composta por D-Glucose e D-Galactose. Este carboidrato possui
baixo poder adoçante e é quebrada por ação da enzima lactase, porém algumas pessoas
podem ter hipolactasia, que é a diminuição da atividade da lactase no intestino. A lactase é a
enzima responsável pela quebra da lactose e auxiliar a digestão. Quando a atividade desta
enzima é reduzida, o organismo apresenta dificuldade de digestão, gerando desconfortos,
como dores abdominais e diarreia.
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MALTOSE
Ele é formado pela junção de moléculas de glicose. Pode ser obtido pela reação de hidrólise do
amido presente no malte produzido, produto obtido pela germinação dos grãos (malteação),
como o de cevada.
Polissacarídeos
O amido é composto por amilopectina e amilose, que variam em proporções de acordo com a
fonte. Quando aquecidas em solução, há a quebra das ligações intermoleculares que permitem
a formação de pontes de hidrogênio com a água, gerando um aumento na viscosidade da
solução. Esse processo, chamado de gelatinização, depende de fatores como temperatura e
quantidade de água.
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REAÇÕES QUÍMICAS DE CARBOIDRATOS
Os carboidratos podem ser alterados de algumas formas por meio de reações químicas.
Algumas reações são desejáveis para promoção de características sensoriais de interesse ou
não. Por isso, conhecer bem as alterações e como as reações ocorrem é extremamente
importante.
HIDRÓLISE
A hidrólise dos carboidratos pode ser influenciada por fatores como pH, temperatura, tipo de
ligação (intermolecular são mais resistentes), forma e tamanho dos anéis presentes, dentre
outras.
MUTARROTAÇÃO
A reação envolve a mudança na rotação óptica dos açúcares redutores de uma solução aquosa
de açúcares devido à abertura do anel hemiacetálico. Ela ocorre mais rapidamente quando está
em meio ácido e básico, ou devido ao aquecimento. Todas as moléculas de mono e
oligossacarídeos sofrem esta alteração na proporção de α e β, e tendem a chegar a um
equilíbrio específico desta proporção.
DESIDRATAÇÃO
A desidratação das pentoses leva à formação de três moléculas de água, furfural e hexoses.
Estes produtos, quando fragmentados, formam substâncias que podem apresentar aromas
intensos desejáveis ou não.
ESCURECIMENTO
As reações de escurecimentos que envolvem carboidratos são caramelização e reação de
Maillard. A caramelização é a reação que envolve a degradação (pirólise) de açúcares ao serem
aquecidos a temperaturas superiores que 120 °C. O mecanismo desta reação ainda é pouco
conhecido, porém, sabe-se que o aquecimento gera a quebra de ligações glicosídicas, há
formação de novas ligações duplas, formando anéis insaturados. Estas ligações insaturadas
absorvem luz, alterando a cor, enquanto os anéis se condensam formando polímeros que serão
responsáveis pela cor e aroma. É uma reação desejável em produtos como panificados.
A reação de Maillard também é conhecida como escurecimento não enzimático, em que ocorre
a interação entre o grupamento amina dos aminoácidos e aldeído dos açúcares redutores,
formando glicosilaminas que produzirão as melanoidinas, que são pigmentos de coloração
escura, após sucessivas reações. Além do escurecimento, a reação reduz a digestibilidade de
proteínas, inibe ação de enzimas digestivas, destrói aminoácidos essenciais e ácido ascórbico
e altera o metabolismo de minerais (ARAUJO, 2015). Porém, promove a alteração de cor e
sabor desejáveis em produtos como café, carne cozida, bolos, pães, entre outros.
FUNCIONALIDADE, RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS E FONTES
Os carboidratos são os substratos energéticos preferíveis pelo corpo. Na presença deste
macronutriente, as proteínas não são utilizadas como fonte de energia e são direcionadas para
funções estruturais, hormonais, enzimáticas etc.
As fibras dietéticas são carboidratos não digeríveis que podem ser classificadas em solúveis
ou insolúveis.
