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Comportamento Motor
Professora Mestra Juliana Montenegro Seron
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Eduardo Santini
UNIFATECIE Unidade 3
Web Designer Rua Pernambuco, 1.169,
Thiago Azenha Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102,
Saída para Nova Londrina
FICHA CATALOGRÁFICA Paranavaí-PR
FACULDADE DE TECNOLOGIA E (44) 3045 9898
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
SERON, Juliana Montenegro. www.fatecie.edu.br
Desenvolvimento e Comportamento Motor.
Juliana Montenegro Seron.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 131 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTORA
UNIDADE I....................................................................................................... 7
Plano de Conhecimento
UNIDADE II.................................................................................................... 42
Primeira Infância
UNIDADE III................................................................................................... 72
Infância e Adolescência
Plano de Estudo:
● Introdução e conceitos;
● Compreendendo o desenvolvimento motor;
● Modelos de desenvolvimento humano;
● Fatores que afetam o desenvolvimento motor;
● Explanação do modelo teórico do desenvolvimento motor.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os principais termos utilizados que permeiam o
desenvolvimento motor;
● Compreender o desenvolvimento motor a partir de diferentes referenciais teóricos;
● Conhecer os fatores que interferem no desenvolvimento motor típico considerando
suas etapas.
7
INTRODUÇÃO
Neste tópico inicial você irá conhecer termos que serão utilizados durante toda a
disciplina. É fundamental que, sempre que necessário, esta unidade seja retomada. Se
achar melhor, monte uma tabela ou mapa mental desses termos para tê-los sempre à mão.
São conceitos que fazem parte dos estudos em desenvolvimento humano e que dialogam,
ou seja, existe uma relação entre eles, mas cada um tem aspectos específicos, que preci-
sam ser conhecidos por você. Por isso recomendo que, ao estudar o tópico, vá montando
anotações e recorra a elas sempre que precisar.
Essa teoria atualmente não é largamente aceita, mas já serviu de base para orientar
muitos estudos e pesquisas.
Freud organizou sua teoria nos seguintes estágios: oral, anal, fálico, latente e geni-
tal, com base nos locais de busca de prazer do ser humano e afirma que, cada estágio está
relacionado com as sensações físicas e com as atividades motoras.
Para Havighurst, o professor tem papel fundamental nesse processo, pois pode
planejar de maneira adequada o processo de ensino, “identificando as tarefas adequadas a
determinado nível de desenvolvimento e tendo plena consciência de que o nível de pronti-
dão da criança é influenciado por fatores biológicos, culturais e pessoais”, e que estes, por
sua vez funcionam de maneira integrada (GALLAHUE; OZMUN, 2013, p. 62)
Havighurst organizou as etapas do desenvolvimento da seguinte forma: fase do
bebê e primeira infância – nascimento até 5 anos; segunda infância – 6 a 12 anos; adoles-
cência – 13 a 18 anos; adultez jovem – 19 a 29 anos; meia-idade – 30 a 60 anos e terceira
idade – 60 anos em diante.
Segue uma tabela, trazida por Gallahue e Ozmun (2013), que apresenta os marcos
do desenvolvimento a partir da teoria de Havighurst. Lembrando que as aprendizagens
devem ser observadas de maneira ampla e com certa flexibilidade, haja vista que o ser
humano pode apresentar alterações, considerando que o que temos em tabelas de refe-
rência são aproximações convenientes e não protocolos rígidos ou enquadramentos que
determinam desenvolvimento humano.
Pois bem, acredito que suas respostas para as perguntas foram negativas, tendo
em vista que, mesmo entre irmãos gêmeos univitelinos, as aquisições das habilidades
motoras podem ser diferentes.
O que quero dizer com isso? Que apesar de existirem referências e tabelas para
o desenvolvimento humano, e para o motor também, existem aspectos que interferem e
influenciam diretamente na aprendizagem humana. E o objetivo deste tópico é exatamente
esse: mostrar para você quais fatores podem afetar o desenvolvimento das aprendizagens
motoras.
Sabendo que existem os fatores individuais, que estão relacionados a cada ser hu-
mano particularmente, os fatores ambientais, que dizem respeito ao meio no qual a criança
está inserida, e, por último, mas não menos importante, existem os aspectos relacionados
às tarefas físicas, como questões étnicas e culturais. É imprescindível que nós, profissio-
Apesar de existirem fatores individuais, ficou bastante claro que o papel do profes-
sor, dos estímulos e das vivências a serem oferecidas ao indivíduo constituem-se como
essenciais na formação e no desenvolvimento das habilidades motoras. A aprendizagem
depende de diversos aspectos, mas é imprescindível que seja oferecido à criança um am-
biente saudável e favorável para aquisição de habilidades e competências quando se trata
de movimento humano.
Para esta unidade do material ficaremos por aqui. Daqui em diante iremos conhecer
cada etapa do desenvolvimento motor e suas particularidades.
“Se uma pessoa não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensiná-la da
maneira que pode aprender” (Marion Welchmann).
Então, caro(a) aluno(a), chegamos ao término desta unidade, que foi recheada
de conhecimento. Repleta de conceitos, busquei apresentar a disciplina de maneira a es-
timular diversas curiosidades em você. É fundamental que neste momento você faça um
balanço das aprendizagens adquiridas durante o percurso. Para isso irei retomar o que
vimos: conceitos de aprendizagem, desenvolvimento, maturação e crescimento para que
fosse estabelecido o primeiro contato com a disciplina, lembrando que esses termos serão
largamente utilizados durante sua vida acadêmica e em sua atuação profissional.
Em seguida começamos a entender do que se trata esse tal desenvolvimento mo-
tor, suas características, sua relevância na vida do ser humano e porque é tão importante
conhecer seus aspectos e suas particularidades.
