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HIDRÁULICA

Franciane Mendonça dos Santos


Introdução aos
fundamentos de hidráulica
fluvial e de transporte
de sedimentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer os fundamentos da hidráulica fluvial.


 Identificar os principais métodos de medição e classificação de um rio.
 Categorizar o transporte de sedimentos.

Introdução
Neste capítulo, você vai aprender sobre os principais fundamentos da
hidráulica fluvial, reconhecendo as características mais relevantes das
bacias hidrográficas e dos cursos d’água. Além disso, você vai entender
como ocorrem as modificações desses cursos em relação à morfologia
dos canais e de que modo se dá a evolução deles quanto à formação,
modelação e estabilização.
Também serão descritos os tipos de canais e padrões de rede de
drenagem importantes para compreender o escoamento, sua variação
e, principalmente, como acontecem as medições nos canais naturais.
Por fim, serão abordados o transporte de sedimentos e o processo de
medição dos sedimentos em suspensão.

1 Fundamentos de hidráulica fluvial


O homem sempre procurou, desde os tempos mais antigos, viver nas proximi-
dades dos cursos d’água, em função de suas necessidades, que inicialmente
visavam o consumo próprio e a dessedentação de animais. Com o passar do
2 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

tempo, os usos da água foram ampliados, por exemplo, para navegação, lazer,
irrigação, pesca, dentre outros, o que resultou em maior demanda de água e
consequentes modificações nas configurações naturais dos cursos d’água e
das bacias hidrográficas. Algumas alterações feitas nos cursos d’água incluem
(BERNARDINO, 2005):

 alteração nos cursos dos rios para facilitar a navegação;


 construção de canais artificiais para agricultura e navegação;
 construção de barragens para aproveitamento da água para abasteci-
mentos, irrigação ou para geração de energia;
 construção de diques para atenuação de cheias;
 alterações de uso e ocupação do solo em bacias hidrográficas com vistas
ao desenvolvimento urbano e rural.

Essas modificações ocasionaram um desequilíbrio no meio ambiente.


Por isso, é fundamental o conhecimento dos princípios básicos de hidráulica
fluvial, para prevenção de possíveis impactos que podem ser ocasionados caso
a intervenção esteja além do limite de equilíbrio dos cursos d’água e também
para correta previsão de construção de obras de engenharia que envolvam o
uso ou a modificação dos cursos e da bacia hidrográfica como um todo.

Bacia hidrográfica
A bacia hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, é uma
área delimitada topograficamente onde toda a água é drenada e contribui para
determinada seção transversal de um rio. A delimitação da bacia hidrográfica é
chamada de limite da bacia e pode ser traçada a partir das curvas topográficas
da área. O exutório da bacia está localizado a jusante, no local com menor
altitude. Nesse local, o fluxo de água entra em um fluxo maior, como em um
lago ou mesmo no oceano.
Segundo Dingman (c2009), o estudo da bacia hidrográfica é de fundamental
importância, uma vez que a água que passa pelos cursos d’água e chega ao
exutório da bacia tem origem na precipitação que ocorre na bacia. As carac-
terísticas da bacia são responsáveis pelo trajeto que a água percorrerá e pela
quantidade de partículas e sedimentos que serão transportados juntamente
com a água.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 3

A quantidade de água que chega ao exutório da bacia também está relacio-


nada com algumas características, como a área da bacia, o regime hidrológico
e as perdas (infiltração e evapotranspiração). Nesse sentido, o conhecimento
das caraterísticas da bacia hidrográfica é essencial principalmente em relação
à topografia e cobertura do solo, que controlam a magnitude, o tempo e a
produção dos sedimentos que chegam no rio (CHRISTOFOLETTI, 1980).
A bacia hidrográfica pode ser dividida, morfologicamente, em três partes,
em função da influência do relevo nos rios: alta, média e baixa bacia. A
parte alta está localizada a montante, com altas declividades, onde os cursos
d’água (curso superior) têm grande velocidade, podendo transportar cargas de
sedimentos contendo partículas grosseiras, como argilas em grandes blocos
(ALFREDINI; ARASAKI, 2009). O leito, nesse caso, é mais acidentado e
profundo, porém, mais estreito.
A média bacia consiste no curso médio dos rios, onde a velocidade e a
profundidade são menores do que no curso superior, mas o rio possui maior
largura e tem a tendência de equilíbrio. Na baixa bacia ou no curso inferior,
as baixas declividades contribuem com a diminuição da velocidade e baixa
erodibilidade dos leitos (ALFREDINI; ARASAKI, 2009).
A morfologia dos cursos d’água pode ser caracterizada em função de algu-
mas especificidades da bacia hidrográfica, como forma, topografia, geologia,
cobertura vegetal, uso do solo e regime hidrológico (BERNARDINO, 2005).
A bacia hidrográfica pode ter formas variadas, que influenciam de diferentes
maneiras o seu regime hidrológico. Por exemplo, uma bacia hidrográfica
alongada para um evento de precipitação vai produzir uma vazão menor em
seu exutório do que uma bacia em formato de leque, pois o tempo de concen-
tração em uma bacia hidrográfica alongada é maior do que em uma bacia em
formato de leque. A Figura 1 mostra duas possibilidades de formas que uma
bacia hidrográfica pode apresentar: formato alongado e formato de leque.
4 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

