Você está na página 1de 316

Livro Eletrônico

Aula 00

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


Professor: Lucas de Abreu Evangelinos

Aula Demonstrativa
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

1/314

Sumário

Sumário___________________________________________________________ 1
Apresentação do Curso ______________________________________________ 12
Apresentação Pessoal _____________________________________________ 12
Contatos _______________________________________________________ 13
Curso de Direito Empresarial________________________________________ 13
Metodologia do Curso _____________________________________________ 13
Cronograma das Aulas ____________________________________________ 14
Teoria Geral dos Títulos de Crédito _____________________________________ 16
1. Introdução __________________________________________________ 16
1.1. Os particulares podem criar novos títulos de crédito? _____________ 16
1.1.1. E qual regramento se aplica aos títulos de crédito atípicos
(inominados)? _______________________________________________ 17
1.2. Qual a natureza jurídica do título de crédito? ___________________ 18
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 18
1.2.1. Em que momento nasce a obrigação cambiária segunda a teoria da
declaração unilateral de vontade? ________________________________ 19
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 20
1.2.1.1.1. _____ Qual das 3 (três) teorias foi adotada pelo ordenamento
jurídico brasileiro? ________________________________________ 20
1.3. O que é teoria da propriedade? ______________________________ 22
2. Funções dos títulos de crédito ___________________________________ 22
3. Classificação dos títulos de crédito _______________________________ 22
3.1. Os títulos de crédito atípicos são títulos executivos extrajudiciais? ___ 26
3.2. É possível a criação de título de crédito atípico ao portador? _______ 27
3.3. Em que consiste a letra de arrendamento mercantil? _____________ 27
4. Características dos títulos de crédito ______________________________ 27
4.1. Bem móvel ______________________________________________ 27
4.2. Natureza pro solvendo _____________________________________ 28
4.3. Circulação _______________________________________________ 29
4.4. Títulos de apresentação ____________________________________ 29
4.5. Obrigação quesível ________________________________________ 29
4.6. Título de resgate _________________________________________ 30
4.7. Executividade ____________________________________________ 30
4.8. Presunção de liquidez e certeza ______________________________ 30
4.9. Formalismo______________________________________________ 31
4.10. Solidariedade cambiária ____________________________________ 32
4.10.1. A solidariedade cambiária é igual à solidariedade civil? ________ 32
4.10.2. A solidariedade cambiária atinge os avais simultâneos? _______ 34
5. Princípios dos títulos de crédito __________________________________ 34
5.1. Princípio Cartularidade (ou incorporação) ______________________ 35
5.1.1. Quais são as aplicações do princípio da cartularidade (incorporação)?
35
5.1.2. O princípio da cartularidade comporta exceções? ______________ 36
5.2. Princípio da Autonomia_____________________________________ 37
5.2.1. E o que se entende por circulação para fins de aplicação do princípio
da autonomia? _______________________________________________ 38
5.2.2. Subprincípio da Abstração ________________________________ 40
5.2.2.1. Conceito ambíguo da abstração ________________________ 40

- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

2/314

5.2.3. Subprincípio da inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de


boa-fé 41
5.2.3.1. Quais situações representam má-fé do terceiro? ___________ 42
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 42
5.2.3.1.1. _________________________ Questões de Prova Discursiva
43
Ministério Público Estadual ______________________________ 43
5.3. Princípio da Literalidade ____________________________________ 43
5.3.1. O princípio da literalidade aplica-se na íntegra às duplicatas? _____ 44
5.3.2. Do que se trata a literalidade indireta? ______________________ 44
5.4. O que é o princípio da independência? ________________________ 44
Letra de Câmbio ___________________________________________________ 45
1. Legislação de leitura essencial ___________________________________ 45
2. Introdução __________________________________________________ 45
3. Origem da letra de câmbio _____________________________________ 46
4. Lei Uniforme de Genebra _______________________________________ 47
4.1. A LUG foi integrada ao direito brasileiro? _______________________ 48
4.2. Todas as normas contidas na LUG devem ser obrigatoriamente
adotadas pelo país signatário? ____________________________________ 48
4.2.1. Questões de Prova Discursiva _____________________________ 49
Ministério Público Estadual ______________________________ 49
5. Partes______________________________________________________ 51
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 52
5.1. O sacador (emitente), o sacado (devedor) e o tomador (beneficiário)
podem ser a mesma pessoa? Podem ser pessoas jurídicas? ______________ 52
5.2. Espécies de devedores _____________________________________ 53
6. Requisitos intrínsecos _________________________________________ 53
6.1. A ausência de capacidade do agente invalida o título de crédito? ____ 54
7. Requisitos legais _____________________________________________ 54
7.1. Os requisitos devem estar presentes desde o momento da emissão da
letra de câmbio? _______________________________________________ 56
7.2. É suficiente para identificação do título de crédito o termo “letra”? Ou é
necessária a expressão completa “letra de câmbio”? ___________________ 56
7.3. Há um “mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada” na
letra de câmbio? _______________________________________________ 57
7.4. E se a quantia apontada por extenso divergir da numérica? ________ 57
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 57
7.5. É admitida o apontamento de quantia em dólar na letra de câmbio? _ 58
7.6. É autorizada a pactuação de juros remuneratórios (compensatórios) na
letra de câmbio? _______________________________________________ 58
7.7. A simples identificação do sacado (devedor) na letra de câmbio lhe
obriga a realizar o pagamento? ____________________________________ 59
7.8. O sacador (emitente) pode identificar na letra de câmbio duas ou mais
pessoas? _____________________________________________________ 59
7.9. Por que é essencial apontar o beneficiário da letra de câmbio?______ 59
7.10. O sacador (emitente) pode apontar mais de um sacado (devedor)? __ 60
7.11. O que se entende por “saque”? ______________________________ 60
7.12. Quais as consequências da assinatura do sacador (emitente) na letra de
câmbio? ______________________________________________________ 60
7.13. A assinatura do sacador (emitente) pode ser lançada por mandatário?
60
7.14. É possível emitir uma letra de câmbio em branco? _______________ 61
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 62
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

3/314

8. Declarações cambiárias ________________________________________ 62


8.1. Aceite __________________________________________________ 63
8.1.1. Qual a forma do aceite? __________________________________ 63
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 64
8.1.1.1. E se o aceite for dado no verso do título?_________________ 64
8.1.1.2. O aceite é válido se for dado fora do título de crédito? ______ 64
8.1.2. Existe direito de arrependimento do aceite? __________________ 64
8.1.3. O aceite deve ser datado? ________________________________ 65
8.1.4. Apresentação para aceite _________________________________ 65
8.1.5. Na letra de câmbio com pagamento à vista, é possível a
apresentação para aceite? ______________________________________ 66
8.1.6. Em que consiste o direito à reapresentação? __________________ 67
8.1.7. O que ocorre se o título for apresentado para aceite, mas for retido
pelo sacado (devedor)? ________________________________________ 67
8.1.8. Apresentação para aceite e desfechos _______________________ 68
8.1.8.1. Existe diferença entre falta e recusa de aceite? ____________ 69
8.1.9. Aceite qualificado, o que é isso?____________________________ 69
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 70
8.1.9.1. Há vencimento antecipado no caso de aceite limitativo? _____ 70
8.1.10. Qual a finalidade da cláusula não aceitável? ________________ 70
8.2. Endosso ________________________________________________ 71
8.2.1. Cláusula à ordem _______________________________________ 71
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 72
8.2.1.1. E se o endosso for feito em título de crédito com cláusula não à
ordem? 72
8.2.2. Qual a forma do endosso? ________________________________ 73
8.2.2.1. E se não tiver espaço na letra de câmbio para endossá-la? ___ 73
8.2.3. Qual a diferença entre endosso em preto e em branco? _________ 73
8.2.3.1. O endosso em branco pode ser transformado em endosso em
preto? 74
8.2.3.2. O endosso em branco ainda é permitido pelo ordenamento
jurídico? 74
8.2.4. Admite-se endosso parcial na letra de câmbio e na nota promissória?
E nos títulos atípicos (inominados) _______________________________ 75
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 76
8.2.5. Efeitos do endosso ______________________________________ 76
8.2.5.1. Transferência do direito cambiário contido no título de crédito 76
8.2.5.1.1. ___ A transferência do direito cambiário por meio de endosso
engloba também as garantias do título de crédito? _______________ 77
8.2.5.1.2. E se o endossante não tivesse direito de receber o crédito do
título? 77
8.2.5.2. Responsabilidade do endossante _______________________ 77
8.2.5.2.1. ____ Essa responsabilidade do endossante vale para os títulos
atípicos também? _________________________________________ 78
8.2.5.2.2. ________________________ O que é endosso sem garantia?
78
8.2.5.2.3. ____________________ É possível proibir um novo endosso?
78
8.2.6. Endosso X Cessão de Crédito ______________________________ 79
8.2.6.1. Questões de Prova Oral ______________________________ 80
Magistratura Estadual __________________________________ 80
8.2.7. Do que se trata o endosso póstumo (tardio ou posterior)? _______ 81
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 82
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

4/314

8.2.7.1. O endosso póstumo exige a notificação do devedor? ________ 82


8.2.8. Endosso impróprio ______________________________________ 83
8.2.8.1. Endosso-Mandato (Endosso-Procuração) _________________ 83
8.2.8.1.1. O endossatário-mandatário pode realizar endosso translativo
no título recebido por endosso-mandato? ______________________ 85
8.2.8.1.2. ____ Se o endossatário-mandatário prejudicar alguém, quem
responde pelos danos? _____________________________________ 85
8.2.8.1.2.1. __________________________ Questões de Prova Oral
85
Magistratura Estadual __________________________________ 85
8.2.8.1.3. _____ A relação formada entre o endossatário-mandatário e o
endossante-mandante é de natureza cambial? __________________ 86
8.2.8.1.4. __________________________________ Desconto bancário
86
8.2.8.2. Endosso-Caução (Endosso-Pignoratício) __________________ 87
8.2.8.2.1. ____ Se o endossatário-pignoratício prejudicar alguém, quem
responde pelos danos? _____________________________________ 88
8.2.8.2.2. ______ Qual a diferença entre o endosso-caução e o endosso
fiduciário? _______________________________________________ 89
8.2.9. Factoring e endosso _____________________________________ 89
8.2.9.1. Como se faz a transferência dos créditos no conventional
factoring? _________________________________________________ 90
8.2.9.2. A faturizada responde em caso de inadimplemento do crédito
transferido? _______________________________________________ 90
8.3. Aval ___________________________________________________ 91
8.3.1. Qual a forma do aval? ___________________________________ 91
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 92
8.3.2. Responsabilidade do avalista ______________________________ 92
8.3.2.1. Se a obrigação do avalizado for nula, o avalista continua
responsável? ______________________________________________ 93
8.3.3. A prestação de aval exige outorga conjugal? __________________ 95
8.3.4. Admite-se o aval limitado ou parcial? _______________________ 96
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 96
8.3.5. Quem é o avalizado? O que é aval em branco? ________________ 97
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 97
8.3.6. O aval pode ser prestado contra a vontade do avalizado? ________ 98
8.3.7. O aval dado em favor do sacado que ainda não aceitou o título de
crédito produz efeitos? ________________________________________ 98
8.3.8. Avais Simultâneos X Aval Sucessivo ________________________ 99
Método Tosco de Memorização (MTM) _____________________ 99
8.3.8.1. Há solidariedade entre os coavalistas no aval simultâneo? ___ 99
8.3.9. A obrigação do avalista transfere-se aos seus herdeiros? _______ 100
8.3.10. Direito de regresso ___________________________________ 100
8.3.11. Aval X Fiança _______________________________________ 101
8.3.12. Aval X Endosso ______________________________________ 101
8.3.13. Qual o efeito do aval prestado após o vencimento da cártula? _ 102
8.3.14. Questões de Prova Discursiva___________________________ 102
Magistratura Federal __________________________________ 103
Magistratura Federal __________________________________ 103
9. Vencimento e pagamento _____________________________________ 104
9.1. Modalidades de vencimento ________________________________ 104
9.2. Quando ocorre o vencimento antecipado? _____________________ 105
9.3. Tipos de pagamento ______________________________________ 105
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

5/314

9.4. Os juros moratórios precisam estar previstos no título de crédito? __ 105


9.5. Os juros remuneratórios (compensatórios) podem ser cobrados em caso
de inadimplência? _____________________________________________ 106
9.6. Prova do pagamento _____________________________________ 106
9.7. O devedor tem direito de antecipar o pagamento do título de crédito?
106
9.8. Formas atípicas de pagamento _____________________________ 107
10. Protesto _________________________________________________ 107
10.1. Espécies de protesto e seus Efeitos __________________________ 107
10.1.1. O protesto é essencial para ajuizamento de ação executiva contra
o sacado? __________________________________________________ 109
10.2. Até quando o protesto pode ser realizado? ____________________ 110
10.3. O protesto é cancelado pelo simples decurso do tempo? _________ 112
10.4. Do que se trata a cláusula sem protesto? _____________________ 113
10.5. Em caso de título legitimamente protestado, a quem compete realizar
seu cancelamento? ____________________________________________ 113
10.5.1. Do que o devedor precisa para realizar o cancelamento do protesto
no Tabelionato de Protesto de Títulos? ___________________________ 113
10.6. Protesto indevido: (i) endosso translativo e (ii) endosso mandato. _ 114
11. Ações para o Recebimento do Crédito __________________________ 114
11.1. Ação cambial (Ação de execução por quantia certa) _____________ 115
11.1.1. É necessário o protesto para se promover ação de regresso? __ 117
11.1.1.1. Questões de Prova Oral _____________________________ 118
Magistratura Estadual _________________________________ 118
11.2. Ação de locupletamento ou de enriquecimento sem causa ________ 118
11.3. Ação causal (Ação de cobrança) ____________________________ 119
11.4. Ação monitória __________________________________________ 121
11.4.1. O autor da ação monitória precisa esclarecer na petição inicial qual
o negócio jurídico subjacente à emissão da cártula? _________________ 121
11.4.2. Qual o termo inicial dos juros moratórios se procedente a ação
monitória? _________________________________________________ 122
11.4.3. O avalista possui legitimidade passiva para figurar no polo passivo
de demanda monitória de título de crédito prescrito? ________________ 122
12. Ação de anulação e substituição da letra de câmbio (ação de amortização)
123
13. Fraude à execução _________________________________________ 123
14. Intervenções _____________________________________________ 124
15. Ressaque ________________________________________________ 124
Nota Promissória __________________________________________________ 125
1. Legislação de leitura essencial __________________________________ 125
2. Introdução _________________________________________________ 125
3. Origem da nota promissória ___________________________________ 125
4. Partes_____________________________________________________ 126
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 126
5. Requisitos legais ____________________________________________ 126
5.1. Se a assinatura do emitente for escaneada e aposta no título, ela é
válida? 127
6. Regime legal _______________________________________________ 128
6.1. Questões de Prova Discursiva ______________________________ 128
Magistratura Estadual _________________________________ 129
7. O que ocorre quando se vincula uma nota promissória a um contrato? __ 130
Cheque _________________________________________________________ 131
1. Legislação de leitura essencial __________________________________ 131
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

6/314

2. Introdução _________________________________________________ 131


Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 131
3. Origem do cheque ___________________________________________ 132
4. Partes_____________________________________________________ 132
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 133
5. Pressupostos _______________________________________________ 133
6. Qual a natureza jurídica do cheque? _____________________________ 134
7. Legislação _________________________________________________ 134
8. Requisitos legais ____________________________________________ 135
9. Declarações cambiárias no cheque ______________________________ 136
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 137
10. Endosso _________________________________________________ 137
10.1. Se aceita mais de um endosso no cheque? ____________________ 138
10.2. Em que consiste o endosso-quitação ou endosso-recolhimento? ___ 138
10.3. É cabível endosso-caução no cheque? ________________________ 138
10.4. Endosso póstumo no cheque tem o mesmo significado de endosso
póstumo na letra de câmbio? ____________________________________ 138
10.5. O banco sacado está obrigado a verificar a autenticidade das
assinaturas dos endossantes? ____________________________________ 139
11. Aval ____________________________________________________ 139
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 140
12. Apresentação _____________________________________________ 140
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 140
12.1. É possível a reapresentação de um cheque? ___________________ 141
12.2. Prazos de apresentação ___________________________________ 141
12.2.1. O que ocorre se a cártula for apresentada ao sacado (banco) fora
do prazo de apresentação? ____________________________________ 141
12.2.2. O emitente pode ser isentado do pagamento do cheque em caso de
perda do prazo de apresentação? _______________________________ 143
13. Pagamento _______________________________________________ 143
13.1. E se a instituição financeira (sacado) pagar o cheque a endossatário
que recebeu a cártula por meio de endosso falso? ____________________ 144
13.2. É possível que o sacado (banco) realize o pagamento parcial do valor do
cheque? _____________________________________________________ 144
13.3. Apresentação simultânea de vários cheques ___________________ 145
13.3.1. Questões de Prova Oral _______________________________ 145
Magistratura Estadual _________________________________ 145
13.4. Pagamento de cheque falso ou falsificado _____________________ 145
14. Devolução do cheque sem pagamento _________________________ 146
14.1. A morte do emitente, posterior à emissão do cheque, é motivo para não
pagamento? __________________________________________________ 146
14.2. Revogação (contraordem) e sustação (oposição) _______________ 146
15. Protesto _________________________________________________ 147
15.1. A apresentação do cheque ao banco sacado é essencial para realização
do protesto da cártula? _________________________________________ 147
15.2. Efeitos do protesto de um cheque ___________________________ 148
15.3. Admite-se o protesto de cheque nos casos de fraude, furto, roubo ou
extravio? ____________________________________________________ 148
15.4. Prazo do protesto do cheque: protesto facultativo e obrigatório ____ 148
16. Ações para recebimento do crédito ____________________________ 150
16.1. Ação cambial (Ação de execução) ___________________________ 150

- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

7/314

16.1.1. O termo inicial do prazo prescricional de 6 (seis) meses da ação


cambial (ação de execução) altera-se em caso de apresentação do cheque
antes do seu encerramento? ___________________________________ 153
16.1.2. Sendo a apresentação imprescindível para execução, qual a
interpretação a ser dada à Súmula nº 600/STF? ____________________ 154
16.2. Ação de locupletamento ou de enriquecimento sem causa ________ 156
16.3. Ação causal (Ação de cobrança) ____________________________ 158
16.3.1. Na ação causal (ação de cobrança) fundamentada em cheque
prescrito é necessário mencionar qual o negócio jurídico que embasou a
emissão da cártula? __________________________________________ 160
16.4. Ação monitória __________________________________________ 160
16.4.1. Em ação monitória fundada em cheque, qual o termo inicial da
correção monetária e dos juros moratórios? _______________________ 161
16.4.1. O avalista possui legitimidade passiva para figurar no polo passivo
de demanda monitória de título de crédito prescrito? ________________ 162
17. Modalidades de cheque _____________________________________ 163
17.1. Cheque visado __________________________________________ 163
17.2. Cheque cruzado _________________________________________ 164
17.2.1. O cruzamento é retratável? ____________________________ 164
17.3. Cheque para ser levado em conta ___________________________ 164
17.4. Cheque administrativo ____________________________________ 165
17.5. Cheque especial _________________________________________ 165
17.6. Cheque de viagem _______________________________________ 166
18. Cheque pós-datado ________________________________________ 166
18.1. Qual a nomenclatura correta? “Pré-datado” ou “pós-datado”? _____ 167
18.2. Legalidade da pós-datação_________________________________ 167
18.3. Natureza jurídica do cheque pós-datado ______________________ 168
18.4. A pós-datação do cheque interfere no prazo de apresentação? E no
prazo prescricional para ação cambial (ação de execução)? _____________ 168
18.5. E se o tomador/beneficiário apresentar o cheque pós-datado antes do
combinado? E se o endossatário fizer isso? __________________________ 170
Duplicata ________________________________________________________ 171
1. Legislação de leitura essencial __________________________________ 171
2. Introdução e origem da duplicata _______________________________ 171
2.1. É possível utilizar outros títulos de crédito em contratos de compra e
venda mercantil e prestação de serviços? ___________________________ 172
3. Partes_____________________________________________________ 172
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 172
3.1. O sacador pode ser devedor da duplicata? ____________________ 173
4. A duplicata como título causal __________________________________ 173
5. Legislação aplicável __________________________________________ 176
6. Procedimento de emissão da duplicata ___________________________ 176
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 177
6.1. A duplicata deve ser extraída no momento de emissão da fatura? __ 177
7. Requisitos legais ____________________________________________ 178
7.1. A especificação da data do vencimento da duplicata é, de fato, requisito
essencial? ___________________________________________________ 179
7.2. O aceite é requisito essencial da duplicata? ____________________ 179
8. Aceite _____________________________________________________ 180
8.1. Obrigatoriedade do aceite _________________________________ 180
8.2. Recusa do aceite ________________________________________ 181
8.2.1. Questões de Prova Oral _________________________________ 181
Magistratura Estadual _________________________________ 181
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

8/314

8.3. Formas de prestar o aceite ________________________________ 182


8.4. Aceita-se o aceite em separado na duplicata? __________________ 183
9. Endosso ___________________________________________________ 183
10. Aval ____________________________________________________ 184
11. Vencimento ______________________________________________ 184
11.1. A duplicata admite prorrogação do prazo de vencimento? E
antecipação? _________________________________________________ 185
12. Pagamento _______________________________________________ 186
12.1. Admite-se o pagamento com deduções? ______________________ 186
13. Protesto _________________________________________________ 186
Método Tosco de Memorização (MTM) ____________________ 188
13.1. Em que consiste o protesto por indicações? ___________________ 188
13.1.1. Em vez de realizar o protesto por indicações, não poderia o credor
da duplicata extrair uma triplicata? ______________________________ 190
13.1.2. O protesto por indicações pode ser usado também nos casos de
falta de pagamento e falta de aceite da duplicata? __________________ 190
14. Ações para recebimento do crédito ____________________________ 192
14.1. Ação cambial (Ação de execução) ___________________________ 192
14.2. Ação causal ____________________________________________ 194
14.3. Ação de locupletamento ou enriquecimento sem causa ___________ 195
14.4. Ação monitória __________________________________________ 195
14.4.1. A duplicata ou triplicata sem aceite são documentos idôneos para
instruir ação monitória? E notas fiscais sem assinatura do devedor? ____ 195
15. Triplicata ________________________________________________ 196
15.1. A triplicata pode ser extraída no caso de retenção da duplicata
encaminhada para aceite? _______________________________________ 197
16. Duplicata virtual (Duplicata escritural/eletrônica) _________________ 197
Títulos de Crédito Impróprios ________________________________________ 199
1. Legislação de leitura essencial __________________________________ 199
2. Introdução _________________________________________________ 200
3. Categorias de Títulos de Crédito Impróprios _______________________ 200
4. Conhecimento de depósito e Warrant ____________________________ 201
Títulos de Crédito no Código Civil _____________________________________ 204
1. Legislação de leitura essencial __________________________________ 204
2. Introdução _________________________________________________ 204
3. Títulos de crédito não regulados ________________________________ 205
3.1. Cláusulas ilegais _________________________________________ 206
3.2. Títulos ao portador _______________________________________ 206
3.3. Responsabilidade do endossante ____________________________ 207
3.4. Aval parcial _____________________________________________ 207
3.5. Títulos nominativos ______________________________________ 208
4. Títulos de crédito atípicos (ou inominados) ________________________ 208
Títulos Bancários __________________________________________________ 209
1. Introdução _________________________________________________ 209
2. Operações passivas e Operações ativas __________________________ 209
3. Títulos Bancários ____________________________________________ 209
Títulos de Agronegócio _____________________________________________ 211
1. Introdução _________________________________________________ 211
2. Títulos de Agronegócio _______________________________________ 211
Títulos Eletrônicos ou Virtuais ________________________________________ 214
1. Introdução _________________________________________________ 214
2. O princípio da cartularidade (incorporação) aplica-se aos títulos de crédito
eletrônicos/virtuais? _____________________________________________ 214
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

9/314

Encerramento da Aula ______________________________________________ 215


Bibliografia ______________________________________________________ 216
Teoria Geral do Direito Empresarial _________________________________ 216
Direito da Propriedade Industrial ___________________________________ 217
Direito Societário ________________________________________________ 217
Direito Cambiário _______________________________________________ 218
Contratos Empresariais ___________________________________________ 218
Direito Falimentar _______________________________________________ 219
Questões Objetivas ________________________________________________ 220
1. Questões Objetivas __________________________________________ 220
1.1. Teoria Geral dos Títulos de Crédito __________________________ 220
1.1.1. Banca: CESPE _________________________________________ 220
1.2. Letra de Câmbio _________________________________________ 220
1.2.1. Banca: CESPE _________________________________________ 220
1.2.2. Banca: CETRO ________________________________________ 221
1.2.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 222
1.2.4. Banca: FCC ___________________________________________ 223
1.2.5. Banca: IESES _________________________________________ 224
1.2.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 224
1.3. Nota Promissória ________________________________________ 225
1.3.1. Banca: CESPE _________________________________________ 225
1.3.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 225
1.3.3. Banca: FGV ___________________________________________ 226
1.3.4. Banca: TRF 3ª Região __________________________________ 226
1.3.5. Banca: VUNESP _______________________________________ 226
1.4. Cheque ________________________________________________ 227
1.4.1. Banca: CESPE _________________________________________ 227
1.4.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 228
1.4.3. Banca: IESES _________________________________________ 228
1.4.4. Banca: FGV ___________________________________________ 228
1.4.5. Banca: FMP ___________________________________________ 229
1.4.6. Banca: FUNRIO ________________________________________ 229
1.4.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 230
1.5. Duplicata ______________________________________________ 230
1.5.1. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 230
1.5.2. Banca: CESPE _________________________________________ 231
1.5.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 231
1.5.4. Banca: FCC ___________________________________________ 231
1.5.5. Banca: FUNRIO ________________________________________ 232
1.5.6. Banca: UEPA __________________________________________ 232
1.5.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 233
1.6. Títulos de Crédito Impróprios _______________________________ 233
1.6.1. Banca: FGV ___________________________________________ 233
1.7. Títulos de Créditos no Código Civil ___________________________ 234
1.7.1. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 234
1.7.2. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 235
1.7.3. Banca: FAURGS _______________________________________ 236
1.7.4. Banca: FCC ___________________________________________ 237
1.7.5. Banca: IESES _________________________________________ 237
1.7.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 237
1.8. Títulos Bancários ________________________________________ 238
1.8.1. Banca: FAURGS _______________________________________ 238
1.9. Títulos de Agronegócio ____________________________________ 238
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

10/314

1.9.1. Banca: ESAF __________________________________________ 238


1.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais ______________________________ 239
1.10.1. Banca: PGR _________________________________________ 239
2. Gabarito sem Comentários ____________________________________ 239
2.1. Teoria Geral dos Títulos de Crédito __________________________ 239
2.1.1. Banca: CESPE _________________________________________ 239
2.2. Letra de Câmbio _________________________________________ 240
2.2.1. Banca: CESPE _________________________________________ 240
2.2.2. Banca: CETRO ________________________________________ 240
2.2.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 240
2.2.4. Banca: FCC ___________________________________________ 241
2.2.5. Banca: IESES _________________________________________ 242
2.2.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 242
2.3. Nota Promissória ________________________________________ 242
2.3.1. Banca: CESPE _________________________________________ 243
2.3.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 243
2.3.3. Banca: FGV ___________________________________________ 243
2.3.4. Banca: TRF 3ª Região __________________________________ 243
2.3.5. Banca: VUNESP _______________________________________ 244
2.4. Cheque ________________________________________________ 244
2.4.1. Banca: CESPE _________________________________________ 244
2.4.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 245
2.4.3. Banca: IESES _________________________________________ 245
2.4.4. Banca: FGV ___________________________________________ 245
2.4.5. Banca: FMP ___________________________________________ 245
2.4.6. Banca: FUNRIO ________________________________________ 246
2.4.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 246
2.5. Duplicata ______________________________________________ 246
2.5.1. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 246
2.5.2. Banca: CESPE _________________________________________ 247
2.5.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 247
2.5.4. Banca: FCC ___________________________________________ 247
2.5.5. Banca: FUNRIO ________________________________________ 247
2.5.6. Banca: UEPA __________________________________________ 248
2.5.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 248
2.6. Títulos de Crédito Impróprios _______________________________ 248
2.6.1. Banca: FGV ___________________________________________ 248
2.7. Títulos de Créditos no Código Civil ___________________________ 249
2.7.1. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 249
2.7.2. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 250
2.7.3. Banca: FAURGS _______________________________________ 250
2.7.4. Banca: FCC ___________________________________________ 250
2.7.5. Banca: IESES _________________________________________ 251
2.7.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 251
2.8. Títulos Bancários ________________________________________ 251
2.8.1. Banca: FAURGS _______________________________________ 251
2.9. Títulos de Agronegócio ____________________________________ 252
2.9.1. Banca: ESAF __________________________________________ 252
2.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais ______________________________ 252
2.10.1. Banca: PGR _________________________________________ 252
3. Gabarito com Comentários ____________________________________ 252
3.1. Teoria Geral dos Títulos de Crédito __________________________ 252
3.1.1. Banca: CESPE _________________________________________ 252
- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Sumário -

11/314

3.2. Letra de Câmbio _________________________________________ 254


3.2.1. Banca: CESPE _________________________________________ 254
3.2.2. Banca: CETRO ________________________________________ 257
3.2.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 259
3.2.4. Banca: FCC ___________________________________________ 262
3.2.5. Banca: IESES _________________________________________ 264
3.2.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 266
3.3. Nota Promissória ________________________________________ 269
3.3.1. Banca: CESPE _________________________________________ 269
3.3.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 271
3.3.3. Banca: FGV ___________________________________________ 272
3.3.4. Banca: TRF 3ª Região __________________________________ 273
3.3.5. Banca: VUNESP _______________________________________ 273
3.4. Cheque ________________________________________________ 276
3.4.1. Banca: CESPE _________________________________________ 276
3.4.2. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 280
3.4.3. Banca: IESES _________________________________________ 282
3.4.4. Banca: FGV ___________________________________________ 282
3.4.5. Banca: FMP ___________________________________________ 283
3.4.6. Banca: FUNRIO ________________________________________ 285
3.4.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 287
3.5. Duplicata ______________________________________________ 288
3.5.1. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 288
3.5.2. Banca: CESPE _________________________________________ 289
3.5.3. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 290
3.5.4. Banca: FCC ___________________________________________ 291
3.5.5. Banca: FUNRIO ________________________________________ 293
3.5.6. Banca: UEPA __________________________________________ 294
3.5.7. Banca: VUNESP _______________________________________ 297
3.6. Títulos de Crédito Impróprios _______________________________ 298
3.6.1. Banca: FGV ___________________________________________ 298
3.7. Títulos de Créditos no Código Civil ___________________________ 299
3.7.1. Banca: CONSULPLAN ___________________________________ 300
3.7.2. Banca: CESGRANRIO ___________________________________ 303
3.7.3. Banca: FAURGS _______________________________________ 304
3.7.4. Banca: FCC ___________________________________________ 307
3.7.5. Banca: IESES _________________________________________ 308
3.7.6. Banca: VUNESP _______________________________________ 309
3.8. Títulos Bancários ________________________________________ 310
3.8.1. Banca: FAURGS _______________________________________ 310
3.9. Títulos de Agronegócio ____________________________________ 312
3.9.1. Banca: ESAF __________________________________________ 312
3.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais ______________________________ 313
3.10.1. Banca: PGR _________________________________________ 313

- Sumário –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Apresentação do Curso -

12/314

Apresentação do Curso

Apresentação Pessoal

Pessoal, tudo bom?


Meu nome é Lucas de Abreu Evangelinos e, desde março/2016 (Concurso
185º), sou juiz no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, mas antes fui
escrevente técnico judiciário1 por 4 (quatro) anos e meio no mesmo tribunal e
estagiário por 2 (dois) anos também na mesma instituição.
Sempre foi meu sonho passar na magistratura do meu estado, mas, logo
que me formei, achei que isso fosse inalcançável.
Eu não estava no “Top 10” dos melhores alunos da minha classe, peguei
algumas dependências ao longo da graduação, não tinha focado muito meus
estudos como deveria e não tinha nenhum familiar na área que pudesse me
orientar.
Mas, com apoio da minha esposa, por aí fui...
Logo que me formei, fiz 1 (um) ano de cursinho preparatório e, no
começo do 2º ano, tentei retornar, mas notei que a didática dos professores estava
deixando a desejar. Era o mesmo sistema (ditado do professor + digitação da
minha parte), o que me fazia perder um tempo precioso formatando e conferindo
tudo no final.
Por sua vez, o material fornecido pelos “digitadores” do cursinho era
bastante confuso e incompleto, porque era algo que deveria ser feito pelo próprio
professor, mas que acabava sendo terceirizado.
Abandonei as salas de aula e parti para os livros (que mal conseguia ler
antes de ser lançada uma nova edição da obra) e questões, tentando sempre
adicionar o conteúdo novo às minhas anotações. E assim fiz até passar para fase
discursiva do Concurso 185º do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Nessa etapa, voltei a fazer cursinhos específicos para minha prova e,
novamente, deparai-me com o sistema “ditado do professor + digitação da
minha parte” e uma “novidade” pesquisa da banca (“aleluia”)... mas que também
era terceirizada e com muitas falhas.
De qualquer forma, nesse momento de desespero, “quem não tem cão, caça
como gato” e fui aproveitando o que dava.
Ao chegar ao exame oral, fiz outros diversos cursinhos, porque, nessa
etapa, se alguém me falasse que andar 1km de costas todo dia de manhã ajudava,
lá estava eu às 5h da manhã a postos.

1
Embora não seja um cargo público privativo de Bacharel em Direito, é permitida sua contagem para
preenchimento dos 3 (três) anos, desde que o candidato apresente uma “certidão circunstanciada”
(expressão usada pelo Conselho Nacional de Justiça) na fase de inscrição definitiva do concurso. Se tiver
alguma dúvida sobre esse ponto, me encaminhe um e-mail.
- Apresentação do Curso –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Apresentação do Curso -

13/314

No final, depois de muitas madrugadas estudando e de muita aflição,


consegui alcançar meu sonho.
Por fim, por que Direito Empresarial? Fui assistente dessa matéria na
faculdade por 1 (um) ano e, na condição de escrevente, trabalhei durante 3 (três)
anos na Câmara Especializada de Direito Falimentar e na Câmara Especializada de
Direito Empresarial (atualmente elas estão fundidas) do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, de maneira que aprendi a gostar dela e hoje é uma disciplina
que me encanta.

Contatos

Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, estou nestes à disposição nestes


contatos:

@proflucasevangelinos
proflucasevangelinos@gmail.com

Curso de Direito Empresarial

Este curso é formado por 04 (quatro) aulas, sendo voltado para o


concurso da Procuradoria Geral do Estado de Roraima e, inicialmente, construído a
partir do edital do último certame.
Após a publicação do edital do novo certame, vou adequar o curso ao
conteúdo programático de Direito Empresarial nele apresentando.

Metodologia do Curso

O material disponibilizado em formato “pdf” é bastante completo, unindo


questões objetivas, discursivas e de prova oral.
Quanto às questões objetivas, são analisadas alternativa por
alternativa e divididas por banca, apresentando-se: (a) comentário sobre cada
assertiva/alternativa; (b) base para resolução de cada assertiva/alternativa
(legislação, doutrina e jurisprudência); (c) citação da legislação, doutrina e/ou
jurisprudência e; (d) gabarito.
Além disso, ao longo do curso também são apresentadas questões de
provas discursivas e orais.
A par disso, são indicadas posições dos principais doutrinadores ao lado
de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal,
com realce, quando relevante, das partes mais importantes do corpo dos acórdãos
(não apenas das ementas).
E, sempre que possível, será apresentada também jurisprudência de
tribunais estaduais, federais e do trabalho, visto que tais posicionamentos
- Apresentação do Curso –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Apresentação do Curso -

14/314

estão começando a ser cobrados dos candidatos, notadamente nas fases


discursivas e orais.
Em relação à bibliografia, as obras e artigos utilizados em todo o curso são
apresentados nesta aula inaugural, no final deste “pdf”, com um breve currículo
dos doutrinadores.
O “breve currículo” tem o objetivo de nortear o estudo do concurseiro,
pois algumas bancas tendem a dar mais importância para posicionamentos de
juristas locais.
Quanto à didática, os temas serão abordados gradualmente para auxiliar
tanto aquele que está iniciando os estudos quanto quem está estudando há mais
tempo.
Por fim, pensando na absorção do conteúdo, procuro apresentar (i)
métodos mnemônicos e de memorização visual TOSCOS 2 , (ii) temas na
forma de perguntas e (iii) sintetização/esquematização em fluxogramas.

Cronograma das Aulas

ATENÇÃO: caso seja necessário, o cronograma abaixo será alterado,


observando as datas do futuro edital.

AULA CONTEÚDO DATA

3. Títulos de crédito: conceito, características e


classificação. Endosso, aval, aceite, ação
Aula 00 31/01/2019
cambial. Letra de câmbio, nota promissória,
cheque, duplicata, títulos de crédito rural.

2. Sociedades por quotas de responsabilidade


Aula 01 limitada. Conceito. Regime Jurídico. Contrato. 24/02/2019
Sócios. Capital. Quotas. Administração.

1. Sociedades por ações: sociedade aberta e


fechada. Constituição. Objeto. Capital social e
Aula 02 31/03/2019
ações. Acionistas: Direitos e deveres. Acordos
de acionistas. Assembléias Gerais.

2
Sempre lembrando o cômico ditado americano: “If it's stupid but works, it's not stupid.” (se é estupido
mas funciona, não é estupido).
- Apresentação do Curso –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Apresentação do Curso -

15/314

Administração. Governança corporativa e risco.


Conselho Fiscal. Operações de reorganização
societária: transformação, incorporação, fusão,
cisão. Sociedades controladoras, controladas e
coligadas. Subsidiária integral. Dissolução e
liquidação das sociedades anônimas.

4. Recuperação judicial e extrajudicial: Lei nº


11.101/2005. 5. Regimes especiais em
instituições financeiras: intervenção, liquidação
Aula 03 extrajudicial, administração especial 30/04/2019
temporária. Responsabilidade de
administradores e de controladores de
instituições financeiras.

- Apresentação do Curso –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

16/314

Teoria Geral dos Títulos de Crédito

1. Introdução

Atualmente, os títulos de crédito são o principal meio de


circulação de riquezas e, embora existam inúmeros, contatam-se
características, funções e princípios comuns, o que permite falar-se
em uma teoria geral de títulos de crédito.
Pois bem, o conceito clássico de título de crédito foi elaborado
por CESARE VIVANTE, segundo o qual:
“(...) título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito,
literal e autônomo, nele mencionado.” (Marlon Tomazette)

E esse conceito é praticamente colado no art. 887 do Código


Civil:
“Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao exercício do
direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando
preencha os requisitos da lei.”

1.1. Os particulares podem criar novos títulos de


crédito?

R: Há divergência.

Luiz Emygdio da Rosa Júnior, Marlon


Tomazette, Mauro Brandão Lopes, Antônio
Waldirio Bulgarelli Mercado Júnior, Fábio Ulhoa Coelho e Min.
Luís Felipe Salomão
(prevalece)

NÃO SIM

Isso porque os títulos de Nada impede que os particulares, com base em


crédito devem respeitar o sua autonomia privada, criem títulos de crédito
princípio da legalidade ou atípicos (inominados) para atender ao dinamismo
tipicidade, que exige sua do meio empresarial.
previsão legal.
“(...) [Trecho do corpo do acórdão:] Com
efeito, segundo meu ponto de vista, a
interpretação mais coerente é que, ao tomar
posição acerca da possibilidade de livre criação de
títulos inominados, o legislador demonstrou a
preocupação de diferenciar os títulos atípicos dos
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

17/314

títulos de crédito tradicionais, dando aos primeiros


menos vantagens.” (STJ, REsp 1633399/SP,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe
01/12/2016)
“Um exemplo de título atípico usado no País é o
chamado FICA, ou vaca-papel, que visa
instrumentalizar os direitos decorrentes do
contrato de parceria pecuária. Nesse contrato, o
objeto é a cessão de animais para cria, recria,
invernagem e engorda, mediante partilha
proporcional dos riscos e dos frutos ou lucros
havidos. O título (vaca-papel) representaria
justamente o direito ao recebimento dos lucros e à
devolução dos animais entregues.” (Marlon
Tomazette)

1.1.1. E qual regramento se aplica aos títulos de


crédito atípicos (inominados)?

R: Há divergência.

Marlon Tomazette Fábio Ulhoa Coelho

Código Civil Não se aplica o Código Civil

“Tal interpretação se sustenta no “Penso que não há elementos seguros,


disposto no art. 903 do Código, que no Código Civil, para a doutrina aceitar
determina sua aplicação apenas na ou rejeitar a tese dos títulos de crédito
ausência de regra especial.” (Marlon atípicos. O texto da lei não permite
Tomazette) nenhuma conclusão sustentável em
argumentos consistentes. Se a intenção
do legislador era tratar da matéria, fê-lo
imprecisamente. E penso também que,
enquanto não houver clara previsão
legal de aplicação das normas do Código
Civil aos títulos de crédito inominados,
deve-se considerá-los não sujeitos a
elas. Em outros termos, os títulos de
crédito inominados, no meu
entendimento, não estão disciplinados
no novo Código Civil. Isto, porém, não
significa que eles sejam irregulares, ou
que não possam ser criados.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

18/314

1.2. Qual a natureza jurídica do título de crédito?

R: Há divergência.

Teoria Natureza Jurídica

Teoria Contratualista Contrato

Teoria Legalista Aparência de vontade do devedor

Entre o devedor e credor originários, há


um contrato, ao passo que em relação
Teoria do Duplo Sentido da Vontade ao devedor originário e os demais
credores, uma declaração unilateral de
vontade.

Declaração/Ato Unilateral de Vontade


“O princípio de que o título de crédito
deve a sua eficácia não a um contrato,
mas a um ato unilateral da vontade do
subscritor, é hoje geralmente admitido.”
Teoria da Declaração Unilateral de (Fran Martins)
Vontade “Reconhecendo-se a vontade como
(prevalece) fonte das obrigações cambiárias, mas
afastada a natureza contratual dessa
manifestação, é certo que o melhor
enquadramento para a vontade criadora
da obrigação é como uma declaração
unilateral de vontade.” (Marlon
Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

“DUVE” significa declaração unilateral de vontade. E por que raios a


folha de monobloco? O que a gente escreve no topo da folha de
monobloco? O título. Logo, lembra do “DUVE” e do título (de crédito)
e pronto.

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

19/314

0
1.2.1. Em que momento nasce a obrigação cambiária
segunda a teoria da declaração unilateral de
vontade?

R: Existem 3 (três) subteorias a respeito do momento do nascimento


da obrigação oriundas da teoria da declaração unilateral de vontade.

Teoria da Criação Teoria da Emissão Teoria dos três momentos

Simples assinatura do título de Simples assinatura do título de


Entrega voluntária do título
crédito crédito

“A obrigação já existe com a “(...) nessa teoria, a obrigação “Pontes de Miranda reconhece a
simples assinatura. A forma cambiária só se concretizaria no natureza de declaração unilateral
como o título saiu das mãos do momento da emissão, entendida de vontade nos títulos de crédito,
seu criador não interessa para a como a entrega voluntária do mas não aceita de forma integral a
teoria da criação, o que título. A simples assinatura do teoria da criação nem a teoria da
interessa é apenas a declaração título não representaria a vontade emissão. Para ele, há uma forma
da vontade da criação do título. de se obrigar. Só a vontade própria de tratar a obrigação
Assim, se o título assinado pelo concreta de entregar o título é que originada em um título de crédito,
emitente foi furtado e chegou às aperfeiçoaria a obrigação. O título dividindo-a em três momentos.
mãos de um credor, este teria o de crédito representaria um (...) Num primeiro momento,
direito de receber o título de negócio jurídico composto, na devem-se analisar os planos da
crédito.” (Marlon Tomazette) medida em que dependeria de dois existência e da validade para os
atos: a assinatura do documento e títulos de crédito. A obrigação
“Por criação entende-se o ato de
sua entrega voluntária. (...) Assim, cambiária existiria a partir da
dar vida ao título, com a sua
se o título foi assinado pelo subscrição do documento, isto é,
feitura material, cujo momento
devedor, mas lhe foi furtado e com a declaração unilateral de
decisivo é aquele em que o
entregue a um terceiro, a vontade do subscritor, a obrigação
sacador lança sua assinatura na
obrigação ainda não teria sido já existiria no mundo jurídico. (...)
letra; já a emissão é o ato de
concluída. A obrigação só nasceria O segundo momento do título de
pôr a letra em circulação, com a
quando a declaração de vontade crédito ocorreria no plano da
sua transferência ao tomador.”
fosse posta em circulação.” eficácia. Uma vez assinado o título
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

20/314

(Fran Martins) (Marlon Tomazette) e preenchidos todos os requisitos


de forma, ele já existe e é válido,
Consequência: “A Consequência: “Sem emissão mas ainda não é eficaz. A eficácia
consequência da teoria da voluntária não se forma o vínculo. do título dependeria da posse do
criação é severa e grave. O Se o título foi posto título por um credor de boa-fé,
título roubado ou perdido, antes fraudulentamente em circulação, (...). Ainda haveria um terceiro
da emissão, mas após a criação, não subsiste a obrigação.” momento, no qual a obrigação
leva consigo a obrigação do (Rubens Requião) efetivamente surgiria. O credor de
subscritor.” (Rubens Requião) boa-fé, com o título em mãos (a
obrigação já existe, é válida e
eficaz), apresenta-o ao devedor
para pagamento. Nesse ato, ocorre
a relação obrigacional
(pretensão/obrigação), fazendo
com que a obrigação tenha que ser
cumprida. Ora, se não houvesse a
apresentação, não existiria a
obrigação de pagar o título de
crédito.” (Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Teoria da Criação Teoria da Emissão

Assinatura Entrega

1.2.1.1.1. Qual das 3 (três) teorias foi adotada pelo


ordenamento jurídico brasileiro?

R: A teoria dos 3 (três) momentos de PONTES DE MIRANDA é


meramente teórica não sendo adotada pelo ordenamento jurídico.
Quanto as duas outras, depende da legislação de regência do
título de crédito:
“No Brasil, devemos fazer uma separação da legislação cambiária. Em
primeiro lugar, devemos analisar a Lei Uniforme de Genebra (LUG), aplicável
diretamente às letras de câmbio e notas promissórias, cujas regras acabam
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

21/314

sendo um padrão para os títulos típicos. No tocante aos títulos atípicos,


devemos analisar as regras do Código Civil que são diferentes das regras
dos títulos típicos.
No âmbito da LUG, adota-se a teoria da criação. Apesar de um erro de
tradução na denominação da seção I, do capítulo I (usou-se “Da emissão e
da forma da Letra” para traduzir “De la création et de la forme da letre de
change”), as regras da LUG denotam claramente a aplicação da teoria da
criação em detrimento da teoria da emissão. A proteção do credor de boa-fé
(arts. 16 e 17) em face dos devedores denota claramente o afastamento da
teoria da emissão. A LUG protege o credor que recebe de boa-fé o título de
crédito, ou seja, ainda que haja um vício na emissão (na saída do título das
mãos do devedor), o credor estará protegido. Resguarda-se, assim, a
circulação cambial, privilegiando o tráfico jurídico e, consequentemente,
protegendo a aquisição de títulos de crédito nos contratos de factoring e de
desconto bancário, por exemplo. Entretanto, não se deve se esquecer que
essa proteção beneficia apenas o credor de boa- fé, porquanto o credor que
não age desse modo não é digno de proteção pelo Direito.
No Código Civil, a situação é um pouco diferente, uma vez que temos
regras que visam à proteção do credor de boa-fé, mas também que
objetivam proteger quem é injustamente desapossado do título de crédito,
num evidente conflito. Vemos no Código Civil a infrutífera tentativa de
junção das teorias da criação e da emissão. Os arts. 896, 901 e 905,
parágrafo único, do Código Civil filiam-se à teoria da criação, protegendo o
portador de boa-fé do título de crédito, na medida em que ele teria seus
direitos resguardados. O título não poderia ser reivindicado do credor de
boa-fé (art. 896), o pagamento feito ao credor de boa-fé seria válido (art.
901) e ele teria direito à prestação mesmo que o título tivesse entrado em
circulação contra a vontade do emitente (art. 905, parágrafo único). Em
contrapartida, o art. 909 do Código Civil filia-se claramente à teoria da
emissão, uma vez que visa a proteger quem for injustamente desapossado
do título. Por esse dispositivo, um credor de boa-fé poderia não receber o
crédito, caso quem tiver sido injustamente desapossado do documento
assim o queira. A menção à expressão injustamente desapossado envolve
claramente um vício na emissão do título de crédito, afetando a vida do
credor de boa-fé, demonstrando a opção por essa teoria. O conflito é claro.
Não se pode pretender uma junção das teorias formando uma nova. Como
se mencionou, não há como conciliar a proteção do portador de boa-fé com
a proteção de quem foi injustamente desapossado do título. O ecletismo que
existia no Código Civil de 1916 permanece no Código Civil. Tal conflito, a
nosso ver, existe especialmente em relação aos títulos ao portador, cuja
criação depende de lei específica, uma vez que os arts. 905 e 909 se
referem a esses títulos. Já em relação aos demais títulos, prevalece a teoria
da criação, tendo em vista o disposto nos arts. 896 e 901 do Código Civil,
bem como a legislação especial sobre o assunto.” (Marlon Tomazette)
“A conclusão a tirar é que o Código de 1916 não se filiou puramente a
nenhuma das duas teorias, temperando os rigores da teoria da criação com
nuanças da teoria da emissão. Tal ecletismo foi mantido no Código de
2002.” (Rubens Requião)

Em resumo.

Títulos Típicos Títulos Atípicos (Inominados)


- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

22/314

Teoria da Criação Teoria da Criação e Teoria da Emissão

1.3. O que é teoria da propriedade?

R: As teorias da emissão, circulação e dos três momentos tem como


paradigma a figura do devedor do título de crédito.
Por outro lado, existem diversas teorias que buscam explicar o
direito autônomo dos credores sucessivos em um mesmo título de
crédito. Entre elas, a majoritária é a teoria da propriedade, segundo a
qual:
“(...) a titularidade do direito de crédito decorre da propriedade do título. Os
sucessivos titulares do crédito são os sucessivos proprietários do título. A
titularidade do direito depende, pois, de uma relação de natureza real, e não
de natureza pessoal, não guardando vínculo com o direito dos credores
anteriores. É da propriedade do título que decorre o direito de crédito.
(...) A aquisição do direito se dá a título originário, e não a título derivado.
A inoponibilidade das exceções se justificaria pelo fato de que a titularidade
não decorre da transferência do documento, mas sim da propriedade do
título. O direito surge autônoma e originariamente nos sucessivos
proprietários do título, sem qualquer vinculação ao titular anterior. Em razão
dessa fonte do direito existe a autonomia das obrigações cambiárias para o
credor.
Embora possa ser reconhecida como majoritária, essa teoria é objeto de
uma crítica contundente: nem sempre o dono do documento é o titular do
crédito. Costuma-se dar o exemplo de um título escrito sobre uma pintura
de Leonardo da Vinci. Com efeito, o titular do crédito não seria dono da obra
de arte, nem o contrário. Todavia, nesse tipo de situação poderia se separar
a propriedade do título de crédito da propriedade da tela, mantendo-se no
direito de propriedade a origem do direito de crédito.” (Sérgio Campinho)

2. Funções dos títulos de crédito

Os títulos de crédito possuem duas funções fundamentais, a


saber: (a) constituir um meio técnico para o exercício de direitos de
crédito; e (b) facilitar e agilizar a circulação de riquezas.

3. Classificação dos títulos de crédito

Considerando as inúmeras classificações, vamos montar uma


tabela para melhor visualização:
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

23/314

Classificação Informações Relevantes

Títulos nominados (típicos). São títulos Títulos inominados (atípicos).


previstos expressamente na legislação (exs.: São títulos criados pelos próprios
cheque, duplicata, nota promissória, letra de agentes econômicos
câmbio etc.). independentemente de previsão
legal. “Aponta a doutrina como
segunda hipótese de aplicação das
Quanto à ordem regras do Código Reale [Código
Civil] sobre títulos de crédito os
chamados títulos atípicos ou
inominados, isto é, os que não se
encontram disciplinados em
nenhuma lei específica.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

Títulos vinculados. Neles, o emitente não é Títulos livres são aqueles em que,
livre para escolher a disposição formal dos por não existir padrão de utilização
elementos essenciais à criação do título, de obrigatória, o emitente pode dispor
Quanto ao modelo
modo que somente produzem efeitos à vontade os elementos essenciais
cambiais se atendidos os padrões legais. do título. Exs.: letra de câmbio e
Exs.: cheque e duplicata. nota promissória.

Títulos ordem de pagamento geram, no Títulos promessa de pagamento


momento do saque, 3 (três) situações dão ensejo apenas a duas situações
jurídicas distintas: a do sacador, que jurídicas, a do promitente, que
ordenou a realização do pagamento; a do assume a obrigação de pagar, e a do
sacado, para quem a ordem foi dirigida e que beneficiário da promessa. Nas
irá cumpri-la, se atendidas as condições para promessas de pagamento, o próprio
tanto; e a do tomador, que é o beneficiário emitente do título assume
Quanto à estrutura
da ordem, a pessoa em favor de quem ela foi diretamente a obrigação de pagar ao
passada. Ou seja, quem cria ordens de beneficiário. A pessoa que cria o
pagamento não assume diretamente a título afirma que vai, pessoalmente,
obrigação de efetuar o ato de pagar aquela pagar o título no vencimento. Nessa
obrigação. Exs.: cheque, duplicata e letra de categoria, promete-se um fato
câmbio. próprio. Exs.: nota promissória e
cédulas de crédito.

