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Direito Coletivo do Trabalho

Aspectos Gerais e Princípios

Unidade do Direito do Trabalho: 03 teorias, teoria da autonomia do direito coletivo do


trabalho (sujeitos, objeto e relação jurídica específica); teoria da autonomia do direito
coletivo do trabalho em fase de transição (vasta legislação, princípios e peculiaridades,
amadurecimento das instituições coletivas); teoria da autonomia relativa do direito
coletivo do trabalho (inviabilidade de separação absoluta com direito individual).

Nomenclaturas – Já foi chamado de direito industrial, operário, corporativo, sindical,


coletivo e sindical.

Funções – As funções do direito coletivo podem ser juscoletivas gerais ou juscoletivas


específicas. Juscoletivas gerais quando exercem função de melhoria das condições de
pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. Juscoletivas específicas na
função de geração de normas jurídicas; pacificação de conflitos sociocoletivos; função
sociopolítica; função econômica.

Princípios Especiais do Direito Coletivo

Princípio da Liberdade Sindical – Possui como pressupostos a liberdade associativa, a


liberdade de reunião. Previsto no Art. 5º, XVI, XVIII, XIX, XX e XXI da CF. A
especificidade laboral está no Art. 8º da CF. Há diplomas internacionais que tratam
sobre o tema, porém o Brasil não ratificou a Convenção 87 da OIT.

- Condutas antissindicais:

i) Pre-entry closed shop: cláusula de sindicalização forçada, pela qual o empregador se


obriga, perante o sindicato dos trabalhadores, a contratar somente funcionários a ele
filiados;

(ii) Union shop: empregador se compromete a manter apenas funcionários que se filiem
ao sindicato respectivo após um prazo concedido para tanto;

(iii) Preferencial shop (artigo 544, I e II da CLT): dão preferência, são favorecidos na
contratação os trabalhadores filiados à respectiva entidade sindical;

(iv) Agency shop: o trabalhador, independente de filiação, deve contribuir para a sua
entidade sindical;

(v) Maintenance of membership: empregado filiado ao respectivo sindicato deve assim


permanecer durante a vigência da negociação coletiva, sob pena de perda do emprego;

(vi) Yellow dog contracts: trabalhador firma com o empregador o compromisso de não
filiação ao seu sindicato como meio de ingresso ou manutenção no emprego;

(vii) Company unions: o próprio empregador controla, direta ou indiretamente, o


sindicato profissional;
(viii) Mise à l´index: as empresas divulgam entre si nomes de trabalhadores com
significativa atuação sindical com o intuito de excluí-los do mercado;

(ix) Mandatory arbitration clause: os não sindicalizados, desde o ato da contratação,


abdicam da possibilidade de se beneficiarem de eventual demanda coletiva,
submetendo-se obrigatoriamente à arbitragem.

(x) Check off: estabelece a obrigação do desconto no salário e posterior repasse ao


sindicato da contribuição instituída na lei, no estatuto ou na negociação coletiva.

Liberdade Sindical na ADM Pública – Vedação ao militar.

OJ 05 SDC - DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.


POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL (redação
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. Em face de pessoa jurídica de direito público que
mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de
cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização
Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010.

ATENÇÃO – Competência para verificar abusividade de movimento grevista,


inclusive de empregados públicos, é da Justiça Comum.

Princípio da Equivalência entre os Negociantes Coletivos – As partes que negociam


as normas coletivas são equivalentes. Críticas – utilização do critério da especialidade
em detrimento do critério da agregação, que ocasionaria uma diluição do poder de
barganha dos sindicatos. Outra crítica que há é quanto à restrição da garantia sindical,
independente do tamanho do sindicato, de sua abrangência. Outra crítica que se faz é
sobre a fraca representação obreira nas empresas, a cúpula sindical se afasta do chão de
fábrica.

Princípio da Intervenção Obrigatória do Ente Sindical na Negociação Coletiva –


Relativizado, apenas o ente sindical profissional é obrigatório, quanto ao sindicato
patronal, não há essa obrigatoriedade. Exceções: Se o sindicato não assumir a
negociação coletiva, no prazo legal – 08 dias corridos, o fato será comunicado a
federação ou na falta dela a confederação e caso não haja nenhuma atitude, os próprios
trabalhadores podem assumir a direção da negociação. Outra exceção é quando há
negociação coletiva atípica, em que há uma ampla representação no âmbito da empresa
e uma representação sindical pífia.