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As fibras solúveis, como pectinas e gomas, se dissolvem em água e nos líquidos presentes no
intestino e estômago. Devido a isto, são fermentadas no cólon, alterando a composição da flora
intestinal e o metabolismo através da produção de ácidos graxos de cadeia curta, ajudam na
saciedade, retardam a absorção de glicose e de lipídios.
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As fibras insolúveis, como celulose, são pouco fermentadas no cólon, absorvem os fluidos do
intestino e se associam a outros subprodutos da digestão. Por isso, apresentam efeitos
mecânicos sobre o trânsito intestinal, retêm água aumentando o bolo fecal e estimulam o
peristaltismo, com redução do tempo de trânsito intestinal.
Alguns dos benefícios, fontes das fibras solúveis e insolúveis estão apresentadas na tabela a
seguir.
Absorvem água,
Características Absorvem fluidos do intestino
formando gel
gástrico
- Aumento do volume do bolo fecal
- Promovem
saciedade
- Regula glicemia
- Controla o
colesterol
sanguíneo
Pectina: Frutas,
hortaliças, batatas,
Celulose: vegetais e farelos
açúcar de beterraba
Betaglucanas: trigo,
Lignina: camada externa de grãos
cevada, milho,
arroz, aveia.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SAIBA MAIS
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As principais fontes de carboidratos são cereais e derivados, como farinha de trigo, arroz, pães,
massas, tubérculos, como batata, leguminosas como feijões, ervilha, brócolis, dentre diversos
outros alimentos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Açúcar invertido é muito usado na confeitaria por apresentar sabor doce mais pronunciado.
GABARITO
2. Os amidos podem sofrer diferentes alterações químicas. Algumas são desejáveis e outras
não. Sobre as reações químicas dos carboidratos, assinale a alternativa incorreta:
MÓDULO 4
CONTEXTUALIZAÇÃO
Os lipídios, também conhecidos como biomoléculas, envolvem diferentes substâncias como
triacilgliceróis (mais comuns em alimentos), monoacilgliceróis, diacilgliceróis, fosfolipídios,
cerebrosídios, esteróis, terpenos, ácidos graxos e outras substâncias.
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Esse grupo é composto por células de gordura e, juntamente a proteínas e carboidratos, dão
estrutura às membranas celulares, desempenhando funções de fornecimento de energia,
estruturais e inclusive hormonais no organismo. São extremamente importantes
nutricionalmente, podendo ser veículos de vitaminas lipossolúveis ou fontes de ácidos graxos
essenciais.
ATENÇÃO
Além disso, possuem funções tecnológicas e são utilizados como emulsificantes, auxiliando na
manutenção da textura adequada, fornecendo aromas sensorialmente aceitos, fornecendo
palatabilidade aos alimentos, além de outras funcionalidades.
A seguir, vamos entender melhor sobre a química dos lipídios, sua estrutura e composição de
acordo com a classificação das moléculas.
CLASSIFICAÇÃO
Segundo Jorge (2009), os lipídios podem ser classificados de acordo com sua composição e
estrutura em:
LIPÍDIOS SIMPLES
Ao serem hidrolisados, liberam apenas ácidos graxos e álcoois (exemplo: acil glicerol é
hidrolisado em glicerol e ácidos graxos, ou ceras que são hidrolisadas em ésteres de ácidos
graxos e álcoois de alto peso molecular).
LIPÍDIOS ASSOCIADOS
Além dos ácidos graxos e álcoois, quando hidrolisados liberam outra molécula, como o fósforo
(ex.: fosfolipídios) ou um carboidrato (ex.: glangliosídios).
LIPÍDIOS DERIVADOS
São aqueles obtidos pela hidrólise dos lipídios simples e compostos, como as vitaminas
lipossolúveis (A, D, E e K) e carotenoides.
TRIACILGLICERÓIS PRESENTES
Os triacilgliceróis são compostos por sua maioria (95% do total) de ácidos graxos
(normalmente 3) unidos por ligações éster, estes podem ser saturados, insaturados ou
poli-insaturados e a quantidade e posição deles determinam as propriedades físicas dos
lipídios, como óleos e gorduras. Os óleos apresentam-se líquidos em temperatura
ambiente e as gorduras são mais sólidas na mesma condição.