Títulos causais só podem Títulos limitados não Títulos não causais


ser emitidos nas hipóteses podem ser emitidos em (abstratos) podem ser
autorizadas por lei. Ex.: algumas hipóteses criados em qualquer
Quando às hipóteses duplicata. circunscritas pela lei. Ex.: hipótese. Exs.: cheque e
de emissão letra de câmbio não pode nota promissória.
ser sacada para
(Fábio Ulhoa Coelho) documentar crédito de
compra e venda mercantil
(art. 2º da Lei nº
5.474/68).

Quanto à circulação Títulos ao portador não Títulos nominativos à Títulos nominativos não
ostentam o nome do ordem identificam o à ordem identificam o
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

24/314

(Fábio Ulhoa Coelho) credor e, por isso, titular do crédito e se credor, mas circulam por
circulam por mera transferem por endosso, cessão civil de crédito.
tradição; isto é, basta a que é o ato típico da
entrega do documento, circulação cambiária.
para que a titularidade do
crédito se transfira do
antigo detentor da cártula
para o novo.

Títulos de crédito Títulos de crédito Títulos de Títulos de


próprios são impróprios (ou legitimação são participação são
aqueles que cambiariformes) “[p]or muitos “aqueles papéis
representam uma são os títulos que incluídos entre os que dão ao
efetiva operação não representam títulos de crédito portador um direito
de crédito, uma verdadeira impróprios, e, de participação. É
subordinada a sua operação de assim, não o caso, por
existência à crédito, mas que, tratados exemplo, das
confiança que revestidos de isoladamente mas ações das
inspiram os que certos requisitos dentro dessa sociedades
deles participam. dos títulos de categoria, os anônimas. O
Exs.: letra de crédito títulos de portador de um
câmbio e a nota propriamente legitimação são desses papéis tem
promissória. ditos, circulam com aqueles que dão ao o direito
as garantias que portador não um assegurado de
caracterizam esses direito de crédito participar dos
Quanto ao conteúdo papéis. Ex.: propriamente dito, interesses sociais,
cheque. mas o de receber não só na
(Fran Martins) uma prestação de fiscalização como
coisas ou de nos resultados
serviços. É o caso financeiros obtidos
dos bilhetes de pelas sociedades.”
espetáculos (Fran Martins)
públicos, de
passagens,
conhecimentos de
frete ou de
depósito e outros
que tais, com os
quais o portador
tem o direito de
exigir a prestação
de uma coisa ou de
um serviço.” (Fran
Martins)

Títulos Títulos à ordem Títulos não à Títulos ao


nominativos são são aqueles em ordem são aqueles portador são
Quanto ao modo de aqueles em que o que “o nome do em que “o nome aqueles em que “o
circulação seu proprietário se beneficiário consta do beneficiário nome do
encontra do teor do também consta do beneficiário não
identificado nos documento, mas documento. Além consta do título, de
registros do acompanhado da desse nome, modo que poderá
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

25/314

emitente do título. cláusula à ordem. também haverá no exercer o direito


“Desse modo, a Tal cláusula título uma cláusula aquele que
circulação do título permite a especial – não à apresentar o título,
em face do seu transferência do ordem –, que isto é, será sujeito
emitente é feita título mediante significa que o ativo dos direitos
por termo de simples endosso, título não pode do título ao
cessão ou de isto é, por meio da circular por portador aquele
transferência, em assinatura do endosso. Não se que,
registro do proprietário no impede a legitimamente, é
emitente, assinado próprio título, no circulação do título, proprietário do
pelo proprietário e verso ou na frente mas apenas seu documento. (...) os
pelo adquirente do documento. Tal endosso. O título títulos ao portador
(art. 922 CC). Não endosso, contudo, ainda poderá são aqueles que
basta entregar o só será eficaz com circular mediante circulam por
título para a posse do título cessão de crédito, simples tradição
transferi-lo, é pelo endossatário. que deve ser (CC – art. 904),
necessária a Portanto, a assinada pelo basta a entrega do
alteração dos prestação poderá cedente e pelo documento para
registros do ser paga a ele ou a cessionário, sendo que o título
emitente para essa quem ele transferir exigida notificação circule.” (Marlon
circulação, vale o título. No caso de ao devedor e não Tomazette)
dizer, a circulação transferência, não havendo
dos títulos há qualquer transferência de
nominativos necessidade de direitos
depende da comunicação ao autônomos.”
cooperação do emitente, (Marlon
emitente.” simplificando e Tomazette)
(Marlon agilizando a
Tomazette) circulação dos
títulos de crédito.”
(Marlon
Tomazette)

Quanto à pessoa do emitente, os títulos podem ser públicos ou privados. Os


primeiros são aqueles emitidos por pessoas jurídicas de direito público (União,
Quanto à pessoa do
Estados, Municípios, Distrito Federal etc), como os títulos da dívida pública, nos
emitente
quais o risco é menor de não se ver solvida a prestação. Já os títulos privados são
emitidos por pessoas de direito privado, sendo o risco mais variável.

Títulos de valor em dinheiro são a Títulos representativos são


regra geral no direito empresarial, na documentos que representam
Quanto à prestação
medida em que a maioria dos títulos de mercadorias ou bens. Exs.:
(Luiz Emygdio da
crédito envolve o pagamento de conhecimentos de depósito, warrants
Rosa Júnior)
determinada quantia em dinheiro. emitidos por armazéns gerais e as
cédulas de produto rural (CPRs físicas).

Título à vista são aqueles nos quais o Título a prazo são aqueles em que há
vencimento é indeterminado (não consta uma data de vencimento escrita no
Quanto ao
da cártula nenhuma data), sendo documento.
vencimento
exigível mediante apresentação do
documento ao devedor.

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

26/314

Títulos simples conferem apenas um Títulos complexos conferem mais de


direito. Ex.: cheque, nota promissória, um direito ao seu titular. Ex.: ação
Quanto aos direitos letra de câmbio. Nestes só há um direito ordinária de uma sociedade anônima.
que conferem de receber determinada quantia Para quem a reconhece como título de
pecuniária. crédito, ela é um título complexo, pois
confere diversos direitos ao acionista.

Títulos completos permitem o exercício Títulos incompletos dependem de


do direito nele contido sem depender de outros documentos para exercício do
qualquer outro documento. Ex.: cheque, direito nele contido. Ex.: “O exemplo de
Quanto à nota promissória, letra de câmbio. título incompleto seria a cédula de
autossuficiência crédito bancário, referente a contratos
de abertura de crédito, que precisa ser
complementado pelos extratos da conta-
corrente.” (Marlon Tomazette)

Títulos de crédito Títulos de crédito Títulos de Títulos de


rural (títulos de industrial têm financiamento garantia
agronegócio) têm como objetivo comercial imobiliária são
o intuito de financiar atividades (títulos de aqueles emitidos
promover as industriais. Exs.: investimento) no campo do
atividades de cédula de crédito destinam-se à financiamento
agricultura e industrial e a nota captação de imobiliário. Exs.:
pecuária. Exs.: de crédito recursos pelo seu letra hipotecária,
cédula de crédito industrial. emitente. Exs.: letra imobiliária,
Quanto à finalidade
rural e suas letra de câmbio cédula hipotecária.
(Fran Martins)
modalidades financeira,
(cédula rural certificado de
pignoratícia, cédula depósito bancário,
rural hipotecária, cédula de crédito
cédula rural bancário,
pignoratícia e commercial papers,
hipotecária e nota letra de
de crédito rural). arrendamento
mercantil.

3.1. Os títulos de crédito atípicos são títulos executivos


extrajudiciais?

R: Não, como pontua MARLON TOMAZETTE:


“Por derradeiro, é certo que os títulos atípicos, embora sejam títulos de
crédito, não são títulos executivos, na medida em que a executividade
pressupõe um reconhecimento legal específico. A tipicidade não atinge mais
os títulos de crédito, e sim os títulos executivos.” (Marlon Tomazette)

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

27/314

3.2. É possível a criação de título de crédito atípico ao


portador?

R: Não, como ensina MARLON TOMAZETTE:


“A criação de títulos ao portador depende de autorização legal específica (CC
– art. 907), não se admitindo a criação de títulos atípicos ao portador. Letras
de câmbio, notas promissórias, duplicatas e cédulas de crédito não podem
ser ao portador. Já os cheques podem ser ao portador, mas apenas aqueles
até o valor de R$ 100,00 (Lei n. 9.069/95 – art. 69).” (Marlon Tomazette)

3.3. Em que consiste a letra de arrendamento mercantil?

R: Segundo FRAN MARTINS:


“A Letra de Arrendamento Mercantil (LAM) é disciplinada pela Lei nº 11.882,
de 23 de Dezembro de 2008, que dispõe sobre as operações de redesconto
pelo Banco Central do Brasil, expressamente autorizando a emissão da LAM.
(... Este título representa promessa de pagamento, em dinheiro, e deve ser
emitido, necessariamente, por sociedade de arrendamento mercantil. A LAM
é título nominativo, endossável e de livre negociação, devendo conter todos
os elementos dispostos no art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.882, (...). A LAM não
constitui operação de empréstimo ou adiantamento, por sua aquisição em
mercado primário ou secundário, nem se considera valor mobiliário para os
efeitos da legislação cambiaria. Ademais, adotará a forma escritural, sendo
exigido o seu registro em um sistema de registro e de liquidação financeira
de ativos, o qual, necessariamente, deverá ser autorizado pelo Banco
Central do Brasil. Na hipótese de transferência de sua titularidade, esta se
operará pelos registros dos negócios.” (Fran Martins)

4. Características dos títulos de crédito

São características dos títulos de crédito: (i) natureza jurídica


de bem móvel; (ii) natureza pro solvendo; (iii) circulação; (iv) ser um
título de apresentação; (v) conter obrigação quesível; (vi) ser um
título de resgate; (vii) executividade; (viii) presunção de liquidez e
certeza; (ix) formalismo; e (x) presença de solidariedade cambiária.

4.1. Bem móvel

O título de crédito é um bem móvel e, por conta disso, aponta


MARLON TOMAZETTE:
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

28/314

“(...) está sujeito aos princípios gerais que regem os bens móveis. Assim é
que a posse de boa-fé dos títulos de crédito equivale à propriedade (LUG –
art. 16, II; Lei n. 7.357/85 – art. 24). Essa natureza móvel simplifica a
circulação dos títulos de crédito, agilizando a transmissão das riquezas, o
que é essencial para os títulos de crédito.” (Marlon Tomazette)
“Art. 16 da LUG (Decreto nº 57.663/66). O detentor de uma letra é
considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma serie
ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos
riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos.”
“Art. 24, caput, da Lei nº 7.357/85. Desapossado alguém de um cheque,
em virtude de qualquer evento, novo portador legitimado não está obrigado
a restituí-lo, se não o adquiriu de má-fé.”

4.2. Natureza pro solvendo

Primeiro, vamos diferenciar a emissão de título de crédito pro


solvendo de pro soluto:

Pro solvendo Pro soluto

O título de crédito é emitido O título de crédito é emitido como forma


constituindo uma nova obrigação, sem de extinção da obrigação originária,
extinguir a obrigação originária que lhe permanecendo apenas a obrigação
deu causa. decorrente do título de crédito.

Nessa senda, MARLON TOMAZETTE afirma que, salvo


intenção diversa, a emissão do título de crédito é pro solvendo:
“Com efeito, salvo intenção diversa das partes, a emissão do título de
crédito é pro solvendo, isto é, a simples entrega do título ao credor não
significa a efetivação do pagamento. Em outras palavras, a emissão do título
não extingue a obrigação que lhe deu origem, de modo que as duas, a
obrigação cambial e a originária, coexistem.
(...) Com a emissão do título, estamos diante da mesma obrigação, dotada
de outra roupagem, a cambial; prova disso é que a perda ou destruição do
título não impede que o credor ajuíze uma ação baseada no contrato. Assim,
se o cheque emitido pelo comprador, no contrato de compra e venda, for
destruído, resta ao vendedor exigir o pagamento do preço com base no
contrato.” (Marlon Tomazette)

No mesmo sentido, já se manifestou o SUPERIOR TRIBUNAL


DE JUSTIÇA:
“(...) 1. O cheque (...) sendo, em regra, pro solvendo, de modo que, salvo
pactuação em contrário, só extingue a dívida, isto é, a obrigação que a
cártula visa satisfazer consubstanciada em pagamento de importância em
dinheiro, com o efetivo pagamento. (...).” (STJ, REsp 1199001/RS, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
02/05/2013, DJe 20/05/2013)
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

29/314

4.3. Circulação

Como uma de suas funções essenciais é a circulação de


riquezas, natural que os títulos de crédito tenham, em regra,
condição de circular:
“Não se quer dizer, contudo, que os títulos de crédito sempre vão circular. O
que se quer deixar registrado é que os títulos nascem para circular, e essa é
uma possibilidade que, em regra, se põe à disposição do credor. Outros
documentos também podem circular, mas nos títulos essa característica é
mais importante.” (Marlon Tomazette)

4.4. Títulos de apresentação

Para exercício do direito contido no título de crédito, ele deve


ser apresentando, ou seja, sem a posse da cártula não é possível
exercer o direito cambiário.
“A necessidade de apresentação do título decorre, entre outros motivos, da
possibilidade de circulação simplificada do título. Ora, como o título de
crédito pode circular, o devedor só saberá quem é o atual credor com a
apresentação do próprio documento. O devedor deve ter a cautela de só
efetuar o pagamento a quem seja o portador legítimo do título, evitando o
mau pagamento, que geraria o dever de pagar de novo a mesma obrigação
(quem paga mal paga duas vezes).” (Marlon Tomazette)

4.5. Obrigação quesível

Obrigação quesível Obrigação portável

O credor deve se deslocar para cobrar o O devedor deve se deslocar ao credor


adimplemento da obrigação do devedor. para adimplir a obrigação.

Em razão da possibilidade de circulação dos títulos de crédito e


da necessidade de sua apresentação, é natural competir ao credor
dirigir-se ao devedor para exigir o cumprimento da obrigação
cambiária.
“Nos títulos de crédito, há uma obrigação a ser cumprida pelo devedor e
recebida pelo credor. Em toda obrigação, uma das duas partes deve tomar a
iniciativa para o cumprimento da obrigação. No caso dos títulos de crédito,
essa iniciativa compete ao credor, logo, é ele que deve se dirigir ao devedor
para exigir o pagamento, e não o contrário.” (Marlon Tomazette)
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

30/314

4.6. Título de resgate

Conforme ensina MARLON TOMAZETTE:


“Uma vez apresentado o título ao devedor, deve haver, a princípio, o
pagamento. Ao realizar esse pagamento, o devedor deve ter o cuidado de
exigir a entrega do título (LUG – art. 39; CC – art. 901, parágrafo único),
para evitar que o título volte a circular, e, chegando às mãos de um terceiro
de boa-fé, a obrigação lhe seja novamente exigida. Em razão disso, diz-se
que o título de crédito é um título de resgate.” (Marlon Tomazette)
“Art. 39 da LUG (Decreto nº 57.663/66). O sacado que paga uma letra
pode exigir que ela lhe seja entregue com a respectiva quitação. (...).”
“Art. 901 do CC. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de
crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de
má-fé.
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da
entrega do título, quitação regular.”

4.7. Executividade

Os títulos de crédito são títulos executivos extrajudiciais (art.


784 do NCPC) e, consequentemente, não precisam de confirmação
judicial.
“Essa é a hipótese dos títulos de crédito, daí falar em eficácia processual
abstrata dos títulos, na medida em que eles permitem a realização da
execução, sem a necessidade de qualquer nova demonstração da existência
do crédito.
(...) Quem tem um título de crédito pode requerer de imediato a adoção das
medidas satisfativas do seu crédito, isto é, pode ajuizar diretamente um
processo de execução. Tal característica não se aplica aos chamados títulos
atípicos.” (Marlon Tomazette)

4.8. Presunção de liquidez e certeza

Os títulos de crédito possuem, em regra, liquidez e (presunção


de) certeza, uma vez que o documento é suficiente para atestar a
existência do crédito (certeza) e seu valor ou os critérios para se
chegar a seu valor estão definidos no título (liquidez).
Aliada a característica de executividade, o art. 783 do Novo
Código de Processo Civil dispõe que:
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

31/314

“Art. 783 do NCPC. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á


sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.”

Quanto a essas características, pontua MARLON TOMAZETTE:


“A exigibilidade vai decorrer do vencimento da obrigação, não representando
exatamente um elemento intrínseco do título de executivo. Uma nota
promissória ainda não vencida não é exigível, mas não deixa de ser um
título executivo. A exigibilidade representará, em última análise, a
adequação ao procedimento da execução, a necessidade dessa atuação
jurisdicional.
A certeza diz respeito à existência da obrigação, que não deve ser entendida
como uma certeza absoluta, o que não significa que o direito
necessariamente exista, vale dizer, pode haver o reconhecimento posterior
de que o direito não existe, por meio de embargos à execução, por exemplo.
O que se exige na certeza é o alto grau de probabilidade da existência do
crédito.
Por fim, a liquidez diz respeito à determinação do objeto da obrigação, isto
é, o montante da obrigação já está definido, ainda que mediante simples
cálculos aritméticos. É líquida a dívida quando a importância se acha
determinada em todos os seus elementos de quantidade (dinheiro) e
qualidade (coisas diversas do dinheiro), natureza e espécie (prestação de
fato).” (Marlon Tomazette)

4.9. Formalismo

Uma cártula só pode ser considerada como título de crédito se


preencher os requisitos legais. Por outro lado, a não observância dos
requisitos não implica nulidade do documento, mas apenas não se
reconhece ao documento os efeitos de um título de crédito.
“Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a
sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio
jurídico que lhe deu origem.”
“Indispensável se torna que o documento se revista de certas exigências
impostas pela lei para que tenha a natureza de título de crédito e assegure
ao portador os direitos incorporados no mesmo.
É, assim, o formalismo o fator preponderante para a existência do título e
sem ele não terão eficácia os demais princípios próprios dos títulos de
crédito. Tanto a autonomia das obrigações como a literalidade e a abstração
só poderão ser invocadas se o título estiver legalmente formalizado, donde
dizerem as leis que não terão o valor de título de crédito os documentos que
não se revestirem das formalidades exigidas por ditas leis.” (Fran Martins)

A título de exemplo:
“Assim, se uma nota promissória não contiver o nome do seu beneficiário,
por exemplo, ela não pode ser tratada como uma nota promissória. Em
razão disso, tal documento não pode gozar do tratamento peculiar dado aos
títulos de crédito, não sendo, por exemplo, passível de execução. A
irregularidade da forma afeta os efeitos do documento como título de
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

32/314

crédito. Eventual correção desses vícios de nada adianta, pois, uma vez
promovidas as medidas para o exercício do direito de crédito com um título
incompleto, fica afastada a condição de título de crédito que não poderá ser
adquirida posteriormente.” (Marlon Tomazette)

Nesse sentido, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já


pontuou que a ausência de data de emissão na nota promissória
torna-a inexigível:
“(...) A ausência da data de emissão da nota promissória torna-a inexigível,
visto tratar-se de requisito formal e essencial à constituição do referido título
executivo. (...)” (STJ, EDcl no REsp 1158175/RS, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 14/04/2011,
DJe 03/05/2011)

4.10. Solidariedade cambiária

Nos títulos de crédito existe uma solidariedade entre os vários


coobrigados, de modo que o credor pode exigir de um, alguns ou de
todos eles a obrigação integral constante do documento.
“Art. 47 da LUG (Decreto nº 57.663/66). Os sacadores, aceitantes,
endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente
responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente,
sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a
tenha pago.
A ação intentada contra um dos coobrigados não impede acionar os outros,
mesmo os posteriores àquele que foi acionado em primeiro lugar.”

4.10.1. A solidariedade cambiária é igual à


solidariedade civil?

R: Não, como apontam FRAN MARTINS e FÁBIO ULHOA COELHO:


“Note-se que a solidariedade cambial é diversa da solidariedade comum,
pois nesta, se um paga a totalidade da dívida, a mesma será repartida entre
todos (Código Civil, art. 283), enquanto na solidariedade cambiária se um
paga tem o direito de receber a totalidade da dívida dos obrigados
anteriores.” (Fran Martins)
“(...) quer dizer, de comum entre o regime cambial e a disciplina civil da
solidariedade existe apenas o fato de o credor poder exercer seu direito,
pelo valor total, contra qualquer um dos devedores. Quando se trata de
discutir a composição, em regresso, dos interesses desses devedores, a
regra aplicável do direito cambial é diferente da pertinente à solidariedade
passiva. É incorreta a afirmação de que os devedores de um título de crédito
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

33/314

são solidários. O devedor solidário que paga ao credor a totalidade da dívida


pode exigir, em regresso, dos demais devedores a quota-parte cabível a
cada um (CC, art. 283). Se são três os obrigados, aquele que adimpliu a
obrigação junto ao titular do crédito, pode cobrar a terça parte do valor
pago, de cada um dos outros dois codevedores. É o regresso típico da
solidariedade passiva, que, no entanto, não se verifica entre devedores
cambiais. Em primeiro lugar, nem todos têm direito de regresso: o aceitante
da letra de câmbio ou o subscritor da nota promissória, por exemplo, após
pagarem o título não poderão cobrá-lo de ninguém mais. Em segundo, nem
todos os codevedores respondem regressivamente perante os demais: os
devedores anteriores respondem perante os posteriores, mas esses não
podem ser acionados por aqueles. Em terceiro lugar, em regra o regresso
cambiário se exerce pela totalidade e não pela quota-parte do valor da
obrigação: apenas excepcionalmente, como na hipótese de avais
simultâneos, é que se verifica, entre os coavalistas, a partição proporcional
da obrigação. São tão significativas as diferenças, no momento do regresso,
entre os devedores cambiais e os solidários, que considero mais correto
afastar-se o paralelo. A natureza da obrigação cambiária lembra a
solidariedade passiva apenas no aspecto externo (a possibilidade de
cobrança judicial da dívida por inteiro, de qualquer um dos devedores), e,
por isso, revela-se mais adequado estudar o tema por uma perspectiva
própria; quer dizer, abstraindo-se totalmente o regime da solidariedade civil.
O art. 285 do CC não se aplica às obrigações cambiais, posto que ela
interessa a todos os devedores. (...).” (Fábio Ulhoa Coelho)

Vamos à tabela:

Solidariedade cambiária Solidariedade civil

A obrigação dos devedores solidários A obrigação de todos os devedores


decorre de causas distintas solidários decorre de uma causa comum

Pluralidade de prestações Unidade de prestação

Qualquer codevedor que paga a dívida


Nem todo devedor que paga o título de
terá direito de regresso contra os outros
crédito tem direito de regresso.
codevedores

O direito de regresso só pode ser


O direito de regresso pode ser exercido
exercido em face dos devedores
contra qualquer um dos codevedores
anteriores

O direito de regresso é sobre a dívida O direito de regresso limita-se ao valor


toda, e não por cota-parte (art. 49 da da quota parte dos demais devedores
LUG) (art. 283 do C)

A interrupção da prescrição em face de


A prescrição é individual, corre ou
um devedor afeta os demais devedores
interrompe-se para cada codevedor.
(art. 202, § 1º, do CC)

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

34/314

4.10.2. A solidariedade cambiária atinge os avais


simultâneos?

R: Não, como destaca FRAN MARTINS:


“Do mesmo modo que acontece com a letra de câmbio, o aval no cheque
pode ser dado por uma ou por várias pessoas. Neste último caso, teremos
pluralidade de avalistas e em princípio há solidariedade entre eles, donde o
portador poder requerer de um só o cumprimento da obrigação total, tendo
o pagante o direito de exigir dos demais avalistas a parte que lhes cabe na
divisão da dívida. Tais avais são denominados simultâneos, com os efeitos
acima mencionados (solidariedade passiva dos avalistas e consequente
direito do que paga de exigir dos demais a parte que lhes couber no
pagamento da dívida).” (Fran Martins)

Dessa forma, os avais simultâneos estabelecem entre os


coavalistas uma relação fundada na solidariedade de direito comum,
e não cambiária. Assim, se um deles pagar a dívida, terá o direito de
exigir do outro apenas a quota parte que caberia a este.

5. Princípios dos títulos de crédito

A doutrina não é unânime a respeito do termo “princípios”, há


quem prefira outras como: características, atributos ou até requisitos
essenciais.
No entanto, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA tem usado o
termo princípio para se referir aos enunciados aqui estudados:
“(...) 3. O aceite é ato formal e deve se aperfeiçoar na própria cártula
(assinatura do sacado no próprio título), incidindo o princípio da literalidade
(art. 25 da LUG). (...).” (STJ, REsp 1334464/RS, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/2016,
DJe 28/03/2016)
“(...) 1. Nas relações cambiárias (norteadas, dentre outros, pelo princípio da
cartularidade), (...).” (STJ, REsp 1086969/DF, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 16/06/2015, DJe 30/06/2015)

De qualquer modo, apesar de alguns princípios extras, a


doutrina converge em relação a pelo menos 3 (três): (a) princípio da
cartularidade (ou incorporação); (b) princípio da autonomia; (c)
princípio da literalidade.

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

35/314

Princípio da
Cartularidade ou da
Incorporação
Abstração
Princípios dos Princípio da
Títulos de Crédito Autonomia
Inoponibilidade de
Exceções Pessoais a
Terceiros de Boa-fé
Princípio da
Literalidade

5.1. Princípio Cartularidade (ou incorporação)

De acordo com MARLON TOMAZETTE, reproduzindo CESARE


VIVANTE:
“No conceito de Vivante, diz-se que ‘título de crédito é o documento
necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado’.
Diz-se que o documento é necessário, ‘porque, enquanto existe o
documento, o credor deve exibi-lo para exercitar todo direito, seja principal,
seja acessório, que o título porta consigo e não se pode fazer qualquer
mudança na posse do título, sem anotá-la nele’.” (Marlon Tomazette)

Portanto, o documento é fundamental para o exercício dos


direitos nele referidos.
Quanto aos títulos eletrônicos, MARLON TOMAZETTE sugere a
utilização do termo “incorporação”, já que não há papel nesse caso:
“Além disso, é certo que o surgimento dos títulos eletrônicos torna um tanto
inadequada a expressão cartularidade, uma vez que inexistirá o papel,
sendo melhor falar em incorporação para os títulos eletrônicos. Apesar disso,
para os títulos representados em papel, a expressão cartularidade ainda é
mais correta, na medida em que não se vale de qualquer metáfora ou
imagem plástica.” (Marlon Tomazette)

5.1.1. Quais são as aplicações do princípio da


cartularidade (incorporação)?
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

36/314

R: O princípio da cartularidade possui diversas aplicações: (a)


necessidade de apresentação do título para exercício dos direitos nele
referidos; (b) a apresentação do título pelo devedor representa, a
princípio, sua quitação; (c) o direito cartular só se transmite com a
entrega do título de crédito; (d) exige-se a apresentação do título de
crédito original (não cópia autenticada) para instruir demandas
judiciais.

5.1.2. O princípio da cartularidade comporta


exceções?

R: Sim, como aponta MARLON TOMAZETTE:


“Todavia, tal aplicação da cartularidade ou incorporação vem sendo
mitigada, admitindo-se, em determinadas hipóteses, a não apresentação do
título original. Por questões de segurança (valor elevado ou risco de perda),
ou mesmo por questões de impossibilidade fática de juntada do original
(quando este está em outro processo), admite-se a apresentação apenas de
cópia autenticada do título, com a assunção da obrigação de mostrar o
original quando pedido, ou com a certidão de que o original está em outro
processo. Também vem se admitindo o prosseguimento do processo se o
original se perdeu no curso do processo e não houve impugnação sobre a
legitimidade do documento.
Além do exposto, tal princípio encontra algumas variações em relação às
duplicatas mercantis ou de prestação de serviços, nas quais alguns direitos
podem ser exercidos sem a exibição do título, como o protesto por
indicações e a execução baseada no protesto por indicações acompanhada
do comprovante de entrega das mercadorias.” (Marlon Tomazette)

Esquematizando as exceções:

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

37/314

Exceções Exceção na
gerais duplicata
Questões de Protesto por indicação
segurança (valor acompanhado do
elevador ou risco de comprovante de
perda) entrega

Impossibilidade fática

Perda no curso do
processo

5.2. Princípio da Autonomia

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


“Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que
comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de
crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo
documento.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Exemplos práticos: Carlos emitiu uma nota promissória (que


recebeu o aval de Fábio) para Augusto que a endossou para Kátia.
Considerando que houve três assinaturas (emissão, endosso e aval),
sem qualquer menção em contrário, temos 3 (três) devedores
solidários desse título. Carlos, Augusto e Fábio. Se Carlos for
absolutamente incapaz e não for representado, sua obrigação é nula.
Embora seja sua assinatura que crie o título, isso não invalida o título
em si, nem as demais obrigações. Fábio e Augusto continuarão sendo
devedores do título de crédito. Do mesmo modo, se a assinatura de
Carlos for falsa, todas as outras obrigações se mantêm, dado o
princípio da autonomia das obrigações.
Nessa linha, conclui-se que:
“As implicações do princípio da autonomia representam a garantia efetiva de
circulabilidade do título de crédito.” (Fábio Ulhoa Coelho)

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

38/314

O princípio da autonomia das obrigações cambiais se desdobra


em 2 (dois) outros subprincípios: (a) o da abstração e (b) o da
inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.
“Qualifico-os de subprincípios porque, na verdade, nada acrescentam ao que
já se encontra determinado pelo princípio da autonomia. A abstração e a
inoponibilidade correspondem a modos diferentes de se reproduzir o preceito
da independência entre as obrigações documentadas no mesmo título de
crédito.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Por fim, reitero que o princípio da autonomia (e seus


subprincípios) somente incide se o título de crédito tiver circulado:
“(...) Não obstante sejam a autonomia e a abstração características dos
títulos de crédito em geral, decorrendo disso a inoponibilidade de exceções
pessoais, são garantias que somente se justificam em caso de título posto
em circulação, e em relação ao terceiro de boa-fé (endossatário). Não
havendo circulação, no entanto, estando, pois, ainda atrelado à relação
jurídica originária estabelecida entre seu emitente (sacador) e o beneficiário
(sacadado), podem estes discutir o negócio jurídico subjacente (causa
debendi). (...).” (STJ, REsp 1410997/SP, Rel. Ministro LÁZARO
GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),
QUARTA TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017)
“(...) 3. É possível ao avalista opor exceções pessoais relativas à origem do
débito se o título de crédito não circulou. Mitigação dos princípios da
abstração e da autonomia do aval. Incidência dos princípios da boa-fé e da
vedação ao enriquecimento sem causa. (...).” (STJ, REsp 1436245/MG,
Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 17/03/2015, DJe 23/03/2015)

5.2.1. E o que se entende por circulação para fins de


aplicação do princípio da autonomia?

R: A circulação para fins de incidência do princípio da autonomia


engloba endosso e a simples tradição, esta como o título é
emitido/sacado ao portador:
“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CHEQUE AO
PORTADOR. CIRCULAÇÃO. DISCUSSÃO DE CAUSA DEBENDI.
IMPOSSIBILIDADE. AGIOTAGEM. NÃO COMPROVAÇÃO. ALTERAÇÃO DO
CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO IMPROVIDO. 1. A Corte de origem, analisando os elementos de
prova constantes nos autos, concluiu que o cheque em questão circulou por
mera tradição, pois inexistia indicação expressa do beneficiário, o que afasta
a necessidade de endosso, e que não ficou demonstrada a prática de
agiotagem por parte do recorrido. Nesse contexto, a alteração das premissas
fáticas adotadas pela Corte de origem demandaria o revolvimento do acervo
fático-probatório, providência vedada pela Súmula 7/STJ. 2. Agravo interno
a que se nega provimento. [Trecho do corpo do acórdão:] De qualquer
sorte, em relação à possibilidade de circulação do cheque, a Corte de origem
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

39/314

dispôs que, no caso dos autos, o título circulou por mera tradição, (...).
Reconhecido que o cheque em questão circulou, não há que se falar em
discussão, perante o portador de boa-fé, da causa debendi para sua
emissão.” (STJ, AgInt no AREsp 941.068/MG, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 07/02/2017, DJe
16/02/20173)
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. ENDOSSO-TRANSLATIVO. SUSTAÇÃO DO
CHEQUE POR INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. ALEGAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE PELO RISCO DA ATIVIDADE DA EMPRESA
ENDOSSATÁRIA. INOPONIBILIDADE DE EXCEÇÕES PESSOAIS. NÃO
COMPROVAÇÃO DA MÁ-FÉ. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA E ABSTRAÇÃO DO
TÍTULO DE CRÉDITO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. À luz dos arts.
915 e 916 do Código Civil, o devedor só pode opor ao portador as exceções
fundadas em relação pessoal com este ou em relação ao título, em aspectos
formais e materiais, salvo na hipótese de má-fé do endossatário, não
verificado na espécie. (...).” (STJ, AgRg no AREsp 724.963/DF, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
24/11/2015, DJe 09/12/2015)

No entanto, o princípio da autonomia não incide nos casos de


cessão de crédito da cambial:
“(...) 1. No contrato de factoring, a transferência dos créditos não se opera
por simples endosso, mas por cessão de crédito, subordinando-se, por
consequência, à disciplina do art. 294 do Código Civil, contexto que autoriza
ao devedor a oponibilidade das exceções pessoais em face da faturizadora.
Precedentes. (...).” (STJ, AgRg no AREsp 118.372/RS, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 23/02/2016, DJe
07/03/2016)
“(...) 2. Em se tratando de cessão de título de crédito mediante factoring, as
exceções pessoais originalmente oponíveis pelo devedor ao faturizado
passam a ser oponíveis à faturizadora, nova credora. Precedentes. 3. Agravo
regimental não provido.” (STJ, AgRg no REsp 1477400/ES, Rel. Ministro
MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe
17/08/2015)
“(...) 1. É possível a oposição de exceções pessoais à faturizadora, visto que
recebe o cheque por força de contrato de cessão de crédito, cuja origem é -
ou pelo menos deveria ser - objeto de análise, o que faz com que não se
equipare a terceiros a quem o título pudesse ser transferido por endosso e
cuja boa-fé os princípios da autonomia e abstração visam proteger. (...).”
(STJ, AgRg no REsp 1283369/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE

3
No mesmo sentido: TJSP; Apelação 1010741-06.2015.8.26.0019; Relator (a): Tasso Duarte de Melo;
Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro de Americana - 2ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 16/05/2018; Data de Registro: 16/05/2018; TJSP; Apelação 1033183-49.2016.8.26.0562;
Relator (a): Matheus Fontes; Órgão Julgador: 22ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santos - 5ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 22/02/2018; Data de Registro: 23/02/2018); TJSP; Apelação Com Revisão
9100894-31.2000.8.26.0000; Relator (a): Waldir de Souza José; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 18ª VC; Data do Julgamento: 27/09/2005; Data de Registro: 26/10/2005
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

40/314

NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/02/2016, DJe


18/02/2016)
“Por fim, é certo que o endossatário de boa-fé é bem mais protegido do que
o cessionário também de boa-fé. No endosso, o devedor não pode alegar
contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais referentes ao
endossante. O endossatário recebe um direito emergente do título, e não o
direito do endossante, logo, ele está imune às defesas que seriam oponíveis
ao endossante. Problemas dos credores anteriores não afetam o direito do
endossatário, isto é, ele receberá um direito autônomo e abstrato, e não o
mesmo direito que o endossante possuía. O fato de o endossante não poder
receber o título não afeta o endossatário, pois o seu direito de crédito é novo
e completamente desvinculado do direito do endossante. Em contrapartida,
na cessão de créditos, o devedor pode opor ao cessionário as exceções
pessoais ligadas a ele, bem como aquelas exceções pessoais atinentes
exclusivamente ao cedente, no momento em que tomou conhecimento da
cessão (CC – art. 294).” (Marlon Tomazette)

5.2.2. Subprincípio da Abstração

Como aponta FÁBIO ULHOA COELHO, esse princípio só tem


incidência quando o título de crédito circula:
“Pelo subprincípio da abstração, o título de crédito, quando posto em
circulação, se desvincula da relação fundamental que lhe deu origem. Note-
se que a abstração tem por pressuposto a circulação do título de crédito.
Entre os sujeitos que participaram do negócio originário, o título não se
considera desvinculado deste.
(...) A abstração, então, somente se verifica se o título circula. Em outros
termos, só quando é transferido para terceiros de boa-fé, opera-se o
desligamento entre o documento cambial e a relação em que teve origem. A
consequência disso é a impossibilidade de o devedor exonerar-se de suas
obrigações cambiárias, perante terceiros de boa-fé, em razão de
irregularidades, nulidades ou vícios de qualquer ordem que contaminem a
relação fundamental. E ele não se exonera exatamente porque o título
perdeu seus vínculos com tal relação.” (Fábio Ulhoa Coelho)

5.2.2.1. Conceito ambíguo da abstração

A abstração é conceito ambíguo, na doutrina de direito


cambiário.
(a) De um lado, como princípio, refere-se ao desligamento do
título de crédito em relação ao negócio originário;
(b) De outro lado, como espécie de classificação das cártulas,
diz respeito aos títulos de crédito cuja emissão não está

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

41/314

condicionada a determinadas causas (os abstratos, em


contraposição aos causais).

Subprincípio da Títulos de crédito


Abstração Abstratos
•Princípio •Espécie de
classificação
dos títulos de
crédito.

5.2.3. Subprincípio da inoponibilidade de exceções


pessoais a terceiros de boa-fé

Pelo subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais aos


terceiros de boa-fé, o executado em virtude de um título de crédito
não pode alegar matéria de defesa estranha à sua relação direta com
o exequente, salvo provando a má-fé dele. Exemplos de exceções
pessoais: compensação, transação.
No entanto, se o portador receber o título de má-fé, tal
subprincípio não é aplicado:
“Apenas uma exceção comporta a regra: quando há má-fé, por parte do
portador, ao adquirir o título, com a finalidade de prejudicar o devedor. Daí
dizer a lei que a regra vigora ‘a menos que o portador, ao adquirir a letra,
tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor’ (art. 17).
Note-se que, nesse caso, para ser oponível a exceção, é necessário que o
portador do título, ao adquiri-lo, tenha agido de má-fé, com a finalidade de
prejudicar o devedor. Assim, se o portador sabia que ao seu antecessor
seriam oponíveis exceções pessoais pelo devedor, e com a finalidade de
prejudicar a este recebeu o título, o devedor pode opor as exceções que
teria contra o portador anterior, demonstrado que seja que a aquisição do
título teve por finalidade prejudicar o devedor. A má-fé do portador é
caracterizada pelo fato de haver ele agido ‘conscientemente’ em prejuízo do
devedor; desse modo, o simples conhecimento da exceção por parte do
portador não é suficiente para demonstrar sua má-fé. É esse o princípio
dominante na doutrina.” (Fran Martins)
“O devedor do título crédito não pode opor contra o endossatário as
exceções pessoais que possuía em face do credor originário, limitando-se tal
defesa aos aspectos formais e materiais do título, salvo na hipótese de má-
fé.” (STJ, REsp 1231856/PR,Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, Julgado em 04/02/2016, DJE 08/03/2016; AgRg
no AREsp 724963/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

42/314

TERCEIRA TURMA, Julgado em 24/11/2015, DJE 09/12/2015; REsp


1382609/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, Julgado em 15/09/2015, DJE 23/09/2015; REsp
889713/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, Julgado
em 07/10/2014, DJE 17/11/2014; AgRg no AREsp 055950/DF,Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,Julgado
em 20/08/2013,DJE 28/08/2013)

5.2.3.1. Quais situações representam má-fé do


terceiro?

R: Segundo MARLON TOMAZETTE, há má-fé quando o credor tem


conhecimento dos vícios do negócio que deu causa à emissão/saque
da cártula e quando o credor deveria ter conhecimento dos vícios do
negócio que deu causa à emissão/saque da cártula.
“Mesmo não sendo parte do negócio jurídico, também não haverá boa-fé do
credor se ele tinha ciência dos vícios do negócio subjacente. Ora, se, mesmo
não sendo parte, ele sabia que o credor do negócio não poderia recebê-lo,
não há boa-fé da sua parte ao receber o título. Nesses casos, ele agiu
claramente em detrimento do devedor e sabia o que estava acontecendo.
(...) Também não haverá boa-fé, se o credor tinha como saber dos
problemas do negócio. Não se cogita aqui da ciência inequívoca, mas apenas
da possibilidade concreta de ele ter ciência dos vícios que afetam o negócio
jurídico. Tal possibilidade de ciência decorre da vinculação expressa do título
ao negócio jurídico, isto é, o credor adquire o título com a menção expressa
à origem desse título.” (Marlon Tomazette)

Aliás, como aponta FÁBIO ULHOA COELHO:


“Não se exige, para o afastamento da presunção de boa-fé, a prova da
ocorrência de conluio entre o exequente e o credor originário da cambial.
Basta a ciência do fato oponível, previamente à circulação do título.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Tá com aquela dúvida lá... “O princípio da autonomia é gênero? Ou é


o princípio da abstração que é gênero?” Lembre-se deste desenho
aqui embaixo. O Princípio da Autonomia é o gênero e as rodinhas são
as espécies: abstração e inoponibilidade.

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

43/314

5.2.3.1.1. Questões de Prova Discursiva

Ministério Público Estadual

QPD. Ministério Público – MP/RJ – Ano: 2009. No âmbito do direito cambiário,


explique duas exceções pessoais e duas exceções não pessoais oponíveis
ao terceiro.

R: O princípio da autonomia alberga 2 (dois) subprincípios: abstração


e inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé. Quanto
às exceções pessoais podem ser citadas como exemplo: erro, dolo,
exceção de contrato não cumprido, violência, simulação, pagamento,
compensação, novação, confusão, remissão etc. Em relação a
exceções não pessoais, pode ser apontado como exemplo a falta de
qualquer requisito essencial de um título de crédito (ex.: falta do
nome do sacado na letra de câmbio).

5.3. Princípio da Literalidade

Segundo o princípio da literalidade, quanto ao conteúdo, à


extensão e às modalidades do direito cambiário, é decisivo
exclusivamente o teor do título:
“(...) literal quer dizer que vale apenas o que está escrito, ou seja, o que
efetivamente está estampado no título. Assim, somente produzem efeitos
jurídicos-cambiários os atos lançados no próprio título de crédito, pois
apenas o conteúdo do título é que possui valor.” (Tarcísio Teixeira)

Exemplos práticos: (i) meros ajustes verbais não podem influir


no exercício do direito cambiário; (ii) se o título prevê expressamente
um valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mas foi combinado
verbalmente um valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), só poderá
ser exigido o valor literal; (iii) se o título tem um vencimento certo,
mas foi combinado verbalmente que ele só seria cobrado após o
término de determinado serviço, tal ajuste verbal não impede a
exigência do título a partir do vencimento; (iv) o avalista em
- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Teoria Geral dos Títulos de Crédito -

44/314

documento apartado não é devedor do título; (v) o devedor que


verbalmente assumiu a obrigação, mas não a firmou no título, não
poderá ser demandado; (vi) apenas aquele credor cujo nome decorra
do teor literal do título é que poderá exigir o cumprimento da
obrigação; (vii) atos documentados em instrumentos apartados,
ainda que válidos, não podem ser opostos ao portador deboa-fé do
título; (ix) a quitação dada em documento apartado não pode ser
oposta ao possuidor de boa-fé que tenha adquirido o título por meio
de circulação; (x) prova testemunhal não é apta a afastar a exigência
de que a quitação conste do próprio título.
“Vê-se, portanto, que a literalidade opera tanto contra como a favor do
subscritor, na medida em que este não pode opor exceções constantes de
documentos extracartulares, a não ser que o portador tenha sido parte na
relação. E, por conseguinte, o portador não pode exigir mais do que consta
literalmente do título.” (Marlon Tomazette)

5.3.1. O princípio da literalidade aplica-se na íntegra


às duplicatas?

R: Não, como lembra MARLON TOMAZETTE:


“Mais uma vez, tal princípio não se aplica integralmente à duplicata. Nesta,
são admitidas a quitação em separado (Lei n. 5.474/68 – art. 9º), a
compensação de valores não previstos no título (Lei n. 5.474/68 – art. 10) e
a assunção de obrigação fora do título, como o chamado aceite presumido.”
(Marlon Tomazette)

5.3.2. Do que se trata a literalidade indireta?

R: De acordo com MARLON TOMAZETTE, algumas obrigações


podem ser exigidas do devedor, embora não constantes do título de
crédito, seja por decorrerem de expressa previsão legal (ex.: juros e
correção monetária), seja por terem embasado a própria
emissão/saque do título de crédito (ex.: nota promissória vinculada a
um contrato bancário). Essa possibilidade de cobrança é a literalidade
indireta.

5.4. O que é o princípio da independência?

R: De acordo com MARLON TOMAZETTE:


- Teoria Geral dos Títulos de Crédito –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

45/314

“(...) o título vale por si só, não precisando ser completadao por outros
documentos.” (Marlon Tomazette)

No entanto, o mesmo autor pontua que esse princípio não é


aceito por toda a doutrina:
“Não se trata de princípio admitido por toda a doutrina, por estar ausente de
uma série de títulos. Alguns títulos fazem referência a contratos ou a outros
documentos. Portanto, a própria lei afasta a independência de alguns títulos,
como nas cédulas de crédito rural que devem ser acompanhadas do
orçamento (Decreto-lei n. 167/67 – art. 3º), ou nas cédulas de crédito
bancário que devem ser acompanhadas pelos extratos bancários (Lei n.
10.931/04 – art. 28, § 2º, II). Portanto, a independência pode deixar de ser
aplicada pela vontade das partes (remissão a contrato) ou pela lei
(vinculação legal a algum documento).” (Marlon Tomazette)

Letra de Câmbio

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Lei Uniforme de Genebra Arts. 1º/9º, 11/63 e 69/78.

Arts. 1º/3º, 9º/10, 12, 19/21, 25/26 e


Lei nº 9.429/97
37/38.

2. Introdução

Embora esteja em desuso, a letra de câmbio é um dos títulos


de crédito mais importantes, pois no seu ambiente destacam-se os
principais institutos do Direito Cambiário.
Pois bem, a letra de câmbio é um título de crédito formal,
autônomo, abstrato e completo, que contém a obrigação de fazer
pagar determinada soma de dinheiro (ordem de pagamento), no
tempo e no lugar designados.
“Em primeiro lugar, vale a pena ressaltar que estamos diante de um título
de crédito, isto é, um documento necessário para o exercício de um direito,
no caso especificamente o de receber determinada quantia em dinheiro.
Trata-se de um título de crédito formal, na medida em que o documento só
vale como título de crédito, se obedecer a todos os requisitos legais. Além
disso, é um título autônomo e abstrato, na medida em que não deriva de
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

46/314

nenhum negócio jurídico específico, sendo as várias obrigações do título,


independentes entre si. Também é um título completo na medida em que
não precisa ser completado por nenhum outro documento. Por fim, vale
ressaltar que, nas letras de câmbio, temos ordens de pagamento, uma vez
que quem cria o título assume a obrigação de fazer pagar determinada
quantia, na data e no local combinados, vale dizer, quem cria o título
promete que outra pessoa efetuará esse pagamento.” (Marlon Tomazette)

3. Origem da letra de câmbio

Conforme aponta FRAN MARTINS:


“A origem da letra de câmbio não está devidamente esclarecida, dela só se
tendo maior conhecimento a partir da Idade Média. Costuma a história desse
título ser dividida em três períodos, o primeiro chamado de período italiano,
que vai da Idade Média ao último quartel do século 17; o segundo, período
francês, das Ordenanças de Comércio, de 1673, até meados do século 19; e
o último, período alemão, de 1848 aos dias atuais. A cada um desses
períodos corresponde um conceito da letra de câmbio.” (Fran Martins)

Sistematizando os períodos:

Período Informações relevantes

Os títulos de crédito começaram a estrutura-se durante


a Idade Média em razão do comércio marítimo, que
exigia facilidade no transporte de riquezas;
Neste período, em razão do medo de transporte de
grandes quantidades de dinheiro, os mercadores
passaram a depositar a espécie na mão de banqueiros,
os quais, “[p]ara atestar o depósito, (...) emitiam um
documento (quirógrafo) em que, convertidas as
Período Italiano moedas, declaravam que pagariam a soma
(séc. XII-XVII) mencionada no lugar designado.” (Fran Martins).
Esse documento trata-se de um antepassado da letra
de câmbio e da nota promissória.
“Esse primeiro estágio de desenvolvimento da letra de
câmbio, denominado período italiano, caracteriza-se,
assim, por ser a letra um instrumento para a troca e
remessa de dinheiro de um lugar para outro, não
havendo, de tal modo, uma verdadeira operação de
crédito.” (Fran Martins)

“Enquanto, no seu estágio inicial, a letra de câmbio


representava apenas o instrumento decorrente de um
Período Francês
contrato de troca e remessa de dinheiro de um lugar
(séc. XVII-XIX) para outro, ao ser acolhida na Ordenança de Comércio
Terrestre de 1673 e, mais tarde, no Código francês de
1808, passou a significar um instrumento de
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

47/314

pagamento, não se atendo, simplesmente, à


transferência de dinheiro. (...) O fato principal desse
período foi a adoção da cláusula à ordem e,
consequentemente, o nascimento do endosso. (...)
Caracterizou-se, assim, esse segundo período evolutivo
da letra de câmbio por se transformar ela em um
instrumento de pagamento, pelas facilidades criadas
para a sua circulação, com adoção da cláusula à ordem
e do endosso e pela vinculação do sacado à obrigação,
com o aceite.” (Fran Martins)

“A partir do início do século 19, os juristas começaram


a estudar mais profundamente a letra de câmbio e
novas interpretações foram dadas ao seu conteúdo.
Foi, sobretudo, na Alemanha onde tais estudos se
Período Alemão desenvolveram. E deve-se principalmente a Karl Einert
(séc. XIX-) a conceituação da letra de câmbio não mais como um
simples meio de pagamento, instrumento de um
contrato preliminar, mas como um verdadeiro título
que vale por si próprio de acordo com a vontade
manifestada pelo subscritor.” (Fran Martins)

4. Lei Uniforme de Genebra

As letras de câmbio foram regidas inicialmente pelo Código


Comercial de 1850 (arts. 354 a 424). Posteriormente, tal parte do
Código Comercial foi revogada pelo Decreto nº 2.044/1908, que
passou a regular as letras de câmbio.
No entanto, considerando a utilização em massa dos títulos de
crédito no comércio internacional, percebeu-se a necessidade de uma
uniformização no tratamento das cártulas, especialmente da letra de
câmbio, para simplificar as transações econômicas realizadas entre
países.
Nessa tarefa, em 1930, chegou-se à elaboração da Lei Uniforme
de Genebra (LUG) sobre as letras de câmbio e notas promissórias,
representando a tentativa de uma legislação comum na comunidade
internacional.
O Brasil, no entanto, só aderiu formalmente a LUG em 1942, e
seu texto só foi incorporado ao ordenamento jurídico pátrio em 1966
por meio do Decreto nº 57.663, tendo seu Anexo I trazido o texto da
LUG e seu Anexo II, as reservas que poderiam ser feitas ao texto da
LUG:
“Subscrevendo o Governo brasileiro a Convenção de 7 de junho de 1930
para a adoção de uma Lei Uniforme sobre Letras de Câmbio e Notas
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

48/314

Promissórias, a adesão à mesma só se fez em 26 de agosto de 1942, por


nota da Legação brasileira em Berna ao Secretário-Geral da Liga das
Nações. A ratificação legislativa necessária para a entrada em vigor, no país,
da Convenção, foi feita 22 anos depois da adesão, ou seja, em 8 de
setembro de 1964, através do Decreto Legislativo nº 54. Finalmente, a
promulgação da Convenção se operou por intermédio do Decreto Executivo
nº 57.663, de 24 de janeiro de 1966, que promulgou, igualmente, as duas
outras Convenções realizadas em Genebra, uma destinada a regular
conflitos de leis em matéria de letras de câmbio e notas promissórias, e a
outra concernente ao imposto do selo em matéria de letras de câmbio e
notas promissórias.” (Fran Martins)

4.1. A LUG foi integrada ao direito brasileiro?

R: Sim. Conforme explica FRAN MARTINS, após a promulgação do


Decreto Executivo nº 57.663/66, a doutrina e a jurisprudência
brasileiras atravessaram uma fase de dúvidas sobre se a Lei Uniforme
de Genebra estaria ou não em vigor, revogando, assim, o Decreto nº
2.044/1908, o que apenas foi solucionado pelo SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL em 1971:
“O impasse foi resolvido com a decisão do Supremo Tribunal Federal
constante do Acórdão de 4 de agosto de 1971, proferido no Recurso
Extraordinário nº 71.154, do Paraná, de que foi relator o eminente Ministro
Oswaldo Trigueiro e aceito pela unanimidade de seus pares. Referindo-se o
pleito a um caso de prescrição do cheque, cujo prazo na Lei Uniforme
diverge do da lei brasileira, depois de estudar o problema da vigência ou não
da Lei Uniforme no direito brasileiro, acentuando, inclusive, a atitude do
Supremo, que até então não tomara decisão definitiva, afirma o voto do
Relator, aceito unanimemente: ‘Quanto ao direito brasileiro, não me parece
razoável que a validade dos tratados fique condicionada à dupla
manifestação do Congresso, exigência que nenhuma das nossas
Constituições jamais prescreveu. Por outro lado, acho que, em virtude dos
preceitos constitucionais anteriormente citados, a definitiva aprovação do
tratado, pelo Congresso Nacional, revoga as disposições em contrário da
legislação ordinária’. A partir de então passou a ser por todos aceita a Lei
Uniforme de Genebra sobre Letras de Câmbio e Notas Promissórias como a
reguladora desses títulos no Brasil.” (Fran Martins)

4.2. Todas as normas contidas na LUG devem ser


obrigatoriamente adotadas pelo país signatário?