Princípio da Adequação Setorial Negociada – Padrão setorial de direitos superior ao


padrão geral oriundo da legislação heterônoma: princípio da norma mais favorável;
transação setorial de parcelas justrabalhistas de indisponibilidade apenas relativa.
Alguns direitos são de indisponibilidade relativa e outros são de indisponibilidade
absoluta. Os direitos previstos na CF são de indisponibilidade absoluta, salvo alguma
disposição na própria CF/88. As normas de tratados e convenções internacionais que
vigoram no âmbito interno também seriam de indisponibilidade absoluta. As normas
legais infraconstitucionais que asseguram patamares de cidadania ao indivíduo que
labora.

Princípio da Intervenção Mínima na Autonomia da Vontade Coletiva – O poder


judiciário só deve analisar a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico.

Direito Sindical

Evolução Histórica

Fases Reconhecidas Internacionalmente

01 – Fase de Proibição – Criminalização na França, Inglaterra e o Seditious Meeting


Act.

02 – Fase de Tolerância – Inglaterra, Brasil (Constituição de 1891).

03 – Fase de Reconhecimento – Inicialmente com controle estatal na ex-URSS, Itália e


sua Carta del Lavoro, Espanha e o Código de Trabalho e Portugal com o Estatuto do
Trabalho Nacional.

Evolução - Encíclica Rerum Novarum (Leão XIII, 1891), o fim da 1ª GM e o Tratado


de Versalhes (1919), criação da OIT (1919), Constituições do México (1917) e Weimar
(1919), DUDH (1948): os direitos fundamentais de 2ª dimensão.

Evolução no Brasil - Não guarda correlação com o movimento sindical no mundo,


industrialização tardia. Constituição de 1937 com gravitação em torno do MTE.

Até 1888 não tínhamos sindicatos, tínhamos reuniões voluntárias e espontâneas de


associações. (período mutualista)

A partir de 1888 há uma agitação social e repressão policial. Alguns decretos proibiam
essas reuniões – até 1919, há uma entrada nos representantes no âmbito político
(período de resistência).

A partir de 1919 há uma maior organização política, há um reconhecimento das


organizações do trabalho, criação da JT como ente administrativo, criação do TEM,
período que durou até 1945 (período de controle).

A partir de 1945 há um período de competição entre os sindicatos, com a


internacionalização do diálogo social sindical, até 1964 (período competitivo).

Na década de 70/80 há a 1ª fase do novo sindicalismo, fundação do partido dos


trabalhadores. Combate ao peleguismo (que é o sindicalista alinhado com governo).
Após, com a CF/88 há a liberdade sindical, com o pleno reconhecimento sindical e a
nova lei de greve. A 2ª fase do novo sindicalismo, traz as consequências neoliberais no
mundo do trabalho, com a perda de arrecadação dos sindicatos e o pós reforma
trabalhista.
Natureza Jurídica – Art. 44, I e 53 do CC. Associação sem fins econômicos.

Receitas Sindicais

Contribuição Confederativa – Pressupõe a existência de sistema confederativo, não há


possibilidade de cobrança dos não filiados.

CRFB/88. Artigo 8º. (...) IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se


tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei.

Súmula Vinculante 40. A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

OJ 17 da SDC do TST. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS.


INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. As
cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a
qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de
livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas,
sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente
descontados.

PN 119 do TST. CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS. INOBSERVÂNCIA DE


PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX
e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa
modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença
normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para
custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical
e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as
estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores
irregularmente descontados.

Contribuição Associativa – Facultativa e devida somente pelos associados – Art. 548, b


da CLT.

Contribuição Assistencial – Art. 513, e da CLT.

Contribuição Sindical Servidores Públicos Estatutários - Compete à Justiça comum


processar e julgar demandas em que se discute o recolhimento e o repasse de
contribuição sindical de servidores públicos regidos pelo regime estatutário. STF. RE
1089282.

Critérios de Representação Sindical

(i) Sindicatos por ofício ou profissão (sindicato horizontal): reunião de todos os que
militam numa determinada atividade profissional, de forma idêntica ou similar (artigo
511, caput da CLT), independentemente da empresa ou do setor de atividade.
(ii) Sindicatos por categoria profissional ou econômica (sindicato vertical): artigo 511, §
2º da CLT, sendo regra geral e se identifica pela vinculação do trabalhador ao seu
empregador (atividade do empregador). REGRA GERAL.

Critério da Agregação – O que melhor representa os interesses do trabalhador.

Critério de Especialização – Pulveriza o sindicato, pois enfraquece, criando sindicatos


melhores. Não temos sindicatos por empresa ou por ramo empresarial de atividade da
empresa.