(a)

(b)

Figura 1. Formas das bacias hidrográficas: (a) formato alongado e (b) formato de leque.
Fonte: Adaptada de Slope of watershed/Epfl.ch.

O tempo de concentração é o tempo necessário para que uma gota de chuva que
caiu no ponto mais distante de uma bacia hidrográfica se desloque até o seu exutório.
Hidraulicamente, o ponto mais distante é o ponto em que é necessário maior tempo
de viagem até o exutório da bacia hidrográfica (GRIBBIN, 1997).
O tempo de concentração normalmente é utilizado apenas ao escoamento superficial
e pode ser deduzido por meio de medições de campo ou pode ser estimado com
fórmulas empíricas. O tempo de concentração deve variar em função do relevo e da
forma da bacia hidrográfica (HAMILL, 2001).
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 5

A topografia também influencia no escoamento superficial e no tempo


de concentração da água da bacia, refletindo as condições geomorfológicas
(relevo) da bacia hidrográfica. Por exemplo, o relevo, devido às diferentes
declividades, tem importante contribuição na modificação dos cursos d’água
e permite que o fluxo seja maior em locais de grande declividade e menor em
áreas com menores declives (HAMILL, 2001).
A geologia tem um papel fundamental na formação do relevo e, consequen-
temente, na formação dos cursos d’água, à medida que a água flui pelos cursos
d’água à rocha. A geologia também determina a forma da bacia hidrográfica e
os materiais rochosos que são responsáveis pela composição dos leitos dos rios
e que afetam a vulnerabilidade ao serem erodidos (CHRISTOFOLETTI, 1980).
A cobertura vegetal fornece proteção à bacia hidrográfica para a atenuação
do escoamento superficial e redução dos possíveis processos erosivos. A vege-
tação proporciona aumento do processo de infiltração da água no solo devido
à interceptação da água feita pelas plantas, ao aumento da evapotranspiração
pela presença das folhas e à redução das taxas de escoamento superficial.
A ausência da vegetação, ocasionada, por exemplo, pelo desmatamento,
proporciona aumento do escoamento superficial, uma vez que o solo desprote-
gido desfavorece o processo de infiltração e a água flui em maior quantidade,
ocasionando processos de inundação e transporte de sedimentos que são
desprendidos das margens e dos leitos dos cursos d’água (CUNHA; GUERRA,
1998).
Os tipos de uso e ocupação da bacia hidrográfica têm influência nas condi-
ções dos cursos d’água, tanto em sua morfologia quanto em relação à quantidade
e qualidade de água. Por exemplo, o aumento desenfreado de urbanização
reduz a infiltração de água no solo e aumenta o processo de escoamento; a
disposição inadequada de resíduos e o uso irregular de produtos agrícolas
também impactam a qualidade de água e a composição dos sedimentos que
são transportados.
Por fim, o regime hidrológico influencia a morfologia dos cursos d’água e
está relacionado com outros fatores, como as características do solo, do relevo
e da cobertura vegetal. Alterações no regime de precipitação, ocasionados,
por exemplo, devido às mudanças climáticas, influenciam na potencialização
dos processos erosivos e do transporte de sedimentos, causando diversos
impactos nos cursos d’água.
6 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

Complemente seus estudos fazendo a leitura do artigo “Alagamentos, enchentes,


enxurradas e inundações: digressões sobre seus impactos socioeconômicos e gover-
nança”, de Eduardo Antonio Licco e Silvia Ferreira Mac Dowell. Esse artigo apresenta uma
discussão consistente sobre os aspectos técnicos, socioeconômicos e de governança
de enchentes, alagamentos e inundações que afligem há muito a cidade de São Paulo,
por meio de digressões sobre o tema dos desastres naturais, cada vez mais presentes
na vida das pessoas.

