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I. Cuidados Pré-Natais..................................................................................................4
Avaliação da paciente obstétrica (CPN)...............................................................................5
História..................................................................................................................................6
Gestação e paridade......................................................................................................6
Exame físico........................................................................................................................7
Exames..................................................................................................................................7
Exames laboratoriais.....................................................................................................7
Ultrassonografia...........................................................................................................10
Outros exames por imagem......................................................................................10
Tratamento.........................................................................................................................11
Dietas e suplementos..................................................................................................11
Atividade física..............................................................................................................12
Viagens............................................................................................................................12
Imunizações...................................................................................................................12
Fatores de risco modificáveis...................................................................................13
Sintomas que requerem avaliação..........................................................................13
Informações adicionais......................................................................................................14
Idade gestacional............................................................................................................. 14
Avaliação da idade gestacional — novo classificação de Ballard..........................15
Fisiologia da gestação.......................................................................................................17
Fisiologia..............................................................................................................................17
Cardiovascular................................................................................................................17
Hematológico...................................................................................................................18
Urinário.............................................................................................................................19
Respiratória......................................................................................................................19
Gastrointestinais e hepatobiliares...............................................................................20
Endócrino.........................................................................................................................20
Dermatológico.................................................................................................................21
Sinais e sintomas...............................................................................................................22
Diagnóstico..........................................................................................................................23
Fármacos na gestação......................................................................................................24
Informações regulatórias sobre a segurança de fármacos durante a gestação.....24
Efeitos do uso de fármacos durante a gestação...........................................................24
Vacinas durante a gestação............................................................................................26
Vitamina A durante a gestação.......................................................................................27
Antidepressivos durante a gestação..............................................................................27
Fármacos sociais e ilícitas durante a gestação...........................................................27
II. Visão geral da gestação de alto risco.............................................................................29
Taxas de mortalidade materna em países selecionados.........................................30
Referências..........................................................................................................................31
Avaliação do risco durante a gestação..........................................................................31
III. Condução do trabalho de parto normal...........................................................................32
Início do trabalho de parto................................................................................................33
Estágios do trabalho de parto..........................................................................................33
Ruptura das membranas...................................................................................................35
Opções de nascimento......................................................................................................36
Admissão..............................................................................................................................36
Manobra de Leopold.......................................................................................................37
Preparação para o parto...................................................................................................39
Analgesia..............................................................................................................................39
Monitoramento fetal...........................................................................................................40
IV. Introdução a anormalidades e complicações do trabalho de parto e do parto..........................44
Gestação multifetal........................................................................................................... 45
Complicações......................................................................................................................45
Diagnóstico..........................................................................................................................46
Tratamento..........................................................................................................................46
Pontos-chave......................................................................................................................46
Pós-datismo.................................................................................................................... 46
Tratamento..........................................................................................................................47
Pontos-chave......................................................................................................................48
Ruptura das membranas pré-trabalho de parto.......................................................................48
(Ruptura prematura das membranas).............................................................................48
Sinais e sintomas...............................................................................................................49
Diagnóstico..........................................................................................................................49
Dicas e conselhos...........................................................................................................50
Tratamento..........................................................................................................................50
Conduta expectante.......................................................................................................51
Referência sobre o tratamento.....................................................................................51
Pontos-chave......................................................................................................................51
Distocia fetal.................................................................................................................... 52
Desproporção cefalopélvica.............................................................................................52
Apresentação occiptoposterior.........................................................................................53
Apresentação de face ou fronte.......................................................................................53
Apresentação pélvica.........................................................................................................53
Posição transversa.............................................................................................................55
Posição e apresentação do feto...................................................................................55
Distocia do ombro...............................................................................................................56
Pontos-chave......................................................................................................................57
Embolia por líquido amniótico..............................................................................................58
Referência geral..................................................................................................................58
Fisiopatologia......................................................................................................................58
Fatores de risco..............................................................................................................59
Sinais e sintomas...............................................................................................................59
Diagnóstico..........................................................................................................................60
Tratamento..........................................................................................................................60
Pontos-chave......................................................................................................................60
Trabalho de parto pré-termo................................................................................................61
Diagnóstico..........................................................................................................................62
Tratamento..........................................................................................................................62
Antibióticos.......................................................................................................................62
Tocolíticos........................................................................................................................63
Corticoides.......................................................................................................................63
Progestinas......................................................................................................................64
Referências sobre tratamento......................................................................................64
Pontos-chave......................................................................................................................65
Trabalho de parto prolongado..............................................................................................65
Etiologia................................................................................................................................66
Diagnóstico..........................................................................................................................66
Tratamento..........................................................................................................................66
Referência sobre o tratamento.........................................................................................67
Pontos-chave......................................................................................................................67
Prolapso do cordão umbilical...............................................................................................68
Prolapso oculto...................................................................................................................68
Prolapso evidente...............................................................................................................68
Ruptura uterina................................................................................................................ 68
Indução do trabalho de parto...............................................................................................69
Indicações............................................................................................................................70
Técnica.................................................................................................................................70
Referência sobre técnica...................................................................................................71
Parto vaginal cirúrgico........................................................................................................71
Referência geral..................................................................................................................72
Cesariana....................................................................................................................... 73
Indicações............................................................................................................................73
Técnica.................................................................................................................................74
Diagnóstico..........................................................................................................................75
Tratamento..........................................................................................................................75
Referência sobre o tratamento.....................................................................................77
Prevenção............................................................................................................................77
Pontos-chave......................................................................................................................77
Inversão uterina............................................................................................................... 78
Tratamento..........................................................................................................................78
Placenta acreta................................................................................................................ 79
Etiologia................................................................................................................................79
Sinais e sintomas...............................................................................................................80
Diagnóstico..........................................................................................................................80
Tratamento..........................................................................................................................80
Pontos-chave......................................................................................................................81
I. Cuidados Pré-Natais
Avaliação da paciente obstétrica
(CPN)
Por Raul Artal-Mittelmark , MD, Saint Louis University School of Medicine
Sangramento vaginal
Dor pélvica
Vômitos
Edema nos membros inferiores
Distúrbios obstétricos e não obstétricos específicos em gestantes são discutidos em
outras partes.
Referência
1. Shaw GM, O'Malley CD, Wasserman CR, et al : Maternal periconceptional use of
multivitamins and reduced risk for conotruncal heart defects and limb deficiencies among
offspring. Am J Med Genet 59:536–545, 1995. doi:10.1002/ajmg.1320590428.
História
Durante a consulta inicial, deve-se obter a história médica completa da paciente,
incluindo
A história familiar deve incluir doenças crônicas em familiares para identificar possíveis
fatores hereditários (avaliação genética ).
Durante as consultas subsequentes, as perguntas devem focar a ocorrência de
problemas recentes, em particular, sangramento vaginal ou perda de líquido, cefaleia,
alterações visuais, edema facial ou digital e alterações na frequência ou intensidade dos
movimentos fetais.
Gestação e paridade
A gestação é o número de gestações confirmadas; uma gestante é considerada uma
grávida. Paridade é o número de partos depois da 20ª semana. A gestação multifetal é
considerada como uma, em termos de gestação e paridade. Abortamento é o número de
gestações perdidas (abortos) antes da 20ª semana, não importando a causa (p. ex.,
aborto espontâneo, terapêutico ou eletivo; gestação ectópica). A soma de paridade e
abortos é igual ao número de gestaçãoes.
Paridade é, em geral, registrada como 4 números:
Exame físico
Exame físico geral detalhado, incluindo pressão arterial, altura e peso, é realizado
primeiro. Deve-se calcular e registrar o índice de massa corporal (IMC). Deve-se aferir a
pressão arterial e o peso em cada consulta pré-natal.
No exame obstétrico inicial, deve-se fazer exame pélvico bimanual e especular pelas
seguintes razões:
Exames
Exames laboratoriais
A avaliação pré-natal envolve testes de urina e exames de sangue. A avaliação
laboratorial inicial dever ser minuciosa; alguns componentes são repetidos durante as
consultas de acompanhamento pré-natal (ver tabela Componentes da avaliação pré-
natal de rotina).