Organização Sindical – Sindicatos, Federações e Confederações. As centrais sindicais


não fazem parte da estrutura sindical – nem interna, nem externa.

Estrutura Externa - Para se organizar em federação, são necessários 05 sindicatos. Para


criação de confederação são necessários 03 federações, e as confederações terão sede na
capital da república – Brasília.

Estrutura Interna – No máximo 07 dirigentes e no mínimo 03 – STF, na ADPF 276,


decidiu que a garantia provisória de emprego só se da aos 07 primeiros dirigentes, o
restante apenas por negociação coletiva, enquanto da vigência desta, conselho fiscal
com 03 membros eleitos por assembleia geral.

Registro Sindical – O Registro Civil de PJ apenas confere personalidade de pessoa


jurídica para o órgão sindical, mas o registro no órgão competente se dá no MTE. O
registro é ato vinculado e subordinado à verificação dos pressupostos legais – expedição
de carta sindical quando preenchidos os requisitos.

Garantia Provisória do Dirigente Sindical – A jurisprudência atual do TST refere que se


inicia desde a assembleia geral que aprova os atos constitutivos e elege o quadro diretor
da entidade sindical, não sendo necessária a formalização do registro sindical ou o
depósito dos atos em RGPJ.

Funções Sindicais

Representatividade judicial e extrajudicial – o sindicato possui ampla, ilimitada e


irrestrita substituição processual, exceção quando é defesa de direitos individuais
homogêneos, que ai apenas se aplica ao rol de substituídos. A atuação do sindicato não
prejudica a atuação do MPT.

Negocial e Assistencial.

Garantia Sindical – Do registro da candidatura até 01 ano após o fim do mandato. Se


houver a extinção do estabelecimento não subsiste nem o direito a indenização
(jurisprudência majoritária do TST). Dirigente de central sindical tem garantia
provisória de emprego, de acordo com a jurisprudência turmaria do TST.

Representação dos Trabalhadores na Empresa – Art. 11 CF/88. Empresa com mais


de 200 funcionários. A comissão será composta: I - nas empresas com mais de duzentos
e até três mil empregados, por três membros; II - nas empresas com mais de três mil e
até cinco mil empregados, por cinco membros; III - nas empresas com mais de cinco mil
empregados, por sete membros. As decisões da comissão de representantes dos
empregados serão sempre colegiadas, observada a maioria simples. 

A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias, contados do término
do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na empresa, com ampla
publicidade, para inscrição de candidatura. Comissão eleitoral – 05 funcionários não
candidatos. Votação secreta, vedado voto por representação. Mandato de um ano. Quem
houver sido eleito, não pode se candidatar novamente nos próximos 02 pleitos.

Conflitos Coletivos de Trabalho e Mecanismos para sua Resolução

Métodos e Resolução dos Conflitos

Autotutela (autodefesa): greve, lockout, sabotagem, boicotagem (os três ilegais) e


picketing (depende da forma do exercício).

Autocomposição: mediação e conciliação. Peculiaridade da negociação coletiva. Justiça


Multiportas (tentativa autocompositória pré dissidio coletivo, exercida pelo vice-
presidente do TST, prevista no Ato 168/2016).

Heterocomposição: Terceiro que decide. Sentença Normativa. Peculiaridade do Poder


Normativo. Arbitragem de direito coletivo (árbitro pode ser: auditor fiscal do MTE,
procurador do MPT, Justiça do Trabalho).

Negociação Coletiva e Seus Instrumentos

(I) Acordo coletivo de trabalho (ACT)

(II) Convenção coletiva de trabalho (CCT)

(III) Contrato coletivo de trabalho - Quando a CLT se refere a Contrato coletivo de


trabalho está se referindo a negociação coletiva lato sensu.

Princípios da Negociação Coletiva

(I) Princípio da compulsoriedade negocial - Quando instado o órgão negocial para a


negociação, ele deve tentar negociar. Prazo - 08 dias corridos após a solicitação.

(II) Princípio do contraditório - Art. 5º, inciso LV da CF/88.

(III) Princípio da boa-fé objetiva - Decorrente do direito civil mas aplicável ao processo
coletivo do trabalho, acrescidas dos deveres anexos, especialmente da lealdade, OIT tem
previsto esse princípio em alguns verbetes.

(IV) Princípio da equivalência entre os negociantes coletivos - Doutrina crítica, é um


pressuposto para que haja negociação coletiva porém na realidade o negociante dos
empregados não conseguirá se equiparar ao sindicato patronal.
(V) Princípio da paz social - Base da promulgação da CLT e base da negociação
coletiva, por exemplo, para evitar a greve.