Evolução das redes de drenagem


A evolução das redes de drenagem está relacionada com alguns processos,
como: mudanças climáticas; processos da superfície terrestre, como processos
tectônicos; e características dos processos geoquímicos.
A evolução dos cursos d’água é pautada em três processos principais:
a formação, a modelação e a estabilização dos cursos d’água. O processo
de formação dos cursos d’água é iniciado a partir do escoamento da água
precipitada na superfície terrestre. Essa água escoa pelo relevo do terreno por
meio de linhas chamadas de talvegues, de acordo com Grotzinger e Jordan
(2013). Os talvegues são os caminhos que a água percorre ao escoar e são
formados pelo excesso de precipitação. Esse excesso de precipitação começa
a desagregar e transportar sedimentos, principalmente os finos, ocasionando
a erosão do canal e propiciando o início do processo de formação dos cursos
d’água (BERNARDINO, 2005).
Tal processo ocorre durante anos, modificando os cursos d’água. As modi-
ficações constituem o processo de modelação. A modelação do curso d’água
é caracterizada por alterações na geometria dos cursos d’água, como o seu
traçado, a largura, a declividade da margem e a profundidade do escoamento.
Essas alterações estão relacionadas com os processos erosivos que ocorrem
no curso d’água e existem alguns princípios que orientam a modelação: prin-
cípio da saturação, lei das declividades e princípio da seleção (ALFREDINI;
ARASAKI, 2009).

Princípio da saturação — O escoamento superficial pode associar uma


quantidade limitada de sedimentos, que é denominada valor de saturação e é
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calculada em função dos seguintes fatores: a vazão do escoamento; a declivi-


dade da bacia hidrográfica; o diâmetro e o peso específico dos sedimentos; e
um fator de forma do curso d’água, que pode ser o raio hidráulico (relação entre
área da seção de escoamento e perímetro molhado) (BERNARDINO, 2005).

Lei das declividades — Segundo Alfredini e Arasaki (2009), considerando


o princípio da saturação, para ocorrer o equilíbrio nos cursos d’água, o valor
da vazão de sedimentos que são transportados deve ser igual à vazão de sa-
turação dos sedimentos. À medida que esses valores são alterados, ocorrem
modificações na geometria dos cursos d’água, por exemplo, na declividade.
Dessa forma, em trechos do curso d’água superior, ocorre o aprofundamento
do leito. Na planície aluvionar, ocorre o aumento do percurso fluvial, que se
torna sinuoso.

Princípio da seleção — O processo de sedimentação nos canais tem início


com os sedimentos grosseiros que são desprendidos, enquanto a erosão nos
canais se inicia com os sedimentos mais finos. Assim, a granulometria dos
sedimentos e a declividade do canal diminuem de montante para jusante
(ALFREDINI; ARASAKI, 2009).
Por fim, a última fase de evolução dos cursos d’água é a de estabilização.
Bernardino (2005) aponta que, nessa fase, a modelação ocorre lentamente,
ou seja, as modificações nas características geométricas dos cursos d’água
(influenciadas por processos erosivos e sedimentação) são praticamente in-
significantes. Desse modo, os cursos d’água que se encontram nesse processo
são classificados como estabilizados.

2 Classificação de rios e métodos de medição


Segundo Grotzinger e Jordan (2013), os cursos d’água podem ser definidos
como qualquer fluxo de água, grande ou pequeno, que flui sobre a superfície
da Terra, na maioria das vezes através de sulcos bem definidos, que podem
ser também chamados de canais, possibilitando que o fluxo de água possa
percorrer e alcançar grandes distâncias. Rios são considerados os principais
cursos d’água que se encontram em um grande sistema.
Os canais podem ser divididos em naturais e artificiais. Os canais naturais
são cursos d’água naturais, que se formam na superfície ou subsuperfície da
Terra, como riachos, rios, córregos e estuários (GRAF; ALTINAKAR, 1998).
A geometria e as propriedades hidráulicas desses canais são geralmente irregu-
8 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

lares e a aplicação da teoria hidráulica fornece apenas resultados aproximados,


uma vez que inúmeras suposições devem ser feitas.
Os canais artificiais são cursos d’água desenvolvidos pela ação humana,
como, por exemplo: os canais abertos utilizados para navegação, irrigação,
geração de energia, drenagem, etc.; e os canais fechados, nos quais o fluxo
não preenche toda a seção, como túneis hidráulicos, aquedutos, canais para
esgotamento sanitário, entre outros. A geometria e as propriedades hidráulicas
desses canais são geralmente regulares e a aplicação da teoria hidráulica for-
nece resultados razoavelmente realistas. A Figura 2 mostra os tipos de canais
naturais e artificiais, sendo os artificiais classificados em abertos e cobertos.

Figura 2. Tipos de canais.


Fonte: Adaptada de Graf e Altinakar (1998).