R: Não, pois a LUG apresenta algumas normas sobre as quais os


países signatários podem fazer reservas:

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

49/314

“Dada a dificuldade natural de um consenso sobre todos os pontos da


legislação, houve por bem distinguir dois tipos de normas na LUG, quais
sejam: as necessárias e imprescindíveis à uniformização, isto é, de aceitação
obrigatória pelos signatários, e as não necessárias, em relação às quais
poderiam ser feitas reservas. Em suma, nem todo o texto da LUG precisa ser
seguido pelos países signatários.” (Marlon Tomazette)
“Art. 1º da Convenção para a adoção de uma lei uniforme sobre
letras de câmbio e notas promissórias. As Altas Partes Contratantes
obrigam-se a adotar nos territórios respectivos, quer num dos textos
originais, quer nas suas línguas nacionais, a Lei Uniforme que constitui o
Anexo I da presente Convenção. Esta obrigação poderá ficar subordinada a
certas reservas que deverão eventualmente ser formuladas por cada uma
das Altas Partes Contratantes no momento da sua ratificação ou adesão.
Estas reservas deverão ser recolhidas entre as mencionadas no Anexo II da
presente Convenção.”

O Brasil, aliás, não adotou integralmente a LUG, tendo feito 13


(treze) das 23 (vinte e três) reservas permitidas (Anexo II), de modo
que se mantém vigente o Decreto nº 2.044/1908, no que tange às
reservas feitas pelo Brasil e omissões da LUG.
“Assim, temos como legislação primária a LUG naquilo em que não foi objeto
de reserva e também os dispositivos citados do Decreto n. 2.044/1908 em
relação às reservas e omissões da LUG. Além disso, é certo que o Código
Civil (art. 903) de 2002 se aplicará supletivamente, ou seja, na ausência de
regra da legislação especial.” (Marlon Tomazette)

4.2.1. Questões de Prova Discursiva

Ministério Público Estadual

QPD. Ministério Público – MP/RJ – Ano: 2009. No sistema da Convenção de


Genebra sobre letras de câmbio e notas promissórias explique
justificadamente se estão em vigor no Brasil os artigos 14, 31 e 38 do
Anexo I da LUG (Lei Uniforme de Genebra), indicando, se for o caso, a
outra norma legal vigente no País sobre a matéria.

R: O art. 14 da LUG disciplina, em sua segunda parte, o endosso em


branco, permitindo seu emprego. No entanto, com o advento das Leis
nº 8.021/90 e nº 8.088/90, que versam, respectivamente, sobre a
identificação dos contribuintes para fins fiscais e sobre a atualização
do Bônus do Tesouro Nacional e dos depósitos de poupança,
levantou-se a discussão sobre a vigência do art. 14 da LUG. Isso
porque o art. 1°, caput, e o art. 2°, inciso II, da Lei nº 8.021/90,
proíbem o resgate ou pagamento de títulos de crédito a beneficiários
não identificados e, dessa sorte, dão a entender que estaria proibida
a emissão de títulos ao portador e, conseguintemente, o endosso em
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

50/314

branco. A seu turno, o art. 19 da Lei nº 8.088/90 proíbe,


expressamente, o endosso em branco.
No entanto, segundo FÁBIO ULHOA COELHO, o endosso em
preto é válido, desde que convertido em preto quando do
vencimento:
“Assim, nada impede que se pratique o endosso em branco, aquele que não
identifica o endossatário e que transforma a letra de câmbio em título ao
portador; nada obsta, também, que a letra circule, a partir de então, por
mera tradição, que é o ato próprio de circulação dos títulos ao portador.
Contudo, para obedecer ao ditame legal de identificação da pessoa para
quem o título é pago, o endosso em branco deve necessariamente ser
convertido em endosso em preto, no vencimento. Esse procedimento é
inteiramente harmonizado com o previsto pela lei uniforme (LU, art. 14),
com a lei cambial interna (Dec. n. 2.044/08, art. 3º), o art. 19 da Lei n.
8.088/90 e a Súmula 387 do STF, além de se traduzir num mecanismo que
atende aos objetivos de controle fiscal da lei do Plano Collor.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

Em relação ao art. 31 da LUG, a 1ª alínea do dispositivo


disciplina que o aval é escrito na própria letra ou em uma folha
anexa. Esta alínea está em vigor, pois o Brasil não adotou a reserva
prevista no art. 4º, do Anexo II, da LUG, conforme se conclui da
leitura do preâmbulo do Decreto nº 57.663/66. No mesmo sentido:
“AVAL - DOCUMENTO A PARTE. VALIDO O AVAL EM FOLHA ANEXA AO
TITULO QUE SE ENTENDE COMO SEU PROLONGAMENTO. NÃO,
ENTRETANTO, EM DOCUMENTO A PARTE, UMA VEZ QUE O BRASIL NÃO SE
VALEU DA RESERVA CONSIGNADA NO ARTIGO 4. DO ANEXO II DA
CONVENÇÃO DE GENEBRA.” (STJ, REsp 4.522/SP, Rel. Ministro
EDUARDO RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/12/1990, DJ
18/02/1991, p. 1034)

A 2ª alínea do art. 31 preceitua que o aval exprime-se pelas


palavras “bom para aval” ou fórmula equivalente, seguida da
assinatura do dador do aval. E a 3ª alínea prevê que o aval
considera-se como resultante da simples assinatura aposta no
anverso da letra, salvo se se tratar das assinaturas do sacado ou do
sacador. Ambas as alíneas persistem em vigor.
Por fim, quanto ao art. 38 da LUG, FRAN MARTINS aponta sua
integral validade:
“Reserva ao art. 6º do Anexo II – Câmaras de compensação. (...) Como se
vê, não se trata, evidentemente, de reserva [à alínea 2ª], que pressupõe
sempre a derrogação de uma norma da lei para a substituição por outra; é,
simplesmente, um reenvio, fazendo com que o Governo determine quais as
instituições que entre nós são consideradas câmaras de compensação. (...)
Reserva ao art. 5º do Anexo II – Prazo para apresentação da letra. (...) E,
em tais condições, parece-nos que, para completar o art. 38 da Lei
Uniforme, como permite o art. 5º do Anexo II, terá o Governo que editar
norma especial a respeito. Enquanto tal não acontecer, estará em vigor, em
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

51/314

sua forma primitiva, o art. 38 da Lei Uniforme, apesar da reserva feita, por
falta de legislação supletiva a respeito.” (Fran Martins)

5. Partes

As partes da letra de câmbio são o sacador, o sacado e o


tomador ou beneficiário, os quais não precisam necessariamente ser
pessoas diferentes.

Letra de Câmbio

Sacador (emitente) Sacado (devedor) Tomador (beneficiário)

O sacador ou emitente é O sacado, por sua vez, é


aquele que emite a letra, aquele a quem é dirigida a Tomador ou beneficiário que
aquele que dá a ordem de ordem de pagamento, mas é o credor originário do
pagamento para o sacado e só se torna obrigado a título, isto é, aquele que vai
responde pelo não cumprir essa ordem se receber o valor constante do
cumprimento por parte assumir a obrigação título.
deste. assinando o título.

Ilustrando, MARLON TOMAZETTE apresenta os seguintes


exemplos:
“Apenas para ilustrar, podemos imaginar alguns exemplos de uso da letra de
câmbio, com as seguintes pessoas: ROMÁRIO (SACADOR), EDMUNDO
(SACADO) e RONALDO (BENEFICIÁRIO). ROMÁRIO é credor de EDMUNDO
por determinada obrigação e, antes do pagamento dessa obrigação,
ROMÁRIO compra mercadorias de RONALDO para pagá-las no mesmo dia
em que teria que receber de EDMUNDO. A fim de simplificar o seu
procedimento, ROMÁRIO emite uma letra de câmbio, na qual ela dá a
EDMUNDO uma ordem para que ele pague RONALDO no vencimento. Nessa
situação, RONALDO poderá procurar EDMUNDO para tentar receber dele o
seu crédito.
Em outro exemplo, JOHN BONHAM e ROBERT PLANT são comerciantes e
amigos que moram em cidades diferentes, o primeiro em Brasília e o
segundo em São Paulo. JOHN BONHAM comprou mercadorias em São Paulo
de JIMMY PAGE, mas só vai pagá-las em 90 dias, quando estará de volta a
Brasília. Nesse caso, em vez de ter que retornar a São Paulo, ele emite uma
letra de câmbio, nos seguintes termos: JOHN BONHAM (sacador) dá uma
ordem para que ROBERT PLANT (sacado) pague para JIMMY PAGE
(beneficiário) o valor da dívida. De outro lado, ROBERT PLANT, ao comprar
mercadorias em Brasília, fará a mesma coisa, só que nesse caso ele será o
sacador e JOHN BONHAM será o sacado. Posteriormente, os dois amigos se
encontram e fazem um ajuste de contas.” (Marlon Tomazette)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

52/314

Método Tosco de Memorização (MTM)

Letra de Câmbio

Sacador (emitente) Sacado (devedor) Tomador (beneficiário)

É aquele para quem é


É aquele que SACA, que dirigada a pancada, aquele
É aquela que TOMA a bola
EMITE aquela pancada na que ACEITA recepcionar,
no final, que recebe a bola.
bola. que PAGA o preço de
recepcionar a bola.

5.1. O sacador (emitente), o sacado (devedor) e o


tomador (beneficiário) podem ser a mesma pessoa?
Podem ser pessoas jurídicas?

R: Sim para ambas as respostas, como bem aponta FRAN


MARTINS:
“Em resumo, temos que, criar a letra é dar a forma escrita ao título e emitir
é fazer o título, já criado, entrar em circulação. Com a criação da letra de
câmbio, alguém, denominado sacador, ordena a outra pessoa, chamada
sacado, que pague a um terceiro, designado tomador, em certa época, uma
importância determinada. Sacador, sacado e tomador têm, na letra,
posições definidas e diversas. E como, ao participarem do título, assumem
direitos e obrigações autônomas (não dependentes dos demais direitos ou
obrigações dos que estão vinculados à letra), sacado e tomador podem ser a
mesma pessoa física ou jurídica que deu a ordem (sacador). Não regesse o
título o princípio da autonomia das obrigações cambiárias certamente isso
não seria possível; mas, como a figura e a responsabilidade do sacador, do
tomador e do sacado divergem, pode uma mesma pessoa, física ou jurídica,
constar na letra como o dador da ordem (sacador), beneficiário da mesma
(tomador) e o indicado para cumprir a mesma ordem (sacado).” (Fran
Martins)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

53/314

5.2. Espécies de devedores

Segundo FRAN MARTINS e MARLON TOMAZETTE, há duas


espécies de devedores:
(a) devedores/obrigados diretos/principais: sacado-
aceitante e seu(s) avalista(s);
“Se o aval é dado ao aceitante, o avalista fica a ele equiparado; isso significa
que, como o aceitante, fica na posição de obrigado principal. A ele, portanto,
pode ser movida ação direta, sem necessidade de protesto do título. Se
pagar, entretanto, terá ação contra o aceitante pois, como foi dito, o avalista
é obrigado posterior ao avalizado.” (Fran Martins)

(b) devedores/obrigados indiretos/regressivos (ou


coobrigados ou obrigados subsidiários): sacador (art. 9º da
LUG), endossante(s) e seus avalistas. Eles são devedores, mas
apenas se o sacado (devedor principal) não pagar a obrigação.
“Tais devedores são chamados de indiretos porque eles não prometem
efetuar diretamente o pagamento do título, mas garantem que o sacado
[devedor principal] vai efetuar esse pagamento. Nessa garantia,
normalmente também se insere a garantia de que o sacado [devedor
principal] dará o aceite, salvo se houver a cláusula não aceitável, uma vez
que a falta do aceite também denota falta de pagamento. Caso não haja a
aceitação ou o pagamento, tais devedores indiretos podem ser demandados
pelo pagamento do título.” (Marlon Tomazette)

Nessa linha, FÁBIO ULHOA COELHO apresenta importante


diferença:
“(...) há uma ordem (de anterioridade e posteridade) entre os devedores de
um mesmo título, que define quem tem direito de regresso contra quem. Os
posteriores podem regredir contra os anteriores, mas não vice-versa. Por
exemplo, o avalista pode cobrar em regresso de seu avalizado, mas o
inverso não se admite; o endossante de letra de câmbio pode cobrá-la do
sacador, mas este não tem ação contra aquele.
Os devedores de título de crédito não são, portanto, propriamente solidários.
Eles se submetem, ao contrário, a um complexo sistema de regressividade,
que é exclusivo da obrigação de natureza cambial.” (Fábio Ulhoa Coelho)

6. Requisitos intrínsecos

A letra de câmbio deve atender a certos requisitos intrínsecos


estabelecidos pelo Código Civil para toda declaração de vontade (art.
104).

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

54/314

“São requisitos intrínsecos das letras os mesmos de todos os negócios


jurídicos, isto é, a capacidade do agente, o objeto lícito, possível,
determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei.”
(Marlon Tomazette)

Capacidade do agente

Objeto lícito, possível,


Requisitos
determinado ou
Intrínsecos
determinável

Forma prescrita ou
não defesa em lei

6.1. A ausência de capacidade do agente invalida o título


de crédito?

“Art. 42, caput, do Decreto nº 2.044/1908. Pode obrigar-se, por letra de


câmbio, quem tem a capacidade civil ou comercial.”

R: Não, como aponta MARLON TOMAZETTE:


“A ausência desse primeiro requisito não invalida o próprio título, tendo em
vista o princípio da autonomia das obrigações. Havendo assinaturas de
incapazes ou mesmo falsas, o título não é nulo, sendo válidas as obrigações
dos demais que lançaram sua assinatura no título (LUG – art. 7º). A
nulidade ou inexistência atinge apenas aquela obrigação e não o título como
um todo.” (Marlon Tomazette)
“Art. 7º da LUG. Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se
obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou
assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas
que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações
dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas.”

7. Requisitos legais

Em razão do formalismo, um documento só será considerado


título de crédito se atender os requisitos impostos pela lei.
No caso da letra de câmbio, um documento só será considerado
essa espécie de título se possuir os requisitos determinados pela
legislação (arts. 1º e 2º da LUG).
“Art. 1º da LUG. A letra contém: 1. a palavra ‘letra’ inserta no próprio texto
do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. o
mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 3. o nome
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

55/314

daquele que deve pagar (sacado); 4. a época do pagamento; 5. a indicação


do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 6. o nome da pessoa a quem
ou à ordem de quem deve ser paga; 7. a indicação da data em que, e do
lugar onde a letra é passada; 8. a assinatura de quem passa a letra
(sacador).”
“Art. 2º da LUG. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no
artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos
determinados nas alíneas seguintes:
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à
vista.
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado
considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o
lugar do domicilio do sacado.
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o
sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.”

Nessa senda, conforme os arts. 1º e 2ºda LUG, é possível


dividir os requisitos em:
(i) Requisitos essenciais, que não podem estar ausentes de
forma alguma, sob pena de o documento perder da qualidade de letra
de câmbio e;
(ii) Requisitos não essenciais (requisitos supríveis), os quais
podem estar ausentes desde que seja suprido por outra indicação.
Vamos ao organograma:

Nome do título (Cláusula Cambial)

Mandado puro e simples de pagar uma quantia


determinada (Ordem de Pagamento)

Nome do Sacado (Devedor)


Essenciais
Nome do Tomador (Beneficiário)

Data da Emissão (Data do Saque)

REQUISITOS
Assinatura do Sacador (Emitente)

Tal requisito não é essencial, pois pode ser suprido pelo endereço
Local de emissão do sacado. No entanto, não havendo nenhuma indicação, a letra
não goza de eficácia cambial

Não Caso não se mencione o lugar de pagamento, a letra deve ser


Local de pagamento paga no local ao lado do nome do sacado. Não havendo nenhuma
essenciais das duas indicações, o documento não vale como letra de câmbio

Caso a letra não informe quando o pagamento deve ser feito, a


Vencimento letra será pagável à vista (art. 2º da LUG)

Vamos à letra de câmbio:

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

56/314

7.1. Os requisitos devem estar presentes desde o


momento da emissão da letra de câmbio?

R: Não. A verificação da obediência a esses requisitos não é


necessária desde a emissão do título. Os requisitos devem estar
presentes no momento da apresentação do título para pagamento.

7.2. É suficiente para identificação do título de crédito o


termo “letra”? Ou é necessária a expressão completa
“letra de câmbio”?

R: Há divergência.

Fábio Ulhoa Coelho, Gladston


Fran Martins
Mamede e Marlon Tomazette

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

57/314

Deve-se utilizar a expressão “letra de


A palavra “letra” é suficiente para
câmbio” para identificação do título de
identificação do título de crédito
crédito

7.3. Há um “mandato puro e simples de pagar uma


quantia determinada” na letra de câmbio?

R: Embora a lei se refira a “mandaTo”, o que há é um “mandaDo”.


“O texto do art. 1º da LUG afirma que o requisito seria “o mandato puro e
simples de pagar uma quantia determinada”, o que representa mais um
equívoco de tradução. Não há que falar em mandato, uma vez que não se
está cogitando de uma representação, mas sim de mandado, de ordem
incondicional de pagar determinada quantia.” (Marlon Tomazette)

7.4. E se a quantia apontada por extenso divergir da


numérica?

R: Havendo uma divergência entre o valor numérico e o valor por


extenso, prevalece o valor por extenso. Havendo divergência entre
dois valores escritos por extenso ou entre dois valores escritos em
algarismos, valerá o menor valor.
“Art. 6º da LUG. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar
feita por extenso e em algarismos, e houver divergência entre uma e outra,
prevalece a que estiver feita por extenso.
Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de
uma vez, quer por extenso, quer em algarismos, e houver divergências
entre as diversas indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia
inferior.”

Método Tosco de Memorização (MTM)

A quantia por Extenso Suplanta/Prepondera a Numérica.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

58/314

7.5. É admitida o apontamento de quantia em dólar na


letra de câmbio?

R: Segundo MARLON TOMAZETTE, em regra, a quantia deve ser


expressa em real, mas tal imposição possui diversas exceções:
“A princípio, o valor de uma letra de câmbio brasileira deverá ser expresso
em reais, tendo em vista a proibição genérica de obrigações assumidas em
moeda estrangeira no Brasil (Lei n. 10.192/2001 – art. 1º; CC – art. 318).
Todavia, pelo uso que a letra de câmbio tem no comércio internacional, é
importante destacar que tal vedação possui uma série de exceções,
previstas especialmente no Decreto-lei n. 857/69 e no art. 6º da Lei n.
8.880/94. Portanto, as letras de câmbio poderão, excepcionalmente, ser
emitidas em moeda estrangeira, por exemplo, quando for sacada por
devedor ou credor que resida fora do Brasil, advier de obrigação assumida
no exterior, for referente a contratos de exportação ou importação,
contratos de câmbio ou envolver obrigação decorrente de arrendamento
mercantil, com base em captação de recursos no exterior. Nesses casos,
contudo, o pagamento deverá ser feito em moeda nacional pelo câmbio do
dia do vencimento ou do dia do pagamento (LUG – art. 41, primeira parte).”
(Marlon Tomazette)

7.6. É autorizada a pactuação de juros remuneratórios


(compensatórios) na letra de câmbio?

“Art. 5º da LUG. Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista,


pode o sacador estipular que a sua importância vencerá juros. Em qualquer
outra espécie de letra a estipulação de juros será considerada como não
escrita. A taxa de juros deve ser indicada na letra; na falta de indicação, a
cláusula de juros é considerada como não escrita. Os juros contam-se da
data da letra, se outra data não for indicada.”

R: Sim, desde que a letra de câmbio seja pagável à vista ou a um


certo termo da vista.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

59/314

“Por fim, é certo que no valor a ser pago é admitida a pactuação de juros
remuneratórios ou compensatórios (LUG – art. 5º) apenas nas letras com
vencimento indeterminado (à vista ou a certo termo da vista). Em todo
caso, a cláusula deverá ser inserida pelo sacador e deverá identificar a taxa
cobrada, sob pena de se considerar não escrita. Além disso, o título pode
definir o termo inicial da incidência dos juros que, no silêncio, será
considerado o dia da emissão do título.” (Marlon Tomazette)

Registro, no entanto, que nos cheques (art. 10 da Lei nº


7.357/85) e nos títulos atípicos (art. 890 do CC) considera-se não
escrita a cláusula de juros.

7.7. A simples identificação do sacado (devedor) na


letra de câmbio lhe obriga a realizar o pagamento?

R: Não. Por ser a letra de câmbio uma ordem de pagamento,


certamente o título deve identificar a quem a ordem é dirigida, isto é,
o título deve identificar o devedor (sacado).
“O que se exige é a simples indicação da pessoa do sacado, que deverá ser
reconhecido pelo RG, CPF, CTPS, ou título de eleitor (Lei n. 6.268/75)342,
não sendo requisito a sua assinatura.” (Marlon Tomazette)

No entanto, essa identificação do sacado (devedor) não lhe traz


nenhuma responsabilidade, a qual decorrerá do eventual aceite
firmado no título.

7.8. O sacador (emitente) pode identificar na letra de


câmbio duas ou mais pessoas?

R: Sim.
“É, portanto, dever do sacador indicar alguém para efetuar esse pagamento.
Essa indicação pode recair em uma ou mais pessoas. Nesse caso, pode
haver uma indicação cumulativa (Romário, Edmundo e Ronaldo), sucessiva
(Romário e sucessivamente Edmundo) ou alternativa (Romário ou
Edmundo), com a escolha cabendo ao beneficiário.” (Marlon Tomazette)

7.9. Por que é essencial apontar o beneficiário da letra


de câmbio?

R: É essencial apontar o beneficiário da letra de câmbio, pois o título


de crédito não pode ser ao portador.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

60/314

7.10. O sacador (emitente) pode apontar mais de um


sacado (devedor)?

R: Sim, pode haver uma indicação cumulativa (Caio, Cléverson e


Ana), sucessiva (Roger e sucessivamente Alcides) ou alternativa
(Kleber ou Noronha), com a escolha cabendo ao beneficiário.

7.11. O que se entende por “saque”?

R: A assinatura do sacador (emitente) na letra de câmbio.


“Nos títulos de crédito, como a letra de câmbio, a fonte da obrigação
cambiária é uma declaração unilateral de vontade, a qual, obviamente, deve
constar do documento. Assim, é requisito essencial da letra de câmbio a
assinatura do sacador, vale dizer, a declaração unilateral de vontade apta a
fazer nascer o título. Tal declaração da vontade do sacador é chamada de
saque e representa a declaração cambiária necessária para a letra de
câmbio. O saque é, portanto, a vontade necessária e suficiente para fazer
surgir a letra de câmbio.” (Marlon Tomazette)

7.12. Quais as consequências da assinatura do sacador


(emitente) na letra de câmbio?

R: Por meio do saque, o sacador (emitente) garante a aceitação e o


pagamento do título. Dessa forma, se o sacado (devedor) não aceitar
ou não pagar o título, o sacador (emitente) tem a obrigação de pagar
o título de crédito.

7.13. A assinatura do sacador (emitente) pode ser


lançada por mandatário?

R: Sim. A assinatura pode ser feita de próprio punho ou por meio de


mandatário dotado de poderes especiais, em função da reserva
constante do art. 2º do Anexo II da Lei Uniforme de Genebra, e
consequente aplicação dos arts. 1º, V, 8º, segunda alínea, 11 e 14 do
Decreto nº 2.044/1908.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

61/314

7.14. É possível emitir uma letra de câmbio em branco?

R: Título em branco é aquele que não possui todos os requisitos


exigidos pela legislação.
Como não é necessário que o título de crédito apresente todos
os requisitos legais no momento da emissão, é possível sim a
emissão dessa cártula em branco:
No mesmo sentido é a Súmula nº 387 do SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL:
“A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.”
(Súmula nº 387/STF).

Segundo MARLON TOMAZETTE, entre o credor e o devedor há


uma espécie de convenção que autoriza esse preenchimento, desde
que não seja abusivo:
“Há uma espécie de convenção, expressa ou tácita, que dá o poder de
preencher os elementos faltantes, mas também limita os poderes do credor
nesse preenchimento. Caso o devedor emita o título em branco, compete a
ele, eventualmente, demonstrar que o preenchimento pelo credor foi
abusivo. A princípio, presume-se que o credor obedeceu a essa convenção,
isto é, presume-se a boa-fé do credor, competindo ao devedor a prova da
má-fé. Demonstrada essa má-fé, qualquer obrigação presente no título se
tornará inexigível.” (Marlon Tomazette)

No mesmo sentido:
“RECURSO ESPECIAL. NOTA PROMISSÓRIA. EMISSÃO EM BRANCO.
PREENCHIMENTO INCORRETO. MÁ-FÉ DO CREDOR. INVALIDADE. 1. É lícito
emitir nota promissória em branco, para que o valor seja posteriormente
preenchido pelo credor. 2. O preenchimento, entretanto, pode acarretar a
nulidade do título se o credor agir de má-fé, impondo ao devedor obrigação
cambial sabidamente superior à prometida. 3. Ainda que se afaste a tese da
existência de falsidade ideológica, o título fica maculado pela quebra da boa-
fé, princípio regente do direito privado e ignorado por quem preencheu a
nota promissória.” (STJ, REsp 598.891/GO, Rel. Ministro CARLOS
ALBERTO MENEZES DIREITO, Rel. p/ Acórdão Ministro HUMBERTO
GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/04/2006, DJ
12/06/2006, p. 473)
“(...) NADA OBSTA A QUE O PORTADOR DA CARTULA, DE BOA-FE, EIS QUE
MUNIDO DE PRESUMIVEL MANDATO TACITO DO DEVEDOR, PUDESSE
COMPLETAR TAL OMISSÃO (...).” (STJ, AgRg no Ag 101.696/MG, Rel.
Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em
11/11/1996, DJ 16/12/1996, p. 50869)

No entanto, conforme já pontuado pelo SUPERIOR TRIBUNAL


DE JUSTIÇA, as omissões só podem ser supridas até a cobrança ou
protesto:
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

62/314

“DIREITO CAMBIÁRIO. NOTA PROMISSÓRIA. OMISSÕES. EXECUÇÃO


EXTINTA. SUPRIMENTO DO VÍCIO. AJUIZAMENTO DE NOVO PROCESSO
EXECUTÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nos termos da Súmula n. 387/STF, a
cambial emitida ou aceita, com omissões ou em branco, somente até a
cobrança ou o protesto pode ser completada pelo credor de boa-fé. 2. A
execução anteriormente proposta com base em promissória contendo
omissões nos campos relativos à data da emissão, nome da emitente e do
beneficiário, além da cidade onde foi sacada, foi extinta por desistência.
Descabe agora ao credor, após o preenchimento dos claros, ajuizar novo
processo executório, remanescendo-lhe apenas a via ordinária. 3. Recurso
especial não provido.” (STJ, REsp 870.704/SC, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 14/06/2011, DJe
01/08/2011)

Método Tosco de Memorização (MTM)

“A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser


completada pelo credor de boa-fé ANTES DA COBRANÇA OU DO
PROTESTO.” (Súmula nº 387/STF)

8. Declarações cambiárias

Além do saque da letra de câmbio, podem surgir outras


declarações de vontade na cártula, com a intenção de assumir a
obrigação pelo pagamento do título (aceite), de transferir o título
(endosso), ou de garantir o pagamento desse título (aval). Todas
essas declarações de vontade que se fazem no título são chamadas
de declarações cambiais.
“O saque é declaração originária e necessária porque o título surge graças a
ele. O aceite, o endosso e o aval são declarações cambiárias eventuais ou
sucessivas, na medida em que não precisam existir em um título. As
declarações secundárias não são requisitos de validade ou de eficácia da
obrigação cambial. Em todas elas é essencial a assinatura do declarante.”
(Marlon Tomazette)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

63/314

8.1. Aceite

A única declaração de vontade essencial para o nascimento da


letra de câmbio é a vontade do sacador (emitente). No entanto, a
vontade do sacador (emitente) não é suficiente para tornar o sacado
devedor do título.
Nesse contexto, o aceite representa o ato facultativo formal
segundo o qual o sacado (devedor) se obriga a efetuar, no
vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada.
“Mais detalhadamente, o aceite seria a declaração unilateral de vontade,
facultativa, pela qual o sacado [devedor] assume a obrigação de realizar o
pagamento de soma indicada no título dentro do prazo ali especificado,
tornando-se assim responsável direto pela execução da obrigação
incondicional.
Em outras palavras, o aceite é a declaração cambial em virtude da qual o
sacado [devedor] manifesta sua concordância com a ordem que o sacador
[emitente] fez com a letra, e se compromete a pagá-la em seu vencimento à
pessoa que se apresentar como legítima possuidora.
Em suma, o aceite é a manifestação de vontade do sacado [devedor] no
sentido de que vai pagar a letra, ou seja, é o ato pelo qual ele assume o
compromisso de cumprir a ordem que lhe foi dada. Sem o aceite o sacado
[devedor] é um mero nome constante do título. Com o aceite ele se torna
obrigado a pagar o título. De qualquer forma, trata-se de uma declaração
cambiária sucessiva e acessória, vale dizer, não essencial, pois a letra existe
mesmo que não haja o aceite.” (Marlon Tomazette)

8.1.1. Qual a forma do aceite?

R: Segundo o art. 25, caput, da LUG:


“Art. 25, caput, da LUG. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se
pela palavra ‘aceite’ ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é
assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado
aposta na parte anterior da letra.”

A partir desse dispositivo, MARLON TOMAZETTE explique que:


“Não há uma fórmula solene para o aceite, podendo ser expresso das mais
diversas maneiras, desde que demonstre a intenção de se tornar obrigado
pelo pagamento do título, na condição de aceitante.” (Marlon Tomazette)

Na mesma linha:
“(...) 3. O aceite é ato formal e deve aperfeiçoar-se na própria cártula
mediante assinatura (admitida a digital) do sacado no título, em virtude do
princípio da literalidade, nos termos do que dispõe o art. 25 da LUG (...).”
(STJ, REsp 1202271/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 07/03/2017, DJe 18/04/2017)
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

64/314

Método Tosco de Memorização (MTM)

8.1.1.1. E se o aceite for dado no verso do título?

R: MARLON TOMAZETTE alerta que se o aceite foi dado no verso do


título, deve ser completado por uma declaração:
“Para simplificar e agilizar a atuação do sacado, a legislação presume como
aceite a simples assinatura do sacado na frente do título, no anverso da letra
de câmbio, mesmo sem qualquer indicação. Caso o sacado assine o título no
verso, tal assinatura só será considerada um aceite se for complementada
por uma declaração (não há fórmula solene) que indique que aquela
assinatura é um aceite, como expressões do tipo aceitação, aceitante ou de
acordo.” (Marlon Tomazette)

8.1.1.2. O aceite é válido se for dado fora do título de


crédito?

R: Há divergência.

Waldirio Bulgarelli e Luiz Emygdio da Rosa


Marlon Tomazette
Gladston Mamede Júnior

Não, por conta do Sim, ele produz efeitos Sim, mas equivale a uma
princípio da literalidade. normalmente. confissão de dívida.

8.1.2. Existe direito de arrependimento do aceite?


- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

65/314

R: Sim, conforme prevê o art. 29 da LUG:


“Art. 29 da LUG. Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite
que tiver dado, tal aceite é considerado como recusado. Salvo prova em
contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes da restituição da
letra.
Se, porém, o sacado tiver informado por escrito o portador ou qualquer
outro signatário da letra de que aceita, fica obrigado para com estes, nos
termos do seu aceite.”

8.1.3. O aceite deve ser datado?

R: Em regra, não.
“Art. 25 da LUG. (...) Quando se trate de uma letra pagável a certo termo
de vista, ou que deva ser apresentada ao aceite dentro de um prazo
determinado por estipulação especial, o aceite deve ser datado do dia em
que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação.
À falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra
os endossantes e contra o sacador, deve fazer constar essa omissão por um
protesto, feito em tempo útil.”

O portador poderá
promover um
protesto por falta de
EXCEÇÕES (art. 25 da

data do aceite, cujo


dia será estabelecido
como o dia do aceite
Letra pagável a certo Se não for datado o
termo de vista aceite
Ou será considerado
como data do aceite
LUG)

o último dia do prazo


Letra que deva ser para apresentação
apresentada ao da letra (art. 35 da
aceite dentro de um LUG)
prazo determinado
por estipulação
especial

8.1.4. Apresentação para aceite

Apresentação para aceite consiste no ato de, antes do seu


vencimento ou no dia dele, entregar a cártula ao sacado (devedor)
para que confirme que pagará o título de crédito.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

66/314

E a apresentação para aceite é, em regra, facultativa, mas se


torna obrigatória em duas hipóteses.
“Caso já haja um dia definido para o vencimento do título, isto é, nas letras
de cambio com vencimento a certo termo da data (exemplo: 30 dias da
emissão) ou com vencimento em dia certo (exemplo: 23 de novembro de
2008), o credor pode apresentar o título apenas para pagamento. Ele já
sabe quando poderá exigir o pagamento. Assim, se, pela prática reiterada
em casos anteriores, ele acredita que o sacado vai efetuar o pagamento no
vencimento, ele não precisa do aceite, ele não precisa da confirmação por
parte do sacado. Portanto, quando os títulos têm vencimento em dia certo
ou a certo termo da data, a apresentação para o aceite é uma opção do
credor, que poderá ser exercida até o vencimento do título.
(...) Todavia, pela vontade de um signatário do título (LUG – art. 22) ou de
acordo com o tipo de vencimento da letra de câmbio (LUG – art. 23), a
apresentação para o aceite pode se tornar obrigatória.” (Marlon
Tomazette)

Facultativa Obrigatória
Título com
vencimento a
Regra
certo termo da
vista

Vontade de um
signatário

8.1.5. Na letra de câmbio com pagamento à vista, é


possível a apresentação para aceite?

R: Sim, mas não há sentido, pois o título se torna exigível já no


momento da apresentação pelo beneficiário, de modo que se o
sacado (devedor) pagar imediatamente ao tomador, é desnecessário
o aceite. Por outro lado, se ele não pagar ao beneficiário, certamente,
também não vai aceitá-la, pois já estaria em mora.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

67/314

“Nos títulos à vista, a apresentação do título ao sacado já torna a obrigação


exigível. Desse modo, fica difícil imaginar a apresentação do título para o
aceite, embora não haja nenhuma proibição legal disso. Apresentado o título
ao sacado, a postura dele é efetuar o pagamento ou não, pois a obrigação já
é exigível. Não há muito sentido na conduta do sacado de dizer que vai
pagar, se aquele já é o momento próprio de realizar o pagamento, vale
dizer, apresentado o título, o sacado deve pagar ou negar o pagamento e
não dizer que vai pagar, uma obrigação que já deve ser paga. Saraiva chega
a afirmar que não há aceite nas letras à vista.” (Marlon Tomazette)

No entanto, MARLON TOMAZETTE afirma que é lógica a


situação de aceite em letra à vista quando o próprio sacador
(emitente) apresenta ao sacado (devedor) antes de entregar a
cártula ao beneficiário (tomador):
“Admitimos que o aceite possa aparecer nesses títulos, mas isso só fará
sentido previamente à entrega do título ao beneficiário, isto é, o próprio
sacador poderia providenciar o aceite anteriormente. Com o título nas mãos
do beneficiário, não vislumbramos muito sentido na apresentação para o
aceite de uma letra de câmbio à vista.” (Marlon Tomazette)

8.1.6. Em que consiste o direito à reapresentação?

R: Apresentado o título ao sacado (devedor) para o aceite, ele pode


ter a intenção de confirmar a autenticidade e o dever de assumir tal
obrigação. Assim sendo, tem o direito de pedir a reapresentação do
título no primeiro dia subsequente, garantindo-se a oportunidade de
confirmar o que foi combinado com o sacador (emitente). Trata-se de
um direito do sacado (devedor), logo, não há possibilidade de
negativa a tal pedido.
“Art. 24 da LUG. O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma
segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os interessados
somente podem ser admitidos a pretender que não foi dada satisfação a
este pedido no caso de ele figurar no protesto.
O portador não é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra
apresentada ao aceite.”

8.1.7. O que ocorre se o título for apresentado para


aceite, mas for retido pelo sacado (devedor)?

R: Segundo o art. 24 da LUG, o portador não é obrigado a deixar nas


mãos do aceitante a letra apresentada ao aceite. No entanto, se o
fizer e não recebê-la de volta, poderá solicitar judicialmente a busca e
apreensão do título.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

68/314

8.1.8. Apresentação para aceite e desfechos

O sacado (devedor) pode aceitar ou recusar a letra de câmbio,


vamos então montar alguns organogramas com as consequências
dessas condutas.

Sacado
integra a
relação
cambiária
A prescrição da
execução
contra o Torna-se o
aceitante tem devedor
prazo de 3 principal
(três) anos do
vencimento

Aceite
Como principal
Deve pagar o
devedor, não
título,
tem direito de
independente-
regresso
mente de
contra os
protesto
coobrigados
Ao pagar o
título, libera
todos os
demais
coobrigados
(ex.: avalista)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

69/314

Não gera
nenhuma
obrigação
para o sacado

Para cobrança
dos coobrigados, Vencimento
exige-se o antecipado da
protesto por falta cártula
de aceite Recusa
ou falta
de aceite

Com o
vencimento
Sacado não antecipado, todos
integra a os coobrigados
relação podem ser
cobrados, desde
cambiária que realizado o
protesto

8.1.8.1. Existe diferença entre falta e recusa de aceite?

R: Parte da doutrina (FRAN MARTINS), afirma que a falta de aceite


ocorre quando o sacado (devedor) não pode ser encontrado ou não
pode firmar o aceite (ex.: está morto ou em coma). A recursa, por
outro lado, ocorre quando o sacado (devedor) é encontrado, mas se
nega a prestar o aceite.

8.1.9. Aceite qualificado, o que é isso?

R: Trata-se de um aceite que altera alguma das condições da ordem


de pagamento contida na letra de câmbio, podendo ser:
(a) Aceite limitativo: o sacado (devedor) aceita pagar valor
inferior ao constante da letra de câmbio;
(b) Aceite modificativo: o sacado (devedor) pode aceitar,
alterando as condições de pagamento (local, data, moeda).
Lembrando que o tomador (beneficiário) não é obrigado a
contentar-se com o aceite qualificado, podendo encará-lo como
recursa e protestar a cártula por falta de aceite, obrigando os demais
coobrigados a responderem pelo valor da letra de câmbio.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

70/314

Método Tosco de Memorização (MTM)

Pense em um pedido de casamento...o noivo abre a caixa do anel,


mostrando uma pedra cheia de LI-MO [limitativo e modificativo],
mas a noiva ACEITA o peculiar pedido.

8.1.9.1. Há vencimento antecipado no caso de aceite


limitativo?

R: Há divergência.

Luiz Emygdio Rosa Júnior, Rubens Marlon Tomazette, Fábio Ulhoa


Requião, Fran Martins e Gladston Coelho, Waldirio Bulgarelli e Wille
Mamede Duarte Costa

Sim, mas apenas do valor não aceito. Sim, do valor integral (toda a
obrigação).

8.1.10. Qual a finalidade da cláusula não aceitável?

“Art. 22 da LUG. (...) [O sacador/emitente] Pode proibir na própria letra a


sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em
domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do
domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. (...).”

R: Como explica MARLON TOMAZETTE:


“Caso o aceite seja recusado total ou parcialmente, o título vence
antecipadamente, facultando-se ao beneficiário a cobrança antecipada do
título.
A fim de evitar tal situação [vencimento antecipado], o sacador [emitente]
pode emitir a letra proibindo expressamente sua apresentação para o aceite
antes do vencimento, por meio da chamada cláusula não aceitável (LUG –
art. 22). Nesse caso, o beneficiário deveria apresentar a letra apenas para o
pagamento.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

71/314

A inserção de tal cláusula é extremamente vantajosa para o sacador


[emitente], na medida em que vai impedir que o título seja cobrado antes
do vencimento. Além disso, tal cláusula evita despesas com a apresentação
de letras de baixo valor, bem como assegura ao sacador [emitente] certo
poder para disciplinar as relações na letra.
Além de todas essas vantagens, é certo que não há maiores prejuízos para o
beneficiário [tomador], pois tal cláusula não impede o aceite, mas apenas a
cobrança antecipada em razão da recusa do aceite. Caso o tomador
[beneficiário] apresente a letra antes da data marcada na cláusula não
aceitável e o aceite for recusado, não haverá o vencimento antecipado da
obrigação, devendo o tomador [beneficiário] aguardar a data estipulada para
tomar as providências para a cobrança do título. Uma vez que não será
possível a cobrança antecipada, é certo que a apresentação para o aceite se
torna no mínimo desinteressante, embora não seja proibida.
(...) A proibição dessa cláusula decorre da proteção do próprio interesse do
sacado [devedor]. Ela [cláusula não aceitável] não é admitida nas letras a
certo termo da vista, porquanto é fundamental a apresentação para o aceite,
sob pena de o título não vencer. Também não se admite a cláusula não
aceitável nas letras pagáveis em domicílio de terceiro ou fora do domicílio do
sacado. Nestas últimas, a proibição da cláusula existe porque o terceiro que
tem de efetuar o pagamento precisa saber se o sacado aceitou a ordem e na
primeira porque o título precisa ser apresentado para o aceite para poder
chegar ao seu vencimento.” (Marlon Tomazette)

8.2. Endosso

Segundo MARLON TOMAZETTE:


“O endosso é, portanto, o meio próprio de transferência dos títulos de
crédito, mas não o único meio. Ele é o meio próprio e típico do direito
empresarial, na medida em que representa um meio fácil e seguro de
circulação do título. Todavia, nada impede que se use a cessão de crédito
que, embora não tenha a mesma simplicidade e segurança do endosso,
também cumpre a finalidade de transferir o crédito. Em todo caso, o
endosso vai se aperfeiçoar com a entrega do título.” (Marlon Tomazette)

Importante destacar que, a partir do endosso, o endossante


deixa de ser o credor da obrigação constante do título.

8.2.1. Cláusula à ordem

Embora próprio do Direito Cambiário, o endosso nem sempre


pode ser realizado, pois, para que se efetive, exige-se a chamada
cláusula à ordem no título de crédito, implícita em algumas cártulas:

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

72/314

Letra de Câmbio (art.


11 da LUG)

Nota Promissória
Implícita
(arts. 11 e 77 da LUG)
Cláusula à ordem
Cheque (art. 17 da
Não implícita
Lei nº 7.537/85)

“Vê-se, portanto, que tal cláusula é implícita no cheque, na letra de câmbio


e na nota promissória, vale dizer, mesmo que não haja nada escrito no
documento, tais títulos poderão ser endossados. Caso se queira impedir o
endosso, deve-se escrever expressamente a cláusula não à ordem ou outra
equivalente. A cláusula não à ordem não se presume, devendo ser inserida
expressamente por quem cria o título, isto é, pelo sacador ou emitente do
título. O simples fato de riscar a cláusula à ordem impressa no título não é
suficiente para tornar o título não passível de endosso. Apenas a menção
expressa da cláusula não à ordem ou uma cláusula equivalente é que vai
impedir o endosso do título.” (Marlon Tomazette)

Havendo cláusula não à ordem, o título de crédito só poderá ser


transferido com a forma e os efeitos de uma cessão ordinária de
créditos (art. 11 da LUG e art. 17, § 1º, Lei nº 7.357/85).

Método Tosco de Memorização (MTM)

Endosso exige cláusula à ordem, ao passo que a cessão de crédito,


cláusula não ordem. Logo, Vogal – Vogal (Endosso – À ordem).
Consoante – Consoante (Cessão de Crédito – Não à ordem).

8.2.1.1. E se o endosso for feito em título de crédito


com cláusula não à ordem?

R: Há divergência.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

73/314

Marlon Tomazette e Pontes de


Luiz Emygdio da Rosa Júnior
Miranda

Não produz nenhum efeito Produz efeitos de cessão de crédito

8.2.2. Qual a forma do endosso?

R: Em razão do princípio da literalidade, o endosso deverá ser


formalizado no próprio título de crédito; do contrário, não produzirá
efeitos cambiais. Ademais, pode ser formalizado com a simples
assinatura do beneficiário no verso do título ou no anverso. Neste
último caso, a assinatura deve estar acompanhada de alguma
expressão que demonstre a intenção de transferir o título.
“Para simplificar e agilizar o endosso, entende-se que a simples assinatura
do beneficiário no verso (dorso) do título é suficiente para representar a
manifestação de vontade apta a transferir o título. Embora esse seja o
padrão formal para o endosso, é certo que nossa legislação admite uma
segunda forma para tal declaração de vontade. Também vale como endosso
a assinatura do beneficiário na face (anverso) do título, desde que
acompanhada de alguma expressão que demonstre que a intenção ali era
transferir o título (Pague-se a, Transfiro para...).
Em qualquer das formas possíveis, deve haver a assinatura do beneficiário.
A princípio, tal assinatura deverá ser feita de próprio punho. Admite-se,
contudo, que o endosso seja firmado por um procurador do beneficiário,
dotado de poderes especiais para efetivar o endosso.” (Marlon Tomazette)

8.2.2.1. E se não tiver espaço na letra de câmbio para


endossá-la?

R: Como explica MARLON TOMAZETTE:


“Caso o espaço no documento não seja suficiente para realizar o endosso,
deve-se colar uma folha de papel (anexo, alongue ou alongamento) ao título
e realizar o endosso nessa folha, que, para todos os efeitos, é o próprio
título de crédito.” (Marlon Tomazette)

8.2.3. Qual a diferença entre endosso em preto e em


branco?

R: Vamos à tabela.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

74/314

Endosso em Preto Endosso em Branco

O endossante indica a quem está sendo O endossante não indica para quem o
transferido o título, isto é, é mencionado título está sendo transferido. Não
o endossatário (novo menciona o nome do endossatário
beneficiário/credor) do título. (novo beneficiário/credor).

O endosso em preto pode ser lançado O endosso em branco só pode ser


no verso e no anverso do título de lançado no verso do título (art. 13 da
crédito. LUG).

No entanto, caso o endossatário (novo Nesse caso, o título pode passar a


beneficiário) queira passar o título para circular como se fosse ao portador, isto
frente, terá que fazer um novo endosso, é, a simples tradição do documento
já que o que lhe garantiu a pode ser suficiente para transferi-lo. O
transferência da cártula o identificou (o título não se torna ao portador, uma vez
novo beneficiário). que já houve a indicação de um
beneficiário para o título, apenas sua
circulação passa a seguir as regras dos
títulos ao portador.

Ex.: Endosso para Alberto Carlos. Ass. Ex.: Endosso. Ass. Lucas Evangelinos.
Lucas Evangelinos.

8.2.3.1. O endosso em branco pode ser transformado


em endosso em preto?

R: Sim, basta que o portador do título complete o endosso em branco


com o nome do beneficiário, transformando-o em endosso em preto.

8.2.3.2. O endosso em branco ainda é permitido pelo


ordenamento jurídico?

R: Como aponta MARLON TOMAZETTE:


“Dada a possibilidade de circulação pela simples tradição, é certo que várias
pessoas usavam de tal mecanismo para não identificar as riquezas que
passavam por suas mãos. Em razão disso, a Lei n. 8.088/90 (art. 19)
estabeleceu que ‘todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão
emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por
endosso em preto’. E mais, afirmou que ‘a emissão em desobediência à
forma nominativa prevista neste artigo torna inexigível qualquer débito
representado pelo título, valor mobiliário ou cambial irregular’ (art. 19, §
1º). A literalidade da Lei n. 8.088/90 leva a crer que não seria mais possível
o endosso em branco para os títulos cambiais.” (Marlon Tomazette)
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

75/314

“Art. 19, caput, da Lei nº 8.088/90. Todos os títulos, valores mobiliários


e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo
transmissíveis somente por endosso em preto.”

No entanto, há divergência a respeito do tema:

Fábio Ulhoa Coelho e Marlon


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Tomazette

É possível Não é possível

“Assim, nada impede que se pratique o “3. Se há uma nota promissória cujo
endosso em branco, aquele que não crédito foi cedido e o título passado
identifica o endossatário e que diretamente do beneficiário primário
transforma a letra de câmbio em título para o cessionário e se não há anterior
ao portador; nada obsta, também, que endosso daquele, presume-se que o
a letra circule, a partir de então, por título não circulou antes da cessão.
mera tradição, que é o ato próprio de Portanto, assinatura de terceiro no
circulação dos títulos ao portador. verso desse título, sem indicação de sua
Contudo, para obedecer ao ditame legal finalidade, deve ser considerada aval, já
de identificação da pessoa para quem o que, desde a Lei n. 8.021/1990, os
título é pago, o endosso em branco títulos ao portador foram extintos, de
deve necessariamente ser convertido sorte que o endosso ‘em branco’ não
em endosso em preto, no vencimento. mais vigora. (...).” (STJ, REsp
Esse procedimento é inteiramente 1560576/ES, Rel. Ministro JOÃO
harmonizado com o previsto pela lei OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA
uniforme (LU, art. 14), com a lei TURMA, julgado em 02/08/2016,
cambial interna (Dec. n. 2.044/08, art. DJe 23/08/2016)
3º), o art. 19 da Lei n. 8.088/90 e a
Súmula 387 do STF, além de se traduzir
num mecanismo que atende aos
objetivos de controle fiscal da lei do
Plano Collor.” (Fábio Ulhoa Coelho)

8.2.4. Admite-se endosso parcial na letra de câmbio


e na nota promissória? E nos títulos atípicos
(inominados)

R: Não, conforme os arts. 12 e 77 da LUG e art. 912, parágrafo


único, do Código Civil.
“Art. 12 da LUG. (...) O endosso parcial é nulo. (...).”
“Art. 77 da LUG. São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que
não sejam contrárias à natureza deste título, as disposições relativas às
letras e concernentes: endosso (artigos 11 a 20); (...).”
“Art. 912, parágrafo único, do CC. É nulo o endosso parcial.”

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

76/314

Método Tosco de Memorização (MTM)

Endosso, lembra de OSSO. Osso quebrado = osso parcial. Endosso


parcial é nulo.

8.2.5. Efeitos do endosso

Existem 2 (dois) efeitos principais do endosso propriamente


dito (ou endosso translativo): (a) transferência do direito cambiário
contido no título de crédito; (b) responsabilidade do endossante.
“O endosso normalmente produz dois efeitos: transfere o título ao
endossatário e vincula o endossante ao seu pagamento. Isto é, enquanto o
endossatário se torna o novo credor da letra de câmbio, o endossante passa
a ser um de seus codevedores.” (Fábio Ulhoa Coelho)

8.2.5.1. Transferência do direito cambiário contido no


título de crédito

Com o endosso, o endossante transfere o direito cambiário


contido no título de crédito para o novo beneficiário (endossatário),
mas, para tanto, faz-se necessária a transferência da propriedade do
documento.
“Assim, para que o endosso cumpra a sua função, é óbvio que o endossante
deve transferir a propriedade e a posse do título para que o endossatário
possa exercer todos os direitos decorrentes desse documento. Ao efetivar a
transferência da propriedade do documento, o endossante deixa de ter os
direitos inerentes àquele título, os quais são transferidos integralmente ao
endossatário. Desse modo, o endossatário poderá apresentar o título para
aceitação e para pagamento, bem como levá-lo a protesto, transferi-lo
novamente e ajuizar todas as ações que se fizerem necessárias. Em todas

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

77/314

essas situações, ele vai agir em seu próprio nome, na medida em que todos
esses direitos lhe foram transferidos.” (Marlon Tomazette)

8.2.5.1.1. A transferência do direito cambiário por


meio de endosso engloba também as
garantias do título de crédito?

R: Sim, como explica MARLON TOMAZETTE:


“Essa transferência abrange ainda todas as garantias inerentes ao título,
sejam elas pessoais (aval) ou reais (hipoteca, penhor...). Se o endosso
transfere o direito de crédito, transfere as garantias que lhe são acessórias
também. As garantias também são inerentes ao título e, por isso, também
se transferem.” (Marlon Tomazette)

8.2.5.1.2. E se o endossante não tivesse direito de


receber o crédito do título?

R: Em razão do princípio da autonomia, recebendo o título de boa-fé,


eventuais exceções pessoais contra o endossante não isentam o
sacado (devedor) de cumprir a obrigação cambiária.
“Em todo caso, é oportuno destacar que o endossatário adquire os direitos
inerentes ao título de modo autônomo, desde que esteja de boa-fé. O
endossatário recebe os direitos inerentes ao título, completamente
desvinculados da situação do endossante. Os problemas ligados ao direito do
endossante não seguem o título no endosso. Em outras palavras, o
endossatário de boa-fé terá direito de receber o valor constante do título,
mesmo se o endossante não tivesse esse direito por fatos que somente a ele
dissessem respeito. O endosso tem uma força renovadora dos direitos
inerentes ao título, simplificando e protegendo a circulação dos créditos.”
(Marlon Tomazette)

8.2.5.2. Responsabilidade do endossante

Ao efetuar o endosso, o endossante do título perde a


titularidade dos direitos nele mencionados, mas continua vinculado ao
título na condição de coobrigado, respondendo pela aceitação e pelo
pagamento dele, salvo cláusula em sentido contrário. Em outras
palavras, o endossante, em regra, é devedor indireto da letra de
câmbio.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

78/314

“Nos títulos típicos, quem endossa o título não promete efetuar diretamente
o seu pagamento. No entanto, quem endossa o título, em regra, garante ao
seu endossatário e aos endossatários seguintes que o título será aceito ou
será pago no vencimento, salvo cláusula em contrário. Diante da falta do
aceite ou da falta do pagamento no vencimento, devidamente comprovados,
o endossante poderá ser chamado a pagar o título. Daí dizer que o endosso
tem uma função de garantia e que o endossante é um devedor indireto,
como regra geral.” (Marlon Tomazette)
“(...) 3. Se há uma nota promissória cujo crédito foi cedido e o título
passado diretamente do beneficiário primário para o cessionário e se não há
anterior endosso daquele, presume-se que o título não circulou antes da
cessão. (...).” (STJ, REsp 1560576/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe
23/08/2016)

8.2.5.2.1. Essa responsabilidade do endossante vale


para os títulos atípicos também?