(VI) Princípio da territorialidade - Cada norma coletiva se aplica ao seu território.

Aderência das Cláusulas Contratuais

(I) Teoria da aderência contratual ilimitada/irrestrita

(II) Teoria da aderência contratual limitada por revogação – TST entendia pela
aplicação desta teoria anteriormente.

(III) Teoria da aderência contratual limitada pelo prazo – Art. 614, §3º da CLT –
limitação a dois anos.

Conflito de Normas Coletivas

(I) Teoria da acumulação - Não utilizada. Análise de cláusula por cláusula de cada
norma coletiva, verificando qual a melhor para o trabalhador.

(II) Teoria do conglobamento - Utilizada hoje, analisa como um todo cada norma
coletiva, e aplica a melhor no todo para o trabalhador. Jurisprudência estabelece aspecto
quantitativo, porém doutrina entende que pode ser observado o aspecto qualitativo.

(III) Teoria do conglobamento orgânico (mitigado) - Analisa aos trabalhadores


contratados para laborar no estrangeiro, cada instituto jurídico.

(IV) Teoria da especificidade – Art. 620 da CLT. ACT sempre prevalecerá sobre a
CCT, por sua especificidade.

Negociado x Legislado

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

II - banco de horas anual;

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas;

IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de


novembro de 2015;

V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do


empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de
confiança;

VI - regulamento empresarial;
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e


remuneração por desempenho individual;

X - modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI - troca do dia de feriado;

XII - enquadramento do grau de insalubridade;

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das


autoridades competentes do Ministério do Trabalho;

XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em


programas de incentivo;

XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.

Procedimento para análise de validade e eficácia de cláusulas coletivas – A inexistência


de contrapartida não enseja nulidade da cláusula, se houver cláusula compensatória esta
deve ser anulada conjuntamente, os sindicatos deverão participar como litisconsortes
necessários em ações que tenham como objeto a anulação de cláusulas de instrumentos
coletivos.

Poder Normativo/Dissídio Coletivo/Sentença Normativa

Poder Normativo – Competência Constitucional dos TRTs para proferir decisões nos
processos de dissídios econômicos, criando condições de trabalho com força
obrigatória.

Dissídio Coletivo – Modalidades

Dissídio Coletivo de Natureza Econômica – São fixadas condições de trabalho entre


empregados e empregadores.

Conteúdo Normativo - Cláusulas de caráter econômico - reajustes, aumentos, concessão


de cesta básica, adicional de horas extras. Cláusulas de caráter social – meio ambiente
de trabalho,

Conteúdo Obrigacional – Fixação de direitos e obrigações entre as partes, sem conteúdo


econômico ou social, por exemplo, multas por descumprimento, etc.

Natureza da Decisão – Constitutiva.

Limites – Art. 766 CLT. Equidade das decisões.


Comum Acordo – A concordância não precisa ser expressa, basta que seja tácita –
pressuposto processual, aplicação do Art. 485, IV do CPC, se houver arguição da falta
de comum acordo, deve este ser acolhido, mesmo que haja manifestação quanto ao
mérito do dissídio (STF).

Modalidades de Dissídio Econômico – Dissídio originário/dissídio de extensão


(extensão para setores diferentes da categoria/fração dos empregados de cláusula da
negociação ou dissídio coletivo); dissídio revisional (decorrido 01 ano da vigência, se
houver mudança nas condições de trabalho).

Honorários Sucumbenciais se aplicam aos dissídios coletivos.

Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica – Não visa a fixação de normas e condições de


trabalho mas a delimitação de normas e condições de trabalho, interpretando ACTs,
CCTs ou outro instrumento coletivo. Cabível análise de caráter geral e abstrato de
acordo com o TST (Informativo 246 do TST). Natureza declaratória.

OJ-SDC-7 DISSÍDIO COLETIVO. NATUREZA JURÍDICA. INTERPRETAÇÃO DE


NORMA DE CARÁTER GENÉRICO. INVIABILIDADE. Não se presta o dissídio
coletivo de natureza jurídica à interpretação de normas de caráter genérico, a teor do
disposto no art. 313, II, do RITST.

Dissídio Coletivo de Greve – Dissídio de greve para declarar sobre a abusividade de


movimento grevista. Pode ser ajuizada pelas partes ou pelo MPT quando for atividade
essencial. Não é necessário comum acordo para ajuizamento.