Continuamos nossos estudos falando de diversas perspectivas teóricas que dialo-
gam com o desenvolvimento motor e contribuem para entender de que maneira acontece o
desenvolvimento humano. E chegamos, então, na etapa de estudos que fomos investigar o
que pode interferir nas aquisições motoras do ser humano, que aspectos podem prejudicar
ou potencializar a aprendizagem dos movimentos pelas pessoas. Nesse momento vimos
o quanto é fundamental o papel do professor e a escolha das intervenções feitas por ele.
E, por fim, mas não menos importante, conhecemos a famosa ampulheta proposta
por Gallahue e Ozmun, que, acredite, vai povoar muito seus pensamentos no decorrer da
disciplina que estamos cursando e deste curso. Ela nos mostra, de maneira figurada, que
existem etapas para as aprendizagens motoras, que elas funcionam de maneira hierárquica
e organizam o desenvolvimento motor de forma esquemática.
Antes de convidar você a partir para a próxima unidade, gostaria de ressaltar a
relevância de explorar as indicações que fiz neste material, as referências que sugiro para
complementar seus estudos e fazer desta disciplina o diferencial na sua profissão.
Feita esta breve revisão podemos partir para as próximas unidades do nosso estu-
do. Preparado(a)?
Caro(a) aluno(a),
Neste momento da unidade sugiro algumas leituras que podem contribuir para me-
lhorar seus estudos sobre o tema que estamos conhecendo. Sugiro que, mediante leitura dos
textos sugeridos, você faça anotações e apontamentos por escrito junto com os materiais
que utiliza na disciplina. Essas leituras podem fomentar uma série de aprendizagens novas
e instigar possíveis investigações que irão fazer de você o(a) profissional diferenciado(a)
que o mercado busca na atualidade.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
https://www.academia.edu/22315624/Diane_E._Papalia_-_Desenvolvimento_Humano.
PDF
LIVRO
• Título: Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem
• Autor: Vitor da Fonseca
• Editora: Artmed
• Sinopse: Neste livro, Vitor da Fonseca apresenta um levanta-
mento das principais linhas de conceituação do desenvolvimento
psicomotor, conseguindo superar o desafio de unificar concepções
de distintas disciplinas e de vários autores oriundos de diferentes
culturas. O resultado é a mais completa e compreensível descrição
do modo como funciona a psicomotricidade.
FILME/VÍDEO
• Título: O enigma de Kaspar Hauser
• Ano: 1975
• Sinopse: Um filme alemão ocidental de 1974, um dos mais cele-
brados do diretor Werner Herzog. O trabalho, cujo título significa,
em tradução literal, “cada um por si e Deus contra todos” narra a
história de Kaspar Hauser, uma criança abandonada envolta em
mistério, encontrada na Alemanha Ocidental do século XIX, com
alegadas ligações à família real de Baden. O filme fez parte da
competição para a Palma de Ouro no Festival de Cannes 1975,
em que ganhou três prêmios.
O filme de Werner Herzog é baseado no livro “Kasper Hauser oder
die Trägheit des Herzens”, de Jakob Wassermann, publicado em
1908, que, por sua vez, retrata o caso de um adolescente encarce-
rado na Alemanha do século XIX até a idade de 16 anos, quando
teve seu primeiro contato verbal e social. Somente depois disso
pôde ser observado algum desenvolvimento de Kaspar Hauser
na linguagem e na socialização com outros indivíduos.
Devido à aquisição tardia de uma língua materna, fora do período
crítico da infância, Kasper Hauser nunca desenvolveu a com-
petência linguística de um falante nativo, principalmente no que
concerne à sintaxe. Além disso, outras habilidades sociais foram
seriamente prejudicadas, ainda que ele fosse capaz de aprendi-
zagem de disciplinas. Tal episódio demonstra a importância da
linguagem no processo socializador de um indivíduo.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Wplj0ITkwho
Plano de Estudo:
● Fase pré-natal e infantil;
● Reflexos infantis e estereótipos rítmicos;
● Habilidades motoras rudimentares;
● Percepção infantil.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os aspectos que afetam no desenvolvimento motor e
que acontecem na fase pré-natal;
● Compreender as características do crescimento infantil nas fases pré-natal e no
período da infância no que tange o desenvolvimento motor;
● Entender as particularidades do desenvolvimento desde o período gestacional até
a infância;
● Conhecer as etapas de desenvolvimento motor do movimento reflexo e do
movimento rudimentar;
● Entender a percepção infantil e de que maneira são desenvolvidas as percepções.
42
INTRODUÇÃO
Caro(a) estudante,
É com satisfação que dou início à nossa Unidade II desta disciplina. Durante
nossos estudos você terá a oportunidade de compreender o começo do desenvolvimento
infantil, quando pensamos numa perspectiva cronológica. Isso mesmo. Vamos começar
esta caminhada estudando o desenvolvimento motor antes do ser humano ter nascido,
na fase que chamamos de pré-natal, olhando para aspectos que acontecem durante a
gestação, no que se refere ao crescimento e desenvolvimento. Com base nas teorias de
desenvolvimento que já estudamos, estamos falamos da origem das aprendizagens e do
comportamento motor.
Pensando em contribuir em sua formação de maneira significativa, iremos explorar
aspectos do desenvolvimento desde a fase pré-natal, por entender que nesse período
acontecem diversas situações que devem ser aprendidas e que interferem na vida futura e
nas intercorrências ao longo do desenvolvimento.
Neste momento da disciplina nós iremos conhecer a base da ampulheta proposta
por Gallahue e Ozmun (2013), que foi apresentada a você na primeira unidade, a dos
movimentos reflexos, que são aqueles realizados pelo bebê, e a fase dos movimentos
rudimentares, ou seja, iremos explorar o desenvolvimento motor do nascimento até 2 anos
de idade.
