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1.

Introdução:

Ao introduzir o presente trabalho, vamos abordar sobre Crise Económica Mundial de


1929-1933 e as suas Consequências, iniciada nos EUA e que mais tarde acabou afectando a
Europa. A economia dos EUA viu-se fortalecida durante a Primeira Guerra Mundial graças a
neutralidade deste até 1916. Depois da Guerra regista-se uma prosperidade económica que não é
acompanhada pelo aumento de salários para fazer face ao consumo da produção, levando ao
colapso da economia no início da decada de 1930.
2. Objectivos
2.1. Geral:
 Caracterizar a Crise Mundial de 1929 no Sistema Internacional.
2.2. Especifico:
 Indentificar as consequências da Crise Mundial de 1929 no Sistema Internacional: Nos
EUA e na Europa.
3. Metodologia

De forma a responder aos objectivos supracitados a realização do presente trabalho, foi


embosado na pesquisa bibliográfica que permitiu uma posterior análise textual e concatenação de
ideias oriundos de uma reflexão crítica grupal entorno das referências bibliográficas como forma
de pontencializar o trabalho e uma posterior ilação das linhas orientadoras do trabalho.
4. A Crise Económica Mundial de 1929-1933

4.1 A sua origem

Em 1929, após um curto período frágil de prosperidade, a superpotência acorda sobressaltada


com a notícia da ruptura da sua maior bolsa de valor em Wall Street (no dia 24 de Outubro, 5ª
Feira Negra), que provocou uma crise económica gravíssima nos EUA, arrastando consigo uma
serie de consequências que levaram a uma depressão económica.

As responsabilidades da gestão americana no desencadear da Crise Mundial não podem ser


ignoradas, apesar de já muito antes de Outubro de 1929 encontramos alguns indicios de mal-
estar na Europa (Crise bolsista na Alemanha, em 1927, na Belgica e na Suiça, em 1928, na
França e Grã-Betanha no início de 1929). Nos EUA, os observadores mais atentos aperceberam-
se dos perigos do abuso do crédito a criação e a especulação bolsista dos finais de 1928. De
facto, os títulos mobiliários não se podiam manter indefinidamente em alta. Como rendimento
das acções progride mais lentamente que o preço da compra, alguns accionistas (os que
procuravam um ganho regular e não um ganho arriscado de capital) revendem os titulos,
desencadeando um fenómeno de queda que é acelerado põe dois factores: uma ligeira quebra no
volume dos negócios, a partir da Primavera de 1929 (o índice dos preços por atacados começa a
baixar em Fevereiro-Março na Europa e a produção industrial regista uma ligeira baixa em
Abril), e sobretudo a falência do consórcio londrino Hatry (cabines Photomaton, maquina de
moeda) que dá origem a grandes remexidas nas bolsas estrangeiras. Mas o elemento mais
importante talvez seja a decisão das autoridades monetárias americanas de aumentar em 1% a
taxa de câmbio em Agosto de 1929 e de tomar medidas de restrição ao crédito. Não que estas
medidas não fossem necessárias. Tinham-se mesmo tornado indispensáveis, tendo em conta a
inflacção do crédito e a febre especulativa que se tinha apoderado da América, no início de 1928.
Mas quando são tomadas, tornam-se o detonador de uma explosão, previsivel desde há muito
tempo.

Os primeiros sintomas do mal-estar da Bolsa começam a surgir no principio de Setembro de


1929. A partir de 22 de Outubro, as ordens de venda amplificam-se bruscamente e, na sessão de
24, dá-se a catastrofe. E a «quinta-feira negra», quando 12 milhões de acções são lançadas no
mercado e não há compradores. As cotações caem a pique e todos querem livrar-se dos títulos,
antes que seja demasiado tarde.