Componentes da avaliação pré-natal de rotina
Tipo Consulta inicial Consulta de
acompanhamento
Exame físico Medida da altura
Medida do peso e da pressão arterial X
Exame de tireoide, coração, pulmões,
mamas, abdome, extremidades e fundo
óptico
Exame dos tornozelos para verificar X
edema
Exame pélvico completo
Exame para determinar a capacidade
pélvica
Exame do útero para determinar o X
tamanho e a posição fetal a
Se uma mulher tem sangue Rh negativo, ela pode ter o risco de desenvolver anticorpos
para Rho(D) e, se o pai tem sangue Rh-positivo, o feto pode ter o risco de
desenvolver eritroblastose fetal . Deve-se medir os níveis de anticorpos para Rh(D) em
gestantes na consulta pré-natal inicial e novamente em torno da 26ª à 28ª semana.
Nesse momento, mulheres com sangue Rh-negativo recebem uma dose profilática de
imunoglobulina Rho(D). Medições adicionais podem ser necessárias para prevenir o
desenvolvimento de anticorpos anti-Rh maternos.
Em geral, as mulheres passam rotineiramente por triagem para detectar diabetes
gestacional entre a 24ª e 28ª semana, usando o teste de tolerância à glicose 1 hora após
dose de 50 g de glicose. Mas se a gestante tiver fatores de risco significativos para a
doença, ela deve fazer o teste de triagem no 1º trimestre. Esses fatores de risco incluem
Diabetes gestacional ou um recém-nascido macrossômico (peso > 4.500 g ao
nascer) em uma gestação anterior
Perdas fetais inexplicáveis
Mulheres com alto risco de aneuploidia (p. ex., aquelas com > 35 anos, aquelas que
tiveram filho com síndrome de Down) devem passar por triagem com DNA livre de
células séricas maternas .
Em algumas gestantes, realizam-se exames de sangue para a triagem de distúrbios da
tireoide (medição do hormônio estimulante da tireoide [TSH]). Essas mulheres podem
incluir aquelas que
Têm sintomas
Vêm de uma área onde ocorre insuficiência de iodo moderada a grave
Têm história familiar ou pessoal de doenças da tireoide
Têm diabetes tipo 1
Têm história de infertilidade, parto prematuro ou aborto espontâneo
Passaram por radioterapia cefálica ou cervical
São obesas mórbidas (IMC > 40 kg/m2)
Têm > 30 anos
Ultrassonografia
A maioria dos obstetras recomenda pelo menos um exame de ultrassom durante a
gestação, idealmente entre a 16ª e a 20ª semana, quando a DPP ainda pode ser
confirmada com bastante exatidão e é possível avaliar a localização da placenta e a
anatomia fetal. A estimativa da idade gestacional baseia-se nas medidas fetais da
circunferência da cabeça, do diâmetro biparietal, da circunferência abdominal e do
comprimento do fêmur. A medição do comprimento cabeça-nádega fetal durante o 1º
trimestre é particularmente precisa para definir a DPP; a DPP pode variar em cerca de 5
dias quando se obtém as medições em < 12 semana de gestação e em cerca de 7 dias
entre a 12ª e a 15ª semana. A precisão da ultrassonografia para definir a DPP, quando
realizada no 3º trimestre, é de cerca de 2 a 3 semanas.
As indicações específicas para a ultrassonografia incluem
Investigação de anomalias durante o 1º trimestre (p. ex., indicada para resultados
anormais de testes de triagem maternos não invasivos)
Tratamento
Os problemas identificados durante a avaliação devem ser controlados.
Deve-se explicar às gestantes o que evitar, o que esperar e quando procurar por mais
avaliações. Os casais devem ser encorajados a frequentar cursos de orientação aos pais
na gestação.
Dietas e suplementos
Para a nutrição do feto, a maioria das mulheres necessita de cerca de 250 kcal extras
diárias, e a maior parte das calorias deve vir de proteínas. Se o ganho de peso materno
for excessivo (> 1,4 kg/mês nos primeiros meses) ou inadequado (< 0,9 kg/mês), a dieta
precisa ser modificada. Não se recomenda dieta para perda ponderal durante a
gestação, mesmo para mulheres com obesidade mórbida.
A maioria das gestantes necessita de suplementação diária de 300 mg de sulfato ferroso
por via oral ou 450 mg de gliconato ferroso, que pode ser mais bem tolerado. Mulheres
com anemia devem receber os suplementos duas vezes ao dia.
Todas as mulheres devem tomar vitaminas orais que contenham 400 mcg (0,4 mg) de
folato, uma vez ao dia no período pré-natal; isso reduz o risco de defeitos no tubo neural.
Para mulheres que já tiveram um feto ou lactente com defeito no tubo neural, a dose
diária recomendada é de 4.000 mcg (4 mg).
Atividade física
As gestantes podem continuar a realizar atividades físicas moderadas e exercícios, mas
devem tomar cuidado para não ferir o abdome.
Também podem continuar a manter relações sexuais durante toda a gestação, a menos
que ocorram sangramento vaginal, dor, perda de líquido amniótico ou contrações
uterinas.
Viagens
O período mais seguro para viajar é entre a 14ª e a 28ª semana, porém, não há
absolutamente nenhuma contraindicação em viajar, seja qual for o momento da
gestação. A gestante deve usar cinto de segurança independentemente da idade
gestacional e do tipo de veículo.
Viagens de avião são seguras até 36 semanas de gestação. A principal razão dessa
restrição é o risco de trabalho de parto em um ambiente desconhecido.
Imunizações
Vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela não devem ser administradas
durante a gestação. A vacina contra a hepatite B pode ser usada com segurança, se
houver indicação, e prescreve-se a vacina contra influenza para mulheres no segundo ou
terceiro trimestre de gestação durante a temporada de influenza. Recomenda-se
imunização de reforço para difteria, tétano e coqueluche (Tdap) entre a 27ª e a 36ª
semana de gestação ou no pós-parto, mesmo se as mulheres receberam todas as
vacinas.
Como as gestantes com tipo sanguíneo Rh negativo têm risco de desenvolver anticorpos
para Rho (D), elas recebem imunoglobulina, 300 mcg IM para Rho (D) em qualquer uma
das situações a seguir:
Exposição a pessoas com infecções virais ativas [p. ex., rubéola, infecção por
parvovírus (quinta doença), varicela]
Mulheres com sérios problemas de abuso de substâncias devem ser monitoradas por um
especialista em gestações de alto risco. Deve-se fazer triagem para violência
doméstica e depressão.
Deve-se desencorajar o uso de fármacos e vitaminas que não são clinicamente
indicados (ver Fármacos na gestação ).
Multíparas com história de parto rápido devem avisar o médico ao primeiro sintoma de
trabalho de parto.
Informações adicionais
Methods for estimating due date from the American College of Obstetricians and
Gynecologists (ACOG)
Idade gestacional
Por Robert L. Stavis , PhD, MD,
CALCULADORA CLÍNICA:
Fisiologia da gestação
Por Raul Artal-Mittelmark , MD, Saint Louis University School of Medicine
Fisiologia
A gestação causa modificações em todos os órgãos e sistemas maternos, a maioria
retorna ao normal após o parto. De maneira geral as mudanças são mais drásticas em
gestações múltiplas se comparadas à gestação única.
Cardiovascular
O débito cardíaco aumenta em 30 a 50%, com início por volta da 6ª semana e valor
máximo entre a 16ª e a 28ª semana (normalmente na 24ª semana). O débito cardíaco
permanece próximo dos níveis de pico até depois de 30 semanas. Em seguida, o débito
cardíacose torna sensível à posição do corpo. Posições que causam aumento uterino (p.
ex., posição deitada) que obstrui em parte a veia cava causam diminuição do débito
cardíaco. Em média, o débito cardíaco diminui levemente da 30º semana até o parto.
Durante o trabalho de parto, o débito cardíaco aumenta mais 30%. Após o parto, o útero
contrai e o débito cardíaco permanece de 15 a 25% acima do normal, então diminui
lentamente nas próximas 3 a 4 semanas até atingir os valores pré-gestacionais por volta
da 6ª semana pós-parto.