Se buscarmos historicamente, durante muito tempo a infância não era vista com
suas particularidades e especificidades. A criança era vista como “adulto em miniatura” e
socialmente bastava que ela fosse capaz de realizar as tarefas típicas da vida adulta para
que ela assumisse diversas responsabilidades, dando adeus à infância e tudo àquilo que
uma criança precisa para se desenvolver como ser humano.
Hoje existem inúmeros estudos que apontam para o quanto esse período da vida
é fundamental para as etapas futuras e o quanto existe uma base de aprendizagens que
acontece na infância e que são aprendizagens essenciais e habilidades necessárias, que
serão utilizadas em muitas outras demandas, como na alfabetização, por exemplo.
Vamos, então, conhecer as duas primeiras fases do desenvolvimento motor: movi-
mento reflexo e movimento rudimentar?
Por outro lado, existem aqueles medicamentos que são “necessários”, ou seja,
que a mãe precisa tomar, pois estão em tratamento médico ou por mal-estar. Evidente que
quando existe o acompanhamento médico saudável, o profissional vai receitar remédio em
último caso. Vários medicamentos, sem receita, apresentam potencial para prejudicar o
desenvolvimento do feto. A tabela a seguir mostra algumas doenças que a mãe pode ter,
qual medicação é administrada e quais seus possíveis efeitos.
Por último vamos falar sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas durante a gravidez.
Você já ouviu falar sobre a Síndrome Alcoólica Fetal ou do Alcoolismo Fetal? Pois bem,
está relacionada ao abuso de álcool durante a gestação e a maneira como tal hábito afeta
o desenvolvimento do feto. Essa síndrome, além de causar alterações nas características
faciais, traz como consequências atrasos no desenvolvimento psicomotor.
O uso de álcool e tabaco durante a gestação é muito mais comum do que imagi-
namos e pode trazer consequências significativas no desenvolvimento do feto e para as
aquisições psicomotoras da criança.
Não podemos esquecer do uso de drogas ilícitas, como maconha, cocaína, anfe-
taminas, entre outras. Só para você ter uma ideia, o uso de cocaína durante a gestação
indica para os bebês risco de mortalidade, morbidade e distúrbios de desenvolvimento e de
comportamento a longo prazo.
Observe a Tabela 3 e veja as possíveis decorrências do uso de drogas ilícitas.
Ao observar a figura a seguir você pode perceber a relação de proporção das partes
do corpo, o tamanho da cabeça em relação ao tronco, por exemplo, como vai mudando com
o passar do tempo. O esquema mostra até 12 anos, quando consideramos ainda como
criança (a partir dessa idade já temos a adolescência).
Neste tópico, se, por acaso, você tem ou teve contato com algum bebê, vai reco-
nhecer facilmente o conteúdo que irei apresentar. Vamos estudar os reflexos e os padrões
de comportamento motor estereotipados que os bebês fazem e que mostram informações
relevantes para compreendermos o desenvolvimento da motricidade humana.
Os recém-nascidos parecem se movimentar de maneira aleatória e somente em
uma direção. Realizam movimentos espontâneos que aparentemente parecem não ter sido
estimulados. Em outras situações parecem executar um movimento específico quando são
tocados em determinada parte do corpo, como, por exemplo, quando tocamos a palma da
mão do bebê e ele responde fechando os dedos, como se segurasse o nosso dedo. Esses
movimentos, chamados de reflexos, aparecem logo ao nascer e vão sumindo com a idade.
Por mais que pareçam aleatórios, existem algumas ações motoras que o bebê
realiza e que são consideradas marcos referenciais no desenvolvimento, que são base
para outras habilidades posteriores de locomoção, alcance para pegar e postura ereta.
Vamos pensar naquela lógica de realização de movimento que já havíamos comentado...
Aprendemos a andar porque anteriormente nos colocamos em bipedia, a correr porque
desenvolvemos a capacidade de andar com destreza e assim vamos compondo um reper-
tório de habilidades motoras que acontecem de maneira contínua e progressiva.
Para você ter uma ideia, existem até nomes – como reflexo de Moro – para os mo-
vimentos reflexos que o bebê precisa realizar para que seja avaliado seu desenvolvimento.
Esse reflexo pode ocorrer até o sexto mês de vida, passado esse período, se ele
persistir pode ser indicativo de disfunção neurológica. Conseguem perceber porque é tão
importante conhecer as etapas do desenvolvimento motor e suas peculiaridades?
Além desse, temos como primitivos os reflexos de busca e sucção, quando o
bebê, ao ser estimulado ao redor da boca virar a cabeça em direção à fonte de estimulação.
Os reflexos mãos-boca, “quando se esfrega levemente a base da palma, causa contração
dos músculos do queixo, erguendo-o” (GALLAHUE; OZMUN, 2013, p. 145).
Outro movimento reflexo do bebê é o de preensão palmar, quando há o estímulo
palmar, os dedos se fecham em volta do objeto, sem usar o polegar. É uma pega bastante
forte a ponto de sustentar a criança se for suspendida. Esse reflexo acontece do nascimento
até quatro meses de vida e
A intensidade da resposta tende a aumentar durante o primeiro mês e diminui
aos poucos depois disso. Uma preensão fraca ou a persistência do reflexo
após o primeiro ano pode ser um sinal de atraso no desenvolvimento motor
ou de hemiplegia, quando ocorre em um único lado (GALLAHUE; OZMUN,
2013, p. 145).