Muitos bancos, que tinham investido em acções o dinheiro dos clientes, vão à falência. Os
devedores, que contavam com lucros da alta bolsista, continua desde há cinco anos, não podem
pagar as dívidas, e os credores, que tinham aceite títulos como garantia, não conseguem coloca-
los, o que evitaria a falência dos devedores. Ou seja, desmorona-se todo o sistema em que
assentava o crescimento acelerado da economia americana. Os bancos restringem os créditos. A
escassez de dinheiro paralisa a produção e o consumo.

4.2. Causas da Crise Económica nos EUA


 A superprodução da indústria de automovel obriga os indústriais a diminuir a produção
(1928), afectando a indústria metalurgica de base;
 A superprodução do sector agricola, onde a produção crescia mais rapidamente que o
consumo tendo como consequência vai provocar a acumulação dos produtos e
consequentemente o preço dos mesmos baixava;
 A diminuição do volume da exportação em resultado da saturação do mercado interno e
externo;
 Desiquilibrio na distribuição da riqueza e o consumo exagerado e a deflacção.

4.3. Características da crise

 Baixa cotação de bolsa de valor em resultado de não encontrar compradores;


 Muitos agricultores não conseguiam vender os seus produtos e ficavam arruinados;
 Especulações financeiras que ultrapassava as reais condições do mercado económico;
 Acumulação dos stocks de mercadorias;
 Diminuição dos preços dos produtos incluindo agricolas.

4.4. Consequências da Crise Económica nos EUA

A nível económico:

 Acumulação de stocks de mercadoria;


 Redução acentuada de preços;
 Falência de empresas e bancos;
 Ruína de pequenos investidores e de reformados causadas pela falência de bancos;
 Destruição de produções e abate de gado;
 Redução dos salários;
 Quebra acentuada do poder de compra;
 Dimuição do consumo.

A nível social:

 Desemprego, manifestações, conflitos sociais, suicídios, miséria e desespero na sociedade


americana, crescimento da delinquência, corrupção, criminalidade, fome e mendicidade.

A nivel político

 Proliferação de regimes políticos autoritários e emergência de uma política económica, o


Keynesianismo.

4.5. Mundialização da Crise Económica

Após a Primeira guerra Mundial, os EUA tornaram-se na potência económica do mundo,


execercendo grande influência sobre os outros paíes.

A Alemenha, a Inglaterra e a Austria foram os países mais atendidos pelos efeitos da crise
americana devido a retirada dos capitais americanos da Europa originando a falência de muitos
bancos e empresas, uma vez que estas não conseguiam pagar a importação das materias-primas.

Constituindo um mercado único, com uma grande variedade de produtos e uma


população de elementos activos, oa Estados Unidos tornaram-se num país essencilamente
dinâmico e a nível político eles não tinham nenhum inimigo político de quem precisassem de
defender-se. Não havia nesse país classes tradicionais, nem castas priviligiadas. Era uma terra
onde todos tinham as mesmas probabilidades de triunfar na competição para a conquista da
riqueza. O bem-estar americano foi favorecido pelas condiçoes que a guerra e as suas
consenquências geraram.
Os EUA iniciaram a era da prosperidade que durou até a crise de 1929, que tão graves
repercurssões teve em todo o mundo.

Depois da guerra, e embora Versalhes não lhes tivesse sido favorável, os Estados Unidos
possuiam metade da rede ferroviaria do mundo, dois terços do número de automóveis existentes
e dispunham de uma imensa superioridade em todas as modalidades e formas de produção. As
indústrias de automóveis, de máquinas agricolas, máquinas de escrever, de calcular, de costurar
bem como a do cinema eram exploradas praticamente pelo monopolio dos americanos.

Os Estados Unidos estavam igualmente representados por mais de metade da produção


mundial. Dominavam a produçao de petróleo, carvão, o ferro, o aço, o algodão, o alumínio e o
enxofre. Os Estados Unidos se tornaram nos principais financiadores da Europa e do mundo
através da famosa bolsa de valores de Wall Street apoiada pela produção em serie da Melton e
Ford.

