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Programa
Empreendedor Social

Programa
B a h i a I n ov a ç ã o

avaliação de
programas
da fapesb 2005-2006
Relatório de Avaliação de
Programas da FAPESB

Programa Empreendedor Social


2005-2006

Universidade Federal
da Bahia
Universidade Federal da Bahia Governo do Estado da Bahia
Naomar Monteiro de Almeida Filho Jaques Wagner

Escola de Administração Secretaria de Ciência, Tecnologia e


Reginaldo Souza Santos Inovação
Ildes Ferreira de Oliveira
Núcleo de Pós-Graduação em
Administração Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia
Rogério Quintella Dora Leal Rosa
Diretora Geral
Robert Evan Verhine
Diretor Científico
Elias Ramos de Souza
Diretor de Inovação
Fábio Teixeira
Gestor do Programa

Relatório de Avaliação de Programas da FAPESB:


Programa Empreendedor Social 2005-2006

Coordenação Geral Técnica Avaliadores


Fernando Fischer Adriano Oliveira
PRODOC
Coordenação Metodológica Fabiane Madeira
Apoio à Criação de Pré-Incubadoras; Apoio às Incubadoras;
Rosana Boullosa REPITTec; Bahia Inovação/PAPPE; PRODOC
João Martins Tude
Projeto Gráfico e Editoração Apoio à Criação de Pré-Incubadoras; Apoio às
Adriano Oliveira Incubadoras; Empreendedor Social; Curso de
Empreendedorismo/Concurso de Plano de Negócios
Maury Delfino Bié
PRODOC; RECOPE; PAPPE/Bahia Inovação

Olívia Silveira
Bahia Inovação/PAPPE; RECOPE

Patrícia Ávila
REPITTec; Curso de Empreendedorismo/Concurso
de Plano de Negócios; Empreendedor Social
Rodrigo Soares
REPITTec; Curso de Empreendedorismo/Concurso de
Plano de Negócios; RECOPE; Empreendedor Social
Rosana Boullosa
PROCEDE

B147 Bahia. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia


Relatório de Avaliação de Programas da FAPESB: Programa
Empreendedor Social 2005-2006 / Secretaria de Ciência e Tecnologia
do Estado da Bahia, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da
Bahia. – Salvador: FAPESB, 2006.
84p.: il.

1. Avaliação. 2. Avaliação – Políticas Públicas. 3. Ciência e


Tecnologia – Bahia. 4. Pesquisa – Bahia. 5. Inovação – Bahia. I.
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB. II.
Programa Empreendedor Social 2005-2006.

CDD – 001.42 20

Ficha Catalográfica: Biblioteca Especializada em Gestão Social – CIAGS/UFBA


- versão preliminar -

Sumário

APRESENTAÇÃO...................................................................................................................................... 6

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 8
1.1. O que é este relatório parcial .........................................................................................................................8
1.2. O programa em questão .................................................................................................................................9
1.3. A metodologia de avaliação...........................................................................................................................9
1.3.1. O objeto da avaliação – o programa ....................................................................................... 10
1.3.2. Os objetivos da avaliação............................................................................................................ 10
1.3.3. Tipo de avaliação ........................................................................................................................... 10
1.3.4. O papel do contexto na análise ................................................................................................ 12

2. O EMPREENDEDOR SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA .............................................................14


2.1. O que é o Empreendedor Social ................................................................................................................ 14
2.2. O Empreendedor Social e a política de CT&I da Bahia ....................................................................... 15
2.3. O Empreendedor Social no Sistema FAPESB ......................................................................................... 17
2.3.1. Na estrutura operativa da FAPESB ........................................................................................... 17
2.3.2. No orçamento da FAPESB ........................................................................................................... 18
2.3.3. Relação com os demais programas da FAPESB ................................................................... 19
2.4. Estratégia do Empreendedor Social ......................................................................................................... 20

3. O EMPREENDEDOR SOCIAL ..........................................................................................................23


3.1. Definição do objeto ....................................................................................................................................... 23
3.2. Evolução dos objetivos/metas/público-alvo......................................................................................... 23
3.3. Reconstrução do framework operativo ................................................................................................... 24
3.4. Hierarquia de Problemas.............................................................................................................................. 25
3.5. Hierarquia de Objetivos................................................................................................................................ 26
3.6. Marco institucional-legal.............................................................................................................................. 28

4. O CICLO DO EMPREENDEDOR SOCIAL.........................................................................................30


4.1. Policy Window (Cenário de criação do programa)................................................................................ 30
4.2. Evolução da formulação, implementação e resultados..................................................................... 31
4.3. Processo de formulação ............................................................................................................................... 31
4.4. Processo de implementação....................................................................................................................... 32
4.5. Quadro síntese das principais mudanças............................................................................................... 33

5. PROCESSOS DE SELEÇÃO E JULGAMENTO DO EMPREENDEDOR SOCIAL ................................35


5.1. Passo-a-Passo da seleção ............................................................................................................................. 35
5.2. Etapas e filtros do processo seletivo......................................................................................................... 35
5.3. Lógica dos critérios ........................................................................................................................................ 37

6. ATORES DO EMPREENDEDOR SOCIAL .........................................................................................38


6.1. Panorama dos Atores .................................................................................................................................... 38
6.2. Evolução na participação dos atores........................................................................................................ 39

EMPREENDEDOR SOCIAL 4
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6.3. Análise dos grupos e universos.................................................................................................................. 40

7. CAMPO DE ATUAÇÃO DO EMPREENDEDOR SOCIAL ..................................................................42


7.1. Delimitação do “público-alvo”.................................................................................................................... 42
7.2. Características do campo de atuação do Empreendedor Social .................................................... 43
7.3. “Universo Possível” definido pelo Empreendedor Social.................................................................. 44
7.4. Cobertura do Empreendedor Social......................................................................................................... 44
7.5. Contribuição do Empreendedor Social para a evolução dos projetos beneficiados............... 45
7.6. Relações com outros programas FAPESB................................................................................................ 45

8. GESTÃO DO PROGRAMA ...............................................................................................................46


8.1. Como era prevista e como evoluiu ........................................................................................................... 46
8.2. Gestão Técnica-Administrativa................................................................................................................... 47
8.3. Gestão da Comunicação............................................................................................................................... 47
8.4. Gestão do Conhecimento............................................................................................................................ 48

9. RESULTADOS ..................................................................................................................................50

10. PERGUNTAS ORIENTADORAS E HIPÓTESES ................................................................................51

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 5


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Apresentação

As políticas públicas de ciência e inovação na Bahia passaram por uma profunda


transformação no período 2003-2006, com a estruturação completa do Sistema Estadual de
Inovação, através da criação de uma secretaria específica para os temas, a SECTI – Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Inovação; a construção aberta, democrática, participativa e
contemporânea da política pública estadual para CT&I; a reinstalação do Conselho Estadual
de C&T, órgão estratégico para definição dos rumos a serem trilhados pelo estado, o
cumprimento dos repasses orçamentários legais à fundação pública estadual de amparo à
pesquisa e a mobilização de atores regionais estratégicos. Nesse contexto, a FAPESB tem a
missão de viabilizar os esforços de ciência, tecnologia e inovação, em alinhamento com a
Política Estadual de CT&I da Bahia. Tem sido um grande desafio, cujos bons resultados podem
ser atribuídos ao modelo de decisão colegiada, através do Conselho Curador da FAPESB, das
Câmaras de Assessoramento Científico e Tecnológico, e da constante interação com a SECTI, a
qual a Fundação está formalmente vinculada.

A convergência dos esforços entre a SECTI e a FAPESB vem criando e consolidando as


condições necessárias para o desenvolvimento da CT&I na Bahia. Esse momento especial de
convergência criou condições para o desenvolvimento da CT&I na Bahia e exigiu esforços
redobrados da FAPESB, que se estruturou, organizou e respondeu ao desafio, ampliando sua
atuação e cumprindo, efetivamente, sua missão. Os resultados têm sido animadores em
diversas áreas: bolsas, infra-estrutura, saúde, inovação, social, áreas estratégicas,
empreendedorismo, propriedade intelectual, segurança pública entre outras.

Após quase seis anos de existência, a Fundação lança-se rumo a uma tripla jornada para o
biênio 2006/2007: empreender um processo de avaliação externa de alguns dos nossos
principais programas oferecidos à comunidade baiana; segundo, implementar mecanismos
de avaliação interna e, por fim, definir processos para futuras avaliações externas dos
programas. São desafios que convergem para o fomento e a implantação de uma cultura
interna de avaliação na FAPESB.

Empreender processos de avaliação significa analisar, rever e aperfeiçoar resultados,


métodos, práticas e procedimentos. Equivale também a abrir uma janela para refletir sobre o
desenvolvimento institucional e também, no nosso caso, sobre a identidade dos programas,
o quê somos como instituição e como desenvolvemos nossos projetos. A identidade do
programa está diretamente ligada a sua essência como uma estratégia pública, construída
para atuar sobre a realidade social baiana, que precisa ser positivamente transformada.
Avaliando, procuramos também identificar oportunidades de melhorias, analisar nossos
pontos fortes e fracos, projetar crescimentos e soluções, além de construir novos desafios.
Avaliar é, sobretudo, um instrumento da gestão pública.

EMPREENDEDOR SOCIAL 6
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Para vencer esse desafio, formou-se um grupo de pesquisadores ad hoc ligados à


Universidade Federal da Bahia (UFBA), capaz de empreender ações necessárias ao
delineamento de uma metodologia específica para o desenvolvimento dos processos
avaliativos de nove programas de apoio oferecidos à comunidade baiana: (1) PRODOC,
(2) PROCEDE, (3) RECOPE, (4) Apoio às Incubadoras, (5) Apoio à Criação de Pré-Incubadoras,
(6) PAPPE, (7) REPITTEC, (8) Curso de Empreendedorismo/Concurso Plano de Negócios e
(9) Empreendedor Social. Como produtos iniciais serão gerados nove relatórios parciais em
2006 e finais em 2007, que abrem a Série Avaliação de Programas FAPESB.

O segundo produto focaliza os aspectos metodológicos utilizados em uma avaliação deste


gênero, diferenciando conteúdos mínimos e diretrizes, tanto para avaliações internas e
acompanhamento dos programas, quanto para a contratação de futuras avaliações externas.
O terceiro produto é mais abrangente e diz respeito à Instituição FAPESB, cujo percurso e
pertinência aos seus objetivos gerais serão analisados à luz de outros dois casos de FAPs
(fundações estaduais de amparo à pesquisa), sendo uma do Nordeste e outra do Sul/Sudeste
do País, ambas integrantes do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à
Pesquisa (CONFAP).

Para nós da FAPESB, a avaliação de programas deve e precisa funcionar como um


instrumento por meio do qual se produz, analisa e socializa informações úteis e confiáveis
para os gestores e a sociedade, de forma a subsidiar a tomada de decisões, a
retroalimentação do planejamento, a revisão de processos e de procedimentos, além de
mensurar resultados e se estamos no caminho certo para alcançá-los.

Este relatório parcial de avaliação, em particular, diz respeito ao Programa Empreendedor


Social (EMS), iniciado em 2005 pela FAPESB. O objetivo maior deste processo de avaliação do
EMS é, sem dúvida, contribuir para o aperfeiçoamento do programa em questão, tendo como
premissas básicas a transparência, a objetividade e o foco na utilização.

Essa avaliação é um primeiro passo, essencial para o avanço dos nossos programas, pois
nasce, sobretudo, da vontade de fomentar uma nova cultura na FAPESB, fechando um ciclo
inicial de quatro anos, no qual se buscou impulsionar a gestão da inovação na Bahia, o
estímulo à pesquisa e aproximação do mundo acadêmico ao setor produtivo, mas também
de descortinar possibilidades e alternativas para uma nova gestão que se inicia.

Alexandre Tocchetto Pauperio


Diretor Geral
Ciclo de Gestão 2003/2006

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 7


- versão preliminar -

1. Introdução

Nesta seção serão apresentados os principais pontos relacionados à metodologia, à estrutura


do texto e aos conceitos que o leitor encontrará neste Relatório Parcial de Avaliação
Externa do Programa Empreendedor Social – EMS. Este relatório é um produto parcial do
processo de avaliação externa do programa ao qual este documento refere-se, tendo iniciado
em outubro de 2006, cuja edição do Relatório Final está prevista para julho de 2007. Trata-se
de uma avaliação externa, conduzida por um grupo de pesquisadores ad hoc ligados à UFBA
– Universidade Federal da Bahia, que avalia nove dos programas que a FAPESB disponibiliza à
comunidade baiana. Neste contexto, a avaliação externa vem sendo desenvolvida para gerar
um produto auxiliar ao aperfeiçoamento dos programas e à implantação de uma cultura de
avaliação entre seus gestores de programas.

1.1. O que é este relatório parcial

Este Relatório consiste em um documento parcial sobre o andamento dos processos de


avaliação externa, cujo duplo objetivo é promover um canal de diálogo com a Direção da
FAPESB, os gestores dos programas e, ao mesmo tempo, propiciar uma visão panorâmica do
trabalho que vem sendo efetuado há apenas três meses, entre outubro e dezembro de 2006.

Neste Relatório Parcial, o leitor encontrará os primeiros passos e as primeiras sínteses do


processo avaliativo desencadeado, resultado da primeira parte da avaliação, na qual a análise
documental e bibliográfica, entrevistas em profundidade com os gestores e com alguns
atores-chave consistiram nos principais ponto focais. As informações contidas neste
documento, portanto, não contemplam um trabalho de campo, formulação de indicadores e
aplicação de instrumentos junto aos atores do programa, exceção feita às entrevistas com os
gestores, que contaram com roteiros semi-estruturados. Para o Relatório Final serão feitas
novas entrevistas com os parceiros externos dos Programas e colhidos resultados e impactos
não esperados dos mesmos junto aos beneficiários.

Uma das finalidades complementares deste relatório é também propiciar uma interface de
diálogo entre avaliadores do projeto e os gestores de programas da FAPESB, em torno de
informações compartilhadas e compreensões comuns de fatos e dados relevantes dos
programas.

O relatório parcial segue uma linha metodológica desenhada especialmente para este
trabalho, sob demanda da Direção Geral da FAPESB, e está estruturado em 10 capítulos que
procuram dissecar o EMS, à luz do campo de análise de políticas públicas: (1) Introdução; (2)
Programa como Política Pública; (3) O Programa; (4) Ciclo do Programa; (5) Processo de Seleção
e Julgamento do Programa; (6) Atores do Programa; (7) Campo de Atuação; (8) Gestão do
Programa; (9) Resultados do Programa e (10) Perguntas Orientadoras. Além disto, para uma
melhor compreensão e dada a especificidade do que está sendo construindo enquanto

EMPREENDEDOR SOCIAL 8
- versão preliminar -

método de avaliação, o texto conta com várias ilustrações, entre gráficos, tabelas e quadros
que, ora servem como meio de síntese e representação da realidade do programa avaliado,
ora como apoio do que será descrito textualmente.

Cada capítulo foi pensado com uma estrutura semi-independente, cuja soma permite uma
visão detalhada do Programa. Por se tratar de um Relatório Parcial, portanto sem o
compromisso de exaurir todos os pontos focais, o leitor poderá encontrar discrepâncias,
vazios ou sobreposições, cujas críticas e sugestões são esperadas para serem incorporadas
para o relatório final.

1.2. O programa em questão

O Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas – EMS foi criado em 2005 com o objetivo
de disseminar uma cultura de empreendedorismo e consolidar condições técnicas para o
desenvolvimento de projetos socioprodutivos viáveis em organizações sociais. O Programa
está em andamento, com ações sendo executadas relacionadas à Chamada Pública 03/2005 e
ao Edital 01/2006.

O EMS nasce da percepção do governo do Estado da Bahia acerca da necessidade de


fomentar uma cultura empreendedora junto a indivíduos de baixa renda, desde que ligados
ou associados a organizações sociais. Dessa forma, por meio da articulação entre a Secretaria
de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais – SECOMP e a Secretaria de Ciência
Tecnologia e Inovação – SECTI, o Programa é operacionalizado por uma rede de parceiros,
tendo a FAPESB como principal ator envolvido neste processo. Espera-se que as ações do
Programa contribuam para a reversão de um quadro de estagnação econômica no Estado da
Bahia, principalmente em regiões menos favorecidas, caracterizadas por uma acentuada
desigualdade socioeconômica.

1.3. A metodologia de avaliação

O conceito de avaliação trabalhado avalia os programas selecionados como políticas


públicas, o que significa considerá-los como um veículo público para dar uma resposta
pública a um problema de relevância pública. Desta ênfase dada ao conceito de “interesse
público”, emergem as definições de estratégia e da lógica de atuação do programa como o
eixo orientador da avaliação. Juntas, estratégia e lógica tendem a refletir, em diferentes graus,
a relação causal entre as ações empreendidas pelo programa e seus resultados. De modo
pragmático, um programa é uma função de governo cujo papel consiste em transformar, ou
ajudar a transformar, uma realidade social considerada como problemática em uma outra
dada realidade social positivamente almejada.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 9


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1.3.1. O objeto da avaliação – o programa

O processo de avaliação externa tem como objeto sempre o programa, sendo sempre
entendido em seu contexto. Cada relatório refere-se a um dos nove dos programas e, neste
caso, o EMS.

1.3.2. Os objetivos da avaliação

Os objetivos desta avaliação externa procuram atender dois âmbitos de aprendizagem: a


aprendizagem institucional e a aprendizagem para o aperfeiçoamento do próprio Programa.
Defende-se que, a despeito desta avaliação ser um trabalho conduzido por pesquisadores
externos à FAPESB, a avaliação em curso pode e deve funcionar como um processo conjunto
de construção de conhecimentos sobre o programa, como evidencia o quadro a seguir:

Quadro: Avaliação Externa e Aprendizagem Institucional e do Programa


Aprendizagem institucional Aperfeiçoamento do programa

Gerar feedback para os profissionais que


Subsidiar a elaboração de futuros versões do
colocam o Programa em funcionamento,
Programa pela FAPESB, ressaltando nas análises
permitindo elementos para a reflexão sobre a
seus pontos fortes e fragilidades.
prática. (reflective practitioner, Schon, 1983)

Propor uma matriz de indicadores do Programa que


Propiciar um canal de comunicação, informação
seja considerada para esta avaliação e que possa ser
e transparência do funcionamento do Programa
uma referência para o estabelecimento de um
para uso público e controle social da sociedade
padrão mínimo de indicadores de Programas da
baiana.
FAPESB

Divulgar resultados do Programa, para que seus


Registrar histórica e documentalmente o gestores tenham uma noção do desenvolvimento e
Programa. em que medida o Programa está atingindo seus
propósitos.

• Reafirmar a identidade do Programa

1.3.3. Tipo de avaliação

O tipo de avaliação de programas escolhido para este trabalho contempla uma dinâmica de
investigação que integra a análise das estruturas, processos e resultados em uma visão
contextual, construída por meio da compreensão das relações que se constituem no ciclo do
programa e da visão que atores diferenciados desenvolvem durante o andamento do
programa, resultando em um construto específico para este processo avaliativo. Durante a
avaliação dos programas, cada avaliador deverá enfocar:

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- versão preliminar -

 CONTEXTO: Consiste na reconstrução do contexto de funcionamento do programa,


dando particular ênfase ao resgate da estratégia e da lógica de ação do programa,
que exercem a função de controle na avaliação do programa e funcionam como
matriz causal para as relações entre objeto, objetivos e resultados.