O Reflexo de flexão dos braços para manter a posição ereta pelo bebê, se o segu-
ramos pelos braços sentado e inclinamos o corpo para trás, a tendência é que ele flexione
Por fim, neste tópico veremos as capacidades manipulativas, que, assim como as
outras, acontecem no decorrer de uma série de estágios. Essas capacidades possibilitam
ao ser humano ter o mundo ao alcance das suas mãos, promovem o primeiro contato
com objetos no ambiente imediato. Estamos falando de ações motoras como alcançar, de
preensão e de soltar.
Nos primeiros meses de vida o bebê começa a ajustar os olhos com as mãos para
estar em contato com objetos, por vezes alternando o olhar entre o objeto desejado e a
mão. Isso acontece como preparação para que, posteriormente ele possa alcançá-lo e
segurá-lo.
A preensão está relacionada ao movimento que o bebê realiza quando colocamos
algo na palma se sua mão e ele o pega. Até o quarto mês de vida essa ação motora é
reflexa e não intencional. A partir de 5 meses o bebê tem capacidade para alcançar o
objeto e estar em contato com ele, já tem firmeza para isso. Aos 10 meses o movimento de
Vamos terminar esta unidade falando das percepções infantis. O objetivo deste
tópico é tratar dos sentidos humanos e de como eles se desenvolvem. Existe uma relação
bastante estreita do sistema perceptivo com o motor, o que Gallahue e Ozmun (2013)
denominam de sistema perceptivo-motor.
Antes de começarmos nossos estudos pelas percepções humanas e como elas se
formam na infância e porque devemos estudá-las, gostaria de dar algumas dicas. Sempre
que tiver que selecionar uma atividade ou estratégia para crianças, lembre-se da seguinte
ordem: CORES-FORMAS-DESENHOS-IMAGENS-NÚMEROS-LETRAS.
Achou estranho? Eu explico! Coloquei na ordem o que nós, seres humanos,
captamos primeiro e identificamos visualmente. As cores são os elementos de mais fácil
identificação pela visão humana, em seguida vem as formas simples: círculo, quadrado,
triângulo, retângulo – depois você pode colocar outras formas, tanto geométricas como
não geométricas. Então use desenhos, que são representações. Depois utilize as imagens,
como as fotos. Os números e as letras são símbolos que representam quantidades e sons,
respectivamente. Para a criança a linguagem simbólica vai sendo apreendida no decorrer
da infância e demora um pouco para internalizar. Você pode misturar os elementos nas
brincadeiras, atividades e jogos que vai aplicar.
Voltando... Primeiro vamos entender o que significa percepção, segundo Gallahue
e Ozmun (2013, p. 174)
Os sentidos são a nossa porta de conexão com o meio externo, todas as informa-
ções são captadas pelos sentidos humanos.
No bebê a percepção se desenvolve mais rápido que a motricidade. Existem alguns
sentidos que são extremamente aguçados no bebê. Como ele reconhece a mãe, se até os
6 meses de vida ainda não tem visão nítida?
Na verdade, o reconhecimento da mãe, assim como em outros animais, se dá
pela voz e pelo cheiro. O bebê passa todo o período da gestação ouvindo a voz da mãe
como uma caixa acústica, por isso quando nasce reconhece com facilidade a voz da mãe
e responde quando ouve. Você já deve ter visto alguns vídeos que circulam na internet em
que o bebê está chorando e se acalma quando uma peça de roupa da mãe é colocada
próxima a ele. O cheiro faz com que a criança entenda a presença da mãe e fique calma.
O neonato não tem acuidade visual, mas responde a intensidade da luz. Com 6
meses, devido à maturidade do sistema nervoso central e do periférico a acuidade visual,
já tem a visão nítida.
A Tabela 10 mostra o desenvolvimento da percepção de acordo com o tempo de
vida do bebê. Lembrando que o estímulo adequado é fundamental nesse período e que a
criança deve estar exposta a brinquedos e objetos que sejam condizentes com a idade dela
e respeitem sua etapa de desenvolvimento.
Estimular o bebê com sons, músicas infantis, aromas e cheiros, sabores e gostos,
texturas e afins é fundamental para o desenvolvimento das percepções e de todo sistema
sensorial. Sempre com cautela e respeitando o desenvolvimento infantil e suas particulari-
dades. A alimentação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, deve ser de fonte
exclusivamente materna até os seis meses de vida. Passado esse tempo, é fundamental
que a criança seja estimulada a ingerir alimentos in natura, pouco processados e com
menos aditivos possível. (BRASIL, 2002)
Acesse:
http://centroevolvere.com.br/blog/aprenda-sobre-a-importancia-da-integracao-sensorial-no-desenvolvimento-infantil/
LIVRO
• Autor: Kathleen M. Haywood e Nancy Getchell
• Editora: Artmed
• Sinopse: Traz, como diferencial, uma abordagem voltada para a
avaliação, estimulando o leitor a observar e a examinar como as
interações individuais e o ambiente colaboram para as mudanças
nos movimentos de uma pessoa. Cada capítulo traz uma vivência
real, com situações comuns do dia a dia. Além disso, os termos
principais, destacados no texto, são explicados na margem da
página, facilitando o entendimento.
FILME/VÍDEO
• Título: Precisamos falar sobre Kevin
• Ano: 2011
• Sinopse: Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e
carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta reco-
meçar a vida com um novo emprego e vive temerosa, evitando
as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da
época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem
teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula
Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi
complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação
foi se agravando, mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva
jamais imaginaria o que ele seria capaz de fazer.