R: Não.

Títulos Típicos Títulos Atípicos

Não, para os títulos atípicos, o


Sim (art. 15 da LUG e art. 21 da Lei nº endossante não responde pelo
7.357/85). pagamento, salvo cláusula expressa em
sentido contrário (art. 914 do CC).

8.2.5.2.2. O que é endosso sem garantia?

R: Mesmo nos títulos típicos pode ser inserida cláusula no endosso,


que limita ou afasta a responsabilidade do endossante. Trata-se do
chamado endosso sem garantia (ex.: endosso para Francisco
Cavalcante sem garantia).
“Pode o endossante, ao efetivar o endosso de uma letra de câmbio, declarar
que não se responsabiliza pelo aceite e pelo pagamento do título. Para tanto,
ele deve inserir no título qualquer expressão que denote essa sua intenção,
como ‘sem garantia’ ou ‘sem responsabilidade’.” (Marlon Tomazette)

8.2.5.2.3. É possível proibir um novo endosso?

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

79/314

R: Não exatamente. Como verificado, o endossante garante a


aceitação e o pagamento perante todos os credores que o título
venha a ter, ou seja, sobre todos os eventuais endossatários.
Todavia, o endossante pode limitar sua responsabilidade não
quanto ao valor, mas quanto às pessoas em face de quem ele
garante a aceitação e o pagamento.
Isso ocorre por meio de uma cláusula no título de proibição de
um novo endosso (art. 15 da LUG), que não retira a responsabilidade
do endossante, nem impede propriamente a realização de um novo
endosso, mas afasta sua responsabilidade em face das pessoas a
quem o título for posteriormente endossado.
“Art. 15 da LUG. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante
tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir
um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a
quem a letra for posteriormente endossada.”

Ex.: endosso para Sílvio Andrade, proibindo novo endosso. Ass.


Lucas Evangelinos.
“Quando o sacador insere a cláusula não à ordem, isso significa que o título
só poderá ser transferido por meio de uma cessão de crédito. No entanto,
quando o endossante proíbe um novo endosso, o endosso ainda poderá ser
realizado. Todavia, os novos endossatários do título não terão o direito de
cobrar da pessoa que proibiu o novo endosso. Quem insere tal cláusula
ainda será devedor indireto do título, mas só poderá ser cobrado pelo seu
endossatário imediato. Trata-se, em última análise, de uma restrição da
responsabilidade do endossante, pouco usual, mas possível na letra de
câmbio.” (Marlon Tomazette)

8.2.6. Endosso X Cessão de Crédito

Embora o endosso e a cessão de crédito tenham a finalidade de


transferência de um crédito, possuem diversas diferenças:

Endosso Cessão de Crédito

Trata-se de forma própria de A cessão de créditos objetiva a


transferência de título de crédito. transferência de qualquer tipo de
crédito, inclusive os dos títulos de
crédito.

O endosso é uma declaração unilateral A cessão é bilateral, isto é, depende do


de vontade. encontro de duas vontades.

O endosso é literal, de maneira que A cessão pode ser efetuada de qualquer

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

80/314

deve ser escrito no próprio documento. modo.

A cessão de créditos só produz efeitos


Gera efeitos independentemente de
quando notificada ao devedor (art. 290
comunicação ao devedor.
do CC).

Em regra, o endossante responde pela Na cessão de crédito, o cedente, em


aceitação e pelo pagamento, ou seja, regra, responde apenas pela existência
caso não haja o aceite ou não haja o do crédito, não assumindo maiores
pagamento, ele (endossante) poderá responsabilidades pelo pagamento do
ser responsabilizado a pagar a crédito (art. 296 do CC). Isto é, o
obrigação (art. 15 da LUG). cedente, em regra, não se torna
devedor em face do cessionário, ao
passo que o endossante, em regra,
torna-se devedor indireto da obrigação.

“No endosso, o devedor não pode alegar “Em contrapartida, na cessão de


contra o endossatário de boa-fé créditos, o devedor pode opor ao
exceções pessoais referentes ao cessionário as exceções pessoais ligadas
endossante. O endossatário recebe um a ele, bem como aquelas exceções
direito emergente do título, e não o pessoais atinentes exclusivamente ao
direito do endossante, logo, ele está cedente, no momento em que tomou
imune às defesas que seriam oponíveis conhecimento da cessão (CC – art.
ao endossante. Problemas dos credores 294). Na cessão, a transferência do
anteriores não afetam o direito do crédito não pode fazer o cessionário
endossatário, isto é, ele receberá um adquirir uma posição jurídica maior ou
direito autônomo e abstrato, e não o diferente daquela do cedente. Assim, se
mesmo direito que o endossante o cedente não teria direito de receber o
possuía. O fato de o endossante não título, o cessionário também não terá
poder receber o título não afeta o direito de receber o crédito.” (Marlon
endossatário, pois o seu direito de Tomazette)
crédito é novo e completamente
No mesmo sentido: “(...) É inaplicável o
desvinculado do direito do endossante.”
princípio da inoponibilidade das
(Marlon Tomazette)
exceções pessoais, previsto nos artigos
14 e 17 da Lei Uniforme de Genebra
(Decreto 57.663/66), quando o principal
instrumento negocial celebrado entre as
partes é um contrato de cessão de
crédito. (...).” (STJ, AgRg no REsp
1142676/MG, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
17/03/2016, DJe 13/04/2016)

8.2.6.1. Questões de Prova Oral

Magistratura Estadual

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

81/314

QPO. Magistratura – TJ-GO – Ano: 2010. Qual a diferença entre endosso e


cessão?
QPO. Magistratura – TJ-GO – Ano: 2010. O que significa cláusula de não a
ordem nos títulos de crédito?
QPO. Magistratura Estadual – TJ-GO - Ano: 2013. A Cláusula não à ordem
impede o endosso?

R: Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


“A cláusula ‘à ordem’, expressa ou implícita no título, define como cambial a
circulação do crédito. Já se o título contém expressamente a cláusula ‘não à
ordem’, isso significa que será civil o regime de transferência da titularidade
do crédito mencionado.
Entre a circulação cambial e a civil existem duas diferenças: enquanto o
endossante, em regra, responde pela solvência do devedor, o cedente
geralmente responde apenas pela existência do crédito; o devedor não pode
alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais, mas pode suscitá-
las contra o cessionário.” (Fábio Ulhoa Coelho)

8.2.7. Do que se trata o endosso póstumo (tardio ou


posterior)?

R: Endosso póstumo (tardio ou posterior) é aquele efetuado após o


protesto por falta de pagamento ou após o prazo para efetivação do
protesto por falta de pagamento, produzindo apenas efeitos de uma
cessão de créditos.
Logo, (i) o endossante, em regra, não responderá pela
solvência do devedor, salvo disposição em contrário (art. 296 do CC);
(ii) as defesas que poderiam ser opostas ao endossante póstumo
continuam sendo oponíveis ao endossatário.

o Protesto por falta de


Pagamento
Endosso Póstumo
Feito após
(posterior ou tardio)
Passado o Prazo para o
Protesto por Falta de
Pagamento

“O endosso normalmente deve ser feito até o vencimento do título, pois,


uma vez vencido, o normal é buscar o recebimento do valor, e não a sua
transferência. Todavia, nada impede que o endosso seja feito mesmo depois
do vencimento do título. O endosso posterior ao vencimento da obrigação é
válido e produz os mesmos efeitos do endosso anterior. Entretanto, caso o
endosso seja efetuado após o protesto por falta de pagamento ou após o
prazo para efetivação do protesto por falta de pagamento, ele não produz os
efeitos do endosso, mas apenas efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

82/314

Esse é o chamado endosso póstumo, posterior ou tardio (LUG – art. 20).”


(Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Endosso....lembra de “osso”. Boa! Agora, a parte superior do


desenho não são zumbis se levantando... é um protesto. E na parte
inferior, um cemitério para representar o póstumo. Logo, endosso
póstumo é aquele praticado após o protesto por falta de pagamento
ou decurso do prazo para fazê-lo. Por fim, tudo assistido em uma
sessão [“cessão”] de cinema.

8.2.7.1. O endosso póstumo exige a notificação do


devedor?

R: Embora o endosse póstumo gere efeitos de uma cessão de crédito,


ele não perde sua forma cambial, de modo que não é necessária a
notificação do devedor:
“(...) 3. O art. 20 da LUG estabelece que o endosso póstumo produz os
efeitos de uma cessão ordinária de créditos e não que deva ter a forma de
uma cessão de créditos. ‘Quando a legislação cambiária quer adotar a forma
de cessão para a transmissão do título, ela o determina expressamente,
como no caso da cláusula não à ordem (LUG, art. 11, al. 2ª, e LC, art. 17, §
1º)’ (ROSA JUNIOR, Luiz Emygdio Franco da. Títulos de Crédito. 4ª ed., rev.
e atual. de acordo com o novo Código Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2006,
p. 257/258). 4. Como o endosso póstumo tem a forma de endosso,
prescinde da notificação do devedor para ter validade em relação a ele, não
se aplicando a norma do art. 290 do Código Civil. (...).” (STJ, REsp
1189028/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 07/03/2014)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

83/314

8.2.8. Endosso impróprio

O endosso propriamente dito é chamado de endosso


translativo, pois tem a função de transferir a propriedade do título e,
consequentemente, a titularidade dos direitos inerentes ao
documento, legitimando o endossatário (novo beneficiário) para o
exercício dos direitos ali previstos.
No entanto, junto ao endosso translativo existe outro, chamado
de impróprio, cujo objetivo:
“(...) pode ser a constituição de um procurador para efetuar a cobrança do
título (endosso-mandato) ou a constituição de um penhor sobre o crédito ali
representado (endosso-caução).” (Marlon Tomazette)

Endosso
Impróprio

Endosso-
Endosso-Caução
Mandato
(Endosso-
(Endoss-
Pignoratício)
Procuração)

Em ambos os casos, por meio do endosso impróprio, torna-se


legítima a posse de uma pessoa sobre o documento, sem a
transferência da titularidade do crédito.

Endosso Translativo Endosso Impróprio

Transfere a propriedade do título e, Torna legítima a posse de uma pessoa


consequentemente, a titularidade dos sobre o documento, sem a transferência
direitos inerentes ao documento, da titularidade do crédito.
legitimando o endossatário (novo
beneficiário) para o exercício dos
direitos ali previstos.

8.2.8.1. Endosso-Mandato (Endosso-Procuração)

Segundo MARLON TOMAZETTE:


“O endosso-mandato ou endosso-procuração é uma espécie peculiar de
endosso, uma vez que não visa à transferência da propriedade do título.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

84/314

Quem faz um endosso-mandato não quer deixar de ser credor, quer apenas
constituir um procurador para praticar, por ele, os atos necessários para o
recebimento do crédito. Em síntese, o endosso-mandato é aquele em que o
endossante da letra de câmbio transfere a outra pessoa o exercício e a
conservação dos seus direitos cambiários, sem dispor deles. Em última
análise, é um falso endosso. Trata-se na verdade de uma procuração que
visa a facilitar a prática de alguns atos que só poderiam ser exercidos pelo
proprietário do título.” (Marlon Tomazette)

No entanto, como a regra é o endosso translativo, o endosso


impróprio não se presume, de modo que sua constituição se faz por
meio de:
“(...) uma cláusula que traduza essa ideia, como, por exemplo, ‘para
cobrança’; ‘valor a cobrar’ ou ‘por procuração’. Não há nenhuma fórmula
solene, o essencial é demonstrar que a intenção daquele endosso é
constituir um procurador.” (Marlon Tomazette)
“Art. 18 da LUG. Quando o endosso contém a menção ‘valor a cobrar’
(valeur en recouvrement), ‘para cobrança’ (pour encaissement), ‘por
procuração’ (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um
simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da
letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador.
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções
que eram oponíveis ao endossante.
O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por
morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário [mandante].”

Quanto à parte final desse art. 18 da LUG, extremamente


importante destacar que a palavra “mandatário” representa
incorreção, devendo ser substituída por mandante:
“No texto da LUG do Brasil, consta, por erro de tradução, que a morte do
mandatário não extingue o contrato, o que seria impossível, pois, se ele
morreu, como poderia exercer tal mister? De qualquer modo, toda a
doutrina reconhece o erro e afirma que é a morte do endossante-mandante
que não terá o condão de extinguir o endosso-mandato.” (Marlon
Tomazette)

De qualquer forma, o endosso-mandato deverá ser sempre em


preto.
Feito o endosso com essa cláusula especial, surgem dois
sujeitos na relação cambiária: o endossante-mandante e o
endossatário-mandatário, cada qual com um papel diferenciado no
título.

Endossante-Mandante Endossatário-Mandatário

O endossante-mandante ainda é o O endossatário-mandatário, por sua


proprietário do título, pois só transferiu vez, tem a posse plena do título e,
a posse do documento. Como nessa condição, pode exercer todos os
proprietário, o endossante-mandante direitos decorrentes do título. O
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

85/314

ainda é o titular do direito de crédito e, endosso-mandato abrange os poderes


nessa condição, terá o benefício final, de apresentar o título para aceitação e
no caso de pagamento do título. pagamento, receber e dar quitação ao
devedor, tomar as medidas necessárias
à preservação dos direitos do
endossante, reivindicar o título de quem
injustamente o detenha, ajuizar ação
anulatória, nos casos de extravio e
destruição, bem como a ação cambial
para receber o seu valor.

8.2.8.1.1. O endossatário-mandatário pode realizar


endosso translativo no título recebido por
endosso-mandato?

R: Em regra, não conforme pontua MARLON TOMAZETTE:


“Hoje, a única coisa que o endossatário mandatário não pode fazer, por não
ter a propriedade, é um endosso translativo. Nada impede, contudo, que ele
faça um novo endosso-mandato, como uma espécie de substabelecimento,
com todas as implicações previstas no art. 667 do Código Civil.
Excepcionalmente, o próprio endossante poderá lhe assegurar o poder de
transferir o título, o que, no entanto, não se presume. Embora tenha o
exercício dos direitos decorrentes do título, o endossatário-mandatário não é
o titular desses direitos. Quando ele agir, será em nome e em proveito do
endossante-mandante. Prova disso é que as eventuais matérias de defesa,
oponíveis pelos devedores cobrados, só podem dizer respeito à pessoa do
endossante-mandante (LUG – art. 18), isto é, só podem se referir ao efetivo
titular do direito.” (Marlon Tomazette)

8.2.8.1.2. Se o endossatário-mandatário prejudicar


alguém, quem responde pelos danos?

R: A princípio, apenas o endossante-mandante.


“O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por
danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)

8.2.8.1.2.1. Questões de Prova Oral

Magistratura Estadual

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

86/314

QPO. Magistratura – TJ-RJ – Ano: 2012. Responsabilidade do endossatário-


mandatário.

R: Em regra, o endossatário-mandatário não responde pelos danos


decorrentes de protesto indevido, salvo se extrapolar os poderes de
mandatário (Súmula nº 476/STJ).

8.2.8.1.3. A relação formada entre o endossatário-


mandatário e o endossante-mandante é de
natureza cambial?

R: Apesar de se tratar de instituto do direito cambial, MARLON


TOMAZETTE ensina que a relação, na verdade, é de natureza
contratual:
“De qualquer modo, o endossante terá a proteção do regime contratual que
rege a sua relação com o endossatário. Trata-se de um contrato de
mandato, e não de uma relação cambial. Tal contrato, entre endossante-
mandante e endossatário-mandatário, será regido pelas regras gerais do
Código Civil, atinentes a tal figura contratual, com a única ressalva de que a
morte ou incapacidade do mandante não vai extinguir automaticamente o
mandato, como extinguiria pelo art. 682, II, do Código Civil [art. 18 da
LUG].” (Marlon Tomazette)

8.2.8.1.4. Desconto bancário

O endosso-mandato geralmente é realizado em favor de


instituições financeiras para que elas realizem a cobrança da cártula,
inclusive seu protesto.
No entanto, não se pode confundir esse instituto cambiário com
o contrato de desconto bancário:
“Por meio desse contrato, uma instituição financeira antecipa recursos a
alguém que é titular de um crédito com vencimento ainda pendente,
mediante a transferência desse crédito. Por exemplo, um empresário que
possui créditos a receber, em 60 ou 90 dias, pode receber antecipadamente
pelo menos uma parte desses recursos, transferindo os créditos que possui
em face de terceiros. A instituição financeira receberá os créditos e
antecipará ao empresário parte do valor desses créditos, descontando juros
e despesas da operação.
Trata-se, em última análise, de uma operação de crédito. O banco
(descontador) concederá imediatamente um crédito, mediante a
transferência de créditos do descontário em face de terceiros. Essa
transferência faz parte da própria conclusão do contrato, uma vez que
estamos diante de um contrato real, ou seja, o contrato só se aperfeiçoa
com a entrega do crédito. A princípio, tal operação pode envolver qualquer
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

87/314

crédito, mas o mais comum é a transferência de créditos corporificados em


títulos de crédito. Nesses casos, podem-se usar tanto a cessão de crédito
como o endosso, sendo esta a opção mais usual.” (Marlon Tomazette)

8.2.8.2. Endosso-Caução (Endosso-Pignoratício)

“Art. 19 da LUG. Quando o endosso contém a menção ‘valor em garantia’,


‘valor em penhor’ ou qualquer outra menção que implique uma caução, o
portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um
endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração.
Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas
sobre as relações pessoais deles com o endossante, a menos que o
portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em
detrimento do devedor.”

No endosso-caução não se tem por intenção transferir a


propriedade do título, mas apenas e tão somente constituir um
penhor sobre o documento.
“Não se transfere o crédito, só se deixa o título em garantia de outra
obrigação. Em síntese, o endosso-caução ou endosso-pignoratício é um
endosso especial que transfere a posse do título a uma pessoa, em garantia
de alguma obrigação.
Imagine-se a seguinte situação: ROBERT PLANT está tomando um
empréstimo em face do BANCO AC/DC, o qual, contudo, está exigindo uma
garantia para tal obrigação. ROBERT PLANT poderia oferecer um veículo ou
um imóvel em garantia, o que atenderia ao banco. Todavia, ele não possui
nenhum desses bens passíveis de serem dados em garantia. Apesar de não
dispor de veículos ou de imóveis livres e desembaraçados, ROBERT PLANT é
um empresário que tem vários créditos a receber, representados em letras
de câmbio, notas promissórias e duplicatas. Por ter esses valores a receber,
ele os oferece ao banco em garantia do empréstimo, como que afirmando:
‘se eu não pagar, você poderá receber esses créditos’. Para o Banco, pode
ser uma boa garantia e, por isso, ele a aceita.” (Marlon Tomazette)

Tal como o endosso-mandato (endosso-procuração), o endosso-


caução (endosso-pignoratício) não se presume, devendo existir uma
cláusula expressa no endosso que denote a intenção de apenas
deixar o título em garantia.
Para tanto, o endossante deverá acrescentar alguma cláusula
no endosso, como ‘valor em garantia’, ou ‘por caução’ ou ‘em
penhor’. Não há uma fórmula solene, o que se exige é que a intenção
de apenas deixar o título em garantia seja clara. Não havendo essa
menção clara, o endosso será interpretado como endosso translativo.
Feito o endosso-caução ou pignoratício, surgem dois sujeitos no
título: o endossante-pignoratício e o endossatário-pignoratício, cada
um com uma situação diferente em relação ao título.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

88/314

Endossante-pignoratício Endossatário-pignoratício

O endossante-pignoratício continua O endossatário-pignoratício é um


sendo o proprietário do documento, o possuidor legítimo do título, mas não o
credor do título, mas, normalmente, é seu proprietário. Diante dessa condição,
devedor do endossatário-pignoratício a legislação lhe assegura o exercício de
por outra obrigação. Nessa condição, ele todos os direitos decorrentes do título,
tem o dever de honrar sua obrigação exceto a transferência da propriedade
perante o endossatário, sob pena de o do documento (endosso-translativo),
endossatário fazer valer os seus direitos uma vez que tem apenas a posse do
de credor sobre o título dado em documento. Ele poderá apresentar o
garantia. título para aceitação ou para
pagamento, levar o título a protesto e
ajuizar ações, isto é, a lei lhe assegura
a prática de todos os atos necessários à
defesa e conservação do título. Assim,
qualquer endosso que ele fizer deverá
ser entendido como um endosso-
mandato, na medida em que as demais
modalidades de endosso não podem ser
efetuadas por ele, que é um mero
possuidor. Nem outro endosso-caução
ele poderá realizar, pois não se pode
dar em garantia apenas a posse do
título.

O endossante-pignoratício não é O endossatário-pignoratício poderá


devedor do título de crédito, mas de promover a ação cambial contra os
outra obrigação, de modo que ele não obrigados no título, que não poderão
poderá ser executado com base no invocar contra o portador as exceções
próprio documento. Quitando essa outra fundadas nas relações deles com o
obrigação, terá o direito de retomar o endossante, salvo se o portador tiver
título dado em garantia. agido de má-fé (LUG – art. 19, al. 2).

8.2.8.2.1. Se o endossatário-pignoratício prejudicar


alguém, quem responde pelos danos?

R: O próprio endossatário-pignoratício, como aponta MARLON


TOMAZETTE:
“Embora seja um mero possuidor, ele exercerá os direitos de forma
autônoma em relação ao endossante. Por agir em nome e em proveito
próprio, o endossatário-pignoratício assumirá todos os riscos das suas ações.
Se ele causar um dano a alguém no exercício dos direitos inerentes ao título,
é ele que vai responder pela indenização, ao contrário do que ocorria no
endosso-mandato.” (Marlon Tomazette)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

89/314

8.2.8.2.2. Qual a diferença entre o endosso-caução


e o endosso fiduciário?

R: O endosso-caução não se confunde com o endosso fiduciário:

Endosso-caução Endosso-fiduciário

É um endosso especial que transfere a É utilizado na cessão fiduciária de títulos


posse do título a uma pessoa, em de crédito. Neste caso, “(...) opera-se a
garantia de alguma obrigação. Nesse transferência ao credor da titularidade
caso, não há transferência da dos créditos cedidos, até a liquidação da
propriedade, nem de forma fiduciária. dívida garantida. Em outras palavras,
transfere-se a propriedade resolúvel dos
títulos de crédito ao credor fiduciário
(endossatário-fiduciário), até a
liquidação da dívida por eles garantida.
A ideia é a mesma da alienação
fiduciária, apenas envolvendo a cessão
de créditos em garantia.” (Marlon
Tomazette)

8.2.9. Factoring e endosso

No Brasil, embora não tenha uma regulamentação específica, o


contrato de factoring é conceituado na Lei nº 9.249/95:
“Art. 15, § 1º, inciso III, alínea “d”, da Lei nº 9.249/95. prestação
cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a
receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring).”

A partir desse dispositivo, vê-se que o factoring é uma


atividade empresarial que envolve: (a) a prestação de serviços e;
(b) a compra de ativos financeiros (créditos).
E, com base nessas atividades, a doutrina diferencia algumas
modalidades de factoring:

Factoring trustee Maturity factoring Conventional factoring

Neste há apenas a Neste ocorre a compra de “Entretanto, a modalidade


prestação de serviços créditos, mas sem mais usual é o conventional
de gestão financeira e antecipação de recursos, factoring que envolve a
de negócios da os quais apenas são compra de direitos creditórios,
empresa-cliente. pagos no vencimento. com o pagamento imediato
dos valores a quem transferiu
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

90/314

os créditos (faturizado).
Alguns autores identificam o
próprio contrato de factoring
com o conventional factoring.”
(Marlon Tomazette)

8.2.9.1. Como se faz a transferência dos créditos no


conventional factoring?

R: Há divergência.

Superior Tribunal de Justiça


Marlon Tomazette
(prevalece)

“(...) No contrato de factoring, a transferência “A nosso ver, a transferência


dos créditos não se opera por simples endosso, aqui mencionada pode ser feita
mas por cessão de crédito, subordinando-se, por tanto por meio de uma cessão
consequência, à disciplina do art. 294 do Código de crédito quanto mediante um
Civil, contexto que autoriza ao devedor a endosso. Em ambas as formas
oponibilidade das exceções pessoais em face da de transferência, quem
faturizadora. (...).” (STJ, AgInt no AREsp transfere o crédito pode
446.869/SC, Rel. Ministro ANTONIO assumir ou não a
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, responsabilidade pelo não
julgado em 05/12/2017, DJe 12/12/2017) pagamento do título.” (Marlon
Tomazette)
“(...) 4. Ainda que a transferência dos títulos de
crédito seja formalizada por endosso, a aquisição
de crédito por faturizadora caracteriza a
realização de cessão de crédito, de modo a se
afastar o direito de regresso contra o cedente na
hipótese de inadimplemento. Precedentes. (...).”
(STJ, REsp 1167120/RS, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 05/11/2013, DJe 18/11/2013)
No mesmo sentido: AgInt no REsp 1015617/SP,
Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 13/12/2016, DJe 01/02/2017; AgRg
no REsp 1283369/RS, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 04/02/2016, DJe 18/02/2016.

8.2.9.2. A faturizada responde em caso de


inadimplemento do crédito transferido?

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

91/314

R: Não, salvo na hipótese em que a inadimplência é provocada pela


própria faturizada. Isso porque o inadimplemento risco é da essência
do contrato de factoring. No entanto,
“(...) Essa característica, todavia, não afasta a responsabilidade da cedente
em relação à existência do crédito, pois tal garantia é própria da cessão de
crédito comum - pro soluto. É por isso que a doutrina, de forma uníssona,
afirma que no contrato de factoring e na cessão de crédito ordinária, a
faturizada/cedente não garante a solvência do crédito, mas a sua existência
sim. Nesse passo, o direito de regresso da factoring contra a faturizada deve
ser reconhecido quando estiver em questão não um mero inadimplemento,
mas a própria existência do crédito. (...).” (STJ, REsp 1289995/PE, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
20/02/2014, DJe 10/06/2014).

Ademais, não é possível a estipulação de garantia em favor da


empresa de factoring (faturizadora) no que se refere ao
inadimplemento dos títulos cedidos.
STJ, AgInt no AREsp 374.373/SC, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 11/12/2017; STJ,
AgInt nos EDcl no AREsp 686.305/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 28/03/2017, DJe
31/03/2017; STJ, AgRg no REsp 1361311/MG, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 20/11/2014, DJe
01/12/2014.

8.3. Aval

O aval se trata de uma garantia pessoal que, segundo FÁBIO


ULHOA COELHO:
“(...) é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a
pagar título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título
(avalizado).” (Fábio Ulhoa Coelho)

8.3.1. Qual a forma do aval?

R: O aval deve ser prestado por escrito e, em razão do princípio da


literalidade, no próprio título de crédito, de modo que não se admite
tal declaração cambiária em documento em separado.
Quanto ao local (anverso ou verso), ensina MARLON
TOMAZETTE:
“Para simplificar e agilizar o aval, entende-se que a simples assinatura do
beneficiário na face (anverso) do título é suficiente para representar o aval.
Esse padrão formal para o aval diferencia-se daquele do aceite, pela pessoa
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

92/314

que assina. Se a assinatura na face do título for do sacado [devedor], será


um aceite; se for de qualquer outra pessoa, presume-se que se trata de um
aval.
Embora o padrão formal para o aval seja a assinatura na face do título, é
certo que nossa legislação admite uma segunda forma para tal declaração
de vontade. Também vale como aval a assinatura do verso (dorso) do título,
desde que acompanhada de alguma expressão que demonstre que a
intenção ali era garantir o pagamento do título (por aval, por garantia...),
não havendo qualquer fórmula solene (LUG – art. 31).” (Marlon
Tomazette)

Apesar dessa ressalva final de MARLON TOMAZETTE, o


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já decidiu que a assinatura no
verso da cártula por si só pode caracterizar o aval:
“(...) Portanto, assinatura de terceiro no verso desse título, sem indicação de
sua finalidade, deve ser considerada aval, já que, desde a Lei n.
8.021/1990, os títulos ao portador foram extintos, de sorte que o endosso
‘em branco’ não mais vigora. (...).” (STJ, REsp 1560576/ES, Rel.
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/08/2016, DJe 23/08/2016)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Tanto o AVAL quanto o ACEITE, em regra, são concedidos no


ANVERSO [AAA] da cártula, podendo, no entanto, também ser
dispostos no VERSO, desde que acrescidos de alguma
expressão/frase que os identifique.

O ENDOSSO, por sua vez, é realizado, em regra, no VERSO da


cártula, mas também pode ser feito no ANVERSO, desde que
acrescido de alguma expressão/frase que o identifique.

8.3.2. Responsabilidade do avalista

“Art. 47 da LUG. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de


uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente,
sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

93/314

O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a


tenha pago.
A ação intentada contra um dos coobrigados não impede acionar os outros,
mesmo os posteriores àquele que foi acionado em primeiro lugar.”

Segundo MARLON TOMAZETTE, o avalista é devedor solidário


do título de crédito, não tendo direito a benefício de ordem:
“Ao dar um aval eficaz, o avalista se torna devedor solidário do título de
crédito (LUG – art. 47), no sentido de que ele será obrigado a pagar a
integralidade da obrigação, mesmo que o avalizado possua bens. Em outras
palavras, o avalista não possui benefício de ordem, isto é, ele não pode
indicar bens livres e desembaraçados do avalizado quando for demandado
para honrar sua obrigação.” (Marlon Tomazette)

Por sua vez, extremamente importante lembrar que o avalista é


responsável da mesma maneira que o avalizado (art. 32 da LUG), de
maneira que, embora seja um devedor solidário, o avalista será
considerado devedor principal se o avalizado for o devedor principal
(sacado aceitante). De outro lado, será devedor indireto se o
avalizado for um devedor indireto (endossante ou outro avalista).
MARLON TOMAZETTE, nessa linha, explica a relevância dessa
equiparação:
“Assim sendo, se avalizado for o devedor principal do título, o avalista
também será tratado como devedor principal. Desse modo, não será
necessário o protesto para cobrar tal avalista e o prazo prescricional para a
sua execução será o mesmo previsto para o avalizado.” (Marlon
Tomazette)

8.3.2.1. Se a obrigação do avalizado for nula, o avalista


continua responsável?

R: Em regra, sim por conta do art. 32 da LUG, que consagra o


princípio da autonomia das obrigações cambiais. Sempre lembrando
que tal princípio incide na relação cambial a partir da circulação
cártula.
“A autonomia é postulado, cujas implicações pressupõem a circulação do
crédito. Ou seja, a sua importância diz respeito à impossibilidade de o
devedor cambial furtar-se ao cumprimento da obrigação, perante terceiro de
boa-fé.” (Fábio Ulhoa Coelho)
“(...) 3. É possível ao avalista opor exceções relativas à origem do débito se
o título de crédito não circulou. (...).” (STJ, AgInt no REsp 1215966/RJ,
Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
21/11/2017, DJe 27/11/2017)
“(...) 3. É possível ao avalista opor exceções pessoais relativas à origem do
débito se o título de crédito não circulou. Mitigação dos princípios da
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

94/314

abstração e da autonomia do aval. Incidência dos princípios da boa-fé e da


vedação ao enriquecimento sem causa. (...).” (STJ, REsp 1436245/MG,
Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 17/03/2015, DJe 23/03/2015)
“Comercial. Título de crédito. Avalista. Discussão sobre a origem do débito.
Ausência de circulação do título. Possibilidade. Precedentes. - Na esteira de
precedentes da 3.ª Turma do STJ, se o título de crédito não circulou, pode o
avalista argüir exceções baseadas na extinção, ilicitude ou inexistência da
dívida da qual originou o título, visando evitar o enriquecimento sem causa
do credor. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, REsp 678.881/PR,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
20/06/2006, DJ 30/06/2006, p. 2164)

No entanto, em razão do art. 7º da LUG, o avalista não


permanece responsabilizado no caso de vícios formais no título de
crédito (ex.: duplicata emitida sem causa subjacente).
“Art. 32 da LUG. (...) A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a
obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um
vício de forma. (...).”
“Art. 7º da LUG. Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se
obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou
assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas
que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações
dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas.”

Por outro lado, conforme lembra MARLON TOMAZETTE, a


autonomia do aval não pode proteger credor de má-fé, de modo que,
nessa situação (má-fé), admite-se que o avalista discuta a própria
obrigação:
“Não obstante a autonomia da obrigação do avalista, é certo que não se
pode proteger o credor de má-fé, isto é, deve-se admitir ao avalista discutir
a própria existência do débito quando o credor estiver de má-fé. Assim,
quando o título não circula, o avalista pode invocar defesas ligadas ao
negócio jurídico que deu origem ao título. Do mesmo modo, se, de alguma
forma, o credor tinha ciência ou tinha como ter ciência do negócio jurídico
que deu origem ao título. Em tais casos, não se aplica o princípio da
abstração e, por isso, o avalista poderá discutir a causa da obrigação, como
o avalizado poderia. Caso se permitisse que o credor recebesse do avalista,
estaria ocorrendo um enriquecimento ilícito do credor, o que não pode ser
tolerado. Por isso, admite-se a oposição dessas defesas causais.” (Marlon
Tomazette)

Ex.: credor de título de crédito cobra dívida novada; credor


cobra dívida que já recebeu do avalizado.

4
Em sentido contrário: STJ, AgRg no REsp 885.261/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julgado em 02/10/2012, DJe 10/10/2012.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

95/314

“Em síntese, a obrigação do avalista é autônoma e abstrata, mas diante da


má-fé de um credor o avalista poderá invocar matérias ligadas a extinção,
ilicitude ou inexistência da dívida que originou o título.” (Marlon
Tomazette)

8.3.3. A prestação de aval exige outorga conjugal?

R: Há divergência.

Superior Tribunal de Justiça Marlon Tomazette Jornada de Direito Civil

Sim, mas sua falta não


SIM, mas apenas nos títulos SIM, em todos os títulos de
gera invalidade total da
inominados (atípicos). crédito inclusive.
garantia.

“(...) O Código Civil de 2002 estatuiu, Por conta da previsão “O aval não pode ser
em seu art. 1647, inciso III, como expressa do art. 1.647, inciso anulado por falta de vênia
requisito de validade da fiança e do III, do CC: conjugal, de modo que o
aval, institutos bastante diversos, em inc. III do art. 1.647
“Art. 1.647 do CC.
que pese ontologicamente constituam apenas caracteriza a
Ressalvado o disposto no art.
garantias pessoais, o consentimento inoponibilidade do título ao
1.648, nenhum dos cônjuges
por parte do cônjuge do garantidor. 2. cônjuge que não assentiu.”
pode, sem autorização do
Essa norma exige uma interpretação (Enunciado nº 114 da I
outro, exceto no regime da
razoável sob pena de Jornada de Direito Civil)
separação absoluta: (...) III -
descaracterização do aval como típico
prestar fiança ou aval; (...).”
instituto cambiário. 3. A interpretação
mais adequada com o referido instituto
cambiário, voltado a fomentar a
garantia do pagamento dos títulos de
crédito, à segurança do comércio
jurídico e, assim, ao fomento da
circulação de riquezas, é no sentido de
limitar a incidência da regra do art.
1647, inciso III, do CCB aos avais
prestados aos títulos inominados
regrados pelo Código Civil, excluindo-
se os títulos nominados regidos por
leis especiais. (...).” (STJ, REsp
1526560/MG, Rel. Ministro PAULO
DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em
16/03/2017, DJe 16/05/2017).
Nesse sentido: STJ, REsp 1633399/SP,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em
10/11/2016, DJe 01/12/2016.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

96/314

8.3.4. Admite-se o aval limitado ou parcial?

R: O avalista assume a condição de devedor do título de crédito,


garantindo o pagamento da obrigação. Entretanto, a assunção dessa
responsabilidade é um ato de vontade, de maneira que, em tese, o
próprio avalista poderia limitar essa obrigação, garantindo apenas
uma parte do título (aval parcial ou limitado). Quanto à sua admissão
vamos à tabela:

LUG, Lei nº 7.357/85 (Cheque) e Lei


Código Civil
nº 5.474/68 (Duplicata)

ADMITEM VEDA

Nessa linha, explica MARLON TOMAZETTE e FÁBIO ULHOA


COELHO:
“Assim, ao contrário do endosso parcial que é nulo, o aval parcial é
perfeitamente admitido, ou seja, o avalista pode garantir o pagamento de
apenas uma parte da obrigação constante do título (LUG – art. 30; Lei n.
7.357/85 – art. 29; Lei n. 5.474/68 – art. 25). A legislação dos títulos típicos
afirma expressamente que a obrigação poderá ser garantida no todo ou em
parte por meio do aval, demonstrando essa possibilidade.
Nos títulos atípicos, contudo, o aval parcial restou vedado (CC – art. 897,
parágrafo único). Tal vedação, embora advenha de uma lei posterior, não se
aplicará aos títulos típicos (letra de câmbio, nota promissória, cheque,
duplicata...), uma vez que há legislação especial admitindo essa limitação do
aval, que quase nunca ocorrerá.” (Marlon Tomazette)
“Aval parcial. Os títulos sujeitos à disciplina do Código Civil comportam aval,
mas ele não pode ser parcial (CC, art. 897, parágrafo único). O avalista
desses títulos só pode garantir seu valor total. Na letra de câmbio, ao
contrário, o aval parcial é admissível (LU, art. 30), embora raramente
utilizado.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Método Tosco de Memorização (MTM)

O Aval parcial é vedado dos títulos atípicos e legal nos demais


(típicos).

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

97/314

8.3.5. Quem é o avalizado? O que é aval em branco?

R: O avalizado é a pessoa para quem se dá o aval, cuja identificação


é fundamental para definir os contornos dos direitos e dos deveres do
avalista.
“Art. 32 da LUG. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a
pessoa por ele afiançada.
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele
garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da
letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados
para com esta em virtude da letra.”

O avalizado pode ser: (a) o próprio sacador; (b) o aceitante;


(c) um endossante; (d) outro avalista (aval sucessivo).
Caso o avalista não indique o avalizado, está-se diante de um
aval em branco.

AVAL EM BRANCO

LUG Código Civil (títulos atípicos)

Presume-se que foi dado em favor do Presume-se que foi concedido em favor
sacador (emitente). do emitente ou do devedor final.

“Art. 31 da LUG. (...) O aval deve “Art. 899, caput, do CC. O avalista
indicar a pessoa por quem se dá. Na equipara-se àquele cujo nome indicar;
falta de indicação, entender-se-á pelo na falta de indicação, ao emitente ou
sacador.” devedor final.”

Método Tosco de Memorização (MTM)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

98/314

Quem pode ser avalizado?

8.3.6. O aval pode ser prestado contra a vontade do


avalizado?

R: Sim.
“No aval, obrigação de uma garantia, a abstração é ainda, se possível, maior
do que em qualquer outra obrigação cambial. (...). Garantia cujo caráter
nitidamente objetivo o nosso direito mais ainda acentuou, o aval pode ser
dado não apenas sem o conhecimento, mas contra a vontade do avalizado.”
(João Eunápio Borges)
“[Trecho do corpo do acórdão:] A autonomia e a abstração do aval são
tamanhas que se admite até o aval contra a vontade do avalizado, bem
como o chamado aval antecipado, o qual é prestado antes mesmo do
surgimento da obrigação do avalizado e sequer se condiciona à sua futura
constituição válida.” (STJ, AgRg no REsp 885.261/SP, Rel. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
02/10/2012, DJe 10/10/2012)

8.3.7. O aval dado em favor do sacado que ainda não


aceitou o título de crédito produz efeitos?

R: O aval concedido antes do aceite chama-se aval parcial e, quanto


aos seus efeitos, há divergência.

Luiz Emygdio da Rosa Júnior, Fábio


Ulhoa Coelho, Arnaldo Rizzardo e Fran Martins e Wille Duarte Costa
João Eunápio Borges

SIM, mas só produzirá efeitos a partir


SIM, sempre.
do aceite.

Uma vez que a obrigação do avalista é Isso porque o avalista assume obrigação
autônoma e subsiste a vícios na de mesma natureza que o avalizado
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

99/314

obrigação do avalizado, não há a (art. 32 da LUG).


necessidade de a obrigação do avalizado
existir desde logo no título em que
prestado o aval.

8.3.8. Avais Simultâneos X Aval Sucessivo

Vamos à tabela:

Avais Simultâneos Aval Sucessivo

Caso existam no título 2 (dois) avais em Quando o avalista avaliza outro avalista,
branco e superpostos, presume-se que há o aval sucessivo.
ambos são avalistas do sacador, isto é,
são avais simultâneos e não sucessivos.
“Nesse caso, apesar da proximidade das
assinaturas, considera-se que eles são
avais pelo sacador, e não aval um do
outro, ou seja, temos coavalistas.”
(Marlon Tomazette)
“Avais em branco e superpostos
consideram-se simultâneos e não
sucessivos.” (Súmula nº 189/STF)

Método Tosco de Memorização (MTM)

2 (dois) avais em branco são o que se costuma chamar de avais


simultâneos (A.SIM). E presume-se que são dados em favor do
SACADOR.

8.3.8.1. Há solidariedade entre os coavalistas no aval


simultâneo?
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

100/314

R: Há divergência.

Rubens Requião Marlon Tomazette e Fran Martins

SIM, há solidariedade civil, ou seja,


NÃO, pois solidariedade não se qualquer um dos dois deve pagar, mas
presume. tem direito de regresso contra o outro
na proporção de sua quota-parte.

8.3.9. A obrigação do avalista transfere-se aos seus


herdeiros?

R: Sim, conforme destaca MARLON TOMAZETTE e já pontuado pelo


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
“A obrigação do avalista é uma garantia pessoal, mas não é personalíssima.
Não sendo personalíssima, ela se transfere aos herdeiros do avalista, dentro
das forças da herança (CC – art. 1.792). Em outras palavras, não se trata de
uma obrigação que se extinga automaticamente pelo falecimento do
avalista. Nesse caso, há uma transferência anômala da obrigação aos
herdeiros.” (Marlon Tomazette)
“COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO
VENCIMENTO. OBRIGAÇÃO NÃO PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOS
HERDEIROS. I - O aval, espécie de obrigação cambial, é autônomo em
relação à obrigação do devedor principal e se constitui no momento da
aposição da assinatura do avalista no título de crédito. II - Existente a
obrigação desde a emissão do título, o avalista era devedor solidário no
momento do óbito, constituindo o transcurso da data do vencimento apenas
requisito para a exigibilidade do montante devido. III - A morte do
responsável cambiário é modalidade de transferência anômala da obrigação
que, por não possuir caráter personalíssimo, é repassada aos herdeiros,
mesmo que o óbito tenha ocorrido antes do vencimento do título. (...).”
(STJ, REsp 260.004/SP, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 28/11/2006, DJ 18/12/2006, p. 358)

8.3.10. Direito de regresso

“Art. 32 da LUG. (...) Se o dador de aval [avalista] paga a letra, fica sub-
rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi
dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.”

Ao efetuar o pagamento da cártula, o avalista tem o direito de


regresso contra o avalizado e contra as mesmas pessoas contra quem
o avalizado teria o direito de regresso.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

101/314

“Se paga a letra, o avalista sub-roga-se nos direitos que dela emergem,
podendo executá-los, em regresso, contra a pessoa a quem avalizou, bem
como os demais obrigados que ocupem posição anterior na cadeia de
obrigações.” (Gladston Mamede)

8.3.11. Aval X Fiança

Vamos à tabela:

Aval Fiança

Garantia Pessoal Garantia Pessoal

Declaração Unilateral de Vontade Contrato

Só pode ser prestado em títulos de Pode ser prestada em qualquer


crédito obrigação

Só pode ser escrito no próprio título Pode ser prestada em qualquer


(princípio da literalidade) documento.

“A obrigação do avalista subsiste “De outro lado, a fiança é acessória, no


mesmo diante da nulidade da obrigação sentido de que seguirá a sorte da
avalizada. São duas obrigações distintas obrigação principal. Há uma única
e independentes.” (Marlon Tomazette) obrigação com dois devedores. Se a
obrigação garantida for nula, tal
nulidade também contaminará a fiança.
Se a obrigação principal for extinta por
qualquer motivo, também se extingue a
fiança, uma vez que o fiador pode opor
ao credor as exceções que seriam
oponíveis pelo afiançado (CC – art.
837).” (Marlon Tomazette)

Há, em regra, benefício de ordem (art.


Não há benefício de ordem.
827 do CC).

O direito de regresso permite a O fiador, após satisfazer a obrigação por


cobrança integral do valor pago, e não inteiro, tem direito de cobrar, em
apenas de quota-parte. regresso, a quota-parte de cada um dos
demais fiadores (art. 283 do CC).

A obrigação do avalista transfere-se aos A obrigação do fiador só se transfere se


herdeiros independentemente da data o fiador já fosse responsável na época
do seu falecimento do falecimento (art. 836 do CC)

8.3.12. Aval X Endosso


- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

102/314

Vamos à tabela:

Aval Endosso

“O aval é uma declaração cambiária O endosso “(...) também é uma


facultativa, que torna o declarante declaração cambial facultativa, que
responsável pelo pagamento do título.” torna o endossante, em regra, devedor
(Marlon Tomazette) do título.” (Marlon Tomazette)

Tem como escopo garantir o pagamento Tem como finalidade a transferência da


do título. propriedade do título de crédito.

Quem avaliza sempre assumirá O endossante pode não assumir


obrigação. qualquer obrigação (endosso sem
garantia).

8.3.13. Qual o efeito do aval prestado após o


vencimento da cártula?

R: Há divergência.

Não gera nenhum efeito


(Carvalho de Mendonça)

Antes do Vencimento
(AVE)
Tem efeito de fiança
Aval (Fran Martins)

Posterior ao Vencimento
(POV)
Produz efeitos, desde
que prestado até o
proteto. Se posterior ao
protesto ou prazo para
protesto, não gera
nenhum efeito (Luiz
Emygdio da Rosa
Júnior)

8.3.14. Questões de Prova Discursiva

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

103/314

Magistratura Federal

QPD. Magistratura Federal – TRF/2ª Região – Ano: 2007. A vedação do aval


parcial prevista no artigo 897 do Código Civil, parágrafo único, do Código
Civil, aplica-se aos títulos cambiariformes?

R: Segundo FRAN MARTINS, cambiariformes:


“(...) são os títulos que não representam uma verdadeira operação de
crédito mas que, revestidos de certos requisitos dos títulos de crédito
propriamente ditos, circulam com as garantias que caracterizam esses
papéis. É o caso, por exemplo, do cheque, ordem de pagamento à vista, em
favor do subscritor ou de outra pessoa, que, por ter requisitos dos títulos de
crédito propriamente ditos, circula como esses e tem garantias semelhantes
ou bastante aproximadas dos títulos de crédito próprios.” (Fran Martins)

A partir dessa classificação de FRAN MARTINS, pode-se


responder que a vedação ao aval parcial prevista no art. 897 do
Código Civil não se aplica aos títulos cambiariformes, porquanto a Lei
nº 7.357/85 (Lei do Cheque) expressamente autoriza:
“Art. 29 da Lei nº 7.357/85. O pagamento do cheque pode ser garantido,
no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou
mesmo por signatário do título.”

Magistratura Federal

QPD. Magistratura Federal – TRF/3ª Região – Ano: 2006. O que significam os


princípios da autonomia substancial e da acessoriedade formal do aval
num título cambiário.

R: De acordo com o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, o aval é


dotado de autonomia substancial, de sorte que a sua existência,
validade e eficácia não estão ligadas à obrigação avalizada:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 1. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. DEFERIMENTO. AVAL. OBRIGAÇÃO AUTÔNOMA.
PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE. 2. AGRAVO
IMPROVIDO. 1. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, o aval é dotado de autonomia substancial, de sorte que a sua
existência, validade e eficácia não estão ligadas à obrigação avalizada.
Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.” (STJ, AgRg
no REsp 1459589/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 04/12/2014)
“(...) Como instituto típico do direito cambiário, o aval é dotado de
autonomia substancial, de sorte que a sua existência, validade e eficácia não
estão jungidas à da obrigação avalizada. (...).” (STJ, REsp 883.859/SC,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
10/03/2009, DJe 23/03/2009)
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

104/314

Por outro lado, segundo ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES


NETO, há uma acessoriedade formal no aval, isto é, o aval só
subsiste na existência formal da obrigação do avalizado.

9. Vencimento e pagamento

Vencimento é o momento a partir do qual a obrigação contida


no título de crédito pode ser exigida pelo portador do título.

9.1. Modalidades de vencimento

“Art. 33 da LUG. Uma letra pode ser sacada: à vista; a um certo termo de
vista; a um certo termo de data; pagável num dia fixado.
As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos
sucessivos, são nulas.”

Vamos verificar as características de cada uma dessas


modalidades de vencimento:
• É a modalidade padrão, podendo ser acordada ou presumida no silêncio;
• A obrigação se torna exigível no momento da apresentação da cártula ao sacado
(devedor);
• A cártula deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de 1 (um) ano, a
contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais

Vencimento à vista longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes. O sacador pode
estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento
antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa
data (art. 33 da LUG);
• A não apresentação da letra no prazo não extingue o direito de crédito do
tomador, mas apenas implica a perda do direito contra os obrigados indiretos no
título (art. 53 da LUG)

•A obrigação se torna exigível em data estabelecida no


Vencimento em dia calendário;
•Como se trata de obrigação quesível, a apresentação da
certo cártula ao devedor deve ser feita para pagamento.

•Obrigação se torna exigível após transcorrido certo prazo


Vencimento a certo da data da emissão da cártula;
•Na contagem, não se incluio dia da emissão da cártula,
termo da data iniciando-se pelo primeiro dia útil seguinte ao da emissão.

•“No vencimento a certo termo da vista, o título se torna


Vencimento a certo exigível após certo tempo do aceite (na letra de câmbio)
ou do visto (na nota promissória) no título de crédito
termo da vista (exemplo: 60 dias da vista, ou seis meses do aceite).”
(Marlon Tomazette)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

105/314

9.2. Quando ocorre o vencimento antecipado?

R: O art. 43 da LUG prevê diversas hipóteses de vencimento


antecipado do título. No entanto, segundo a maioria da doutrina
(FÁBIO ULHOA COELHO, MARLON TOMAZETTE, WALDIRIO
BULGARELLI e WILLE DUARTE COSTA), os itens 2º e 3º do
referido dispositivo não tem aplicação em razão da reserva adotada
pelo Brasil no art. 10 do Anexo II do Decreto nº 57.663/66.
Dessa forma, afora a hipótese prevista no item 1 do art. 43 (se
houve recusa total ou parcial de aceite), há mais uma no art. 19 do
Decreto nº 2.044/1908: falência do aceitante (sacado).
“Em ambos os casos, o que se demonstra é que a promessa feita no título
de crédito não vai se realizar na forma prometida. Por isso, nada mais justo
do que, de imediato, assegurar ao portador o direito de exigir o crédito
antecipadamente.
Se o sacado não aceita a ordem que lhe foi dada, ele está demonstrando
que não vai efetuar o pagamento na data combinada. Ora, se ele se recusa
a assumir a obrigação de pagar, é óbvio que ele não pagará o título. Nesse
caso, fica claro que o que foi prometido – que o sacado pagaria o título no
vencimento – não vai se realizar. Diante da frustração do que foi prometido,
o beneficiário terá o direito de exigir antecipadamente o pagamento do
título, desde que prove a falta ou recusa do aceite por meio do protesto.
Ademais, haverá o vencimento antecipado no caso de falência do aceitante.
A falência do sacado não gera automaticamente o vencimento antecipado,
mas diante da sua falência ele não poderá aceitar, o que acabará também
gerando o vencimento antecipado.” (Marlon Tomazette)

9.3. Tipos de pagamento

Parte da doutrina diferencia duas espécies de pagamento: (a)


pagamento extintivo: é feito pelo sacado-aceitante ou pelo sacador
de letra não aceita, não havendo direito de regresso; (b) pagamento
extintivo: é feito por devedor indireto acarretando direito regressivo.

9.4. Os juros moratórios precisam estar previstos no


título de crédito?

R: Não, pois essa penalidade já decorre de previsão legal (art. 406 do


CC c/c art. 161, § 1º, do CTN). Ademais, não se aplica a limitação de
6% (seis por cento) prevista nos arts. 48 e 49 da LUG, em razão de
ter sido objeto de reserva pelo Brasil.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

106/314

9.5. Os juros remuneratórios (compensatórios) podem


ser cobrados em caso de inadimplência?

R: De acordo com MARLON TOMAZETTE:


“Esses juros remuneratórios não decorrem automaticamente da lei. Assim
sendo, para que eles possam ser exigidos nos títulos de crédito, é essencial
que eles estejam previstos no documento, por força do princípio da
literalidade. Em outras palavras, os juros remuneratórios só são exigíveis
nos títulos de crédito se forem expressamente pactuados pelas partes no
teor literal do documento.
Todavia, nem sempre é possível a pactuação dos juros remuneratórios. Nos
títulos atípicos, o Código Civil considera não escrita a pactuação dos juros
(art. 890). Do mesmo modo, em relação ao cheque (Lei n. 7.357/85 – art.
10).” (Marlon Tomazette)

9.6. Prova do pagamento

Em razão do princípio da literalidade, o recibo de quitação


deverá ser dado na própria cártula.
“Art. 39 da LUG. O sacado que paga uma letra pode exigir que ela lhe seja
entregue com a respectiva quitação. (...).”