 FUNCIONAMENTO/PROCESSO: Consiste na análise das etapas, mecanismos,


processos e conexões causais existentes no funcionamento do programa. O
propósito central desta etapa da avaliação é entender, com precisão, a operação de
fato do programa ou de parte dele, e como cada uma destas partes relaciona-se aos
possíveis resultados.

 RESULTADOS: Centrada na análise dos efeitos gerados pelo programa durante o


subciclo da implementação. Os resultados são submetidos ao crivo do contexto
funcional do programa, de modo a saber em que medida o programa atinge seus
objetivos e/ou resultados esperados.

Visto em perspectiva, o processo de avaliação do PEMS como um todo contemplará três


frentes de trabalho que, de modo analítico, referem-se ao ciclo do programa:

Formulação Implementação Resultados

Avaliação do plano ou da Avaliação da Implementação Avaliação de resultados e de


Formulação e da Gestão efetividade

As três fases clássicas do ciclo do programa (formulação, avaliação e resultados) consistem


em um recurso analítico útil à avaliação de programas porque desmembra períodos nos
quais freqüentemente operam lógicas diferentes. Este relatório parcial é centrado, sobretudo,
nas duas primeiras fases, cobrindo todos os seus subitens.

Avaliação do Avaliação dos


Plano (A) Avaliação da Implementação e da Gestão (B) resultados e da
efetividade (C)
 Reconstruir a Policy  Identificar os subciclos da implementação, analisando as relações  Avaliar que medida os
Window (ou A Oportunidade) na qual entre as outras subfases da formulação e resultados. resultados estão alinhados
nasceu o programa, identificando com a estratégia.
objetivos, atores e modelos que dão
estrutura ao programa.

 Contextualizar o programa como  Analisar as etapas, mecanismos, processos e conexões causais  Analisar se o Programa atinge
parte da política de ciência e existentes no desenvolvimento do Programas, para entender a os resultados esperados, bem
tecnologia do Estado, situando-o no realidade da operação do programa e de como cada parte do como resultados não previstos.
âmbito das políticas governamentais. programa se relaciona à estratégia e aos seus possíveis resultados.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 11


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Avaliação dos
Avaliação do Plano Avaliação da Implementação e da Gestão resultados e da
efetividade

 Recuperar conceitos, conteúdos,  Analisar os principais acontecimentos, pontos de estrangulamento e  Levantar informações
princípios, valores fundamentais e mecanismos de operação pelo Programa. qualitativas acerca da percepção
relações institucionais do Programa dos diferentes atores sobre o
quando de sua criação. Programa.

 Identificar o escopo, os objetivos  Identificar aspectos referentes à comunicação:  Produzir conhecimentos sobre
gerais, as fontes de recursos e demais os fatores favoráveis e
- canais de comunicação, internos e externos, entre o Programa e
características formais/institucionais desfavoráveis ao alcance dos
outras instâncias internas e externas à FAPESB e à SECTI;
do Programa e mensurar os objetivos, objetivos estipulados pelo
resultados esperados e metas (se - dificuldades de ordem pessoal ou institucional que dificultam a Programa.
houver) do Programa. comunicação do Programa.

 Identificar a base legal que deu  Identificar atores sociais que se relacionam com o Programa:  Identificar os principais focos
origem ao objeto da avaliação e de resistência às ações do
- grupos de interesse que agem no ambiente do Programa;
regulamenta sua operação e definir o Programa:
marco legal-institucional do - influências sobre o desenvolvimento do Programa;
- dos gestores;
Programa. - grupos ou organizações que apóiam as ações do Programa;
- motivações e intenções envolvidas. - dos executores dos projetos
apoiados;
- da população-alvo.

 Reconstruir a estratégia e a lógica de  Analisar os procedimentos vigentes de seleção, julgamento,  Identificar as principais críticas
atuação do programa, com ênfase na comunicação, avaliação interna, acompanhamento, gestão do de indivíduos, grupos ou
pertinência entre as necessidades conhecimento e das informações dos projetos apoiados. organizações acerca das ações
motivadoras do Programa, os do Programa.
objetivos declarados e as linhas de
atuação planejadas.
 Analisar a acessibilidade das informações do Programa no que tange  Avaliar o grau de cobertura do
à: Programa, mensurando até
que ponto se atingiu a
- base de dados computadorizada;
população-alvo destinatária.
- arquivos centralizados no gestor/coordenador e formato;
 Identificar em que
- arquivos descentralizados;
microrregiões/regiões
- outros procedimentos e rotinas de coleta de dados empregados; econômicas o Programa foi
- política relativa às informações confidenciais e ao acesso às pessoas, implementado e as diferenças
registros e locais relacionados ao Programa; entre essas
microrregiões/regiões
- disponibilidade de grupos ou indivíduos relevantes para a obtenção
de informações. econômicas.

 Registrar se durante o processo de implementação dos programas  Avaliar o desempenho obtido,


houve mudanças substanciais (em desenho, escopo, as metas alcançadas e a
abrangência,atuação, gestão, ou parceiros) efetividade junto aos universos
de beneficiários do Programa.

1.3.4. O papel do contexto na análise

Esta abordagem aporta ao campo conceitual da avaliação de programas, que consiste em


criar um contexto de análise e permitir ao avaliador considerar uma variedade de fatores que

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- versão preliminar -

influenciam os programas em seus processos de decisão, elaboração, implementação e


resultados.

Longe de se apresentar como uma investigação teórica ou conceitual, a avaliação de


programas como políticas públicas revela-se como uma ferramenta de compreensão e
juízo do programa, em função da sua estratégia e lógica de atuação.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 13


- versão preliminar -

2. O Empreendedor Social como política pública

2.1. O que é o Empreendedor Social

O Empreendedor Social – EMS – é um programa resultante de uma articulação


interinstitucional do Governo do Estado da Bahia, envolvendo a Secretaria de Combate à
Pobreza e às Desigualdades Sociais – SECOMP e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação do Estado da Bahia – SECTI, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
da Bahia – FAPESB. Busca enfrentar o problema da incipiente cultura empreendedora no
Estado da Bahia e servir como mecanismo de transferência dos benefícios gerados pela
ciência, tecnologia e inovação para a população, em especial à parcela menos favorecida pelo
“progresso” econômico e social no Estado da Bahia 1.

O Programa começou a ser operacionalizado pela FAPESB em agosto de 2005, quando foi
lançada a Chamada Pública 03/2005. No âmbito dos nove programas da FAPESB em
avaliação, trata-se do único que envolve diretamente duas secretarias de Governo, fruto do
planejamento estratégico do Governo do Estado da Bahia que coloca a inclusão social como
um problema transversal.

O Empreendedor Social faz parte de um programa maior chamado Programa Bahia Inovação,
o qual é composto pela Rede de Propriedade Intelectual e Transferência Tecnológica da Bahia
– REPITTec, Rede de Empreendedorismo; PEMS e Juro Zero. Todavia, diferencia-se dos demais
Ver Ilustração 1
Posicionamento por possuir a vertente do desenvolvimento social, não observada nos demais subprogramas
do Empreendedor que compõem o Bahia Inovação. Pode-se dizer que ocupa uma posição diferenciada, dentre
Social na Política
de CT&I do os programas da FAPESB, por estabelecer uma relação estreita com o campo de atuação de
Governo da Bahia outra secretaria do Governo, no caso, a extinta SECOMP 2.

O Empreendedor Social tem como objetivo aumentar o número de iniciativas


empreendedoras em ONGs, associações, cooperativas e organizações solidárias, populares e
comunitárias da Bahia. Dessa forma, visa fortalecer a cultura empreendedora junto à parcela
da sociedade que possui uma renda per capita familiar extremamente baixa (até meio salário
mínimo nacional). O Programa aproxima os setores público e privado, instituições do
conhecimento e organizações sociais, em prol de ações que resultem em bem estar social e
desenvolvimento regional.

1
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA NO ESTADO DA BAHIA – FAPESB. Projeto Empreendedor Social 2005. Salvador: FAPESB,
2005. (documento elaborado pelo gestor do programa)
2
A SECOMP, secretaria criada em 2001, foi extinta em 2007, no início do Governo do Partido dos Trabalhadores, gestão Jacques
Wagner, tendo suas atribuições divididas entre as 3 instâncias: as secretarias SETRE e SEDES, além da Casa Civil, que centralizou
a gestão do Fundo de Combate à Pobreza.

EMPREENDEDOR SOCIAL 14
- versão preliminar -

O Empreendedor Social possui como parceiros, além da SECTI e SECOMP, o Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas do Estado da Bahia (SEBRAE/BA) e o Instituto Euvaldo Lodi
(IEL/BA), além do apoio da Junior Achievement, Jovens Empresários das Américas – YABT Brasil
e a Rede Social/Rede Bahia.

O Programa é estruturado em duas fases seqüenciais e complementares que, para


entendimento dos aspectos avaliativos, são brevemente descritas a seguir:

Fase I: Preparação das ações a serem executadas no âmbito do Programa e desenvolvimento


dos Planos de Negócios, das quais se pode citar:

a. SENSIBILIZAÇÃO – realização de eventos, palestras e distribuição de material


informativo sobre o Programa;

b. CONCEPÇÃO DO PROJETO – CAPACITAÇÃO MÓDULO I (IDÉIA E COMPORTAMENTO);

c. DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE NEGÓCIO – Capacitação Módulo II


(Estruturação dos Planos de Negócios).

Fase II: Fase operativa do Programa, em que são consolidados e implementados os Planos de
Negócios:

a. Implementação – assessoria, consultoria e financiamento dos Planos de


Negócios;

b. Consolidação – acompanhamento das ações decorrentes dos Planos de


Negócios.

c. Em sua primeira fase, o Programa Empreendedor Social enfoca ações de


sensibilização e de organizações e interessados em geral, além da
capacitação de participantes oriundos das instituições de conhecimento e
das organizações sociais; em um momento posterior, após um processo de
qualificação das organizações participantes, os projetos são encaminhados
à segunda fase, recebendo ações de suporte, orientação especializada e
apoio financeiro à implementação do plano de negócios de cada
empreendimento.

2.2. O Empreendedor Social e a política de CT&I da Bahia

A Política de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do Estado da Bahia pode ser considerada
como o fechamento de um processo de estruturação do setor no Estado – que teve como
pontos importantes a criação da FAPESB ocorrida em 2002 e a posterior elevação da então
Secretaria Extraordinária de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) em Secretaria de Estado
em 2004. Assim, a Política já reflete em sua elaboração crenças que foram determinadas
anteriormente, como a própria seleção de projetos a serem apoiados e as formas de atuação
da Fundação.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 15


- versão preliminar -

Como premissas desta política, destaca-se como principais eixos: (i) a aproximação do setor
produtivo à produção acadêmica, (ii) o fortalecimento da atuação em redes, (iii) o acesso
democrático à Tecnologia da Informação, (iv) a criação de ambientes propícios ao
desenvolvimento do setor produtivo, em especial daqueles ligados à inovação tecnológica e
(v) a melhoria da estrutura física dos sistemas de comunicação e tecnologia do Estado, entre
outros. Em seu texto, a Política explicita:

“Uma das principais diretrizes da Política de C&T é a criação e o fortalecimento de redes de


pesquisa, de informação e de aprendizado entre múltiplos atores e instituições, numa
perspectiva de potencializar e fomentar uma distribuição espacialmente mais equilibrada da
capacidade de inovação do Estado da Bahia, tanto de produtos e processo, como
organizacionais e sociais. Para fomentar essa distribuição, as universidades, os centros de
pesquisa e as empresas devem expandir e fortalecer o seu papel estratégico como pólos
irradiadores de produção e de difusão de conhecimento” (SECTI. Política de C&TI p/ Estado da
Bahia. Salvador, maio 2004, Disponível <http://www.secti.ba.gov.br/anexos/
Politica_Completa.pdf>. Acesso em 17 abril 2007., p. 16.).

A FAPESB é o resultado da reformulação e reposicionamento político da Superintendência de


Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CADCT, então ligada à SEPLANTEC, que
operou até o ano de 2001. Assim, a Fundação surge com diferentes objetivos, entre eles:

 criar uma cultura de inovação nas empresas;

 fortalecer grupos de pesquisa em INOVAÇÃO TECNOLÓGICA (IT);

 aumentar a capacitação de recursos humanos.

 É neste cenário institucional que a Fundação busca enquadrar seus diferentes


programas e o Empreendedor Social, o qual se orienta pelo(a):

 estímulo à atitude e à cultura empreendedora;

 promoção da associação entre organizações sociais, instituições de ensino e


indivíduos de baixa renda;

 desenvolvimento de produtos e/ou processos inovadores que revertam em bem


estar social;

 aumento da competitividade ao Estado.

Partindo-se de uma análise da reconstrução dos objetivos geral e específicos da FAPESB, é


Ver Ilustração 2
Congruência do possível verificar que o Empreendedor Social procura responder operacionalmente a alguns
Empreendedor
dos objetivos maiores da Fundação, a saber: (i) fomentar a pesquisa e a cultura de pesquisa
Social à Política de
CT&I do no Estado da Bahia e (ii) estimular e apoiar o desenvolvimento das atividades ligadas à
Governo da Bahia
tecnologia e à inovação no Estado.

Tendo como referência o Programa Bahia Inovação, que tem por objetivo geral o aumento da
inovação no Estado da Bahia, também nota-se um alinhamento de objetivos, entre a FAPESB,
o Bahia Inovação e o Empreendedor Social.

EMPREENDEDOR SOCIAL 16
- versão preliminar -

Analisando os objetivos da Fundação, verifica-se que o Programa busca realizar uma


intervenção no âmbito das organizações sociais. Tal vertente, até então, não havia sido
observada de forma explícita nos demais programas do Bahia Inovação, ainda que estes, em
última análise, resultem em desenvolvimento para o Estado.

2.3. O Empreendedor Social no Sistema FAPESB

O Sistema FAPESB é entendido neste trabalho de avaliação como uma relação dos programas,
subprogramas e ações, criados para cumprir as funções institucionais da FAPESB. O Sistema
FAPESB subdivide-se analiticamente em dois grandes grupos:

 linhas de apoio regular (concedem vários tipos de bolsas, auxílios e apoios);

 programas estratégicos (estimulam demandas baianas ligadas às áreas de


tecnologia e inovação).

O Empreendedor Social enquadra-se no âmbito dos programas estratégicos da FAPESB, por


ser resultado de uma demanda de investimentos na área social, entendida pelo Estado como
segmento a ser contemplado com ações específicas. No âmbito das políticas públicas, estas
podem se caracterizar como sendo compensatórias, sociais, complexas ou de incentivo
econômico.

Dada a singularidade dos seus propósitos em relação aos demais oito programas estratégicos
em avaliação, este Programa pode ser facilmente associado ao campo das políticas
complexas ou integradas, que buscam uma resposta global para problemas que antes eram
vistos de modo dissociado. Nesta perspectiva, o Empreendedor Social sugere uma relação de
interdependência entre pobreza e cultura empreendedora ou, de modo mais específico,
entre a estagnação econômica e o baixo nível de empreendedorismo na Bahia.

No Sistema FAPESB, portanto, o Empreendedor Social foge à regra tanto pelo seu escopo,
quanto – sobretudo – pela sua articulação interinstitucional. É interessante notar que a
flexibilidade e a abertura desse sistema permitiu, em nível formal, experimentações
institucionais e organizativas à gestão e ao desenvolvimento do Programa. No decorrer deste
Relatório Parcial, tais características do Sistema serão analisadas, mostrando as implicações e
as contradições práticas desta flexibilidade.

2.3.1. Na estrutura operativa da FAPESB

Ver Ilustração 3 Conforme terminologia usada pela FAPESB, o Empreendedor Social é um dos subprogramas
O Empreendedor
Social na Estrutura
do Programa Bahia Inovação, sendo ligado às determinações e diretrizes deste que, por sua
Operativa dos vez, está vinculado às demandas estimuladas/induzidas da FAPESB por meio de editais e
Programas da
FAPESB
chamadas públicas. Para o EMS, a FAPESB ainda considera linhas de ação com sendo os dois
Editais/Chamadas realizados em 2005 e 2006.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 17


- versão preliminar -

Na terminologia usada nesta avaliação, consideraremos o Empreendedor Social como um


programa que, por sua vez, faz parte de outro programa mais abrangente denominado
Bahia Inovação. Os editais e chamadas não são, no âmbito desta avaliação, consideradas
como Linhas de Ação, por serem entendidos como temporais, pontuais e como uma forma de
operacionalizar o programa.

Em tese, analisando a inserção do Empreendedor Social na estrutura global dos programas


da FAPESB, observa-se uma relação de subordinação formal, sugerindo que as informações
sobre o andamento dos trabalhos fossem repassadas à Coordenação do Bahia Inovação. No
entanto, nota-se que, de fato, este repasse não ocorreu, tendo a condução do Programa na
figura, exclusivamente, do gestor do Empreendedor Social 3.

Na estrutura operativa da FAPESB, o Empreendedor Social, como todos os outros programas,


é conduzido por um único gestor. Na prática, este ator do Programa obedece a um modelo
de gestão de matriz empresarial, respondendo vertical e diretamente por todas as questões
ligadas ao funcionamento do mesmo ao Diretor Geral da FAPESB.

Todas as funções operativas, financeiras, comunicação e acompanhamento são


desempenhadas pela FAPESB, tendo a figura do gestor do programa como realizador de
grande parte destas tarefas e responsável pela interação com subunidades da Fundação
(ASCOMM, CDI, Financeiro, Setor de Arquivos, etc.).

2.3.2. No orçamento da FAPESB

Ainda não foi possível verificar o peso do Programa no fluxo orçamentário que a FAPESB
opera anualmente, por não ter sido fornecido integralmente pela Diretoria Administrativa e
Financeira. Todavia, é possível percorrer ao caminho inverso, identificando qual o peso da
FAPESB no orçamento geral do Empreendedor Social. Analisando os números iniciais do
Programa, o investimento da FAPESB corresponde a somente 28% do total de recursos
operacionalizados pelo Programa, sendo a maior parte, portanto, responsabilidade da
SECOMP. Tal divisão pode ser encarada como um indicativo da maior afinidade temática e
relação da SECOMP com o objeto do Programa, comparativamente à FAPESB, e por se tratar
Ver Ilustração 4
Tendência da também de um programa-piloto da Fundação.
participação do
Empreendedor O Empreendedor Social contou com uma Chamada Pública e um Edital Público. A Chamada
Social no fluxo Pública FAPESB/SECTI/SECOMP/SEBRAE/IEL/Rede Social 003-2005 foi lançada em 26 de
orçamentário
anual do agosto de 2005, enquanto o Edital FAPESB/SECTI/SECOMP/SEBRAE/IEL/Rede Social 001-2006
conjunto de foi publicado em 27 de março de 2006. Os recursos destinados ao Programa tiveram um
Programas da
FAPESB maior aporte da SECOMP, totalizando R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), divididos em
50%, para 2005, e os restantes 50%, para 2006. Segundo números que constam no Projeto

3
Até dezembro de 2006, A FAPESB ainda não havia nomeado o Diretor de Inovação, apesar da aprovação pelo Conselho
Curador em agosto de 2006. Apenas no nível de informações, e não em termos operacionais, os subprogramas do Programa
Bahia Inovação – tendo o EMS dentre eles – foram acompanhados pelo gestor do PAPPE, a quem coube a responsabilidade de
compilar dados e informações dos 5 subprogramas para a Diretoria Geral. Não havia uma relação de subordinação entre os
gestores do EMS e Bahia Inovação.

