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Introdução
Neste capítulo, você vai aprender sobre os principais fundamentos da
hidráulica fluvial, reconhecendo as características mais relevantes das
bacias hidrográficas e dos cursos d’água. Além disso, você vai entender
como ocorrem as modificações desses cursos em relação à morfologia
dos canais e de que modo se dá a evolução deles quanto à formação,
modelação e estabilização.
Também serão descritos os tipos de canais e padrões de rede de
drenagem importantes para compreender o escoamento, sua variação
e, principalmente, como acontecem as medições nos canais naturais.
Por fim, serão abordados o transporte de sedimentos e o processo de
medição dos sedimentos em suspensão.
tempo, os usos da água foram ampliados, por exemplo, para navegação, lazer,
irrigação, pesca, dentre outros, o que resultou em maior demanda de água e
consequentes modificações nas configurações naturais dos cursos d’água e
das bacias hidrográficas. Algumas alterações feitas nos cursos d’água incluem
(BERNARDINO, 2005):
Bacia hidrográfica
A bacia hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, é uma
área delimitada topograficamente onde toda a água é drenada e contribui para
determinada seção transversal de um rio. A delimitação da bacia hidrográfica é
chamada de limite da bacia e pode ser traçada a partir das curvas topográficas
da área. O exutório da bacia está localizado a jusante, no local com menor
altitude. Nesse local, o fluxo de água entra em um fluxo maior, como em um
lago ou mesmo no oceano.
Segundo Dingman (c2009), o estudo da bacia hidrográfica é de fundamental
importância, uma vez que a água que passa pelos cursos d’água e chega ao
exutório da bacia tem origem na precipitação que ocorre na bacia. As carac-
terísticas da bacia são responsáveis pelo trajeto que a água percorrerá e pela
quantidade de partículas e sedimentos que serão transportados juntamente
com a água.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 3
(a)
(b)
Figura 1. Formas das bacias hidrográficas: (a) formato alongado e (b) formato de leque.
Fonte: Adaptada de Slope of watershed/Epfl.ch.
O tempo de concentração é o tempo necessário para que uma gota de chuva que
caiu no ponto mais distante de uma bacia hidrográfica se desloque até o seu exutório.
Hidraulicamente, o ponto mais distante é o ponto em que é necessário maior tempo
de viagem até o exutório da bacia hidrográfica (GRIBBIN, 1997).
O tempo de concentração normalmente é utilizado apenas ao escoamento superficial
e pode ser deduzido por meio de medições de campo ou pode ser estimado com
fórmulas empíricas. O tempo de concentração deve variar em função do relevo e da
forma da bacia hidrográfica (HAMILL, 2001).
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 5
Tipos de escoamento
O escoamento da água através de um canal com superfície livre é chamado
de escoamento livre ou escoamento em condutos livres. Nesse tipo de esco-
amento, a água é submetida à pressão atmosférica e, portanto, o escoamento
ocorre devido à gravidade que é atingida pela declividade do leito dos canais
(BERNARDINO, 2005).
O escoamento livre pode ocorrer a partir da drenagem natural da água
através, por exemplo, de rios e cursos d’água ou a partir de canais artificiais,
com grande contribuição para áreas de saneamento (canais construídos para
drenagem urbana), navegação, irrigação, geração de energia, etc. Esse tipo de
escoamento em conduto livre é diferente do escoamento em conduto forçado,
10 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos
(a) (b)
onde:
Descrição n
Complemente seus estudos lendo o artigo “Técnicas de medição de vazão por meios
convencionais e não convencionais”, de Thiago Morato de Carvalho. Esse artigo apre-
senta a descrição de alguns métodos, diretos e indiretos, de medição de vazão em rios
e córregos, discutindo a metodologia de cada técnica e seu potencial para estudos
em sistemas fluviais. (CARVALHO, 2008).
Já coeficientes de rugosidade Manning para diferentes aplicações podem ser en-
contrados nos livros Open-channel hydraulics, de Chow (1959), e Hidráulica básica,
escrito por Rodrigo de Melo Porto, que contém um capítulo muito importante sobre
escoamento permanente e uniforme.
3 Transporte de sedimentos
Os sedimentos produzidos em uma bacia hidrográfica são provenientes dos
processos de intemperismo que ocasionam degradação das rochas e, conse-
quentemente, desprendimento de material sólido, que é transportado e depo-
sitado nos canais. O processo de intemperismo está associado com os fatores
climáticos (características da precipitação e temperatura) e as caraterísticas
físicas da área, como pedologia e geomorfologia. Para Bernardino (2005), esse
processo pode ser dividido em intemperismo químico e intemperismo físico.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 15
(a)
(b)
Velocidade
Concentração de sedimento
Descarga sólida
ALFREDINI, P.; ARASAKI, E. Obras e gestão de portos e costas: a técnica aliada ao enfoque
logístico e ambiental. 2. ed. São Paulo: Blücher, 2009.
BERNARDINO, J. C. M. Estabilidade de cursos d'água escoando sobre leitos aluvionares não
coesivos. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia) — Escola Politécnica, Universi-
dade de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/
disponiveis/3/3147/tde-05052017-081843/publico/JoseCarlosdeMeloBernardino.pdf.
Acesso em: 30 jun.2020.
22 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos
Leituras recomendadas
LICCO, E. A.; MAC DOWELL, S. F. Alagamentos, enchentes enxurradas e inundações:
digressões sobre seus impactos sócio econômicos e governança. Iniciação: Revista de
Iniciação Científica, Tecnológica e Artística, v. 5, n. 3, 2015. Disponível em: http://www.
sp.senac.br/blogs/revistainiciacao/wp-content/uploads/2015/12/110_IC_artigo-.pdf.
Acesso em: 30 jun. 2020.
PINTO, C. E. T. et al. Uso de imagens MODIS no monitoramento do fluxo de sedimentos
no reservatório de Três Marias. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18,
n. 5, p. 507–516, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v18n5/a07v18n5.
pdf. Acesso em: 23 jul. 2020.
PORTO, R. M. Hidráulica básica. 4. ed. São Carlos: EESC-USP, 2006.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 23
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