Para elevar o DC, a frequência cardíaca aumenta do valor normal de 70 para valores
que chegam a 90 bpm, e o volume sistólico também aumenta. Durante o 2º trimestre, a
pressão arterial normalmente cai (e a pressão de pulso se alarga), embora o débito
cardíaco e os níveis de renina e angiotensina aumentem em razão da expansão da
circulação uteroplacentária (desenvolvimento dos espaços intervilosos na placenta) e a
resistência vascular sistêmica diminua. A resistência diminui porque a viscosidade
sanguínea e a sensibilidade à angiotensina diminuem. Durante o 3º trimestre, a pressão
arterial pode voltar ao normal. Nas gestações gemelares, o DC aumenta mais e a
pressão arterial diastólica é menor na 20ª semana, se comparados à gestação com feto
único.
Urinário
As mudanças da função renal acompanham as da função cardíaca. A taxa de filtração
glomerular (TFG) aumenta de 30 a 50%, com pico entre a 16ª e a 24ª semana, e
permanece nesse nível até próximo do termo, quando pode diminuir ligeiramente porque
a pressão do útero sobre a veia cava costuma causar estase venosa nos membros
inferiores. O fluxo plasmático renal aumenta proporcionalmente. Como consequência, o
nitrogênio da ureia sanguínea geralmente diminui para < 10 mg/dL (< 3,6 mmol/L de
ureia), e o nível de creatinina diminui proporcionalmente para 0,5 a 0,7 mcg/dL (44 a 62
micromol/L). A dilatação acentuada dos ureteres (hidroureter) é causada por influências
hormonais (predominantemente por progesterona) e por obstrução decorrente da
pressão do útero aumentado nos ureteres, que também pode causar hidronefrose. No
puerpério, o sistema coletor urinário pode levar até 12 semanas para retornar ao normal.
Modificações posturais afetam a função renal, mais durante a gestação do que em
outras situações; isto é, a posição supina aumenta a função renal e a posição ereta
diminui a função renal. A função renal também aumenta acentuadamente na posição
lateral, especialmente quando deitado no lado esquerdo; essa posição alivia a pressão
do útero sobre os grandes vasos quando a gestante está em supinação. O aumento
posicional da função renal é uma das razões pelas quais a gestante necessita urinar com
frequência enquanto tenta dormir.
Respiratória
A função pulmonar se altera nas gestantes, em parte pelo aumento da progesterona e
em parte porque o aumento uterino interfere na expansão pulmonar.
A progesterona estimula o cérebro a diminuir os níveis de dióxido de carbono (CO2).
Para reduzir os níveis de CO2, o volume corrente, o volume-minuto e a frequência
respiratória se elevam, o que aumenta o pH plasmático. o consumo de oxigênio cresce
cerca de 20% para suprir o aumento metabólico necessário ao feto, à placenta e a vários
órgãos maternos. As reservas inspiratória e expiratória, o volume e a capacidade
residual e a PCO2 plasmática diminuem. A capacidade vital e a PCO2 plasmática não se
alteram. A circunferência torácica aumenta em torno de 10 cm.
Ocorrem hiperemia e edema consideráveis do trato respiratório. Ocasionalmente,
ocorrem obstrução nasofaríngea sintomática e congestão nasal, as tubas auditivas ficam
transitoriamente obstruídas, assim como o tom e o timbre da voz mudam.
Gastrointestinais e hepatobiliares
Na evolução da gestação, o útero aumentado pressiona o reto e as porções inferiores do
cólon, causando constipação intestinal. A motilidade gastrintestinal diminui em
decorrência dos níveis elevados de progesterona que causam relaxamento da
musculatura lisa. Pirose e eructações são frequentes, possivelmente como resultado da
demora do esvaziamento gástrico e do refluxo gastroesofágico, em razão do
relaxamento do esfíncter esofágico inferior e do hiato diafragmático. A produção de ácido
hidroclorídrico diminui; desse modo, é incomum o surgimento de úlcera péptica durante a
gestação e as úlceras preexistentes tornam-se menos agressivas.
A incidência de doenças da vesícula biliar aumenta um pouco. A gestação afeta
sutilmente a função hepática, em especial o transporte de bile. Os testes de função
hepática habitualmente são normais, mas os níveis de fosfatase alcalina aumentam de
modo progressivo durante o 3º trimestre e podem chegar a 2 ou 3 vezes acima dos
valores normais no parto; esse aumento decorre da produção placentária dessa enzima
e não da disfunção hepática.
Endócrino
A gestação altera as funções da maioria das glândulas endócrinas, em parte porque a
placenta produz hormônios e em parte porque a maioria dos hormônios circula sob a
forma de proteínas ligadoras e essas proteínas aumentam durante a gestação.
Dermatológico
O aumento dos níveis de estrogênio, progesterona e MSH contribuem para as mudanças
pigmentares, apesar de sua patogênese exata ser desconhecida. Essas alterações
incluem
Melasma (máscara gravídica), que são manchas de pigmento acastanhado que
cobre a testa e as proeminências malares
Escurecimento da aréola mamária, axila e genitais
Linea nigra, uma linha escura que aparece na parte inferior média do abdome.
Melasma
DR P. MARAZZI/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Linea nigra
Aranha vascular
Sinais e sintomas
A gestação pode causar ingurgitamento mamário pelo aumento dos níveis
de estrogênio (principalmente) e progesterona — uma extensão do ingurgitamento
mamário pré-menstrual. Náuseas, às vezes com vômitos, podem ocorrer por causa do
aumento da secreção de estrogênio e da subunidade beta da gonadotropina coriônica
(beta-hCG) sintetizados pelas células sinciciais da placenta, a partir de 10 dias após a
fertilização (ver Concepção e desenvolvimento pré-natal ). O corpo lúteo no ovário,
estimulado pela beta-hCG, continua a secretar grandes quantidades
de estrogênio e progesterona para manter a gestação. Muitas mulheres sentem-se
cansadas nesse período e poucas percebem logo a distensão abdominal.
As mães geralmente começam a sentir movimento fetal entre a 16ª e a 20ª semana.
Diagnóstico
Teste para beta-hCG na urina
ANÁLISE LABORATORIAL
Fármacos na gestação
Por Ravindu Gunatilake , MD, Valley Perinatal Services;
Em vez de categorias, a FDA agora exige que o rótulo forneça informações sobre o
fármaco específico em um formato consistente (chamado the final rule).
As informações exigidas pela FDA têm 3 subseções:
Gestação: informações relevantes para o uso do fármaco em gestantes (p. ex.,
dosagem, riscos fetais) e informações sobre se a presença de um registro que
coleta e mantém os dados sobre a maneira como as gestantes são afetadas pelo
fármaco
Lactação: informações sobre como usar o fármaco durante a amamentação (p.
ex., a quantidade de fármaco no leite materno, os efeitos potenciais sobre a
criança amamentada)
Mulheres e homens com potencial reprodutivo: informações sobre testes de
gestação, contracepção e infertilidade no que se refere ao fármaco
Cada uma das subseções de gestação e aleitamento incluem 3 subtítulos (resumo do
risco, considerações clínicas e dados) que fornecem mais detalhes.
Para uma lista de alguns fármacos com efeitos adversos durante a gestação, ver
tabela Alguns fármacos com efeitos adversos durante a gestação . Pode-se obter
informações adicionais sobre um determinado fármaco na seção de informações sobre
fármacos.
Os fármacos difundem-se pela placenta da mesma forma que atravessam outras
barreiras epiteliais ( Absorção de Fármacos ). A forma e a velocidade com que um
fármaco atravessa a placenta dependem do peso da molécula, da extensão de sua
ligação a outra substância (p. ex., proteína ligadora), da área disponível para troca
através do vilo placentário e da quantidade do fármaco metabolizada pela placenta. A
maioria dos fármacos com peso molecular < de 500 dáltons atravessa prontamente a
placenta e entra na circulação fetal. Substâncias com alto peso molecular (p. ex.,
fármacos ligados às proteínas) geralmente não atravessam a placenta. Uma exceção é a
imunoglobulina G, que pode ser usada para tratar doenças como trombocitopenia
aloimune fetal. Em geral, o equilíbrio entre o sangue materno e os tecidos fetais leva
pelo menos 30 a 60 minutos; mas alguns fármacos não alcançam concentrações
semelhantes na circulação materna e fetal.
O efeito de um fármaco sobre o feto é em grande parte determinado pela idade fetal na
exposição, fatores maternos, potência e dosagem do fármaco.