EMPREENDEDOR SOCIAL 18
- versão preliminar -

Empreendedor Social e Termo de Compromisso 01-2005, a FAPESB investiria financeiramente


o valor de R$768.100,00 (setecentos e sessenta e oito mil e cem reais) para os dois anos do
Programa, os quais provêm do repasse de recursos do Tesouro Estadual. Cada proposta
apresentada pôde pleitear um valor máximo de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por plano
de negócios.

2.3.3. Relação com os demais programas da FAPESB

O Programa Empreendedor Social apresenta uma posição de inter-relação não direta com
outras linhas de ação do Programa Bahia Inovação. Neste sentido, faz-se necessária uma
explicação sobre o Programa Bahia Inovação, um dos principais programas da FAPESB, que
engloba diferentes linhas de ação – não necessariamente alinhadas com a missão maior de
uma instituição de fomento à pesquisa como a FAPESB. O Programa Bahia Inovação tem por
objetivo fundamental e operacional a criação de uma cultura de inovação no Estado da Bahia
e acaba atacando este macro-objetivo de diversas maneiras. É possível verificar que o
programa divide-se em três grandes áreas: i) fomento à inovação em empresas instaladas no
Estado; ii) criação de uma cultura empreendedora no Estado, e; iii) proteção das inovações
geradas por estas e outras ações.

No fomento à inovação, na terminologia em uso pela FAPESB, destacam-se os subprogramas:


(i) Edital PAPPE e (ii) Juro Zero. Esses dois têm como ponto em comum o financiamento do
desenvolvimento de produtos ou processo inovadores voltados a empresas instaladas no
Estado da Bahia.

Na segunda área, criação de uma cultura empreendedora no Estado, ainda conforme


Ver Ilustração 5a
Relação do terminologia em uso pela FAPESB estão outros dois subprogramas: (i) Rede de
Empreendedor
Empreendedorismo (com outras subdivisões) e (ii) Empreendedor Social. Esses têm por
Social com
Demais Programas objetivo fomentar a cultura empreendedora no Estado através de ações voltadas para: (i)
da FAPESB
criação de Planos de Negócios (Empreendedor Social e Curso de Empreendedorismo); (ii)
premiação dos melhores Planos de Negócios (Concurso Plano de Negócios), e; (iii) incubação
de empresas (Apoio às Incubadoras e à Criação de Pré-Incubadoras).

Dessa forma, mesmo que não sejam feitas ações diretas, como no caso do Apoio às
Incubadoras e Pré-Incubadoras, o Bahia Inovação busca formar, acompanhar e financiar o
novo empreendedor – desde que ele tenha um perfil de produção de base tecnológica. Esse
perfil operativo distancia-se teoricamente da missão institucional de uma FAP, que, como o
nome diz, trata-se de uma fundação de amparo/apoio à pesquisa. Esta particularidade da
FAPESB pode ser entendida pela confluência de oportunidades de financiamentos federais e
o desenvolvimento de programas da mesma natureza por outras FAPs.
Ver Ilustração 5b
Estrutura de
Finalizando as três grandes áreas de atuação do Bahia Inovação, está a Rede de Propriedade
atuação do
Empreendedor Intelectual e Transferência Tecnológica da Bahia (REPITTec), que permeia todos os outros
Social
subprogramas, buscando garantir a proteção legal das inovações em desenvolvimento.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 19


- versão preliminar -

Assim, a partir da análise de possibilidades operativas do Bahia Inovação, é possível verificar


que o Empreendedor Social tem relações indiretas com os outros subprogramas que
compõem o Bahia Inovação, como, por exemplo, a REPITTec. Ainda que não esteja explícito
nos documentos, observa-se que existe uma relação conceitual entre o Empreendedor Social
e a REPITTec, a ser verificada no trabalho de campo para fins do Relatório Final.

2.4. Estratégia do Empreendedor Social

O Empreendedor Social é um programa empreendido por um órgão público que procura


responder a um problema considerado de relevância pública. Orientado por essa lógica, o
Empreendedor Social nasce com o objetivo de transformar positivamente uma situação
considerada problemática, ou pelo menos contribuindo (em maior ou menor grau) para levá-
lo à situação desejada.

Dentro do cenário operativo da FAPESB, e tendo por parâmetros os objetivos maiores do


Bahia Inovação, o Empreendedor Social busca ajudar a resolver uma determinada situação
problemática comum a todo o estado da Bahia, relacionado ao desenvolvimento social. A
situação que o Programa reconhece como crítica é a estagnação da atividade econômica
em áreas menos favorecidas, em especial no interior do Estado, cujo futuro almejado se
traduz na promoção do protagonismo local com o desenvolvimento de projetos e
metodologias inovadoras no campo socioeconômico, fruto de parcerias entre
organizações sociais e instituições do conhecimento. Acredita-se que, por meio do
empreendedorismo, ocorra a geração de trabalho, renda e o incremento da aplicação do
conhecimento nos processos de geração de negócios sociais inovadores.

Ver Ilustração 6 O EMS atua, sobretudo, em 4 grandes linhas de ação, dando corpo à estratégia de
Estratégia “fortalecer empreendimentos de organizações sociais com fins de superação da
institucional da
FAPESB para o pobreza”:
Empreendedor Social
 apoiar a implantação de ações de sensibilização e capacitação em
empreendedorismo social em associações, cooperativas e/ou organizações
solidárias, populares e comunitárias;
 realizar Concursos de Planos de Negócios com fins sociais oriundos das
capacitações de empreendedorismo;
 disponibilizar assessoria para implementação e acompanhamento dos planos de
negócios recomendados durante o curso;
 financiar Planos de Negócio ao final do curso para a implementação.

Estas linhas de ação do Programa são voltadas para as organizações sociais e não para as
comunidades carentes que necessitam desta “injeção” de empreendedorismo. No entanto, é
preciso compreender que estas organizações sociais são formadas por e/ou para tais
comunidades. Esta avaliação considera, portanto, que o Empreendedor Social utiliza-se do
recurso – próprio da formulação de políticas públicas – que é a exigência de um determinado
formato como critério de elegibilidade para que se pleiteie o benefício. Desta forma, as

EMPREENDEDOR SOCIAL 20
- versão preliminar -

instituições elegíveis são organizações sociais 4, tendo como parceiras instituições de


conhecimento 5.
Em outras palavras, para que um público de “bordadeiras” de uma dada comunidade, por
exemplo, pleiteie o benefício, elas teriam que necessariamente se organizarem e buscarem
ajuda especializada vinda das “instituições do conhecimento” para a elaboração e execução
de um “plano de negócios”. Para o Programa, as organizações sociais funcionam como
interlocutoras mais adequadas destas pessoas que se deseja atingir, dado o grau de
formalidade e personalidade jurídica exigida pela Secretaria da Fazenda/Tesouro do Estado
para o firmamento das parcerias.

Vale a pena ressaltar ainda que atores organizações e instituições do conhecimento recebem
capacitação empreendedora, segundo a metodologia disponibilizada pelo SEBRAE/BA.
Segundo documentação analisada, os ambientes mais propícios ao empreendedorismo são
aqueles caracterizados por processos interativos e cooperativos de aprendizado e inovação,
de onde deriva a importância da promoção da capacitação local em inovação e aprendizado
de forma coletiva.

No âmbito teórico da avaliação de programas como políticas públicas, é necessário identificar


ou reconstruir o pressuposto ou a crença causal que dá sustentação à estratégia do
programa, o qual chamamos de frame 6 ou hipótese institucional. Um programa já é uma
estratégia de transformação de uma dada realidade social em outra aceitável. Por isto, de
acordo com a metodologia construída para esta avaliação, evita-se usar a expressão “assumir
a estratégia”, pois o programa não somente assume ou a adota a estratégia X, ele é a própria
estratégia.

Posto isso, a FAPESB operacionaliza o Empreendedor Social tendo como ponto de partida
duas crenças que sintetizam a lógica do Programa. A primeira relaciona-se com o fato de que
o empreendedorismo é capaz de reverter a estagnação econômica do Estado da Bahia.
Ou seja, investindo na formação de uma cultura empreendedora e disseminando-a, pode-se
obter ganhos sociais expressos no desenvolvimento de projetos e metodologias inovadoras
no campo socioeconômico. Uma segunda crença, sob a qual se alicerça o Programa, refere-se
à aprendizagem do empreendedorismo: Segundo o documento descritivo Projeto
Empreendedor Social 2005, todos podem ser empreendedores. Essas duas crenças
representam o eixo central do Empreendedor Social, constituindo-se no frame institucional
do Programa. Para o alcance da situação desejada são implementadas estratégias de apoio às

4
Utiliza-se nesta avaliação o termo organizações sociais para designar, genericamente, o que consta nos documentos do
Programa Empreendedor Social como associações, cooperativas sociais, empreendimentos e organizações solidárias, populares
ou comunitárias.
5
Utiliza-se nesta avaliação a expressão “instituições do conhecimento” para designar diferentes tipologias existentes na
documentação, que fazem referência aos entes detentores e difusores de conhecimento técnico, como centros de tecnologia,
universidade, faculdades, núcleos ou centros de estudo e pesquisa e empresas com Programa de Responsabilidade
Social.
6
O termo frame pode ser traduzido, literalmente do inglês, como “quadro”, ou, de modo mais completo, “quadro de referência
teórica”.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 21


- versão preliminar -

ações de capacitação em empreendedorismo social, premiação de Planos de Negócios,


assessoria e acompanhamento para implementação dos referidos planos.

Todavia, resta saber se este mesmo frame é compartilhado por todos os atores institucionais
envolvidos na formulação e implementação do Programa (SECOMP, IEL/BA, SEBRAE/BA).

EMPREENDEDOR SOCIAL 22
- versão preliminar -

3. O Empreendedor Social

3.1. Definição do objeto

O Programa Empreendedor Social nasce para minimizar uma situação definida como
problemática: estagnação da atividade econômica em áreas menos favorecidas, em
especial no interior do Estado; e tenta alcançar ou contribui para que se alcance uma
situação considerada socialmente desejável, definido como um ambiente caracterizado pelo
desenvolvimento de projetos e metodologias inovadoras no campo socioeconômico por
meio de parcerias entre instituições do conhecimento e organizações sociais.

Ver Ilustração 7 Analisando a lógica do Programa como uma equação pública, emergem o seu frame
Lógica de
(hipótese institucional), sua estratégia e atuação. Significa que o Programa assume uma
Ação do
Empreendedor lógica causal de tipo contínuo: intervindo de um modo X em uma dada realidade Y,
Social
considerada problemática e de relevância pública, obtém-se Z, uma situação socialmente
desejada ou aceitável. Todavia, ao assumir uma estratégia de ação, a situação problemática,
antes imprecisa, se redefine em função da própria estratégia, ocorrendo uma
reinterpretação do objeto e objetivos, gerando um ciclo. Diante disso, o problema passa a
não ser “a estagnação da atividade econômica em áreas menos favorecidas, em especial no
interior do Estado”, mas uma cultura empreendedora incipiente e conhecimento técnico
insuficiente das organizações sociais para o desenvolvimento de empreendimentos
socioprodutivos viáveis.

Esse é, portanto, no prisma da avaliação, o problema a ser resolvido. Tal redefinição ocorre de
forma intuitiva pelos gestores do programa, levando-se em conta restrições inerentes ao
campo de atuação e estratégias delimitadas para a sua intervenção. O Programa assume
como objetos os cursos de empreendedorismo, concurso de planos de negócios e o
financiamento/assessoramento dos planos. Operacionalmente, ocorre uma releitura da
situação problemática, postulando então que uma melhor formação das instituições de
conhecimento e organizações sociais contribuirá para a existência de uma cultura
empreendedora no campo das organizações sociais no Estado da Bahia.

3.2. Evolução dos objetivos/metas/público-alvo

A análise documental do Empreendedor Social indica que não houve mudanças significativas
Ver Ilustração 8
Evolução dos nos objetivos do Programa. Observa-se que na Chamada Pública 03/2005, onde se lê:
objetivos
“Fomentar o empreendedorismo como forma de geração de novas oportunidades ou negócios,
institucionais do
Empreendedor Social que resultem em projetos inovadores com vistas à geração de emprego, renda e outros benefícios
em prol da comunidade”. No Edital 01/2006, lê-se “Fomentar o empreendedorismo como forma

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 23


- versão preliminar -

de geração de novas oportunidades ou negócios, que resultem em projetos produtivos inovadores


com vistas à geração de trabalho e renda para a comunidade”.

Essa simples alteração pode indicar, a princípio, uma preocupação com uma terminologia
mais associada a uma relação formal e legal expressa no termo “emprego”. Ao contrário, o
termo “trabalho” nos remete mais à idéia de “ocupação laboral” e não de um vínculo
empregatício formal, amparado pela legislação trabalhista.

Conforme documento-base, Projeto Empreendedor Social (vide p. 6), a meta para os 18


meses de vigência estipulada foi o apoio a 40 turmas de empreendedorismo, sendo 20
participantes por turma, ou seja, um atendimento potencial de 800 indivíduos com renda per
capita familiar de até meio salário mínimo nacional.

Na prática, observou-se que foram 15 propostas apoiadas em 2005 e mais 15 em 2006,


totalizando 30 projetos (75% da meta prevista).

3.3. Reconstrução do framework operativo

Ver Ilustração 9
O framework do Programa, segundo a metodologia utilizada nesta avaliação externa de 9
Framework Programas da FAPESB 7, consiste na estrutura operativa de atuação do Empreendedor Social.
Operativo do
Empreendedor Social
O framework, cuja tradução literal do inglês pode ser “quadro de trabalho”, foi reconstruído
pelos avaliadores, levando-se em consideração, os pressupostos institucionais do Programa.
No framework do Programa Empreendedor Social estão presentes o seu objetivo geral,
específicos, as linhas de ação que se remetem aos específicos, as atividades efetivamente
desenvolvidas e os atores envolvidos.

O framework é sempre melhor compreendido em sentido contrário ou pelo caminho inverso.


As atividades executadas são pertinentes e/ou suficientes para que se atinja o objetivo geral?
Para o alcance dos objetivos previstos, o Programa possui linhas de ação que se subdividem
em Curso, Concurso, Assessoria e Financiamento. Para cada linha de ação, existem atividades
relacionadas, estando cada uma delas vinculadas a um ou mais objetivos. O fato dos
objetivos específicos possuírem um viés macro, assemelhando-se quase a objetivos gerais
(superiores), faz com que as linhas de ação tenham uma relação com mais de um objetivo.

Segundo documentação do Programa, a realização das atividades propostas conduzem para


o alcance dos seguintes objetivos:

 estimular a atitude e a cultura empreendedora para implantação de projetos


inovadores com fins sociais;

 articular universidades, ONGs, associações, cooperativas e organizações


solidárias no fomento ao empreendedorismo social;

7
Ver documento Plano de Trabalho – Avaliação Externa dos Programas da FAPESB, novembro de 2006.

EMPREENDEDOR SOCIAL 24
- versão preliminar -

 criar condições para que famílias de baixa renda se tornem protagonistas de


ações para o seu desenvolvimento econômico e social.

Com a realização dos cursos espera-se contribuir para disseminação de uma cultura
empreendedora em organizações sociais, ao ser elaborado um plano de negócio, sob a
coordenação do representante vinculado à instituição proponente. O Coordenador tem
como responsabilidade também a execução técnica e financeira da proposta.

Por outro lado, cabe ao Orientador de Tecnologia auxiliar na criação, desenvolvimento e


implantação da tecnologia social 8 pretendida pelo plano de negócio e participar,
efetivamente, da implantação do projeto. Este orientador é vinculado à instituição do
conhecimento (centros de tecnologia, universidade, faculdades, núcleos ou centros de
estudo e pesquisa e empresas com Programa de Responsabilidade Social) que participa do
Programa.

Como incentivo às melhores propostas, a FAPESB acredita que o reconhecimento é um fator


positivo para a consolidação da cultura empreendedora. Além disso, a visibilidade dada pelo
concurso pode incentivar novos empreendedores a criarem novos negócios. Outro fato
perceptível no framework operativo é que não basta apenas formar e premiar, deve-se
implementar e apoiar as propostas. Para isso, a FAPESB financia e assessora as iniciativas
aprovadas, através de apoio financeiro.

3.4. Hierarquia de Problemas

Ver Ilustração 10 O Empreendedor Social procura enfrentar uma dada realidade social considerada
Hierarquia de problemática e de relevância publica, justificando, portanto, a alocação de recursos públicos
Problemas do
Empreendedor Social (econômicos, administrativos, humanos, etc.). Quando esta situação problemática passa a ser
tratada pela agenda institucional de governo, ela automaticamente sofre uma redefinição
hierárquica, da qual emerge a configuração de um macro-problema que abrigaria outros
problemas específicos interligados. Observa-se que o problema assumido pelo
Empreendedor Social é:

 “estagnação da atividade econômica em áreas menos favorecidas, em especial


no interior do Estado.” 9

Este problema, então, em sua dimensão macro é complementado por outros problemas
específicos. O problema específico de maior peso observado é a ausência de uma cultura
empreendedora que resulte na implantação de projetos inovadores com fins sociais. Do

8
O termo “tecnologia social” é utilizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia como um conjunto de produtos, técnicas ou
metodologias transformadoras, desenvolvidos na interação com a população e apropriados por ela, que representam efetivas
soluções de transformação social. Essas tecnologias caracterizam-se pela simplicidade, baixo custo e fácil aplicação, que
potencializam a utilização de insumos locais e mão de obra disponível, protegem o meio ambiente, têm impacto positivo e
capacidade de resolução de problemas sociais (http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/9917.html).
9
Documento Projeto Empreendedor Social, Salvador: FAPESB, 2005, p.2.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 25


- versão preliminar -

ponto de vista institucional e a partir da análise documental, deduz-se o pouco


protagonismo em famílias de baixa renda na realização de ações para o seu
desenvolvimento econômico e social.

Uma terceira observação dos avaliadores foi pautada na análise do discurso do Gestor do
Programa, cuja entrevista apontou a pouca articulação entre universidades, ONGs,
associações, cooperativas e organizações solidárias no fomento ao empreendedorismo
social, como um dos aspectos que tem merecido atenção em sua gestão do Programa. A
ponderação dos problemas segue, portanto, uma lógica baseada na observação do grau de
importância dos mesmos (a partir das entrevistas e documentação analisada) e mesclada às
possibilidades de atuação do programa.

Voltando ao problema geral, esta situação ou contexto problemático é redefinido durante o


período de implantação do Programa em torno de uma definição menos complexa e
abrangente que, deste modo, passa a definir o ponto de partida do Programa. Com este
movimento, distanciando-se (em termos de escopo) da política pública na qual ele se
enquadra, o problema vem recolocado ou redimensionado em termos mais práticos e
operativos:

 cultura empreendedora incipiente e conhecimento técnico insuficiente das


organizações sociais para o desenvolvimento de empreendimentos
socioprodutivos viáveis.