Dissídio Coletivo Misto – Existe dentro do dissídio de greve, possui natureza


declaratória e constitutiva, sendo que o dissídio coletivo declara se a greve é ou não
abusiva, ao mesmo tempo que decide questões de natureza econômica.

Procedimentos no Dissídio Coletivo – Competência – TRTs (SP é o 2) ou TST, quando


o dissídio extrapolar o limite de um TRT.

Legitimados – Sindicato da categoria interessada; MPT em caso de greve em atividade


essencial; Empresa; Federações e Confederações de maneira sucessiva caso inexista
sindicato; Grupo de Trabalhadores caso haja desinteresse do sindicato.

Aspectos Formais – Subordinação a aprovação em assembleia. 1ª convocação, 2/3 dos


associados, 2ª convocação, 2/3 dos presentes. O edital de convocação da categoria e a
respectiva ata da assembleia geral dos trabalhadores constituem peças essenciais à
instauração do processo de dissídio coletivo – OJ SDC 29.

Ausência de Defesa – Os efeitos da revelia não se aplicam.

Reconvenção – Cabível, mas seguindo-se o procedimento como se fosse instauração de


dissídio, inclusive quanto à concordância das partes.
Prazo para Ajuizamento do Dissídio – Se não há norma coletiva anterior nem sentença
normativa não há prazo específico para o ajuizamento, a sentença normativa vigorará a
partir da data da sua publicação. Caso haja norma coletiva anterior ou sentença
normativa, o dissídio coletivo deve ser instaurado dentro dos 60 dias anteriores ao
respectivo termo final para que a sentença normativa possa ter vigência no dia imediato
a esse termo, caso contrário a sentença normativa vigorará a partir da data de sua
publicação.

Art. 240, §1º do RITST – Na impossibilidade real de encerramento da negociação


coletiva em curso, antes do termo final a que se refere o Art. 616, §3 da CLT, a entidade
interessada poderá formular protesto judicial em petição escrita, dirigida ao presidente
do tribunal a fim de preservar a data base da categoria. Deferida a medida, o dissídio
deverá ser ajuizado no prazo de 30 dias úteis contados da intimação do deferimento, sob
pena de perda da eficácia do protesto.

OJ SDC 3 – Arresto. Apreensão. Depósito. Pretensões insuscetíveis de dedução em


sede coletiva. São incompatíveis com a natureza e finalidade do dissídio coletivo as
pretensões de provimento judicial de arresto, apreensão ou depósito.

Recursos do Dissídio Coletivo

a) Embargos de declaração (artigo 897-A da CLT);

b) Recurso ordinário ao TST (artigo 895, II da CLT e artigo 2º, II, “a” e “b” da Lei
7.703/88): via ordinária. Jurisprudência do TST entende que não há fungibilidade se a
parte interpõe RR ao invés de RO para o TST, pois se trata de erro crasso.

c) Recurso Ordinário ao TST: via extraordinária, sendo manejado contra a não


publicação da sentença normativa do TRT que julgou o dissídio ou homologou o
acordo. Na forma da Lei 7701/88 – Art. 7º, §2 – Se o acórdão não for publicado nos 20
dias subsequentes ao julgamento pode a parte interpor RO apenas com a certidão de
julgamento, facultada a ela, com a publicação do acórdão aditar o RO interposto.

d) Recurso Ordinário ao TST: outra via extraordinária, sendo manejado contra o acordo
homologado no âmbito dos TRTs, com legitimidade recursal exclusiva do MPT. Lei.
7701/88, Art. 7º, §5º.

e) Embargos infringentes no próprio TST, em caso de decisão não unânime (artigo 2º,
II, “c” da Lei 7.701/88); Se a decisão atacada estiver em consonância com procedente
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou da Súmula de sua jurisprudência
predominante não é cabível; É a SDC que julga.

f) Agravo de instrumento, no caso de negativa de seguimento recursal (artigo 897, “b”


da CLT);
g) Agravo interno, (artigo 994, III e 1.021 do CPC, mas com prazo de 08 dias, na forma
do artigo 3º, XXIX da IN 39/2016 do TST c/c artigo 261, parágrafo único do Regimento
Interno do TST); Cabível em face de decisão monocrática do relator.

h) Recurso extraordinário ao STF (artigo 102, III e § 3º da CRFB/88 e artigos


1.029/1.041 do atual CPC).

i) Efeito suspensivo recursal: petição específica ao Presidente do TST. Procedimento


específico previsto na Lei 10.192/2001. Eficácia máxima de 120 dias improrrogável,
salvo se o RO for julgado antes do prazo final.