TABELA
Referências
The FDA's Content and Format of Labeling for Human Prescription Drug and Biological
Products; Requirements for Pregnancy and Lactation Labeling
Clinical Teratology Web
MotherRisk
II. Visão geral da gestação
de alto risco
Por Raul Artal-Mittelmark , MD, Saint Louis University School of Medicine
Données d'après the World Health Organization, United Nations Children’s Fund (UNICEF),
United Nations Population Fund (UNFPA), The World Bank, and the United Nations
Population Division . Trends in Estimates of Maternal Mortality Ratio (SCR; Maternal Deaths
per 100,000 Live Births) 2000–2017. Geneva, World Health Organization, 2019.
Hemorragia (27,1 %)
Distúrbios hipertensivos, incluindo pré-eclâmpsia (14,1%)
Sepse (10,7 %)
Abortamento, incluindo abortamento induzido , abortamento
espontâneo e gestação ectópica (≥ 8%)
Embolia pulmonar (3%)
Complicações obstétricas
Outros distúrbios [p. ex., distúrbios preexistentes como obesidade , parto cesárea e
doenças infecciosas (p. ex., infecção pelo HIV)]
Complicações obstétricas
Doenças maternas (p. ex., hipertensão, diabetes mellitus , obesidade , doenças
autoimunes )
Infecção
Anormalidades da placenta
Anomalias genéticas no feto
Malformações congênitas
Parto prematuro
Outras características maternas que aumentam o risco de mortalidade perinatal incluem
idade materna (muito mais jovem ou mais velha do que a média), status de solteiro,
tabagismo e gestações múltiplas.
Referências
1. Petersen EE, Nicole L. Davis NL, Goodman D, et al : Vital Signs: Pregnancy-related
deaths, United States, 2011–2015, and strategies for prevention, 13 states, 2013–
2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 68 (18): 423–429, 2019. doi:
10.15585/mmwr.mm6818e1
2. Small M, Allen T, Brown HL : Global disparities in maternal morbidity and
mortality. Semin Perinatol 41 (5): 318–322, 2017. doi: 10.1053/j.semperi.2017.04.009
3. Say L, Chou D, Gemmill A, et al : Global causes of maternal death: A WHO systematic
analysis. Lancet Glob Health 2 (6) :e323–33, 2014. doi: 10.1016/S2214-109X(14)70227-
X
4. Building U.S. Capacity to Review and Prevent Maternal Deaths : Report from Nine
Maternal Mortality Review Committees.
Referência geral
1. Technical Working Group, World Health Organization : Care in normal birth: A practical
guide. Birth Issues in Perinatal Care 24 (2):121–123, 2008.
https://doi.org/10.1111/j.1523-536X.1997.00121.pp.x.
A 1ª fase — do início do trabalho de parto até a dilatação total do colo (cerca de 10 cm)
— compreende 2 períodos, latente e ativo.
Durante o período latente, as contrações irregulares tornam-se progressivamente mais
bem coordenadas, o desconforto é mínimo e o colo se apaga e dilata até 4 cm. O
período latente é variável, sendo difícil precisar o tempo de duração, variando, em
média, 8 horas em nulíparas e 5 horas em multíparas; a duração é considerada anormal
se for > 20 horas em nulíparas e > 12 horas em multíparas.
Durante a fase ativa, o colo se torna plenamente dilatado e a apresentação fetal insinua-
se na pelve média. Em média, a fase ativa dura de 5 a 7 horas em nulíparas e de 2 a 4
horas em multíparas. Tradicionalmente, deve-e esperar que a cérvice dilate-se 1,2
cm/hora em nulíparas e 1,5 cm/hora em multíparas. Entretanto, dados recentes sugerem
que a progressão mais lenta da dilatação cervical de 4 a 6 cm pode ser normal ( 1). O
exame pélvico é feito a cada 2 a 3 horas a fim de se avaliar o progresso do trabalho de
parto. A falta de progresso da dilatação e a descida da apresentação podem indicar
distocia (desproporção cefalopélvica).
Permanecer em pé e deambular encurta o primeiro estágio do trabalho de parto em > 1
hora e reduz a taxa de parto cesárea (1).
Se as membranas não se romperem de modo espontâneo, alguns médicos usam
rotineiramente amniotomia (ruptura artificial das membranas) durante a fase ativa. Como
resultado, o trabalho de parto pode evoluir mais rápido e o líquido amniótico meconial
pode ser detectado precocemente. Nesse período, a amniotomia pode ser necessária
para monitorar o feto e confirmar o seu bem-estar. Deve-se evitar amniotomia em
mulheres com HIV ou hepatites B ou C, para que o feto não seja exposto a tais
organismos.
Opções de nascimento
A maioria das mulheres prefere o parto hospitalar e a maioria dos médicos o recomenda
em razão das complicações maternas ou fetais inesperadas que podem ocorrer durante
o parto ou no pós-parto, mesmo em mulheres sem fatores de risco. Cerca de 30% dos
partos hospitalares envolvem complicações obstétricas (p. ex., lacerações, hemorragia
pós-parto ). Outras complicações incluem descolamento de placenta anormal (separação
prematura), padrão cardíaco fetal não tranquilizador, distocias de ombro , necessidade
de cesariana de emergência, anormalidades e depressão neonatais.
Todavia, muitas mulheres desejam um ambiente mais caseiro para o parto; em resposta,
muitos hospitais fornecem instalações para um parto com poucas formalidades e
regulamentações rígidas, mas com equipamentos de emergência e equipe habilitada. As
maternidades podem ser independentes ou localizadas nos hospitais; os cuidados em
ambos os locais são semelhantes ou idênticos. Alguns hospitais certificam parteiras para
o cuidado de gestantes de baixo risco. As parteiras trabalham com o médico, que está
continuamente disponível para consultas e partos operatórios (p. ex., por fórceps,
extração a vácuo ou cesariana). Todas as opções de nascimento devem ser discutidas.
Admissão
Tipicamente, as gestantes são aconselhadas a ir para o hospital se acharem que suas
membranas se romperam ou estiverem sentindo contrações com duração de, pelo
menos, 30 s e que ocorram de modo regular com intervalos de 6 minutos ou menos. Na
primeira hora após a chegada ao hospital, se uma mulher está em trabalho de parto
geralmente pode ser determinada com base nos seguintes:
Se esses critérios não forem encontrados, o falso trabalho de parto pode ser
temporariamente diagnosticado e a gestante deve ser observada por algum tempo e, se
o trabalho de parto não se iniciar em poucas horas, é enviada de volta para casa.
Manobra de Leopold
(A) O fundo uterino é palpado para determinar que é ocupado pela parte fetal. (B) Cada
lado do abdome materno é palpado para determinar que lado corresponde à coluna fetal e
quais as extremidades. (C) A área acima da sínfise púbica é palpada para localizar a parte
em apresentação e assim determinar quanto o feto desceu e se está encaixado. (D) Uma
mão aplica pressão sobre o fundo, enquanto o dedo indicador e o polegar da outra mão
palpam a parte em apresentação para confirmar a apresentação e o encaixe.
Se o trabalho de parto estiver ativo e a gestação estiver a termo, uma enfermeira
obstetriz ou um médico realiza toque vaginal com os 2 dedos da mão (usando luva) para
avaliar a progressão do trabalho de parto. Se houver sangramento (em particular, se
intenso), adia-se o exame até que a localização da placenta se confirme por
ultrassonografia. Se o sangramento resultar de placenta prévia, o exame vaginal pode
desencadear hemorragia grave.
Se o trabalho de parto não estiver ativo, mas as membranas estiverem rotas, procede-se
a um exame especular inicialmente para documentar a dilatação e o apagamento
cervical e estimar a posição (local da parte apresentada); entretanto, adia-se o exame
digital até que ocorra a fase ativa do trabalho de parto ou problemas (p. ex., queda da
frequência cardíaca fetal). Se as membranas estiverem rotas, deve-se observar a
presença de mecônio fetal (o qual produz uma coloração marrom-esverdeada), pois
pode ser um sinal de estresse fetal. Se o trabalho de parto for pré-termo ( < 37 semanas)
ou não tiver se iniciado, deve-se realizar apenas um exame especular estéril e obter uma
cultura para gonococos, clamídia e estreptococos do grupo B.
Obtém-se dilatação cervical em centímetros, como o diâmetro de um círculo; com 10
cm é considerada completa.
O apagamento é estimado em porcentagens, de zero a 100%. O encurtamento do colo
pode ser obtido em centímetros usando-se como guia a média normal e não apagada do
comprimento cervical de 3,5 a 4,0 cm.