O problema redefinido em termos operativos possibilita implementar ações efetivas que


auxiliem diretamente à sua resolução. Portanto, partindo-se de um problema macro, faz-se
uma releitura a fim de identificá-lo em termos práticos, para que possa ser alvo de estratégias
por parte do gestor do Programa.

3.5. Hierarquia de Objetivos

Ver Ilustração 10
A realidade social almejada por uma política pública deve ser analiticamente recuperada a
Hierarquia de partir da apresentação institucional da hierarquia de objetivos, em torno dos quais o
Objetivos do
Empreendedor Social
programa se desenvolve. Todavia, existe uma diferença entre a situação social almejada,
fortemente relacionada à reversão de um quadro de estagnação econômica no Estado da
Bahia com a melhoria da qualidade de vida de um público de baixa renda. Nota-se um
distanciamento considerável entre o objetivo do programa e onde o mesmo deseja,
textualmente, chegar. Não se pode afirmar neste relatório parcial que, se forem atingidos os
objetivos do Programa, a situação que ele deseja modificar sofrerá, de fato, uma alteração
significativa, pois temos que:

 o desenvolvimento social é, sobretudo, um problema estrutural, o qual deve ser


“atacado” por diferentes perspectivas, dado a sua complexidade e
transversalidade;

EMPREENDEDOR SOCIAL 26
- versão preliminar -

 não foi identificado, a partir da análise documental, que o Empreendedor Social


seja o resultado de uma discussão entre diversos atores sociais, e não apenas os
programáticos, sobre qual(is) seria(m) a(s) formas mais efetiva(s) para combater à
pobreza e às desigualdades sociais, por meio de um programa articulação entre
secretarias.

A soma dos objetivos específicos, recuperados a partir da análise documental, deve alcançar
o objetivo geral. Neste caso, a estratégia e o frame são responsáveis pelo grau de pertinência
e abrangência entre o objetivo geral e os específicos. Quanto à ponderação deste conjunto
de objetivos específicos existe uma hierarquia relacionada ao Programa, que nos indica os
seguintes pontos:

 A despeito de o Programa ter um fim prático, que pode ser traduzido pela
implementação de Planos de Negócios gestados por organizações sociais, ele
possui, de fato, como objetivo maior “ESTIMULAR A ATITUDE E A CULTURA

EMPREENDEDORA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS INOVADORES COM FINS SOCIAIS”. Tal

objetivo está fortemente ligado ao que se propõe o Programa, recebendo, assim,


maior atenção e ações específicas.

 Do ponto de vista institucional, “CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE FAMÍLIAS DE BAIXA

RENDA SE TORNEM PROTAGONISTAS DE AÇÕES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

E SOCIAL” relaciona-se com a linha de atuação da SECOMP, cuja articulação com a


SECTI/FAPESB possibilita a realização do Programa.

 A articulação entre instituições do conhecimento e organizações sociais


emerge como um objetivo observado no discurso do gestor e na análise
documental. Assume-se a premissa de que o estabelecimento de uma interação
ente estas partes fortalece as intenções do Programa. Embora reconheça as
instituições do conhecimento como locus do saber teórico e detentoras do
conhecimento técnico, estas também são capacitadas no início do
desenvolvimento do Programa para “falar a mesma linguagem” do público-alvo
do programa (indivíduos com renda familiar per capita de até 0,5 salário
mínimo), assimilar a metodologia de empreendedorismo do SEBRAE/BA e se
aproximar do universo das organizações sociais que serão beneficiadas pelo
Programa Empreendedor Social. Isso acontece por meio de uma Oficina de
Capacitação destinada aos Coordenadores da Proposta e Orientadores de
Tecnologia, com a carga horária de 40h.

Nesta avaliação, os pontos de vista assumidos (Programa, FAPESB e Gestor), os pesos dos
objetivos e os problemas mesclam-se com a finalidade de configurar o contexto real do
Programa, sob diferentes perspectivas e enfoques. Comparando-se a Árvore de Objetivos
com a Árvore de Problemas observa-se uma forte relação entre ambas. No entanto, os
objetivos específicos possuem características mais próximas a macro objetivos, tendo em
vista a complexidade dos mesmos e sua abrangência. Os objetivos específicos são
demasiadamente amplos, competindo com o objetivo geral do Programa. Dessa forma, o

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 27


- versão preliminar -

alcance dos objetivos específicos demandaria um grande esforço, tornando ainda mais difícil
a conquista do objetivo geral.

3.6. Marco institucional-legal

Ver Ilustração 12 Cada Programa funciona em um espaço institucional delimitado por um conjunto de
Marco vínculos legais que regem a sua atuação. Em outras palavras, o marco institucional-legal é
Institucional Legal do
Empreendedor Social uma espécie de fronteira, de delimitação da área de ação do Programa. Nesta fase da
avaliação externa do Programa Empreendedor Social foram observados, prioritariamente,
dois aspectos relacionados ao marco institucional legal: o seu GRAU DE PRECISÃO e o seu grau
de clareza. Enquanto o primeiro refere-se à normatização do Programa, como resultado de
acordos legais estabelecidos nos âmbitos municipal, estadual ou federal, o segundo diz
respeito ao entendimento acerca destes limites legais e institucionais do Programa.

Inicialmente, faz-se necessário observar que o Empreendedor Social carece de um marco-


legal institucionalizado, o que não ocorre. Tem-se como delimitador legal apenas o Termo
de Compromisso 001/2005 entre as instituições membros do Comitê Gestor.
Institucionalmente, o Termo de Compromisso assinado entre FAPESB, SECTI e SECOMP
delimita a forma de atuação, por determinar minimamente os papéis a serem desenvolvidos
por cada um dos parceiros. Sob a denominação Projeto Empreendedor Social, depreende-se
um Plano de Trabalho, o qual contém as diretrizes, justificativas do Programa e Plano de
Aplicação de recursos.

Estruturalmente, o marco institucional-legal do Programa deveria ser desenvolvido em torno


de um estatuto, instrução, lei ou outro documento específico formalmente aprovado pelo
Conselho Gestor da FAPESB, câmara de assessoramento específica da área, o que não ocorre
neste caso. Tendo essa ressalva por base, compõem o marco institucional-legal as seguintes
relações específicas 10:

 Termo de Compromisso Nº. 01/2005 que define as relações dos parceiros.

Complementando o quadro, surgem as seguintes relações não-específicas:

 Emenda Constitucional Federal n.º 31/2000, que altera o ato das disposições
constitucionais transitórias, introduzindo artigos que criam o Fundo de Combate
e Erradicação da Pobreza;

10
Neste caso, relações específicas são aquelas que se aplicam apenas ao Programa em análise. As demais, aqui chamadas de
não-específicas, formam um marco legal comum a todos os programas da FAPESB.

EMPREENDEDOR SOCIAL 28
- versão preliminar -

 Lei Nº 7.988 de 21 de Dezembro de 2001, que cria a Secretaria de Combate à


pobreza e às desigualdades sociais e o FUNCEP – Fundo Estadual de Combate e
Erradicação da Pobreza;

 Regimento da SECOMP – Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades


Sociais, documento que detalha as competências das várias áreas componentes
da estrutura básica desta Secretaria: aprovado pelo Decreto nº 8.142 de
fevereiro de 2002 e alterado pelo Decreto nº 9.568 de outubro de 2005;

 Lei Nº 9.509 de 20 de maio de 2005, que altera a Lei Nº 7.988;

 Plano Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (2002), instrumento


programático que norteia a gestão do Fundo de Combate e Erradicação da
Pobreza (documento interno da SECOMP, circulação restrita);

 Regulamento do FUNCEP – Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza,


detalha as competências das várias áreas componentes da estrutura básica deste
órgão, assim como normatiza o seu funcionamento (documento interno da
SECOMP, circulação restrita);

 Política de CT&I do Estado, que define as macro diretrizes, linhas de ação e


objetivos dos investimentos nesse setor na Bahia, publicado pela SECTI em 2004;

 Lei 8.666/93, que define os critérios para licitações, contratos e convênio em


todo o País e, no caso da Bahia, é regulamentada através do Decreto Estadual
9.266/2004;

 Resolução 86/2003 do Tribunal de Contas do Estado – TCE/BA, que estabelece


as normas e procedimentos para controle externo para convênios e outros
procedimentos;

 Regimento e Estatuto da FAPESB, que determinam as normas gerais de


atuação da Fundação e identificam as diretrizes colocadas pela Direção Geral e
pelo Conselho Curador da Fundação;

 Procedimentos FAPESB, normatizam rotinas internas para que todas as fases


dos programas desenvolvidos pela Fundação;

 Políticas FAPESB de Acompanhamento de Projetos e Propriedade


Intelectual, trazem ao conhecimento público as formas como a Fundação
encara esses dois temas.

Também compõem o marco legal-institucional de todos os programas da FAPESB, legislações


relativas ao setor como a lei de criação da Fundação e da SECTI que, de forma mais ou menos
evidente, influenciam a forma de atuação da Fundação.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 29


- versão preliminar -

4. O Ciclo do Empreendedor Social

4.1. Policy Window (Cenário de criação do programa)

A expressão Policy Window designa uma “janela de oportunidade” – uma determinada


conjuntura em que a equação de problemas e soluções propiciam a introdução de mudanças
na agenda pública.Em outras palavras, a ocorrência de eventos independente finda por gerar
um novo contexto. A existência do Empreendedor Social é condicionada à existência de
fatores nos âmbitos das esferas federal e estadual, que influenciam diretamente a construção
do Programa.

Ver Ilustração 13 A realização do Empreendedor Social faz parte de um esforço articulado entre duas
Policy
Secretarias do Governo do Estado da Bahia (SECOMP e SECTI), configurando-se numa
Window do
Empreendedor Social iniciativa conjunta em prol do combate à pobreza, a promoção do desenvolvimento social
sustentável e o empoderamento local. O Programa reflete uma preocupação do Estado com a
inclusão social, expressa não apenas na existência de uma secretaria que trate do tema, mas
também por colocar a questão da melhoria das condições de vida da população de baixa
renda como diretriz transversal das políticas públicas do Estado. Essa articulação se deu por:
(i) senso de oportunidade; (ii) existência de um interesse da FAPESB em atender um público
específico que, geralmente, não é contemplado por programas desenvolvidos por FAPs
(trata-se de um programa-piloto); e o (iii) consenso de que a inovação é precedida por uma
distribuição de renda e oportunidades mais igualitárias.

Por outro lado, além do interesse e demanda pública em relação à temática do Programa,
existiu também uma oportunidade para operacionalizar a idéia a partir de outro programa já
existente na FAPESB. O modelo empregado pela Rede de Empreendedorismo, para seus
cursos de empreendedorismo e concurso de plano de negócios, foi adotado também pelo
Empreendedor Social, com algumas diferenças: plano de negócios por turma, e não por
aluno ou grupos de alunos; instituição proponente sendo a organização social e não a
instituição do conhecimento; a metodologia adotada seria, a priori, adaptada do
empreendedorismo privado, etc. Dessa forma, houve também uma oportunidade de se
aplicar um formato de programa já em operação, teoricamente minimizando os equívocos de
um programa totalmente novo e em processo de aprendizagem.

No âmbito financeiro, o suposto aporte de investimentos por parte da SECOMP de


R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), explicitado nos documentos (aproximadamente 72%
do total do Programa), constitui-se também em oportunidade para a realização do
Empreendedor Social.

EMPREENDEDOR SOCIAL 30
- versão preliminar -

4.2. Evolução da formulação, implementação e resultados

A decomposição em fases da dinâmica dos programas em avaliação é uma das ferramentas


usadas por esta metodologia para melhor evidenciar a evolução de cada um deles. Embora
seja um programa relativamente recente, faz-se necessário analisar o Empreendedor Social a
partir do tripé formulação – implementação – resultados.

Ver Ilustração 14 A Avaliação Externa entendeu que o processo de formulação do Programa se deu em 2005,
Ciclo do um ano após o início de outro Programa da FAPESB, no caso o Rede de Empreendedorismo,
Empreendedor
Social cuja temática e estrutura de funcionamento mantém relação estreita com o Empreendedor
Social. Ambos os programas possuem semelhanças, o que sugere uma influência direta da
Rede sobre a formulação do Empreendedor Social.

No que concerne à implementação, ela teve início a partir da assinatura do Termo de


Compromisso entre os parceiros. Como já dito anteriormente, não houve assinatura de um
convênio para o Programa. O período de execução do Programa contemplaria 18 meses de
atuação, encerrando as suas atividades em 2007.

No que se refere aos resultados, estes ainda são difíceis de serem identificados e analisados,
sobretudo, por estarem relacionados, por exemplo, ao objetivo do fomento a uma cultura
empreendedora em organizações sociais. Uma nova cultura é, portanto, resultado de um
processo que envolve mudanças de atitudes e comportamentos de indivíduos e não poderá
ser verificado em um curto espaço tempo, nem de forma direta. Esta avaliação também
buscará entender os possíveis desdobramentos do Empreendedor Social, identificando os
resultados obtidos pelo Programa e pelos projetos apoiados nas organizações sociais, o que
será trabalhado em detalhes no Relatório Final.

4.3. Processo de formulação

O processo de formulação do Programa inicia-se formalmente com a assinatura do Termo de


Ver Ilustração 15
Subciclo da Compromisso 01/2005 entre a FAPESB, SECTI e SECOMP. Em junho de 2005, é divulgado o
formulação do documento Projeto Empreendedor Social, no qual o principal objetivo é:
Empreendedor Social
 “Fortalecer a cultura empreendedora e servir como mecanismo de transferência dos
benefícios gerados pela CT&I para a população, e em especial à parcela menos
favorecida pelo progresso econômico e social no Estado da Bahia”. 11

Embora este documento delimite objetivos, fases, linhas de ação, recursos e a


operacionalização do Programa, não fica claro qual foi a participação de cada ator
institucional neste processo. Não foi encontrado nenhum documento que indicasse um
estudo diagnóstico prévio ou que servisse como orientação para a formulação do Programa.
A Avaliação Externa buscará identificar, para fins do Relatório Final, quais critérios foram

11
Documento Projeto Empreendedor Social, Salvador: FAPESB, 2005.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 31


- versão preliminar -

utilizados, por exemplo, para definição do universo a ser atendido, já que a falta deste estudo
diagnóstico inviabiliza conclusões mais precisas a respeito.

4.4. Processo de implementação

Ver Ilustração 16 No que concerne à implementação do Programa junto ao seu público-alvo, o mesmo ocorreu
Subciclo da
Implementação do em duas ocasiões, por meio de uma chamada pública e, posteriormente, por um edital
Empreendedor Social público, sendo que estes dois documentos não apresentam modificações expressivas entre
eles. Abaixo, segue fluxo de implementação do Programa, conforme documentos oficiais:

Chamada Pública/Edital
Implantação

Concurso de PN

Sensibi- Concepçã Desenvol


lização o do vimento
Implementação Consolida
projeto de PNs
dos PNs ção

Eventos, Módulo I Módulo II Assessoria, Acompanha


palestras, (Idéia e (Estruturação do Consultoria e mento
cartilhas. Comportament Plano de Financiamento

Fonte: Projeto Empreendedor Social

As fases de organização, divulgação, execução e acompanhamento das ações do Programa


são realizadas pelos integrantes do Comitê Gestor, no qual, teoricamente, são definidas
previamente as responsabilidades de cada ator institucional. O acompanhamento das ações
propostas em cada projeto apoiado é realizado por meio de relatórios técnicos e,
principalmente, de visitas técnicas realizadas por representantes do Comitê Gestor. Este
Comitê é composto pela SECTI, SECOMP, FAPESB, SEBRAE/BA e IEL/BA, estando o mesmo sob
coordenação da SECTI/FAPESB.

A documentação obtida apresenta um cronograma das atividades para o período 2005 e


2006 e início de 2007, totalizando 18 meses de atuação do Programa, com datas referentes
apenas ao Chamada Pública 003/2005 (o cronograma do Edital 001/2006 ainda será obtido).
As entrevistas com o gestor indicaram que o cronograma não foi integralmente seguido, por
atraso na liberação de recursos do FUNCEP – Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza
pela SECOMP, o que impossibilitou o seu cumprimento e forçou uma série de ajustes e
aditivos de prazo.

EMPREENDEDOR SOCIAL 32
- versão preliminar -

Cronograma Chamada Pública 03/2005 – Programa Empreendedor Social

ATIVIDADES Mês1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5


Lançamento da Chamada 26.08
Entrega das Propostas dos Cursos 22.09
Distribuição das Propostas p/ Comissão 23.09
Reunião da Comissão de Seleção 27 e 28.09
Divulgação dos Cursos Selecionados 30.09
Assinatura do Convênio / Termo de Outorga 05.10
Campanha de comunicação dos cursos de
28.08 a 14.10
Empreendedorismo Social
Eventos de sensibilização 26.08 a 19.09
Realização dos Cursos 17.10 a 25.11
Viagens de acompanhamento dos cursos
17.10 a 25.11
empreendedorismo Social
OFICINA DE CAPACITAÇÃO DOS ORIENTADORES
Contratação do facilitador 12.09
Preparação do material didático 15.09
Realização da oficina 5 a 8.10
SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO DOS PLANOS DO EMPREENDEDOR SOCIAL
Elaboração do regulamento 15.09
Campanha de comunicação da solenidade de
17.10 a 15.12
premiacao dos planos do empreendedor social
Divulgação do regulamento do concurso 17.10 a 25.11
Inscrição no Concurso (automãtica) -

Encaminhamento dos Planos para a Comisao (Feita 01.12


pelo Coordenador da Proposta, via SEDEX)
Distribuição dos Planos p/ Comissão 02.12
Reunião da Comissão de Seleção 6 e 7.12
Realização de solenidade de premiação 15.12

Cronograma Chamada Pública 03/2005 – Programa Empreendedor Social

Atividades Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Mês 13 Mês 14 Mês 15 Mês 16 Mês 17 Mês 18
Financiamento dos Projetos 01.03
Implantação dos Projetos 01.03.2006 a 20.11.2006
Viagem de Acompanhamento da
31.03 15.05 17.07 18.09 20.11 20.01
implantação dos Projetos

4.5. Quadro síntese das principais mudanças

Ver Ilustração 17
No que concerne à sua formação, ainda não foi possível obter informações sobre a existência
Subciclo da ou não de um estudo diagnóstico prévio que tenha antecedido indicado a necessidade de se
Implementação do
Empreendedor Social
criar um programa nos moldes do Empreendedor Social. Não houve grandes alterações na
operacionalização do Empreendedor Social, se comparadas às duas edições. Algumas poucas
mudanças referem-se à parte financeira e ao caráter inclusivo do Programa, como se observa
adiante, neste documento.

Na Chamada Pública 003/2005, os recursos financeiros deveriam ter sido liberados em duas
parcelas, a primeira no valor de 20% do orçamento apresentado na proposta, após a
publicação no Diário Oficial do Estado, e a segunda, após a entrega do Plano de Negócio. No
Edital 01/2006, a liberação dos recursos deveriam ter sido ocorrido em parcela única após a
realização dos Cursos de Empreendedorismo e a entrega do Plano de Negócio. Uma hipótese
a ser checada pelos avaliadores (entre outras) é se houve um número alto de propostas
aprovadas que não geraram efetivamente planos de negócios (desistências durante o curso),
acarretando um custo desnecessário ao Programa.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 33


- versão preliminar -

Outro aspecto, ainda relativo à questão financeira, é a ênfase no Edital 2006 da não
remuneração do Coordenador da Proposta, ao contrário da Chamada de 2005, que não
deixava claro se o Coordenador seria pago pelo Programa.