Padrões dos canais


Conforme os cursos d’água se formam, são determinados os padrões das
redes de drenagem, que são os tipos de arranjo espacial dos canais fluviais
na paisagem, definidos pela inclinação da terra e estrutura geológica (DING-
MAN, c2009).
A maioria das redes de drenagem forma um padrão dendrítico, que nor-
malmente ocorre onde não há controles geológicos fortes que criam zonas
ou direções de suscetibilidade fortemente variável à erosão química ou fí-
sica (DINGMAN, 2009). Esse tipo de rede de drenagem, cuja ramificação
é parecida com a de galhos de árvores, é característico de áreas nas quais o
substrato rochoso é uniforme, como as rochas sedimentares, rochas ígneas ou
metamórficas maciças (GROTZINGER; JORDAN, 2013).
Outros padrões de redes de drenagem que também podem ser encontrados
são: paralelos, treliça ou retangulares, característicos de áreas mais suscetíveis
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à erosão. A rede de drenagem retangular tem a tendência de seguir o padrão de


fraturas, enquanto a drenagem em treliças é desenvolvida em áreas de vales.
O padrão distributário geralmente ocorre onde córregos fluem das mon-
tanhas para áreas mais planas para formar leques aluviais, ou em deltas onde
córregos entram nos lagos ou no oceano. Estruturas geológicas regionais
também podem fazer com que padrões de qualquer uma dessas formas sejam
arranjados em “metapadrões”, como os radiais (DINGMAN, c2009). A Figura
3 mostra os padrões de drenagem.

Figura 3. Padrões de redes de drenagem.


Fonte: Adaptada de Dingman (c2009).

Tipos de escoamento
O escoamento da água através de um canal com superfície livre é chamado
de escoamento livre ou escoamento em condutos livres. Nesse tipo de esco-
amento, a água é submetida à pressão atmosférica e, portanto, o escoamento
ocorre devido à gravidade que é atingida pela declividade do leito dos canais
(BERNARDINO, 2005).
O escoamento livre pode ocorrer a partir da drenagem natural da água
através, por exemplo, de rios e cursos d’água ou a partir de canais artificiais,
com grande contribuição para áreas de saneamento (canais construídos para
drenagem urbana), navegação, irrigação, geração de energia, etc. Esse tipo de
escoamento em conduto livre é diferente do escoamento em conduto forçado,
10 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

no qual a pressão atmosférica não é importante, porém não é menos complexo


(GRIBBIN, 1997). No escoamento em condutos livres, em especial nos ca-
nais naturais, as variáveis, como a área da seção do canal e o coeficiente de
rugosidade do canal, muitas vezes são difíceis de estimar, ao contrário do que
ocorre nos condutos forçados, em que esses valores podem ser bem definidos.
Portanto, nos condutos livres, o escoamento é mais complexo, pois as variáveis
são interdependentes, além de também variar no tempo e espaço.

Variação com o tempo — O escoamento é considerado permanente (estacioná-


rio ou constante) quando a velocidade e a pressão da água em um determinado
ponto do canal permanecerem invariáveis com o tempo. De acordo com Graf
e Altinakar (1998), supõem-se que não haja entrada ou saída lateral de água
entre as diferentes seções do canal.
O escoamento é considerado variável ou não permanente se a profundidade
do fluxo e os outros parâmetros variarem com o tempo. Nesse caso, o escoa-
mento não é mais constante com o tempo (BERNARDINO, 2005). Segundo
Graf e Altinakar (1998), o fluxo de canal aberto raramente é constante. No
entanto, as variações temporais costumam ser suficientemente lentas e o fluxo
pode ser considerado estável pelo menos por intervalos de tempo relativamente
curtos.

Variação com o espaço — O escoamento é considerado uniforme se a pro-


fundidade e os outros parâmetros permanecerem inalterados em todas as
seções do canal. Dessa forma, o escoamento não uniforme ocorre quando,
em um dado instante, a velocidade ao longo da profundidade varia ao longo
do trecho (BERNARDINO, 2005).
Bernardino (2005) conclui que, para determinar o equilíbrio nos canais
naturais, é utilizado o modelo de escoamento permanente, bidimensional e
uniforme, ou seja, nesse modelo, a seção transversal do canal é considerada
constante em todo o percurso da água e a velocidade ao longo da profundidade
é a mesma em qualquer instante e para qualquer seção transversal.

Medição nos rios


Ao longo do tempo, várias técnicas foram desenvolvidas para medir a vazão da
água que flui em um determinado canal, seja ele natural ou artificial. Alguns
métodos medem a vazão diretamente no canal, enquanto outros podem medir
velocidades que são usadas em equações específicas para calcular a vazão.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 11

A escolha de qual método utilizar depende em grande parte do tipo de canal


que transporta o fluxo (GRIBBIN, 1997).
Alguns métodos bastante conhecidos são: o método da flutuação, os moli-
netes, o perfilador de corrente acústica de Doppler, Automatic Doppler Current
Profiler (ADCP), e a equação de Manning. O método da flutuação pode ser
empregado em um canal aberto e é relativamente simples de ser utilizado, pois
consiste em medir a distância que um determinado objeto leva para “flutuar”
até uma distância conhecida. Para isso, deve-se conhecer essa distância, bem
como a seção transversal do canal. Apesar dos resultados pouco precisos, esse
método pode resultar em uma aproximação satisfatória. A Figura 4 apresenta a
medição da vazão sendo feita em um canal por meio do método da flutuação.