O plano de descida é expresso em centímetros acima ou abaixo das espinhas
isquiáticas. O nível da espinha isquiática corresponde ao plano 0; os níveis acima ( +) e
os abaixo (−) da espinha isquiática são medidos em cm. A situação fetal, a posição e a
apresentação são anotadas.
Posição descreve a relação do eixo axial do feto com aquele da mãe (longitudinal,
oblíquo, transverso).
Posição descreve a relação da parte fetal apresentada com a pelve materna (p.
ex., OEA — para cefálico, SDP — para pélvico).
Apresentação descreve a parte do feto na abertura cervical (p. ex., pelve, vértice,
ombros).
Depilar ou aparar a vulva e pelos pubianos não é indicado; isso aumenta o risco de
infecções por feridas.
Pode-se iniciar a infusão de Ringer lactato com cateter em acesso venoso na mão ou no
antebraço. Durante o trabalho de parto normal de 6 a 10 horas, a gestante deve receber
500 a 1.000 mL dessa solução. A infusão previne desidratação durante o trabalho de
parto e, em consequência, a hemoconcentração, além de manter adequado o volume
sanguíneo. O cateter possibilita a infusão imediata de fármacos ou sangue, caso
necessário. Os líquidos também são valiosos, se for utilizada anestesia epidural ou
espinal. Se o parto com instrumentos ou cesárea parece improvável, as mulheres podem
beber líquidos claros.
Analgesia
Os analgésicos podem ser utilizados durante o trabalho de parto, mas deve-se
administrar somente a menor quantidade requerida para o conforto materno, porque os
analgésicos atravessam a placenta, podendo causar depressão respiratória neonatal.
Pode ocorrer toxicidade neonatal, pois, antes da secção do cordão umbilical, o neonato,
cujos processos de metabolização e excreção são imaturos, livra-se do fármaco recebido
de maneira lenta, por meio de metabolização hepática ou excreção urinária. As
orientações sobre o nascimento e o parto reduzem a ansiedade.
Os médicos oferecem cada vez mais a injeção epidural (provendo a anestesia local)
como primeira escolha para a analgesia do parto. Tipicamente, o anestésico local (p. ex.,
ropivacaína a 0,2%, bupivacaína a 0,125%) é continuamente infundido, com frequência
com um opioide (p. ex., fentanila, sufentanila) no espaço epidural lombar. Inicialmente,
dá-se a anestesia com cautela para evitar a diminuição da consciência da pressão que
ajuda a estimular o empurrão e também para evitar o bloqueio motor. Deve-se
tranquilizar as mulheres de que a analgesia epidural não aumenta o risco de cesariana
(1).
Se a injeção epidural for contraindicada ou for preferível a administração IV, é comum
usar fentanil (100 mcg) ou sulfato de morfina (até 10 mg) IV a cada 60 a 90 minutos.
Ambos os opioides promovem boa analgesia com baixas doses. Se houver toxicidade,
pode-se administrar naloxona 0,01 mg/kg IM, IV, por via subcutânea ou endotraqueal ao
recém-nascido como um antagonista específico. A naloxona pode ser repetida dentro de
1 a 2 minutos com base na resposta do neonato. Os médicos devem checar o neonato 1
a 2 horas após a dose inicial de naloxona, pois os efeitos da dose inicial se atenuam.
Se fentanil ou morfina fornecem analgesia insuficiente, deve-se usar uma dose adicional
de opioide ou outro método analgésico em vez dos chamados fármacos sinérgicos (p.
ex., prometazina), que não têm nenhum antídoto. (Esses fármacos, na realidade, são
aditivas e não sinérgicas.) Os fármacos sinérgicos ainda são algumas vezes utilizadas,
pois diminuem as náuseas causadas pelos opioides; devem-se administrar doses
pequenas.
Referências à analgesia
1. Practice Guidelines for Obstetric Anesthesia : An Updated Report by the American
Society of Anesthesiologists Task Force on Obstetric Anesthesia and the Society for
Obstetric Anesthesia and Perinatology*. Anesthesiology 124:270–300, 2016. doi:
10.1097/ALN.0000000000000935.
Monitoramento fetal
O bem-estar fetal deve ser monitorado durante o trabalho de parto. Os principais
parâmetros basais são frequência cardíaca fetal e sua variabilidade, em particular como
eles mudam em resposta a contrações uterinas e movimento fetal. Como a interpretação
da frequência cardíaca fetal pode ser subjetiva, certos parâmetros foram definidos (ver
tabela Definições do monitoramento fetal ).
Vários padrões são reconhecidos; eles são classificados em 3 camadas [(categorias 1)],
que geralmente se correlacionam com o estado ácido-base do feto:
Categoria I: normal
Categoria II: indeterminado
Categoria III: anormal
Padrões anormais exigem ações imediatas para corrigi-los (p. ex., oxigênio suplementar,
reposicionamento, tratamento de hipotensão arterial materna, interrupção da oxitocina)
ou preparação para um parto acelerado.
Recomenda-se ouvir por pelo menos 1 a 2 minutos, com início no pico da contração
uterina a fim de checar desacelarações tardias. A ausculta periódica tem taxas menores
de falso-positivos para anormalidades e incidência de intervenções que o monitoramento
eletrônico contínuo e promove maior contato pessoal com a mulher durante o trabalho de
parto. Entretanto, seguir o padrão das diretrizes para ausculta é geralmente difícil e pode
não ser custo-efetivo. Além disso, a menos que efetuada cuidadosamente, a ausculta
pode não detectar anormalidades.
A maioria das complicações a seguir são evidentes antes do início do trabalho de parto:
Gestação multifetal
Gestação pós-termo
Ruptura das membranas pré-trabalho de parto (prematura)
Apresentação fetal anormal
Algumas das complicações a seguir se desenvolvem ou tornam-se evidentes durante o
trabalho de parto ou no parto:
Indução de parto
Parto vaginal operatório
Cesariana
A equipe de cuidados neonatais deve ser informada quando métodos alternativos de
parto são usados para que possa estar pronta para o tratamento de eventuais
complicações neonatais.
Gestação multifetal
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
Complicações
Gestação multifetal aumenta o risco de
Pré-eclâmpsia
Diabetes gestacional
Hemorragia pós-parto
Cesariana
Parto prematuro
Restrição do crescimento
O útero superdistendido tende a estimular o trabalho de parto prematuro, causando parto
pré-termo. O período de gestação médio é
Gêmeos: 35 a 36 semanas
Trigêmeos: 32 semanas
Quádruplos: 30 semanas
A apresentação fetal pode ser anômala. O útero pode se contrair após o parto da
primeira criança, descolando a placenta e aumentando o risco para o feto remanescente.
Algumas vezes, a distensão do útero dificulta sua contração pós-parto, provocando
atonia e hemorragia materna .
Algumas complicações se só desenvolvem em gestações multifetais. Um exemplo é a
síndrome de transfusão entre gêmeos (quando os gêmeos compartilham a mesma
placenta: essa síndrome resulta em comunicação vascular entre os dois, o que pode
levar ao compartilhamento desigual do sangue).
Diagnóstico
Ultrassonografia pré-natal
Suspeita-se de gestação múltipla quando o útero está grande para a idade gestacional;
isto fica evidente por ultrassonografia no pré-natal.
Tratamento
Cesariana quando indicada.
Pós-datismo
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
Tratamento
Indução do trabalho de parto e do parto
Às vezes, parto cesárea
A ruptura pré-parto das membranas (RPM) pode ocorrer a termo (≥ 37 semanas) ou mais
cedo (chamada RPM pré-termo se ocorrer em < 37 semanas).
A ruptura prematura de membranas pré-termo predispõe ao parto prematuro.
Diagnóstico
Acúmulo vaginal de líquido amniótico ou vérnix caseoso visível ou mecônio
Avaliação do líquido vaginal, mostrando cristalização ou alcalinidade (cor azul) em
papel de nitrazina
Amniocentese às vezes guiada por ultrassom com tintura para a confirmação
Efetua-se exame especular com material estéril para confirmar ruptura prematura das
membranas, estimar a dilatação cervical, coletar líquido amniótico para culturas e testes
de maturidade pulmonar fetal, bem como para obter amostras de culturas cervicais. O
exame pélvico digital, particularmente múltiplos exames, aumenta o risco de infecção e
deve ser evitado, a não ser que um parto iminente seja antecipado.