Sentença Normativa – Prazo para publicação 15 dias. Mesmo que não publicada, a
partir do 20º dia subsequente ao julgamento pode se dar o cumprimento por meio de
ação de cumprimento.

Prazo Máximo – 04 anos, com o Tribunal fixando a data em que a decisão deve entrar
em execução, vedada a ultratividade, conforme PN120.

Ação de Cumprimento – Ação de conhecimento, de cunho condenatório, cuja


competência funcional para análise é das VARAS DO TRABALHO. Pode não ser
aplicável a decisão quando a parte demonstrar a incapacidade econômica ou financeira
para atender o aumento de despesas. O Presidente do Tribunal originariamente
competente, poderá suspender a aplicação da sentença, comunicando o ato ao Juízo que
processa a ação de cumprimento para suspender a ação de cumprimento.

Legitimidade Ativa - ajuizamento individual do trabalhador, ou em litisconsórcio


(demanda plúrima), ou, mesmo, pelo substituto processual (legitimidade extraordinária,
caso em que deverá haver a individualização posterior dos beneficiados no momento da
apuração dos haveres e pagamento).

Trânsito em Julgado e Coisa Julgada - Atual entendimento do TST: não há a produção


de coisa julgada material pela sentença normativa, eis que a execução do julgado (por
meio da “ação de cumprimento”) pode se dar antes mesmo do trânsito em julgado da
decisão, assim como existe o cabimento da revisão da decisão por procedimento
específico (artigo 873 da CLT). PORTANTO NÃO É CABÍVEL AÇÃO
RESCISÓRIA.

SUM-397 AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, DO CPC DE 2015. ART. 485, IV,
DO CPC DE 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE
RECURSO. IN-VIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGU-
RANÇA (atualizada em decorrência do CPC de 2015) Não procede ação rescisória
calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de
cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada
em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada
formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada
são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 116
da SBDI-II – DJ 11.08.2003).

Prescrição da Pretensão – 1ª corrente – Contagem do prazo prescricional a partir do


trânsito em julgado da sentença normativa. Súmula 350 do TST - O prazo de prescrição
com relação à ação de cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu
trânsito em julgado.

(...) Nos termos da Súmula 350 do c. TST, o prazo prescricional da ação de


cumprimento de decisão normativa inicia-se apenas da data de seu trânsito em julgado.
Sendo assim, é do trânsito em julgado da sentença que se inicia o prazo prescricional
quinquenal para propor ação de cumprimento, e não do ajuizamento da ação. In casu,
como a ação foi ajuizada em 09/06/2011 e o trânsito em julgado da sentença normativa
ocorreu em 17/12/2007, não há prescrição a ser declarada quanto ao pleito de diferenças
salariais com base no dissídio coletivo n. 250/2004, visto que dentro do prazo
prescricional quinquenal. (...) (TST. E-ED-ARR-4227-89.2011.5.12.0001, Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Aloysio Correa da Veiga,
DEJT 15/09/2017).

- 2ª corrente: aplicação da prescrição a partir da publicação da sentença normativa.

- 3ª corrente: aplicação do prazo prescricional de dois anos a contar do descumprimento


da sentença normativa.

- 4ª corrente: prazo prescricional é o de 05 (cinco) anos, começando a fluir a partir do


descumprimento da sentença normativa.

Dissídio Coletivo e Poder Público

O Supremo entendeu que a justiça comum – e não, pois, a justiça especializada - é


competente para julgar causa relacionada ao direito de greve de servidor público,
pouco importando se o seu vínculo com a Administração é de natureza celetista ou
estatutária.

Vedação às cláusulas econômicas – OJ 5 da SDC.

Empresas Estatais – A regra geral é pela possibilidade de dissídio coletivo. Exceção: -


Exceção: dissídio econômico não será possível quando a empresa está vinculada a ente
público que excedeu o limite com o gasto de pessoal estabelecido na Lei de
Responsabilidade Fiscal.

Direito de Greve

Histórico: (I) Do Egito antigo ao Combination Act inglês e Código Napoleônico – aqui
os trabalhadores não recebiam salários, mas paralisaram as atividades por um dia pois
não estavam recebendo a contraprestação que lhes era devida, no Combination Act e no
Código Napoleônico havia a proibição da associação de trabalhadores com o fito de
paralisar as atividades/manifestações.
(II) Da Revolução Industrial ao Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais das Nações Unidas de 1966 (artigo 8º) e Convenção 98 da OIT: proibição x
tolerância x reconhecimento. A greve começa a ser reconhecida como direito com o
pacto internacional das nações unidas e a convenção da OIT, antes era apenas tolerado.