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições de crescimento e desenvolvimento na infância;
● Habilidades motoras fundamentais;
● Conceitos e Definições de crescimento e desenvolvimento na adolescência;
● Habilidades motoras especializadas;
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o crescimento e o desenvolvimento no período da infância
e da adolescência;
● Compreender a fase motora fundamental, bem como as aprendizagens que fazem
parte desta etapa;
● Estudar as características da fase da adolescência a partir do desenvolvimento motor
num diálogo com as dimensões social afetiva e cognitiva;
● Entender a fase motora especializada e suas particularidades;
72
INTRODUÇÃO
DOMÍNIO DO
DESENVOLVIMENTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
HUMANO
MOTOR ● Altura entre 83,8 e 119,4 cm, peso entre 11,3 e 24 kg para meninos e meni-
nas;
● Rápido desenvolvimento das percepções, mas confusão frequente das sen-
sações corporais, senso de direção e espaço-temporal;
● Controle de esfíncteres com episódios esporádicos de eliminação de urina e
fezes;
● Facilidade de realização de movimentos unilaterais, mas os bilaterais como
skipping com dificuldade.
● Tem bastante energia e correm mais do que andam, descansam em períodos
bastante curtos;
● Vestem-se sozinhas, precisando de auxílio para ações refinadas como abo-
toar ou ajustar as roupas;
● Funções e processos corporais regulados;
● Meninos e meninas são fisicamente bastante similares;
● Coordenação motora ampla definida, porém, a fina em processo;
● Dificuldade de esforço visual de curta distância por tempo prolongado.
COGNITIVO ● Consegue verbalizar ideias e pensamentos;
● Imaginação fantasiosa que permite imitar ações e símbolos;
● Capacidade investigativa e de descoberta;
● Aprende por meio das brincadeiras e das práticas o como e o porquê das
coisas do mundo;
● Transita da necessidade de autossatisfação para estabelecimento dos com-
portamentos sociais.
AFETIVO ● São egocêntricas e tem dificuldade de compartilhamento e de convivência;
● Temem viver novas situações e precisam se sentir seguras;
● Diferenciam certo de errado;
● Crianças com 2 e 4 anos tem comportamento instável, enquanto com 3 e 5
anos demonstram estabilidade comportamental e docilidade;
● Desenvolvem rapidamente o autoconceito, precisando de orientação coeren-
te e reforço positivo constante.
Fonte: a autora.
É uma fase que serve para descobrir como executar vários movimentos de estabi-
lização, locomoção e manipulação, inicialmente de maneira isolada e depois combinados.
Como, por exemplo, primeiro a criança anda, pega ou lança, executa um movimento de
cada vez. Nessa etapa ela vai aperfeiçoar a execução dessas habilidades isoladamente e
vai aprender a executar de maneira combinada, ou seja, ela vai andar lançando uma bola
e pegando ao mesmo tempo.
Chegou a hora de falarmos da etapa da adolescência, uma fase da vida tão cheia
de particularidades, que precisa ser vista e entendida em suas características. Neste tópico
vamos tratar do crescimento e da maturidade biológica na adolescência. Iremos conhecer o
que seria o famoso estirão que acontece nesse período da vida e que interfere nas aprendi-
zagens motoras. Trataremos de puberdade e outros assuntos relacionados à adolescência.
A passagem da infância para a adolescência é demarcada por um conjunto
de acontecimentos físicos e culturais, que, juntos, cooperam para o crescimento e
desenvolvimento motor. As pesquisas apontam que o período da adolescência tem se
estendido devido à associação de implicações biológicas e culturais.
Durante a adolescência ocorre a aceleração da curva do crescimento. Dos meninos
entre 12 e 17 anos, normalmente 1 ano após o aumento dos testículos; eles crescem em
torno de 10 centímetros no ano de crescimento máximo. Das meninas acontece entre 9,5
e 13,5 anos; elas crescem 9 centímetros no ano de crescimento máximo. Geralmente os
meninos ficam mais fortes e altos que as meninas. No aspecto crescimento existem essas
diferenças entre os gêneros.
A puberdade depende de aspectos genéticos e ambientais e tem início em diver-
sas idades. A adolescência é a preparação para a vida adulta, que sofre influência de
aspectos biológicos, considerando que no final da infância e início da adolescência temos
O estirão a que nos referimos dura em torno de 4 anos e meio. É variável, enquanto
alguns estão terminando o processo, outros ainda nem iniciaram. Na figura a seguir você
pode ver o pico de velocidade da altura de homens e mulheres em números, de acordo com
a faixa etária.
Estamos no último tópico desta unidade. Aqui iremos conhecer a etapa do desen-
volvimento motor em que ocorre o aprimoramento dos movimentos fundamentais adquiridos
nas etapas anteriores. Isso mesmo! Durante os anos anteriores, a criança, que agora já não
está mais na infância e sim na adolescência, vai adquirindo um repertório diversificado de
habilidades motoras e passando por cada um dos estágios do desenvolvimento motor,
conforme a ampulheta proposta por Gallahue e Ozmun (2013), que estamos utilizando
como referência na disciplina. Lembrou da conhecida ampulheta proposta por Gallahue e
Ozmun?
A fase que antecede a que iremos estudar agora é a das habilidades motoras
fundamentais. Entre 2 e 7 anos acontece o aprendizado de uma série de ações motoras
de locomoção, manipulação e estabilização. A partir disso, tudo o que foi aprendido na
fase motora fundamental será aprimorado, refinado e especializado de maneira elaborada
e combinada, na fase motora especializada, como o próprio nome diz. Os movimentos
passam a ser aplicados como instrumentos em diversas atividades motoras, cada vez mais
complexas, com maior nível de exigência. Estão presentes em situações do cotidiano, em
situações recreativas e nas diversas modalidades esportivas.
Para que o indivíduo passe para a etapa do movimento especializado, deve estar
proficiente na etapa do movimento fundamental, conforme mostra a Figura 7.
REFLITA
“Na brincadeira, a criança está sempre acima da média da sua idade, acima de seu
comportamento cotidiano; na brincadeira, é como se a criança estivesse numa altura
equivalente a uma cabeça acima da sua própria altura”.
