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PORTFOLIO

EXPOSIÇÃO REVOLUÇÃO DOS BICHOS

Introdução

A exposição Revolução dos Bichos foi concebida como parte da comemoração dos 150 anos da
divulgação da Teoria Evolutiva de Darwin, conhecida como evolução das espécies por meio da
seleção natural. Muito foi debatido desde seu lançamento, no final do século 19 (mais precisamente
em 1º de julho de 1858), momento em que a religiosidade de alguns ainda punha em xeque a
credibilidade da ciência. Darwin, assim como diversos cientistas acabara de pôr à prova alguns
dogmas da sociedade contemporânea ao afirmar que as espécies evoluem e que o ser humano,
como animal típico, não foi exceção à regra. Apesar da defesa de sua tese, ele ainda concordava em
partes com o que dizia seu evolucionista antecessor, o naturalista francês Jean-Baptiste Pierre
Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck. Segundo o livro DNA: o segredo da vida, escrito por James
Watson (um dos descobridores da atual forma do DNA juntamente com Francis Crick), Charles
Darwin aceitou uma grande contribuição de Lamarck em suas concepções ideológicas. O livro relata
que, assim como o naturalista francês, Darwin era adepto da pangênese. Segundo esta teoria, todas
as partes do organismo produziam partículas denominadas "gêmulas" que eram direcionadas para
as células germinativas. Durante a reprodução sexuada, havia a mistura das partículas provenientes
do macho e da fêmea produzindo um novo organismo com características de ambos os
progenitores. Apesar de sabermos que não é bem assim que ocorre a transmissão das características
através das gerações (alvo do estudo de Mendel), a adoção de tal conceito não tira totalmente o
mérito da evolução por seleção natural, uma vez que essa evolução só ocorre após nascimentos
sucessivos. Há ainda um certo debate entre os evolucionistas em relação às mudanças que
transformam as espécies, se ocorrem em nível de população ou de indivíduo. O certo é que o
mecanismo de mutação associado à variabilidade genética e às contribuições ambientais tem
direcionado o surgimento de várias espécies ao longo destes cerca de 3,5 bilhões de anos de
existência da vida no planeta Terra.

A exposição foi concebida para abarcar a história dos principais grupos de animais. A lógica da
estrutura é em formato de caracol, onde do centro para a ponta passa-se o tempo do mais antigo
para o mais recente. Em cada painel, podemos observar que os tempos mais remotos ficam na parte
inferior e no canto esquerdo de quem olha, sendo a parte superior e da direita de quem olha
reservada aos animais mais recentes em comparação com os outros. É necessário explicar essa
lógica logo no início da abordagem, deixando-a clara para o visitante, de forma que ele entenda o
que está vendo.

A exposição conta com diversos painéis, objetos interativos e réplicas diversas, que complementam
a multimídia e as cores chamativas observadas numa visão geral. A seguir uma explicação básica do
que pode ser encontrado e das questões que podem ser abordadas com os visitantes no decorrer da
apresentação.
TOTEM

OBJETIVO

Demonstrar que as teorias sobre a evolução vêm bem antes de Darwin. Neste sentido, faz-se
necessário estudar as principais linhas de pensamento dos filósofos e pesquisadores apresentados
no totem. São eles:

Anaximandro de Mileto: Anaximandro (+ ou - 610-547 a. C) é um filósofo da escola jônica, natural


de Mileto e discípulo de Tales. Foi geógrafo, matemático, astrônomo e político. Escreveu um livro,
Sobre a natureza, que se perdeu. É considerado autor de um mapa do mundo habitado e iniciador
da astronomia. Afirmou que a origem de todas as coisas seria o apeíron, o infinito. O mundo se
dissolveria nele também. É apenas um mundo dentre muitos. Ao contrário de Tales não deu
à gênese um caráter material. O apeíron é eterno e indivisível, infinita e indestrutível. O princípio é o
fundamento da geração de todas as coisas, a ordem do mundo evoluiu do caos em virtude deste
princípio.