Figura 4. Método da flutuação.


Fonte: Medição de vazão em rios/Electricalelibrary.com.

Os molinetes são medidores de vazão utilizados para medir simulta-


neamente a velocidade e profundidade da água em vários locais do canal
(MICHAUD; WIERENGA, 2005). Esse método consiste em dividir a seção
transversal do canal em várias subseções verticais. Em cada subseção, a área
é obtida medindo a largura e a profundidade da subseção, e a velocidade da
água é determinada usando um medidor de vazão. Dessa forma, a vazão em
cada subseção é calculada multiplicando a área de subseção pela velocidade
medida. Então, a vazão total no canal é calculada somando a vazão de cada
subseção.
Existem diversos tipos de medidores de vazão, sendo os mais comuns for-
mados por hélices ou os magnéticos. Os molinetes mais comuns são formados
por hélices e determinam a velocidade do fluxo pelo número de rotações da
hélice durante um determinado tempo. Já os medidores magnéticos medem a
diferença na pressão da água conforme ela flui em torno de um sensor.
12 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

O método perfilador de corrente acústica ADCP é capaz de medir e inte-


grar simultaneamente a profundidade e a velocidade em uma seção do canal
(MICHAUD; WIERENGA, 2005). Esse método é muito utilizado em canais
naturais grandes ou médios. Para fazer a medição da vazão, o ADCP pode ser
montado em um barco e usa o efeito Doppler para determinar a velocidade da
água, enviando um pulso de ultrassom em uma frequência fixa para a água
e medindo a mudança na frequência desse pulso refletido de volta ao ADCP
por sedimentos ou outras partículas transportadas na água.
Esse sistema reduz bastante o tempo necessário para fazer uma medição de
descarga e permite medições em locais de difícil acesso. Além disso, também
é possível obter o perfil da velocidade e direção da água para seção transversal
do canal, melhorando a precisão da medição de vazão obtida, por exemplo,
por um medidor mecânico (DINGMAN, c2009).
A Figura 5a mostra o ADCP sendo utilizado pela Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo para realizar o cálculo do volume de água
dos rios que formam as represas e os canais localizados no Sistema Produtor
da Região Metropolitana de São Paulo. A Figura 5b mostra um ADCP com
quatro transdutores ou sensores, que convertem sinais elétricos em sonoros.

(a) (b)

Figura 5. Exemplos de uso de um ADCP.


Fonte: (a) Grass/Sabesp.com.br; (b) Machine/Directindustry.com.

A equação de Manning pode ser aplicada em canais abertos e fechados


parcialmente cheios, quando o fluxo se move apenas pela força da gravidade.
Esse método é amplamente utilizado para medições de vazão e fornece estima-
tivas de vazão bastante confiáveis. Como requisitos para utilização do método,
o canal deve ter seção transversal e inclinação e rugosidade uniformes pelo
menos nas proximidades da medição. Além disso, o canal deve ter no mínimo
30 metros de comprimento e não deve ter fluxo turbulento (MICHAUD;
WIERENGA, 2005).
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 13

A equação requer a obtenção de valores para a rugosidade do canal a


partir de tabelas padrão, a área de seção transversal do fluxo de descarga, o
raio hidráulico (área da seção transversal dividida pelo perímetro úmido) e a
inclinação do gradiente. Como a inclinação e a rugosidade são constantes, uma
vez conhecidas, estimativas futuras de vazão podem ser calculadas se medindo
simplesmente a profundidade da descarga no canal ou tubo (MICHAUD;
WIERENGA, 2005). Dessa forma, a vazão do canal pode ser calculada uti-
lizando a equação a seguir.

onde:

 A = representa a área da seção transversal do canal;


 R = o raio hidráulico;
 S = a declividade;
 n = o coeficiente de rugosidade de Manning;
 Q = a vazão do canal.