Uma parte da riqueza dos americanos foi tranformada em empréstimo, concedidos aos
países europeus e, de maneira especial a Alemanha. Os créditos americanos eram aplicados, pelo
menos em parte, pelos alemães para pagar as reparações à França e a Grã-Bretanha, que por sua
vez pagavam com esse dinheiro as dívidas da guerra aos Estados Unidos. Para os americanos
esta prosperidade nunca acabaria, porém ela acabou um dia e esse fim arrastou consequências
para a América e o resto do mundo que dele passara a depender.

4.6 A Crise na Europa

A imbricação das economias norte-americana e europeia tornava impossível que o velho


continente se mativesse por muito tempo imune a catastrofe. Mal recuperada das consequências
da guerra (Primeira Guerra Mundial), a Europa atravessa um profundo mal-estar agricola e um
sobreinventimento especulativo nas atividades piloto da segunda Revolução Industrial. O
retraimento do comércio mundial, em baixa de dois terços do valor entre 1929 e 1932, afecta
particularmente dois países europeus cuja a economia está muito aberta as trocas. São eles o
Reino Unido e a Alemanha. Mas é sobretudo a restrição ao crédito internacional, cujo volume
diminui para a metade nos dois anos que se seguem ao Crash, e a retirada massiva dos capitais
americanos investidos na Europa, que aceleram o processo de alastramento da crise.
Como desde 1924 que os países germânicos beneficiam mais do que os outros dos
créditos americanos, são os primeiros a ser atingidos e são atingidos com mais intensidade. A
Austria é a primeira, com a falência do Kredit Anstalt, o maior banco de Viena, em Maio de
1931, que na sua derrocada arrasta consigo toda rede bancaria austriaca. Algumas semanas mais
tarde e a Alemanha que é atingida. A falência de um dos principais grupos texteis, a Nordwolle,
precipita a falência da Danatbank, uma das mais poderosas instituiçoes de crédito e, a 13 de
Junho, o chanceler Bruning e obrigado a fechar todos os estabelecimentos de crédito e
instituições mutualistas. So voltarão a abrir um mês depois, mas com severas restrições aos
levantamentos e as operações de câmbio. Afectada nas suas saídas externas, a indústria alemã
mergulha rapidamente na crise. A produção de carvão cai de 160 para 100 milhões de toneladas,
a de ferro de 16 para 5,7 milhões de toneladas e, em 1932, o país tem seis milhões de
desempregados.

Na Grã-Bretanha, onde o marasmo já dura há mais tempo e tem um caracter estrutural, a


crise parece menos violenta, de início. Aqui e retracção do comércio internacional que é
determinante porque priva o país, cujo equilíbrio económico e largamente tributário das
exportações, das suas saídas externas. De 1929 à 1931, a produção dimunui em 30% e as vendas
ao estrangeiro para metade. A balança de pagamento torna-se deficitária, o que provoca uma
hemorragia de ouro e coloca a libra esterlina numa situaçao difícil. Na sequência das retiradas
massivas de capitais americanos e da falência do Kredit Anstalt, onde estavam colocados muitos
dos fundos britânicos, os bancos apelam ao banco de Inglaterra que, para salvar a libra, se ve
obrigado a pedir o auxilio do Federal Reserve Board americano e do Banco de França e a ultima
a ser atingida. Isto deve-se a forte autonomia económica que a sua riqueza agricola lhe
proporciona, a uma industrialização menos desenvolvida e menos concentrada do que a dos seus
parceiros, a muito moderada importância dos investimentos estrangeiros e a solidez do franco
Poincare. A crise só atinge verdadeiramente em 1932, com o contragolpe da desvalorização
inglesa que tem como efeito a redução da competitividade dos preços franceses e faz baixar
sensivelmente as exportações. Muito mais do que de uma crise brutal, em relação à França,
podemos falar de um marasmo prolongado, semelhante ao da Grã-Bretanha nos anos vinte. De
facto, a produção industrial baixa muito lentamente, 20% entre 1929 e 1933, e o número de
desempregados em 1933 não ultrapassava os 350 000 (500 000 em 1935), enquanto em
Inglaterra, na mesma altura, era de 2800 000.
4.7. Consequências da Crise Económica na Europa