Ademais, o próprio título de crédito quitado deverá ser entregue


a quem pagou, a fim de evitar sua circulação.
No entanto, a entrega da cártula representa apenas uma
presunção de pagamento, que poderá ser elidida por prova em
contrário, conforme art. 324, caput, do Código Civil:
“Art. 324, caput, do CC. A entrega do título ao devedor firma a presunção
do pagamento.”

9.7. O devedor tem direito de antecipar o pagamento do


título de crédito?

R: Não, como consignado no art. 40 da LUG:


“Art. 40 da LUG. O portador de uma letra não pode ser obrigado a receber
o pagamento dela antes do vencimento.
O sacado que paga uma letra antes do vencimento fá-lo sob sua
responsabilidade. (...).”

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

107/314

Por outro lado, embora não seja obrigado a receber o


pagamento antecipado, o portador não pode recusar o pagamento
parcial (art. 39 5 da LUG), sob pena de perder o direito contra os
obrigados indiretos em relação à quantia oferecida para pagamento:
“Caso o recuse, perde o direito contra os obrigados indiretos em relação à
quantia oferecida para pagamento. Tal regra visa a proteger os devedores
indiretos, que só devem responder pela falta de pagamento do devedor
principal ou do sacado. Se a falta de pagamento é parcial, sua
responsabilidade também deverá ser parcial.” (Marlon Tomazette)

9.8. Formas atípicas de pagamento

Além do pagamento em pecúnia, as obrigações cambiárias


poderão ser extintas pelas mesmas formas das obrigações em geral
(transação, compensação, novação, confusão etc).
No entanto, destaca que MARLON TOMAZETTE que:
“Por serem formas gerais de extinção das obrigações, suas regras também
serão as regras gerais do próprio Código Civil.” (Marlon Tomazette)

10. Protesto

6
Além do conceito legal de protesto (art. 1º da Lei nº
9.492/97), FÁBIO ULHOA COELHO lhe define como:
“(...) o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins
de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações
cambiais, como, por exemplo, a falta de aceite ou de pagamento da letra de
câmbio.” (Fábio Ulhoa Coelho)

10.1. Espécies de protesto e seus Efeitos

O protesto pode ser feito por diversas razões: (i) falta ou


recusa de aceite; (ii) falta ou recusa de pagamento; (iii) falta ou

5
“Art. 39 da LUG. O portador não pode recusar qualquer pagamento parcial. (...).”
6
“Art. 1º da Lei nº 9.492/97. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.”
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

108/314

devolução do título de crédito (letra de câmbio ou duplicata); (iv)


falta de data do aceite.

Espécies de
Informações Relevantes Efeitos do Protesto
Protesto

Pode ser realizado em todos os títulos Prova solene da falta de pagamento (art.
de crédito, desde que depois do 44 da LUG);
vencimento da cártula;
Desde que observado o prazo do art. 28
Não pode ser realizado após a prescrição do Decreto nº 2.044/1908, autoriza a
executória do título de crédito (STJ, cobrança dos devedores indiretos
REsp 1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY (sacador, endossantes e respectivos
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado avalistas) do título de crédito;
em 14/11/2017, DJe 20/11/2017; STJ,
“O protesto poderá ser realizado depois
REsp 1423464/SC, Rel. Ministro LUIS
desse prazo, mas não produzirá esse
FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO,
efeito, isto é, o protesto feito depois
julgado em 27/04/2016, DJe
desse prazo é perfeitamente válido, mas
27/05/2016; STJ, AgRg no AgRg no
não é suficiente para a cobrança dos
REsp 1100768/SE, Rel. Ministro MARCO
devedores indiretos.” (Marlon
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
Tomazette);
11/11/2014, DJe 17/11/2014);
“O protesto não é essencial para a
Não é exclusivo dos títulos de crédito,
cobrança do devedor principal (aceitante
podendo ser realizado pela falta de
e respectivos avalistas), mas, para os
Protesto por Falta pagamento de qualquer documento de
indiretos, sim.” (Marlon Tomazette);
de Pagamento dívida (art. 1º da Lei nº 9.492/97).
Interrupção da prescrição (art. 202 do
CC);
“É importante ressaltar que, para a
produção de tal efeito, não existe prazo
previsto em lei. Enquanto não
consumada a prescrição, o protesto
poderá ter o condão de interrompê-la.
Em outras palavras, o prazo de um dia
útil não influencia na produção desse
efeito.” (Marlon Tomazette);
Justifica o pedido de falência do devedor,
desde que observados os demais
requisitos do art. 94, inciso I, da Lei nº
11.101/05;
Inscrição do nome do devedor em
cadastros de inadimplentes (exs.: SPC e
SERASA).

Pode ser realizado na duplicata e na Prova solene da falta de aceite (art. 44


letra de câmbio; da LUG);
Protesto por Falta
Só pode ser realizado até o vencimento Desde que observado o prazo do art. 28
de Aceite
da duplicata e da letra de câmbio; do Decreto nº 2.044/1908, autoriza a
cobrança antecipada (antes do
“Após o vencimento, não há mais que se
vencimento) dos devedores indiretos
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

109/314

cogitar do aceite, ou se paga o título ou (sacador, endossantes e respectivos


não e, por isso, após tal data só se faz o avalistas) do título de crédito.
protesto por falta de pagamento.”
“O protesto poderá ser realizado depois
(Marlon Tomazette)
desse prazo, mas não produzirá esse
efeito, isto é, o protesto feito depois
desse prazo é perfeitamente válido, mas
não é suficiente para a cobrança dos
devedores indiretos.” (Marlon
Tomazette)

Pode ser realizado na duplicata e na “Em relação ao protesto por falta de


letra de câmbio remetidas/entregues devolução, não há efeitos específicos. Se
para aceite e não devolvidas pelo ele for feito até o vencimento, ele
sacado. representa a demonstração da falta de
aceite e, por isso, produzirá os efeitos do
Protesto por Falta Embora não exista prazo legal para
protesto por falta de aceite. Se ele for
de Devolução devolução do título encaminhado para
realizado após o vencimento, ele prova a
aceite, há autores que entendem
falta de pagamento e,
razoável o período de 24 horas (José
consequentemente, gera os mesmos
Eunápio Borges).
efeitos do protesto por falta de
pagamento.” (Marlon Tomazette)

“Caso o título que tenha vencimento a O dia do protesto será estabelecido como
certo termo da vista seja aceito, mas dia do aceite.
Protesto por Falta não conste a data do aceite do título,
de Data do Aceite compete ao portador tirar em tempo
hábil o protesto para que conste a data
do aceite.” (Marlon Tomazette)

10.1.1. O protesto é essencial para ajuizamento de


ação executiva contra o sacado?

R: O protesto só é essencial para o ajuizamento de ação executiva


contra o sacado quando este deixa de aceitar a cártula (protesto por
falta de aceite). Daí falar que, neste caso, o protesto é necessário,
pois sem ele não poderá haver demanda executiva.
Se o sacado a aceitou, o protesto resguarda os direitos do
tomador (beneficiário) contra os demais coobrigados, permitindo o
ajuizamento da ação executiva também contra eles, mas sua
ausência não lhe retira a possibilidade de ingressar com demanda
executiva em face do sacado-aceitante. Neste caso, diz-se que o
protesto é facultativo, pois o valor poderá ser cobrado mesmo sem o
protesto.

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

110/314

10.2. Até quando o protesto pode ser realizado?

R: Depende da espécie de protesto e do título de crédito. O protesto


necessário (obrigatório) por falta de pagamento legitima a pretensão
executiva contra os devedores secundários/coobrigados (v. art. 53 da
LUG, arts. 47, inciso II, e 48, da Lei nº 7.357/85 e 13, § 4º, da Lei nº
5.474/68), ao passo que se denomina protesto facultativo por falta
de pagamento quando a pretensão executória é dirigida aos
devedores principais.

Espécie de título
de Falta de Pagamento Falta de Aceite Falta de Devolução
crédito/Protesto

Protesto Protesto Protesto Protesto


Obrigatório Facultativo: Obrigatório Facultativo:
(necessário): 3 anos a (necessário): 3 anos a
art. 44 da contar do art. 44 da contar do
LUG. vencimento LUG. vencimento
Letra de Câmbio Não há.
(art. 70 da (art. 70 da
LUG e art. LUG e art.
206, § 3º, 206, § 3º,
inciso VIII, inciso VIII,
do CC). do CC).

Protesto Protesto Protesto Protesto


Obrigatório Facultativo: Obrigatório Facultativo:
(necessário): 3 anos a (necessário): 3 anos a
arts. 44 e 77 contar do arts. 44 e 77 contar do
da LUG. vencimento da LUG. vencimento
Nota Promissória (arts. 70 e (arts. 70 e Não há.
77 da LUG e 77 da LUG e
art. 206, § art. 206, §
3º, inciso 3º, inciso
VIII, do VIII, do
CC). CC).

Protesto Protesto Protesto Protesto Protesto Protesto


Obrigatório Facultativo: Obrigatório Facultativo: Obrigatório Facultativo:
(necessário): 3 anos a (necessário): 3 anos a (necessário): 3 anos a
art. 13, § 4º, contar do art. 13, § 4º, contar do art. 13, § 4º, contar do
da Lei nº vencimento da Lei nº vencimento da Lei nº vencimento
Duplicata 5.474/68. (art. 18, 5.474/68. (art. 18, 5.474/68. (art. 18,
inciso I, da inciso I, da inciso I, da
Lei nº Lei nº Lei nº
5.474/68 e 5.474/68 e 5.474/68 e
art. 206, § art. 206, § art. 206, §
3º, inciso 3º, inciso 3º, inciso
VIII, do VIII, do VIII, do
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

111/314

CC). CC). CC).

Protesto Protesto
Obrigatório Facultativo:
(necessário): 6 meses
Não há (art. 6º da Lei nº
Cheque arts. 47, (art. 59 da Não há.
7.357/85)
inciso II, e Lei nº
48, da Lei nº 7.357/85).
7.357/85.

Vejamos os precedentes a partir dos quais a tabela acima foi


elaborada:
“4. De acordo com o disposto no art. 1º da Lei 9.492/97 (‘Lei do Protesto
Notarial’), são habilitados ao protesto extrajudicial os títulos de crédito e
‘outros documentos de dívida’, entendidos estes como instrumentos que
caracterizem prova escrita de obrigação pecuniária líquida, certa e exigível,
ou seja, documentos que propiciem o manejo da ação de execução. [Trecho
do corpo do acórdão:] Quanto a estes sujeitos (subscritor da nota
promissória e aceitante da letra de câmbio), o protesto do título por falta de
pagamento é considerado facultativo, pois o credor não depende do ato
notarial para a exigência do crédito na ação cambial de execução. Por isso,
em relação aos devedores principais e respectivos avalistas, deve vigorar o
entendimento geral de que o protesto, na esteira da Lei 9.492/97, será
viável enquanto não prescrita a pretensão executória. Nessa hipótese, muito
mais do que documentar a falta de pagamento, interessa ao credor os
efeitos acessórios do protesto, como a interrupção do prazo prescricional
para o ajuizamento da ação de execução. Por outro lado, em relação aos
coobrigados (sacador na letra de câmbio e endossantes, nas duas espécies
de título de crédito), o protesto é tido como necessário, haja vista que, se
não promovido em tempo hábil, acarreta ao portador do título a perda do
direito de regresso (art. 53 da LU). Nesse caso, o apontamento a protesto
deve ser efetivado nos 2 (dois) dias uteis seguintes àquele em que o título é
pagável, consoante estabelece o art. 44 da LU, salvo se se tratar de letra ou
nota promissória pagável à vista, que possui regra diferenciada. Assim, em
conclusão, no que concerne aos devedores principais (subscritor e seu
avalista), o apontamento da nota promissória a protesto pode ser
legitimamente realizado pelo portador dentro do prazo prescricional da
execução cambial, que é de 3 (três) anos, a contar do vencimento.” (STJ,
REsp 1639470/RO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017)
“(...) 4. Nos termos do art. 13, § 4º, da Lei n. 5.474/1968, o protesto
deverá ser efetivado no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do
vencimento da duplicata, sob pena de o seu portador perder o direito de
regresso contra os endossantes e respectivos avalistas, o que em nada
influencia no caso dos autos, pois os executados figuram como devedores
principais. (...).” (STJ, AgInt no REsp 1494056/DF, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
28/08/2018, DJe 03/09/2018)
“(...) PROTESTO, COM INDICAÇÃO DO EMITENTE DO CHEQUE COMO
DEVEDOR, AINDA QUE APÓS O PRAZO DE APRESENTAÇÃO, MAS DENTRO
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

112/314

DO PERÍODO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CAMBIAL DE EXECUÇÃO.


POSSIBILIDADE. (...) b) sempre será possível, no prazo para a execução
cambial, o protesto cambiário de cheque, com a indicação do emitente como
devedor. (...).” (STJ, REsp 1423464/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe
27/05/2016)
“(...) 2. É legítimo o protesto de cheque efetuado depois do prazo de
apresentação previsto no art. 48, caput, da Lei n. 7.357/85, desde que não
escoado o prazo prescricional relativo à ação cambial de execução. 3. A
exigência de realização do protesto antes de expirado o prazo de
apresentação do cheque é dirigida apenas ao protesto obrigatório à
propositura da execução do título, nos termos dos arts. 47 e 48 da Lei n.
7.357/85. (...).” (STJ, REsp 1297797/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO
DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe
27/02/2015)

10.3. O protesto é cancelado pelo simples decurso do


tempo?

R: Desde que realizado dentro do prazo da prescrição executória do


título de crédito, o protesto não é cancelado pelo simples decurso do
tempo, conforme já pontuou o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
“RECURSO ESPECIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA.
AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. PROTESTO REGULARMENTE LAVRADO.
AJUIZAMENTO DE AÇÃO EXECUTIVA. PRESCRIÇÃO DO TÍTULO. AÇÃO DE
CANCELAMENTO DO REGISTRO DO PROTESTO FUNDADA EM MOTIVO
DIVERSO DO PAGAMENTO DO TÍTULO (LEI 9.492/97, ART. 26, § 3º).
NECESSIDADE DE DECISÃO JUDICIAL. RECURSO PROVIDO. 1. De acordo
com o art. 26, § 3º, da Lei 9.492/97, o cancelamento do registro do protesto
advém, normalmente, apenas em razão do pagamento do título. Por
qualquer outra razão, somente poderá o devedor obter o cancelamento
mediante decisão judicial favorável. 2. Como esclarece FRAN MARTINS: "o
protesto cambial não cria direitos. Meio de prova especialíssimo, próprio dos
títulos cambiários, ele apenas atesta um fato, a falta ou recusa do aceite ou
do pagamento." Portanto, o protesto não se prende imediatamente à
exequibilidade do título ou de outro documento de dívida, mas sim à
inadimplência e ao descumprimento da obrigação representada. Como estas
não desaparecem com a mera prescrição do título executivo não quitado, o
protesto não pode ser cancelado simplesmente em função da inaptidão do
título prescrito para ser objeto de ação de execução. 3. Recurso especial
provido.” (STJ, REsp 813.381/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 20/11/2014, DJe 20/05/2015)

Aliás, diferente da hipótese de negativação, incumbe ao


devedor providenciar o cancelamento do protesto após a quitação da
dívida, salvo pactuação expressa em contrário (STJ, AgRg no Ag
1419110/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,
Julgado em 17/09/2015, DJE 28/09/2015).
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

113/314

10.4. Do que se trata a cláusula sem protesto?

R: Também chamada de cláusula sem despesas (art. 46 da LUG), tal


cláusula não se presume e deve ser escrita expressamente sobre o
título, em razão do princípio da literalidade.
“Apesar da terminologia, tal cláusula não impede a realização do protesto,
mas apenas a torna uma faculdade. Em outras palavras, ao se inserir essa
cláusula no título de crédito, a cobrança dos devedores indiretos passa a não
depender do protesto. O credor faz o protesto se quiser, uma vez que
poderá cobrar o título, independentemente da realização do protesto. Tal
cláusula não dispensará o credor de apresentar o título no vencimento, bem
como de fazer os avisos necessários.” (Marlon Tomazette)

Nada obstante sua previsão na LUG, pelo teor do art. 890 do


Código Civil, tal cláusula não será admissível nos títulos atípicos.

10.5. Em caso de título legitimamente protestado, a quem


compete realizar seu cancelamento?

R: Segundo o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, em caso de


protesto legítimo, salvo inequívoca pactuação em sentido contrário,
incumbe ao devedor, após a quitação, providenciar o cancelamento
do protesto.
“(...) legitimamente protestado o título de crédito ou outro documento de
dívida, salvo inequívoca pactuação em sentido contrário, incumbe ao
devedor, após a quitação, providenciar o cancelamento do protesto. (...).”
(STJ, REsp 1346584/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 09/10/2018, DJe 22/11/2018)

10.5.1. Do que o devedor precisa para realizar o


cancelamento do protesto no Tabelionato de Protesto
de Títulos?

R: Após a quitação, o devedor deve apresentar no Tabelinato de


Protesto de Títulos: (i) o próprio título protestado, que lhe deve ser
entregue quando da quitação; (ii) ou uma carta de anuência do
credor, em que conste a confirmação do pagamento do débito.
“[Trecho do corpo do acórdão:] Com efeito, não se pode perder de vista
que o entendimento perfilhado pela Terceira Turma de certo modo
dificultaria a circulabilidade dos títulos de crédito, pois o pedido de
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

114/314

cancelamento deverá ser instruído pelo próprio título protestado ou por


declaração de anuência do credor. (...) Nessa linha de intelecção, é
digno de realceque, como dito no repetitivo mencionado anteriormente,
tendo em vista que o protesto regular é efetuado por decorrência de
descumprimento da obrigação, ou recusa do aceite, o art. 325 do CC
estabelece que as despesas com o pagamento e a quitação presumem-se a
cargo do devedor; e o art. 26, § 1º, da Lei do Protesto estabelece que para
o cancelamento do registro do protesto, na impossibilidade de apresentação
do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a
declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que
figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso
translativo. Ademais, ‘[p]or evidente, se o crédito foi registrado em meio
magnético, a baixa do protesto dependerá de declaração de anuência do
credor, já que não existe o título protestado’. (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso
de direito comercial: Direito de Empresa. 20 ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016, p. 428-429).” (STJ, REsp 1346584/PR, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/10/2018,
DJe 22/11/2018)

10.6. Protesto indevido: (i) endosso translativo e (ii)


endosso mandato.

O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA firmou entendimento


de que, no endosso translativo, o endossatário responde pelos danos
decorrentes de protesto indevido quando o título de crédito contém
vício formal extrínseco (ex.: duplicata não aceita; o sacado é uma
criança) ou intrínseco (ex.: emissão de duplicata simulada,
desvinculada de qualquer negócio jurídico):
“Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que
recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas.” (Súmula nº 475/STJ)

Por outro lado, no endosso mandato:


“O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por
danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)
“(...) 1. Só responde por danos materiais e morais o endossatário que
recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a protesto se
extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo próprio,
como no caso de apontamento depois da ciência acerca do pagamento
anterior ou da falta de higidez da cártula. (...).” (STJ, AgRg no AREsp
595.067/PB, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado
em 13/10/2015, DJe 20/10/2015)

11. Ações para o Recebimento do Crédito


- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

115/314

O tomador/beneficiário da letra de câmbio pode ajuizar as


seguintes modalidades de ações para buscar a satisfação do crédito:
(a) ação cambial (ação de execução por quantia certa); (b) ação de
locupletamento ou de enriquecimento sem causa; (c) ação causal;
(d) ação monitória.

11.1. Ação cambial (Ação de execução por quantia certa)

Esta demanda pode ser ajuizada contra os devedores/obrigados


diretos/principais ou em face de devedores/obrigados
indiretos/regressivos (ou coobrigados ou obrigados subsidiários):

Ação Cambial

Ação de
Ação Direta
Regresso

Contra os Contra
devedores devedores
principais indiretos

Respectivos
Aceitante Avalista(s) Sacador Endossante(s)
Avalistas

Vamos organizar seus pontos mais importantes em uma tabela:


(i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv) objeto;
(v) documentação; (vi) procedimento; (vii) defesas do executado;
(viii) prescrição.

Ponto Informações Relevantes

Título de crédito não pago cuja


Pressupostos prescrição da pretensão executória
esteja hígida.

Legitimidade Ativa “Qualquer que seja o tipo de ação


cambial, ela deverá ser ajuizada a
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

116/314

princípio pelo credor da obrigação, uma


vez que é ele quem possui o direito de
crédito a receber. No caso de um
eventual endosso-mandato, a ação será
ajuizada pelo endossatário mandatário,
mas em nome e em proveito do
endossante mandante. Se for um
endosso-caução, a ação será ajuizada
pelo endossatário pignoratício em nome
e em proveito próprio.” (Marlon
Tomazette)

A demanda pode ser ajuizada contra


sacador, sacado-aceitante,
endossante(s) e avalista(s)., pois são
Legitimidade Passiva devedores solidários.
No entanto, quanto aos devedores
indiretos exige-se o protesto
tempestivo.

Foro Competente Art. 781 do NCPC.

O objeto da ação cambial é o


pagamento da importância constante do
Objeto título (mais encargos moratórios) e das
despesas de protesto, caso tenha sido
realizado.

Art. 798 do NCPC e o protesto (se


ajuizada contra devedores indiretos).
Em razão do princípio da cartularidade,
é necessária a apresentação do original
título de crédito junto à petição inicial,
salvo (a) por questões de segurança
(valor elevado ou risco de perda); (b)
por questões de impossibilidade fática
(quando o título já está anexado em
outro processo, por exemplo); (c) se a
Documentação cártula se perdeu no curso do processo.
“Além disso, nas duplicatas (Lei n.
5.474/68 – art. 15) também é possível,
em certos casos, a execução sem a
apresentação do original. Este também
é dispensado se se usar a segunda via
do título, ou se ocorrer a anulação do
título extraviado ou destruído, que é
substituído por uma sentença (Decreto
n. 2.044/1908 – art. 36).” (Marlon
Tomazette)

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

117/314

Rito da execução por quantia certa (art.


Procedimento
824 e seguintes do NCPC).

Embargos à execução e exceção de pré-


Defesas do Executado
executividade.

Prescrição da pretensão executória: a ação cambial terá prazos diversificados


de acordo com o título exequendo e com a pessoa executada

Sacador, Demais
Aceitante e seu(s) endossante(s) e codevedores
avalista(s) respectivos anteriores
(devedores avalistas
principais) (devedores (direito de
indiretos) regresso)

Nota Promissória e 6 meses contados


Letra de Câmbio do pagamento ou
1 ano contado do do ajuizamento da
protesto ou do ação, para o
3 anos contados
vencimento se exercício do direito
do vencimento
houver a cláusula de regresso por
sem despesas aquele que pagou
contra os demais
codevedores.

Observação: (I) aplicam-se a esses prazos às hipóteses de suspensão e


interrupção da prescrição previstas no Código Civil; (II) “(...) A prescrição da ação
cambiariforme [ação cambial], no entanto, não fulmina o próprio crédito, que
poderá ser perseguido por outros meios. (...).” (STJ, REsp 1169666/RS, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2010, DJe
04/03/2010); (III) o avalista não responde por dívida estabelecida em título de
crédito prescrito, salvo se comprovado que auferiu benefício com a dívida (STJ,
AgRg no REsp 849.102/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/08/2009, DJe 02/09/2009).

11.1.1. É necessário o protesto para se promover ação


de regresso?

R: Depende.

Devedores Diretos Devedores Indiretos

“(...) Não é necessário o protesto para É necessário o protesto (art. 44 da LUG,


se promover a execução contra o art. 13, § 4º, da Lei nº 5.474/68 e art.
aceitante da letra de câmbio ou contra o 47, inciso II, da Lei nº 7.357/85).
emitente da nota promissória, bem

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

118/314

como contra seus respectivos avalistas.


Isso porque, nesses casos, tem-se uma
ação direta, e não de regresso. (...).”
(STJ, AgRg no Ag 1214858/MG, Rel.
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 27/04/2010,
DJe 12/05/2010)

11.1.1.1. Questões de Prova Oral

Magistratura Estadual

QPO. Magistratura – TJ-GO – Ano: 2013. - Na ação de regresso o protesto é


imprescindível?

R: Depende. Se se tratar de devedor direto, não. Por outro lado, se


se tratar de devedor indireto, é necessário o protesto deles.

11.2. Ação de locupletamento ou de enriquecimento sem


causa

Vamos organizar seus pontos mais importantes em uma tabela:


(i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv) objeto;
(v) procedimento; (vi) prescrição.

Ponto Informações Relevantes

(i) impossibilidade de ajuizamento da


ação cambial; (ii) enriquecimento sem
causa do devedor; (iii) empobrecimento
do credor; (iv) nexo de causalidade
entre o empobrecimento de um e o
Pressupostos enriquecimento do outro.
“A ação de locupletamento é uma ação
secundária, isto é, ela só pode ser
ajuizada quando não for mais possível o
ajuizamento da ação cambial.” (Marlon
Tomazette)

“Pelos próprios requisitos elencados, vê-


Legitimidade Ativa se que a legitimidade ativa será daquele
que tem um prejuízo (empobrecimento)
pelo não pagamento do título, ou seja, o
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

119/314

credor do título. Ele poderá propor essa


ação justamente para tentar afastar o
prejuízo causado pela inadimplência e
pela perda do direito de ajuizar a ação
cambial.” (Marlon Tomazette)

A demanda pode ser ajuizada em face


Legitimidade Passiva
do sacador ou do sacado-aceitante.

Foro Competente Art. 46 do NCPC

Ressarcimento do prejuízo causado pelo


Objeto
enriquecimento sem causa do devedor.

Procedimento Rito ordinário.

“[Trecho do corpo do acórdão:]


Considerando que o art. 48 do Decreto
n. 2.044⁄1908 não prevê prazo
específico para a ação de
locupletamento amparada em letra de
câmbio ou nota promissória (...), utiliza-
se o prazo de 3 (três) anos previsto no
art. 206, § 3º, inciso IV, da lei civil.
Prescrição Por sua vez, como o primeiro
pressuposto desta demanda é a
impossibilidade do ajuizamento da ação
cambial, o prazo prescricional só
começará quando estiver prescrita a
ação cambial.” (STJ, REsp 1323468/DF,
Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 17/03/2016, DJe 28/03/2016)

11.3. Ação causal (Ação de cobrança)

Conforme explica MARLON TOMAZETTE:


“A ação causal é aquela que tem por base o negócio jurídico que deu origem
ao próprio título ou que permitiu a sua circulação, vale dizer, a causa de
pedir dessa ação será o descumprimento desse negócio jurídico. Embora ela
tenha o mesmo objetivo da ação cambial (receber o crédito), é certo que ela
é uma ação autônoma, especialmente pela causa de pedir que lhe é
peculiar.” (Marlon Tomazette)

Vamos então organizar seus pontos mais importantes em uma


tabela: (i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) objeto; (iv)
procedimento; (v) prescrição.
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

120/314

Ponto Informações Relevantes

“A nosso ver, pela causa de pedir da ação, vemos os


seguintes pressupostos: (a) a subsistência da relação
Pressupostos jurídica que deu origem ao título; (b) o não pagamento
do título; e (c) a devolução do título ao devedor [após o
pagamento].” (Marlon Tomazette)

“Definidos os pressupostos, fica claro que a legitimidade


para a presente ação será definida pelo negócio jurídico
subjacente, isto é, as partes do negócio jurídico é que
terão legitimidade para a ação. Assim, apenas os
Legitimidade
sujeitos ligados diretamente pela relação que gerou a
emissão ou a circulação do título é que terão a
legitimidade para a presente ação.” (Marlon
Tomazette)

Pagamento do valor do negócio jurídico que deu origem


Objeto
ao título.

Procedimento Rito Ordinário.

Depende do tipo de negócio Será sempre de 5


que deu origem ao título (cinco) anos

“Em razão da causa de pedir “(...) 2. O prazo


dessa ação, fica claro que prescricional de 3 (três)
seus limites temporais não anos previsto na Lei
são aqueles da ação cambial, Uniforme de Genebra
mas os próprios do negócio (LUG) se refere apenas
jurídico subjacente. O prazo à ação executiva. Para a
prescricional irá depender do ação ordinária de
tipo de negócio que deu cobrança do crédito
origem ao título. (...) A nosso correspondente à nota
ver, o prazo da ação causal promissória prescrita,
será sempre definido por cada ou mesmo ação
Prescrição negócio jurídico. Assim monitória, deve ser
sendo, se o negócio jurídico observado o prazo
subjacente for um contrato de prescricional de 5
prestação de serviços por (cinco) anos do Código
professores, o prazo Civil (art. 206, § 5º, I).
prescricional será de cinco (...).” (STJ, REsp
anos (CC – art. 206, § 5º, II). 1189028/MG, Rel.
Caso seja uma compra e Ministro JOÃO OTÁVIO
venda, o prazo prescricional DE NORONHA,
será de dez anos (CC – art. TERCEIRA TURMA,
205).” (Marlon Tomazette) julgado em 20/02/2014,
DJe 07/03/2014)

E o prazo prescricional tem como termo inicial o


vencimento do negócio jurídico que deu origem ao título
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

121/314

de crédito.

11.4. Ação monitória

Prevista nos arts. 700/702 do NCPC, para ajuizamento da ação


monitória basta o título de crédito, prescrito ou não, já que p art. 785
do NCPC dispõe que a existência de título executivo extrajudicial não
impede a parte de optar pelo processo de conhecimento.
Vamos então organizar seus pontos mais importantes em uma
tabela: (i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv)
objeto; (v) prescrição.

Ponto Informações Relevantes

Pressupostos Prova escrita de dívida não paga.

Credor identificado na prova escrita da


Legitimidade Ativa
dívida.

Devedor direto identificado na prova


Legitimidade Passiva
escrita da dívida.

Foro Competente Art. 46 do NCPC

Objeto Pagamento do valor da dívida.

Procedimento Arts. 700/702 do NCPC.

“O prazo para ajuizamento de ação


monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é
Prescrição
quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.” (Súmula nº
504/STJ)

11.4.1. O autor da ação monitória precisa esclarecer


na petição inicial qual o negócio jurídico subjacente à
emissão da cártula?

- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

122/314

R: Não, embora nada impeça que o devedor traga a questão à baila


nos embargos monitórios:
“Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão
da cártula.” (Súmula nº 531/STJ)

11.4.2. Qual o termo inicial dos juros moratórios se


procedente a ação monitória?

R: Conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


o termo inicial dos juros moratórios é o vencimento da dívida:
“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - JUROS MORATÓRIOS - AÇÃO MONITÓRIA -
NOTA PROMISSÓRIA - RESPONSABILIDADE CONTRATUAL - VENCIMENTO
DA DÍVIDA. 1.- Embora juros contratuais em regra corram a partir da data
da citação, no caso, contudo, de obrigação contratada como positiva e
líquida, com vencimento certo, os juros moratórios correm a partir da data
do vencimento da dívida. 2.- Emissão de nota promissória em garantia do
débito contratado não altera a disposição contratual de fluência dos juros a
partir da data certa do vencimento da dívida. 3.- O fato de a dívida líquida e
com vencimento certo haver sido cobrada por meio de ação monitória não
interfere na data de início da fluência dos juros de mora, a qual recai no dia
do vencimento, conforme estabelecido pela relação de direito material.
(...).” (STJ, EREsp 1250382/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, CORTE
ESPECIAL, julgado em 02/04/2014, DJe 08/04/2014)

11.4.3. O avalista possui legitimidade passiva para


figurar no polo passivo de demanda monitória de
título de crédito prescrito?

R: De acordo com o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:


“(...) 4. É firme a jurisprudência deste Tribunal Superior quanto à
ilegitimidade do avalista para responder por dívida inscrita em título de
crédito que sofreu a prescrição, salvo quando demonstrado seu
locupletamente ilícito, circunstância não aventada no caso. (...).” (STJ,
AgRg no REsp 1069635/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe 01/09/2014)
“(...) Na linha dos precedentes desta Corte, prescrito cheque, desaparece a
relação cambial e, em consequência o aval. Dessa forma, o avalista só
responde pela dívida se provado o seu locupletamento. (...).” (STJ, AgRg
no REsp 849.102/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe 02/09/2009)

Aliás, na linha desse entendimento jurisprudencial, os juristas


da II Jornada de Direito Comercial fixaram o entendimento de que
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

123/314

nem o endossante nem o avalista, do obrigado principal ou de


coobrigado, respondem pelo pagamento da obrigação, salvo em caso
de locupletamento indevido:
“Prescrita a pretensão do credor à execução de título de crédito, o
endossante e o avalista, do obrigado principal ou de coobrigado, não
respondem pelo pagamento da obrigação, salvo em caso de locupletamento
indevido.” (Enunciado nº 69 da II Jornada de Direito Comercial)

12. Ação de anulação e substituição da letra de câmbio (ação


de amortização)

Em caso de extravio (perda involuntária) ou destruição da letra


de câmbio, o credor pode ingressar com a ação de anulação e
substituição da cártula e:
“Tal medida tem dupla finalidade: tutelar os direitos do credor desapossado
e reconstituir sua legitimação para o exercício do direito creditório. Nessa
ação, o portador do título extraviado ou destruído vai buscar o seu
cancelamento, bem como um provimento judicial que lhe garanta o exercício
do direito que estava incorporado ao documento.
Trata-se de uma mitigação ao princípio da cartularidade, uma vez que vai
permitir o exercício dos direitos sem a apresentação do próprio título. Nesse
caso, o regime excepcional se justifica pela proteção ao credor de boa-fé que
teve problemas com o título.” (Marlon Tomazette)

13. Fraude à execução

Especificamente em relação aos títulos de crédito, importante


lembrar da hipótese de fraude à execução prevista no art. 856, § 3º,
do NCPC:
“Art. 856 do NCPC. A penhora de crédito representado por letra de câmbio,
nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão
do documento, esteja ou não este em poder do executado.
§ 1º Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será
este tido como depositário da importância.
§ 2º O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a
importância da dívida.
§ 3º Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação
que este lhe der caracterizará fraude à execução.
§ 4º A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento,
em audiência especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de
lhes tomar os depoimentos.”

E, quanto ao ônus da prova, este recaia sobre o exequente


como aponta NELSON NERY:
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Letra de Câmbio -

124/314

“5. Negativa do crédito em conluio com o executado. Evidentemente, o


credor deverá provar que existe um conluio entre terceiro e executado. Mas
se a dívida não puder ser provada por meio de título executivo, a prova fica
razoavelmente mais complexa. A existência do negócio pode,
eventualmente, ser provada por meio de testemunhas (CC 212 III), e o
exequente pode também requerer o depoimento pessoal do executado e do
terceiro devedor (§ 4.º).” (Nelson Nery)

14. Intervenções

Em um título de crédito: (a) certos atos podem ser praticados


por qualquer pessoa (ex.: aval); (b) outros atos só podem ser
praticados por determinado sujeito (ex.: endosso); (c) por fim,
existem alguns atos nos quais há um sujeito inicialmente indicado
para a sua realização, porém o ato também poderá ser praticado por
outras pessoas. Nesse último caso, está-se diante do instituto da
intervenção.

Aceite por Intervenção Pagamento por Intervenção

“Na letra de câmbio, o sujeito que tem, “Assim como o aceite, o pagamento é
a princípio, a legitimidade para dar o um ato que, a princípio, deverá ser
aceite é o sacado. Este, porém, não tem efetuado por determinado sujeito, o
a obrigação de dar o aceite, isto é, ele sacado ou o aceitante. Todavia, mais
escolhe se vai dar ou não o aceite. Caso uma vez, esse ato (pagamento) poderá
dê o aceite, ele se tornará o devedor ser efetuado por um terceiro que
principal do título. Caso ele recuse, intervém no título. Assim, além do
haverá o vencimento antecipado da aceite por intervenção, temos o
obrigação, salvo se houver a cláusula pagamento por intervenção. Antes do
não aceitável, ou se houver o aceite por vencimento ou até o último dia seguinte
intervenção. Mesmo que o sacado não ao prazo do protesto por falta de
aceite, terceiro (qualquer um que não pagamento, ou seja, até dois dias úteis
seja o aceitante) pode fazer uma após o vencimento, terceiro poderá
intervenção para aceitar a letra. Para intervir e efetuar o pagamento da letra
que tal intervenção ocorra, é essencial de câmbio (LUG – art. 59). Esse terceiro
que a letra seja aceitável e que o poderá ser qualquer pessoa, mesmo
portador tenha direito de ação contra os alguém já obrigado no título, desde que
obrigados indiretos, antes do não se trate do aceitante ou de seu
vencimento. Em outras palavras, para avalista. O nome desse terceiro já pode
haver a intervenção, não deve existir a estar previsto no título (intervenção por
cláusula não aceitável e o credor deve necessidade) ou não (intervenção
ter a possibilidade de cobrar o título espontânea).” (Marlon Tomazette)
antecipadamente.” (Marlon
Tomazette)

15. Ressaque
- Letra de Câmbio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

125/314

O direito de regresso dos devedores indiretos que pagam o


valor da cártula é, em regra, exercido por meio do ajuizamento de
uma demanda judicial para receber o valor de volta. No entanto:
“A par dessa forma judicial de exercício do direito de regresso, temos
também uma forma extrajudicial de exercício do direito de regresso, a
saber: o ressaque.
Como meio de cobrança que é, o ressaque só poderá ser feito após o
vencimento e antes da prescrição da obrigação. Qualquer pessoa legitimada
na letra, que possua ação de regresso, pode fazer o ressaque, isto é, emitir
uma nova letra sacada contra um dos devedores indiretos, passando a se
falar em ressacado e ressacador. O titular do direito de regresso (aquele
devedor que pagou o título original) será o ressacador que dará uma ordem
ao ressacado (algum devedor indireto do título original), para que ele pague
determinada quantia a um beneficiário indicado no novo título.” (Marlon
Tomazette)

Nota Promissória

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Lei Uniforme de Genebra Arts. 1º/9º, 11/63 e 69/78.

2. Introdução

A nota promissória é uma promessa de pagamento. É um


compromisso escrito e solene, pelo qual alguém se obriga a pagar a
outrem certa soma de dinheiro.
E, ao contrário da letra de câmbio, a nota promissória trata-se
de uma promessa direta do devedor ao credor. De fato, na nota
promissória, quem cria o título assume o compromisso de pagar
diretamente a obrigação que está ali incorporada, não dando
qualquer ordem a terceiro.

3. Origem da nota promissória

- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

126/314

A nota promissória surgiu paralelamente à letra de câmbio


durante a Idade Média.
No entanto, no Brasil, não teve, no Código Comercial, uma
regulamentação especial:
“Além da letra de câmbio, que o Código regulou com detalhes nos arts. 354
a 424, criou o mesmo, no art. 425, as letras da terra, “iguais às letras de
câmbio com a única diferença de serem passadas e aceitas na mesma
província”. E quanto às promissórias, nada mais fez que assemelhá-las às
letras da terra (...).” (Fran Martins)

Foi o Decreto nº 2.044 de 1908 que deu maior destaque à nota


promissória, regulando-a e caracterizando-a como título diverso da
letra de câmbio.

4. Partes

Na nota promissória, existem dois sujeitos:


(i) o emitente, promitente ou sacador: é aquele que assume o
compromisso de pagar certa quantia, é o devedor principal do título
e;
(ii) o beneficiário ou tomador: é aquele a quem se deve pagar,
isto é, o credor da promessa de pagamento.

Método Tosco de Memorização (MTM)

As mãos aí representam o símbolo da promessa. Notem que há duas,


assim como são duas as partes da Nota Promissória: emitente
(promitente) e tomador (beneficiário).

5. Requisitos legais

Conforme os arts. 75 e 76 da LUG, é possível dividir os


requisitos em:

- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

127/314

(i) Requisitos essenciais, que não podem estar ausentes de


forma alguma, sob pena de o documento perder da qualidade de letra
de câmbio e;
(ii) Requisitos não essenciais (requisitos supríveis), os quais
podem estar ausentes desde que seja suprido por outra indicação.
Vamos ao organograma:

Requisitos Essenciais Requisitos Supríveis

Denominação nota Local da emissão (art. 76 da


promissória (Cláusula Cambial) LUG)

Promessa pura e simples de Local de pagamento (na falta,


pagar determinada quantia considera-se aquele onde o
(Promessa de Pagamento) título foi passado)

Nome do beneficiário
(tomador)

Data de emissão

Assinatura do emitente
(promitente)

O vencimento, por sua vez, não é requisito essencial nem


suprível, sendo dispensável, pois, de acordo com o art. 76 da LUG, se
a nota promissória não indicar o vencimento, ela deverá ser
considerada à vista.

5.1. Se a assinatura do emitente for escaneada e aposta


no título, ela é válida?

R: Não.
“[Trecho do corpo do acórdão:] Porém, enquanto não editada legislação a
respeito, há de prevalecer a regra do Decreto 2.044 de 1908, que exige
assinatura de próprio punho. Assim, voltando ao caso concreto, resta
evidente que a assinatura escaneada, aposta no título, não poderia produzir
efeitos cambiais.” (STJ, REsp 1192678/PR, Rel. Ministro PAULO DE
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012,
DJe 26/11/2012)

- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

128/314

6. Regime legal

Apesar dos 4 (quatro) artigos da LUG destinados


especificamente às notas promissórias (arts. 75/78), não existe um
regime legal completo para esse título de crédito.
Não por outro motivo, à nota promissória aplicam-se os
dispositivos relativos à letra de câmbio (art. 77 da LUG), com as
seguintes peculiaridades: (a) não há aceite na nota promissória; (b)
o emitente da nota promissória é equiparado ao aceitante; (c) e no
aval em branco, o avalizado é o emitente.
“Por se tratar de uma promessa direta de pagamento, não há a figura do
sacado na promissória, isto é, não há um sujeito identificado no título para
efetuar o pagamento. O próprio criador do título promete efetuar
pessoalmente o pagamento. Logo, não há como se cogitar de aceite, pois
não existe nenhuma pessoa indicada para assumir a obrigação. Por não
existir aceite, obviamente não há a figura do aceitante na nota promissória.
Em razão disso, o devedor principal será o próprio emitente. Assim sendo,
tudo o que se aplicava ao aceitante da letra de câmbio o será ao emitente.”
(Marlon Tomazette)
“[Trecho do corpo do acórdão:] O regime jurídico aplicável à nota
promissória, salvo pequenas exceções, é o mesmo inerente às letras de
câmbio, que, por sua vez, são disciplinadas pela Lei Uniforme de Genebra
(Decreto 57.663/1966) e pelo Decreto 2.044/1908, nas matérias em que
houve reserva do país quanto à LUG. Ademais, se aplicam às letras de
câmbio e às notas promissórias as disposições do Código Civil (arts. 887 a
926), de forma subsidiária.” (STJ, REsp 1639470/RO, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe
20/11/2017)

Vejamos uma letra de câmbio:

6.1. Questões de Prova Discursiva


- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

129/314

Magistratura Estadual

QPD. Magistratura – TJ/SP – Ano: 2007. Porque o título de crédito é uma


obrigação quesível? O que diferencia a nota promissória emitida em
caráter pro soluto da nota promissória emitida em caráter pro solvendo?

R: Conforme aponta MARLON TOMAZETTE:


“Nos títulos de crédito, há uma obrigação a ser cumprida pelo devedor e
recebida pelo credor. Em toda obrigação, uma das duas partes deve tomar a
iniciativa para o cumprimento da obrigação. No caso dos títulos de crédito,
essa iniciativa compete ao credor, logo, é ele que deve se dirigir ao devedor
para exigir o pagamento, e não o contrário.” (Marlon Tomazette)

Quanto ao caráter pro soluto ou pro solvendo do título de


crédito, se emitido em caráter pro soluto, resolve a obrigação
originária, ou seja, equipara-se ao pagamento. Por outro lado, em
caráter pro solvendo não resolve a obrigação originária; apenas a
representa, postergando-se sua solução do negócio; o título, em tais
casos, cumpre a função de garantia do pagamento que ainda deverá
ser realizado:
“A entrega de um título pro soluto resolve a obrigação originária, ou seja,
equipara-se ao pagamento. Aceitando a entrega do título pro soluto, a
cártula desempenha a função de adimplir o negócio fundamental que, assim,
se resolve, se completa. Haverá, portanto, uma novação (novatio, no Direito
Romano), lembrando que, de acordo com o artigo 360, I, do Código Civil,
dá-se a novação quando o devedor contrai com o credor nova dívida para
extinguir e substituir a anterior. Completar-se-ia assim o negócio
fundamental, extinguindo-se a obrigação original (por exemplo, a obrigação
de pagar do comprador, na compra e venda), substituída por uma nova
obrigação, representada pelo título de crédito. Em oposição, a entrega do
título pro solvendo não resolve a obrigação originária; apenas a representa,
postergando-se sua solução do negócio; o título, em tais casos, cumpre a
função de garantia do pagamento que ainda deverá ser realizado.”
(Gladston Mamede)

Especificamente quanto à nota promissória, aponta FRAN


MARTINS:
“A nota promissória pro soluto é um título abstrato de uso diuturno, é
promissória comum desligada de sua causa na qual o devedor não pode
utilizar a causa como meio de defesa, exceção para não pagar o título. A sua
característica principal é a de que ao ser cobrada estará impedindo o
devedor de invocar as exceções da causa. Por exemplo: no caso do mútuo
como causa debendi, não pode o alegar o devedor, como exceção, para não
pagar o débito não ter recebido o valor emprestado.
A nota promissória pro solvendo é aquela em que o título está ligado a um
contrato bilateral do qual faz parte. Assim, se em um contrato consta
cláusula na qual é consignado que o pagamento do débito de dez reais a ser
- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Nota Promissória -

130/314

efetuado em dez prestações consecutivas, cada uma correspondente a uma


nota promissória no valor de um real, o devedor pode alegar como forma
para não pagar o título a exceção non adimpleti contractus, caso a outra
parte não cumpra a sua prestação. No caso, existe uma mudança na
prestação de modo que em lugar de o devedor prestar em dinheiro, ele
presta em promissória (aliud pro alio), considerada impropriamente
vinculada a um contrato.” (Marlon Tomazette)

7. O que ocorre quando se vincula uma nota promissória a um


contrato?

R: Embora esteja vinculada a um contrato, a nota promissória


continua sendo um título de crédito. Assim, ela ainda admite os
institutos típicos dos títulos de crédito, como o endosso e o aval, e
especificamente mantém a condição de título executivo.
“Diante dessa constatação, poder-se-ia afirmar que nada mudaria com a
vinculação da promissória a um contrato. Todavia, pela jurisprudência, há
uma mudança no regime da nota promissória vinculada a um contrato, qual
seja a inaplicabilidade do princípio da abstração.
(...) Afastada a abstração, é óbvio que os vícios da obrigação contratual
contaminam a nota promissória. Assim, se não há a obrigação de honrar o
contrato porque o credor não cumpriu sua parte, não haverá obrigação de
honrar o título de crédito. O devedor só tem que pagar o título, se tiver que
honrar o contrato a ele vinculado.
(...) Em suma, pode-se afirmar que nota promissória vinculada a um
contrato continua sendo um título, mas é contaminada por todos os
problemas que envolvam o contrato, no tocante à existência do direito de
crédito, à liquidez, ou à determinação do valor da obrigação.” (Marlon
Tomazette)

No mesmo sentido, já decidiu o SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
“DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. TÍTULO DE CRÉDITO. NOTA
PROMISSÓRIA VINCULADA A CONTRATO. ABSTRAÇÃO E AUTONOMIA.
VIABILIDADE DA EXECUÇÃO. LIQUIDEZ E EXIGIBILIDADE DA DÍVIDA
REPRESENTADA NO CONTRATO SUBJACENTE. I - Não pode ser executada a
nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito (Súmula
258/STJ), embora o possa vincular a contrato de confissão de dívida. II - É
que a vinculação do título de crédito a um contrato subtrai a autonomia
cambiária, pondo em evidência o conteúdo do próprio contrato. O critério
determinante parece ser, portanto, a liquidez ou iliquidez do contrato a que
se liga o título cambiário. III - A supressão da autonomia cambiária do título
não implica, necessariamente, a supressão da sua executoriedade. Esta só
será comprometida se o contrato respectivo não for capaz de refletir uma
dívida líquida e exigível. Recurso especial a que se nega provimento.” (STJ,
REsp 861.009/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 16/03/2010, DJe 29/03/2010)

- Nota Promissória –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

131/314

“A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de


autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.” (Súmula nº
258/STJ)

Cheque

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Lei nº 7.357/85 Arts. 1º/42 e 44/63.

2. Introdução

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO, o cheque é:


“(...) a ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de
fundos que o emitente possui junto ao sacado.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Trata-se de uma ordem de pagamento, pois o criador


(emitente) não promete efetuar pessoalmente o pagamento, e sim
que terceiro vai efetuar esse pagamento.
Esse terceiro deverá ser um banco, no qual o criador (emitente)
do cheque deverá ter fundos disponíveis, por meio dos quais o banco
efetuará o pagamento da ordem de pagamento, que lhe for
apresentada.
De forma mais precisa, conceitua a Min. NANCY ANDRIGHI:
“[Trecho do corpo do acórdão:] O cheque é ordem incondicional de
pagamento à vista, emitida por uma pessoa (emitente ou sacador) contra
um Banco ou instituição que por lei lhe é equiparada (sacado), para que este
pague uma determinada quantia a alguém (beneficiário ou tomador),
lastreada em fundos que o emitente mantém depositado junto ao sacado.”
(STJ, REsp 1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017)

Método Tosco de Memorização (MTM)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

132/314

O cheque é uma ordem de pagamento à .

3. Origem do cheque

Apesar de certa divergência, prevalece que documento


semelhante ao cheque surgiu na Idade Média, como aponta FRAN
MARTINS:
“Alguns autores, dos mais categorizados,3 negam que tais documentos
constituam antepassados do cheque. Mas reconhecem que, a partir da
segunda metade da Idade Média, ordens de pagamento contra bancos, com
algumas características dos cheques atuais, entre as quais o fato de
poderem as mesmas circular e de haver responsabilidade dos que nelas
lançavam suas assinaturas, foram usuais em vários países da Europa. Esses
documentos eram, entre outros, chamados polizze notata fede, na Itália, e
bills of saccario, na Inglaterra. Foi, porém, neste último país que, realmente,
o uso do cheque se aprimorou, tomando o contorno do título que hoje
representa.” (Fran Martins)

Por outro lado, no Brasil, a primeira referência que se tem


sobre o uso do cheque é a constante do Regulamento do Banco da
Província da Bahia, aprovado pelo Decreto nº 438/1845.
E, como aponta FRAN MARTINS:
“Referências à palavra cheque também são encontradas no Decreto nº 917,
de 24 de setembro de 1890, dispondo sobre o processo de falência. Mas até
o início do século atual os diplomas legais que regulavam os mandatos ao
portador, ou cheques, eram a Lei nº 1.083, de 1860, o seu Regulamento,
baixado com o Decreto nº 3.323, de 22 de outubro de 1864, e algumas
disposições esporádicas da Lei nº 149-B, de 1893, e do Decreto nº 177-A,
de 15 de setembro desse mesmo ano. Era, assim, uma legislação
fragmentária e diferente, requerendo maior unidade e atualização, já que o
Código Comercial não havia se referido ao cheque. Essa legislação definitiva
e atualizada nos veio através do Decreto nº 2.591, de 7 de agosto de 1912,
que passou a regular o cheque no Brasil.” (Fran Martins)

4. Partes

No cheque, existem 3 (três) sujeitos:


(i) emitente: é aquele que dá a ordem para efetuar o
pagamento;

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

133/314

(ii) sacado: é a instituição financeira a quem é dada a ordem


de pagar, a vista dos fundos do emitente mantidos em conta
bancária;
(iii) beneficiário (tomador): é aquele que tem o direito de
receber o valor constante do título.

Método Tosco de Memorização (MTM)

5. Pressupostos

“Art. 3º da Lei nº 7.357/85. O cheque é emitido contra banco, ou


instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como
cheque.”
“Art. 4º da Lei nº 7.357/85. O emitente deve ter fundos disponíveis em
poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude
de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a
validade do título como cheque.”