Empédocles de Agrigento: Empédocles (490 a. C), foi um filósofo, médico, legislador, professor,
místico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a ideia de que o mundo seria
constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra. No Naturalismo esboçou o que podemos
citar como os primeiros passos do pensamento Teórico Evolucionista: “Sobrevive aquele que está
melhor capacitado”, aproximadamente 2460 anos antes de Charles Darwin. Tendo seguido Tales de
Mileto na mesma linha de pensamento evolutivo: “O mundo evoluiu da água por processos
naturais”.

Jean Baptiste Lamarck: A ‘progressão dos animais’ é o nome da teoria que Lamarck desenvolveu. No
livro Philosophie zoologique (Filosofia zoológica, de 1809), ele fundamentou sua teoria em duas leis,
conhecidas como ‘uso e desuso’ e ‘herança dos caracteres adquiridos’. Em sua outra publicação
Histoire naturelle des animaux sans vertèbres (História natural dos animais invertebrados, lançado
em partes de 1815 a 1822), Lamarck descreve mais quatro leis que regem o aparecimento de novas
espécies seguindo uma escala de complexidade, sendo esta dos mais simples aos mais complexos.
Alfred Russel Wallace: Alfred Wallace desenvolveu uma explicação para a evolução das espécies
quando viveu no arquipélago malaio, viagem que durou oito anos. Em 1858, enquanto sofria de uma
febre tropical, ele escreveu o ensaio On the tendency of varieties to depart indefinitely from the
original type ("Sobre a tendência das variedades de se afastarem indefinidamente do tipo original",
em tradução livre). O texto continha um princípio geral da natureza, bastante similar ao que Charles
Darwin vinha concebendo, segundo o qual apenas uma minoria melhor adaptada das espécies
sobrevivera à luta por recursos.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Quem foi o pai da evolução?

PAINEL “ANO CÓSMICO”

OBJETIVO

Dar a ideia do tempo de existência aproximada do Universo convertendo os bilhões de anos em


meses, dias, horas e minutos dentro de um calendário.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Quantos anos tem o Universo? Quanto tempo equivale cada mês?


INTERATIVIDADE 1 - EXPERIMENTO: POÇO SEM FIM

OBJETIVO

Se olharmos para o passado, perceberemos que ainda falta muito a descobrir. O fundo do poço é
obscuro assim como nosso conhecimento sobre o passado e o início das coisas.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Vocês conseguem ver o fundo desse poço?

TECTITO (METEORITO)

OBJETIVO

Deixar clara a evidência de que a Terra é alvo de material cósmico, fato importante para a
sustentação de algumas hipóteses sobre o surgimento da vida no planeta ou sobre a presença de
água.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Seria possível organismos vivos terem vindo do espaço e terem encontrado aqui o ambiente
favorável a seu desenvolvimento?
PAINEL 1: GRUPOS DE INVERTEBRADOS

OBJETIVO

Apresentar em linhas gerais o surgimento dos principais Filos dos invertebrados. Nesse painel os
visitantes aprendem a utilizar os demais observando duas regras: os seres mais antigos encontram-
se tanto na parte inferior do painel quanto na lateral esquerda dele. O painel não contempla um
grupo mais simples que os corais como os poríferos (esponjas).

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Quem é mais antigo? Um coral ou um artrópode? Por quê?

PAINEL 2: INSETOS

OBJETIVO

Mostrar que os insetos foram um dos primeiros grupos de animais a conquistar o ambiente
terrestre. Há uma interatividade no painel, que seria fazer a libélula bater as asas girando o disco
rapidamente sobre seu próprio eixo a partir de uma ilusão de ótica simples.
O painel é complementado com a réplica de um inseto primitivo em âmbar, uma resina vegetal
capaz de endurecer lentamente com a exposição ao ar e possivelmente conservar vida antiga que
poderia ficar presa nela.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

De onde provavelmente vieram os insetos? Dos peixes ou dos invertebrados aquáticos? Um principal
desafio para conquistar o ambiente terrestre é evitar a perda excessiva de água. O que tem no corpo
dos insetos que faz com que eles percam menos água? (Exoesqueleto de quitina diminui bastante a
perda de água para o ambiente, por ser um polissacarídeo impermeável e, portanto, conservar a
pouca água que esses animais possuem dentro deles).