Chegamos ao término da Unidade III da disciplina e, com isso, vale a pena lembrar
o percurso de aprendizado que fizemos até aqui. Posso assegurar que os estudos desta
unidade são extremamente importantes para sua atuação profissional, pois constituem a
base da formação motora do ser humano.
Conhecemos a fase motora fundamental e a especializada, passamos pela etapa
da infância e caminhamos pela adolescência para chegar até aqui.
Vimos que existem diversas ações motoras que precisam ser aprendidas pela
criança em determinado momento do desenvolvimento e que são essenciais para sua vida.
Entendemos a importância dos estímulos adequados e de um ambiente saudável para
que o aprendizado aconteça. Vimos também que cada ser humano tem um ritmo para
desenvolver as habilidades motoras e que existem aspectos que interferem nisso.
O papel do professor como mediador de aprendizagem é fundamental nesse pro-
cesso e deve atuar como um incentivador. Para a criança, o meio é um facilitador e a
ludicidade deve estar presente sempre, já que brincar é um excelente meio para aprender
e entender o mundo que a cerca.
Sendo assim, minha dica é que sempre que sentir necessidade volte às unidades
anteriores, reveja os vídeos, a apostila e o material de apoio para que se sinta seguro(a)
em atuar.
Acesse:
● https://www.efdeportes.com/efd133/a-esportivizacao-da-educacao-fisica.htm
● https://www.efdeportes.com/efd195/esportes-e-adolescencia-uma-pratica-possivel.htm
● http://www.scielo.br/pdf/rbme/v11n5/27591.pdf
LIVRO
• Título: Educação de corpo inteiro: Teoria e Prática da Educação
Física
• Autor: João Batista freire
• Editora: Scipione
• Sinopse: O livro mostra que corpo e mente devem ser entendidos
como componentes que integram o mesmo organismo e ressalta
a importância do exercício no aprendizado global do aluno dentro
da escola, de forma a estabelecer um elo entre o movimento e
o desenvolvimento mental da criança. A obra coloca a Educação
Física como matéria semelhante às outras, em que o professor é,
acima de tudo, um educador, com uma visão clara e abrangente
sobre o ensino, a qual se apoia no desempenho, por parte da
criança, de um trabalho com sentido e amplitude. Veja nesse livro:
a pedagogia do movimento na primeira e na segunda infâncias;
cognição, motricidade, competição, socialização, afetividade; a
educação física e as outras disciplinas.
FILME/VÍDEO
• Título: Estrada para a glória
• Ano: 2006
• Sinopse: Pela primeira vez na história, uma equipe formada
majoritariamente por negros disputa a final. É o time da Texas
Western, os Miners. Não precisa nem dizer a discriminação que
sofreram. Tudo isto foi muito bem retratado no bom filme Estrada
para a glória (2006). Baseado em uma história real, esse filme
é um ótimo retrato de um tenebroso período da vida dos EUA,
em que a discriminação racial era algo que beirava o absurdo. O
filme mostra a trajetória vitoriosa de uma equipe formada por 7
negros e 5 brancos: além do preconceito externo, a equipe tinha
que conviver com a desconfiança entre os próprios jogadores que,
comandados por um treinador com visão, conseguem superar as
desavenças, descrenças e intolerâncias, para conseguirem entrar
para a história do esporte nos Estados Unidos.
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições de desenvolvimento motor na idade adulta;
● Conceitos e definições da terceira idade;
● Aspectos do desenvolvimento motor e da vida do idoso.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o desenvolvimento motor da idade adulta;
● Compreender as especificidades do desempenho motor do adulto;
● Entender as alterações fisiológicas que acontecem na fase adulta;
● Conhecer aspectos da terceira idade;
● Compreender a importância do desenvolvimento psicossocial para o idoso.
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INTRODUÇÃO
Chegamos à quarta e última unidade desta disciplina. Pois bem, caro(a) aluno(a),
nesta etapa iremos falar sobre a idade adulta e os processos de envelhecimento. Conhece-
remos a maneira como o corpo humano responde, com o passar do tempo, às mudanças
que acontecem.
A gente sempre ouve expressões como: “depois dos 30 o metabolismo fica len-
to... depois dos 40 a gente come menos e precisa se exercitar o dobro... ah, você vai
ver como as coisas mudam depois dos 50 anos...”
Nesta unidade do material iremos falar exatamente disso, sobre as modificações
fisiológicas, anatômicas, comportamentais, entre outras, que levam o nosso corpo – isso
mesmo, NOSSO CORPO, porque todos iremos envelhecer, é o curso natural da vida – a
funcionar de maneira diferente.
É evidente que as pessoas percebem os resultados dessas mudanças. É por isso
que os profissionais que, de certa forma, atuam no desenvolvimento humano, precisam ter
conhecimento sobre as transformações relacionadas à idade nos diversos sistemas que
afetam o corpo humano e de que maneiras a sua atuação pode contribuir nessa jornada de
envelhecimento.
Nesta unidade buscaremos entender os efeitos que manter-se fisicamente ativo
têm sobre o processo de envelhecimento e como a atividade física é importante para a
manutenção da saúde, na previsão da longevidade e do envelhecimento saudável.
A expectativa de vida da população vem aumentando significativamente nas últi-
mas décadas, o que nos resta saber é de que maneira isso tem acontecido. É fato que o
envelhecimento implica em diversas limitações e dificuldades, inclusive físicas. Agora, a
maneira como as pessoas querem passar por essa etapa é fruto das escolhas feitas por
cada um.
Vamos lá conhecer a idade adulta e os aspectos que envolvem o envelhecimento
do ser humano.
