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RESUMO
O PASTOR PACIFICADOR
Alfred Poirier
Alfred Poirier
Poirier fala sobre quantas vezes os pastores são ortodoxos em suas bocas e hereges em
seus corações. A heresia que o autor admite observar é o docetismo, porque praticá-lo expôs
uma visão errônea de Cristo e de seu ministério. Jesus é um homem de verdade, lidou com
pessoas difíceis, teve disputas, teve a companhia de pessoas que queriam machucá-lo, mas
quando os pastores querem evitar resolver conflitos ou se acham melhores que Cristo, ou
pensam em Cristo que não era humano e que ele não nos instruiu a seguir em seus contatos
pessoais com as pessoas ao seu redor. Não somos chamados para negar o mundo, mas para
salvá-lo.
Com uma visão geral dos principais motivos para o surgimento dos conflitos que o
pastor lida semanalmente em seu ministério e quais as reações de diversas pessoas diante de
um conflito, ele se vale da “colina escorregadia” de Ken Sande que mostra as reações de
possíveis aos conflitos. Ao trazer uma exposição em Tiago 4, o autor faz uma verdadeira
anatomia do conflito, um tratamento minucioso e prático da origem e a manifestação de
nossos desejos egoístas e idólatras que brotam do coração. A leitura das atitudes e discussões
apresentadas no capitulo enriquecem muito a compreensão e ampliam os conceitos
fundamentais dos problemas mostrando sua expressão nos relacionamentos. Os desejos
desordenados do coração deturpam a maneira de ouvir, ver e sentir a realidade como de fato
ela é.
Referindo-se ao aspecto vertical dos conflitos, como eles dificultam ou não em nosso
relacionamento com Deus. Destaca algo que foi trabalhado na leitura que antecede, a maneira
como as pessoas em conflito muitas vezes não vêem Deus em conflito. Nossa perspectiva de
paz e conflito deve ser moldada pelo caráter de nosso Deus Triúno, a maneira como ele criou
tudo é intertrinitária e com seu povo. Nunca devemos ver os conflitos como uma obra de
"coincidência" e Deus não está ciente disso e envolvidos. A soberania divina não invalida a
realidade dos conflitos, na verdade nos ajuda para enfrentá-los corretamente. Se perdermos
essa perspectiva, perderemos a esperança para resolver nossos conflitos entre nós, mas
sabendo que nosso maior conflito foi resolvido como na cruz, podemos ter esperança e um
modelo final.
Trazendo uma tonalidade mais aplicativa do que foi tratado nos tópicos anteriores,
apesar de sempre trazer nuances novas naquilo que já foi trabalhado. Neste ponto a doutrina
da filiação é desenvolvida com maior ênfase. Somos todos irmãos e irmãs dentro do povo de
Deus, espera-se que tenhamos relacionamentos saudáveis dentro da família da cristã, já que
cremos no Deus da Paz, no Príncipe da Paz, que nos diz “bem-aventurados os pacificadores”.
Se queremos ser identificados com nosso Pai precisamos observar suas atitudes e imitá-las
dentro do que a Palavra nos revela que podemos.
Neste capítulo o autor vai explorar como funciona o próximo passo depois da
confissão mutua de pecados, quando e como perdoar, além de fornecer um sistema de
“triagem” para compreendermos o conflito e qual a reação necessária para aquela ofensa.
Poirier termina o capitulo apresentando quais visões erradas sobre o perdão são mais
difundidas hoje até mesmo na igreja.
Iniciando a última parte do livro em que ele foca mais ainda no papel do pastor na
mediação de conflitos e na aplicação da disciplina eclesiástica. Neste ponto o autor gasta uma
considerável parte do texto expondo a teologia bíblica do conflito e como Cristo é o mediador
perfeito, na sequência mostra o ministério de Paulo e como ele nos ensina sobre o ministério
da reconciliação.
Visando equipar o leitor com ferramentas uteis para mediar conflitos de modo bíblico,
ele fornece os meios para realizar nossa tarefa, nos apresenta a necessidade de agirmos com
fidelidade já que muitas igrejas têm abandonado essa tarefa, que é essencial para sua saúde da
igreja, além de ser ordenança na Escritura. Tendo como base em 1Coríntios 6, o autor nos
apresenta como deve funcionar o processo de arbitragem na igreja, sua legitimidade, modos
de aplicação e como ele difere da mediação.
Ao tratar da disciplina eclesiástica, que por muitos malvista e pouco praticada, mas
ordenada por Deus, o autor faz um apanhado histórico desta, faz um levantamento das
principais críticas à aplicação da disciplina eclesiástica. Apresentando uma exposição em
linhas gerais do que é a disciplina e sua ligação com outras atividades do ministério cristão
como o discipulado.
Tendo já exposto as bases teóricas para a disciplina eclesiástica, agora o autor aplica o
que foi desenvolvido no capítulo anterior, quais formas de fazer uso do poder das chaves.
Mais do que fornecer um guia passo a passo que os manuais denominações nos
proporcionam, o autor apresenta os caminhos do coração do pastor ao realizar esta tarefa
necessária: com humildade, uma visão séria da natureza destrutiva do pecado, com coração de
pastor e como disciplina familiar. Poirier termina apresentando como o resto da igreja se
integra no processo de disciplina e como o pastor deve administrar essa interação familiar.
Pouco ou nada há que se comentar acerca da obra proposta à leitura, sendo esta de
imprescindível importância no ministério pastoral, digna de honraria, tanto quanto de uma
acurada e dispendiosa atenção, mesmo após a conclusão acadêmica. Creio ser de imenso
proveito que todos os cristãos de hoje se atentassem para uma obra com essa estrutura.