Segundo Dingman (c2009), para aplicar a equação de Manning, é necessário


determinar os valores do coeficiente de rugosidade segundo as especificidades
do canal que será medido. Chow (1959) elaborou tabelas que fornecem uma
gama de valores do coeficiente de rugosidade apropriados para vários tipos
de canais naturais e artificiais. Alguns desses valores, para canais naturais,
foram reproduzidos por Dingman (c2009) e estão apresentados no Quadro 1.
14 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

Quadro 1. Valores da rugosidade de manning para canais naturais

Descrição n

Canais com profundidade de até 30 m

Canais de terra, retilíneos e uniformes 0,025

Canais com fundo de terra, sinuosos 0,033


e taludes empedrados

Canais com profundidade maior que 30 m

Seção regular e sem pedregulhos 0.025

Seção irregular e com pedregulhos 0.035

Fonte: Adaptado de Dingman (2009).

Complemente seus estudos lendo o artigo “Técnicas de medição de vazão por meios
convencionais e não convencionais”, de Thiago Morato de Carvalho. Esse artigo apre-
senta a descrição de alguns métodos, diretos e indiretos, de medição de vazão em rios
e córregos, discutindo a metodologia de cada técnica e seu potencial para estudos
em sistemas fluviais. (CARVALHO, 2008).
Já coeficientes de rugosidade Manning para diferentes aplicações podem ser en-
contrados nos livros Open-channel hydraulics, de Chow (1959), e Hidráulica básica,
escrito por Rodrigo de Melo Porto, que contém um capítulo muito importante sobre
escoamento permanente e uniforme.

3 Transporte de sedimentos
Os sedimentos produzidos em uma bacia hidrográfica são provenientes dos
processos de intemperismo que ocasionam degradação das rochas e, conse-
quentemente, desprendimento de material sólido, que é transportado e depo-
sitado nos canais. O processo de intemperismo está associado com os fatores
climáticos (características da precipitação e temperatura) e as caraterísticas
físicas da área, como pedologia e geomorfologia. Para Bernardino (2005), esse
processo pode ser dividido em intemperismo químico e intemperismo físico.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 15

O intemperismo químico é relacionado com os fatores climáticos que


interferem na bacia, como as precipitações, por exemplo. O potencial erosivo
das precipitações depende das características das gotas de chuva, que variam
em tempo e espaço, quantidade, intensidade, composição e energia cinética
(CUNHA; GUERRA, 1998).
O intemperismo físico está relacionado com a desagregação das rochas feita
por processos mecânicos, como, por exemplo, pelas variações de temperatura
com possível retração e expansão dos minerais constituintes (BERNARDINO,
2005). Esse processo tem relativamente menor impacto do que os processos
de intemperismo químico, que são mais significativos. A Figura 6a mostra
o processo de intemperismo químico ocasionado pelos agentes climáticos e
a Figura 6b apresenta o intemperismo físico ocasionado pela movimentação
das placas tectônicas.

(a)

(b)

Figura 6. Intemperismo (a) químico e (b) físico.


Fonte: (a) corbac40/Shutterstock.com; (b) stihii/Shutterstock.com.
16 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

Grande parte dos canais transportam sedimentos durante eventos de inun-


dações, por exemplo, e em função das estações, dos anos (aumento da preci-
pitação) e da ocorrência de processos erosivos. A deposição dos sedimentos
altera a seção transversal do canal e, assim, afeta sua rugosidade (CHADWICK;
MORFETT; BORTHWICK, 2013).
É importante destacar que a ação humana provoca a potencialização desses
processos de intemperismo e desagregação de partículas de solo, por meio
das alterações inadequadas de uso e ocupação do solo, por exemplo, com a
urbanização desordenada e em áreas de proteção ambiental; o desmatamento
e a remoção da vegetação das margens dos canais; as atividades de escavação
ou construção, dentre outras atividades.
O processo de desmatamento, por exemplo, que é um dos principais pro-
blemas ambientais da humanidade também contribui para o aumento da
desagregação e transporte de sedimentos para os cursos d’água, pois a remoção
da vegetação deixa o solo desprotegido e suscetível a ser desagregado. Por
ação da precipitação, o sedimento é transportado para os cursos d’água, pelo
escoamento superficial, e pode ocasionar diversos impactos para a comunidade
aquática e para a qualidade da água, de uma maneira geral.

Transporte fluvial dos sedimentos


O transporte de sedimentos ocorre apenas se houver uma interface entre a água
em movimento nos canais e uma superfície erodível. Nessa interface, a ativi-
dade é extremamente complexa, uma vez que o sedimento será transportado
juntamente com a água no canal (CHADWICK; MORFETT; BORTHWICK,
2013). O transporte de sedimentos é dependente dos processos erosivos que
ocorrem nas vertentes da bacia, no leito e nas margens dos rios e que fornecem
material que, por sua vez, depende da energia do fluxo para ser transportado.
A combinação dessas variáveis (fornecimento de material e energia do fluxo)
resulta em um fenômeno com grande variação no tempo e no espaço.
O transporte dos sedimentos está relacionado, segundo Alfredini e Arasaki
(2009), com a hidráulica do canal (correntes e ondas), os fatores sedimentoló-
gicos, geomorfológicos (geologia e topobatimetria), de recobrimento vegetal
das bacias hidrográficas e da influência antrópica. Trata-se de escoamentos
essencialmente não permanentes e de fronteira variável no espaço e no tempo.
O transporte de sedimentos pode ser concebido em três modalidades:
arrastamento, suspensão ou saltitação (CHADWICK; MORFETT; BOR-
THWICK, 2013). O processo de arrastamento consiste no deslocamento dos
sedimentos em contato com o fundo do canal por rolamento ou escorrega-
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 17