Dando início ao primeiro tópico desta unidade, iremos falar sobre a idade adulta. Da
mesma maneira que o crescimento e o desenvolvimento nas outras fases da vida podem
ser afetados por condições adversas, isso também acontece na fase adulta, considerando
que a execução das tarefas motoras nessa etapa pode sofrer comprometimento devido a
processos sofridos pelo sistema fisiológico em função da idade pelo envelhecimento.
Atualmente são utilizados alguns termos para designar essa fase, tais como: adul-
tez, adultescência, andragogia, adultidade, entre outros. A alguns desses nem estamos
familiarizados ainda, mas adianto que a ideia é olhar para essa etapa da vida, assim como
fizemos com as outras, entendendo que existem características peculiares e que devem ser
estudadas. Quando compreendemos aspectos específicos de cada etapa da vida humana
somos capazes de buscar meios para passar por cada fase, respeitando suas característi-
cas e da maneira mais saudável possível.
A idade adulta é permeada por fatos e feitos que levam as pessoas a agir, pensar e
tomar decisões de modos distintos, não estamos vivendo mais uma fase de aprendizagens
e de vivências que possibilitam estar em constante equilíbrio emocional. Não podemos
generalizar, mas “ser adulto” implica em ter know-how para lidar com muitas demandas
e ainda enfrentar, no decorrer dessa etapa, as mudanças fisiológicas que acontecem. As
demandas a que me refiro são relativas à profissão, relacionamentos, vida pessoal, entre
outras.
Vale ressaltar que a expectativa de vida da população tem aumentado década após
década, com base em pesquisas e dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE), anualmente. Fato esse que acontece em decorrência de vários
fatores, entre eles, a melhoria na qualidade de vida, a prevenção de doenças, o cuidado
e o tratamento de doenças que antes causavam a morte, a melhoria na saúde pública, as
condições de saneamento básico, o surgimento de vacinas e prevenção contra diversos
males que acometiam a vida adulta.
Para você ter uma ideia, quem nascia no ano de 1900 tinha como expectativa de
vida em torno de 47 anos, o que em números atuais seria considerado absurdo, já que a
média de vida atual é de 77 anos.
Apesar do cenário ser favorável e muitas mudanças ambientais terem favorecido
o aumento na expectativa de vida das pessoas, as características individuais constituem
Outro aspecto fisiológico que muda na idade adulta é a força muscular e acaba
afetando diretamente os músculos e as articulações. Usamos a força em diversas situações
da vida diária e em atividades esportivas, a massa muscular diminui à medida que são redu-
zidos o número e tamanho das fibras musculares. Isso acontece de meados para o final da
vida adulta. A perda progressiva da massa muscular que acontece com o envelhecimento
é chamada de sarcopenia. Atingimos nosso vigor máximo de força muscular antes dos 30
anos, depois disso ocorre a redução natural. Segundo Gallahue e Ozmun (2013, p. 287)
A força muscular é essencial para a performance de habilidades motoras, se-
jam elas relacionadas a performance esportiva de alto nível ou a vida funcional
diária. Com a idade, a estrutura e a função do sistema musculoesquelético
mudam. Estruturalmente, os indivíduos apresentam a sarcopenia ou atrofia
da massa muscular esquelética. A massa muscular diminui à medida que
se reduzem o número e o tamanho das fibras musculares de meados até o
final da vida adulta. Do ponto de vista funcional, a redução na força muscular
parece ser paralela a essa perda de tecido muscular.
Comumente adultos e idosos sentem tonturas e vertigens. Tal fato pode estar rela-
cionado às alterações na propriocepção e no sistema vestibular.
No próximo tópico desta unidade iremos conhecer alguns aspectos da idade adulta
a partir do desempenho motor e do desenvolvimento psicossocial do ser humano.
Neste tópico iremos abordar o desempenho motor do ser humano na idade adulta.
Portanto vamos conhecer aspectos da performance motora de pessoas com idade entre
25 e 59 anos, conforme apresentamos no início desta unidade. Para começarmos essa
conversa, apresento uma afirmação de Gallahue e Ozmun (2013, p. 280) sobre os aspectos
que interferem no desempenho motor de uma pessoa:
O comportamento motor exibido por um indivíduo depende da interação de
uma série de variáveis categorizadas por: (1) a natureza da tarefa; (2) as
condições ambientais; e (3) as características cognitiva, afetiva e psicomo-
tora do indivíduo. A natureza da tarefa envolve elementos como o grau de
dificuldade, duração e necessidade de velocidade ou precisão. O adulto mais
velho cuja visão está enfraquecida as vezes não é capaz de realizar bem
uma tarefa específica que envolva velocidade. No entanto, se não houver
exigências de tempo, o indivíduo consegue completar a tarefa com elevado
grau de sucesso.
O ser humano tem uma melhoria das capacidades motoras adquiridas na infância
durante a adolescência e atinge seu máximo potencial de desenvolvimento das habilidades
motoras na vida adulta. Isso mesmo, entre 25 e 30 anos atingimos o ápice do desempenho
motor, quando estamos com níveis excelentes do estado físico e fisiológico e acontece a
etapa de estabilização. Já desenvolvemos e aprimoramos muitas habilidades motoras e
agora somos competentes na realização. Usamos nosso repertório motor com maestria
e em diversas e complexas situações da vida diária e em eventos desportivos quando
necessário.