Com o intuito de permitir uma maior participação e aumentar a abrangência do Programa, o


Edital 2006 não permite a participação de organizações que já tenham se candidatado e
tenham sido aprovadas em 2005. Isso fez com que fossem abertas oportunidades para outras
organizações sociais e fosse congruente com o viés do programa de atender um público de
baixa renda distribuído geograficamente no Estado.

EMPREENDEDOR SOCIAL 34
- versão preliminar -

5. Processos de seleção e julgamento do Empreendedor


Social

Cada programa da FAPESB apresenta um processo de seleção específico dos projetos que são
submetidos a cada abertura de edital ou chamada pública. Tratam-se de procedimentos que
nem sempre são apresentados dentro de uma seqüência operacional, não abstrata ou por
fases. O objetivo deste capítulo é revelar estes passos, identificando onde estão e quais são os
pontos nos quais acontece a seleção (screening).

5.1. Passo-a-Passo da seleção

O Empreendedor Social possui uma única fase de seleção das propostas das organizações
sociais que, por sua vez, firmam parcerias com as instituições de conhecimento. O processo de
seleção do Empreendedor Social inicia-se com o lançamento do edital/chamada. Em seguida,
os demandantes encaminham suas propostas/pedidos de apoio, no período estipulado no
edital/chamada. Cada proposta apresentada pode pleitear um valor máximo de R$ 40.000,00
(quarenta mil reais). Após recebimento das propostas/documentação, e encerrado prazo para
submissão, o gestor confere o “enquadramento” dos documentos exigidos, seguindo os pré-
requisitos estipulados no edital/chamada. Os projetos são analisados por pareceristas Ad Hoc,
arregimentados por outra FAP parceria da FAPESB. Para a Chamada de 2005, firmou-se
parceria com a FUNCEPE, fundação de apoio à pesquisa pernambucana. Após esta fase, a
Comissão de Análise, Acompanhamento e Julgamento (CAAJ) 12 julga os planos de negócios
recebidos, de acordo com uma “Barema de Avaliação” comum a vários programas da FAPESB.

Depois de julgadas, as propostas recebidas são elencadas em um ranking classificatório, que é


referendado por uma instância político-estratégica (sem dominação oficial), envolvendo os
representantes máximos da SECOMP, IEL/BA, SEBRAE/BA, SECTI e FAPESB. Em seguida, são
publicadas no site da FAPESB as propostas vencedoras e os valores atribuídos a cada uma.

5.2. Etapas e filtros do processo seletivo

No processo de seleção das propostas do Programa Empreendedor Social estão presentes


três filtros de seleção, representados esquematicamente na Ilustração 18: A (o
enquadramento documental), B (a seleção do mérito das propostas) e C (avaliação dos
planos de negócios).

12
A CAAJ é composta por representantes das instituições promotoras e consultores Ad Hocs.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 35


- versão preliminar -

Ver Ilustração 18 O enquadramento documental constitui-se em um filtro de seleção que exclui,


Etapas do basicamente, três tipos de propostas: aquelas que não apresentaram a documentação
processo de
seleção e exigida pelo Edital; aquelas cuja documentação está completa, porém com irregularidades
julgamento do legais, e aquelas que não podem se configurar como elegíveis, por incompatibilidade com os
Empreendedor
Social objetivos do Programa. A decisão final cabe ao Comitê Gestor do Programa.

A análise do mérito das propostas é um filtro de seleção que avalia a qualidade técnica de
cada proposta individualmente, e que se apóia em um Barema de Avaliação, no qual um
avaliador externo responde a critérios estabelecidos previamente para julgamento e seleção
das propostas:

I. Inovação:

 capacidade de articular soluções diferenciadas ou melhoria de soluções e


abordagens já existentes para o problema em questão;

 utilização de elementos da cultura e do conhecimento local;

II. capacidade de execução, experiência do coordenador e orientador de


tecnologia;

III. aderência com as áreas prioritárias;

IV. consistência, qualidade, clareza e objetividade da proposta;

V. sustentabilidade e reaplicabilidade:

 capacidade de sustentação das estruturas de operação e manutenção


necessárias à continuidade do projeto.

 capacidade de a experiência ser reproduzida em espaços socioculturais e


econômicos semelhantes e;

 capacidade de estabelecer parceiras;

VI. estrutura organizacional, infra-estrutura existente e adequada para a


implantação da proposta; e

VII. resultados e impactos esperados com a implantação da proposta


(social, econômico e ambiental):

 melhoria nos indicadores de trabalho e renda da comunidade atendida;

 capacidade da proposta de implicar positivamente na solução de outros


problemas;

 impactos positivos no meio-ambiente.

Contudo, não existe um detalhamento específico destes critérios de avaliação estabelecidos


nas Baremas. Por exemplo, não há informações anexas sobre quais pontos são levados em
consideração quando se avalia a sustentabilidade, o que permite um alto grau de
subjetividade às análises. Por fim, um último filtro se refere à avaliação dos Planos de

EMPREENDEDOR SOCIAL 36
- versão preliminar -

Negócio pela CAAJ, para possíveis ajustes tendo em vista o financiamento e a


implementação dos mesmos.

5.3. Lógica dos critérios

O Empreendedor Social, embora tenha um objetivo complexo de reversão de um quadro de


estagnação econômica no Estado da Bahia, utiliza-se de apenas três critérios lógicos que
orientam os filtros para a seleção:

 Pertinência e elegibilidade – As propostas são selecionadas de acordo com o


que rege o edital/chamada, levando-se em consideração seus quesitos legais
para que possam participar do processo seletivo;

 Mérito – Lógica que perpassa todo o processo de seleção, que se traduz na


análise das melhores propostas/pedido de apoio/planos de negócios, tendo em
vista os critérios estabelecidos previamente e a qualidade das propostas;

Além destes dois critérios, observa-se um terceiro, que não mais se refere ao processo
seletivo em si, mas que possui relação direta com a liberação final dos recursos para os Planos
de Negócio. Aos coordenadores e orientadores de tecnologia é realizada uma oficina de
capacitação da metodologia:

 Participação – É obrigatória a participação em todas as fases do processo, no


que concerne às oficinas e cursos realizados A não participação de uma das fases
desclassifica a instituição contemplada. Nestes casos, a instituição desclassificada
devolve os recursos financeiros que tenham recebidos por força do Edital.

Vale ressaltar que, embora o Programa possua uma abrangência temática expressiva, não são
citados nos documentos observados critérios que levassem em conta o baixo Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), tampouco algum direcionamento mais focado
em organizações sociais do interior do Estado. Ao mencionar e não detalhar “áreas de alto
risco” como sendo um dos focos do Programa (localidades com baixo desenvolvimento social
e econômico e carente de iniciativas no âmbito do desenvolvimento social), o critério
qualidade técnica emerge como o de maior importância. A análise é por mérito, contrariando
um dos objetivos do Programa, que é de fomentar ações em áreas carentes de
empreendedorismo.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 37


- versão preliminar -

6. Atores do Empreendedor Social

Os atores envolvidos representam as partes institucionais que compõem o Programa, sejam


eles individuais ou coletivos. A atuação desses atores se dá no centro de relações de forças
que regem o Programa, o que inclui a política vigente, as oportunidades, recursos materiais e
humanos disponíveis e demais variáveis que o influenciam. Os atores institucionais possuem
papéis que determinam a sua atuação, quer sejam mais operativos e atuantes, quer sua
participação seja realizada apenas no âmbito político. Além disso, cada ator pode, além de ter
um papel determinado formalmente expresso nas documentações, desempenhar funções
não previstas anteriormente, mas que são observáveis quando se analisa a realidade objetiva
do Programa.

No processo de avaliação externa, faz-se necessário identificar quais atores realmente são
responsáveis por implementar a política pública vigente. No caso do Empreendedor Social,
observa-se uma relação complexa de atores, em virtude da maneira escolhida para se atingir
o público eleito como alvo do Programa. Segundo os documentos analisados, para a
concretização de uma política pública inclusiva, a qual tem como objetivo contribuir para a
redução da pobreza e desigualdades sociais, emerge a necessidade de fortalecer uma cultura
empreendedora em determinados públicos que, para ser alcançado, carece da atuação
conjunta de instituições do conhecimento e das organizações sociais (interface com o
público alvo beneficiário do programa).

Deve-se ressaltar que o Empreendedor Social é fruto de uma articulação interinstitucional,


que envolve duas secretarias do Governo do Estado, contribuindo ainda mais para a
complexidade do quadro de atores. Estas duas secretarias (SECTI e SECOMP) e a FAPESB são
as reais protagonistas do Programa, com o apoio de sua rede de parceiros, também
observada em outros programas. Além disso, observam-se atores no Programa que são
caracterizados na documentação como sendo “apoio”: Jovens Empresários das Américas –
YABT Brasil; Junior Achievement e Rede Social/Rede Bahia. Essa delimitação sobre a
relevância e função de cada parte que compõe o Empreendedor Social será amplamente
investigada pela avaliação externa, compondo o Relatório Final.

Dessa forma, o Empreendedor Social funciona como um processo de políticas públicas que se
ativa num determinado contexto, com a presença dos atores institucionais SECTI, FAPESB,
SECOMP, IEL/BA, SEBRAE/BA que atuam conjuntamente visando implementar ações de
desenvolvimento social no âmbito do referido Programa.

6.1. Panorama dos Atores

Dentro da terminologia de análise de políticas públicas, cada um dos grupos de atores pode
ser definido como um policy subsystem, ou seja, eles compõem um subsistema da política
em questão, perfazendo as esferas de atuação do Empreendedor Social. O primeiro grupo
representa o arranjo interinstitucional que gere o programa, participando ativamente nas

EMPREENDEDOR SOCIAL 38
- versão preliminar -

fases de elaboração, lançamento do edital e seleção do Programa; o segundo grupo é aquele


que é contemplado pelo Programa e colhe seus benefícios diretos; enquanto o terceiro
grupo representa a estrutura de gestão do programa.

A análise documental do Empreendedor Social revela a existência de três grupos de atores


que atuam no processo ativado pelo Programa: um primeiro grupo formado pela própria
FAPESB, sendo esta responsável pela gestão do Programa; um segundo grupo, formado
pelas organizações sociais, que são as beneficiárias intermediárias, cujos filtros responsáveis
pela seleção são conduzidos pelo Comitê Gestor e um terceiro grupo, formado pelos
parceiros institucionais do programa, os quais participam da formulação e implementação
das atividades.

Ver Ilustração 19 Os documentos do Programa enfatizam que o mecanismo gerencial de execução se dá por
Grupo de Atores
Envolvidos do meio de um Comitê Gestor formado pela SECTI, FAPESB, SEBRAE/BA e IEL/BA, estando o
Empreendedor Social mesmo sob a coordenação da SECTI/FAPESB. Não fica claro quais atores participam
diretamente da formulação do Programa e quais funções tais atores desempenham na
implementação. No entanto, segundo depoimento do gestor do Programa, todas as
atividades são realizadas conjuntamente. Contraditoriamente, não há informações
disponíveis que norteiem ou especifiquem o papel operativo de cada um dos envolvidos; tais
respostas serão obtidas pelos avaliadores na fase da investigação em campo.

O único documento que cita nominalmente as funções de alguns dos atores é o Termo de
Compromisso 01/2005 celebrado entre SECTI, FAPESB e SECOMP, o qual define, em síntese,
como sendo o papel oficial destes: i) Análise das propostas; ii) Acompanhamento, fiscalização
e execução financeira, iii) Elaboração de relatórios finais. O Plano de Trabalho embora
enuncie algumas atividades, não as relaciona diretamente a nenhuma das instituições
parceiras.

6.2. Evolução na participação dos atores

Ver Ilustração 20 Durante o processo de formulação e implantação do Empreendedor Social, observa-se que o
Atores quadro de atores permanece relativamente estável, sem grandes alterações verificadas,
Institucionais e o
papel comparando-se o momento inicial de sua criação com o momento atual do Programa.
desempenhado no
Empreendedor Social O Programa nasce, conforme expresso em sua documentação, como um importante
instrumento de política pública no processo de inclusão e desenvolvimento social, através da
integração de secretarias de governo com representações da sociedade civil. Dessa forma, ele
assume características desde a sua concepção como um esforço integrado entre diferentes
segmentos da sociedade, traduzindo-se em interesse coletivo os objetivos pensados para o
Programa. Alguns tais atores estão presentes formalmente em outros programas da FAPESB,
como o IEL/BA e SEBRAE/BA, o que sugere uma participação muito mais articulada com o
histórico de parcerias institucionais da FAPESB do que uma forte identificação propriamente
com a temática e objeto do Programa. No entanto, será verificado para fins do Relatório Final

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 39


- versão preliminar -

de Avaliação Externa, o quão alinhados estes parceiros se vêem com a questão da cultura
empreendedora no âmbito do desenvolvimento social regional.

Estes parceiros constituem o Comitê Gestor do Programa, que desenvolve, de acordo com a
documentação analisada, as seguintes ações:

a. eventos de sensibilização;

b. disponibilização da metodologia da capacitação em Empreendedorismo


Social;

c. curso de capacitação de tutores;

d. apoio à realização de cursos de empreendedorismo social;

e. concurso de planos de negócios;

f. remuneração para tutores;

g. financiamento/assessoramento de Projetos;

h. campanha de comunicação;

i. acompanhamento das ações/projetos

A inexistência (ou mesmo a não obtenção) de documentos oficiais/instrumentos legais que


determinem as obrigações dos parceiros que executam em conjunto o Empreendedor Social
impossibilita verificar se as atividades por eles desenvolvidas estão em consonância com o
previsto em documentos. Em termos orçamentários, conforme o documento Projeto
Empreendedor Social, as atividades descritas suscitam um viés operativo da FAPESB (gestão
executiva), IEL (sensibilização, comunicação e concurso) e SEBRAE (disponibilização e
aplicação da metodologia). Não se sabe ainda se algum parceiro assume o papel de mero
figurante, não participando efetivamente do Programa – tanto no âmbito decisório quanto
em sua operacionalização efetiva, mas agregando seu nome. Na entrevista realizada com o
gestor do Programa, não foi possível esclarecer os questionamentos acima, bem como obter
informações mais concretas sobre cada um dos parceiros.

6.3. Análise dos grupos e universos

Por entender a inclusão social na perspectiva do protagonismo local com o desenvolvimento


de projetos e metodologias inovadoras no campo socioeconômico, o Empreendedor Social é
voltado para ONGs, associações, cooperativas e organizações solidárias, populares e
comunitárias da Bahia, a partir do empowerment 13 de uma população carente que tem renda

13
Empowerment pode ser traduzido literalmente para o português como “empoderamento”. Caracteriza-se como um processo
de reconhecimento, criação, utilização de recursos e de instrumentos pelos indivíduos, grupos e comunidades, em si mesmos e
no meio em que se inserem, que se traduz num acréscimo de poder – psicológico, sociocultural, político e econômico – que
permite a estes sujeitos aumentar a eficácia do exercício da sua cidadania.

EMPREENDEDOR SOCIAL 40
- versão preliminar -

Ver Ilustração 21 familiar per capita de até 0,5 salário mínimo nacional. Tal direcionamento está intimamente
Grupo de ligado, como foi dito anteriormente, aos objetivos da Secretaria de Combate à Pobreza e às
beneficiários
do Desigualdades Sociais do Estado da Bahia, conferindo à FAPESB uma vertente claramente
Empreendedor social até então não trabalhada de maneira efetiva pela Fundação.
Social
O Programa mantém também relação com a comunidade acadêmica e centros de pesquisa
da Bahia, figurando como parceiros das instituições proponentes. As oficinas de capacitação
destinadas aos coordenadores e orientadores de tecnologia trouxeram a estas instituições o
debate do tema empreendedorismo social, já que tal temática ainda é pouco abordada nas
instituições de ensino e pesquisa. Nesse sentido, o Empreendedor Social propicia o acesso ao
tema, podendo a metodologia utilizada ser replicada em outros cursos nas instituições de
ensino superior.

Este grupo de atores constitui-se em um grupo de dimensão restrita e concentrada


territorialmente no Estado da Bahia, não havendo qualquer participação em nível federal.
Trata-se de um programa-piloto, cujo êxito pode tornar a iniciativa aplicável a outros
contextos semelhantes de pobreza, bem como agregar novos atores institucionais em torno
da proposta.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 41


- versão preliminar -

7. Campo de atuação do Empreendedor Social

7.1. Delimitação do “público-alvo”

Ver Ilustração 22 O público-alvo pode ser definido como um grupo de indivíduos que serão influenciados por
Delimitação do um conjunto de ações decorrentes de um programa. Públicos são geralmente específicos,
público-alvo do
Empreendedor Social
excetuando-se situações em que são direcionadas ações de forma massiva, sem levar em
consideração características singulares de cada segmento social. Em políticas públicas, as
ações devem ser orientadas à otimização dos recursos financeiros disponíveis, pois se trata de
uma escolha sobre onde serão aplicados (investidos) esforços para a modificação de uma
dada realidade social.

No que se refere ao público-alvo do Programa Empreendedor Social, ele foi definido


formalmente nos documentos oficiais como sendo indivíduos de baixa renda com
renda familiar per capita de até meio salário mínimo nacional 14. No entanto, esta
delimitação apresenta-se um tanto imprecisa, uma vez que o Programa não deseja atender
todo este público, mas sim àqueles indivíduos associados, cooperados ou mesmo que
possuam algum vínculo com as organizações sociais proponentes.

Segundo o IBGE 15, a população ocupada do Estado da Bahia totaliza 5.667.056 pessoas.
Destas, 15,4%, ou seja, 872.727 ganham até meio salário mínimo. As metas contidas no
Empreendedor Social apontam como beneficiários finais cerca de 800 indivíduos (a meta
inicial era de 40 turmas, com 20 alunos em média). Nestes termos, o Empreendedor Social
atenderia 0,09% da população baiana dentro da faixa especifica. A disparidade entre o
público-alvo do programa e a população atendida, de fato, põe em dúvida a primeira porque,
embora os documentos enfatizem esse público (indivíduos com renda familiar per capita
baixa), as organizações sociais do Estado da Bahia podem ser encaradas como o real
público-alvo do Programa.

Outro aspecto é que, diferentemente da Rede de Empreendedorismo, os Planos de Negócios


gerados são por turma, e não por aluno. O foco não é, portanto, o plano de negócios do
indivíduo de baixa renda, mas a sua construção no ambiente da organização social, por sua
vez legalmente constituída na Receita Federal. Sendo assim, embora essa cultura
empreendedora seja fomentada junto aos indivíduos, os ganhos mais diretos ficariam com a
organização social. Outro fator a ser considerado é que os indivíduos de baixa renda não
figuram como proponentes dos planos de negócios para concorrer no Programa, mas sim as
organizações sociais. O Coordenador da Proposta figura como um representante dos
interesses da organização e os associados das organizações figuram como participantes dos
grupos que formulam os planos de negócios institucionais.

14
Documento Termo de Compromisso 03/2005 SECTI/ FAPESB/ SECOMP.
15
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002 (CD-ROM).

EMPREENDEDOR SOCIAL 42
- versão preliminar -

Para efeitos desta análise parcial, os avaliadores considerarão como universo total as
organizações sociais existentes na Bahia; para o relatório Final, será quantificado um universo
que englobe as diferentes naturezas jurídicas arroladas como público-alvo.