De acordo com os arts. 3º e 4º da Lei nº 7.357/85, são 3 (três)


os pressupostos do cheque:
(1º) É essencial que o sacado do cheque seja uma instituição
financeira.
“Ao contrário da letra de câmbio, na qual há uma liberdade de escolha do
sacado, no cheque é essencial que se trate de uma instituição financeira. Tal
imposição se deve ao papel que sempre foi atribuído aos bancos, como
agente pagador e como responsável pela guarda de valores de terceiros.”
(Marlon Tomazette)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

134/314

(2º) O cheque exige que haja um contrato de conta-corrente entre o


emitente e o sacado (banco).
(3º) Exige-se que o emitente tenha fundos disponíveis no momento
da apresentação do cheque.
“A ausência desses fundos não desconfigura o cheque, mas desnatura sua
finalidade; trata-se de um cheque irregular, mas perfeitamente válido e
eficaz. Não há responsabilidade do banco por essa eventual ausência de
fundos.” (Marlon Tomazette)

6. Qual a natureza jurídica do cheque?

R: Há divergência:

Marlon Tomazette,
Waldirio Bulgarelli,
Carlos
Pontes de Rubens Requião e Luiz Emygdio da Rosa
Fulgêncio da
Miranda Fran Martins Júnior, Newton de
Cunha Peixoto
Lucca, Arnaldo
Rizzazardo

Instrumento de Título de exação “Rubens Requião e Título de crédito puro e


pagamento a e título de Fran Martins simples.
serviço de quem crédito. concluem que o
possui fundos cheque seria um
disponíveis em título de crédito
poder de um banco. impróprio, na medida
em que não
envolveria uma típica
operação de crédito,
por ser à vista.
Todavia, ao circular
por endosso, haveria
a operação de
crédito, que o
tornaria um título de
crédito.” (Marlon
Tomazette)

7. Legislação

Em razão do esforço de buscar a uniformização internacional da


legislação sobre o cheque, foi realizada, em 1931, a Convenção de
Genebra, que resultou na edição de 3 (três) tratados: (i) uma lei
uniforme sobre o cheque; (ii) uma lei destinada a regular conflitos de
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

135/314

leis em matérias de cheque e; (iii) uma lei destinada ao imposto do


selo em matéria de cheque.
E todas essas regras foram incorporadas ao direito brasileiro
por meio do Decreto nº 57.595/66; no entanto, o Brasil efetuou 24
(vinte e quatro) reservas quanto à Lei Uniforme do Cheque, isto é, o
Brasil manifestou sua intenção de não adotar 24 (vinte e quatro)
regras da lei uniforme.
“Em razão desse grande número de reservas, poderia haver certa dificuldade
na interpretação da lei uniforme sobre os cheques e, por isso, foi editada a
Lei n. 7.357/85.” (Marlon Tomazette)

8. Requisitos legais

Assim como a LUG estabelece para a letra de câmbio e para a


nota promissória, a Lei nº 7.357/85 discrimina requisitos essenciais e
requisitos supríveis para o cheque.
Todavia, em razão da intervenção normativa do Banco Central,
criou-se um modelo padronizado de cheque com todos os requisitos
essenciais e sem espaço para os supríveis, de modo que não há mais
que falar nesses últimos.
“Nos termos do art. 1º da Lei n. 7.357/85, também seria requisito essencial
a identificação do lugar de pagamento. Todavia, o art. 2º da mesma lei
afirma que, na falta de indicação especial, é considerado lugar de
pagamento aquele designado próximo ao nome do sacado; se estabelecidos
vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer
indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão. Apesar da opção
dada pelo legislador, o modelo padronizado de cheque não possui um campo
próprio para a identificação do local do pagamento, mas sempre é
acompanhado de um lugar próximo ao nome do sacado (endereço da
agência), não havendo mais que falar em requisito suprível.
Outro requisito, nos termos do art. 1º da Lei n. 7.357/85, é o lugar de
emissão, o qual, nos termos do art. 2º da mesma lei, poderia ser suprido
por um local indicado próximo ao nome do emitente. Mais uma vez, o
modelo padronizado não dá margem a essa opção, exigindo que se
identifique o local de emissão, logo antes da data de emissão.” (Marlon
Tomazette)

Quanto aos requisitos essenciais:

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

136/314

Denominação (Cláusula
Cambial)

Ordem pura e simples de


Requisitos Essenciais

pagar uma quantia (Ordem


de Pagamento)

Identificação do valor O art. 42 da Lei nº 7.357/85 admite a emissão do cheque em


moeda estrangeira, o qual deverá ser pago em moeda nacional
(algarismos e por extenso) pelo câmbio do dia da apresentação.

Nome do Banco Sacado

Para aferir a capacidade do emitente no momento da assinatura


do cheque, bem como para verificar o prazo de apresentação do
Data da Emissão da Cártula cheque e, consequentemente, o prazo prescricional da execução
do cheque.

Assinatura do emitente

Identificação do A identificação do beneficiário é essencial para cheques superiores


a R$ 100,00 (cem reais), uma vez que só até tal valor os cheques
Beneficiário/Tomador podem ser ao portador (art. 69 da Lei nº 9.069/95)

“Por fim, é oportuno relembrar que a presença de tais requisitos deve ser
constatada no momento do recebimento do cheque, isto é, o cheque pode
ser emitido em branco, mas deverá ser completado com os requisitos até o
momento de se exercer o direito ali mencionado.” (Marlon Tomazette)

9. Declarações cambiárias no cheque

A única assinatura obrigatória no cheque é a do emitente que


cria o cria. Apesar de ser a única obrigatória, é possível que surjam
outras assinaturas (declarações cambiárias acessórias e secundárias).
No caso do cheque, as outras assinaturas possíveis são apenas
o endosso e o aval, não havendo que se cogitar de aceite (art. 6º7 da
Lei nº 7.357/85).
“Embora o cheque também seja uma ordem de pagamento como a letra de
câmbio, no qual constam o emitente, o sacado e normalmente o
beneficiário, não há que se cogitar de assunção de responsabilidade pelo
sacado. Este é apenas alguém que presta serviços ao emitente, não
assumindo, como sacado, jamais a condição de devedor do cheque. Vale
dizer não há aceite no cheque. Assim sendo, o sacado jamais poderá ser
executado por um cheque. Quando houver uma identidade entre sacado e

7
“Art. 6º da Lei nº 7.357/85. O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer
declaração com esse sentido.”
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

137/314

emitente, o banco poderá ser executado como emitente, mas nunca como
sacado.” (Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

“Art. 6º da Lei nº 7.357/85. O cheque não admite aceite


considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido.”

10. Endosso

O cheque possui implícita a cláusula à ordem, podendo circular


por endosso, ainda que tal cláusula não conste expressamente do
documento.
“Art. 17, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque pagável a pessoa
nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘à ordem’, é transmissível por via
de endosso.”

Para impedir o endosso, portanto, é essencial que conste


expressamente no título a cláusula não à ordem, a qual permite a
circulação apenas por meio de uma cessão de crédito.
O endosso no cheque segue regras muito parecidas com as da
letra de câmbio, com as peculiaridades abaixo.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

138/314

10.1. Se aceita mais de um endosso no cheque?

R: Atualmente, sim, embora no período de vigência da CPMF só se


aceitasse um endosso por cártula.
“No período de vigência da CPMF (Contribuição Provisória Sobre
Movimentações Financeiras), o cheque tinha a peculiaridade de só admitir
um endosso (Lei n. 9.311/96 – art. 17). Ocorre que tal norma não mais
vige, desde 31-12-2007 (ADCT – art. 90) e, por isso, não há mais esse
limite do número de endossos no cheque.” (Marlon Tomazette)

10.2. Em que consiste o endosso-quitação ou endosso-


recolhimento?

R: Segundo MARLON TOMAZETTE:


“Uma peculiaridade, ainda vigente, no que tange ao endosso do cheque é a
existência do endosso-quitação ou endosso-recolhimento, vale dizer, o
endosso feito ao sacado [banco] vale como quitação do cheque (Lei n.
7.357/85 – art. 18, § 2º), salvo se for feito a estabelecimento diverso. É o
que ocorre quando se faz um saque de um cheque na “boca do caixa”.
Nesses casos, o beneficiário deverá assinar o título no verso, endossando-o
ao banco. Tal endosso, contudo, não visa a transferir o crédito, mas
essencialmente a provar que o cheque foi pago.” (Marlon Tomazette)

10.3. É cabível endosso-caução no cheque?

R: Há divergência.

Fran Martins Pontes de Miranda e Marlon


Tomazette

Não, pois não há previsão na Lei nº


Sim, embora não exista previsão legal.
7.357/85.

10.4. Endosso póstumo no cheque tem o mesmo


significado de endosso póstumo na letra de câmbio?

R: Não.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

139/314

Endosso póstumo na letra de


Endosso póstumo no cheque
câmbio

O endosso póstumo no cheque é aquele Endosso póstumo (tardio ou posterior) é


feito após o protesto, ou declaração aquele efetuado após o protesto por
equivalente da instituição financeira, ou falta de pagamento ou após o prazo
à expiração do prazo de apresentação para efetivação do protesto por falta de
(30 ou 60 dias da emissão), conforme o pagamento, produzindo apenas efeitos
cheque seja pagável na mesma praça de uma cessão de créditos.
da emissão ou em praça distinta.

Ambos produzem efeitos de cessão de crédito.

10.5. O banco sacado está obrigado a verificar a


autenticidade das assinaturas dos endossantes?

R: Não, devendo apenas atestar a regularidade formal da cadeia de


endossos:
“(...) 1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que o
estabelecimento bancário não está obrigado a verificar a autenticidade das
assinaturas dos endossantes, mas apenas a regularidade formal da cadeia
de endossos. 2. Não estando a instituição financeira obrigada a fazer a
conferência da assinatura, também não tem o dever de verificar a existência
de procuração em nome do outorgado e muito menos quais poderes tinham
sido conferidos pelo autor. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(STJ, AgRg no AREsp 310.201/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 26/10/2015)

11. Aval

Uma vez prestado o aval no cheque, o avalista assume a


obrigação de pagar o título na mesma forma que um devedor desse
título (avalizado), isto é, poderá ser um devedor principal, se o
avalizado for devedor principal, ou um devedor indireto, se o
avalizado for um devedor indireto.
“O aval no cheque possui uma disciplina praticamente idêntica àquela das
letras de câmbio. A única peculiaridade da disciplina do aval no cheque é a
impossibilidade de o sacado ser avalista (Lei n. 7.357/85 – art. 29),
porquanto, em tal situação, ele se tornaria devedor do cheque, o que se
quer evitar em tal título. No mais, não há diferenças entre a disciplina do
aval no cheque e na letra de câmbio.” (Marlon Tomazette)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

140/314

Método Tosco de Memorização (MTM)

12. Apresentação

Por definição legal, o cheque é sempre pagável à vista,


considerando-se não escrita qualquer menção em contrário (art. 32,
caput8, da Lei nº 7.357/85).
Dessa forma, o cheque será exigível a partir do momento em
que for apresentado ao sacado (banco).
“Na criação do cheque, forma-se uma relação cambiária entre o emitente e o
beneficiário. O sacado [banco] é alheio a tal relação e, por isso, é essencial
que o beneficiário se apresente como titular do crédito a ser recebido. Só
com essa apresentação é que o sacado saberá a quem deverá efetuar o
pagamento, caso o cheque seja regular e existam fundos disponíveis para
tanto.” (Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

O prazo de [apresentação] do cheque será de

ou [sessenta] dias.

8
“Art . 32, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer
menção em contrário.”
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

141/314

12.1. É possível a reapresentação de um cheque?

R: Sim.
“A princípio, exige-se apenas uma apresentação do cheque, a partir da qual
o título já estará vencido e será exigível. Ocorre que, nem sempre, nessa
primeira apresentação o sacado (banco) efetuará o pagamento do cheque,
como, por exemplo, no caso de ausência de fundos disponíveis. Em razão
disso, faculta-se uma segunda apresentação do cheque não pago por
insuficiência de fundos, a qual pode ser feita após dois dias úteis da primeira
apresentação. Caso perdure a insuficiência de fundos na segunda
apresentação, o banco deverá inscrever o seu nome no Cadastro de
Emitentes de Cheques Sem Fundo (CCF), sendo-lhe vedado fornecer ao
cliente talonários enquanto seu nome estiver inscrito nesse cadastro.”
(Marlon Tomazette)

12.2. Prazos de apresentação

A Lei nº 7.357/85 estabelece prazos curtos para a apresentação


do cheque ao sacado (banco), contados da emissão da cártula (art.
33):
(a) 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de
ser pago, ou seja, quando o município da emissão (local da emissão)
for o mesmo município da agência do sacado (local de pagamento); e
(b) 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do país
ou no exterior, isto é, quando o município da emissão (local da
emissão) for diverso do município da agência do sacado (local de
pagamento).
E, por praça:
“(...) deve-se entender município, podendo alcançar a ideia de distritos,
quando forem distantes da sede municipal.” (Marlon Tomazette)

12.2.1. O que ocorre se a cártula for apresentada ao


sacado (banco) fora do prazo de apresentação?

R: Mesmo após o decurso do prazo de apresentação, o cheque pode


ser apresentado para pagamento ao sacado (banco). Nesse caso, a
instituição financeira (banco/sacado) ainda terá a obrigação de pagar
o cheque, caso haja fundos, desde que a ação cambial ainda não
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

142/314

esteja prescrita (art. 35, parágrafo único, da Lei nº 7.357/85), ou


seja, dentro dos 6 (seis) meses posteriores ao término do prazo para
apresentação (art. 59 da Lei nº 7.357/85).
Entretanto, perdido o prazo de apresentação, a ação de
execução só poderá ser ajuizada contra o emitente e seus eventuais
avalistas, isto é, contra os devedores principais do cheque (Súmula
nº 600/STF). Os devedores indiretos (endossantes e respectivos
avalistas) ficam isentos, uma vez que para a cobrança deles é
essencial o protesto tempestivo (art. 47, inciso II 9 , da Lei nº
7.357/85) e, uma vez perdido o prazo de apresentação, também está
perdido o prazo do protesto.
“Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas [do emitente],
ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que
não prescrita a ação cambiária.” (Súmula nº 600/STF)

De forma sempre mais clara, explica a Min. NANCY ADRIGHI:


“[Trecho do corpo do acórdão:] Nos termos do art. 33 da Lei 7.357/85, o
portador deve apresentar o cheque ao Banco sacado – ou câmara de
compensação – dentro de 30 (trinta) dias, a contar da data da emissão, em
se tratando de cheque para ser pago na mesma praça, ou de 60 (sessenta)
dias, quando se tratar de cheque emitido para pagamento em praça diversa
da emissão. Não observados esses prazos, perde o portador o direito de
sujeitar à ação cambial executiva os endossantes e respectivos avalistas, se
o título é devolvido por insuficiência de fundos, de acordo com o disposto no
art. 47, II, da Lei 7.357/85. Em relação ao emitente e seus avalistas,
contudo, resta assegurada ao portador, em regra, a execução cambial do
cheque no pertinente prazo prescricional, mesmo que apresentado o título
ao sacado para pagamento fora do prazo legal, consoante preconiza a
Súmula 600/STF: ‘Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas,
ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que
não prescrita a ação cambiária’. Ademais, para a execução do cheque em
face do devedor principal (emitente e eventual avalista), a Lei 7.347/85
dispensa, também, o protesto do título, que, pelo art. 47, II, do referido
diploma legal, é obrigatório apenas para viabilizar a execução do cheque
contra os endossantes e respectivos avalistas.” (STJ, REsp 1677772/RJ,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
14/11/2017, DJe 20/11/2017)

9
“Art. 47 da Lei nº 7.357/85. Pode o portador promover a execução do cheque: (...) II - contra os
endossantes e seus avalistas [devedores indiretos], se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa
de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o
cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.”
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

143/314

12.2.2. O emitente pode ser isentado do pagamento


do cheque em caso de perda do prazo de
apresentação?

R: Em regra, não, pois o devedor principal se mantém responsável


pelo pagamento do cheque.
No entanto, caso existam fundos disponíveis no período para a
apresentação do cheque e tais fundos deixarem de existir por motivo
não imputável ao emitente, o tomador (beneficiário) perde o direito
de ajuizar ação executiva contra o emitente.
“Art. 47, § 3º, da Lei nº 7.357/85. O portador que não apresentar o
cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela
forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente,
se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os
deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável.”
“Assim, a não apresentação do cheque ao sacado no prazo estabelecido por
lei tem como consequência a perda, por parte do portador, do direito de
execução contra o emitente se este possuía fundos disponíveis em poder do
sacado durante o prazo de apresentação e os deixou de possuir em razão de
fato que não lhe seja imputável.” (Fran Martins)

13. Pagamento

Apresentado o cheque ao sacado (banco), (i) estando regular o


título, (ii) não havendo qualquer ordem em sentido contrário (iii) e
existindo provisão de fundos, a instituição financeira deverá efetuar o
seu pagamento.
“Para efetuar o pagamento, compete ao banco analisar a regularidade do
título, a provisão de fundos, a ausência de impedimento ao pagamento e a
legitimidade de quem o apresenta. Neste último aspecto, cabe ao sacado,
nos cheques ao portador (limite de R$100,00), apenas verificar a
legitimação real do detentor, isto é, a apresentação do cheque original. Nos
cheques nominais que não circularam, basta verificar a identidade do
portador com o nome do beneficiário ali consignado. Já nos cheques
endossados compete ao sacado analisar apenas a regularidade da cadeia de
endossos, não sendo necessária a análise da autenticidade de cada
assinatura.” (Marlon Tomazette)

Após conferir todos os elementos necessários, o sacado (banco)


cumpre a ordem que lhe foi dada pelo emitente, pagando o cheque.
No entanto, ao pagar o cheque, o sacado (banco) deve exigir a
entrega do título (art. 38 da Lei nº 7.357/85), acompanhado do
endosso-quitação se o pagamento se der em espécie. Essa entrega é
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

144/314

necessária para evitar que o título volte a circular e, chegando às


mãos de um terceiro de boa-fé, tenha que ser pago novamente.

13.1. E se a instituição financeira (sacado) pagar o


cheque a endossatário que recebeu a cártula por meio
de endosso falso?

R: No caso narrado, o sacado (banco) não responde pelo prejuízo,


porquanto sua responsabilidade é analisar a existência de série
ininterrupta de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. FALSIFICAÇÃO DE ENDOSSO.
RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. INEXISTÊNCIA. DEVER
QUE SE RESTRINGE À VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE FORMAL DA
CADEIA DE ENDOSSOS (LEI DO CHEQUE, LEI 7.357/85, ART. 39). AGRAVO
NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que
o estabelecimento bancário não está obrigado a verificar a autenticidade das
assinaturas dos endossantes, mas apenas a regularidade formal da cadeia
de endossos. 2. Não estando a instituição financeira obrigada a fazer a
conferência da assinatura, também não tem o dever de verificar a existência
de procuração em nome do outorgado e muito menos quais poderes tinham
sido conferidos pelo autor. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(STJ, AgRg no AREsp 310.201/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 26/10/2015)

13.2. É possível que o sacado (banco) realize o


pagamento parcial do valor do cheque?

R: Sim. Caso o emitente possua fundos no sacado, mas estes não


sejam suficientes para atender ao valor do cheque, o sacado poderá
efetuar o pagamento parcial do cheque. Entretanto, se trata de uma
faculdade do banco (sacado).
Exercendo essa faculdade, o banco devolverá o título ao
beneficiário, com a menção expressa no documento de um
pagamento parcial.
Por sua vez, o beneficiário não pode recusar o pagamento
parcial (art. 38, parágrafo único, Lei nº 7.357/85), sendo compelido a
receber apenas parte do pagamento.
“Tal regra visa a proteger os devedores indiretos, que só devem responder
pela falta de pagamento do devedor principal ou do sacado [banco]. Se a
falta de pagamento é parcial, sua responsabilidade também deverá sê-lo.
Essa prática, contudo, não é corriqueira na atuação dos bancos, que
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

145/314

preferem simplesmente devolver, ainda que fosse possível o pagamento


parcial.” (Marlon Tomazette)

13.3. Apresentação simultânea de vários cheques

Pode ocorrer a apresentação simultânea de vários cheques ao


sacado (banco), cuja soma ultrapasse os fundos disponíveis do
emitente.
Nesse caso, embora todos os cheques sejam exigíveis no
mesmo momento, não há a possibilidade de pagamento de todos
eles.
Para solucionar tal problema, deve se utilizar o critério da
antiguidade, isto é, deve ser pago preferencialmente o cheque mais
antigo. Para tal aferição, verifica-se inicialmente a data de emissão
constante do título. Aquele que tiver a data de emissão mais antiga
deverá ser pago. Caso a data de emissão também seja a mesma,
deve-se pagar preferencialmente o cheque com numeração inferior
(art. 40 da Lei nº 7.357/85).

13.3.1. Questões de Prova Oral

Magistratura Estadual

QPO. Magistratura – TJ-GO – Ano: 2010. Quando dois ou mais cheques são
apresentados simultaneamente, e só há saldo para um, qual deve ser
compensado primeiro?

R: Se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, sem


que os fundos disponíveis bastem para o pagamento de todos, terão
preferência os de emissão mais antiga e, se da mesma data, os de
número inferior (art. 40 da Lei nº 7.357/85).

13.4. Pagamento de cheque falso ou falsificado

“O estabelecimento bancário é responsável pelo pagamento de cheque falso,


ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista.”
(Súmula nº 28/STF)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

146/314

Segundo a Súmula nº 28/STF, a responsabilidade pelo


pagamento de cheque falso, falsificado ou objeto de alterações é do
banco (sacado), por se tratar de risco inerente à sua atividade.
Resguarda-se, contudo, ao sacado o direito de reaver o que
pagou nos casos de dolo ou culpa do correntista, do endossante ou
do beneficiário.

14. Devolução do cheque sem pagamento

Não sendo possível o pagamento, o banco (sacado) devolverá o


cheque ao apresentante e consignará o motivo da devolução do
cheque.
“Para simplificar a praxe bancária, o Banco Central criou números para
especificar os motivos de devolução de um cheque. Os motivos para
devolução do cheque envolvem ausência de provisão de fundos,
impedimento, irregularidade do cheque e apresentação indevida, entre
outros.” (Marlon Tomazette)

14.1. A morte do emitente, posterior à emissão do


cheque, é motivo para não pagamento?

R: Não.
“Art. 37 da Lei nº 7.357/85. A morte do emitente ou sua incapacidade
superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque.”

14.2. Revogação (contraordem) e sustação (oposição)

A revogação (contraordem) e a sustação (oposição) são


motivos justificados de devolução do cheque sem pagamento.

Revogação (Contraordem) Sustação (Oposição)

Trata-se de revogação da ordem de Tanto o emitente como os legítimos


pagamento do cheque que é exclusiva possuidores podem sustar o cheque e os
do emitente. efeitos serão imediatos.

O emitente deve comunicar o banco A sustação deverá ser requerida por


(sacado) da sua intenção, indicando os escrito, admitindo-se a oposição por
motivos do seu ato (art. 35 da Lei nº meio eletrônico, desde que confirmada
7.357/85), não cabendo, porém, ao nos dois dias úteis seguintes. Em
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

147/314

banco discuti-los. qualquer caso, ela deve ser fundada em


relevante razão de direito (art. 36 da Lei
nº 7.357/85), não cabendo ao banco
discutir a veracidade do motivo
apontado.

“Essa contraordem, que é exclusiva do São exemplos de relevantes razões de


emitente, só produz efeitos após o direito a emissão do cheque mediante
prazo de apresentação de cheque (30 dolo ou coação, ou mesmo o
ou 60 dias a contar da sua emissão). Ela descumprimento contratual do credor
até pode ser feita dentro do prazo de (desacordo comercial).
apresentação, mas só produzirá efeitos
depois deste. Desse modo, tal prática
não atende aquele que tem a intenção
de impedir imediatamente o pagamento
do título.” (Marlon Tomazette)

15. Protesto

Sempre que o cheque for devolvido sem pagamento, o banco


(sacado) deverá atestar o não pagamento por um carimbo, indicando
o motivo da devolução.
Nada obstante, para determinados efeitos, exige-se uma prova
solene do não pagamento: o protesto.
“Nos cheques, o protesto é o meio solene de prova feito perante o
competente cartório, para fins de incorporar ao título a prova do não
pagamento no vencimento. Tal prova, embora não seja a única admissível
do não pagamento do cheque, produz efeitos próprios que lhe dão alguma
importância.” (Marlon Tomazette)

15.1. A apresentação do cheque ao banco sacado é


essencial para realização do protesto da cártula?

R: Sim.
“(...) 4. O protesto do cheque é facultativo e, como o título tem por
característica intrínseca a inafastável relação entre o emitente e a instituição
financeira sacada, é indispensável a prévia apresentação da cártula, não só
para que se possa proceder à execução do título, mas também para cogitar
do protesto (art. 47 da Lei do Cheque). (...).” (STJ, REsp 1124709/TO,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
18/06/2013, DJe 01/07/2013)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

148/314

15.2. Efeitos do protesto de um cheque

São efeitos do protesto de um cheque:

Interrupção da prescrição

•Para tal efeito, o protesto deverá ser realizado enquanto a prescrição não estiver consumada,
pois uma vez consumada não há mais o que interromper.

Configuração da impontualidade injustificada do devedor empresário

•A impontualidade não justificada de uma dívida líquida constante de título executivo


demonstra que o devedor está em dificuldades e, se tal devedor for um empresário, estas
representam uma das hipóteses de estado falimentar (art. 94, inciso I, da Lei nº 11.101/05).

Possibilidade de cobrança dos devedores indiretos


•“Estes, a princípio, só poderão ser cobrados se houver a prova tempestiva de que não houve o pagamento
do título no vencimento, salvo se for pactuada a cláusula sem despesas ou sem protesto. Todavia, este
último efeito não é privativo do protesto, isto é, para a cobrança dos devedores indiretos é suficiente o
carimbo de devolução do cheque apresentado tempestivamente. Para esse efeito e apenas para ele, o
protesto é suprido pela declaração de devolução, desde que a apresentação tenha sido tempestiva. Nos
demais efeitos, o protesto é essencial, não podendo ser suprido pela declaração do banco.” (Marlon
Tomazette)

Negativação do nome do devedor

•O nome do devedor será encaminhado aos cadastros de inadimplentes, como o SPC, Serasa e
Equifax.

15.3. Admite-se o protesto de cheque nos casos de


fraude, furto, roubo ou extravio?

R: Não, salvo se tiverem circulado por meio de endosso ou tiver sido


prestado aval, conforme já destacou o SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA:
“(...) Evidentemente, é também vedado o apontamento de cheques quando
tiverem sido devolvidos pelo banco [sacado] sacado por motivo de furto,
roubo ou extravio das folhas ou talonários - contanto que não tenham
circulado por meio de endosso, nem estejam garantidos por aval, pois
nessas hipóteses far-se-á o protesto sem fazer constar os dados do emitente
da cártula. (...).” (STJ, REsp 1124709/TO, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe
01/07/2013)

15.4. Prazo do protesto do cheque: protesto facultativo e


obrigatório

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

149/314

Apesar de o art. 48 da Lei nº 7.357/85 afirmar que o protesto


deverá ser realizado antes da expiração do prazo de apresentação
(30 ou 60 dias contados da emissão), o SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA firmou entendimento de que:
(a) o apontamento a protesto mostra-se viável dentro do prazo
da execução cambial (6 meses contados da expiração do prazo de
apresentação), desde que indicados os devedores principais
(emitente e seus avalistas);
(b) em relação aos coobrigados (endossantes e respectivos
avalistas), o art. 4810 da Lei 7.347/85 impõe que o aponte a protesto
seja realizado no prazo para apresentação do título ao sacado:
“(...) 5. Especificamente quanto ao cheque, o apontamento a protesto
mostra-se viável dentro do prazo da execução cambial - que é de 6 (seis)
meses contados da expiração do prazo de apresentação -, desde que
indicados os devedores principais (emitente e seus avalistas). Em relação
aos coobrigados (endossantes e respectivos avalistas), o art. 48 da Lei
7.347/85 impõe que o aponte a protesto seja realizado no prazo para
apresentação do título ao sacado. (...). [Trecho do corpo do acórdão:]
Quanto ao prazo, o art. 48 da Lei 7.347/85 impõe que o protesto ou as
declarações acima mencionadas, quando dirigidos aos endossantes e seus
avalistas, sejam promovidos pelo credor ainda dentro do prazo de
apresentação, novamente sob pena de perda da eficácia executiva frente a
estes coobrigados. Não obstante, permanece ao credor a faculdade de
protestar o cheque, indicando o nome dos devedores principais (emitente e
respectivos avalistas), enquanto o título se revestir dos requisitos da
certeza, liquidez e exigibilidade, ou seja, enquanto não prescrita a ação
cambiária executiva. Nessa hipótese – em que o protesto do título é
considerado ‘facultativo’ –, muito mais do que documentar a falta de
pagamento, interessa ao credor os efeitos acessórios do protesto, como a
interrupção da prescrição da pretensão executória. (...) Assim, em
conclusão, o apontamento do cheque a protesto, pode ser realizado: a)
dentro do prazo de apresentação, se indicados os nomes de endossantes e
seus avalistas; b) dentro do prazo da execução cambial, se indicados apenas
os nomes do emitente e respectivos avalistas, prazo esse que, de acordo
com o disposto no art. 59 da Lei 7.357/85, é de 6 (seis) meses, contados
após a expiração do prazo de apresentação do título ao sacado.” (STJ, REsp
1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017)

Em resumo, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA diferenciou


duas espécies de protesto (obrigatório e facultativo) com prazos
diferentes.

10
“Art. 48, caput, da Lei nº 7.357/85. O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-
se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se
esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil
seguinte.”
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

150/314

Protesto Obrigatório
Protesto Facultativo
(devedores
(devedores principais: emitente e
secundários/coobrigados:
seus avalistas)
endossantes e seus avalistas)

O protesto facultativo pode ser efetuado O art. 48 da Lei nº 7.347/85 impõe que
após o prazo de apresentação, desde o aponte a protesto seja realizado no
que não escoado o lapso prescricional prazo para apresentação do título ao
da pretensão executória dirigida contra sacado (30 ou 60 dias).
o emitente (e seus avalistas).

No caso da pretensão executória Na hipótese de pretensão executória


dirigida contra o emitente (e seus dirigida contra o(s) endossante(s), o
avalistas), o protesto do cheque é ato protesto é obrigatório, sob pena de
meramente facultativo do credor, que perda da eficácia executiva do título
pode optar por executar diretamente a contra esse coobrigado.
cambial, desde que o faça no prazo de
prescrição de 6 (seis) meses, contados
da expiração do prazo de apresentação
(art. 59 da Lei do Cheque).

16. Ações para recebimento do crédito

O credor do cheque possui 4 (quatro) ações para recebimento


do crédito contido na cártula: (I) ação cambial (ação de execução);
(II) ação de locupletamento (ação de enriquecimento sem causa);
(III) ação causal (ação de cobrança); (IV) ação monitória.

16.1. Ação cambial (Ação de execução)

Vamos organizar seus pontos mais importantes em uma tabela:


(i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv) objeto;
(v) documentação; (vi) procedimento; (vii) defesas do executado;
(viii) prescrição.

Ponto Informações Relevantes

Título de crédito não pago cuja


prescrição da pretensão executória
esteja hígida.
Pressupostos
Ademais, “[c]ontra o emitente do
cheque e seus avalistas é suficiente que
seja juntado o cheque devidamente
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

151/314

apresentado ao sacado. O cheque é o


documento necessário para o exercício
do direito e, por isso, é imprescindível
sua apresentação. Além disso, é
essencial demonstrar que a obrigação
ali incorporada é exigível, isto é, está
vencida. A prova do vencimento do
cheque é a prova da sua apresentação
ao sacado. Não há necessidade de que
tal apresentação seja tempestiva, salvo
se o emitente tinha fundos disponíveis
durante o prazo de apresentação e
deixou de tê-los por motivo alheio a sua
vontade (Lei n. 7.357/85 – art. 47, §
3º). Também não há a necessidade de
qualquer outro documento que
comprove o não pagamento do título
(protesto...), porquanto se trata de uma
ação contra o devedor principal do
título. Contra os endossantes e
respectivos avalistas, é essencial que
sejam juntados o cheque apresentado
em tempo hábil (30 ou 60 dias da
emissão), bem como a prova da recusa
do pagamento, por meio do protesto ou
da declaração do sacado ou da câmara
de compensação (Lei n. 7.357/85 – art.
47, II), salvo se houver a cláusula sem
despesas. A exigência da prova de não
pagamento do título, pelos meios
indicados, decorre da condição de
devedores indiretos dos endossantes e
seus avalistas. Eles não assumem a
obrigação de pagar o título diretamente,
mas apenas garantem o seu pagamento
no caso de frustração do pagamento
pelo devedor principal. Assim, é
essencial uma prova solene desse não
pagamento.” (Marlon Tomazette)

“Qualquer que seja o tipo de ação


cambial, ela deverá ser ajuizada a
princípio pelo credor da obrigação, uma
Legitimidade Ativa
vez que é ele quem possui o direito de
crédito a receber.” (Marlon
Tomazette)

A demanda pode ser ajuizada contra os


devedores do título (emitente,
Legitimidade Passiva endossantes e avalistas), individual ou
coletivamente. O sacado não é devedor
do título e, por isso, não pode ser
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

152/314

executado.

Há divergência: (a) observa-se o art.


781 do NCPC; (b) o foro competente
para a execução é aquele onde está
sediada a instituição financeira sacada,
ou seja, o lugar onde se situa a agência
bancária em que o emitente mantém
sua conta corrente (antes do NCPC,
Foro Competente
prevalecia esta corrente no SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, não tendo o
referido tribunal enfrentado o tema com
o atual diploma, vide STJ, AgInt no
REsp 1650990/MG, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 10/04/2018, DJe 13/04/2018).

O objeto da ação cambial é o


pagamento da importância constante do
Objeto título (mais encargos moratórios) e das
despesas de protesto, caso tenha sido
realizado.

Art. 798 do NCPC e o protesto (se


ajuizada contra devedores indiretos).
Em razão do princípio da cartularidade,
é necessária a apresentação do original
título de crédito junto à petição inicial,
salvo (a) por questões de segurança
(valor elevado ou risco de perda); (b)
por questões de impossibilidade fática
(quando o título já está anexado em
outro processo, por exemplo); (c) se a
Documentação cártula se perdeu no curso do processo.
“Além disso, nas duplicatas (Lei n.
5.474/68 – art. 15) também é possível,
em certos casos, a execução sem a
apresentação do original. Este também
é dispensado se se usar a segunda via
do título, ou se ocorrer a anulação do
título extraviado ou destruído, que é
substituído por uma sentença (Decreto
n. 2.044/1908 – art. 36).” (Marlon
Tomazette)

Procedimento Rito da execução por quantia certa.

Embargos à execução e exceção de pré-


Defesas do Executado
executividade.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

153/314

6 (seis) meses contados a partir do final


do prazo de apresentação.
“Assim, deverão ser contados 30 ou 60
dias da emissão, conforme o título seja
pagável na mesma praça de emissão ou
em praças distintas e, a partir daí, mais
seis meses. Não se deve falar em sete
meses ou oito meses da emissão,
porquanto prazos em dias e em meses
não podem se misturar. Primeiro conta-
se o prazo da apresentação em dias e
só depois se conta o prazo prescricional
em meses.” (Marlon Tomazette)
Observação: (I) aplicam-se a esses
prazos às hipóteses de suspensão e
Prescrição da ação cambial interrupção da prescrição previstas no
Código Civil; (II) “(...) A prescrição da
ação cambiariforme [ação cambial], no
entanto, não fulmina o próprio crédito,
que poderá ser perseguido por outros
meios. (...).” (STJ, REsp 1169666/RS,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em
18/02/2010, DJe 04/03/2010); (III) o
avalista não responde por dívida
estabelecida em título de crédito
prescrito, salvo se comprovado que
auferiu benefício com a dívida (STJ,
AgRg no REsp 849.102/SP, Rel. Ministro
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/08/2009, DJe
02/09/2009).

“Na ação para o exercício do direito de


regresso, o prazo prescricional também
é de seis meses, mas contados do dia
em que o obrigado pagou o cheque ou
Prescrição da ação regressiva do dia em que foi demandado (Lei n.
7.357/85 – art. 59, parágrafo único). O
prazo é o mesmo, alterando-se apenas
o seu termo inicial.” (Marlon
Tomazette)

16.1.1. O termo inicial do prazo prescricional de 6


(seis) meses da ação cambial (ação de execução)
altera-se em caso de apresentação do cheque antes
do seu encerramento?

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

154/314

R: Há divergência.

Superior Tribunal de Justiça, Waldirio Bulgarelli, Gladston Mamede e


Fábio Ulhoa Coelho, Marlon Tomazette e Luiz Emygdio Rosa
Enunciado de Direito Comercial Júnior

Não, devendo ser contado do dia da expiração do prazo


de apresentação

“(...) Consoante entendimento desta Corte, o lapso


prescricional previsto no art. 59 da Lei nº 7.357/85 (de
seis meses), somente tem início a partir da expiração
do prazo para apresentação do cheque (de trinta dias),
independentemente de o credor havê-lo feito em data Sim, devendo ser
anterior. (...).” (STJ, REsp 274.633/SP, Rel. contado da data da
Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, apresentação.
julgado em 19/10/2006, DJ 06/11/2006, p. 327)
“O prazo prescricional de 6 (seis) meses para o
exercício da pretensão à execução do cheque pelo
respectivo portador é contado do encerramento do
prazo de apresentação, tenha ou não sido apresentado
ao sacado dentro do referido prazo. (...).” (Enunciado
nº 40 da I Jornada de Direito Comercial)

16.1.2. Sendo a apresentação imprescindível para


execução, qual a interpretação a ser dada à Súmula
nº 600/STF?

“Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a
ação cambiária.” (Súmula nº 600/STF)

R: De acordo com o Ministro LUÍS FELIPE SALOMÃO, os


precedentes que deram origem à referida súmula envolviam situação
em que o cheque foi, sim, apresentado mas fora do prazo de 30 dias
(ou 60 dias), porém dentro do prazo prescricional de 6 (seis) meses.
Logo, deve-se lê-la assim: “Cabe ação executiva contra o
emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao
banco sacado no prazo legal (30 ou 60 dias), desde que apresentado
dentro do prazo prescricional de 6 (seis) meses.”:
“[Trecho do corpo do acórdão:] 3. Cinge-se a controvérsia à definição
acerca da necessidade ou não de apresentação do cheque ao sacado [banco]
como condição para o ajuizamento da ação executiva.
(...) é forçoso concluir que, por materializar uma ordem a terceiro [banco]
para pagamento à vista, o seu momento natural de realização é a
apresentação (art. 32), quando então a instituição financeira verifica a
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

155/314

existência de disponibilidade de fundos (art. 4º, § 1º), razão pela qual a


apresentação é necessária, quer diretamente ao sacado quer por intermédio
do serviço de compensação de cheques (art. 34).
(...) Em outras palavras, ‘a execução [do emitente] é possível desde
que o cheque tenha sido apresentado dentro do prazo de prescrição
- até seis meses depois do decurso do prazo de apresentação e o
emitente não tinha fundos suficientes no prazo de apresentação,
conforme § 3º do art. 47’. (NEGRÃO, Ricardo, op. cit., p. 149).
É nesse sentido a norma contida na Súmula 600 do STF: ‘cabe ação
executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o
cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária’.
Examinando os precedentes que deram origem ao mencionado
verbete, verifica-se que eles versam sobre cheque que foi
apresentado ao sacado para pagamento - mas posteriormente ao
prazo legal -, e devolvido por insuficiência de fundos. (...) Afasta-se,
portanto, a incidência da referida súmula, porquanto não reflete a
situação fática dos autos, que diz respeito à execução de cheque não
apresentado ao sacado.
5. Com efeito, o beneficiário de cheque que não apresenta o título para
adimplemento, via de regra, vê-se impossibilitado de promover a execução,
haja vista que tal título não ostenta o requisito essencial da exigibilidade,
que somente se dá com a comprovação da falta de pagamento, a qual pode
ocorrer pelo protesto, por declaração do banco sacado ou da câmara de
compensação. (...).” (STJ, REsp 1315080/GO, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 07/03/2013, DJe
14/03/2013)
“(...) 4. O protesto do cheque é facultativo e, como o título tem por
característica intrínseca a inafastável relação entre o emitente e a instituição
financeira sacada, é indispensável a prévia apresentação da cártula, não só
para que se possa proceder à execução do título, mas também para cogitar
do protesto (art. 47 da Lei do Cheque). (...).” (STJ, REsp 1124709/TO,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
18/06/2013, DJe 01/07/2013)

Na mesma linha, a doutrina:


“E, por se tratar de título de apresentação a terceiro para pagamento, que
se caracteriza como ordem a ser cumprida exclusivamente por banco (banco
sacado), conclui-se que o ato culminante sine qua non da realização normal
do cheque é sua apresentação. E tanto isso é certo que, mesmo constando
do cheque cláusula que dispensa do protesto (art. 50), tal concessão ao
portador não o dispensa de proceder à apresentação do cheque ao banco
sacado, para pagamento (§ 1º do art. 50 da Lei 7.357⁄1985). Mesmo porque
a verificação da existência de fundos disponíveis, e, pois, também da
ausência ou insuficiência de provisão, para todos os efeitos jurídicos,
confina-se ao ato-momento da apresentação do cheque ao banco sacado
para pagamento (art. 4º, § 1º, da Lei 7.357).
(...) A exigibilidade é o pré-requisito de qualquer ação cambiária com fulcro
em cheque. E, como título de apresentação a ser pago por terceiro,
configura-se a exigibilidade com a formal recusa imotivada e sua devolução
sem pagamento pelo sacado - o que, por sua vez, pressupõe tenha havido
regular apresentação. Isso em razão da principal característica do cheque -
repita-se -, de ordem incondicionada de pagamento à vista em dinheiro para
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

156/314

ser executada por terceiro, o banco sacado, por conta do emitente (o


emitente promete fato de terceiro), evidentemente sob responsabilidade
funcional própria do adjectus. De modo que somente se e após frustrada
aquela ordem a obrigação chéquica se torna exigível dos responsáveis
cambiários, nos termos das disposições aplicáveis. Seria absurdo que o
portador de um cheque não apresentado a pagamento o levasse a protesto
por falta de fundos ou o cobrasse executivamente dos obrigados sem que o
sacado tenha, antes, recusado o pagamento e nem certificado esse fato, que
pressupõe a apresentação bancária, que é manifestação típica, primária e
inata a que se obriga de modo implícito o beneficiário ou o portador final
(tradens) que, dando acolhida ao título, pretenda a realização de satisfação
normal pelo banco sacado.” (Paulo Restiffe Neto)
“O cheque é pagável à vista, isto é, contra sua apresentação ao Banco
sacado, sendo que seu pagamento depende da existência de fundos
disponíveis. Como o cheque é documento necessário para o exercício do
direito nele mencionado, sua apresentação ao Banco sacado é
imprescindível, uma vez que, sem ela, o cheque não poderá ser pago.
Portanto, o cheque só será pago havendo fundos disponíveis e se for
apresentado ao Banco sacado. Além disso, a apresentação há de ser feita
com o original, pelo que não vale qualquer cópia, por mais perfeita que seja,
mesmo autenticada. Não importa o valor do cheque. Pequeno ou grande terá
que ser apresentado ao sacado. (...) A apresentação é, assim: (...) ato
culminante, formal e obrigatório, específico e apropriado, exercitável pelo
titular (tradens) que se concretiza pela exibição do cheque, destinado à
realização normal da ordem incondicional, que traz implícita a solicitação de
pagamento à vista, conforme a natureza desse título quesível, a ser
efetuado pelo sacado, da quantia em dinheiro indicada pelo emitente no
próprio documento. O art. 33 não deixa dúvida ao complementar que ‘o
cheque deve ser apresentado para pagamento, (...)’.” (Wille Duarte Costa)

16.2. Ação de locupletamento ou de enriquecimento sem


causa

Embora decorrido o prescricional da ação cambial (ação de


execução), isso representa apenas a perda da pretensão executiva,
mas não significa a extinção do direito de receber o valor constante
do cheque.
“Prescrita a ação cambial executiva, pode o portador do cheque ajuizar
ainda a ação de locupletamento ou de enriquecimento ilícito, visando ao
recebimento do valor consignado no título. Trata-se de uma segunda ação,
posta à disposição do credor, a fim de evitar que o devedor do título de
crédito se enriqueça indevidamente.” (Marlon Tomazette)

Vamos organizar seus pontos mais importantes em uma tabela:


(i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv) objeto;
(v) procedimento; (vi) prescrição.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

157/314

Ponto Informações Relevantes

(i) impossibilidade de ajuizamento da


ação cambial; (ii) enriquecimento sem
causa do devedor; (iii) empobrecimento
do credor; (iv) nexo de causalidade
entre o empobrecimento de um e o
Pressupostos enriquecimento do outro.
“A ação de locupletamento é uma ação
secundária, isto é, ela só pode ser
ajuizada quando não for mais possível o
ajuizamento da ação cambial.” (Marlon
Tomazette)

“Pelos próprios requisitos elencados, vê-


se que a legitimidade ativa será daquele
que tem um prejuízo (empobrecimento)
pelo não pagamento do título, ou seja, o
Legitimidade Ativa credor do título. Ele poderá propor essa
ação justamente para tentar afastar o
prejuízo causado pela inadimplência e
pela perda do direito de ajuizar a ação
cambial.” (Marlon Tomazette)

O credor deverá ajuizar a ação contra o


emitente ou outros obrigados, que se
Legitimidade Passiva locupletaram injustamente com o não
pagamento do cheque (art. 61 da Lei nº
7.357/85).

Foro Competente Art. 46 do NCPC

Ressarcimento do prejuízo causado pelo


enriquecimento sem causa do devedor,
não se exigindo do credor a
comprovação da causa de emissão da
Objeto
cártula (STJ, REsp 926.312/SP, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em
20/09/2011, DJe 17/10/2011)

Procedimento Rito ordinário.

“Há também um prazo, dentro do qual a


ação poderá ser ajuizada, sob pena de
perda da pretensão. Especificamente
Prescrição para o cheque, tal prazo é de dois anos
contados da prescrição da ação cambial
(Lei n. 7.357/85 – art. 61). Reitere-se
que tal ação é subsidiária, vale dizer,
ela pode ser ajuizada depois que não for
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

158/314

mais possível usar a ação cambial e, por


isso, seu prazo prescricional só tem
início quando encerrado o prazo
prescricional da ação cambial.” (Marlon
Tomazette)
No mesmo sentido: STJ, AgRg no Ag
854.860/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA
GIUSTINA (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA
TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe
26/08/2010.

16.3. Ação causal (Ação de cobrança)

Além da ação cambial e da ação de locupletamento, há também


a ação causal (art. 62 da Lei nº 7.357/85) para recebimento do valor
do cheque.
Vamos organizar seus pontos mais importantes em uma tabela:
(i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) objeto; (iv) procedimento; (v)
prescrição.

Ponto Informações Relevantes

A ação é fundada na relação causal, isto


é, na causa de emissão ou de
negociação do cheque.
Pressupostos “O cheque, nesse caso, é apenas um
meio probatório da relação causal que
se quer ver adimplida.” (Marlon
Tomazette)

“Dado seu fundamento, a legitimidade


para tal ação coincidirá com a relação
causal, isto é, as partes da ação causal
serão as partes do negócio jurídico que
se quer ver cumprido. Aquele que
deixou de honrar sua obrigação será o
Legitimidade sujeito passivo da ação e aquele que
tem direito à prestação será o sujeito
ativo desta. O avalista não terá
qualquer responsabilidade ou
legitimidade para tal ação, uma vez que
ele não participa do negócio jurídico.”
(Marlon Tomazette)

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

159/314

Pagamento do valor do negócio jurídico


que deu origem ao título, sendo
imprescindível a comprovação da causa
Objeto de emissão da cártula (STJ, AgRg no
REsp 1104489/RS, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
10/06/2014, DJe 18/06/2014)

Procedimento Rito Ordinário.

“O prazo prescricional vai depender do


tipo de negócio que deu origem ao
título. Assim sendo, se o negócio
jurídico subjacente for um contrato de
prestação de serviços por professores, o
prazo prescricional será de cinco anos
(CC – art. 206, § 5º, II). Caso seja uma
compra e venda, que não possui prazo
Prescrição
específico no Código Civil, o prazo
prescricional será o prazo geral de dez
anos (CC – art. 205). Do mesmo modo,
o prazo será de um ano se o negócio
jurídico for uma hospedagem (CC – art.
206, § 1º, I). O prazo da ação causal
será sempre definido por cada negócio
jurídico.” (Marlon Tomazette)

Termo inicial da prescrição

Luiz Emygdio da Rosa Júnior Marlon Tomazette

“A nosso ver, porém, o prazo


prescricional vai se iniciar a partir do
momento em que é possível exigir o
cumprimento da obrigação subjacente,
ou seja, a partir do vencimento do
negócio jurídico que deu origem ao
título. Ora, tal ação não possui caráter
subsidiário. O art. 62 da Lei n. 7.357/85
O termo inicial ocorre com a prescrição estabelece que a emissão do cheque
da ação cambial (ação de execução) não exclui a ação fundada na relação
causal, logo, a ação já é possível
mesmo antes da prescrição da cambial.
Veja-se que o dispositivo diz que a
emissão não exclui a ação causal,
independentemente da prescrição da
pretensão executiva.” (Marlon
Tomazette). Aplicação analógica da
Súmula nº 503/STJ.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

160/314

16.3.1. Na ação causal (ação de cobrança)


fundamentada em cheque prescrito é necessário
mencionar qual o negócio jurídico que embasou a
emissão da cártula?

R: Neste caso, sim, conforme entendimento do SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
“(...) 1. Cheques que não estão sendo cobrados por meio da ação de
enriquecimento ilícito (art. 61 da Lei nº 7.357/1985) nem por meio de ação
monitória (Enunciado nº 299 da Súmula do STJ), mas por meio da ação de
cobrança prevista no art. 62 da Lei nº 7.357/1985. 2. Na ação de cobrança
prevista no art. 62 da Lei nº 7.357/1985 - hipótese dos autos - é
imprescindível a demonstração da causa debendi, não apenas porque o
cheque já perdeu sua natureza cambial, mas porque o referido dispositivo
legal é claro ao afirmar que tal ação deve ser 'fundada na relação causal'.
Precedentes. (...).” (STJ, AgRg no REsp 1.104.489/RS, Relator Ministro
Marco Buzzi, Quarta Turma, DJe de 18/6/2014)
“(...) 5. Prescrito o prazo para execução do cheque, o artigo 61 da Lei do
Cheque prevê, no prazo de 2 (dois) anos a contar da prescrição, a
possibilidade de ajuizamento de ação de locupletamento ilícito que, por
ostentar natureza cambial, prescinde da descrição do negócio jurídico
subjacente. Expirado o prazo para ajuizamento da ação por enriquecimento
sem causa, o artigo 62 do mesmo Diploma legal ressalva ainda a
possibilidade de ajuizamento de ação fundada na relação causal, a exigir,
portanto, menção ao negócio jurídico que ensejou a emissão do cheque. 6. A
jurisprudência desta Corte admite também o ajuizamento de ação monitória
(Súmula 299/STJ) com base em cheque prescrito, sem necessidade de
descrição da causa debendi, reconhecendo que a cártula satisfaz a exigência
da "prova escrita sem eficácia de título executivo", a que alude o artigo
1.102-A do CPC. 7. Recurso especial não provido.” (STJ, REsp
1190037/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 06/09/2011, DJe 27/09/2011)

16.4. Ação monitória

“É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.” (Súmula nº


299/STJ)

Prevista nos arts. 700/702 do NCPC, para ajuizamento da ação


monitória basta o título de crédito, prescrito ou não, já que p art. 785
do NCPC dispõe que a existência de título executivo extrajudicial não
impede a parte de optar pelo processo de conhecimento.
Vamos então organizar seus pontos mais importantes em uma
tabela: (i) pressupostos; (ii) legitimidade; (iii) foro competente; (iv)
objeto; (v) procedimento; (vi) prescrição.
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

161/314

Ponto Informações Relevantes

Prova escrita de dívida não paga e


mais: “[e]m ação monitória fundada em
cheque prescrito ajuizada contra o
emitente, é dispensável a menção ao
Pressupostos negócio jurídico subjacente à emissão
da cártula.” (Súmula nº 531/STJ)
Ademais, “É admissível a ação monitória
fundada em cheque prescrito.” (Súmula
nº 299/STJ)

Credor identificado na prova escrita da


Legitimidade Ativa
dívida.

Devedor direto identificado na prova


Legitimidade Passiva
escrita da dívida.

Foro Competente Art. 46 do NCPC

Pagamento do valor da dívida, sendo


dispensável a menção ao negócio
jurídico que deu causa à emissão do
cheque (Súmula nº 531/STJ), embora
Objeto
ele possa ser discutido em embargos à
execução, notadamente quando a
cártula não circulou ou foi dada em
garantia.

Procedimento Arts. 700/702 do NCPC.

“O prazo para ajuizamento de ação


monitória em face do emitente de
cheque sem força executiva é
Prescrição
quinquenal, a contar do dia seguinte à
data de emissão estampada na cártula.”
(Súmula nº 503/STJ)

16.4.1. Em ação monitória fundada em cheque, qual o


termo inicial da correção monetária e dos juros
moratórios?

R: Segundo o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:


- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

162/314

“(...) 1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art.
543-C do CPC/1973), é a seguinte: ‘Em qualquer ação utilizada pelo
portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da
data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da
primeira apresentação à instituição financeira sacada ou câmara de
compensação’. 2. No caso concreto, recurso especial não provido.” (STJ,
REsp 1556834/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 22/06/2016, DJe 10/08/2016)

Para melhor visualização:

Correção
Data da Emissão
Monetária
Cheque
Juros Moratórios 1ª Apresentação

16.4.1. O avalista possui legitimidade passiva para


figurar no polo passivo de demanda monitória de
título de crédito prescrito?

R: De acordo com o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:


“(...) 4. É firme a jurisprudência deste Tribunal Superior quanto à
ilegitimidade do avalista para responder por dívida inscrita em título de
crédito que sofreu a prescrição, salvo quando demonstrado seu
locupletamente ilícito, circunstância não aventada no caso. (...).” (STJ,
AgRg no REsp 1069635/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe 01/09/2014)
“(...) Na linha dos precedentes desta Corte, prescrito cheque, desaparece a
relação cambial e, em consequência o aval. Dessa forma, o avalista só
responde pela dívida se provado o seu locupletamento. (...).” (STJ, AgRg
no REsp 849.102/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe 02/09/2009)

Aliás, na linha desse entendimento jurisprudencial, os juristas


da II Jornada de Direito Comercial fixaram o entendimento de que
nem o endossante nem o avalista, do obrigado principal ou de
coobrigado, respondem pelo pagamento da obrigação, salvo em caso
de locupletamento indevido:

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

163/314

“Prescrita a pretensão do credor à execução de título de crédito, o


endossante e o avalista, do obrigado principal ou de coobrigado, não
respondem pelo pagamento da obrigação, salvo em caso de locupletamento
indevido.” (Enunciado nº 69 da II Jornada de Direito Comercial)

17. Modalidades de cheque

Algumas modalidades de cheques possuem características


próprias, que fazem incidir regras especiais, diversas das comumente
usadas para o cheque. Vejamos cada uma delas.