INTERATIVIDADE 2: BANCADA DAS BORBOLETAS

OBJETIVO

Apresentar o conceito de seleção natural a partir do ambiente, introduzindo o resultado de uma


pesquisa realizada na Inglaterra à época da Revolução Industrial, onde a quantidade de fuligem
emanada na atmosfera trouxe mudanças importantes na configuração de uma espécie de mariposa
local. Segundo os pesquisadores, havia dois tipos de mariposas dos quais apenas um, o mais escuro,
poderia ser encontrado com maior frequência em centros urbanos. A explicação para tal fato é que
as mariposas mais escuras poderiam camuflar-se melhor em ambientes escurecidos pela fuligem
saída das fábricas, que recobria inclusive os líquens que deixavam os bosques mais escuros. Com a
diminuição na população das mariposas mais claras, ficou mais frequente o registro de mariposas
mais escuras no que ficou conhecido como melanismo industrial. Sendo assim, a teoria darwinista da
seleção natural encaixa-se perfeitamente, se considerarmos os predadores como fatores ambientais
importantes para promoção dessa seleção.
POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Quem consegue pegar o maior número de mariposas aqui nesse ambiente branco? (Ao final,
comparar o número de mariposas brancas e pretas pegas pelo visitante e constatar que é mais fácil
para o predador encontrar as mariposas pretas em ambientes claros e vice-versa).

INTERATIVIDADE 3: BANCADA ONTOGENIA REPETE A FILOGENIA

OBJETIVO

Demonstrar que existe uma relação direta entre os animais vertebrados a partir do estudo da
ontogenia (desenvolvimento dos embriões). A análise da semelhança entre os embriões em sua
primeira fase de desenvolvimento mostra algo semelhante ao que ocorre na filogenia (estudo da
divisão dos seres vivos a partir de um ancestral em comum), assim como os seres vivos que eram
parecidos no início, mas conseguiram se especializar tanto em determinadas situações que ficaram
totalmente diferentes se olharmos de uma forma mais filosófica. Cientificamente, essa comparação
dá a ideia de que todos vertebrados possuem um ancestral em comum. Alguns cientistas acreditam
que todos os vertebrados derivam de animais de um grupo conhecido como Lophophorata (animais
que possuem lofóforo como estrutura de alimentação, como os Bryozoa, Brachiopoda e Phoronida)
semelhantes aos do gênero Facivermis que viveram durante o Cambriano e que teriam desenvolvido
uma notocorda primitiva

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Qual desses embriões é mais parecido? Será que no passado eles tiveram um ancestral em comum?
SALA 1: PEIXES

OBJETIVO

Desvendar a evolução dos peixes a partir de elementos como: painel de filogenia dos peixes, réplicas
de fósseis e de uma arcada dentária de Carcharodon megalodon e de seu dente. Há ainda uma
réplica de anatomia interna de peixe ósseo, com destaque para a bexiga natatória, ausente nos
peixes cartilaginosos. Os peixes mais antigos são os ágnatos e placodermos. É importante ressaltar
que os peixes não constituem uma classificação biológica. O que consideramos peixes são
basicamente três Classes de vertebrados marinhos (agnatos, condrictes e osteíctes). Há peixes com
bexigas natatórias especializadas para auxiliar a respiração, são considerados peixes pulmonados,
pois, nas bolsas derivadas de suas bexigas natatórias e extremamente irrigadas por vasos ocorre
uma tímida troca gasosa que auxilia as brânquias no papel da respiração. Os dipnoicos, como são
conhecidos possuem um representante no Brasil (do gênero Lepdosiren), a piramboia.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Como os peixes respiram? Depois dos peixes, quem será que surgiu como novo grupo?
SALA 2: ANFÍBIOS