7.2. Características do campo de atuação do Empreendedor Social

Ver Ilustração 23 O Programa tem formalmente explicitado como público-alvo indivíduos que tenham renda
Filtros
per capita familiar de até meio salário mínimo. No entanto, para chegar neste público, o
estratégicos de
definição do público- Empreendedor Social foi formulado de modo que os interlocutores/intermediários fossem as
alvo do
organizações sociais legalmente constituídas, uma vez que estas são as instituições
Empreendedor Social
elegíveis, segundo normas governamentais para o repasse de recursos públicos.

Dessa forma, o Programa atua sobre associações, cooperativas sociais, empreendimentos e


organizações solidárias, populares ou comunitárias, legalmente constituídas do Estado da
Bahia. A atuação dessas organizações se dá em parceria com instituições que produzem
conhecimento, especificamente instituições de ensino superior, centros e núcleos de
pesquisa e empresas que desenvolvam Programas de Responsabilidade Social Empresarial.
Apesar de não explicitados, o texto do documento Projeto Empreendedor Social aponta
igualmente grupos localizados em áreas de alto risco social como também sendo foco de
atenção e segmentação do público-alvo. Acrescido do filtro das áreas temáticas focais de
atuação do Programa, esta Avaliação Parcial pôde perceber 4 filtros para se chegar a uma
idéia mais clara do público-alvo do Programa.

A subdivisão posterior das organizações sociais em entidades sem fins lucrativos e entidades
empresarias, com suas respectivas especificidades, indicam a necessidade de uma definição
mais detalhada em relação às tipologias existentes e possíveis de participarem do mesmo,
conforme naturezas jurídicas relacionadas ao Programa, em conformidade às definições
legais da Receita Federal e do IBGE 16. Sobre a inserção das cooperativas como entidades
empresarias diferenciando-as de entidades sem fins lucrativos, conclui Francisco Alves:

“Desvirtuariam sua razão de ser, se, passassem a auferir lucros à custa do cliente ou sócio. Elas
(as cooperativas) têm caráter meramente instrumental ou auxiliar e devem estar sempre
voltadas à defesa e ao fomento da economia individual dos associados, o que se traduz na
sua causa final. Elas existem para essa finalidade, que concretizam nos diversos ramos da
atividade empresarial”. 17

Diante disso, parece clara a necessidade de um maior rigor na classificação das entidades que
poderão submeter propostas no futuro, delimitando-se inclusive qual conceito a FAPESB
utiliza para cada tipologia das organizações citadas no Edital como elegíveis.

16
CONCLA – Comissão Nacional de Classificação (vide http:// www.ibge.gov.br/concla/)

17
ALVES, Francisco de Assis. Sociedades Cooperativas: regime jurídico e procedimentos legais para a sua constituição e
funcionamento. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 43


- versão preliminar -

7.3. “Universo Possível” definido pelo Empreendedor Social

Ver Ilustração 24 O universo possível do Programa é definido em função da sua estratégia de atuação e refere-
Público-alvo e
se a um campo delimitado em que se observa uma atuação potencial. Engloba, ao mesmo
beneficiários do
Empreendedor Social tempo, elementos que perfazem a lógica de atuação do Programa e ao que ele se propôem,
sendo influenciado pelo contexto de forças que perfazem o cenário institucional. Os limites,
que conferem ao universo a restrição do que é possível, são guiados por princípios de
viabilidade, tempo e espaço, enfim, por variáveis que determinarão o alcance do programa.

Ainda no âmbito deste relatório parcial, consideramos o universo do Programa como sendo
todas as organizações sociais no Estado da Bahia. Para o relatório final, empreenderemos
ações para mapear este universo de forma precisa.

7.4. Cobertura do Empreendedor Social

Ver Ilustração 25 A cobertura de um programa equivale em que medida, quantitativa e qualitativamente, o


Dimensão do mesmo consegue atuar sobre seu público-alvo, como também quanto consegue sensibilizar
campo de atuação
do Empreendedor
parte deste público-alvo para que submetam às propostas do Programa.
Social
O Empreendedor Social recai sobre três segmentos: instituições do conhecimento,
organizações sociais e indivíduos de baixa renda. Na Bahia, foram beneficiadas pela
Chamada Pública 003/2005 15 organizações, sendo oito provenientes da capital e sete do
interior. Em 2006, foram registradas igualmente 15 organizações aprovadas, sendo seis
localizadas em Salvador e nove do interior. Reitera-se que não há menção alguma nos
documentos do Empreendedor Social referente a qualquer tipo de atenção diferenciada às
propostas do interior do Estado.

Por outro lado, identificam-se os benefícios sociais indiretos, ou seja, aqueles resultados com
um caráter mais difuso e genérico do Programa. No âmbito desta avaliação externa, foram
observados:

a. a sociedade baiana, a qual se beneficia com novos serviços, produtos e


valores

b. o mercado, pela implementação dos planos de negócios;

c. o Estado da Bahia, com a melhoria do bem-estar e desenvolvimento


regional.

EMPREENDEDOR SOCIAL 44
- versão preliminar -

7.5. Contribuição do Empreendedor Social para a evolução dos


projetos beneficiados

A contribuição do Empreendedor Social para a evolução dos projetos beneficiados ainda será
avaliada com o prosseguimento desta avaliação externa, com uma ênfase nas atividades de
campo, tendo suas análises incorporadas ao Relatório Final.

Todavia, levando-se em consideração que, além de beneficiar pessoas interessadas em


desenvolver ações empreendedoras com fins sociais, como beneficiário final do Programa, os
avaliadores buscarão identificar a participação das pessoas capacitadas pelo Empreendedor
Social em outros programas da FAPESB. Além disso, será analisado como aconteceu de fato o
apoio à implementação dos planos de negócios aprovados.

Os resultados decorrentes do Empreendedor Social devem ser observados também sob a


ótica do seu potencial de benefício indireto, uma vez que a relação da organização social não
se restringe aos cooperados, associados e voluntários envolvidos com o curso, mas com a
comunidade local.

7.6. Relações com outros programas FAPESB

Ainda não foi possível avaliar a sinergia do Programa Empreendedor Social em relação aos
outros programas do Sistema FAPESB que atuam na mesma área do conhecimento. No
entanto, por se tratar de um programa-piloto, não há como estabelecer um comparativo com
outras experiências da Fundação, sendo possível, em última análise, correlacionar com a linha
de ação de Cursos de Empreendedorismo e Concursos de Plano de Negócios, ambos da Rede
de Empreendedorismo.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 45


- versão preliminar -

8. Gestão do Programa

A gestão executiva do Programa Empreendedor Social subdivide-se, para efeito de análise,


em três vertentes: a gestão técnica-administrativa, a gestão do conhecimento e a gestão
da comunicação. Estas dimensões, porém, não são muito claras por parte do Gestor do
Programa, parecendo atuar em modo mais intuitivo, sem qualquer sistematização das
informações dos programas e sem um controle absoluto dos projetos apoiados. Contudo,
todas as informações aqui contidas ainda carecem de aprofundamento e, sobretudo, de
checagem com a etapa sucessiva desta avaliação externa, que prevê um contato mais
profundo com os atores envolvidos no Empreendedor Social, especialmente, os projetos
apoiados.

8.1. Como era prevista e como evoluiu

Ver Ilustração 26 A Gestão é realizada pelo Comitê Gestor formado pela SECOMP, SEBRAE/BA, IEL/BA, SECTI e
Dimensões de FAPESB. Este grupo de atores institucionais define as macro-diretrizes do Programa
gestão do
Empreendedor Empreendedor Social.
Social
No âmbito da FAPESB, a gestão é centralizada, a exemplo do que ocorre com outras linhas de
ação, subprogramas ou programas da Fundação. O gestor é o responsável direto por quase
todas as ações e não conta com assessores diretos, nem estagiários, o que dificulta a
operacionalização das ações. Neste caso em particular, ele acumula a gestão da Rede de
Empreendedorismo (Cursos de Empreendedorismo, Concurso de Plano de Negócios, Apoio à
Criação de Pré-Incubadoras e Apoio às Incubadoras). Por um lado, temos um ganho em
escala por existir uma lógica conceitual entre os Programas, que possibilita corrigir os seus
rumos em virtude da experiência adquirida, por outro lado, há também uma sobrecarga de
atividades.

Esta forma de gestão, em que a FAPESB passa a ser responsável pelos programas como
executora, traduz uma nova linha de gestão implantada pela Diretoria Geral, responsável pelo
Ciclo de Gestão 2003-2006. Quando a FAPESB inicia o seu trabalho em 2002, os recursos
humanos eram subdimensionados e, então, a gestão era feita por grupos de programas. Em
2003, a gestão passa a ser por função e, a partir de 2004, a gestão passa a ser por programa. O
Empreendedor Social emerge neste contexto da gestão por programa, indicando que a
gestão centralizada como se observa atualmente, não é exclusiva do Programa, é uma diretriz
gerencial da Fundação.

Dentro do modelo de gestão adotado pela Fundação, os gestores trabalham na maior parte
do tempo de forma independente – apenas articulando os pontos principais com o gestor do
Programa Bahia Inovação e com a Direção Geral da FAPESB. Nesse sentido, cabe ressaltar que
este modelo de gestão centralizado no gestor acaba por trazer prejuízos imediatos, como o
acúmulo de trabalho e certa dificuldade na operacionalização das ações, mas teria por

EMPREENDEDOR SOCIAL 46
- versão preliminar -

benefícios visíveis a proximidade do gestor com os projetos, organizações e coordenadores


beneficiados.

Ainda não foi possível verificar o papel do Conselho Curador da FAPESB e das Câmaras de
Assessoramento e Avaliação Técnico Científico na operacionalização do Empreendedor Social
– por ora, não há qualquer indício de participação de qualquer câmara no desenvolvimento
do Programa. Os parceiros que auxiliam na gestão do programa (com exceção da SECTI) não
contam com definições oficiais de suas atividades, porém executam funções em diversos
momentos da gestão do Programa.

8.2. Gestão Técnica-Administrativa

A Gestão Técnica-Administrativa do Empreendedor Social é exercida principalmente pela


FAPESB em consonância com as decisões tomadas conjuntamente pelo Comitê Gestor.
Embora figure como parceiro, não fica claro o peso da Rede Social/Rede Bahia na formulação,
atuação e desenvolvimento do Programa. Por outro lado, não fica claro também como se dá a
gestão deste Comitê, fato que não foi possível identificar somente a partir da entrevista com
o gestor do Programa Empreendedor Social na FAPESB.

Para Curso e Concurso existem ações diferenciadas por envolverem diferentes atores. Nos
cursos, infere-se uma maior participação do SEBRAE/BA no que tange a aplicação da
metodologia disponibilizada pela instituição ao Programa. Chamada pelo Gestor em
entrevista de “IPGN Social” (a metodologia adotada na Rede de Empreendedorismo é a
denominada IPGN – Introdução a Pequenos Grandes Negócios), a metodologia
ADS-CUT (Agência de Desenvolvimento Social da Central Única dos Trabalhadores) é
utilizada somente na capacitação dos orientadores de tecnologia e negócios, para que estes
capacitem o público alvo do Programa.

Como sugerido pelo gestor, que não domina a metodologia aplicada, o SEBRAE/BA será
questionado especificamente, para fins do Relatório Final, sobre as metodologias usadas em
cada uma dos momentos, quando avaliarmos a pertinência da metodologia aplicada tendo
como parâmetro o perfil do público-alvo do Programa. Isso se deve ao fato de que,
aparentemente, conforme observação do material disponibilizado pelo SEBRAE/BA, a
metodologia tem um caráter empresarial, com um enfoque excessivo às especificidades de
setores com fins lucrativos, desvinculado, portanto, da realidade do público-alvo do
Empreendedor Social.

8.3. Gestão da Comunicação

Uma comunicação excelente tem por suporte o valor que a alta direção de uma organização
lhe atribui. Seu papel é desempenhar o entendimento mútuo entre a organização e os
públicos afetados por ela, em um processo simétrico de mão dupla. Neste contexto, a
organização deve ter um fluxo de informações contínuos, que não se configure em atos

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 47


- versão preliminar -

isolados, mas sim como um processo em movimento que permite o completo entendimento
entre os envolvidos no processo comunicativo.

No âmbito dos Programas da FAPESB, estes devem ter suas ações divulgadas não apenas
junto aos envolvidos diretamente (público interno da FAPESB e beneficiários do Programa),
mas, sobretudo, à sociedade, tendo em vista seu caráter público. Uma vez investidos recursos
financeiros do Tesouro Estadual, faz-se necessário divulgar os resultados das ações
empreendidas, fazendo com que a comunicação sirva como mecanismo de disseminação de
informações, de transparência e de acompanhamento das ações de interesse público
desempenhadas pelo governo do Estado.

Observando o Empreendedor Social, parte da gestão da comunicação fica por conta da


própria FAPESB. Novamente, o modelo centralizador resulta em que grande parte dessa
atribuição seja do próprio gestor do programa. A Assessoria de Comunicação e Marketing
(ASCOMM) da SECTI auxilia nesse trabalho, porém, em situações mais pontuais como nas
visitas in-loco. Nestas ocasiões, os integrantes da ASCOMM acompanham a visita e produzem
matérias relativas aos projetos visitados.

Neste relatório parcial ainda não é possível verificar o papel de atuação efetiva da
ASCOMM/SECTI na gestão comunicação do Empreendedor Social, o que ocorrerá no
Relatório Final. A análise do fluxo interno das informações do Programa é fator de suma
importância para o bom andamento do Programa. Uma boa comunicação interna permite
que a organização antecipe respostas, auxiliando os gestores a administrar conflitos, uma vez
que o ambiente participativo é favorável à identificação de soluções de comunicação
integrada que possam agregar valor ao Programa.

Ainda que não esteja definido nos documentos, o IEL/BA divulga as ações do Programa
através da Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC para empresários e outros participantes. O
mesmo ocorre com o SEBRAE/BA, junto a sua rede de parceiros e demais assessorias de
comunicação.

8.4. Gestão do Conhecimento

Ver Ilustração 27
O conhecimento é um importante recurso estratégico às organizações. A criação e a
Procedimentos de implantação de processos que gerem, armazenem, gerenciem e disseminem o conhecimento
Registro da Memória
do Empreendedor
representa uma forma de sistematizar informações que, dispersas, não agregam valor aos
Social processos internos de uma organização, bem como à sua relação com o público externo. O
capital intelectual adquirido pelos indivíduos que compõem uma organização deve ser
revertido em conhecimento coletivo, conferindo acessibilidade e utilidade aos dados
existentes. A maior parte dos dados referentes ao Programa Empreendedor Social está em
posse do gestor do Programa, e tudo indica que de forma não-sistematizada. Uma parcela de
documentos encontra-se no Setor de Arquivos da FAPESB, especialmente convênios e outros
documentos jurídicos congêneres. Documentos operacionais, porém, estão sob
responsabilidade do gestor. Não existe uma rotina pré-estabelecida de produção de

EMPREENDEDOR SOCIAL 48
- versão preliminar -

relatórios parciais sobre o Programa, com uma periodicidade trimestral, semestral ou anual,
por exemplo.

No site da FAPESB não existe link direto para o Programa, tornando-o inexistente dentro do
Bahia Inovação. O site poderia, neste caso, ser um instrumento eficaz de comunicação das
ações que, por abranger organizações sociais no interior do Estado, poderia otimizar espaço e
tempo no fluxo de informações sobre o Programa. Não foram identificados procedimentos de
sistematização da memória do Programa de uma forma estruturada.

Fonte:http:// www.fapesb.ba.gov.br. Acesso em março de 2007.

Ver Ilustração 27 Com relação a documentos institucionais da FAPESB (não internos ao programa), os registros
Relação dos
ocorrem nos Relatórios Anuais de Atividades da Fundação. Mais uma vez, destaca-se a falta
Documentos
Oficiais do de sistematização dos dados e a ausência de informações.
Empreendedor
Social

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 49


- versão preliminar -

9. Resultados

Uma análise dos resultados obtidos, até março de 2007, com o Programa Empreendedor
Social deve, sobretudo, enfatizar o seu viés de inclusão social, em detrimento de uma visão
meramente produtivista e economicista. Ao invés de abordar a quantidade de planos de
negócios realizados ou mesmo o número de alunos capacitados pelos cursos, nesta etapa,
parece-nos mais relevante abordar como o Empreendedor Social pode ter dados os passos
iniciais para o fomento de uma cultura empreendedora e à articulação de universidades,
ONGs, associações, cooperativas e organizações solidárias no fomento ao empreendedorismo
social.

Diante disso, levando-se em consideração as premissas de reversão da estagnação


econômica em regiões menos favorecidas do Estado, surge como fundamental onde estão
localizadas as organizações sociais beneficiadas pelo Programa. Os avaliadores do
Empreendedor Social correlacionaram municípios que tiveram organizações sociais
aprovadas com o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH 18 dessas localidades. Isso
revelou que:

 Em 2006, o apoio dado a uma Cooperativa de produção dos jovens da região


sisaleira foi um exemplo único em que o apoio dado possui um alto potencial de
disseminação. A COOPERJOVEM reúne jovens dos municípios de Serrinha, Araci,
Coité, Tucano, Valente, Retirolândia, Monte Santo, Santa Luz, Queimadas,
Cansanção, Nordestina e São Domingos. Trata-se de uma oportunidade de
disseminação da cultura empreendedora com um único apoio em diversos
municípios, traduzindo-se em ganho de escala.

 Do total das 30 propostas apoiadas, 17 (56%) são provenientes de municípios


que estão entre os 20 que possuem maior IDH no Estado da Bahia.

 Observa-se algumas correlações bastante positivas, como é o caso de municípios


com baixíssimos IDHs, como é o caso de Araci, Mulungu do Morro e Tucano
(respectivamente 397º, 372º e 361º no ranking estadual)

A avaliação apoiou-se nas informações documentais para inferir tais resultados, sendo
necessário, no Relatório Final, identificar os resultados obtidos com cada curso, apoio e
assessoramento dos Planos de Negócios.

18
IDH é a sigla de Índice de Desenvolvimento Humano (ou HDI, UN Human Development Index, em inglês). O IDH é, das formas
de medir o desenvolvimento social dos países, uma das que se considera mais equilibrada. Além dos critérios econômicos,
como PIB, renda per capita, etc., são analisados outros critérios de caráter social, como as taxas de mortalidade e natalidade, a
longevidade, a taxa de analfabetismo, etc.

EMPREENDEDOR SOCIAL 50
- versão preliminar -

10. Perguntas Orientadoras e Hipóteses

Este Relatório Parcial de Avaliação Externa consolida a estrutura de investigação e


metodologia que este trabalho vem construindo nos últimos seis meses. Esta primeira parte
do trabalho concentrou-se na análise documental e nas primeiras entrevistas com o gestor
do Programa. Tendo em vista que a segunda fase da avaliação consiste na investigação de
campo junto aos grupos de beneficiários e demais envolvidos, faz-se necessário elaborar um
conjunto de perguntas orientadoras que resulte em elementos úteis a esta análise.