Os lipídios podem ser chamados de azeites quando são extraídos de polpas de frutos (como a
oliva que produz o conhecido azeite de oliva) ou de manteiga quando são gorduras oriundas da
extração de vegetais (como o caso da manteiga de cacau).
Além disso, podem ser chamados de óleos ou gorduras, e isto irá depender do comportamento
físico destas moléculas à temperatura ambiente (20°C), o que é resultado da composição dos
triacilgliceróis presentes.
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DENSIDADE
Através desta propriedade, é possível definir qual equipamento deve ser utilizado no
processamento, além da razão entre a parte líquida e sólida da gordura. Como a densidade é
calculada pela relação massa e volume, a capacidade de empacotamento (ou seja,
compactação) e diminuição do volume de um triacilglicerol irá influenciar diretamente esta
propriedade. Outro fator importante para densidade é seu estado físico (sólido ou líquido), visto
que as gorduras se expandem quando se transformam do estado sólido para líquido, e
consequentemente, diminuem sua densidade.
PONTO DE FUSÃO
Temperatura na qual o material passa do estado sólido para líquido. Nos óleos e gorduras, essa
temperatura varia com as características dos ácidos graxos, como isomeria, tamanho da
cadeia, presença ou não de saturações.
COLD TEST
Tempo necessário para obtenção de coloração turva. Os limites aceitáveis variam de acordo
com o alimento.
VISCOSIDADE
É a propriedade que indica o quanto o material resiste ao escoamento, relaciona-se à fluidez. É
muito importante para determinação de tubulações e a força necessária para o transporte do
óleo nos processos industriais. Esta propriedade varia com a características dos ácidos graxos
presentes, sendo maior em cadeias maiores e menores com o aumento das insaturações da
matéria graxa.
ÍNDICE DE REFRAÇÃO
Está relacionado à incidência da luz e é importante para o processo de hidrogenação. Esta
propriedade varia diretamente com o grau de saturação e tamanho das cadeias, maiores
insaturações geram um maior índice de refração.
POLIMORFISMO
Esta propriedade está relacionada à cristalinidade do material. Gorduras são normalmente
mais consistentes devido à cristalização e variação nos cristais presentes. Esta propriedade
permite a obtenção de óleos com por meio de mistura com a mesma composição de ácidos
graxos de um óleo ou gordura conhecido, mas com propriedades físicas, como ponto de fusão,
diferentes.
COR
Pode ser alterada no processo de refino através da etapa de branqueamento. Em alguns
produtos, como manteiga, podem ser adicionados corantes para obtenção da cor desejada.
REAÇÕES QUÍMICAS
Seguem as principais:
Saponificação
Hidrogenação
Interesterificação
Halogenação
Reação de adição de halogênios (cloro, bromo e iodo) a ácidos graxos insaturados, sem a
presença de luz para que não haja substituição (Figura 10), visando a transformação das
reações insaturadas em saturadas. Esta reação é utilizada para determinação do índice de
iodo, indicador de qualidade relacionado a quantidade de insaturações presentes nos
triacilgliceróis.
Neutralização
Por meio de titulação com NaOH ou KOH, os ácidos graxos livres no meio são neutralizados
(Figura 11). É utilizada como uma etapa do refino de lipídios. A presença de ácidos graxos
livres acelera o processo indesejável de oxidação, influencia na formação de espuma e
promove odor inaceitável aos produtos.
A oxidação dos lipídios também conhecida como rancidez pode ocorrer de duas formas:
Rancidez hidrolítica
Devido à ação de enzimas (lipases), há a quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos livres, que
podem promover alterações indesejáveis como desenvolvimento de sabor e odor
desagradáveis e redução do ponto de fumaça. Estes ácidos graxos livres devem ser removidos
por processos de refino para que possa obter óleos e gorduras com qualidades adequadas. Ou,
para minimizar os efeitos da hidrólise, pode-se utilizar métodos de conservação como o uso do
frio e esterilização.