OBJETIVO

Demonstrar os principais representantes do grupo dos anfíbios e acompanhar as mudanças entre


eles e o grupo anterior dos peixes. Há no ambiente uma réplica de um anfíbio extinto, o
Prionosuchus. Esse anfíbio viveu na região onde hoje se encontra o Brasil, na época do Permiano.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Será que os anfíbios estão bem adaptados à vida em ambiente terrestre?


SALA 3: RÉPTEIS E AVES

OBJETIVO

Demonstrar algumas características peculiares aos dois grupos que serviram de base para a
conquista definitiva do ambiente terrestre, tais como cobertura da pele por placas córneas ou
penas, desenvolvimento de ovos com casca e respiração pulmonar mais eficiente. Neste grupo estão
os dinossauros, animais muito úteis para demonstrar que os répteis já foram de grande porte, se
comparados aos seus parentes mais próximos vivos atualmente, que não passam de 6 metros de
extensão (crocodilianos). Para inserir um pouco do que a ciência tem buscado em relação à
especiação de alguns desses animais. Cada espécie de serpente desenvolveu um tipo de presa
adaptado a seu hábitat.

Solenóglifas (soleno = canal, glyphé = sulco) - Possuem presas anteriores ocas dotadas de um canal
central por onde passa o veneno, semelhante a agulhas de injeção. Estando em um maxilar bem
móvel, permitindo ao dente anterior deslocar-se para frente quando a serpente abre a boca. Este
dente é retraído quando a serpente volta à sua posição normal. As serpentes deste grupo são
aquelas cujo veneno, evolutivamente, tornou-se mais potente daí o desenvolvimento de seu
mecanismo de inoculação. As serpentes solenóglifas dão um bote certeiro na presa, inoculam o
veneno e esperam que esta morra; mesmo se a "vítima" conseguir se locomover, a serpente a
localiza com auxílio de suas "fossetas loreais". Ao localizar a presa, começa a engoli-la, geralmente
pela cabeça. Possuem esse tipo de dentição, no Brasil, as serpentes do gênero Bothrops (Jararacas,
Urutus, Cotiaras e outras), do gênero Crotalus (Cascavéis, Maracaboias, Boiciningas) e do gênero
Lachesis (Surucucus, Surucucus-Pico-de-Jaca).

Proteróglifas (protero = dianteiro, glyphé = sulco) - Possuem presas anteriores sulcadas em


maxilares imóveis. Os dentes sulcados são maiores e curvados, o que os diferencia dos dentes
maciços. Elas na verdade mordem e permanecem pressionando fortemente os maxilares para que o
veneno flua e seja injetado. No Brasil as serpentes que possuem essa dentição são do gênero
Micrurus (Corais).
Opistóglifas (opisthos = atrás, glyphé = sulco) - Tipo de dentição, presente em serpentes não-
peçonhentas, cujos dentes são totalmente maciços, possuindo ao fundo da boca dentes maiores que
possuem uma ligação não com a glândula de veneno e sim com "Glândula de Duvernoy" e sua
função é secretar uma solução enzimática (semelhante a saliva) para auxiliar a digestão. No Brasil
podemos encontrar essa dentição nas falsas-corais, cobras-verdes, cobras-cipós e outras.

Áglifa (a = ausência + glyphé = sulco) - Não possuem presas. São dentes pequenos e maciços. Típico
de serpentes não peçonhentas, pois não possuem canais inoculadores de veneno. Podemos
encontrar no Brasil essa dentição presente nas jiboias, caninanas, sucuris, pítons entre outras.