Tais perguntas advêm de hipóteses formuladas a partir das observações e informações


processadas do Programa Empreendedor Social. Estas podem ser comprovadas ou refutadas,
configurando-se em resposta a um problema posto. As Hipóteses são, dessa forma,
suposições que orientam a avaliação. Tendo como objeto o Empreendedor Social, a avaliação
externa identificou como hipóteses:

H1 – O programa é insuficiente para alterar positivamente o cenário problemática


do qual ele se origina.

H2 – O frame do Programa não é compartilhado pelas instituições membros do


Comitê Gestor, o que dificulta a sua operacionalização e interação com o público
alvo.

É necessário ratificar que a investigação de campo certamente gerará novas perguntas


orientadoras, as quais irão retroalimentar essa matriz de informações, hipóteses e perguntas.
Destas, serão derivados indicadores, a fim de permitir-nos quantificar parte da análise, bem
como trazer elementos qualitativos ao processo de avaliação externa.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DA FAPESB 51


Ilustrações

avaliação de
programas
da fapesb
Lista de Ilustrações

01 Posicionamento do Empreendedor Social na Política de CT&I da Bahia


02 Congruência do Empreendedor Social à Política de CT&I do Governo da
Bahia
03 O Empreendedor Social na estrutura operativa dos Programas da FAPESB
04 Tendência da participação do Empreendedor Social no fluxo orçamentário
do conjunto de Programas FAPESB, com investimento anual do Programa
05a Relação Empreendedor Social com outros programas da FAPESB
05b Estrutura de atuação
06 Estratégia institucional do Empreendedor Social
07 Lógica de ação do Empreendedor Social
08 Evolução dos objetivos institucionais do Empreendedor Social
09 Framework operativo do Empreendedor Social
10 Hierarquia de problemas do Empreendedor Social
11 Hierarquia de objetivos do Empreendedor Social
12 Marco legal do Apoio às Incubadoras
14 Ciclo do Empreendedor Social
15 Subciclo da formulação do Empreendedor Social
16 Subciclo da Implementação do Empreendedor Social
17 Quadro síntese das principais mudanças do Empreendedor Social
18 Etapas do processo de seleção e julgamento do Empreendedor Social
19 Grupo de atores institucionais envolvidos no Empreendedor Social
20 Atores institucionais e o papel desempenhado no Empreendedor Social
21 Grupos de beneficiários do Empreendedor Social
22 Delimitação do Público-Alvo do Empreendedor Social
23 Filtros estratégicos de definição do público-alvo do Empreendedor Social
24 Público-alvo e beneficiários do Empreendedor Social
25 Cobertura do Empreendedor Social
26 Relações de gestão do Empreendedor Social
27 Procedimentos de registro da memória do Empreendedor Social
28 Relação dos documentos oficiais do Empreendedor Social
Ilustração 01 – Posicionamento do Empreendedor Social na Política de CT&I da
Bahia

Desenvolver a produtividade e
competitividade produtiva a do Estado Objetivo
Geral

Políticas Promoção da Promoção da Inclusão Aumentar a Objetivos


Públicas ARTICULAÇÃO entre Digital participação da TIC na gerais, de
oficialmente Governo, Academia e economia do Estado segundo nível
Implantadas Setor Produtivo

Diretrizes e
Fortalecer a Difundir as Melhorar a Fortalecer a Estudar a
reformulação
competitivi- TICs em Infra- Base validade Objetivos
do problema dade todos os estrutura de Científica atual do específicos
empresarial segmentos transmissão Setor
do Setor de econômicos de dados (demanda)
TIC e sociais

Descrição
Aumentar a massa crítica da mão de obra qualificada no Estado e potencializar os
projetos de pesquisa, gerando mais inovação e valor agregado à produção
científica local

Reformulação e
redirecionamento político
FAPESB
Produto
da antiga CADCT (ano 2002)
(Jan/1991)

Fomentar a pesquisa e a Estimular e apoiar o Objetivos


cultura de pesquisa no desenvolvimento das atividades gerais, de
Estado da Bahia ligadas à tecnologia e à segundo nível
inovação no Estado

Produto
BAHIA INOVAÇÃO (ano 2004)

Objetivos
gerais do
Disseminar o Aumentar o capital Estimular o uso de tecnologias
Programa
empreendedorismo e a intelectual na área emergentes oriundas da
inovação de inovação academia em empresas baianas

Empreendedor Social Produto segundo


nível (ano 2005)

Disseminar uma cultura de Objetivo geral


empreendedorismo e consolidar do
condições técnicas para o Empreendedor
desenvolvimento de projetos Social
socioprodutivos viáveis

Estimular a atitude e Articular Criar condições para


a cultura universidades, que famílias de
empreendedora para ONGs, associações, baixa renda se Objetivos
implantação de cooperativas e tornem específicos
projetos inovadores organizações protagonistas de
com fins sociais, solidárias no ações para o seu
buscando a geração fomento à cultura desenvolvimento
de trabalho e renda empreendedora econômico e social

Produtos
Curso Concurso Financiamento/Assessoria
Ilustração 02 – Congruência do Empreendedor Social à Política de CT&I do Governo da Bahia

Política de C&T do FAPESB BAHIA INOVAÇÃO EMPREENDEDOR SOCIAL


Governo da Bahia

 Falta de  Insuficiente  Pouca


competitividade na qualificação e cultura competitividade da  Estagnação da atividade
PROBLEMA

produção industrial e de pesquisa e de Bahia na área de econômica em áreas menos


inércia no setor inovação nos inovação tecnológica favorecidas, em especial no
socioprodutivo do quadros de RH interior do Estado
Estado Baianos.

 Aumentar o capital  Articular universidades,


 Aumentar a  Fomentar a pesquisa intelectual na área ONGs, associações,
competitividade e da e a cultura de de inovação cooperativas e organizações
indústria baiana e a pesquisa no Estado solidárias no fomento à cultura
sua participação na da Bahia  Disseminar o empreendedora
economia do Estado
OBJETIVOS

empreendedorismo e
 Estimular e apoiar o a inovação  Estimular a atitude e a cultura
 Inserção da ciência desenvolvimento das empreendedora para
e da tecnologia na atividades ligadas à Â Estimular o uso de implantação de projetos
solução de tecnologia e à tecnologias inovadores com fins sociais,
problemas inovação no Estado emergentes oriundas buscando a geração de
econômicos e da academia em trabalho e renda
sociais que afetam o empresas baianas
desenvolvimento  Criar condições para que
sustentável da famílias de baixa renda se
economia baiana tornem protagonistas de ações
para o seu desenvolvimento
econômico e social
Ilustração 03 - O Empreendedor Social na estrutura operativa dos Programas da
Fapesb

Atuação
FAPESB

Demandas Demandas
espontâneas/ estimuladas/
regulares induzidas

Linhas de Programa de
INFRA PRODOC PROCEDE
Apoio Regular Bolsas
Edital Edital Edital
Fluxo contínuo Fl. Cont. / Edital

Editais Cooperação
temáticos Bahia Inovação Internacional RECOPE
Edital Edital Edital Edital

Rede de PAPPE REPPITEC


Empreendedor Empreendedorismo Edital Chamada/
Social Cursos/Seminários
Chamada/Edital
Ilustração 04 - Tendência da participação do Empreendedor Social no fluxo
orçamentário do conjunto de Programas Fapesb, com investimento anual do
Programa

Orçamentos Anuais do Programa

tempo
Demandas Demandas Investimento Investimento
espontâneas estimuladas FAPESB Parceiros
(SECOMP)

100%
2005 - 1.000.000,00

100%
2006 768.100,00 1.000.000,00

Total R$ 2.768.100,00

Nota: Tais informações foram extraídas do Plano de Trabalho que acompanha o Termo de Compromisso 01/2005 firmado
entre as instituições signatárias do Programa (SECOMP, SECTI, FAPESB). Não foram checados, para fins descritivos deste
Relatório Parcial, se foram realizados os repasses presentes no acordo firmado entre as instituições.

* Obs: Informações que serão fornecidas pela Diretoria Administrativa-Financeira (DAF) referente aos totais liberados nas
demandas espontâneas e estimuladas no período de 2002 a 2006.
Ilustração 05a – Relação Empreendedor Social com outros programas da FAPESB

BAHIA INOVAÇÃO

EMPREENDEDOR
REPITTec
SOCIAL
Ilustração 5b – Estrutura de atuação

EMPREENDEDOR SOCIAL

SEBRAE/BA

ONGs, associações,
indivíduos com renda cooperativas e
familiar per capita de organizações solidárias,
até 0,5 salário mínimo populares e comunitárias Metodologia
da Bahia SEBRAE
PROGER/ JOVEM
EMPREENDEDOR/
IPGN

Instituições do
Conhecimento (IES,
Centros de Pesquisa ou
Empresas)
Ilustração 06 – Estratégia institucional do Empreendedor Social

Situação Situação
problemática desejada

Pouca competitividade da Disseminação do


Bahia na área de inovação BAHIA INOVAÇAO empreendedorismo e da inovação
tecnológica

Estagnação da atividade EMPREENDEDOR Promoção do protagonismo local


econômica em áreas menos com o desenvolvimento de
favorecidas, em especial no SOCIAL projetos e metodologias
interior do Estado inovadoras no campo
socioeconômico frutos de
parcerias entre organizações
sociais e instituições de
conhecimento

Frames

O empreendedorismo é capaz de Todos podem ser empreendedores


reverter a estagnação econômica do
Estado da Bahia

Estratégia
Fortalecer empreendimentos de organizações sociais com
fins de superação da pobreza

Linhas de ação
1. Apoiar a implantação de ações de sensibilização e capacitação em
empreendedorismo social em associações, cooperativas e/ou organizações
solidárias, populares e comunitárias
2. Realizar Concurso de Planos de Negócios com fins sociais oriundos das
capacitações de empreendedorismo
3. Disponibilizar assessoria para implementação e acompanhamento dos Planos
de Negócios desenvolvidos durante o Curso
4. Financiar Planos de Negócio ao final do curso para a implementação
Ilustração 07 – Lógica de ação do Empreendedor Social

Metas
(Triênio 2005//2007)

Apoio a 40 turmas de
Empreendedorismo Social com
20 participantes por turma
(800 indivíduos com renda
familiar per capita de até 0,5
Estratégia salários mínimos)

Fortalecer empreendimentos de organizações


sociais com fins de superação da pobreza
Objeto Objetivo

• Cursos de empreendedorismo Disseminar uma cultura de


• Concurso Plano de Negócios empreendedorismo e consolidar
• Financiamento/ Assessoramento de condições técnicas para o
projetos desenvolvimento de projetos
socioprodutivos viáveis

Redefinição do
problema

Cultura empreendedora incipiente e


conhecimento técnico insuficiente das
organizações sociais para o
desenvolvimento de empreendimentos
socioprodutivos viáveis
Ilustração 08 – Evolução dos objetivos institucionais do Empreendedor Social

2005 2006

Fomentar o empreendedorismo Fomentar o empreendedorismo


como forma de geração de novas como forma de geração de novas
oportunidades ou negócios, que oportunidades ou negócios, que
resultem em projetos inovadores resultem em projetos produtivos
com vistas à geração de emprego, inovadores com vistas à geração
renda e outros benefícios em prol de trabalho e renda para a
da comunidade comunidade

Estimular, orientar e conceber


Planos de Negócios com potencial
para implantação e que primem
pela inovação, de processo,
serviço ou produto, e que estejam
voltados para o desenvolvimento
da comunidade

Criar condições para que


indivíduos, famílias, micro e
pequenos empreendedores, rurais
ou urbanos, sejam capazes de
executar projetos de investimentos
produtivos, aumentando sua
produção, ganhando economia de
escala, por meio de associação e
parcerias, absorvendo, difundindo
e desenvolvendo tecnologias
socialmente sustentáveis

Chamada Pública Edital Público


FAPESB/SECTI/SECOMP/ FAPESB/SECTI/SECOMP/
SEBRAE-BA / IEL-BA / REDE SEBRAE-BA / IEL-BA / REDE
BAHIA-REDE SOCIAL 003/2005 SOCIAL 001/2006
Ilustração 09 - Framework operativo do Empreendedor Social

Objetivo Geral Objetivos estratégicos Ação Atividades executadas Atores

Fomentar a capacidade técnica para o Estimular a atitude e a cultura Curso Comitê Gestor
Apoiar a implementação de
desenvolvimento de empreendimentos empreendedora para 1. Lançamento de Chamada Pública para apoio à implantação
ações de sensibilização e
socioprodutivos e cultura implantação de projetos de cursos de empreendedorismo social
capacitação em
empreendedora em ONGs, inovadores com fins sociais 2. Seleção das propostas elaboradas pelas instituições, levando
empreendedorismo
associações, cooperativas e em consideração os critérios exigidos na Chamada Pública
organizações solidárias, populares e 3. Realização da Oficina de Capacitação dos Tutores indicados
comunitárias da Bahia nos projetos (nivelamento – 40h)
4. Realização de palestras, workshops e seminários sobre a
Chamada e as ações do Programa
5. Acompanhamento das capacitações

Reconhecimento e Concurso
Comitê Gestor
Premiação dos Melhores 1. Elaboração de regulamento
Planos de Negócios - 2. Divulgação do regulamento do concurso
Concurso 3. Seleção dos melhores planos de negócios
4. Organização e realização de solenidade de premiação

Financiamento
Ações de Apoio à
1. Análise, ajuste e aprovação dos Planos de Implantação dos Comitê Gestor
Implantação dos Planos de
empreendimentos apoiados
Negócios
2. Apoio aos Planos de Implantação aprovados

Assessoria
1. Assessoria aos projetos por tutores, visando a maturação e
implantação dos planos de negócios, principalmente sob o
aspecto mercadológico
2. Acompanhamento dos empreendimentos implantados
Objetivo Geral Objetivos estratégicos Ação Atividades executadas Atores

Articular universidades, Apoiar a implementação de Curso Comitê Gestor


ONGs, associações, ações de sensibilização e 1. Lançamento de Chamada Pública para apoio à implantação
cooperativas e organizações capacitação em de cursos de empreendedorismo social
solidárias no fomento ao empreendedorismo 2. Seleção das propostas elaboradas pelas instituições, levando
empreendedorismo social em consideração os critérios exigidos na Chamada Pública
3. Realização da Oficina de Capacitação dos Tutores indicados
nos projetos
4. Realização de palestras, workshops e seminários sobre a
Chamada e as ações do Programa
5. Acompanhamento das capacitações

Financiamento
Ações de Apoio à Comitê Gestor
1. Análise, ajuste e aprovação dos Planos de Implantação dos
Implantação dos Planos de
empreendimentos apoiados
Negócios 2. Apoio aos Planos de Implantação aprovados

Assessoria
1. Assessoria aos projetos por tutores, visando a maturação e
implantação dos planos de negócios, principalmente sob o
aspecto mercadológico
2. Acompanhamento dos empreendimentos implantados

Criar condições para que Ações de Apoio à Financiamento Comitê Gestor


famílias de baixa renda se Implantação dos Planos de 1. Análise, ajuste e aprovação dos Planos de Implantação dos
tornem protagonistas de Negócios empreendimentos apoiados
ações para o seu 2. Apoio aos Planos de Implantação aprovados
desenvolvimento econômico e
social Assessoria
1. Assessoria aos projetos por tutores, visando a maturação e
implantação dos planos de negócios, principalmente sob o
aspecto mercadológico
2. Acompanhamento dos empreendimentos implantados

Nota: Não foi possível, com as informações obtidas para este Relatório Parcial, relacionar as atividades executadas com cada ator específico que
compõem o Comitê Gestor.
Gráfico 10 - Hierarquia de problemas do Empreendedor Social

Problema-mãe

Cultura empreendedora incipiente e conhecimento técnico


insuficiente das organizações sociais para o desenvolvimento
de empreendimentos socioprodutivos viáveis

Ausência de uma Pouco Pouca articulação


cultura protagonismo em entre universidades,
empreendedora que famílias de baixa ONGs, associações,
resulte na renda na cooperativas e
implantação de realização de organizações
projetos inovadores ações para o seu solidárias no
com fins sociais desenvolvimento fomento ao
(peso 1) econômico e empreendedorismo
social social
(peso 3) (peso 2)

Nota: O objetivo com peso 1 é considerado o mais importante entre todos os objetivos
específicos e assim sucessivamente.
Ilustração 11 – Hierarquia de objetivos do Empreendedor Social

Objetivo-mãe

Fomentar a capacidade técnica para desenvolvimento de


empreendimentos socioprodutivos e cultura empreendedora
em ONGs, associações, cooperativas e organizações
solidárias, populares e comunitárias da Bahia

Estimular a atitude e Criar condições Articular


a cultura para que famílias universidade,
empreendedora para de baixa renda se ONGs, associações,
implantação de tornem cooperativas e
projetos inovadores protagonistas de organizações
com fins sociais ações para o seu solidárias no
(peso 1) desenvolvimento fomento ao
econômico e empreendedorismo
social social
(peso 3) (peso 2)

Nota: O objetivo com peso 1 é considerado o mais importante entre todos os objetivos específicos
e assim sucessivamente.
Ilustração 12 – Marco legal do Apoio às Incubadoras

Lei 8.666/93 Resolução 86/2003 TCE/BA Regimento SEPLAN Emenda


Dispõe sobre licitações, contratos e Estabelece normas e Decreto 8.461, Constitucional
convênios com entidades públicas procedimentos para controle 24/fev/2003
externo para convênio e outros Federal n.º 31
Dispõe sobre o acompanhamento
Decreto Estadual 9.266/2004 instrumentos assemelhados da Superintendência de 14/dez/2000
Acompanhamento e Avaliação de Introduz artigos que criam
Dispõe sobre a celebração de convênios
Políticas Públicas da Secretaria de o Fundo de Combate e
com o Governo da Bahia ou
Planejamento do Governo da Bahia Erradicação da Pobreza.
instrumentos congêneres

Macro-diretrizes Macro-diretrizes

Lei 8897 Lei 7.988


21/dez/2001
dez/ 2003
Cria a SECOMP e o
Cria a Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação
Termo de Compromisso FUNCEP
SECOMP, SECTI e FAPESB 01/2005
(Assinado 21/nov/2005, Publicado Regimento SECOMP
Estatuto SECTI DOE 22/nov/2005) * Aprovado pelo Decreto
Determina a forma de atuação e 8.142 (05/fev/2002)
S estrutura da Secretaria * Alterado pelo Decreto S
1º Aditivo ao TC nº 01/2005
E 9.568 (05/out/2005)
E
(Assinado 6/dez/2006;
C Publicado DOE 7/dez/2006) C
T Regimento SECTI Lei 9.509 O
* Decreto 8.427 de 29/jan/2003,
I aprova Regimento da Secretaria
20/mai/2005
M
Altera a Lei 7.988/2001
Extraordinária de Ciência,
Convênio FAPESB/SEBRAE nº163/2005 P
Tecnologia e Inovação
* Decreto 8.874, (Assinado 21/dez/2006;
Regulamento FUNCEP
12/jan/2004, aprova o Publicado DOE 22/dez/2006)
* não publicado
Regimento da SECTI

Convênio FAPESB IEL nº 158A/2005 Plano Estadual de


Política de CT&I (Assinado 09/12/2005; Combate e Erradicação
maio/2004 Publicado 11/12/2005) da Pobreza (2002)
* não publicado

