Você está na página 1de 3

GESTÃO DE SEGURANÇA DO PROCESSO

PSM – Process Safety Management: hoje o Blogtek tem o prazer e a honra de publicar
um artigo escrito pelo meu amigo Gustavo Coelho de Castro. Trabalhamos juntos por
longo tempo na Petrobras. Gustavo é um profundo conhecedor de processos de refino,
e um “expert” em Segurança de Processo. Nesse artigo, Gustavo mostra como se
desenvolveu a Gestão de Segurança de Processo.
RODOLFO STONNER - BLOGTEK
PSM – Process Safety Management: Conceito e Histórico
A Gestão da Segurança de Processo (Process Safety Management – PSM) é um
sistema de gerenciamento que visa prevenir, planejar, mitigar, agir e reparar a perda de
contenção (vazamento inesperado) catastrófica de líquidos e gases inflamáveis &
combustíveis, bem como de vapor d’água , produtos químicos tóxicos de um processo
associado a uma empresa, a exemplo da Exploração & Produção (E&P), Terminais de
Tancagem de Petróleo e derivados, Refinarias, Petroquímicas, Industrias Químicas,
Siderúrgicas, Industrias Nucleares, Industrias Famacêuticas, etc. O PSM foca nas
questões de processo, diferentemente das questões de segurança ocupacional, como
as conhecidas Normas Regulamentadoras do Trabalho (NRs).
É importante destacarmos o árduo trabalho deflagrado por empresas e organizações
regulatórias desde os primórdios da década de 1960 visando desenvolver regulamentos
para o controle de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas.

PSM – Process Safety Management: Dupont


Na década de 1960, a DuPont operava processos perigosos por mais de 160 anos, mas
uma explosão em Louisville (12 fatalidades), Kentucky, em 1965, alertou-os para realizar
um trabalho mais seguro e confiável. Os engenheiros da DuPont analisaram
cuidadosamente suas operações de produção e iniciaram a elaboração dos princípios
de gerenciamento e os elementos do Gerenciamento de Segurança de Processo (PSM).
Durante a década de 1970, após vários acidentes nas operações da DuPont em Nova
Jersey, o PSM começou a assumir a forma que vemos hoje.
Em 1978, a DuPont emitiu o primeiro padrão corporativo para Gerenciamento de Riscos
de Processo (PHM). Em 1979 foi alterado para Gerenciamento de Segurança de
Processo. O processo da DuPont para governança de PSM começa com um conjunto
de políticas e padrões que descrevem os requisitos corporativos para PSM a partir da
década de
1990.
A DuPont classifica os elementos PSM em 3 grupos: Instalações, Pessoas e
Tecnologia.
PSM – Process Safety Management: a roda da Dupont
Um dos fatores motivadores que levaram a DuPont, que já tinha segurança de
processos como valor central desde os primórdios de sua criação, a criar um sistema
de gerenciamento de segurança de processos interno foi o vazamento do gás
tóxico metil isocianato (MIC) na empresa Union Carbide, Bhopal, Índia, em 3 de
dezembro de 1984. Houve mais de 2000 fatalidades.
PSM – Process Safety Management: Seveso
 Diretivas Seveso – Comunidade Européia: “Prevenção de Acidentes Graves
envolvendo substâncias Perigosas” : 1a) D.82/501/CEE (Seveso I,
24/06/1982) ; 2a) D.96/82/CE (Seveso II, 09/12/1996) e 3a) D.2012/18/UE
(Seveso III, 24/07/2012)
PSM – Process Safety Management: OSHA
 A OSHA – Occupational Safety and Health Administration- publicou em 17 de
julho de 1990 um padrão para o “Gerenciamento de Produtos Químicos
Altamente Perigosos “ , com o objetivo de garantir a integridade dos
equipamentos, a segurança e a saúde da Força de Trabalho e a preservação
do meio ambiente. Em 15 de novembro de 1990 o padrão proposto pela
OSHA foi promulgado e em 24 de fevereiro de 1992 o padrão foi publicado no
Federal Register, com força de Lei – CFR OSHA 1910.119 .
A então lei apresentava os requisitos para o Gerenciamento de Segurança de
Processo (PSM) da OSHA , contemplando 14 elementos:
1. Participação dos empregados
2. Informação sobre Segurança de Processo
3. Análise dos perigos de processo
4. Procedimentos operacionais
5. Treinamento
6. Contratadas
7. Revisão de segurança pré-operacional
8. Integridade mecânica
9. Permissão de trabalho a quente
10. Gerenciamento de mudanças
11. Investigação de acidentes
12. Planejamento de emergência
13. Auditoria
14. Confidencialidade
PSM – Process Safety Management: outros contribuintes
 Em 1990: API RP-750 – Gestão dos Riscos de Processo
 1993: Convenção 174 da OIT – Organização Internacional do Trabalho
 Em 1994, o Center for Chemical Process Safety (CCPS) – “Centro de
Segurança de Processos Químicos” publicou o livro “Guidelines for
Implementing Process Safety Management Systems”.
 RBPS (Risk Based Process Safety) publicado em 2007 pela AIChE/CCPS – 20
elementos
RBPS (Risk Based Process Safety)
 Instituído em 2007 por meio da Resolução ANP n° 43/2007, o Regulamento
Técnico do SGSO (Sistema para o Gerenciamento da Segurança
Operacional) é aplicável às instalações marítimas de perfuração e produção
de petróleo e gás natural, tornando-se um importante instrumento que visa
garantir a proteção da vida humana e do meio ambiente.
Resolução ANP

PSM – Process Safety Management: Implantação


É importante observar que a implementação bem sucedida do PSM por si só não pode
garantir o sucesso na eliminação de grandes acidentes e alcançar uma cultura de
segurança. Ações de pessoas são extremamente importantes. A segurança da Força
de Trabalho (pessoal próprio e contratado) também deve ser abordada junto com
qualquer esforço de PSM.
Para a implementação de um PSM, são necessários 4 etapas da gestão:
 Estabelecimento de uma Cultura de Segurança;
 Liderança e Comprometimento Gerencial;
 A implementação de um programa Abrangente (ex.: 14 elementos);
 A obtenção da excelência por meio da Disciplina Operacional.
Os elementos do programa de Segurança de Processo devem ser auditados
mensalmente, medindo os indicadores pró-ativos e os reativos
Gustavo Coelho de Castro
30 de novembro de 2020 às 10:09

Gustavo é Consultor Sênior Segurança de Processo, Engenheiro Químico à UFRJ -


Escola de Química, Engenheiro de Processamento de Petróleo à Petrobras – CENPRO:
1977. Foi, na Petrobras - REDUC, Engenheiro de Análise de Processo, Coordenador
de Geral de Turno, Gerente Setorial - Destilação Atmosférica e a Vácuo (lubrificantes, e
combustíveis), Gerente Setorial – Destilação, Desasfaltação de Resíduo de Vácuo e
Transferência e Estocagem, Gerente Setorial - Destilação, Desaromatização com
Furfural, Desparafinação com MIBC e Hidrotratamento de Óleos Básicos Lubrificantes,
Gerente Produção - Combustíveis e Petroquímicos e posteriormente, na Sede PB, foi
Gerente de Confiabilidade do Abastecimento. Tem MBA em Gestão Empresarial
(IBMEC), Docente no Curso de Segurança de Processo (PUC – RJ), Docente no Curso
de Segurança de Processo ANP

Você também pode gostar