Além da ação enzimática, a rancidez hidrolítica também pode ocorrer devido à presença de
substâncias químicas e elevação da temperatura. Nos processos de frituras caracterizados por
serem executados em altas temperaturas, há a liberação de água do próprio alimento, e
liberação de ácidos graxos livres, monoacilgliceróis, diacilgliceróis, glicerol, monômeros
cíclicos, dímeros e polímeros, que irão diminuir a qualidade dos óleos e gorduras.
Esta alteração nos alimentos é caracterizada por uma série complexas de reações químicas
que ocorre em três etapas: iniciação, propagação e terminação, que serão explicados abaixo:
INICIAÇÃO
PROPAGAÇÃO
TERMINAÇÃO
INICIAÇÃO
Devido à alta energia de ativação a reação não acontece de forma espontânea, sendo
necessária a presença de um iniciador, um catalisador como luz visível, radiação ultravioleta,
metais (cobre, ferro, níquel, cobalto e manganês) ou metaloproteínas (grupo heme). Com isso,
há a formação de um radical livre, que é uma molécula com um ou mais elétrons não pareados.
Este radical livre (R*) é formado a partir da remoção de um hidrogênio do grupo metileno
(Equação 1).
RH → R* + H - Equação 1
Em seguida, o radical livre se liga ao oxigênio formando um radical peróxido (RO*) (Equação 2),
que é capaz de remover um hidrogênio de uma molécula de ácido graxo não oxidada, formando
mais radicais livres.
R* + O2 → RO* - Equação 2
PROPAGAÇÃO
Após a formação dos radicais livres, eles se ligam ao oxigênio para formar radicais peróxidos
que poderão remover hidrogênio de outras moléculas, produzindo novos radicais livres que
poderão repetir essas reações, e dar continuidade em uma reação em cadeia.
Devido à alta reatividade dos radicais livres formados, é possível produzir de 10 a 100
moléculas de peróxidos em reações extremamente rápidas (ORDONÉZ, 2005). No início da
rancidez oxidativa, a formação de peróxidos ocorre mais rapidamente que a sua
decomposição, porém isto é alterado ao final.
TERMINAÇÃO
Com a redução dos ácidos graxos insaturados, os radicais livres começam a interagir até que a
propagação da reação seja paralisada. Essa etapa pode ocorrer simultaneamente a iniciação e
propagação. Como resultado da reação, têm-se álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres e outros
hidrocarbonetos, além de produtos de elevados pesos moleculares resultantes da
decomposição dos hidroperóxidos.
ATENÇÃO
Os peróxidos e produtos gerados da sua degradação durante a oxidação são absorvidos pelo
fígado e podem irritar a mucosa intestinal, ocasionando em diarreia e diminuição da absorção
de nutrientes. Além disso, essas substâncias alteram a atividade de diversas enzimas e de
proteínas de baixa densidade (LDL).
Nos organismos, a oxidação de lipídios ocorre principalmente nas membranas celulares devido
à quantidade de ácidos graxos poli-insaturados, porém, um sistema eficiente de antioxidantes
oferece proteção quando o indivíduo apresenta consumo de alimentos ricos nutricionalmente.
FUNÇÕES E RECOMENDAÇÕES
Auxiliam no controle da temperatura corporal, são fontes de ácidos graxos essenciais para o
organismo como ácido linoleico (ω-6), Ácido α-linolênico (ω-3). Auxiliam na saciedade durante
a alimentação além de dar sabor e palatabilidade aos alimentos.
Imagem: Shutterstock.com.
Imagem: Shutterstock.com.
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As gorduras poli-insaturas podem ser obtidas de óleos vegetais, óleo de linhaça, peixes
gordurosos como salmão e linhaça.
Imagem: Shutterstock.com.
(JORGE, 2009)
As lipoproteínas LDL são responsáveis pelo transporte do colesterol às artérias, que, quando
acumulado, restringe o fluxo sanguíneo, aumentando a incidência de doenças coronarianas,
como asterosclerose. Devido a isto, é indicado que os ácidos graxos insaturados estejam
presentes em maiores quantidades que os saturados nos planos alimentares. Visto que os
ácidos graxos saturados são potencialmente responsáveis pelo aumento de LDL
(hipercolesterolemia).
Imagem: Shutterstock.com.