Por parte das aves, a seleção sexual foi um dos fatores que as tornou exuberantes em cores e com
os diversos formatos que podemos encontra-las atualmente. Um estudo interessante realizado por
Darwin em cima desse grupo foi realizado com tentilhões nas Ilhas Galápagos, onde foi possível
perceber que cada espécie de tentilhão tinha um bico adaptado a uma determinada alimentação.
Essa observação foi uma das mais importantes para sua concepção própria de evolução por meio da
seleção natural.
POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

O que faz dos répteis e aves animais bem adaptados ao ambiente terrestre?

SALA 4: MONOTREMADOS E MARSUPIAIS

OBJETIVO

Demonstrar que alguns vertebrados modificaram sua estratégia de reprodução não mais deixando
os embriões dentro de ovos, mas sim dentro de seus próprios corpos. Na verdade, essa estratégia
pode ser observada em alguns peixes bastante antigos, como no caso do tubarão-martelo. O que
ocorre é que em um determinado período essa estratégia surgiu entre os vertebrados terrestres,
inicialmente em um desses dois grupos. O primeiro grupo corresponde aos monotremados
(representados hoje apenas pelo ornitorrinco e pela equidna), que se acredita ser em um ramo
direto e sem ramificações dos répteis semelhantes aos mamíferos. Nos monotremados, as fêmeas
não possuem útero nem vagina, e os filhotes desenvolvem-se no interior de ovos (como os répteis).
As glândulas mamárias não apresentam mamilos, e o leite que escorre pela pele do abdômen da
fêmea é lambido pelos filhotes. Já nos marsupiais, cujo representante mais antigo tem cerca de 125
milhões de anos, na Era Mesozoica (Sinodelphys szalayi), as fêmeas possuem útero e vagina duplos e
não formam placenta durante a gestação. O embrião começa seu desenvolvimento no útero da mãe,
mas após alguns dias o feto prematuro sai e rasteja até o marsúpio (dobras abdominais que
circundam as glândulas mamárias), onde se prende, pela boca, a um mamilo e aí permanece até
completar o desenvolvimento. Vale salientar que visualmente há uma troca dos nomes nos painéis,
sendo necessário alertar os visitantes que houve um erro na diagramação que pode induzir ao erro
de quem não estiver atento. Para corrigir, basta inverter os nomes que estão na borda externa do
painel e verificar a quais fotos na borda interior do painel os nomes levam.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Será que o filhote dos marsupiais sai pronto para viver de dentro da mãe? Você conhece algum
marsupial brasileiro? Olhe as fotos.
AFROTÉRIOS E XENARTRAS

Segundo especialistas, o desenvolvimento de técnicas moleculares para explorar as relações


evolutivas dos animais resultou em cientistas coleta apoio esmagador para a ascendência africana
comum para vários grupos "estranhos" de mamíferos. Esta antiga radiação dos mamíferos africanos,
o Afrotheria, inclui sete grupos com pouca semelhança superficial entre si: os elefantes, as vacas-do-
mar e hyraxes, o porco da terra e sengis (ou musaranhos-elefante) as toupeiras-douradas e tenrecs.
Embora alguns biólogos não aceitarem este acordo, ele ainda é um conjunto útil e eficiente para
concentrar as atividades de conservação do grupo de especialistas. A IUCN (União Internacional de
Conservação) já tem grupos ativos que incluem elefantes e vacas-do-mar, por isso, quando o Grupo
de Especialistas em Afrotheria foi formado em 2001, incluía apenas os restantes cinco grupos
"esquecidos" dos mamíferos.

Universidade de Berkeley sobre xenartras: Tamanduás, tatus e preguiças são um grupo de


mamíferos eutérios conhecido como o Xenarthra. Eles já foram colocados na ordem Edentata e
ainda são muitas vezes referidos como desdentados, uma palavra que significa "sem dentes".
Embora xenartros como tamanduás sejam realmente desdentados, o tatu gigante tem cerca de 100
dentes, mais do que quase qualquer outro mamífero. Os membros do grupo de mamíferos Edentata
não incluem apenas as 31 espécies vivas de tatus, tamanduás verdadeiros e preguiças, mas também
contêm oito famílias de preguiças extintas e animais parecidos com o tatu. Juntas, as famílias que
vivem e famílias extintas constituem o Xenarthra.