(III) Brasil

- Código Penal de 1890 (artigo 206): crime o simples fato da greve.

- Decreto 1.162/1890 (artigo 1º): crime somente na “violência ou grave ameaça” na


greve. RELATIVIZAÇÃO.

- Lei de Segurança Nacional de 1935 (artigo 19): crime o simples fato da greve
novamente. PROIBIÇÃOO GERAL NOVAMENTE.

- Constituição 1937 (artigo 139): greve e lockout como “recursos antisociais nocivos ao
trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção
nacional”.

- DL 431/1938 (artigo 3º), DL 1.237/1939 (artigo 80) e CLT (artigos 723/725):


proibição da greve não autorizada pelo Tribunal.

- DL 9.070/1946: greve tolerada em atividades acessórias e após ajuizamento de


dissidio coletivo.

- Constituição 1946 (artigo 158): reconhecimento como direito do trabalhador, mas


mediante regulamentação (Lei 4.330/1964).

- Lei 4.330/1964: 1ª lei de greve, com restrições e tipos penais contra a organização do
trabalho e vedações ao setor público e atividades essenciais.

- CRFB/88 (artigos 9º, 37, VII e 142, IV): permissivo geral + permissivo restrito à “lei
específica” ao servidor público + vedação às forças de segurança.

- Lei 7.783/1989: “nova” lei de greve.

Definição – Direito fundamental dos trabalhadores, sendo meio essencial de promoção


e defesa dos seus interesses em que ocorre a paralisação dos serviços, de maneira
coletiva, de forma total ou parcial, com prazo determinado ou indeterminado, na busca
de melhores condições de trabalho, seja no que se refere a salários e benefícios
pecuniários, seja quando às condições do meio ambiente laboral, devendo preencher os
requisitos legais para a sua instauração, sob pena de ser considerada ilegal/abusiva.

Modalidades/Limites

A) Quanto à legalidade
(i) Lícitas (legítimas): atendem às determinações legais formais (assembleia especifica
para este fim, aviso com 48hs/72hs de antecedência, tentativa previa de negociação
coletiva);

(ii) Ilícitas (ilegítimas): não atendem às determinações legais formais;

(iii) Abusivas: são cometidos excessos, indo além das determinações legais ou das
determinações inerentes ao dissídio coletivo. Diferença entre ilícita e abusiva, a ilícita
não atende as determinações formais, a abusiva, foi deflagrada licitamente mas, acaba
sendo exercido para além dos limites da licitude, por exemplo, boicote, agressão,
fechamento de todas as entradas/saídas da empresa.

(iii.1) TST: Ilegalidade como Abusividade – TST trata ilegalidade e abusividade como
sinônimos, a diferenciação é doutrinária.

TST. SUM-189 GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.


ABUSIVIDADE. A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou
não, da greve. (EXCEÇÃO –Supremo entendeu que a justiça comum – e não, pois, a
justiça especializada - é competente para julgar causa relacionada ao direito de greve de
servidor público, pouco importando se o seu vínculo com a Administração é de natureza
celetista ou estatutária).

TST. PN-29 GREVE. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS PARA DECLARÁ-LA


ABUSIVA. Compete aos Tribunais do Trabalho decidir sobre o abuso do direito de
greve. (Compete ao Tribunal e não a Vara do Trabalho).

TST. OJ-SDC-11 GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE DE TENTATIVA DIRETA E


PACÍFICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA NEGOCIAL PRÉVIA. É
abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente,
solucionar o conflito que lhe constitui o objeto.

TST. OJ-SDC-10 GREVE ABUSIVA NÃO GERA EFEITOS. É incompatível com a


declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de quaisquer
vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização
do instrumento de pressão máximo.

TST. OJ-SDC-38 GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS


NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR
DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO. É abusiva a
greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se
não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do
serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89.

(iii.2) TST: abusividade e consequências relativizadas em alguns casos:

(...) O entendimento que prevalece na SDC é de que a greve configura a suspensão do


contrato de trabalho, e, por isso, como regra geral, não é devido o pagamento dos dias
de paralisação, exceto quando a questão é negociada entre as partes ou em situações
excepcionais, como na paralisação motivada por descumprimento de instrumento
normativo coletivo vigente, não pagamento de salários e más condições de trabalho. No
caso, não constatada a ocorrência de nenhuma das hipóteses excepcionais admitidas
pela jurisprudência, que, se motivadora da paralisação dos serviços, justificaria a
decretação do pagamento dos dias parados. (...)(TST. RO – 1001747-
35.2013.5.02.0000, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento:
15/05/2017, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT
19/05/2017)

B) Quanto à extensão

(I) Gerais – De toda categoria, ex: bancários, ferroviários.