Regimento FAPESB
* Decreto 8.155 de 19/fev/2002,
que homologa a Resolução do Conselho
Estatuto Curador 001/2002
FAPESB * Decreto 9.399 de 14/abril/2005,
Decreto 8.089 que homologa Resolução do Conselho
Lei 7888/2001 02/ jan/2002 Curador 003/2005
Institui a FAPESB e altera Aprova o estatuto e * Alterado pelo Decreto 10.065,
Políticas Procedimentos a estrutura da vincula a Fundação 01/ago/2006, que homologa a Resolução
FAPESB1 FAPESB2 SEPLANTEC à SEPLANTEC do Conselho Curador 001/2006

P01 FAPESB
Acompanhamento
de Projetos P 01-DC – Procedimento para Planejamento das Atividades Internas para os Programas
P 02-DC – Procedimento para Elaboração de Edital ou Instrumento de Fomento
P 03-DC – Procedimento para Recebimento de Projetos e Distribuição para Gestores
P 04-DC – Procedimento para Avaliação dos Projetos e Divulgação dos Resultados Finais
P 05-DC – Procedimento para Entrega de Pareceres aos Solicitantes e Arquivamento dos Projetos após Resultado Final
P 06-DC – Procedimento para Elaboração de Instrumentos Legais de Programas e Encaminhamentos do Processo para DAF
P02 P 07-DAF – Procedimento de Execução e Arquivamento de Processos Referentes a Programas
Propriedade P 08-DC/DAF – Procedimento para Termos Aditivos
P 09-DAF – Procedimento para Análise das Prestações de Contas enviadas pelos Convenentes
Intelectual P 10-DAF – Procedimento para Acompanhamento e Fiscalização de Projetos Apoiados Técnica e/ou Financeiramente
P17 – Procedimento para Arquivamento de Projetos e Processos no CDI

*Nota: 1. Políticas são atos administrativos instituídos pelo Conselho Curador da FAPESB.
2. Procedimentos são atos administrativos gerados pela Diretoria Geral.
Ilustração 13 – Policy Window do Empreendedor Social

Política de Combate
Política de C&T do
à Pobreza do
Governo da Bahia
Governo da Bahia
(2004)
Justificativa e (2002) Reestruturação
enquadramento do institucional do governo
problema como em função da nova
público formatação
problema/solução
SECOMP SECTI

FAPESB

Acomodação FUNDOS DE COMBATE À


da demanda POBREZA
como pública

Delimitação
EMENDA
do fluxo de EMPREENDEDOR
resposta CONSTITUCIONAL
SOCIAL
Nº31/2000

OPORTUNIDADE
POLÍTICA FEDERAL DE
COMBATE À POBREZA
(2000)

Frame Institucional

 Todos podem ser


empreendedores

 O empreendedorismo é capaz
de reverter a estagnação
econômica do estado da Bahia
Ilustração 14 – Ciclo do Empreendedor Social

2004 2005 2006 2007

Formulação
Estudo/
Termo de
Diagnóstico Compromisso
01/2005
SECOMP/
SECTI / FAPESB

Projeto
Empreendedor
Social

Implementação

Chamada Edital
Pública 01/2006
03/2005

Parceiros:
SECTI
SEBRAE/BA
IEL/BA
SECOMP
Rede Social/Rede Bahia
YABT
Junior Achievement

Nota.: A implementação desenhada acima é baseada nos documentos oficiais,


não considerando os atrasos constatados.
Ilustração 15 – Subciclo da formulação do Empreendedor Social

2005 2006

Termo de
Compromisso
01/2005

Plano de Trabalho

Chamada Pública
03/2005
Previsto

Edital
01/2006

Parceiros:
SECTI
SEBRAE/BA
IEL/BA
SECOMP
Rede Social/Rede Bahia
YABT
Junior Achievement

Nota: Não foram registradas diferenças temporais entre a


formulação prevista e a realizada.
Ilustração 16 – Subciclo da Implementação do Empreendedor Social

Criação FAPESB
(2002)

2005 2006 2007

Termo de Chamada Pública 03/2005 Termo aditivo de prazo


Compromisso
001/2005 Edital 01/2006 Termo aditivo de prazo
FAPESB, SECTI e
SECOMP

Parceiros:
FAPESB
SECTI
SEBRAE/BA
IEL/BA
SECOMP

Apoio:
Junior Achievement
YABT Brasil
Rede Social/ Rede Bahia
Ilustração 17 – Quadro síntese das principais mudanças do Empreendedor Social

2005 2006

 Limitações do número de Edital  Limitações da proposta


Chamada
propostas por instituição 01/2006 Cada instituição só poderá
Pública
Cada instituição só poderá submeter uma proposta.
03/2005
submeter uma proposta As instituições proponentes,
orientadores e coordenadores
aprovados na Chamada Pública
n. 03/2005 estão impedidos de
 Liberação dos recursos participar deste Edital.
Os recursos financeiros são
liberados em duas parcelas: a
primeira no valor de 20% do  Liberação dos recursos
orçamento apresentado na Liberação em parcela única
proposta, após publicação no após realização do Curso de
Diário Oficial, e a segunda Empreendedorismo e entrega
após entrega do Plano de do Plano de Negócio (100%).
Negócio (20% + 80%).

 Remuneração do
 Remuneração do coordenador da proposta
coordenador da proposta Enfatiza a não remuneração
Não especifica. em Itens Financiáveis da
Proposta.

 Elegibilidade do proponente
Não cita empresas privadas. Â Elegibilidade do proponente
Inclui empresas privadas,
desde que possuam um
Programa de Responsabilidade
Social.
Ilustração 18 – Etapas do processo de seleção e julgamento do Empreendedor Social

A
Enquadramento
das propostas

1° 2° 3° 4° 5°
A Fapesb busca A SECTI, Elaboração do Publicação do Recebimento e
recursos com SECOMP e Edital e do Edital e análise de
outros parceiros Fapesb assinam formulário disponibilização enquadramento
Termo de On Line do formulário das propostas
Compromisso On Line no site das
com os da FAPESB organizações
parceiros e sociais
divulgam Plano
de Trabalho

B
Avaliação do mérito
das propostas

6° 7° 8° 9° 11° 12°
Análise das Julgamento e Referendo final Publicação dos Realização de Realização dos
propostas por seleção das pela instância selecionados no Oficinas de Cursos de
consultores propostas pelo política D.O.E. e Capacitação dos Empreendedorismo
Ad Hoc Comitê Gestor estratégica: divulgação dos tutores e para cada
• SECOMP resultados em coordenadores organização
• IEL/BA meios de contemplada
• SECTI comunicação
• FAPESB
• SEBRAE/BA

C
Avaliação do mérito dos
Planos de Negócios

13° 14° 15° 16° 17° 18°


Elaboração dos Análise dos Ajustes dos Assinatura dos Realização do Divulgação dos
Planos de Planos de Planos de Termos de Concurso de Planos de
Negócios pelas Negócios pela Negócios pelas Outorga com Plano de Negócios
organizações, CAAJ e organizações organizações Negócios premiados
segundo solicitação de sociais e CAAJ proponentes
metodologia ajustes
SEBRAE/BA
Ilustração 19 – Grupo de atores institucionais envolvidos no Empreendedor
Social

GRUPO 3
Apoio
FAPESB
IEL/BA Rede Social/Rede Bahia 100%
SEBRAE/BA YABT
Junior Achievement
30
Implementação organizações
(período 2005
Comitê Seleção e 2006)

Gestor

Formulação
SECOMP
FAPESB Instituições do
SECTI Conhecimento (IES,
IEL/BA Centros de Pesquisa
SEBRAE/BA EMPREENDEDOR ou Empresas)
REDE SOCIAL
SOCIAL
Disseminar uma cultura de empreendedorismo e Universo
consolidar condições técnicas para o desenvolvimento
de projetos socioprodutivos viáveis
GRUPO 2

Gestor do
Programa

Centro de Diretoria Assessoria de Centro de


Documentação e Administrativo- Comunicação e Atendimento ao
Informação Financeira Marketing Pesquisador
(CDI) (DAF) FAPESB/SECTI (CAP)
(ASCOMM)

Direção
Geral (DG)
GRUPO 1
Conselho
Curador

FAPESB
Ilustração 20 – Atores institucionais e o papel desempenhado no Empreendedor Social

Ator institucional Papel oficial Papel operativo Observação


9 Membro do Comitê
Gestor
SECTI S/ informação S/ informação
9 Organização, divulgação
e acompanhamento

9 Membro do Comitê
Gestor 9 Concepção e
disponibilização da
9 Organização, divulgação metodologia
SEBRAE/BA S/ informação
e acompanhamento
9 Curso de capacitação de
tutores

9 Membro do Comitê
Gestor
9 Organização, divulgação
FAPESB S/ informação
e acompanhamento

9 Membro do Comitê Campanha de Comunicação


Gestor e material de divulgação
IEL/BA 9 Organização, divulgação S/ informação
e acompanhamento Repasse financeiro dos
recursos

9 Membro do Comitê
Gestor Liberação dos recursos do
SECOMP 9 Organização, divulgação S/ informação Fundo de Combate à
e acompanhamento Pobreza

Rede Social / Rede Bahia S/ informação S/ informação

YABT (Young Americas


S/ informação S/ informação
Business Trust)

Junior Achievement S/ informação S/ informação

Nota: Para fins do Relatório Final, para cada ator será identificada qual a subunidade que faz a gestão operacional do
Programa, além de maior detalhamento dos papéis operativos.
Ilustração 21 – Grupos de beneficiários do Empreendedor Social

Beneficiários intermediários Beneficiários finais

ONGs, associações,
cooperativas e organizações
solidárias, populares e
comunitárias da Bahia

Indivíduos com renda


familiar per capita de até
EMPREENDEDOR SOCIAL 0,5 salário mínimo
nacional

Instituições do Conhecimento
(IES, Centros de Pesquisa ou
Empresas)
Ilustração 22 – Delimitação do Público-Alvo do Empreendedor Social

Objetivo
Disseminar uma cultura de empreendedorismo e
consolidar condições técnicas para o desenvolvimento
de projetos socioprodutivos viáveis

Estratégia
Fortalecer empreendimentos de organizações sociais
com fins de superação da pobreza

Linhas de ação
1. Apoiar a implantação de ações de sensibilização e capacitação
em empreendedorismo social em associações, cooperativas e/ou
organizações solidárias, populares e comunitárias
2. Realizar Concursos de Planos de Negócios com fins sociais
oriundos das capacitações de empreendedorismo
3. Disponibilizar assessoria para implementação e
acompanhamento dos planos de negócios
recomendados durante o curso
4. Financiar Planos de Negócio ao final do curso para a
implementação

100%
Público-Alvo
Critérios de seleção e • ONGs, associações, cooperativas e organizações
julgamento:
Universo
solidárias, populares e comunitárias da Bahia (total de organizações sociais
que atendam aos critérios de elegibilidade do do Estado da Bahia)
• Inovação EMS
• Capacidade de execução,
experiência do coordenador e
orientador de tecnologia
Público Solicitante
• Aderência com as áreas
30 organizações (2005)
prioritárias da FAPESB
45 organizações (2006)
• Consistência, qualidade, Total: 75
clareza e objetividade da
proposta/ Projeto
• Sustentabilidade e
replicabilidade Público Atendido
• Impactos positivos no meio- 15 organizações (2005)
ambiente 15 organizações (2006)
Total 30
Ilustração 23 – Filtros estratégicos de definição do público-alvo do
Empreendedor Social

• Cooperativa de crédito
• Cooperativa de produção
• Cooperativa de consumo
• Cooperativa mista
• Cooperativa habitacional
• Cooperativa de eletrificação rural
• Cooperativa escolar
• Cooperativa de trabalho

Cooperativas singulares Fundações Associações

9 Educação e aprendizado
Meio-ambiente e Ecologia
Saúde, Alimentação e Bem-estar
9 Desenvolvimento sócio-econômico
Entidades Entidades sem 9 Cultura e Turismo
empresariais fins lucrativos 9 Infra-estrutura, Energia e Recursos
Hídricos
9 Habitação e Saneamento
9 Alternativas de reinserção e inclusão
no tocante a produtos e serviços
A4 referentes a grupos sócio-culturais
Grupos em área excluídos como deficientes, crianças,
de alto risco social A1 mulheres, idosos, silvícolas e
afro-descendentes

ONGs, associações, cooperativas e


organizações solidárias, populares e Indivíduos que possuam renda familiar per
A3 capita até 0,5 salário mínimo nacional
comunitárias da Bahia

Parceria visando a capacitação focada


em empreendedorismo social

A2

Instituições do
Conhecimento

Empresas com Instituições de Centros, Institutos e


Programa de Ensino Superior Núcleos de
Responsabilidade (IES) Pesquisa
Social

Filtros:

A1 A2
Qualificação das parcerias (2005 e 2006)

A3 Áreas geográficas de atuação

A4 Áreas temática de atuação


Ilustração 24 – Público-alvo e beneficiários do Empreendedor Social

Beneficiários Intermediários Público-alvo do Programa Beneficiários Finais

ONGs, associações, cooperativas Indivíduos de baixa renda integrantes


Instituições do Conhecimento e organizações solidárias, de organizações sociais interessadas
(IES, Centros de Pesquisa ou populares e comunitárias da em desenvolver ações
Empresas com RSE) Bahia socioprodutivas empreendedoras

públicas privadas capital interior do Estado interior do Estado capital

capital interior do Estado

Benefícios sociais

O Estado da Bahia, O mercado, pelos A sociedade


com a melhoria do Planos de baiana, que se
bem estar e Negócios beneficia com
desenvolvimento implementados novos produtos ou
regional processos
inovadores
Ilustração 25 – Cobertura do Empreendedor Social

Público-Alvo Público Inscrito/


ONGs, associações, Demandante do
cooperativas e Programa*
organizações 75 organizações Público
solidárias, populares e (2005 e 2006) Atendido
comunitárias da Bahia
30 organizações

100%
Universo

Nota: Neste Relatório Parcial não foi inserido o número de organizações sociais que se encaixariam no Universo Possível,
em virtude dos censos de organizações sociais disponíveis não se constituírem, por ora, em dados oficialmente confiáveis.
* Informação mencionada por Jorge Henrique, ex-Gestor da SECOMP e membro do Comitê Gestor do Programa.
Ilustração 26 – Relações de gestão do Empreendedor Social

Governo do
Estado da Bahia

SECOMP SECTI Comitê Gestor Ações de Apoio (Parceria)

Rede Social / Junior


FAPESB SEBRAE/BA IEL/BA Rede Bahia YABT Achievement

Macro-diretrizes

Gestão do Programa

CURSO CONCURSO
FAPESB CAAJ Gestor FAPESB CAAJ
DE PLANO
SEBRAE/BA IEL/BA IEL/BA
DE
NEGÓCIOS

Administração Seleção de Metodologia Comunica- Administração Seleção Comunicação


Propostas ção
Comunicação Comunicação Julgamento
Julgamento Comunicação
Financeiro Comunicação
Monitoramento

Nota: As funções operacionais de cada parceiro serão objeto de análise do Relatório Final.
Ilustração 27 – Procedimentos de registro da memória do Empreendedor Social

Gestor

 Apresentação do
Bahia Inovação
2006

2005 2006 2006

FAPESB FAPESB SECTI

Relatório de Relatório de Relatório de


Atividades Atividades Gestão
2005 2006 2003-2006
Ilustração 28 – Relação dos documentos oficiais do Empreendedor Social

Título Descrição Fonte Observação


Termo de Compromisso Transferência de recursos FAPESB
01/2005 financeiros destinados ao
FAPESB/SECTI/SECOMP estímulo e fortalecimento
da cultura empreendedora
para a população de baixa
renda do Estado da Bahia
Projeto Empreendedor Documento estabelece FAPESB Rede Social não figura como
Social objetivos, detalhamento parceiro
das ações, mecanismos
gerenciais de execução,
resultados esperados e
orçamento destinado ao
Empreendedor Social
Plano de Trabalho do Implantação do Programa FAPESB Contém Plano de Aplicação
2005

Termo de Compromisso Empreendedor Social de recursos


01/2005 como parte integrante do
Bahia Inovação Social.
Chamada Pública Seleciona propostas com FAPESB
FAPESB/SECTI/SECOMP/ potencial inovador voltadas
SEBRAE/IEL/REDE para o combate à pobreza
SOCIAL – 003/2005 e às desigualdades sociais
Cronograma Delimita as ações do FAPESB
programa no período de
agosto de 2005 a janeiro
de 2007

Propostas aprovadas 15 propostas aprovadas FAPESB


em 2005

Seleciona propostas com FAPESB


Edital potencial inovador voltadas
FAPESB/SECTI/SECOMP/ para o combate à pobreza
SEBRAE/IEL/REDE e às desigualdades sociais
SOCIAL – 001/2006
2006

Propostas aprovadas 15 propostas aprovadas FAPESB


em 2006
Após 50 anos, em agosto de 2001, o estado da Bahia voltou a ter uma fundação avaliação de
pública dedicada ao amparo à pesquisa e ao estímulo às ciências, retomando programas
passos históricos da antiga FUNDEC - Fundação para o Desenvolvimento da
da fapesb
Ciência. Nesses quase 6 anos de existência, a Bahia e a FAPESB viram crescer
gradativamente os números de projetos apoiados pela fundação e de
pesquisadores contemplados, estimulando inovações tecnológicas e abrindo novas frentes de estudo e
pesquisa. No campo da administração pública, a adoção de instrumentos de gestão pela FAPESB –
englobando práticas de planejamento, monitoramento, processos, sistemas, gerenciamento de projetos,
centro de documentação e informação, controladoria, etc. – criou condições para que ações concretas de
avaliação de políticas públicas fossem percebidas como úteis e necessárias, encerrando um primeiro
ciclo gerencial (2002-2006).

A partir da articulação com um grupo de pesquisadores associados à UFBA, foram escolhidos nove
programas (PRODOC, PROCEDE, RECOPE, PAPPE, REPITTec, Curso de Empreendedorismo/Concurso de
Negócios, Apoio às Incubadoras, Apoio à Criação de Pré-Incubadoras, Empreendedor Social), em
diferentes estágios e características singulares, para serem alvo de processos avaliativos independentes
e externos. A metodologia de avaliação escolhida permitiu analisar os nove programas selecionados
como políticas públicas, o que significa considerá-los como um veículo para dar respostas a um
problema de relevância pública. Desta ênfase dada ao conceito de “interesse público”, adotamos como
eixos orientadores da avaliação as estratégias e as lógicas de atuação de cada programa, que juntos
possibilitaram refletir, em diferentes graus, a relação causal entre as ações empreendidas pelo programa
e seus resultados. Esta abordagem, que remete ao campo conceitual da avaliação de programas,
consiste em criar um contexto de análise que permita ao avaliador considerar uma série de fatores que
influenciam os programas em seus processos de decisão, elaboração, implementação e resultados.

Cada programa citado terá dois relatórios de avaliação: o primeiro, versão preliminar, em 2006; e a
versão final, prevista para agosto de 2007, integrando a “Série Avaliação de Programas da FAPESB”.
Este Relatório Preliminar analisa o Programa Empreendedor Social, que estimula a atitude e a
cultura empreendedora e encoraja a implantação de projetos inovadores com fins sociais, buscando a
geração de trabalho e renda em comunidades carentes. Apóia técnica e financeiramente propostas
vindas de parcerias estabelecidas entre associações sem fins lucrativos e cooperativas com instituições
de ensino superior, centros de pesquisa e empresas do setor produtivo.

Universidade Federal
da Bahia

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