Xenartros são um pequeno grupo de insetívoros e herbívoros de tamanho pequeno a médio (até
cerca de 60 kg). No passado, no entanto, xenartros eram muito mais diversos e numerosos. Eles
irradiaram em cerca de uma dúzia de famílias na América do Sul, incluindo não só os grupos
conhecidos hoje, mas também animais, como as extintas preguiças gigantes e gliptodontes, os
“tatus” gigantes. Vários grupos de xenartros, principalmente as preguiças e tatus, atravessaram a
ponte de terra da América Central para a América do Norte, quando esta se formou durante o
Plioceno. Hoje, apenas uma dessas espécies, um tatu (Dasypus novemcinctus), ainda sobrevive lá, a
maioria das espécies vivas está na América do Sul e Central.
LAURASIATÉRIOS

Universidade de Yunnan, China: Laurasiatheria é uma das Superordens mais ricas e diversificadas de
mamíferos placentários. Porque este grupo teve uma radiação evolucionária rápida, as relações
filogenéticas entre as seis ordens de Laurasiatheria continuam a ser um tema de debate acalorado e
várias questões relacionadas com a sua filogenia permanecem em aberto. São sub-taxa diretos:
Perissodactyla, Carnivora, Chiroptera, Cetartiodactyla, Pholidota, Insectivora.

Réplica de tigre dente-de-sabre (Smilodon populator).


MACACOS

OBJETIVOS: demonstrar a diversidade de macacos dando a oportunidade de introduzir os conceitos


de símios e prossímios. Os símios são considerados os macacos com certa semelhança com os seres
humanos.

As 235 espécies de primatas modernos estão divididas em duas subordens: prossímios e


antropoides. Os prossímios, que são os lêmures e animais parecidos, são o grupo mais primitivo. Eles
apresentam menos inteligência e se parecem mais com outros grupos de mamíferos (eles
geralmente têm bigodes e focinhos alongados, por exemplo). Os prossímios se separaram da linha
evolutiva dos humanos relativamente cedo. Os antropoides, geralmente chamados de "primatas
superiores", compreendem o restante das espécies na ordem dos primatas. Os antropoides variam
muito em relação ao tamanho, extensão geográfica e comportamento, mas todos possuem faces
achatadas, ouvidos pequenos e cérebros relativamente grandes e complexos. Dentro da subordem
dos antropoides, os primatas são agrupados em macacos, símios e hominídeos. A maneira mais fácil
de diferenciar os macacos dos outros antropoides é procurar por um rabo. A maioria das espécies de
macacos tem rabos, o que não é o caso dos símios ou hominídeos. Os macacos são muito mais
parecidos com outros mamíferos do que os símios ou humanos. A maioria dos macacos, por
exemplo, não consegue se balançar de um galho para o outro, como os símios e os humanos, porque
os ossos de seus ombros têm estruturas diferentes. Em vez disso, os macacos correm pelos topos
dos galhos. A estrutura óssea dos macacos é parecida com a de gatos, cães ou outros animais de
quatro patas, e eles se movimentam da mesma maneira. Na linha evolutiva dos humanos, os
macacos se separaram muito antes dos símios.

O painel mostra o comportamento do macaco-prego, uma ilustração de que este animal,


considerado inteligente, consegue usar ferramentas e passar esse conhecimento para os demais. O
Cebus apella também possui uma capacidade cerebral superior. O índice de massa cerebral do
mesmo fica em 11 enquanto que os dos seres humanos é 23 e o do chimpanzé 8,2.