(II) Parciais – De parte da categoria. Ex: caixas bancários.

C) Quanto ao Exercício

(I) Rotativas (as atividades vão sendo paralisadas dentro da cadeia produtiva,
sucessivamente);

(II) Intermitentes

(III) Contínuas

(IV) Brancas (trabalhadores permanecem no seu local de trabalho, mas deixam de


prestar serviço, também chamada de greve tartaruga).

(V) Selvagens (abusiva, pois violenta)

D) Quanto ao Objetivo

(I) Econômico-Profissional

Regra Geral – Circunscrita ao contexto econômico-profissional.

Restrições formais da Lei 7783/1989 e crítica doutrinária.

Aplicação Especial – Greve Ambiental.

(I.1) greve ambiental: “paralisação coletiva ou individual, temporária, parcial ou total da


prestação de trabalho a um tomador, qualquer que seja a relação de trabalho, com a
finalidade de preservar e defender o meio ambiente do trabalho e a saúde do
trabalhador” (Raimundo Simão de Melo

Paralisação individual: greve ou ius resistentiae? Constituição de São Paulo, NR 09 e


Convenção 155 da OIT:
Art.229. (...) § 2º. Em condições de risco grave ou iminente no local de trabalho, será
lícito ao empregado interromper suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até
a eliminação do risco.

NR 09. Item 9.6.3. O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos


ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco
um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas
atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas
providências. (Revogado pela Portaria SEPRT 915/2019).

Convenção 155 da OIT. Artigo 19. (...) f) o trabalhador informará imediatamente o seu
superior hierárquico direto sobre qualquer situação de trabalho que, a seu ver e por
motivos razoáveis, envolva um período iminente e grave para sua vida ou sua saúde.
Enquanto o empregador não tiver tomado medidas corretivas, se forem necessárias, não
poderá exigir dos trabalhadores a sua volta a uma situação de trabalho onde exista, em
caráter contínuo, um perigo grave ou iminente para sua vida ou sua saúde.

A posição do professor Raimundo Simão é no sentido de que no caso de greve


ambiental é possível a realização individual, porém a doutrina majoritária entende
que se trata apenas do jus resistenciae do trabalhador, não havendo que se falar
em greve individual.

Paralisação de trabalho a um tomador, qualquer que seja a relação de trabalho: a


garantia do meio ambiente, independe de terceirizado ou contatado diretamente.

Finalidade de preservar e defender o meio ambiente do trabalho e a saúde do


trabalhador: artigo 200, VIII e 225 da CRFB/88 e Súmula 736 do STF. Proteção da
integridade físico-psíquica e a vida.

Riscos comuns x riscos incomuns (graves, iminentes). – Nos riscos graves o TST
relativiza a exigência de cumprimento dos requisitos para a greve, não a considerando
abusiva.

(III) Estranhas ao Estrito Contrato de Trabalho

Não se circunscrevem à relação direta entre os empregados e empregadores, não


possuindo o liame jurídico e econômico entre os polos da relação de emprego.

Validade? Restrições Constitucionais e Legais? Não há vedação expressa, sendo que a


OIT em seu Art. 10 da Convenção 87 permite. Porém o TST vem declarando a
abusividade das greves políticas e de solidariedade.

Greves Políticas – TST entende que são abusivas e devem ter os dias descontados.

Greves de Solidariedade – É a greve que possui solidariedade com o movimento


implementado por outra categoria, com nexo de causalidade entre o movimento
empreendido pela entidade que se deseja acompanhar e o desejado pelo outro ente
sindical que quer segui-lo. É cabível desde que a greve apoiada seja legal.
Deveres dos Grevistas: Formalidade e Comunicação (48hs atividades não
essenciais/72hs atividades essenciais) na forma da Lei 7783/89; Manutenção de
Atividades (das atividades mínimas, para que não haja prejuízo irreparável)

O Rol de atividades essenciais é taxativo EXCETO quando se tratar de serviço público


(interpretação do STF).

A impetração de habeas corpus por trabalhador para garantia de liberdade de locomoção


sob a alegação de constrangimento ao referido direito em decorrência de atoa praticados
pelo sindicato durante greve é de competência funcional da vara do trabalho. O
julgamento de interdito proibitório em razão do movimento grevista também é de
competência da vara do trabalho.

O empregado possui a estabilidade prevista na lei de greve durante o estado de greve


(tramites anteriores a deflagração).

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