Gallahue e Ozmun (2013) apresentam uma tabela com sugestões para auxiliar os
idoso nas atividades da vida diária em ambiente doméstico:
Os mesmos autores trazem ainda algumas orientações para auxiliar adultos mais
velhos quando vão adquirir novas habilidades, que podem ser vistas na tabela a seguir:
SAIBA MAIS
“A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente
chegar aos 18”
Escrito por Mark Twain (1835-1910,) inspirou o conto de F. Scott Fitzgerald, dando ori-
gem ao filme “O curioso caso de Benjamin Button”
“Vivemos em uma cultura obcecada com a juventude que está constantemente tentando
nos dizer que, se não somos jovens, e não estamos brilhando, e não somos gostosos,
que não importamos. Eu me recuso a deixar que um sistema ou uma cultura ou uma
visão distorcida da realidade me digam que eu não sou importante. Eu sei que só saben-
do quem e o que você é, você pode começar a aproveitar a plenitude da vida. Todos os
anos devem nos ensinar uma lição valiosa. Se você entende a lição realmente depende
só de você” (Oprah Winfrey).
Olá, aluno(a).
Como a última unidade da nossa disciplina está dedicada a entender como acon-
tece o desenvolvimento motor na fase adulta e na velhice, selecionei alguns artigos que
tratam da saúde dos idosos. A partir dos 60 anos muita coisa muda no funcionamento do
organismo humano e deve ser olhado com cuidado e atenção por todos, pela família e pelo
poder público, ao dispor de campanhas e atendimento a esse grupo de pessoas que tem
necessidades muito específicas. Pesquisas certificam o quanto faz diferença bons hábitos
de vida no envelhecimento humano. Aproveite cada um dos textos e, se esse público é de
seu interesse profissional, busque ainda mais aprofundamento.
● http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/13895/10971
● https://www.redalyc.org/pdf/408/40818308.pdf
● https://www.efdeportes.com/efd175/desenvolvimento-motor-em-adultos.htm
● http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/LinhaGuiaSaudeIdoso_2018_atualiz.pdf
LIVRO
• Título: Crescimento e desenvolvimento motor
• Autor: Eliane Denise Araújo Bacil, Michael Silva e Oldemar Ma-
zzardo
• Editora: Intersaberes
• Sinopse: Conhecer como é o desempenho motor do ser humano
em todas as etapas da vida é essencial para os profissionais da
Educação Física. Afinal, não é apenas na infância e na adolescência
que encontramos informações preciosas sobre o desenvolvimento
do corpo humano. Também a idade adulta e a idosa guardam suas
particularidades e estudar as habilidades e os limites de movi-
mentação dos nossos corpos nessas fases é uma oportunidade
rica e inspiradora! Compreenda melhor a performance motora que
podemos esperar do corpo humano ao longo da vida e perceba
os diferentes cuidados que precisam ser tomados na prática de
atividades físicas.
FILME/VÍDEO
• Título: Eternos campeões
• Ano: 2011
• Sinopse: Este documentário vivaz acompanha atletas que par-
ticipam de competições para idosos e provam que a idade não
diminui o espírito esportivo.
BIEMANN, A. A. Integração sensorial – o que é, qual sua importância e dicas de como estimu-
lar. 2019. Disponível em: https://www.elo21down.com.br/2019/01/17/integracao-sensorial-o-que-e-
-qual-sua-importancia-e-dicas-de-como-estimular/.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Mi-
nistério da Saúde; Organização Pan-Americana de Saúde, 2002.
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 8. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
PIAGET, J. Seis estudos de Piaget. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.
SILVA, N. Ser adulto: alguns elementos para discussão deste conceito para a formação de profes-
sores de adultos. Millenium - Revista do Instituto Politécnico de Viseu, n. 29, Junho de 2004.
Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/Millenium29/35.pdf. Acessado em: Abril de 2020.
ZAPELINI, T. A. Por que a atividade física na infância é importante? 2018. Disponível em: https://
blogeducacaofisica.com.br/atividade-fisica-na-infancia/.
Caro(a) aluno(a),
Construí este material com muito capricho para que ele fosse realmente significativo
em sua formação, para que fizesse diferença em sua vida. Cada linha escrita, cada material
selecionado e os vídeos apresentados foram feitos pautados em referenciais renomados
sobre o tema abordado. Busquei trazer para você as informações essenciais para sua for-
mação e atuação profissional referentes ao desenvolvimento e comportamento motor. Para
tanto, apresentamos conceitos basilares sobre o tema, que serão utilizados em diversas
áreas e que podem auxiliar na construção dos planejamentos de trabalho, nos relatórios de
aprendizagens, entre outros.
Inicialmente fizemos uma caminhada pelo desenvolvimento humano para poder-
mos entender o desenvolvimento e o comportamento motor com mais propriedade. Desde
a concepção, na formação do ovo, quando ainda não há um embrião até a velhice. E a cada
etapa fomos explorando aspectos da motricidade, da cognição e da socio afetividade. En-
tendendo que o ser humano não é fragmentado, que as dimensões funcionam de maneira
interligada.
A cada etapa aprendida, a lembrar: período pré-natal, nascimento e perinatal, in-
fância, adolescência e idade adulta, fomos conhecendo as principais aquisições motoras,
como elas acontecem e de que maneiras podemos potencializar tais aprendizagens.
Além disso fomos verificando também os fatores que interferem nas aquisições
motoras, afinal de contas, nem todo mundo aprende do mesmo jeito e no mesmo momento.
Por isso é tão importante conhecer o desenvolvimento humano e suas particularidades.
Agora já entendemos que é fundamental ter referências de aprendizagens para
poder saber se o desenvolvimento está acontecendo de maneira saudável ou não. E, a
partir disso, poder intervir com consciência e responsabilidade.
Pronto! Agora você está apto(a) a desenvolver seu trabalho pautado em conheci-
mento científico e não em teorias de senso comum. Ainda que muitas vezes o conhecimento
popular nos ajude. Está pronto para aplicar tudo o que aprendeu nesta disciplina. Pode
começar observando as pessoas no seu entorno e como estão suas aprendizagens.