Consequências económicas:

 As pequenas empresas são absorvidas pelas grandes;


 Reforço do proteccionismo económico;
 Economia fechada nos Estados totalitários (Alemanha e Italia).
 Anulação das indeminizações que Alemanha devia pagar aos aliados;
 Incentivou as rivalidades económicas e hostilidade política;
 Aumento das indústrias de guerra e tensão internacional.

Consequências políticas:

 Reforço do governo dos EUA;


 Surgimento de regimes totalitários;
 Afirmação dos democratas franceses e ingleses.

4.8. O papel de Franklin Delano Roosevelt

Nos finais de 1932, o ano mais dramatico, o candidato democrata Franklin Delano
Roosevelt ganha as eleições presidenciais nos EUA. Em 1933, anuncia uma nova política – a
New Deal (Nova Era).

O New Deal foi programa de reforma com intervenção do Estado a nível da agricultura e
da indústria com objectivo de equilibrar a oferta e a procura, relançando a produção e resolvendo
o desemprego.

O New Deal desenvolveu-se em duas etapas: a primeira consistiu em recuperar a


economia; a segunda, em fazer reformas estruturais de longo alcance. Neste sentido, foram
adoptados programas na agricultura e na indústria e de grandes obras públicas.

4.9. Medidas tomadas por Roosevelt para relançamento da economia

Medidas económicas:

 Na agricultura preconizava a ascensão e subsídios aos agricultores;


 Financiamento de cooperativas;
 Redução de áreas cultivadas (a fim de reduzir a superprodução e subir de preços
agricolas);
 Na indústria reduz a concorrência e controla a produção;
 Dimimui as horas de trabalho;
 Eleva o nível de salário (para aumentar o consumo);
 Elaboração duma legislação de controlo das actividades da banca e da bolsa de valor.

Medidas sociais:

 Criação de postos de trabalho através de lançamento de grandes obras públicas (estradas,


barragens, bairros residenciais, etc);
 Concessão de subsídios aos desempregados e idosos;
 Fixação de salário mínimo e do horário de trabalho;
 Reforço do poder do sindicato e garantia de segurança social na velhice e na doença.

O New Deal deu impulso a economia e resolveu os problemas sociais. No plano político
constitui um sucesso total, pois conseguiu-se evitar que os EUA sofressem agitações sociais,
perturbações políticas e tentativa de resoluções que abalaram vários países da Europa.
5. Conclusão:

Concluído o trabalho, podemos afirmar que os EUA beneficiou-se da neutralidade no início


da Primeira Guerra Mundial, diferentemente dos países europeus, que investiram na guerra, o
que fez com que eles (paíes europeus) dependessem dos recursos dos EUA para sustentar a
economia.

Esse factor condicionou o funcionamento dos Estados europeus, que posteriormemte,


passaram a depender dos produtos provenientes dos EUA e apostaram na bolsa de Wall Street,
na qual, as taxas eram muito baixas.

Em 1929, deu-se uma crise iniciada nos EUA e que mais tarde espandiu-se pela Europa e
pelo mundo todo. A crise teve consequências económicas, políticas e sociais. No entanto, crise
serviu por um lado de lição aos EUA pois, após a crise, os EUA tiveram de rever as medidas de
produção, fazendo mudanças e aplicando novas formas produtivas que respondessem às
demandas do país sem o prejudica
6. Referência Bibliográfica:

FENHANE, João Baptista H. História-10ª Classe, 1ª ed, Maputo, Diname, 1996, pp. 65-68.

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