17.1. Cheque visado

Previsto no art. 7º da Lei nº 7.357/85, nesta categoria, o banco


sacado lança e assina no verso do título, declarando a existência de
fundos suficientes, no valor do título, os quais ficarão reservados para
a liquidação do cheque, pelo prazo para apresentação do título.
“Art. 7º da Lei nº 7.357/85. Pode o sacado, a pedido do emitente ou do
portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e
ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente,
datada e por quantia igual à indicada no título.
§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga
o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a
reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de
apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e
demais coobrigados.
§ 2º O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez
vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for
entregue para inutilização.”

Segundo MARLON TOMAZETTE:


“Em última análise, há a retirada do valor do cheque da conta do emitente
dando extrema segurança ao credor. O visto significa que existem fundos
disponíveis para cobrir o valor do cheque e que tais fundos não serão
utilizados para pagar outros cheques, durante o prazo de apresentação do
cheque visado, ainda que sejam apresentados antes. Após o prazo de
apresentação, se o cheque visado não foi apresentado, os valores serão
novamente creditados na conta do emitente. Para que haja o visto no
cheque, deve ocorrer sua apresentação ao sacado [banco] antes da
apresentação para pagamento. Tal apresentação poderá ser feita tanto pelo
emitente quanto pelo portador legítimo, exigindo-se, contudo, que o cheque
seja nominal e ainda não tenha circulado por endosso. Tal visto não elimina
a responsabilidade dos obrigados pelo cheque, é apenas um serviço que dá
mais segurança ao credor. Ao dar o visto, o banco não se torna devedor do
cheque visado, isto é, ele não pode ser executado com base no cheque. Se
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

164/314

ele falhar no bloqueio da quantia prevista no cheque, ele poderá ser


demandado por perdas e danos, mas nunca poderá ser executado com base
no cheque. Trata-se apenas de um serviço, e não da assunção de obrigação
no próprio título, vale dizer, o banco tem responsabilidade civil e funcional,
mas não cartular.” (Marlon Tomazette)

17.2. Cheque cruzado

Regulado pelos arts. 44 e 45 da Lei nº 7.357/85, o cheque


cruzado não poderá ser pago diretamente ao portador, isto é, não
pode ser “sacado na boca do caixa”.
“Em tal modalidade, o cheque só poderá ser pago a um banco ou a um
cliente do sacado, mediante crédito em conta (Lei n. 7.357/85 – art. 45).
Em outras palavras, o cheque tem que ser depositado. Caso seja depositado
em um banco diverso do sacado, o banco depositário receberá o cheque e
creditará os valores ao seu cliente. Caso seja depositado no mesmo banco
sacado, este efetuará o pagamento ao seu cliente, mediante crédito em
conta, mas nunca em dinheiro. Tal modalidade de cheque visa a dar uma
segurança maior tanto ao emitente quanto ao portador nos casos de furto,
roubo ou extravio do cheque. Pela obrigatoriedade do depósito, é difícil
imaginar que aquele que furtou o título o deposite. E, caso o faça, haverá a
sua identificação para eventuais medidas civis e penais.” (Marlon
Tomazette)

O cruzamento é feito por meio de 2 (dois) traços paralelos na


face do cheque, inseridos pelo emitente ou pelo portador, podendo
ser:
(i) em geral ou em branco: o cheque poderá ser depositado em
qualquer banco
(ii) especial ou em preto: o cheque deverá ser depositado no
banco indicado entre os traços paralelos da face do cheque

17.2.1. O cruzamento é retratável?

R: Não, em razão de expressa vedação legal:


“Art. 44, § 3º, da Lei nº 7.357/85. A inutilização do cruzamento ou a do
nome do banco é reputada como não existente.”

17.3. Cheque para ser levado em conta

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

165/314

Nessa modalidade (art. 46 da Lei nº 7.357/85), segundo


MARLON TOMAZETTE:
“(...) deverá ser inserida no cheque, pelo emitente ou pelo portador, uma
cláusula que denote que o cheque só poderá ser depositado. Não há
nenhuma fórmula solene, podendo-se dizer ‘para ser creditado em conta’,
‘para se levar em conta’ ou qualquer outra expressão equivalente.” (Marlon
Tomazette)

Uma vez inserida a cláusula, o banco (sacado) só poderá


efetuar o pagamento do cheque mediante lançamento contábil
(crédito em conta, transferência, compensação), não podendo pagá-
lo em dinheiro.
Assim como o cruzamento do que, não há possibilidade de
revogação de tal cláusula e, por isso, uma vez firmada no título, este
sempre será pago mediante lançamento contábil.
“Art. 46, § 1º, da Lei nº 7.357/85. A inutilização da cláusula é
considerada como não existente.”

MARLON TOMAZETTE ainda afirma que é possível definir a


conta em que o cheque será depositado:
“Mais que isso, pode-se até definir a conta em que o cheque será
depositado, afastando os riscos de furto, roubo ou extravio do documento.”
(Marlon Tomazette)

17.4. Cheque administrativo

No cheque administrativo, o emitente do cheque é o próprio


banco sacado, sendo tal modalidade usada pelas próprias instituições
financeiras para honrar suas obrigações e também pelos particulares
para dar mais segurança às suas transações.
“Nesse caso, há uma espécie de compra do cheque administrativo, que será
entregue aos credores, dando-lhes mais segurança, uma vez que é difícil
imaginar que um banco não tenha fundos disponíveis para quitar o cheque.
Os particulares comparecem ao banco e pedem a emissão de um cheque
pelo próprio banco. Este, por sua vez, transfere os valores da conta do
interessado para outra conta de sua titularidade e entrega a ele o cheque no
valor respectivo. Obviamente, há ainda a cobrança de uma taxa pelo serviço
prestado.” (Marlon Tomazette)

17.5. Cheque especial

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

166/314

O cheque especial não está previsto na Lei n. 7.357/85 e, nessa


categoria, o sacado (banco), mediante um contrato de abertura de
crédito (espécie de contrato bancário), abre uma linha de crédito,
facultando o uso desse crédito pelo correntista.

17.6. Cheque de viagem

O cheque de viagem ou traveller’s check representa um


instrumento de troca de moeda:
“(...) são cheques que podem ser sacados em estabelecimentos no exterior,
quando o emitente estiver em viagem. Em tal modalidade, há um seguro
que garante o interessado no caso perda, furto ou roubo do título. Para tal
modalidade, há o depósito em uma instituição nacional dos valores, em
moeda nacional, equivalentes aos valores pretendidos em moeda
estrangeira, acrescidos de uma taxa de remuneração pelos serviços
prestados. À luz dos valores depositados, a instituição entrega ao
interessado um cheque em moeda estrangeira passível de desconto no
exterior. Deve haver duas assinaturas no corpo do cheque: uma quando o
recebe no banco, outra para o desconto no exterior. Tal exigência é uma
garantia de autenticidade para quem vai pagar o cheque, uma vez que será
possível verificar a identidade do beneficiário.” (Marlon Tomazette)

18. Cheque pós-datado

Por conta do art. 32 da Lei nº 7.357/85, o cheque sempre é


pagável à vista. Assim sendo, o credor desse título poderá exigir o
seu pagamento assim que ele for apresentado ao banco sacado.
Essa característica dificultava o uso do cheque para negócios
com pagamento a prazo, uma vez que não há a possibilidade de
estabelecer um vencimento para o cheque, mas apenas a data de sua
emissão. Ou seja, como se trata de um título vinculado não há
espaço disponível no modelo da cártula para apontamento de uma
data de vencimento, há espaço apenas para se colocar a data de sua
emissão. Além disso, para pagamentos parcelados, seria necessário
procurar o emitente periodicamente para que ele emitisse um novo
título para o pagamento da parcela.
Para contornar essas dificuldades e aproveitar a eficiência e a
praticidade do cheque, a praxe criou a figura do cheque pós-datado,
entendido como um cheque no qual as partes ajustam uma
apresentação ao sacado (banco) apenas a partir de certa data.

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

167/314

Isto é, embora a data de emissão constante do cheque


represente a realidade, o emitente adiciona, de forma manuscrita,
expressão como “bom para” (ou equivalente) junto à outra data,
posterior à data da emissão, combinando com portador que a
apresentação da cártula ao sacado (banco) apenas ocorra a partir
dessa segunda data.

18.1. Qual a nomenclatura correta? “Pré-datado” ou


“pós-datado”?

R: Embora conhecido como cheque “pré-datado”, a maior parte da


doutrina prefere o uso da expressão “pós-datado”, como aponta
MARLON TOMAZETTE:
“(...) Luiz Emygdio da Rosa Júnior assevera que no cheque pós-datado se
apõe uma data futura e no cheque pré-datado se apõe uma data anterior.
Haveria uma distinção entre os termos e, por isso, o que se tem na prática é
o cheque pós-datado, isto é, um cheque com data futura combinada para
apresentação. Em contrapartida, Wille Duarte Costa sustenta que ‘pré-
datado e pós-datado são expressões com o mesmo significado. Alguns
autores e alguns julgados não fazem a menor distinção entre elas. No
entanto, é mais usada a expressão pré-datado, significando dizer que a data
consignada no cheque como de emissão é posterior ao real dia da emissão’.
Caub Feitosa Freitas e Sérgio Carlos Covello também usam as duas
terminologias indistintamente. A nosso ver, não há maiores problemas na
terminologia adotada. Ao se falar em cheque pré-datado, quer-se dizer que
a data combinada foi inserida antes do dia em que o cheque deveria ser
efetivamente emitido. De outro lado, a pós-datação significaria a inserção de
uma data posterior à da efetiva emissão do título.” (Marlon Tomazette)

18.2. Legalidade da pós-datação

No Brasil, a pós-datação do cheque não possui autorização


legal; ao contrário, o art. 32 da Lei nº 7.537/85 é claro ao dispor que
o cheque é pagável à vista, considerando-se não escrita qualquer
menção em contrário.
Ou seja, o banco (sacado) deverá pagar o cheque que possua
fundos quando ele lhe for apresentado, sendo irrelevante para
instituição financeira a pós-datação.
Contudo, a disposição contida no art. 32 da Lei nº 7.357/85 se
dirige ao sacado (banco) apenas, e não ao emitente e ao portador

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

168/314

“Estes têm ampla liberdade de combinar a apresentação do cheque apenas a


partir de certa data, isto é, pela autonomia privada eles podem celebrar
entre si um acordo para apresentação futura do cheque. Não há qualquer
vedação legal dessa combinação, o que demonstra a sua legitimidade. Em
outras palavras, a pós-datação não produz qualquer efeito no banco
[sacado], por expressa proibição legal. Entretanto, tal combinação é
perfeitamente válida e vincula as partes que assim ajustaram. A pós-datação
não altera o vencimento do cheque, mas gera efeitos obrigacionais entre as
partes.” (Marlon Tomazette)

18.3. Natureza jurídica do cheque pós-datado

A pós-datação do cheque não afeta a natureza jurídica


cambiária do título, ele continua a admitir endosso, aval e todos os
institutos cambiários, inclusive a ação cambial (execução).
Por outro lado, na pós-datação, passa a existir também um
contrato entre o emitente e o tomador (beneficiário), pelo qual o
beneficiário assume a obrigação de não apresentar o cheque antes da
data combinada. Tal contrato vale entre as partes, não produzindo
efeitos no sacado.
“Em suma, o cheque pós-datado envolve duas figuras distintas: um cheque
e um contrato. Trata-se de um cheque como outro qualquer, na medida em
que a pós-datação não desnatura sua condição de título de crédito,
permitindo inclusive a execução do valor ali consignado. A tal condição deve-
se acrescer o contrato firmado entre o emitente e o beneficiário, pelo qual
este tem a obrigação de não apresentar o cheque antes da data combinada.”
(Marlon Tomazette)

18.4. A pós-datação do cheque interfere no prazo de


apresentação? E no prazo prescricional para ação
cambial (ação de execução)?

R: Segundo o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, a pós-datação


não interfere nem no prazo de apresentação do cheque, nem no
prazo prescricional para ação cambial (ação de execução):
“(...) 1. O cheque é ordem de pagamento à vista a ser emitida contra
instituição financeira (sacado), para que, pague ao beneficiário determinado
valor, conforme a suficiência de recursos em depósito, não sendo
considerada escrita qualquer cláusula em contrário, conforme dispõe o art.
32 da Lei n. 7.357/85 2. Cheque pós-datado. Modalidade consagrada pela
prática comercial. Dilação do prazo de apresentação. Impossibilidade. A pós-
datação da cártula não altera as suas características cambiariformes. O
ajuste celebrado não tem o condão de modificar preceito normativo
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

169/314

específico de origem cambial, sob pena de descaracterizar o título de


crédito. 3. Nos termos dos arts. 33 e 59 da Lei n. 7.357/85, o prazo
prescricional para propositura da ação executiva é de 6 (seis) meses, a
partir do prazo de apresentação que, por sua vez, é de 30 (trinta) dias, a
contar do dia da emissão, quando sacado na praça em que houver de ser
pago. 4. A alteração do prazo de apresentação do cheque pós-datado,
implicaria na dilação do prazo prescricional do título, situação que deve ser
repelida, visto que infringiria o artigo 192 do Código Civil. Assentir com a
tese exposta no especial, seria anuir com a possibilidade da modificação
casuística do lapso prescricional, em razão de cada pacto realizado pelas
partes. (...).” (STJ, AgRg no Ag 1159272/DF, Rel. Ministro VASCO
DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS),
TERCEIRA TURMA, julgado em 13/04/2010, DJe 27/04/2010)
“(...) 3. Ainda que a emissão de cheques pós-datados seja prática
costumeira, não encontra previsão legal. Admitir-se que do acordo
extracartular decorra a dilação do prazo prescricional, importaria na
alteração da natureza do cheque como ordem de pagamento à vista e na
infringência do art. 192 do CC, além de violação dos princípios da
literalidade e abstração. Precedentes. 4. O termo inicial de contagem do
prazo prescricional da ação de execução do cheque pelo beneficiário é de 6
(seis) meses, prevalecendo, para fins de contagem do prazo prescricional de
cheque pós-datado, a data nele regularmente consignada, ou seja, aquela
oposta no espaço reservado para a data de emissão. (...).” (STJ, REsp
1068513/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 14/09/2011, DJe 17/05/2012)

No entanto, embora mantendo o mesmo entendimento, o


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA passou a diferenciar duas
situações:
(a) pós-datação extracartular: o cheque possui duas datas, a
data da emissão e, em seguida, outra data posterior ao lado de
expressões como “bom p/”;
(b) pós-datação cartular: o cheque possui apenas uma data no
campo data da emissão. No entanto, a referida data de emissão, na
verdade, já representa uma pós-datação. Ou seja, o emitente utiliza
o campo da data da emissão para pós-datação, ele coloca nesse
campo data posterior a real data de emissão, “escondendo” a pós-
datação.
A pós-datação extracartular segue o entendimento acima e não
interfere nem no prazo de apresentação do cheque, nem no prazo
prescricional para ação cambial (ação de execução).
Por sua vez, a pós-datação cartular interefere no prazo de
apresentação do cheque e no prazo prescricional para ação cambial
(ação de execução), porquanto, para todos os fins, seria real data de
emissão (embora “esconda” uma pós-datação):

- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Cheque -

170/314

“(...) 1. As teses a serem firmadas, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015


(art. 543-C do CPC/1973), são as seguintes: a) a pactuação da pós-datação
de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à
instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão estampada no
campo específico da cártula; (...). [Trecho do corpo do acórdão:]
Dessarte, a pós-datação extracartular (v.g., a cláusula ‘bom para’) tem
existência jurídica, pois a lei não nega validade à pactuação - que terá
consequência de natureza obrigacional para os pactuantes (tanto é assim
que a Súmula 370⁄STJ orienta que enseja dano moral a apresentação
antecipada de cheque) -, mas restringe a autonomia privada, ao estabelecer
que, se não constar no campo próprio referente à data de emissão, não terá
eficácia para alteração do prazo de apresentação. Não se desconhece, pois,
a existência do costume relativo à emissão de cheque pós-datado, todavia a
pactuação extracartular é ineficaz, não podendo operar os efeitos almejados
pelo recorrente, no tocante à dilação do prazo de apresentação da cártula.
(...) Ademais, como a lei especial de regência estabelece que o prazo
prescricional para a perda da pretensão para a execução cambial do título
deve ser contado a partir da data de emissão constante do campo próprio da
cártula, a alteração casuística (extracartular) do prazo de apresentação do
cheque pós-datado implicaria a dilação do prazo prescricional do título (que
se conta a partir da data estampada como de emissão), situação que deve
ser repelida, visto que infringiria o artigo 192 do Código Civil. (...) ” (STJ,
REsp 1423464/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe 27/05/2016)

18.5. E se o tomador/beneficiário apresentar o cheque


pós-datado antes do combinado? E se o endossatário
fizer isso?

R: Segundo o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, o desrespeito ao


combinado entre emitente e tomador/beneficiário gera dano moral:
“Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.”
(Súmula nº 370/STJ)

Por outro lado, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já se


manifestou no sentido de que o endossatário de boa-fé não pode ser
responsabilizado por eventuais danos decorrentes da apresentação
antecipada:
“(...) 3. O contrato confere validade à obrigação entre as partes da relação
jurídica original, não vinculando ou criando obrigações para terceiros
estranhos ao pacto. Por isso, a avença da pós-datação extracartular, embora
não tenha eficácia, traz consequências jurídicas apenas para os contraentes.
4. Com efeito, em não havendo ilicitude no ato do réu [endossatário], e não
constando na data de emissão do cheque a pactuação, tendo em vista o
princípio da relatividade dos efeitos contratuais e os princípios inerentes aos
títulos de crédito, não devem os danos ocasionados em decorrência da
apresentação antecipada do cheque ser compensados pelo réu, que não tem
legitimidade passiva por ser terceiro de boa-fé, mas sim pelo contraente que
- Cheque –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

171/314

não observou a alegada data convencionada para apresentação da cártula.


5. Recurso especial provido.” (STJ, REsp 884.346/SC, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 06/10/2011, DJe
04/11/2011)
“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REGRESSO. CHEQUE PÓS-DATADO.
ENDOSSO. TERCEIRO. DESCONTO ANTES DA DATA COMBINADA. RECURSO
IMPROVIDO. 1.- A relação jurídica subjacente a emissão do cheque não pode
ser oponível ao endossatário que se presume terceiro de boa-fé, ao tomar a
cártula por meio do endosso, ressalvada a possibilidade de confirmação da
má-fé por parte deste. (...).” (STJ, REsp 1169414/RJ, Rel. Ministro
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe
13/10/201111)

Duplicata

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Lei nº 5.474/68 Arts. 1º/25.

Lei nº 13.775/1812 Arts. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 10 e 12.

2. Introdução e origem da duplicata

A duplicata é um título de crédito criado pelo direito brasileiro,


prevista inicialmente no art. 219 do Código Comercial, mas utilizado
efetivamente a partir da Lei nº 5.474/68, que a dividiu em duas
espécies: (a) duplicata mercantil e (b) duplicata de serviços.
Segundo MARLON TOMAZETTE:
“A duplicata é, em síntese, um título de crédito emitido por seu credor
originário, com base em uma fatura, para documentar o crédito originado de
uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços. Veja-se

11
Observação: o precedente AgInt no AREsp 1117318/SP (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe 06/11/2017) não representa alteração do entendimento acima,
pois reconhece a existência de pós-datação cartular e ainda foi utilizada a Súmula nº 7/STJ para ser
negado provimento ao recurso.
12
Esta lei foi sancionada em 20.12.2018, tendo vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias, de modo que
só passa a viger em abril de 2019.
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

172/314

que é um título que pode ser criado pelo próprio credor, para representar o
seu crédito, nos contratos de compra e venda mercantil e prestação de
serviços. E esse é o único título que ele pode criar para tais operações (Lei
n. 5.474/68 – art. 2º).” (Marlon Tomazette)

2.1. É possível utilizar outros títulos de crédito em


contratos de compra e venda mercantil e prestação de
serviços?

R: Sim.
“A nosso ver, porém, nada impede que o devedor emita cheques ou notas
promissórias para o mesmo fim, uma vez que não são títulos criados pelo
credor. O que se impede é a criação de outro título pelo credor para
representar o crédito decorrente de tais operações. Em razão de sua criação
pelo credor, a estrutura da duplicata é o de uma ordem de pagamento, e
não uma promessa.” (Marlon Tomazette)

3. Partes

Na duplicata, a princípio, o credor (sacador) dá uma ordem ao


devedor para que o devedor (sacado) pague o valor devido a ele
mesmo (tomador/beneficiário), ou seja, é uma estrutura similar a de
uma letra de câmbio, mas o sacador e o beneficiário são a mesma
pessoa.
“Pensando em termos contratuais, o sacador será o vendedor ou prestador
de serviços e o sacado será o comprador ou aquele que recebeu os serviços.
Em suma, nesse título, o vendedor dá uma ordem ao comprador para que
ele pague ao próprio vendedor o preço estabelecido para o contrato em
questão.” (Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Na duplicata, o credor duplica sua presença na relação cambial,


figurando, ao mesmo tempo, como sacador e tomador/beneficiário.

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

173/314

3.1. O sacador pode ser devedor da duplicata?

R: Embora o art. 15, § 1º, da Lei nº 5.474/68 fale na execução do


sacador, é certo que esta não é possível na duplicata, uma vez que o
sacador é o credor original do título. De fato, quando ele cria o título,
o faz em proveito próprio.
No entanto, o sacador poderá ser cobrado pelo pagamento da
duplicata se endossar o título e na condição de endossante se tornar
devedor.

4. A duplicata como título causal

A duplicata é um título de crédito causal, visto que há uma


estreita vinculação ao negócio jurídico que lhe deu origem (compra e
venda ou uma prestação de serviços).
“Não se trata de mera ligação a uma causa, pois todo título de crédito tem
uma causa. Nos títulos causais, esta [causa] emerge do título, vale dizer, a
causa é conhecida por todos, pois é mencionada no próprio documento.”
(Marlon Tomazette)

Em razão desse vínculo expresso, o tomador/beneficiário da


duplicata tem conhecimento da causa subjacente ao saque do título
e, por isso, pode ser afetado por esse negócio jurídico.
“Assim, caso o credor de um título [duplicata] venha a cobrar o sacado
[devedor] (que assumiu obrigação), este poderá invocar exceções ligadas ao
negócio jurídico que deu origem ao título. Se o contrato não foi devidamente
cumprido, a exceção do contrato não cumprido poderá ser invocada para o
não pagamento do próprio título.” (Marlon Tomazette)

Entretanto, se a duplicata circulou por conta de endosso, o


novo credor (endossatário) já não é mais aquele (sacador) que
participou do negócio jurídico que deu origem à cártula, ou seja, o
novo credor (endossatário) não é o sacador da duplicata.
Nessa situação, exigir que o credor de boa-fé verifique o
negócio jurídico seria contradizer a proteção da aparência e a
celeridade inerente aos negócios empresariais.
“Assim, pode-se afirmar que, embora seja eminentemente causal, a
duplicata poderá se tornar um título abstrato, não sendo oponíveis ao credor
de boa-fé exceções ligadas ao negócio jurídico subjacente.” (Marlon
Tomazette)

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

174/314

A abstração, portanto, tem por pressuposto a circulação do


título por meio de endosso e o aceite da duplicata como aponta
MARLON TOMAZETTE:
“Todavia, o endosso não é suficiente para dar abstração à duplicata (...).
Com efeito, o endosso faz surgir uma obrigação abstrata que é a do
endossante [antigo credor], mas não desvincula o título da sua causa, uma
vez que ela está expressamente vinculada a um contrato de compra e venda
mercantil ou de prestação de serviços. Em razão dessa vinculação, cria-se
para o terceiro [endossatário], que recebe a duplicata, o dever de verificar
se o negócio foi devidamente cumprido, para a eventual cobrança do sacado
[devedor] (que assuma alguma obrigação) e seus avalistas. Ocorre que tal
dever poderá ser afastado, se o próprio teor do título denotar que o negócio
jurídico foi devidamente cumprido, isto é, se houver aceite. Ora, ao dar o
aceite, o sacado [devedor] se vincula como devedor principal do título e
reconhece sua obrigação contratual, a qual só surgiria com o cumprimento
da obrigação pelo sacador [credor original] (vendedor ou prestador dos
serviços). Mesmo que tal negócio ainda não tenha sido efetivamente
cumprido, é certo que a aparência dada pelo aceite é digna de proteção.
Assim, o credor fica desobrigado de verificar a regularidade do negócio
jurídico subjacente e, consequentemente, fica imune às exceções ligadas ao
negócio jurídico.
(...) Em suma, o aceite e o endosso da duplicata são capazes de afastar a
sua causalidade. (...) O credor de boa-fé de duplicata aceita não poderá ser
afetado por questões ligadas ao negócio jurídico subjacente.” (Marlon
Tomazette)

Ou seja:

Aceite do Sacado
Duplicata Título Causal
(devedor)

Inoponibilidade de
exceções pessoais
Endosso Título Abstrato
ao endossatário
(novo credor)

Aplicando esse entendimento, já se manifestou o SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
“(...) Conquanto a duplicata mercantil seja causal na emissão, a circulação -
após o aceite do sacado, ou, na sua falta, pela comprovação do negócio
mercantil subjacente e o protesto - rege-se pelo princípio da abstração [da
autonomia, na verdade], desprendendo-se de sua causa original, sendo, por
isso, inoponíveis exceções pessoais a terceiros de boa-fé, como a ausência
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

175/314

da prestação de serviços ou a entrega das mercadorias compradas. (...).”


(STJ, REsp 1315592/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 29/08/2017, DJe 31/10/2017)
“RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA.
ACEITE. TEORIA DA APARÊNCIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DAS
MERCADORIAS. EXCEÇÃO OPOSTA A TERCEIROS. PRINCÍPIO DA
AUTONOMIA DAS CAMBIAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. Ainda que a duplicata
mercantil tenha por característica o vínculo à compra e venda mercantil ou
prestação de serviços realizada, ocorrendo o aceite - como verificado nos
autos -, desaparece a causalidade, passando o título a ostentar autonomia
bastante para obrigar a recorrida ao pagamento da quantia devida,
independentemente do negócio jurídico que lhe tenha dado causa; 2. Em
nenhum momento restou comprovado qualquer comportamento inadequado
da recorrente, indicador de seu conhecimento quanto ao descumprimento do
acordo realizado entre as partes originárias; 3. Recurso especial provido.”
(STJ, REsp 668.682⁄MG, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA,
QUARTA TURMA, julgado em 13⁄02⁄2007, DJ 19⁄03⁄2007, p. 355)
“(...) 1. A causalidade da duplicata reside apenas na sua origem, mercê do
fato de somente poder ser emitida para a documentação de crédito nascido
de venda mercantil ou de prestação de serviços. Porém, a duplicata
mercantil é título de crédito, na sua generalidade, como qualquer outro,
estando sujeita às regras de direito cambial, nos termos do art. 25 da Lei nº
5.474⁄68, ressaindo daí, notadamente, os princípios da cartularidade,
abstração, autonomia das obrigações cambiais e inoponibilidade das
exceções pessoais a terceiros de boa-fé. (...) 3. Com efeito, a ausência de
entrega da mercadoria não vicia a duplicata no que diz respeito a sua
existência regular, de sorte que, uma vez aceita, o sacado (aceitante)
vincula-se ao título como devedor principal e a ausência de entrega da
mercadoria somente pode ser oponível ao sacador, como exceção pessoal,
mas não a endossatários de boa-fé. Há de ser ressalvado, no caso, apenas o
direito de regresso da autora-reconvinda (aceitante), em face da ré
(endossante), diante do desfazimento do negócio jurídico subjacente. 4.
Recurso especial parcialmente conhecido e, na extensão, provido.” (STJ,
REsp 261.170⁄SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 04⁄08⁄2009, DJe 17⁄08⁄2009)

Por fim, vejam que a circulação da duplicata não impede que o


sacado (devedor) comprove a existência de vícios formais da cártula
(ex.: falta de causa subjacente para extração da duplicata),
notadamente quando não há aceite nem prova da concretização da
compra e venda mercantil ou prestação de serviços:
“(...) O ordenamento jurídico veda, em regra, a oposição de exceções
pessoais a terceiro portador do título de boa-fé. Contudo, por ser a duplicata
um título denominado ‘causal’, exigindo, para sua emissão, lastro em
compra e venda mercantil ou prestação de serviços, e que depende da
aceitação do sacado [devedor] ou do protesto - com demonstração do
negócio preexistente-, não se pode vedar a quem figura indevidamente em
duplicata como sacado [devedor], a arguição de apontado vício formal
intrínseco, conducente à inexigibilidade da duplicata. (...).” (STJ, REsp

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

176/314

830.657/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,


julgado em 19/05/2011, DJe 26/05/2011)

5. Legislação aplicável

A duplicata possui uma lei própria: Lei nº 5.474/68. No


entanto, essa legislação possui poucos dispositivos, não sendo
suficiente para disciplinar integralmente a matéria.
Em razão disso, a própria Lei nº 5.474/68, em seu art. 25,
determina que devem ser aplicados à duplicata e à triplicata, no que
couber, os dispositivos da legislação sobre emissão, circulação e
pagamento das letras de câmbio.
“Em outras palavras, as duplicatas são regidas também pela legislação das
letras de câmbio, no que não contrariar a legislação específica. Assim,
vemos que as duplicatas são regidas primariamente pela Lei n. 5.474/68,
mas também, no que não contraria a lei específica, pela Lei Uniforme de
Genebra (LUG). Além disso, nas omissões e reservas da LUG, vale ainda o
Decreto n. 2.044/1908 em relação às duplicatas. Igualmente, aplicam-se às
duplicatas normas posteriores que tratem de assuntos ligados ao título,
como a Lei n. 9.492/97, sobre o protesto” (Marlon Tomazette)

6. Procedimento de emissão da duplicata

A duplicata é um título emitido pelo credor original (sacador)


para documentar o crédito oriundo de uma operação de compra e
venda mercantil ou de prestação de serviços, tendo o seguinte
procedimento:

Contrato de A fatura é um meio de prova da


compra e venda realização de uma compra e venda ou
mercantil ou de uma prestação de serviços, mas
Emissão de fatura
Contrato de não é uma duplicata, embora seja
prestação de essencial para o saque desse título de
serviços crédito

“Há que se ressaltar que não se trata [a duplicata] de uma cópia da


fatura, que é um mero documento probatório, mas de um título de
Da fatura pode-se crédito extraído com base na fatura. Esta é apenas um pressuposto de
emissão da duplicata, mas não se confunde com ela, que incorpora o
extrair uma próprio direito de crédito decorrente dos contratos de compra e venda
duplicata mercantil e de prestação de serviços. Embora não se confunda com a
fatura, é certo que a duplicata sempre terá origem em uma (...)..”
(Marlon Tomazette)

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

177/314

No que tange à fatura, já pontuou o SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA que:
“(...) 2. A fatura consiste em nota representativa de contratos de compra e
venda mercantis ou de prestação de serviços, devendo haver, entre outras
identificações, a discriminação das mercadorias vendidas e dos preços
negociados e a menção à natureza dos serviços prestados. Pode, ainda,
conter somente a indicação dos números e valores das notas parciais
expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias
(arts. 1º, caput e § 1º, e 20 da Lei nº 5.474/1968). (...).” (STJ, REsp
1356541/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 05/04/2016, DJe 13/04/2016)

Nessa linha, destaco ainda que a fatura não é a mesma coisa


que nota-fiscal, embora uma duplicata também possa ser extraída
dessa última, desde que na condição de nota fiscal-fatura:
“(...) 2. A Lei das Duplicatas, em seu art. 2º, determina que a emissão de
uma duplicata dá-se com base em uma Nota-Fatura, ou, ainda, com base no
Convênio de Criação do Sistema Nacional Integrado de Informações
Econômico-Fiscais, em seu art. 19, § 7º, permite-se que a Nota Fiscal possa
servir como fatura, desde que contenha todos os elementos necessários,
passando a ser denominada Nota Fiscal-Fatura. (...) 4. É defeso, pela Lei das
Duplicatas, a emissão de duplicata, com base em qualquer outro documento
que não seja uma Nota-Fatura ou uma Nota Fiscal-Fatura. (...).” (STJ,
AgRg no AREsp 568.983/PE, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Fatura Emitida, Duplicata Extraída = FEDEX. Lembre-se, então, que


a fatura sempre vem primeiro.

6.1. A duplicata deve ser extraída no momento de


emissão da fatura?

“Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68. No ato da emissão da fatura, dela


poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial,
não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para
documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.”

R: Pelo teor do caput art. 2º da Lei nº 5.474/68, parece que a


duplicata deveria ser extraída no momento da emissão da fatura. No
entanto, conforme aponta MARLON TOMAZETTE:

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

178/314

“(...) tal interpretação literal não pode prevalecer. A intenção do legislador


foi estabelecer que para emitir uma duplicata é preciso emitir uma fatura.
Assim, nada impede que a duplicata seja criada logo após a emissão da
fatura ou mesmo posteriormente, mas nunca antes. Não há qualquer sanção
para a emissão posterior da duplicata, demonstrando a possibilidade dessa
prática.” (Marlon Tomazette)

7. Requisitos legais

O art. 2º, § 1º, da Lei nº 5.474/68 enumera os requisitos


essenciais para que o documento seja considerado uma duplicata:

Denominação “duplicata” (cláusula cambial)

Data de sua emissão


Requisitos Essenciais da Duplicata

Número de ordem

Número da fatura

Data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista

Nome e domicílio do vendedor e do comprador

Importância a pagar, em algarismos e por extenso

Praça de pagamento

Cláusula à ordem

Declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser


assinada pelo comprador, como aceite, cambial

Assinatura do emitente

A partir desses requisitos, podemos montar a seguinte


duplicata:

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

179/314

7.1. A especificação da data do vencimento da duplicata


é, de fato, requisito essencial?

R: Há divergência.

Arnaldo Rizzardo Wille Duarte Costa, Luiz Emygdio da


Rosa Júnior e Marlon Tomazette

NÃO SIM

A ausência de especificação do
vencimento inviabiliza que o título seja
considerado uma duplicata, não se
No silêncio, o título seria exigível à aplicando a presunção de vencimento à
vista, mantendo sua natureza jurídica vista no caso de silêncio do título, pois o
de duplicata. texto da lei é claro no sentido de que
deve constar do título a indicação da
data do vencimento ou a declaração de
ser à vista.

7.2. O aceite é requisito essencial da duplicata?

R: Não, o requisito essencial não é o aceite, mas apenas a declaração


para fins de futuro aceite, ou seja, deve ser impresso no título um
campo próprio para o futuro aceite.
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

180/314

8. Aceite

Como pontuado, não se exige para a existência e validade da


duplicata a assinatura do comprador (aceite). E, assim como na letra
de câmbio, se o comprador (sacado) não assina o título, ele não
assume nenhuma obrigação cambiária.
De qualquer modo, realizada a compra e venda mercantil (ou a
prestação de serviços), emite-se a fatura e, em seguida, extrai-se a
duplicata, devendo o sacador (vendedor/prestador de serviços), por
si ou por intermediários, apresentar/remeter a duplicata ao
comprador (sacado) para que ele a assine, ou seja, dê o aceite.
Apresentada ou remetida a duplicata, o comprador (sacado)
deve assiná-la e devolvê-la no prazo de 10 (dez) dias, ou apresentar
as razões pelas quais não vai assiná-la, no mesmo prazo (art. 7º da
Lei nº 5.474/68).
No entanto, como a duplicata é extraída de uma fatura que, por
sua vez, decorre de um contrato, o comprador (sacado), mesmo que
não aceite a cártula, permanece como devedor da relação contratual.
“Em outras palavras, por meio do aceite ele pode tornar sua obrigação
contratual uma obrigação cambial. Em síntese, com aceite ele é devedor
principal do título, sem aceite ele é um mero nome indicado, não tendo
qualquer obrigação cambial.” (Marlon Tomazette)

E essa declaração cambial segue regras muito parecidas às da


letra de câmbio, com as seguintes peculiaridades: (a)
obrigatoriedade do aceite; (b) recusa do aceite; (c) existência de
formas diferentes de prestar o aceite.

8.1. Obrigatoriedade do aceite

O regime jurídico do aceite na letra de câmbio é diferente do da


duplicata.

Aceite na Letra de Câmbio Aceite na Duplicata

Aceite é facultativo Aceite é obrigatório

“Na letra de câmbio, o aceite “Nas duplicatas, há um regime diferenciado, na


é facultativo. Quer dizer, em medida em que o título documenta
nenhuma hipótese o sacado é necessariamente uma obrigação originada de um

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

181/314

obrigado a aceitar o título. contrato de compra e venda mercantil ou de


Mesmo que ele seja devedor prestação de serviços. Ora, se o contrato foi
do sacador, ou do tomador, regularmente cumprido, isto é, se a obrigação
em razão de negócio ou ato decorrente dele nasce regularmente, não há
jurídico que os vincule, o motivo para o devedor do contrato deixar de
sacado não está obrigado a aceitar a duplicata, pois a obrigação já existe em
documentar sua dívida por função do contrato. Nas duplicatas, o aceite seria
um título de crédito.” (Fábio apenas a transformação de uma obrigação
Ulhoa Coelho) contratual em obrigação cambial, ou seja, se
existir a obrigação contratual, o sacado [devedor]
tem o dever de dar o aceite. Não será uma
obrigação nova, mas apenas a confirmação de uma
obrigação já existente. Diante disso, afirma-se que
o aceite na duplicata é obrigatório, porquanto só
pode ser recusado nas hipóteses previstas na lei
(arts. 8º e 21 da Lei n. 5.474/68).” (Marlon
Tomazette)
“O aceite da duplicata é obrigatório porque, se não
há motivos para a recusa das mercadorias
enviadas pelo sacador, o sacado se encontra
vinculado ao pagamento do título, mesmo que não
o assine.” (Fábio Ulhoa Coelho)

8.2. Recusa do aceite

Embora o aceite seja obrigatório, poderá ser recusado, no caso


de problemas na execução do contrato, cujo crédito é documentado
pelo título.
“Art. 8º da Lei nº 5.474/68. O comprador só poderá deixar de aceitar a
duplicata por motivo de: I - avaria ou não recebimento das mercadorias,
quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; II - vícios,
defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias,
devidamente comprovados; III - divergência nos prazos ou nos preços
ajustados.”
“Art. 21 da Lei nº 5.474/68. O sacado poderá deixar de aceitar a
duplicata de prestação de serviços por motivo de: I - não correspondência
com os serviços efetivamente contratados; II - vícios ou defeitos na
qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados; III -
divergência nos prazos ou nos preços ajustados.”

8.2.1. Questões de Prova Oral

Magistratura Estadual

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

182/314

QPO. Magistratura – TJ-GO – Ano: 2010. Em quais hipóteses pode-se deixar de


aceitar a duplicata?

R: O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo


de: avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não
expedidas ou não entregues por sua conta e risco; vícios, defeitos e
diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias,
devidamente comprovados; divergência nos prazos ou nos preços
ajustados; não correspondência com os serviços efetivamente
contratados; vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados,
devidamente comprovados.

8.3. Formas de prestar o aceite

A Lei nº 5.474/68 admite algumas formas especiais de aceite,


vejamos cada uma delas:

O sacado, de próprio punho ou por meio de procurador com poderes especiais, assina
a duplicata no anverso (frente), em campo próprio destinado ao reconhecimento da
exatidão da duplicata e a assunção da obrigação.
Aceite Como o título já nasce nas mãos do credor, para que ocorra o aceite é essencial que a
Comum/Ordinário duplicata seja apresentada ao sacado (devedor). Portanto, realizada a compra e
venda (ou prestado o serviço contratado), emitida a fatura e extraída a duplicata,
deve o vendedor (sacador), por si ou por intermediários, apresentar a duplicata ao
comprador (sacado) para que ele a aceite.
Em várias situações, o sacado (devedor), não obstante o cumprimento regular do
contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços, recusa-se a apor
seu aceite assinando a duplicata. Atento a tal fato, a Lei nº 5.474/68 reconheceu na
duplicata a figura do aceite presumido, isto é, reconheceu a existência do aceite
independentemente da assinatura do sacado (devedor) no corpo do título,
Aceite Presumido excepcionando os princípios gerais dos títulos de crédito, especialmente o da
literalidade (ex.: comprovante da entrega das mercadorias ou da prestação de
serviços assinado pelo sacado ou por algum de seus empregados).
Todavia, o aceite presumido ainda exige o protesto do título por falta de aceite ou
falta de pagamento.

D costuma-se falar ainda em um terceiro tipo de aceite, chamado


de aceite por comunicação992, em que ocorre uma comunicação do sacado
[devedor] que produzirá os mesmos efeitos do aceite. Tal hipótese só pode se dar no
caso de retenção do título pelo sacado [devedor]. Há, na nossa legislação, uma única
hipótese de retenção legítima da duplicata, a qual pressupõe que o título tenha sido
Aceite por remetido por um intermediário, que seja uma instituição financeira. Além disso, deve
Comunicação haver a concordância da instituição financeira intermediária, bem como uma
comunicação escrita do aceite e da retenção, que substituirá o título para efeitos de
protesto ou de ação executiva (Lei n. 5.474/68 art. 7º, § 1º). Essa comunicação,
mesmo escrita fora do título, produz os mesmos efeitos do aceite e, por isso, é
considerada uma modalidade própria de aceite. (Marlon Tomazette)

Reconhecendo a importância do aceite presumido, já destacou


o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA que:
“(...) Possuem força executiva as duplicatas protestadas e acompanhadas
das notas fiscais e comprovante de entrega das mercadorias. (...).” (STJ,
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

183/314

AgRg no AREsp 646.570/MT, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,


QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 27/10/2015)

8.4. Aceita-se o aceite em separado na duplicata?

R: Não. O aceite lançado em separado à duplicata não possui


nenhuma eficácia cambiária, mas o documento que o contém poderá
servir como prova da existência do vínculo contratual subjacente ao
título, amparando eventual ação monitória ou ordinária (art. 16 da
Lei nº 5.474/68).
“(...) 1. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível o aceite em separado
na duplicata mercantil. 2. O aceite promovido na duplicata mercantil
corresponde ao reconhecimento, pelo sacado (comprador), da legitimidade
do ato de saque feito pelo sacador (vendedor), a desvincular o título do
componente causal de sua emissão (compra e venda mercantil a prazo).
Após o aceite, não é permitido ao sacado reclamar de vícios do negócio
causal realizado, sobretudo porque os princípios da abstração e da
autonomia passam a reger as relações, doravante cambiárias (art. 15, I, da
Lei nº 5.474/1968). 3. O aceite é ato formal e deve se aperfeiçoar na
própria cártula (assinatura do sacado no próprio título), incidindo o princípio
da literalidade (art. 25 da LUG). Não pode, portanto, ser dado verbalmente
ou em documento em separado. De fato, os títulos de crédito possuem
algumas exigências que são indispensáveis à boa manutenção das relações
comerciais. A experiência já provou que não podem ser afastadas certas
características, como o formalismo, a cartularidade e a literalidade,
representando o aceite em separado perigo real às práticas cambiárias,
ainda mais quando os papéis são postos em circulação. 4. O aceite lançado
em separado à duplicata não possui nenhuma eficácia cambiária, mas o
documento que o contém poderá servir como prova da existência do vínculo
contratual subjacente ao título, amparando eventual ação monitória ou
ordinária (art. 16 da Lei nº 5.474/1968). 5. A duplicata despida de força
executiva, seja por estar ausente o aceite, seja por não haver o devido
protesto ou o comprovante de entrega de mercadoria, é documento hábil à
instrução do procedimento monitório. (...).” (STJ, REsp 1334464/RS, Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 15/03/2016, DJe 28/03/2016)

9. Endosso

Conforme pontuado, nas duplicatas, a existência da cláusula à


ordem é requisito essencial (art. 2º, § 1º, da Lei nº 5.474/68),
sendo, por conseguinte, sempre possível o endosso da duplicata.
“Ao efetuar o endosso, o proprietário (sacador) do título perde a titularidade
dos direitos nele mencionados, mas continua vinculado ao título na condição
de coobrigado, respondendo solidariamente para com o portador do título.
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

184/314

Vale dizer, quem endossa transfere o título, mas garante o seu pagamento e
a sua aceitação. Como asseverado, o endossante não promete o pagamento,
ele garante a aceitação e o pagamento do título, ou seja, a obrigação
assumida pelo endossante é uma obrigação indireta ou secundária. Tal
obrigação só poderá ser exigida se houver uma prova solene do
descumprimento da obrigação de pagar por parte de quem deveria ser o
devedor direto, ou uma prova solene da falta ou recusa de aceite que
denotará a inviabilidade do cumprimento por quem deveria ser o devedor
principal.” (Marlon Tomazette)

Ressalto que o regime jurídico do endosso na duplicata é o


mesmo regime da letra de câmbio, inclusive admitindo-se o endosso-
mandato e o endosso-caução.

10. Aval

Em síntese, aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa


(avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas
condições que um devedor desse título (avalizado).
Quanto à pessoa do avalizado, sua identificação é livre,
cabendo ao avalista fazê-lo. Na falta de indicação (aval em branco),
considera-se avalizado aquele cujo nome esteja acima do aval, ou, se
não houver nenhum, reputa-se como avalizado o comprador/sacado
(art. 12 da Lei nº 5.474/68).
“Nesse particular, encontra-se a única diferença do regime do aval da
duplicata em relação à letra de câmbio, uma vez que nesta o aval em branco
tem como avalizado o sacador. Tal distinção é óbvia e necessária, uma vez
que o sacador [tomador/beneficiário] das duplicatas assume, a princípio, a
condição de credor, logo, não poderia ser avalizado. No mais, aplicam-se o
mesmo regime e as mesmas regras presentes na LUG e demais leis
aplicáveis à letra de câmbio.” (Marlon Tomazette)

11. Vencimento

Como visto dentro dos requisitos essenciais, o vencimento


deverá ser escrito no título de crédito, sob pena de invalidade do
documento como duplicata.
E, diferente das letras de câmbio, a Lei nº 5.474/68, admite a
pactuação apenas do vencimento à vista e do vencimento em dia
certo, não reconhecendo as modalidades a certo termo da data e a
certo termo da vista (art. 2º, § 1º, inciso III, da Lei nº 5.474/68).

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

185/314

“No caso de vencimento à vista, o título vence no momento da apresentação


ao sacado. Por isso, tal modalidade não é muito frequente, a não ser que a
duplicata seja emitida após a própria data de vencimento da obrigação
contratual, o que é perfeitamente possível. Nesses casos, emite-se o título e
se faz a sua apresentação imediata, fazendo com que a obrigação se torne
exigível. Além do vencimento à vista, as duplicatas admitem o vencimento
em data certa, isto é, em um dia designado do calendário (exemplo: 23 de
novembro de 2009). Tal vencimento é mais frequente, uma vez que é
natural que para a emissão da duplicata o negócio seja realizado para
pagamento a prazo. Caso seja estipulado um pagamento parcelado, poderão
ser emitidas várias letras [duplicatas], uma para cada vencimento, ou
poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão todas as
prestações e seus vencimentos (Lei n. 5.474/68 – art. 2º, § 3º). Nesses
casos de vencimento em dia certo, uma vez chegada a data assinalada, a
obrigação já será exigível.” (Marlon Tomazette)

11.1. A duplicata admite prorrogação do prazo de


vencimento? E antecipação?

R: Sim. Ao contrário da letra de câmbio, a duplicata admite a


prorrogação do vencimento, isto é, o credor poderá tornar a
obrigação exigível apenas em data posterior àquela inicialmente
combinada.
No entanto, a prorrogação deverá ser feita no próprio título, ou
em uma declaração em separado, assinada pelo credor (vendedor ou
endossatário) ou por seu representante com poderes especiais (Lei n.
5.474/68 – art. 11).
Por outro lado, embora seja autorizada a prorrogação do
vencimento por um ato unilateral do credor, os devedores indiretos
(endossantes e avalistas) só se manterão responsáveis se
manifestarem expressamente a sua concordância com tal prorrogação
(art. 11, parágrafo único, da Lei nº 5.474/68).
“Como os endossantes e avalistas são meros garantidores do pagamento do
título, não se pode estender o prazo da sua garantia sem o seu
consentimento. A garantia foi prestada nas condições iniciais do título e, por
isso, a alteração dessas condições iniciais significa uma nova obrigação, de
modo que seria necessária a entabulação de novas garantias, o que pode
ocorrer pela anuência à prorrogação do vencimento.” (Marlon Tomazette)

Por fim, no que tange ao vencimento antecipado, este poderá


ocorrer nas mesmas hipóteses da letra de câmbio, tendo em vista a
determinação da aplicação supletiva das regras inerentes a esse título
(Lei n. 5.474/68 – art. 25).

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

186/314

12. Pagamento

Vencida a duplicata, o título deverá ser pago. E, tratando-se de


obrigação quesível, o pagamento deve ser buscado por iniciativa do
credor.
Embora a iniciativa caiba ao credor, a Lei nº 5.474/68 admite o
pagamento antecipado do título pelo sacado (art. 9º), ao contrário do
regime geral das obrigações, inclusive das cambiais. Nessa situação,
o sacado (devedor) deverá procurar o credor da obrigação e efetuar o
pagamento antecipado, não cabendo a este negar tal possibilidade.
Aliás, pela aplicação do regime das letras de câmbio às
duplicatas, o pagamento parcial não poderá ser recusado pelo credor
(art. 39 da LUG).
De qualquer modo, a prova do pagamento é feita por meio de
um recibo escrito no próprio título ou mesmo fora dele (art. 9º, § 1º,
da Lei nº 5.474/76), excepcionando-se o princípio da literalidade.

12.1. Admite-se o pagamento com deduções?

R: Apesar do princípio da literalidade, admite-se que sejam feitas


deduções referentes a créditos a favor do devedor (sacado)
resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço,
enganos, verificados pagamentos por conta e outros motivos
assemelhados, desde que devidamente autorizados (art. 10 da Lei nº
5.474/76).

13. Protesto

O protesto é sempre um meio de prova, mas, na duplicata,


poderá ser um meio de prova de fatos distintos: (i) falta de
pagamento; (ii) falta de aceite ou; (iii) falta de devolução (art. 13 da
Lei nº 5.474/68).

Tipo de Protesto Informações Relevantes

Só pode ser realizado após o vencimento.


Protesto por falta de
pagamento Esse protesto comprova a falta de pagamento.
“Em primeiro lugar, o protesto por falta de pagamento,
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

187/314

por demonstrar que o sacado não quis pagar o título,


pode servir para configurar a sua responsabilidade,
mesmo que ele não o tenha assinado [a duplicata].
Nesse caso, exige-se que ao protesto seja somada a
prova de que a obrigação contratual do credor já foi
cumprida, por meio do comprovante de entrega das
mercadorias. Assim, o protesto aliado a esse
comprovante torna o sacado devedor da duplicata. Em
segundo lugar, o protesto por falta de pagamento
também serve para permitir a cobrança dos devedores
indiretos (endossantes e respectivos avalistas).
Reitere-se que esses devedores são chamados de
indiretos porque não prometem pagar pessoalmente o
título, mas apenas garantem o seu pagamento pelo
sacado. Assim, para que sua responsabilidade possa
ser efetivada, é essencial a demonstração cabal de que
o sacado não efetuou esse pagamento, o que se dá por
meio do protesto. Nesse caso, porém, exige-se que o
protesto seja tempestivo, isto é, o pedido deverá ser
feito ao cartório em até 30 dias do vencimento (Lei n.
5.474/68 – art. 13, § 4º). O prazo que aqui se
estabelece não é um prazo fatal para a realização do
protesto, mas para a produção desse efeito. O protesto
poderá ser efetuado depois desse prazo, mas não
produzirá esse efeito, isto é, o protesto feito depois
desse prazo é perfeitamente válido, mas não é
suficiente para a cobrança dos devedores indiretos. O
protesto intempestivo pode gerar apenas os demais
efeitos. Além desses efeitos, o protesto atualmente
serve para interromper a prescrição (CC – art. 202).
Outrossim, ele serve para configurar a impontualidade
injustificada de um devedor empresário, para o
eventual pedido de falência, desde que atendidas todas
as condições previstas no art. 94, I, da Lei n.
11.101/2005. Por fim, o protesto por falta de
pagamento gera a inscrição em cadastros de
inadimplentes do devedor devidamente intimado.”
(Marlon Tomazette)

Só poderá ser realizado enquanto for possível dar o


aceite, isto é, só poderá ocorrer até o vencimento do
título.
“Tal protesto pode produzir dois efeitos: a configuração
do aceite presumido e a possibilidade de cobrança dos
Protesto por falta de devedores indiretos. Em primeiro lugar, o protesto por
aceite falta de aceite, por demonstrar que o sacado se
recusou a assinar o título, pode servir para configurar a
sua responsabilidade, mesmo sem tal assinatura.
Nesse caso, exige-se que ao protesto seja somada a
prova de que a obrigação contratual do credor já foi
cumprida, por meio do comprovante de entrega das
mercadorias. Assim, o protesto aliado a esse
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

188/314

comprovante torna o sacado devedor da duplicata.