mento. As partículas que se deslocam em suspensão não têm contato com o


fundo e o transporte ocorre por meio de escoamento, geralmente aplicável a
partículas mais finas que são partes em suspensão dos sedimentos. No caso
da saltitação, os sedimentos transportados constituem a carga que se desloca
no canal pelo movimento de salto.
As partículas que são transportadas pelo processo de arraste têm a ve-
locidade e a vazão sólida consideravelmente menores do que as partículas
que são transportadas em suspensão. Isso ocorre porque as partículas que
sofrem arrastamento oscilam entre um período com grande transporte e outro
período de repouso, enquanto as partículas em suspensão estão sempre sendo
transportadas nos cursos d’água, atingindo praticamente a mesma velocidade
média do escoamento (ALFREDINI; ARASAKI, 2009).
Devido à turbulência do escoamento, os sedimentos permanecem em sus-
pensão e são transportados de baixo para cima quando a velocidade turbulenta
é ascendente e maior do que a velocidade que o sedimento necessita para
decantar, e de cima para baixo quando a velocidade turbulenta é descendente
e menor do que a velocidade que o sedimento necessita para decantar (AL-
FREDINI; ARASAKI, 2009).
De maneira geral, os sedimentos mais finos são normalmente transportados
em suspensão, enquanto os sedimentos mais grosseiros são transportados por
arraste, quando consideramos as mesmas condições hidráulicas do canal.
Pela atuação diferente das forças de resistência ao movimento em relação às
partículas que são transportadas por arraste e em suspensão, o processo de
medição dessas partículas no canal é realizado de maneira diferente (CAR-
VALHO et al., 2000).
Após o transporte, a deposição dos sedimentos pode ocorrer próxima ou
distante do local de origem da erosão. Esses depósitos podem ser em locais
planos, em canais, planícies de inundação, reservatórios, estuários ou oceanos.
A Figura 7 apresenta como ocorre o processo de transporte dos sedimentos
nessas etapas.
18 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

Figura 7. Exemplos de transporte de sedimentos.


Fonte: Adaptada de Grotzinger e Jordan (2013).

O estudo do transporte de sedimentos em escoamentos é fundamental para


a previsão de obras de engenharias, especialmente em relação à viabilidade
econômica e técnica da construção. Alfredini e Arasaki (2009) citam algumas
obras relacionadas à hidráulica fluvial, como construção de diques, revesti-
mentos de canais, cortes de meandros, dragagens, etc., para possibilitar, por
exemplo, a navegação, o controle de cheias, o abastecimento de água, entre
outros.

Medição dos sedimentos em suspensão


Alguns problemas relacionados aos sedimentos em suspensão são citados por
Carvalho (2008). Dentre eles, estão: a degradação do uso consuntivo da água,
aumentando o custo de tratamento; o impedimento da penetração da luz e do
calor, reduzindo a atividade de fotossíntese necessária para a salubridade dos
corpos d’água; a atuação dos sedimentos como portadores de outros poluentes
(nutrientes químicos, metais pesados, etc.); e, de maneira geral, a perturbação
na forma do canal.
Desse modo, a quantificação dos sedimentos nos canais é muito importante,
uma vez que o aumento da concentração desses sólidos pode inferir na concen-
tração de oxigênio dissolvido, na condutividade elétrica e, consequentemente,
na vida aquática e na qualidade da água, quando se trata de canais naturais.
Nos canais naturais, a medição dos sedimentos em suspensão pode ser feita
de maneira direta ou indireta. As medições diretas envolvem a utilização
de equipamentos que são utilizados diretamente nos cursos d’água, como o
turbidímetro, ultrassônico ótico e ultrassônico Doppler.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 19