POSSÍVEIS QUESTIONAMENTOS

Por que será que o macaco-prego é considerado tão esperto?

De que forma essa “esperteza” ajuda ele na sobrevivência na floresta?


OUTROS ELEMENTOS

As garras diferem das unhas por serem agudas e afiadas. Estão presentes em diversos grupos de
animais, como répteis, aves e mamíferos. As garras são usadas, entre outras funções, para agarrar e
como armas de ataque e defesa.

Em outro painel há uma comparação entre cornos e chifres. Os cornos Os cornos se desenvolvem tanto
em machos quanto em fêmeas e nunca são substituídos. Nisso diferem dos chifres, estruturas
ramificadas presentes apenas em machos de alces e veados. Os chifres são formados por tecido
calcificado recoberto de pele, sendo substituído anualmente.

PAINEL HOMINÍDEOS

Réplica da Vênus de Willendorf: ou mulher de Willendorf, encontrada em um sítio arqueológico datado


entre 22 mil e 24 mil anos, acredita-se ser uma escultura à fertilidade feminina do final da Era
Paleolítica.

PRINCIPAIS QUESTIONAMENTOS:

O homem veio realmente do macaco?


Réplica do Pensador de Auguste Rodin. A original faz parte do período do Realismo, na França e foi feita
em bronze e mármore terminada em 1902. Na exposição tem o papel de fazer as pessoas repensarem
seus conceitos sobre a evolução e o surgimento do próprio ser humano.

INFORMAÇÕES SOBRE ALGUMAS ESPÉCIES:

Paranthropus: Paranthropus robustus é um exemplo de um australopiteco robusto, eles tinham


dentes, bochechas largas e dentes grandes com esmalte espesso focando sua mastigação na parte de
trás da mandíbula. Grandes arcos zigomáticos permitiram a passagem de grandes músculos da
mastigação para a mandíbula e deu P. robustus sua característica com rosto largo, em forma de prato.
Uma grande crista sagital fornecia uma grande área para ancorar estes músculos no crânio. Estas
adaptações forneciam a P. robustus uma capacidade de moagem para alimentos fibrosos. Sabe-se agora
que "robusta" refere-se apenas ao dente e tamanho face, não o tamanho do corpo de P. robustus.
(Museu Nacional Smithsoniano de História Natural)
Orrorin: Viveram há cerca de 6 milhões de anos atrás. Orrorin tugenensis é a um dos mais antigos
seres humanos na nossa árvore genealógica. Os indivíduos dessa espécie foram aproximadamente do
tamanho de um chimpanzé e tinham pequenos dentes com esmalte espesso, semelhante a um humano
moderno. O fóssil mais importante desta espécie é um fêmur superior, mostrando evidências de
acúmulo de osso típico de um bípede. Orrorin tugenensis subiam em árvores, mas provavelmente
também andavam eretos com os dois pés no chão. (Museu Nacional Smithsoniano de História Natural)

Toumai: essa espécie de hominídeo recebeu o nome científico Sahelanthropus tchadensis. O fóssil --
que, acredita-se, é de um indivíduo do sexo masculino -- foi apelidado de Toumai (nome africano dado
às crianças que nascem antes do período de seca). A descoberta, relatada em 11 de julho na revista
Nature, foi feita pela Missão Paleontropológica Franco-Chadiana (MPFT), equipe internacional liderada
por Michel Brunet, pesquisador da Universidade de Poitiers (França). Toumai abre caminho para que
informações sobre um período praticamente desconhecido sejam esclarecidas. Há dez milhões de anos,
o mundo era dominado pelos macacos. Pouco se sabe sobre o intervalo entre essa época e o
aparecimento, há cinco milhões de anos, dos primeiros vestígios de hominídeos (primatas da família
humana com características distintas das de chimpanzés e outros grandes macacos). Entre esses dois
marcos, algum evento evolutivo provocou a divergência entre a linhagem humana e a dos chimpanzés.

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