Dicas e conselhos
Se há suspeita de ruptura pré-parto das membranas, evitar exames pélvicos digitais, a
menos que o parto pareça iminente.
Se o feto for viável, as mulheres serão tipicamente hospitalizadas para avaliação fetal
seriada.
Tratamento
Parto, se houver comprometimento fetal, infecção ou idade gestacional ≥ 34
semanas
Caso contrário, repouso pélvico, monitoramento de perto, antibióticos e, algumas
vezes, corticoides
Quando a conduta apropriada não estiver clara, pode-se realizar testes de líquido
amniótico para avaliar a maturidade pulmonar fetal e, então, guiar a administração da
situação; a amostra pode ser obtida da vagina ou por amniocentese.
Conduta expectante
Quando se adota a conduta expectante, as atividades da mulher limitam-se ao repouso
no leito, com repouso pélvico total. Os níveis de pressão arterial, frequência cardíaca e
temperatura devem ser mensurados ≥ 3 vezes ao dia.
Antibióticos (normalmente, 48 h de ampicilina e eritromicina IV seguidas por 5 dias de
amoxicilina e eritromicina por via oral) são administrados; eles aumentam o período de
latência e diminuem o risco de morbidade neonatal.
Nas gestações com ≥ 24 semanas e < 34 semanas, deve-se administrar corticoides para
acelerar a maturidade pulmonar fetal. Pode-se considerar novamente o uso de
corticoides se todos os seguintes estão presentes:
A gestação tem < 34 semanas.
As mulheres correm o risco de entrar em trabalho de parto em 7 dias.
O último tratamento foi administrado ≥ 14 dias antes.
Desproporção cefalopélvica
O diagnóstico da desproporção fetopélvica é sugerido por estimativas clínicas pré-natais
das dimensões pélvicas , ultrassonografia e trabalho de parto prolongado.
Se o aumento do trabalho de parto restaura o progresso normal e o peso fetal
for < 5.000 g em mulheres sem diabetes ou < 4.500 g em mulheres com diabetes, o
trabalho de parto pode continuar com segurança.
Se a progressão é mais lenta que o esperado para o 2º estágio do trabalho de parto, as
mulheres são avaliadas para determinar se o parto operatório vaginal (com fórceps ou
extração a vácuo) é seguro e apropriado. Tentar fazer o parto de um feto muito grande
usando fórceps pode causar problemas.
Apresentação occiptoposterior
A apresentação fetal anormal mais comum é a occiptoposterior.
Apresentação pélvica
A 2ª apresentação fetal anormal mais comum é a pélvica (região glútea antes da
cabeça). Há vários tipos:
VÍDEO
A compressão do cordão umbilical pode causar hipoxemia fetal. A cabeça do feto pode
comprimir o cordão umbilical, se este for visível no introito, em particular em primíparas,
nas quais o períneo não foi afrouxado por partos anteriores.
Trauma no nascimento
Distocia (parto difícil)
Morte perinatal
A prevenção das complicações é mais eficiente e fácil do que seu tratamento, assim a
apresentação pélvica precisa ser identificada antes do parto. A cesariana, normalmente,
é realizada com 39 semanas ou quando a mulher entra em trabalho de parto, embora a
versão cefálica externa possa, algumas vezes, mover o feto para a apresentação
cefálica antes do trabalho de parto, geralmente com 37 ou 38 semanas. Esta técnica
envolve pressionar delicadamente o abdome materno para reposicionar o feto. Uma
dose tocolítica de ação rápida (terbutalina, 0,25 mg por via subcutânea) pode auxiliar
algumas mulheres. A taxa de sucesso é, aproximadamente, de 50 a 75%.
VÍDEO
Posição transversa
A apresentação fetal é dita transversa quando o eixo longitudinal fetal encontrar-se
oblíquo ou perpendicular, em vez de paralelo, ao eixo longitudinal materno. A
apresentação córmica requer cesariana, a menos que o feto seja o 2º gemelar.
Perto do final da gestação, o feto se move para a posição do parto. Normalmente, a posição
de um feto é voltada para trás (occipital anterior) com a face e o corpo inclinados para um
lado e o pescoço fletido, e a apresentação é primeiro a cabeça (cefálica).
VÍDEO
Pontos-chave
Se a desproporção fetopélvico faz o trabalho de parto evoluir mais
lentamente do que o esperado no 2º estágio do trabalho de parto, avaliar as
mulheres para determinar se o parto operatório vaginal é seguro e
apropriado.
Muitas apresentações occiptoposteriores necessitam de parto operatório
vaginal ou cesariana.
Na apresentação pélvica, a parte da apresentação contribui muito pouco para
a dilatação cervical, o que pode ocasionar o encarceramento do polo cefálico
na hora do parto, frequentemente comprimindo o cordão umbilical.
Para apresentação pélvica, geralmente fazer cesariana em 39 semanas ou
durante o trabalho de parto, mas a versão cefálica externa algumas vezes é
bem-sucedida antes do trabalho de parto em 37 ou 38 semanas.
Depois de reconhecida a distocia do ombro, convocar mais profissionais
para a sala, e tentar várias manobras sequencialmente para soltar o ombro
anterior; se essas manobras não forem bem sucedidas, retornar a cabeça
fetal à vagina ou ao útero e fazer cesariana.
Referência geral
1. Clark SL: Amniotic fluid embolism. Obstet Gynecol 123:337-348, 2014. doi:
10.1097/AOG.0000000000000107.
Fisiopatologia
O termo "embolia" do líquido amniótico consagrado implica um distúrbio principalmente
mecânico, obstrutivo, como ocorre no tromboembolismo ou embolia aérea. Mas como o
líquido amniótico é completamente solúvel no sangue, ele não pode causar obstrução.
Além disso, as pequenas quantidades de células fetais e fragmentos de tecido que
podem acompanhar o líquido amniótico na circulação materna são muito pequenos para
obstruir de maneira mecânica e suficiente a árvore vascular pulmonar a fim provocar
alterações hemodinâmicas acentuadas que ocorrem nessa síndrome.
Em vez disso, pensa-se atualmente que a exposição a antígenos fetais durante o parto
ativa mediadores pró-inflamatórios, que desencadeiam uma cascata inflamatória
impressionante e liberam substâncias vasoativas (p. ex., noradrenalina) semelhantes à
síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) que ocorre na sepse e no choque
séptico.
A resposta inflamatória provoca danos aos órgãos, especialmente pulmões e coração, e
desencadeia a cascata de coagulação, resultando em coagulação intravascular
disseminada (CID). A hipóxia e hipotensão materna resultantes têm efeitos profundos
negativos sobre o feto.
Como a exposição materna aos antígenos fetais é provavelmente bastante comum
durante o trabalho de parto e o parto, não está claro por que apenas algumas mulheres
desenvolvem embolia de líquido amniótico. Considera-se que os diferentes antígenos
fetais em quantidades variáveis provavelmente interagem com fatores de
susceptibilidade materna desconhecidos.
Fatores de risco
Muitos fatores estão associados a um risco aumentado de embolia por líquido amniótico,
mas as evidências são inconsistentes. Assim como acontece com a exposição a
antígenos fetais, muitos dos fatores de risco são comuns ou pelo menos muito mais
prováveis do que a embolia de líquido amniótico, e não há um bom entendimento
fisiopatológico da razão por que apenas algumas mulheres com fatores de risco
desenvolvem a síndrome. Mas geralmente considera-se que o risco é maior por causa
dos seguintes:
Cesariana
Idade materna avançada
Gestação multifetal
Descolamento prematuro da placenta
Trauma abdominal
Placenta prévia
Ruptura uterina
Lacerações cervicais
Parto com fórceps
Polidrâmnios
Indução de parto
Sinais e sintomas
A embolia de líquido amniótico costuma se manifestar durante e logo após o parto. O
primeiro sinal pode ser parada cardíaca súbita. Outras pacientes podem subitamente
desenvolver dispneia e apresentar taquicardia, taquipneia e hipotensão. Insuficiência
respiratória, com cianose significativa, hipóxia e crepitações pulmonares, muitas vezes
sucedem-se rapidamente.
A coagulopatia se manifesta como sangramento do útero e/ou locais das incisões e
venipuntura.