Além disso, os ácidos graxos saturados competem com ácidos graxos essenciais em vias
metabólicas essenciais. Quando consumidas em excesso, as gorduras trans apresentam
aumento do LDL e glicose sanguínea, sendo consideradas mais prejudiciais que as gorduras
saturadas.
SAIBA MAIS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Apenas I é correta.
B) Apenas II é correta.
D) I e II são corretas.
A) A estabilidade térmica dos óleos e gorduras podem ser avaliadas pelos pontos de fumaça,
faísca e combustão.
D) Oxidação de lipídios é uma reação desejável que ocorre naturalmente sem a necessidade de
uma iniciador.
II. Triacilgliceróis apresentam em sua estrutura ácidos graxos unidos por ligação éter.
A sentença II apresenta erro no nome da ligação dos ácidos. A ligação éster é que une ácidos
graxos e forma triacilgliceróis.
A letra d apresenta-se incorreta. A oxidação de lipídios é uma reação indesejável que promove a
produção de substâncias que apresentam risco à saúde, além de alterar as propriedades
físicas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer a composição dos alimentos é primordial para definição de um plano alimentar de
qualidade seguindo as leis da alimentação e as diretrizes do Guia Alimentar brasileiro,
atendendo às necessidades nutricionais de cada indivíduo através da alimentação adequada,
com alimentos que contenham a quantidade de macro e micronutrientes necessários.
Sabemos que cada nutriente apresenta uma funcionalidade aos organismos vivos, os
macronutrientes, como proteínas, carboidratos e lipídios, também possuem suas
especificidades. Porém, além de observar a funcionalidade e disponibilidade destes nutrientes,
é necessário se atentar também às alterações químicas que estas substâncias podem sofrer
durante o processamento ou armazenamento dos alimentos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J.M.A. Química de Alimentos: Teoria e prática, 6. ed. Viçosa: UFV, 2015.
ATWATER, W. O.; WOODS, C. D. The chemical composition of american food materials. Farmers'
Bulletin No. 28. US Department of Agriculture. Washington, 1896. Consultado em meio
eletrônico em: 28 jan. 2021.
BARIONI, A. A. R.; BRANCO, M. F.; SOARES, V. C. Preceitos fundamentais para o plano alimentar:
finalidades e leis. In: GALISA, M. S.; ESPERANÇA, L. M. B.; SÁ, N. G. de. Nutrição conceitos e
aplicações. São Paulo: Makron Books, 2008.
COSTA, N. M. B., & PELUZIO, M. D. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa: Editora UFV,
2008.
INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty
Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, DC: The National Academies Press,
2005.
JORGE, N. Química e tecnologia de óleos vegetais. São Paulo: Cultura Acadêmica, v. 1, p. 165,
2009.
MCMASTERS, V. History of food composition tables of the world. In: Journal of the American
Dietetic Association, v. 43, p. 442, 1963. Consultado em meio eletrônico em: 28 jan. 2021.
MITCHELL HS, RYNBERGEN, HJ, ANDERSON, L, DIBBLE, MV. Nutrição. Rio de Janeiro:
Interamericana; 1978.
SAVAGE, G. Experimental chemists: the founders of nutrition. Nutrition Today, v. 27, n. 5, p. 24-
29, 1992. Consultado em meio eletrônico em: 28 jan. 2021.
EXPLORE+
Para melhorar o aprendizado sobre o tema, é extremamente importante que as referências
utilizadas sejam acessadas. Elas apresentam informações completas sobre o tema descrito.
Além disso, as referências a seguir podem complementar os estudos.
MENEGASSI, B., ALMEIDA, J. B. D., OLIMPIO, M. Y. M., BRUNHARO, M. S. M., & LANGA, F. R.
(2018). A nova classificação de alimentos: teoria, prática e dificuldades. Ciência & Saúde
Coletiva, 23, 4165-4176.
O Guia Alimentar para a População Brasileira pode ser encontrado na biblioteca virtual do
Ministério da Saúde.
O texto a seguir apresenta mais informações sobre a oxidação de lipídios, principal alteração
neste macronutriente:
CONTEUDISTA
Maraysa Rodrigues Furtado
CURRÍCULO LATTES