Os turbidímetros são instrumentos portáteis que permitem ser transportados


até os corpos d’água para medirem a quantidade de sedimentos em suspensão
na água, fornecendo como resultado valores numéricos em unidades de turbi-
dez. Já o ultrassônico ótico opera com fontes que emitem raios ultrassônicos
captados por equipamentos apropriados e que permitem a medição dos sedi-
mentos, enquanto o ultrassônico Doppler permite obtenção da concentração
dos sedimentos em suspensão e de outras variáveis, como vazão e velocidade,
a partir da recepção dos pulsos acústicos que essas partículas emitem.
As medições indiretas incluem os trabalhos de campo, feitos para coletar
amostras de água e sedimentos para posterior análise da concentração dos se-
dimentos em suspensão. Esse processo consiste em medir o volume da mistura
(água e sedimento), filtrar a mistura, secar o material sólido coletado no filtro
e pesar os sólidos secos (DINGMAN, c2009). Na prática, a carga suspensa
é determinada como a parte da carga retida por um filtro com aberturas de
0,45 m (4,5 × 10 –4 mm). Então, a concentração dos sedimentos suspensos é
determinada como o peso dos sólidos dividido pelo volume da mistura e é
geralmente expresso em m/L.
Nesse caso, a amostragem deve ser feita em múltiplas verticais para ad-
mitir a obtenção de valores médios em toda a seção, já que os sedimentos são
distribuídos de modo variável na largura e profundidade do rio (CARVALHO,
2008). A Figura 8 mostra a distribuição da velocidade, da concentração de
sedimentos e da descarga sólida na seção transversal de um corpo d’água.
20 Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos

Velocidade

Concentração de sedimento

Descarga sólida

Figura 8. Distribuição dos sedimentos.


Fonte: Adaptada de Carvalho (2008).

Outra maneira de se realizar medições indiretas é por meio da utilização


de imagens de satélite, principalmente para estudos em grandes rios. Esse
método consiste em estabelecer equações que correlacionam valores obtidos
em campo com as grandezas obtidas nas imagens (CARVALHO, 2008). A
escolha do método adequado para realizar as medições é consoante aos recursos
que estão disponíveis e ao objetivo da medição.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 21

Complemente seus estudos lendo o artigo “Uso de imagens MODIS no monitoramento


do fluxo de sedimentos no reservatório de Três Marias”, de Pinto et al. Esse artigo
apresenta uma importante abordagem sobre a utilização de imagens de satélite
para monitorização da entrada de sedimentos no braço do rio Indaiá, no reservatório
de Três Marias, em Minas Gerais. O estudo traz a discussão e aplicação de como as
estimativas de refletância da água apresentam potencial para relacionar as respostas
espectrais das imagens de satélites com a variação da descarga sólida dos sedimentos.

A hidrologia fluvial contempla três importantes elementos: as características


do canal, o regime de vazão e a produção de sedimentos. Esses elementos
interagem a partir de diversas escalas espaciais e temporais e podem ou não
ser delimitados por uma bacia hidrográfica. É muito importante perceber
que os canais dependem de um equilíbrio entre a produção de sedimentos e
a capacidade de transporte da água e que esses fatores são influenciados por
diversos aspectos naturais e artificiais. As atividades antrópicas, por exemplo,
podem influenciar e modificar esse equilíbrio, sendo importante a percepção
e o controle para que essas atividades não ocasionem impactos negativos no
meio ambiente. Nesse sentido, a realização de medições nos rios, tanto em
quantidade como em qualidade, é essencial para impedir que as mudanças
afetem a biodiversidade e o funcionamento do ecossistema e prejudiquem o
equilíbrio necessário ao meio ambiente.

ALFREDINI, P.; ARASAKI, E. Obras e gestão de portos e costas: a técnica aliada ao enfoque
logístico e ambiental. 2. ed. São Paulo: Blücher, 2009.
BERNARDINO, J. C. M. Estabilidade de cursos d'água escoando sobre leitos aluvionares não
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dade de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/
disponiveis/3/3147/tde-05052017-081843/publico/JoseCarlosdeMeloBernardino.pdf.
Acesso em: 30 jun.2020.
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Leituras recomendadas
LICCO, E. A.; MAC DOWELL, S. F. Alagamentos, enchentes enxurradas e inundações:
digressões sobre seus impactos sócio econômicos e governança. Iniciação: Revista de
Iniciação Científica, Tecnológica e Artística, v. 5, n. 3, 2015. Disponível em: http://www.
sp.senac.br/blogs/revistainiciacao/wp-content/uploads/2015/12/110_IC_artigo-.pdf.
Acesso em: 30 jun. 2020.
PINTO, C. E. T. et al. Uso de imagens MODIS no monitoramento do fluxo de sedimentos
no reservatório de Três Marias. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18,
n. 5, p. 507–516, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v18n5/a07v18n5.
pdf. Acesso em: 23 jul. 2020.
PORTO, R. M. Hidráulica básica. 4. ed. São Carlos: EESC-USP, 2006.
Introdução aos fundamentos de hidráulica fluvial e de transporte de sedimentos 23

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