Diagnóstico
Avaliação clínica
Exclusão de outras causas
Hipóxia súbita
Hipotensão
Coagulopatia
Tratamento
Cuidados de suporte
O tratamento da embolia de líquido amniótico é de suporte. Há indicação de transfusão
de hemácias (conforme necessário para repor o sangue perdido), plasma fresco
congelado e fatores da coagulação (como indicado para reverter a coagulopatia), além
de suporte ventilatório e circulatório, com inotrópicos positivos conforme necessário. O
fator recombinante VIIa não deve ser utilizado rotineiramente, mas pode ser
administrado a mulheres que continuam a sangrar muito apesar do uso de outros fatores
de coagulação.
O parto cirúrgico imediato pode melhorar o desfecho materno e pode ser crucial para a
sobrevivência do feto em uma idade gestacional viável.
Pontos-chave
Embolia por líquido amniótico normalmente ocorre durante o trabalho de
parto e no parto e causa a tríade hipóxia, hipotensão e coagulopatia.
A doença não é um fenômeno embólico mecânico, mas é provavelmente uma
resposta bioquímica em que a exposição aos antígenos fetais desencadeia
uma resposta inflamatória intensa na mãe.
A mortalidade é elevada, e as pacientes requerem suporte respiratório
agressivo, imediato e hemodinâmico e reposição dos fatores de coagulação.
O parto imediato é necessário para a sobrevivência do feto em uma idade
gestacional viável; também pode melhorar os desfechos maternos.
Julie S. Moldenhauer
A maioria das mulheres com diagnóstico presumido de parto pré-termo não progridem
para o parto.
Tratamento
Antibióticos efetivos para estreptococos do grupo B, se o resultado da cultura
estiver pendente
Tocolíticos
Corticoides se a idade gestacional é < 34 semanas
Progestina em gestações futuras
O repouso no leito e a hidratação geralmente são utilizados inicialmente.
Antibióticos
Antibióticos efetivos para estreptococos do grupo B são administrados, caso esteja
pendente o resultado negativo da cultura anovaginal. As escolhas incluem o seguinte:
Tocolíticos
Se a cérvice uterina se dilatar, agentes tocolíticos (fármacos que podem interromper as
contrações uterinas) podem retardar o trabalho de parto por, pelo menos, 48 h, de modo
que podem ser ministrados corticoides para reduzir os riscos ao feto. Tocolíticos incluem
Sulfato de magnésio
Bloqueador do canal de cálcio
Inibidores da prostaglandina
Nenhum tocolítico é claramente uma escolha de primeira linha; a escolha deve ser
individualizada para minimizar os efeitos adversos.
Corticoides
Se o feto tem ≥ 24 semanas e < 34 semanas, as mulheres recebem corticoides a menos
que o parto seja iminente. Pode-se considerar novamente o uso de corticoides se todos
os seguintes estão presentes:
Progestinas
Recomendou-se uma progesterona em futuras gestações para as mulheres com parto
prematuro a fim de reduzir o risco de recorrência. Esse tratamento é iniciado durante o
2º trimestre e continuado até um pouco antes do parto.
A fase ativa do trabalho de parto geralmente ocorre após dilatação cervical de ≥ 4 cm.
Normalmente, a dilatação cervical e a descida do polo cefálico fetal pelo canal de parto
acontecem a uma velocidade de pelo menos 1 cm/h, sendo mais rápida em multíparas.
Etiologia
O trabalho de parto prolongado pode resultar da desproporção cefalopélvica (o feto não
consegue se ajustar à pelve materna), em decorrência das dimensões reduzidas da
bacia fetal ou de feto anormalmente grande ou que se encontra em posição anômala
(distocia fetal ).
Outra causa do trabalho de parto prolongado é a ocorrência de contrações muito fracas
ou infrequentes (disfunção hipotônica uterina) ou, ocasionalmente, muito fortes ou
próximas (disfunção hipertônica uterina).
Diagnóstico
Avaliação das dimensões pélvicas, tamanho e posição feta, assim como das
contrações uterinas
Frequentemente, resposta ao tratamento
A avaliação das dimensões pélvicas e fetais, bem como a posição fetal (parte do exame
obstétrico completo ) algumas vezes é capaz de determinar se a causa é a desproporção
fetopélvica. Por exemplo, peso fetal > 5.000 g (> 4.500 g em mulheres diabéticas) sugere
desproporção cefalopélvica.
A disfunção uterina é diagnosticada pela avaliação da intensidade ou duração das
contrações por palpação do útero ou uso de catéter intrauterino.
Tratamento
Ocitocina
Às vezes, parto operatório se o 2º estágio do trabalho de parto é prolongado
Cesariana para desproporção cefalopélvica ou disfunção hipotônica intratável
Se o 1º ou 2º estágio do trabalho de parto ocorrer muito lentamente e o peso fetal
for < 5.000 g (< 4.500 g em mulheres diabéticas), o trabalho de parto pode ser
intensificado com ocitocina, que é o tratamento para disfunção hipotônica. Se o
progresso normal for restaurado, então pode-se proceder ao trabalho de parto. Se não, a
desproporção cefalopélvica ou disfunção hipotônica intratável poder estar presente, e
então a cesariana será necessária.
Se o 2º estágio do trabalho de parto for prolongado, fórceps ou extração a vácuo pode
ser apropriado após avaliação do tamanho, apresentação e posição fetais [2 cm abaixo
das espinhas isquiáticas maternais (+2) ou menos] e avaliação da pelve materna.
O 2º estágio do trabalho de parto é considerado prolongado nestes casos:
Prolapso oculto
No prolapso oculto, muitas vezes o cordão é comprimido por um ombro ou pela cabeça.
O único indício pode ser um padrão de frequência cardíaca fetal (detectado por
monitoramento fetal) sugestivo de compressão do cordão e progressão para hipoxemia
(p. ex., bradicardia grave, desacelerações variáveis graves).
Prolapso evidente
O prolapso evidente ocorre com a ruptura das membranas amnióticas e com mais
frequência nas apresentações pélvicas ou transversas. O prolapso evidente também
ocorre nas apresentações cefálicas, em particular se a ruptura das membranas
(espontânea ou iatrogênica) acontecer antes de a cabeça estar insinuada.
O tratamento do prolapso evidente é iniciado com o levantamento delicado da parte de
apresentação, mantendo-a segura continuamente nessa posição para que o cordão
prolapsado restaure seu fluxo sanguíneo natural, enquanto se realiza cesariana de
emergência. A posição de mulher de joelhos-queixo e a administração de terbutalina,
0,25 mg IV podem auxiliar na redução das contrações.
Ruptura uterina
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
A ruptura uterina é rara. Ela pode ocorrer durante gestação tardia ou trabalho de parto
ativo.
A ruptura uterina ocorre na maioria das vezes ao longo das linhas de cicatrizes em
mulheres que já tiveram cesarianas . Outros fatores predisponentes são anormalidades
uterinas congênitas, trauma e outros procedimentos cirúrgicos uterinos como
miomectomias ou cirurgia materna-fetal aberta.
As causas da ruptura uterina incluem
Superdistensão uterina (decorrente de gestação multifetal , polidrâmnio ou
anomalia fetal)
Versão fetal externa ou interna
Perfuração iatrogênica
Uso excessivo de uterotônicos
Incapacidade de reconhecer distocia no trabalho de parto com contrações uterinas
excessivas em relação a um anel uterino de restrição inferior
Indicações
Indução do trabalho de parto pode ser
Antes da indução eletiva, deve-se determinar a idade gestacional. A indução eletiva não
é recomendada antes da 39ª semana.
Técnica
Caso a cérvice esteja fechada, longa e firme (colo desfavorável), o objetivo é fazer com
que se abra tornando-se favoravelmente apagada. Vários fármacos ou métodos
mecânicos podem ser usados. Incluem
Referência geral
1. Spong CY, Berghella V, Wenstrom KD, et al : Preventing the first cesarean delivery:
Summary of a joint Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human
Development, Society for Maternal-Fetal Medicine, and American College of
Obstetricians and Gynecologists Workshop. Obstet Gynecol 120 (5):1181–1193, 2012.
doi: http://10.1097/AOG.0b013e3182704880.
Cesariana
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
Até 30% dos partos nos EUA são realizados por cesariana. A taxa de cesarianas é
flutuante. Aumentou recentemente, em particular em vista do interesse no risco
aumentado de ruptura uterina em mulheres que decidem pelo parto vaginal após
cesariana.
Indicações
Embora as taxas de morbidade e mortalidade da cesariana sejam baixas, ainda são
algumas vezes maiores que as do parto normal; assim, a cesariana deve ser feita
apenas nas ocasiões em que for mais segura para mãe ou feto que o parto normal.
Muitas mulheres se interessam por cesarianas eletivas. O motivo para essa escolha
consiste na preservação do assoalho pélvico (e incontinência subsequente) e evitar
sérias complicações fetais intraparto. Entretanto, seu uso é controverso e requer
discussão entre a mulher e seu médico; a discussão deve incluir os riscos imediatos e os
planos reprodutivos a longo prazo (p. ex., quantas crianças a mãe pretende ter).
Muitas cesarianas são realizadas em pacientes com cesariana anterior, pois o parto
vaginal aumentaria o risco de ruptura uterina; entretanto, o risco global de ruptura uterina
nesses casos é apenas de cerca de 1% (o risco é maior para mulheres que tiveram
múltiplas cesarianas anteriores ou incisão vertical no útero, em particular se esta se
estende através do corpo do útero).
O parto vaginal é bem-sucedido em cerca de 60% a 80% das mulheres com apenas uma
cesariana anterior, e deve ser oferecido às mulheres nessa condição cuja incisão é
segmentar uterina transversa. O sucesso do parto vaginal após cesariana depende da
indicação para a cesariana inicial. O parto vaginal após cesariana deve ser realizado em
uma instalação onde um obstetra, anestesista e uma equipe cirúrgica estejam
imediatamente disponíveis, o que torna o parto vaginal após cesariana impraticável em
algumas situações.
Técnica
Durante a cesariana, a equipe especializada em reanimação neonatal deve estar
rapidamente disponível.
A incisão uterina pode ser clássica ou no segmento inferior.
Tratamento
Remoção dos tecidos placentários retidos e reparação das lacerações genitais
Uterotônicos (p. ex., ocitocina, prostaglandinas, metilergonovina)
Reposição de líquidos e às vezes transfusão
Algumas vezes, procedimentos cirúrgicos
Expande-se o volume intravascular com soro fisiológico a 0,9% até 2 L IV; transfusão
sanguínea é utilizada se esse volume salino for inadequado.
Tratamento da hemorragia pós-parto
Procedimento por Kate Barrett, MD e Will Stone, MD, Walter Reed National Military
Medical Center Residency in Obstetrics and Gynecology; Barton Staat, MD, Uniformed
Services University; e Shad Deering, COL, MD, Chair, Department of Obstetrics and
Gynecology, Walter Reed National Military Medical Center Residency in Obstetrics and
Gynecology; Auxiliado por Elizabeth N Weissbrod, MA, CMI, Eric Wilson, 2LT, e Jamie
Bradshaw no Val G. Hemming Simulation Center na Uniformed Services University.
Procedimento por Kate Leonard, MD, e Will Stone, MD, Walter Reed National Military
Medical Center Residency in Obstetrics and Gynecology; e Shad Deering, COL, MD,
Chair, Department of Obstetrics and Gynecology, Uniformed Services University.
Auxiliado por Elizabeth N. Weissbrod, MA, CMI, Eric Wilson, 2LT, e Jamie Bradshaw em
Val G. Hemming Simulation Center na Uniformed Services University.
Procedimento por Kate Barrett, MD e Will Stone, MD, Walter Reed National Military
Medical Center Residency in Obstetrics and Gynecology; Barton Staat, MD, Uniformed
Services University; e Shad Deering, COL, MD, Chair, Department of Obstetrics and
Gynecology, Uniformed Services University e Walter Reed National Military Medical
Center. Auxiliado por Elizabeth N Weissbrod, MA, CMI, Eric Wilson, 2LT e Jamie
Bradshaw no Val G. Hemming Simulation Center na Uniformed Services University.
Tenta-se a hemostasia por massagem uterina bimanual e infusão de ocitocina IV. Uma
solução de ocitocina diluída [10 ou 20 (até 80) unidades/1.000 mL de líquido IV] em 125
a 200 mL/h é dada imediatamente após a dequitação da placenta. Deve-se continuar o
fármaco até que o útero esteja firme; então o fármaco é diminuído ou suspenso. A
ocitocina não deve ser administrada em bolus IV pois pode ocorrer hipotensão grave.
Pontos-chave
Antes do parto, avaliar o risco de hemorragia pós-parto, incluindo a
identificação dos fatores de risco pré-natais (p. ex., distúrbios hemorrágicos,
gestação multifetal, polidrâmnios, feto anormalmente grande, multiparidade
extensa).
Reforçar o volume intravascular, reparar lacerações genitais e remover
tecidos placentários retidos.
Massagear o útero e usar uterotônicos (p. ex., ocitocina, prostaglandinas,
metilergonovina) se necessário.
Se a hemorragia persistir, considerar compressas, procedimentos cirúrgicos
e transfusão de hemoderivados.
Para mulheres com risco, fazer o parto lentamente e sem intervenções
desnecessárias.
Inversão uterina
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
A inversão uterina é uma emergência médica rara na qual o corpo uterino vira
pelo avesso, protraindo-se através do colo do útero até o interior da vagina ou
além da abertura vaginal.
O útero é mais comumente invertido quando muita tração é aplicada no cordão umbilical,
na tentativa de retirar a placenta. As seguintes condições podem contribuir:
Ocultar detalhes
Procedimento por Kate Leonard, MD, e Will Stone, MD, Walter Reed National Military
Medical Center Residency in Obstetrics and Gynecology; e Shad Deering, COL, MD,
Chair, Department of Obstetrics and Gynecology, Uniformed Services University.
Auxiliado por Elizabeth N. Weissbrod, MA, CMI, Eric Wilson, 2LT, e Jamie Bradshaw em
Val G. Hemming Simulation Center na Uniformed Services University.
O fundo uterino é manipulado por vias vaginal e abdominal para fazer com que o útero
volte à sua posição habitual. Depois que o útero estiver no lugar, as mulheres devem
receber um fármaco uterotônico (p. ex., infusão de ocitocina) para reduzir a
probabilidade de reinversão e hemorragia.
Placenta acreta
Por Julie S. Moldenhauer , MD, Children's Hospital of Philadelphia
Na placenta acreta, as vilosidades placentárias não estão contidas por células deciduais
uterinas, como geralmente ocorre, mas estendidas para o miométrio.
Etiologia
O principal fator de risco para a placenta acreta é
Cirurgia uterina prévia
Sinais e sintomas
Normalmente, o sangramento vaginal é abundante durante a separação manual da
placenta após o parto do feto. Mas o sangramento pode ser mínimo ou ausente, mas
pode ocorrer não dequitação da placenta depois de 30 minutos do parto do feto.
Diagnóstico
Ultrassonografia para mulheres em risco
Tratamento
Cesariana/histerectomia programada
Raramente (p. ex., quando placenta acreta é focal, uterina ou posterior), os médicos
podem tentar salvar o útero, mas apenas se não há hemorragia aguda. Por exemplo, o
útero pode ser deixado no lugar, e uma dose alta de metotrexato pode ser administrada
para dissolver a placenta; esse procedimento só é feito em determinados centros.
Embolização arterial uterina, ligadura arterial e tamponamento com balão também são às
vezes usados.
Pontos-chave
Nos EUA, a placenta acreta é cada vez mais comum, ocorrendo com mais
frequência em mulheres que tiveram placenta prévia após cesariana em uma
gestação anterior.
Considerar o uso de ultrassonografia periódica para examinar as mulheres
com > 35 anos de idade ou que são multíparas (particularmente se placenta
prévia se desenvolveu anteriormente ou de elas tiveram cesariana antes),
que têm miomas submucosos ou lesões endometriais ou que tiveram
cirurgia uterina prévia.
Suspeitar de placenta acreta se a placenta não foi liberada 30 minutos após o
parto do lactente, se as tentativas de remoção manual não podem criar um
plano de separação ou se a tração da placenta causar hemorragia intensa.
Se placenta acreta é diagnosticada, fazer histerectomia cesariana na 34ª
semana, a menos que a mulher recuse.