Além disso, o protesto por falta de aceite serve para
permitir a cobrança dos devedores indiretos da
duplicata (endossantes e respectivos avalistas).”
(Marlon Tomazette)
Em relação ao primeiro efeito, já destacou o
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA que: “(...) A
duplicata sem aceite deve ser protestada para se
constituir em título executivo hábil a embasar a
execução. (...).” (STJ, AgRg no REsp 1306953/SP, Rel.
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 22/05/2012, DJe 04/06/2012) e “(...) A execução
de duplicata sem aceite depende do prévio protesto do
título. (...).” (STJ, REsp 1011040/PB, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
27/03/2012, DJe 10/04/2012)

Esse tipo de protesto pressupõe a retenção ilegítima do


título pelo sacado (devedor).
“Em relação ao protesto por falta de devolução, não há
efeitos específicos. Se ele for feito até o vencimento,
Protesto por falta de ele representa a demonstração da falta de aceite e, por
devolução isso, produzirá os efeitos do protesto por falta de
aceite. Se ele for realizado após o vencimento, ele
prova a falta de pagamento e, consequentemente, gera
os mesmos efeitos do protesto por falta de
pagamento.” (Marlon Tomazette)

Método Tosco de Memorização (MTM)

A duplicata aceita 3 (três) tipos de protesto.

13.1. Em que consiste o protesto por indicações?

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

189/314

R: Não se trata de outro tipo de protesto, mas sim forma de realizar


o protesto por falta de devolução:
“Não tendo a duplicata sido devolvida pelo comprador, no prazo especificado
pela lei, sem que para essa não devolução haja um motivo justificado
(como, por exemplo, a retenção, autorizada pelo vendedor), o portador terá
que tirar o protesto mediante simples indicações feitas ao Oficial de
Protestos, visto como não dispõe, o portador, de título para fazer presente
àquele serventuário. (...) Nestas condições, o protesto, na falta de
devolução da duplicata, será feito mediante indicações do protestante, caso
esse não tenha extraído triplicata para servir de documento à base do qual o
Oficial de Protesto irá praticar os atos de sua competência.” (Fran Martins)
“Em se tratando de protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento,
deverá o credor apresentar a cártula respectiva, se a detém; se por acaso a
duplicata se perdeu, ou se por acaso o devedor a reteve, o que é comum
quando se trata de protesto por falta de devolução do título, poderá o credor
providenciar a emissão de uma triplicata ou, ainda, fazer o protesto por
simples indicações do portador.” (Gladston Mamede)

Com efeito, para se efetuar o protesto, deve o portador legítimo


do título apresentá-lo ao Cartório de Títulos e Documentos e este, por
sua vez, deverá intimar o sacado (devedor), dando-lhe a
oportunidade de se manifestar. Transcorrido em branco tal prazo, o
cartório lavrará o instrumento do protesto.
No entanto, quando o título é remetido para aceite, ele não fica
mais em poder do credor ou de seu representante. E, caso o sacado
(devedor) se recuse a devolvê-lo, fora da hipótese legítima de
retenção, o credor terá que provar a falta de devolução por meio de
um protesto.
Ocorre que o credor não possui o título para apresentá-lo ao
Cartório de Títulos e Documentos. Nessa situação, admite-se que o
credor indique ao cartório os elementos que identificam a duplicata
em mãos do sacado para realização do protesto (protesto por
indicações – art. 13, § 1º, da Lei nº 5.474/68):
“A retenção da duplicata pelo comprador impede, por óbvio, a sua
apresentação pelo vendedor ao cartório de protesto. Para a efetivação do
ato formal, nesse caso, a lei admite que o credor indique ao cartório os
elementos que identificam a duplicata em mãos do sacado [devedor]. A
partir dos dados escriturados no Livro de Registro de Duplicatas, que o
emitente desse título é obrigado a possuir, extrai-se boleto, com todas as
informações exigidas para o protesto (nome e domicílio do devedor, valor do
título, número da fatura e da duplicata etc.). Esse boleto é enviado ao
cartório para processamento do protesto.
Se o sacador desvirtua as indicações da duplicata, aumentando o seu valor
por exemplo, ele responderá pelos danos decorrentes. Não se esqueça que o
protesto é ato praticado pelo credor, e o cartório apenas o reduz a termo,
após a observância das formalidades legais.” (Fábio Ulhoa Coelho)

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

190/314

13.1.1. Em vez de realizar o protesto por indicações,


não poderia o credor da duplicata extrair uma
triplicata?

R: Sim, trata-se também de uma alternativa legítima. A triplicata é


uma segunda via da duplicata, sendo admitida sua extração nos
casos de extravio ou destruição do título (art. 23 da Lei nº 5.474/68).
Aliás, a triplicata substitui o título original para todos os efeitos,
podendo sucedê-lo inclusive para fins de protesto.
Quanto à retenção da duplicata, o SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA também nesse caso admite seu saque:
“(...) I – Para amparar o pedido de falência, é inservível a apresentação de
triplicatas imotivadamente emitidas, eis que não comprovados a perda, o
extravio ou a retenção do título pelo sacado. (...).” (STJ, REsp
369.808/DF, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado
em 21/05/2002, DJ 24/06/2002, p. 299)

Entretanto, a extração da triplicata não é obrigatória, podendo


o credor lançar mão do protesto por indicações.

13.1.2. O protesto por indicações pode ser usado


também nos casos de falta de pagamento e falta de
aceite da duplicata?

R: Como explica MARLON TOMAZETTE, o protesto por indicações é


meio muito mais simples e rápido para realização do protesto, de
modo que tem a preferencia dos sacadores:
“A simplicidade e agilidade do protesto por indicações acabam sendo
extremamente interessantes para o credor de uma duplicata. É muito mais
fácil encaminhar dados em meio magnético do que levar e apresentar um
título ao cartório. Por isso, é prática frequente a utilização do protesto por
indicações, mesmo quando não se trate de falta de devolução do título.
Mesmo sem remeter o título, o credor costuma fazer o protesto com base
em simples indicações, não apresentando qualquer documento ao cartório.
Nesses casos, é comum que a duplicata sequer tenha existido em papel,
falando-se inclusive em duplicata virtual ou escritural. A prática mais
corrente hoje é a realização do negócio jurídico sem a emissão do título em
papel. Nessa situação, são transferidos a um banco os dados referentes ao
mesmo negócio jurídico, em meio magnético. O banco por sua vez emite um
boleto, que não é um título de crédito, para que o devedor pague a
obrigação originada no contrato. Chegado o vencimento e não pago o título,
o banco encaminha os dados para o cartório, em meio magnético, e o
cartório lavra o protesto do título.” (Marlon Tomazette)
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

191/314

No entanto, há divergência quanto à sua admissão,


prevalecendo que é possível sim o protesto por indicação nos casos
de falta de pagamento ou de falta de aceite, notadamente quando se
trata de duplicata virtual, desde que acompanhada de documentação
suficiente que comprove a concretização da compra e venda
mercantil ou da prestação de serviços:

Fábio Ulhoa Coelho, Luiz Emygdio da


Rosa Júnior, Marlon Tomazette e
Wille Duarte Costa Superior Tribunal de Justiça
(prevalece)

“A nosso ver, tal orientação está correta,


uma vez que o art. 8º, parágrafo único, da
Lei n. 9.492/97 admite a recepção das
indicações da duplicata para protesto em
meio magnético, sem especificar a que tipo
de protesto se refere. Não se trata de um
protesto de boleto, mas do protesto de uma
duplicata que não existe em papel, mas sim
sob a forma de um documento eletrônico.
Assim, desde o advento desta lei é
Não é admitido, pois o art. 13, § 1º, da Lei perfeitamente cabível o protesto por
nº 5.474/68 não prevê essas hipóteses. indicações em meio magnético em qualquer
caso, uma vez que a lei não restringiu o tipo
de protesto para o uso das indicações. Os
dispositivos que se referem ao protesto por
indicações no caso de falta de devolução
apenas mostrariam a possibilidade de uso
desse protesto em tal caso, mas não
restringiriam o uso das indicações. Não
obstante nossa opinião, reconhecemos que
ainda existem grandes divergências sobre o
assunto.” (Marlon Tomazette)

“(...) 2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação
nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse
dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata
virtual, conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97. 3. A indicação a
protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados
encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 22 do mesmo
Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o Tabelião de
Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou
micrográfica do título ou documento da dívida. 4. Quanto à possibilidade de protesto por
indicação da duplicata virtual, deve-se considerar que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68
admite, essencialmente, é o protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação física,
mediante simples indicação de seus elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível
chegar-se à conclusão de que é admissível não somente o protesto por indicação na
hipótese de retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, como
expressamente previsto no referido artigo, mas também na de duplicata virtual amparada
em documento suficiente. (...) 7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em
apresentação do boleto, das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos
comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados não
descuida das garantias devidas ao sacado e ao sacador. 8. Embargos de divergência
conhecidos e desprovidos.” (STJ, EREsp 1024691/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

192/314

SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/08/2012, DJe 29/10/2012)

14. Ações para recebimento do crédito

O credor da duplicata possui 4 (quatro) ações para recebimento


do crédito contido na cártula: (I) ação cambial (ação de execução);
(II) ação de locupletamento (ação de enriquecimento sem causa);
(III) ação causal (ação de cobrança); (IV) ação monitória.

14.1. Ação cambial (Ação de execução)

O credor que não for pago no vencimento da duplicata poderá


ajuizar uma ação de execução contra os responsáveis pelo
pagamento do título, a qual segue as mesmas regras da letra de
câmbio, com as peculiaridades as seguintes peculiaridades: (a)
legitimidade passiva; (b) documentação necessária e; (c) prazo
prescricional.

Ponto Informações Relevantes

Título de crédito não pago cuja prescrição da


Pressupostos
pretensão executória esteja hígida.

“Qualquer que seja o tipo de ação cambial, ela


deverá ser ajuizada a princípio pelo credor da
obrigação, uma vez que é ele quem possui o
direito de crédito a receber. No caso de um
eventual endosso-mandato, a ação será ajuizada
Legitimidade Ativa
pelo endossatário mandatário, mas em nome e
em proveito do endossante mandante. Se for um
endosso-caução, a ação será ajuizada pelo
endossatário pignoratício em nome e em proveito
próprio.” (Marlon Tomazette)

A demanda pode ser ajuizada contra sacado


(devedor principal), endossante(s) e avalista(s),
Legitimidade Passiva pois são devedores solidários.
No entanto, quanto aos devedores indiretos
exige-se o protesto tempestivo.

Documentação para “Para a execução do devedor principal


execução do devedor (aceitante), é sempre necessário que ele tenha
principal assumido obrigação de pagar a duplicata por

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

193/314

meio do aceite, seja ordinário [comum], seja


presumido ou por comunicação. No caso do
aceite ordinário, é suficiente a apresentação do
próprio título aceito para a execução (Lei n.
5.474/68 – art. 15, I). Nesse caso, a duplicata
aceita é necessária e suficiente para a execução,
não precisando ser completada por protesto, ou
pelo comprovante de entrega das mercadorias.
(...) De outro lado, no caso do aceite presumido
há que se apresentar o comprovante de entrega
das mercadorias ou da prestação de serviços, o
protesto e o próprio título (Lei n. 5.474/68 – art.
15, II). Nesse caso, é essencial que ao título
sejam juntados o instrumento do protesto e o
comprovante, pois é a reunião desses
documentos que torna o sacado devedor do
título, embora não o tenha assinado,
excepcionando o princípio da literalidade. Só com
eles é que se tem a vinculação cambiária do
sacado e, por isso, eles são essenciais para a
propositura da ação, mesmo não tendo o título
sido assinado pelo sacado (STJ – Súmula 248).
Todavia, é possível que, no aceite presumido, não
exista o título nas mãos do credor, especialmente
quando o título foi remetido para aceite e não foi
devolvido ou no caso da duplicata virtual, para
quem a admite. Nesses casos, a execução poderá
ser baseada no protesto por indicações (...) e no
comprovante de entrega das mercadorias (Lei n.
5.474/68 – art. 15, § 2º), dispensada a
apresentação do próprio título. Excepciona-se o
princípio da cartularidade, admitindo a execução
sem a apresentação do próprio título. Por fim, no
caso do aceite por comunicação, é suficiente para
a execução do sacado [devedor] a apresentação
da comunicação escrita dele noticiando o aceite e
a retenção do título (Lei n. 5.474/68 – art. 7º, §
2º). Nesse caso, tem-se uma execução sem o
título e sem a vinculação cambial no título,
excepcionando os princípios da literalidade e da
cartularidade.” (Marlon Tomazette)

“Para executar os devedores indiretos


(endossantes e respectivos avalistas), é essencial
a apresentação do título e do protesto tempestivo
Documentação para (Lei n. 5.474/68 – art. 13, § 4º). Basta
execução dos devedores apresentar o instrumento no qual eles se
indiretos vincularam cambialmente, isto é, o título e a
comprovação de que aquele que deveria pagar
não o fez ou não o fará (protesto).
Especificamente em relação ao protesto, é
oportuno ressaltar que este só serve para a
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

194/314

cobrança dos devedores indiretos se for requerido


em até 30 dias a contar do vencimento do título.
Para a execução desses devedores, não é
necessária a comprovação da entrega das
mercadorias, ou da prestação de serviços.”
(Marlon Tomazette)

Foro Competente Art. 781 do NCPC.

O objeto da ação cambial é o pagamento da


importância constante do título (mais encargos
Objeto
moratórios) e das despesas de protesto, caso
tenha sido realizado.

Rito da execução por quantia certa (art. 824 e


Procedimento
seguintes do NCPC).

Embargos à execução e exceção de pré-


Defesas do Executado
executividade.

Prescrição da pretensão executória: a ação cambial terá prazos diversificados


de acordo com o título exequendo e com a pessoa executada

Endossante(s) e Demais
Aceitante e seu(s) codevedores
respectivos
avalista(s) anteriores
avalistas
(devedores
(devedores (direito de
principais)
indiretos) regresso)
Duplicata
1 ano contado do
protesto ou do
3 anos contados 1 ano contado do
vencimento se
do vencimento pagamento
houver a cláusula
sem despesas

Observação: (I) aplicam-se a esses prazos às hipóteses de suspensão e


interrupção da prescrição previstas no Código Civil; (II) “(...) A prescrição da ação
cambiariforme [ação cambial], no entanto, não fulmina o próprio crédito, que
poderá ser perseguido por outros meios. (...).” (STJ, REsp 1169666/RS, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2010, DJe
04/03/2010); (III) o avalista não responde por dívida estabelecida em título de
crédito prescrito, salvo se comprovado que auferiu benefício com a dívida (STJ,
AgRg no REsp 849.102/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/08/2009, DJe 02/09/2009).

14.2. Ação causal

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

195/314

Caso a duplicata não preencha as condições para ser


executada, ela poderá ser objeto de uma ação fundada no negócio
jurídico que lhe deu origem (art. 16 da Lei nº 5.474/68).
“Nesse caso, a ação não será executiva, mas sim uma ação de conhecimento
visando ao mesmo objetivo. Tal ação, normalmente chamada de ação de
cobrança, poderá obedecer o rito ordinário, ou do juizado especial, a
depender do valor. De qualquer modo, o seu prazo prescricional será o do
negócio jurídico, isto é, se for uma compra e venda, terá prazo prescricional
de dez anos” (Marlon Tomazette)

14.3. Ação de locupletamento ou enriquecimento sem


causa

De acordo com MARLON TOMAZETTE:


“Além dessa “ação de cobrança”, é certo que a duplicata, em razão da
aplicação supletiva da legislação sobre letras de câmbio e notas
promissórias, também admite a ação de locupletamento ou enriquecimento
sem causa (Decreto n. 2.044/1908 – art. 28), com o objetivo de impedir que
o devedor se enriqueça ilicitamente com o não pagamento do título. Tal ação
é exatamente a mesma, cabível na letra de câmbio.” (Marlon Tomazette)

14.4. Ação monitória

A duplicata também admitirá uma ação monitória, nos mesmos


prazos e condições da letra de câmbio e da nota promissória, em
razão da aplicação das regras desses títulos para a duplicata.
Nessa linha:
“AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO
ESPECIAL. CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. AÇÃO MONITÓRIA.
DUPLICATAS. PRAZO PARA AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO.
OCORRÊNCIA. 1. Segundo a orientação jurisprudencial desta Corte, a ação
monitória fundada em título de crédito prescrito está subordinada ao prazo
prescricional de 5 (cinco) anos de que trata o artigo 206, §5º, I, do Código
Civil. (...).” (STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1312124/MG, Rel. Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
01/12/2015, DJe 11/12/2015)

14.4.1. A duplicata ou triplicata sem aceite são


documentos idôneos para instruir ação monitória? E
notas fiscais sem assinatura do devedor?

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

196/314

R: A duplicata ou triplicata sem aceite, mas protestada, é documento


idôneo para instruir ação monitória, mesmo sem comprovante da
prestação do serviço ou entrega da mercadoria, de acordo com o
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
“(...) A jurisprudência desta Corte é no sentido da prescindibilidade do
comprovante da prestação do serviço na ação monitória fundada em
duplicata protestada sem aceite. (...).” (STJ, AgInt no AREsp
1336763/PA, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 19/11/2018, DJe 22/11/2018)
“A duplicata ou a triplicata sem aceite são documentos idôneos para instruir
a ação monitória.” (STJ, AgRg no Ag 1267208/SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, Julgado em 21/05/2013, DJE
24/06/2013; STJ, REsp 925584/SE, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em 09/10/2012, DJE
07/11/2012)
“AÇÃO MONITÓRIA - PROVA ESCRITA - DUPLICATAS PROTESTADAS, SEM
ACEITE E SEM O RECIBO DE ENTREGA DAS MERCADORIAS - DOCUMENTOS
HÁBEIS À INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO MONITÓRIO - PRECEDENTES
DO STJ. (...).” (STJ, REsp 204.894/MG, Rel. Ministro WALDEMAR
ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/02/2001, DJ
02/04/2001, p. 287)

Quanto à nota fiscal, desde que acompanhada da prova do


recebimento da mercadoria ou da prestação do serviço, pode instruir
a ação monitória:
“(...) O Tribunal local decidiu em consonância com a jurisprudência iterativa
desta Corte ao consignar que a nota fiscal, com comprovante de entrega da
mercadoria ou da prestação do serviço, é apta a instruir a ação monitória
prevista no art. 1102-A do Código de Processo Civil, o que atrai a aplicação
da Súmula nº 83 do STJ. (...).” (STJ, AgInt no AREsp 968.508/GO, Rel.
Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
06/04/2017, DJe 20/04/2017)
“(...) 2. A nota fiscal, acompanhada da prova do recebimento da mercadoria
ou prestação do serviço, pode servir como lastro à ação monitória.
Precedentes. (...).” (STJ, AgRg no AREsp 559.231/PE, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 10/03/2015, DJe
17/03/2015)

15. Triplicata

Conforme já destacado, a duplicata é passível de remessa para


aceite e, por isso, está sujeita a riscos maiores de perda ou mesmo
de destruição, do que outros títulos.
Para proteger o credor de tais riscos, a legislação admite a
extração de uma segunda via da duplicata, denominada triplicata
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

197/314

(art. 23 da Lei nº 5.474/68), emitida pelo sacador que possuirá os


mesmos requisitos e formalidades da duplicata.
No entanto, não existe uma sanção para o descumprimento de
tal regra e, por isso, se interpreta que não se trata efetivamente de
uma obrigação.
E, pelo texto da lei, tal opção poderá ser exercida nos casos de
extravio e destruição do título, isto é, quando o título se perde.

15.1. A triplicata pode ser extraída no caso de retenção


da duplicata encaminhada para aceite?

R: Sim, conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
“(...) É pacífico na jurisprudência que se admitem triplicatas emitidas em
razão da não devolução das duplicatas originalmente enviadas ao devedor
[para aceite]. Interpretação extensiva do art. 23 da Lei nº 5.474/1968 (Lei
das Duplicatas). (...).” (STJ, REsp 1307016/SC, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe
09/03/2015)
“(...) A obrigatoriedade da extração de triplicatas alcança os casos de perda
ou extravio dos títulos, embora a jurisprudência admita possível a extração
havendo retenção. (...).” (STJ, REsp 174.221/SP, Rel. Ministro CARLOS
ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em
08/02/2000, DJ 27/03/2000, p. 94)

16. Duplicata virtual (Duplicata escritural/eletrônica)

Segundo FRAN MARTINS:


“O título escritural é aquele que não tem cártula; nasce e atua por via de
computador, por e-mail, por internet, não possui assinatura usual.
(...) Entre os títulos escriturais encontra-se a duplicata virtual, na qual o
vendedor saca a duplicata e a envia ao Banco por meio magnético,
realizando a operação de desconto, ao creditar o valor correspondente ao
sacado, expedindo-se a guia de compensação bancária, que pelo correio é
enviada ao devedor da duplicata virtual, para que o sacado, de posse do
boleto, proceda ao pagamento em qualquer agência bancária (cf. Luiz
Emigdio F. da Rosa, Títulos de Crédito).” (Fran Martins)

Nessa linha, a duplicata virtual representa o fenômeno da


desmaterialização dos títulos de crédito, funcionando da seguinte
forma:

- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Duplicata -

198/314

A instituição financeira, com


base nesses dados, emite
Contrato de compra e venda Sacador envia os dados do
uma ficha de compensação
mercantil ou de prestação contrato para uma
(boleto bancário) e
de serviços finalizado instituição financeira
encaminha para o sacado
(devedor) para pagamento

O boleto bancário NÃO é A duplicata não é


uma duplicata documentada fisicamente

E, apesar de existir divergência doutrinária a respeito de sua


aceitação, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA e os Juristas da
Jornada de Direito Civil (Enunciado nº 461 da V Jornada de Direito
Civil) a consideram válida e, segundo a Min. NANCY ANDRIGHI,
essa cártula eletrônica possui fundamento nos seguintes dispositivos:
(i) art. 8º da Lei nº 5.474/68; (ii) art. 22, parágrafo único, da Lei nº
5.474/68 e; (iii) art. 889, § 3º, do CC:
“[Trecho do corpo do acórdão:] Diante dessas considerações, não causa
espécie que na relação comercial estabelecida entre as partes não tenha sido
constatada a existência física do título. O legislador, atento às alterações das
práticas comerciais, regulamentou os chamados títulos virtuais na Lei
9.492⁄97, que em seu art. 8º permite as indicações a protesto ‘das
Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de
gravação eletrônica de dados.’ O art. 22, parágrafo único, da mesma Lei
dispensa a transcrição literal do título ou documento de dívida, nas hipóteses
em que ‘o Tabelião de Protesto conservar em seus arquivos gravação
eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou
documento de dívida’. Os títulos de crédito virtuais ou desmaterializados
obtiveram, portanto, o merecido reconhecimento legal, posteriormente
corroborado pelo art. 889, § 3º, do CC⁄02, que autoriza a emissão do título
‘a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente
e que constem da escrituração do emitente’. Verifica-se, assim, que as
duplicatas virtuais encontram previsão legal, razão pela qual é inevitável
concluir pela validade do protesto de uma duplicata emitida
eletronicamente.” (STJ, REsp 1024691/PR, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe
12/04/201113)

13
No mesmo sentido: STJ, AgInt no AREsp 1038662/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 20/06/2017, DJe 29/06/2017; STJ, AgRg no REsp 1559824/MG, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 11/12/2015; STJ, REsp
1354776/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
26/08/2014, DJe 08/09/2014.
- Duplicata –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito Impróprios -

199/314

“As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por indicação e


constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor do
instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das
mercadorias ou de prestação dos serviços.” (Enunciado nº 461 da V
Jornada de Direito Civil)

Tal divergência, no entanto, perdeu sua validade com o advento


da Lei nº 13.775/18, que dispõe sobre a duplicata eletrônica e
entrará em vigor em abril e 2019 (art. 13).
Por fim, reitero que o boleto bancário não é duplicata, de modo
que não serve sozinho como título executivo extrajudicial:
“[Trecho do corpo do acórdão:] Não se trata, aqui, de atribuir eficácia
executiva ao boleto singularmente considerado. Esse documento bancário
apenas contém as características da duplicata virtual emitida
unilateralmente pelo sacador, e não se confunde com o título de crédito a
ser protestado. Se, contudo, o boleto bancário que serviu de indicativo para
o protesto (i) retratar fielmente os elementos da duplicata virtual, (ii)
estiver acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias ou
da prestação dos serviços e (iii) não tiver seu aceite justificadamente
recusado pelo sacado, passa a constituir título executivo extrajudicial, nos
termos do art. 586 do CPC [art. 783 do NCPC].” (STJ, REsp 1024691/PR,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
22/03/2011, DJe 12/04/2011)

Ou seja, a duplicatal virtual possui força executiva, desde que


acompanhada do instrumento de protesto por indicação e do
comprovante de entrega da mercadoria (ou da prestação do serviço)
“(...) A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de ser possível o
ajuizamento de execução de duplicata virtual, desde que devidamente
acompanhada dos instrumentos de protesto por indicação e dos
comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação do serviço. (...).”
(STJ, AgRg no REsp 1559824/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe
11/12/2015)

Títulos de Crédito Impróprios

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Decreto nº 1.102/1903 Arts. 15/26.

- Títulos de Crédito Impróprios –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito Impróprios -

200/314

2. Introdução

De acordo com FÁBIO ULHOA COELHO:


“(...) [H]á alguns instrumentos jurídicos sujeitos a disciplina legal que
aproveitam, em parte, os elementos do regime jurídico-cambial. Tais
instrumentos não podem ser considerados títulos de crédito exatamente
porque a eles não se aplicam, na totalidade, os princípios e normas do
direito cambiário. Esses instrumentos são normalmente referidos como
‘títulos de crédito impróprios’.” (Fábio Ulhoa Coelho)

3. Categorias de Títulos de Crédito Impróprios

Existem 4 (quatro) categorias de títulos de crédito impróprios:

Categoria Informações Relevantes

São títulos que asseguram ao seu portador a prestação de


um serviço ou acesso a prêmios em certame promocional
ou oficial. Ex.: o bilhete do Metrô, passe de ônibus,
ingresso de cinema, cupões premiados do tipo “Achou,
ganhou”, volante sorteado da loteria numérica etc.
“A esses instrumentos se aplicam os princípios da
cartularidade (só pode reclamar o serviço ou o prêmio
Títulos de aquele que estiver na posse do título de legitimação), da
legitimação literalidade (o serviço ou prêmio assegurados pelo título
são os previstos no documento e nenhum outro) e da
autonomia (se houver vícios na negociação desses títulos,
eles não se transmitem aos novos possuidores). Os títulos
de legitimação, porém, não são títulos executivos e, por
isso, não se enquadram inteiramente na disciplina do
regime jurídico cambial; eles não são, em outras palavras,
documentos suficientes para o exercício do direito nele
mencionado.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Os instrumentos jurídicos dessa categoria de título de


crédito impróprio se destinam à captação de recursos pelo
seu emitente. Para os portadores desses títulos, a aquisição
tem o sentido de um investimento. Exs: as letras
imobiliárias (Lei nº 4.380/64), emitidas pelos agentes do
Títulos de Sistema Financeiro da Habitação, com vistas à obtenção de
investimento recursos para o financiamento da aquisição da casa
própria; a letra de câmbio financeira ou cambial financeira
(Lei nº 4.728/65), emitida ou aceita por sociedades de fins
econômicos, inclusive instituições financeiras; os
certificados de depósito bancário (CDB) (Lei nº 4.728/65),
emitidos pelos bancos de investimento de natureza
privada, para depósitos com prazo superior a 18 meses; o
- Títulos de Crédito Impróprios –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito Impróprios -

201/314

certificado de recebíveis imobiliários (CRI), emitidos pelas


companhias securitizadoras de créditos imobiliários (Lei nº
9.514/97, art. 6º); a letra de crédito imobiliário (LCI),
emitida por bancos, com lastro em créditos imobiliários (Lei
nº 10.931/2004, art. 12); a Letra de Arrendamento
Mercantil (LAM), de emissão de sociedades de leasing (Lei
nº 11.882/2008).

“Há alguns instrumentos cedulares representativos de


crédito decorrente de financiamento aberto por uma
instituição financeira. Se houver garantia de direito real do
pagamento do valor financiado, por parte do mutuário, ela
é constituída no próprio título, independentemente de
qualquer outro instrumento jurídico. Costumam chamar-se
‘cédulas de crédito’, quando o pagamento do financiamento
a que se referem é garantido por hipoteca ou penhor.
Inexistindo garantia de direito real, o título é, comumente,
denominado ‘nota de crédito’. Os títulos de financiamento
Títulos de
não se enquadram, completamente, no regime jurídico-
financiamento
cambial por força de algumas peculiaridades, como a
possibilidade de endosso parcial, mas, principalmente, em
razão do princípio da cedularidade, estranho ao direito
cambiário. Por esse princípio, a constituição dos direitos
reais de garantia se faz no próprio instrumento de crédito,
na própria cédula. Podem ser destinados ao financiamento
da aquisição da casa própria ou de atividade econômica. No
primeiro caso encontra-se a ‘cédula hipotecária’ (Dec.-Lei
n. 70/66), que os adquirentes de casa pelo SFH outorgam
ao agente financeiro.” (Fábio Ulhoa Coelho)

“Sob essa denominação costuma-se designar o instrumento


jurídico que representa a titularidade de mercadorias
custodiadas, vale dizer, que se encontram sob os cuidados
de terceiro (não proprietário). Podem tais instrumentos
exercer, além dessa função meramente documental, a de
título de crédito, na medida em que possibilitam ao
proprietário da mercadoria custodiada a negociação dela,
sem prejuízo da custódia. Os títulos representativos não se
Títulos
encontram inteiramente sujeitos ao regime jurídico-
representativos
cambial, porque possuem finalidade originária diversa da
dos títulos de crédito. Estes se destinam a representar
obrigação pecuniária; já os títulos representativos têm por
objeto mercadorias custodiadas. Somente em caráter
secundário é que os títulos representativos podem referir-
se a obrigações pecuniárias.” (Fábio Ulhoa Coelho). Exs.:
conhecimento de frete (Decreto nº 19.473/30); warrant;
conhecimento de depósito.

4. Conhecimento de depósito e Warrant

- Títulos de Crédito Impróprios –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito Impróprios -

202/314

O conhecimento de depósito e warrant têm pertinência nas


contratações de armazéns gerais, que têm por finalidade a guarda e
conservação de mercadorias de terceiros.
E, apesar da nomenclatura independente de cada um, esses
títulos são emitidos em conjunto, embora possam ser separados,
cada um circulando autonomamente e preenchendo uma determinada
finalidade.

Ponto Informação Relevante

“A finalidade de conhecimento de depósito é atestar a


propriedade das mercadorias, representando-as; a sua
transferência equivale à transferência das mercadorias
Conhecimento de depositadas, o que dará ao endossatário do
Depósito conhecimento, que é o seu novo proprietário, a
disponibilidade das mesmas mercadorias, inclusive a
faculdade de retirá-las dos armazéns gerais, como seu
dono.” (Fran Martins)

No entanto, para transferência da mercadoria, com sua


retirada do armazém geral, “é necessário que, nesse
ato, sejam apresentados à empresa de armazéns gerais
o conhecimento de depósito e o warrant. Este, como se
disse, é um título que, emitido pelos armazéns gerais
juntamente com o conhecimento de depósito, pode
Warrant
deste ser separado porque tem uma finalidade própria,
que é a de, com a sua transferência, constituir penhor
sobre as mercadorias depositadas. Assim, quando o
depositante possui os dois títulos, conhecimento de
depósito e warrant, tem a plena disponibilidade das
mercadorias.” (Fran Martins)

“O conhecimento de depósito representa as


mercadorias, e quem detiver esse título é considerado
proprietário daquelas. Também o warrant representa as
mercadorias mas a finalidade desse título é constituir um
penhor sobre ditas mercadorias; assim, quem se
apresenta com o warrant não é proprietário das
mercadorias, mas credor de determinada importância a
Penhor que as mercadorias servem de garantia. Esse é um
penhor especial, em que não há a tradição da cousa
para o credor, como é a regra geral no penhor segundo
o art. 1.431, caput, do Código Civil. Por tudo isso é que
a propriedade e plena disponibilidade das mercadorias
depositadas em empresas de armazéns gerais, quando
forem emitidos conhecimento de depósito e “warrant”,
só ocorrerá quando o portador detiver esses dois títulos;
possuindo apenas o conhecimento, o portador será

- Títulos de Crédito Impróprios –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito Impróprios -

203/314

considerado proprietário das mercadorias mas sobre


essas pesa um penhor, pelo qual o detentor do
conhecimento de depósito, se quiser retirar das
mercadorias, deverá responder. O warrant, sozinho, é
um título que atesta que foi feito penhor sobre as
mercadorias depositadas, razão pela qual o detentor do
warrant não pode retirar as mercadorias mas
simplesmente, na época oportuna, exigir o pagamento
da dívida contraída, de que as mercadorias servem de
garantia.” (Fran Martins)

“Tem o warrant, contudo, uma finalidade específica, que


é a de, com o seu endosso, constituir penhor sobre as
mercadorias depositadas. Naturalmente, como o
proprietário original do warrant é proprietário, também,
do conhecimento de depósito por ter sido depositante
das mercadorias, é ele quem, originariamente, pode
endossar o warrant, ou seja, constituir penhor sobre as
Endosso mercadorias. Daí a conclusão de que o warrant
pressupõe uma dívida para garantia do pagamento da
qual as mercadorias, que o título representa, foram
dadas em penhor. (...) endossado o warrant com a
constituição do penhor das mercadorias, quem receber
esse título poderá transferi-lo também por endosso a
uma outra pessoa, já que o warrant, como o
conhecimento, é título à ordem.” (Fran Martins)

“Não é necessário que o vencimento do warrant coincida


com a data do vencimento do conhecimento de
depósito; pode aquele ser superior a esse, e o portador
do warrant não será prejudicado, pois, como foi acima
mencionado, tendo sido anotado no verso do
conhecimento o valor do warrant, as mercadorias
depositadas só serão entregues ao portador do
conhecimento se esse fizer a consignação da
importância relativa ao warrant, ficando tal importância
em poder da companhia de armazéns gerais, em favor
do credor pignoratício. O warrant terá, assim, uma data
Vencimento, de vencimento; atingida essa, o portador do título
Pagamento e Protesto deverá apresentá-lo ao primeiro endossante, que
naturalmente era o depositante das mercadorias
entregues à guarda da companhia de armazéns gerais
que emitiu os dois títulos posteriormente separados. Se,
por acaso, as mercadorias tiverem sido vendidas e,
consequentemente, o conhecimento de depósito
transferido para terceiros, o portador do warrant
procurará a importância na companhia de armazéns
gerais, que delas será depositária no caso de haverem
as mercadorias sido retiradas. Encontrando-se,
entretanto, as mercadorias ainda guardadas, vencendo-
se o prazo do warrant e não sendo encontrado o
primeiro endossante para efetuar o pagamento, o
- Títulos de Crédito Impróprios –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito no Código Civil -

204/314

portador do título fará protestá-lo para ter direito


regressivo contra outros endossantes, se houver. O
protesto do warrant dará ao protestante, também, o
direito de mandar vender as mercadorias, por corretor
ou leiloeiro, para se pagar com o produto da venda, já
que o warrant constitui as mercadorias em penhor,
servindo essas, portanto, de garantia da dívida
representada pelo título.” (Fran Martins)

Títulos de Crédito no Código Civil

1. Legislação de leitura essencial

Diploma/Lei Artigos

Código Civil Arts. 887/926

2. Introdução

De plano, vale destacar a ácida crítica de FÁBIO ULHOA


COELHO à disciplina dos títulos de crédito dentro do Código Civil:
“Vozes lúcidas, como a de Fábio Konder Comparato (1978:549/550), não
foram ouvidas e o Código Civil acabou disciplinando os títulos de crédito
(arts. 887 a 926). Aliás, minha impressão pessoal, após examinar os poucos
elementos legados, é a de que os responsáveis por essa parte do
anteprojeto não tinham muita clareza quanto aos objetivos a serem
alcançados com aquela disciplina da matéria. Inspiraram-se em normas do
Código Civil da Itália, cuja consistência era já fortemente questionada pela
doutrina daquele país (Ascarelli, 1959:165/184). Por resultado, temos hoje,
na codificação civil, um conjunto de preceitos de direito cambiário de
importância nenhuma. Elas tendem a não ser aplicadas, porque tratam de
situações raríssimas. Teria sido muito mais proveitoso se o legislador
lembrasse de incorporar ao direito interno as normas da Lei Uniforme de
Genebra sobre Letra de Câmbio e Nota Promissória, dando, enfim,
cumprimento à Convenção assinada pelo Brasil nos anos 1930. Em vez
disso, preferiu contemplar a disciplina geral para os títulos de crédito não
regulados em lei específica, objeto que decididamente não reclamava —
como ainda não reclama — prioritária disciplina legal. As disposições sobre
direito cambiário constantes do Código Reale representam o regime geral
dos títulos de crédito não regulados por lei específica. Além disso, para

- Títulos de Crédito no Código Civil –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito no Código Civil -

205/314

alguns tecnólogos, encontram-se nelas a disciplina dos títulos de crédito


inominados [ou atípicos].” (Fábio Ulhoa Coelho)

3. Títulos de crédito não regulados

A natureza de regime geral dos preceitos sobre títulos de


crédito do Código Civil decorre do disposto no seu art. 903, que
estabelece:
“Art. 903 do CC. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os
títulos de crédito pelo disposto neste Código.”

Portanto, os dispositivos gerais sobre títulos de crédito


constantes do Código Civil somente se aplicarão se uma lei vier a
criar, no futuro, um novo título de crédito, mas não o disciplinar, seja
diretamente, seja por meio de remissões legislativas a outras leis
cambiais.
Nessa linha, o Código Civil não revogou, portanto, as normas
legais existentes disciplinadoras da letra de câmbio, nota promissória,
cheque, duplicata, cédula e nota de crédito e todos os demais títulos
regulados pela lei.
“Por enquanto, os únicos títulos de crédito sujeitos à disciplina geral do
Código Civil são os títulos do agronegócio criados pela Lei n. 11.076/2004 —
o Warrant Agropecuário (WA) e o Conhecimento de Depósito Agropecuário
(CDA). Quando o art. 2º dessa lei estabelece que se aplicam ao WA e ao
CDA as normas de direito cambial, sem fazer específica remissão à LU,
deve-se concluir pela sujeição desses títulos às contidas no Código Civil, com
a ressalva das disposições específicas.” (Fábio Ulhoa Coelho)
“Por força da regra do art. 903 do Código Civil, as disposições relativas aos
títulos de crédito não se aplicam aos já existentes.” (Enunciado nº 52 da I
Jornada de Direito Civil)

No mais, como aponta FÁBIO ULHOA COELHO, o estudo das


disposições do Código Civil sobre matéria cambial (arts. 887/926),
tendo em vista seu âmbito de aplicação, pode ser didaticamente feito
a partir das diferenças em relação ao regime da letra de câmbio.
“Em outros termos, conhecendo-se o regime da letra de câmbio (Cap. 11) e
apontando-se os preceitos do Código Civil que não coincidem com os desse
regime, circunscrevem-se as normas próprias aos títulos de crédito que
vierem, no futuro, a se submeter à legislação codificada.
(...) As normas do Código Civil sobre títulos de crédito diferem-se das
aplicáveis às letras de câmbio quanto a quatro aspectos: 1) proibição das
cláusulas de juros, “não à ordem” e exoneração de despesas; 2)
admissibilidade de títulos ao portador, se autorizado pela lei específica; 3)
não vinculação do endossante ao pagamento do título como regra; 4) forma
nominativa de transferência de titularidade.” (Fábio Ulhoa Coelho)
- Títulos de Crédito no Código Civil –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito no Código Civil -

206/314

3.1. Cláusulas ilegais

Código Civil Letra de Câmbio

“Art. 890 do CC. Consideram-se não A letra de câmbio admite cláusula de


escritas no título a cláusula de juros, a juros (art. 5º da LUG).
proibitiva de endosso, a excludente de
Ademais, toda letra de câmbio, mesmo
responsabilidade pelo pagamento ou por
que não envolva expressamente a
despesas, a que dispense a observância
cláusula à ordem, é transmissível por
de termos e formalidade prescritas, e a
via de endosso, embora o sacador possa
que, além dos limites fixados em lei,
inserir na letra cláusula “não à ordem”,
exclua ou restrinja direitos e
que impede a transferência por meio de
obrigações.”
endosso (art. 11 da LUG).
O endossante, salvo cláusula em
contrário, é garante tanto da aceitação
como do pagamento da letra, mas o
endossante pode proibir um novo
endosso, e, neste caso, não garante o
pagamento às pessoas a quem a letra
for posteriormente endossada (art. 15
da LUG).

Não admite cláusula de juros; Admite cláusula de juros;


Não admite cláusula proibitiva de Admite cláusula proibitiva de endosso;
endosso;
Admite cláusula excludente de
Não admite cláusula excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por
responsabilidade pelo pagamento ou por despesas.
despesas.

3.2. Títulos ao portador

Código Civil Letra de Câmbio

Os títulos de crédito que vierem a se A letra de câmbio não pode ser emitida
submeter ao Código Civil poderão ser sem a identificação do beneficiário da
emitidos desde logo na forma ao ordem de pagamento. Desse modo, ela
portador se a lei específica o autorizar é sacada necessariamente na forma
(art. 907 do CC). nominativa e só pode tornar-se um
título ao portador mediante endosso em
Não se aplica a eles a proibição de
branco.
pagamento a beneficiário não
identificado (art. 1º da Lei nº
8.021/90), já que sua apresentação ao
- Títulos de Crédito no Código Civil –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito no Código Civil -

207/314

devedor basta para exigir-se a


prestação neles indicada (art. 905 do
CC).

Admite emissão de título ao portador. Originalmente, não se admite letra de


câmbio ao portador.

3.3. Responsabilidade do endossante

Código Civil Letra de Câmbio

No endosso dos títulos de crédito que O endossante, salvo cláusula em


vierem a ser submetidos ao Código contrário, é garante tanto da aceitação
Civil, o endossante não responderá, em como do pagamento da letra de câmbio.
regra, pela solvência do devedor. Para (art. 15 da LUG).
que o endossante desses títulos possa
ser cobrado, na hipótese de insolvência
do devedor, será necessária expressa
cláusula de responsabilidade no ato do
endosso (art. 914 do CC).

A princípio, o endossante só responde O endossante responde pela existência


pela existência do crédito, e não pela e pela solvência do crédito.
sua solvência.

3.4. Aval parcial

Código Civil Letra de Câmbio

Os títulos sujeitos à disciplina do Código Na letra de câmbio, o aval parcial é


Civil comportam aval, mas ele não pode admissível (art. 30 da LUG).
ser parcial (art. 897, parágrafo único,
“Não se aplica a vedação do art. 897,
do CC).
parágrafo único, do Código Civil, aos
títulos de crédito regulados por lei
especial, nos termos do seu art. 903,
sendo, portanto, admitido o aval parcial
nos títulos de crédito regulados em lei
especial.” (Enunciado nº 39 da I
Jornada de Direito Comercial)

Não admite aval parcial. Admite aval parcial.

Observação: nem o Código Civil (art. 912, parágrafo único) nem a LUG (art. 12)

- Títulos de Crédito no Código Civil –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Crédito no Código Civil -

208/314

aceitam endosso parcial.

3.5. Títulos nominativos

Código Civil Letra de Câmbio

“São títulos nominativos, segundo o “Não há nada equivalente a essa forma


Código Civil, os emitidos em favor de de circulação do crédito no regime
pessoa cujo nome conste no registro do jurídico da letra de câmbio e dos demais
emitente (art. 921). Não se cuida, títulos de crédito próprios. Nestes,
portanto, de identificação do credor no nominativo é o título que ostenta o
próprio documento cartular, mas sim nome do credor, transmissível por
em assentamentos externos à cártula, endosso (se contiver a cláusula ‘à
que o emitente possui (isto é, em livros ordem’) ou por cessão civil (cláusula
apropriados a essa finalidade). A ‘não à ordem’).” (Fábio Ulhoa Coelho)
titularidade da prestação contida nesse
tipo de título transfere-se mediante
termo nos registros do emitente (art.
922), ou por endosso em preto a ser
oportunamente averbado a tais
registros (art. 923).” (Fábio Ulhoa
Coelho)

4. Títulos de crédito atípicos (ou inominados)

Títulos de crédito atípicos (ou inominados) são os que não se


encontram disciplinados em nenhuma lei específica, sendo criados por
particulares independentemente de específica previsão na lei e,
segundo a doutrina majoritária (MARLON TOMAZETTE, MIN. LUÍS
FELIPE SALOMÃO, MAURO BRANDÃO LOPES, LUIZ EMYGDIO
ROSA JÚNIOR), sobre eles incide também as normas gerais do
Código Civil.
No entanto, como aponta FÁBIO ULHOA COELHO:
“A maior dificuldade que a tese da introdução dos títulos atípicos no direito
positivo nacional enfrenta é a da identificação desses títulos. Como saber,
diante de uma declaração de vontade de pagar quantia líquida, se o
instrumento que a materializa é um título de crédito atípico ou um contrato
atípico? Bastaria, como mencionado no art. 889 do Código Civil, que o
documento contivesse data, indicação precisa dos direitos que confere e
assinatura do emitente para que fosse considerado título de crédito
inominado?” (Fábio Ulhoa Coelho)

- Títulos de Crédito no Código Civil –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos Bancários -

209/314

Por fim, nada obstante a doutrina majoritária apontada,


ressalto que FÁBIO ULHOA COELHO defende que o Código Civil não
se aplica aos títulos de crédito inominados (ou atípicos):
“Em outros termos, os títulos de crédito inominados, no meu entendimento,
não estão disciplinados no novo Código Civil. Isto, porém, não significa que
eles sejam irregulares, ou que não possam ser criados. (...) Sustento, em
suma, que o Código Civil não disciplina os títulos de crédito inominados, que
continuam sendo produto exclusivo dos costumes que os criam.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

Títulos Bancários

1. Introdução

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


“A atividade típica dos bancos consiste na intermediação de crédito. O
banco, de um modo esquemático, capta dinheiro das pessoas que o têm
disponível, para fornecê-lo a quem dele precisa.” (Fábio Ulhoa Coelho)

2. Operações passivas e Operações ativas

Costuma-se classificar as operações bancárias em duas


categorias.

Operações Ativas Operações Passivas

Nestas, o banco se torna devedor do Aqui, o banco é credor do cliente. Trata-


cliente. Elas representam a captação de se do fornecimento de dinheiro, isto é,
dinheiro, ou seja, em crédito concedido de crédito concedido pelo banco. Exs.:
à instituição financeira. Exs.: aplicação contratação de um financiamento para
em um fundo de investimento, aquisição aquisição de casa própria.
de um CDB.

3. Títulos Bancários

Ao lado dos títulos de crédito, pode o crédito dos bancos nas


operações ativas instrumentalizar-se em títulos exclusivos deles, isto
é, cártulas cuja emissão somente está autorizada pela lei para
documentar direito creditício de banco. Vejamos os mais comuns:
- Títulos Bancários –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Agronegócio -

210/314

Título Bancário Síntese

“A cédula de crédito bancário é um


título de crédito emitido, por pessoa
física ou jurídica, em favor de instituição
financeira ou de entidade a essa
equiparada, representando promessa de
Cédula de Crédito Bancário pagamento em dinheiro, decorrente de
operação de crédito, de qualquer
modalidade (artigo 26 da Lei no
10.931/04).” (Gladston Mamede)
Trata-se de título executivo extrajudicial
(art. 28 da Lei nº 10.931/04).

“Por meio da Medida Provisória n.


472/2009, hoje convertida na Lei n.
12.249/2010, foi autorizada a emissão
de letras financeiras pelas instituições
financeiras como instrumento de
Letras Financeiras
captação de recursos junto ao público. A
letra financeira (LF) representa um
título de crédito que consiste em uma
promessa de pagamento em dinheiro.”
(Marlon Tomazette)

“O CDB é um título de crédito, emitido


sob a forma cartular ou escritural, que
assegura aos seus titulares um direito
de crédito à remuneração pactuada, que
pode ser pré ou pós-fixada. Nos termos
do art. 30, § 1º, da Lei n. 4.728/65, ‘o
certificado de depósito bancário é
promessa de pagamento à ordem da
importância do depósito, acrescida do
valor da correção e dos juros
convencionados’. O CDB representa um
Certificado de Depósito Bancário (CDB) instrumento de captação de recursos,
que pode ser usado por bancos
comerciais, múltiplos, de
desenvolvimento e Caixas Econômicas.
Repete-se a mesma ideia: quem adquire
o CDB empresta dinheiro ao emitente e
se torna credor do emitente pela
remuneração combinada. Em última
análise, trata-se de um instrumento de
investimento, com prazo determinado e
baixo risco dada a qualidade dos
emitentes.” (Marlon Tomazette)

- Títulos de Agronegócio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Agronegócio -

211/314

Títulos de Agronegócio

1. Introdução

De acordo com FÁBIO ULHOA COELHO:


“Agronegócio é um conceito da economia que pode ser aproveitado pela
tecnologia jurídica como referência ao direito aplicável à cadeia econômica
de produtos agrícolas e pecuários, envolvendo todas as atividades nela
inseridas, desde a produção de insumos até a comercialização ou
exportação, incluindo o transporte, logística, financiamento e investimento.”
(Fábio Ulhoa Coelho)

2. Títulos de Agronegócio

A lei criou diversos títulos de crédito do agronegócio, sendo


alguns referenciados em produtos agrícolas e pecuários e outros
destinados a instrumentalizar o refinanciamento e a securitização dos
direitos creditórios oriundos desta cadeia econômica. Vejamos os
mais comuns:

Título de Agronegócio Síntese

“A Cédula de Produto Rural (CPR) é um


título extremamente versátil que se
presta à aquisição de insumos,
financiamento da produção, concessão
de garantias, documentação da
titularidade do produto, investimento
especulativo etc.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

Cédula de Produto Rural E, assim com a cédula de crédito


bancário, pode instrumentalizar um
negócio jurídico, no caso, qualquer um
em que o produtor rural assume a
obrigação de entregar seu produto ao
outro contratante (STJ, REsp
1049984/MS, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 03/10/2017, DJe
09/10/2017)

Certificado de Depósito Agropecuário “O certificado de depósito agropecuário


(CDA) e Warrant Agropecuário (WA) é título de crédito representativo de
promessa de entrega de produtos
- Títulos de Agronegócio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Agronegócio -

212/314

agropecuários, seus derivados,


subprodutos e resíduos de valor
econômico, depositados em
conformidade com a Lei nº 9.973/00,
que dispõe sobre o sistema de
armazenagem de produtos
agropecuários (segundo seu artigo 1o,
produtos agropecuários, seus derivados,
subprodutos e resíduos de valor
econômico).” (Gladston Mamede)
“Os dois títulos [CDA e WA] são
emitidos pelo armazém de agronegócio
necessariamente juntos (sempre a
pedido do depositante), mas podem
circular separados, dependendo dos
negócios que vierem a ser celebrados
tendo os produtos depositados por
referência. Enquanto o CDA e o WA
permanecerem sob a mesma
titularidade (e, depois de separados,
sempre que voltarem a esta condição),
asseguram ao titular a plena
propriedade da mercadoria depositada
no armazém de agronegócio.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

“Segundo o artigo 24 da Lei no


11.076/04, o certificado de direitos
creditórios do agronegócio (CDCA) é
título de crédito nominativo, de livre
negociação, representativo de promessa
de pagamento em dinheiro e constitui
título executivo extrajudicial, de
emissão exclusiva de cooperativas de
produtores rurais e de outras pessoas
jurídicas que exerçam a atividade de
comercialização, beneficiamento ou
Certificado de Direitos Creditórios do industrialização de produtos e insumos
Agronegócio (CDCA) agropecuários ou de máquinas e
implementos utilizados na produção
agropecuária. Trata-se, portanto, de
título vinculado a direito creditório
originário de negócio realizado entre
produtores rurais, ou suas cooperativas,
e terceiros, inclusive financiamentos ou
empréstimos, relacionados com a
produção, comercialização,
beneficiamento ou industrialização de
produtos ou insumos agropecuários ou
de máquinas e implementos utilizados
na atividade agropecuária.” (Gladston

- Títulos de Agronegócio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos de Agronegócio -

213/314

Mamede)

“A letra de crédito do agronegócio (LCA)


é, também, um título de crédito
vinculado a direitos creditórios
originários de negócios realizados entre
produtores rurais, ou suas cooperativas,
e terceiros, inclusive financiamentos ou
empréstimos, relacionados com a
produção, comercialização,
beneficiamento ou industrialização de
produtos ou insumos agropecuários ou
de máquinas e implementos utilizados
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
na atividade agropecuária. Trata-se,
especificamente, de um título de crédito
nominativo, de livre negociação, que
pode ser emitido exclusivamente por
instituições financeiras públicas ou
privadas, representando promessa de
pagamento em dinheiro. No plano
processual, atendidos os requisitos do
Código de Processo Civil, constitui título
executivo extrajudicial.” (Gladston
Mamede)

“O certificado de recebíveis do
agronegócio (CRA) é título de crédito
nominativo, de livre negociação,
representativo de promessa de
pagamento em dinheiro e constitui título
executivo extrajudicial. Encarta-se,
como o certificado de direitos creditórios
e a letra de crédito do agronegócio, no
âmbito dos títulos de crédito vinculados
a direitos creditórios originários de
negócios realizados entre produtores
rurais, ou suas cooperativas, e
Certificado de Recebíveis do terceiros, inclusive financiamentos ou
Agronegócio (CRA) empréstimos, relacionados com a
produção, comercialização,
beneficiamento ou industrialização de
produtos ou insumos agropecuários ou
de máquinas e implementos utilizados
na atividade agropecuária. Mas é de
emissão exclusiva das companhias
securitizadoras de direitos creditórios do
agronegócio, que são instituições não
financeiras constituídas sob a forma de
sociedade por ações, tendo por
finalidade a aquisição e securitização de
direitos creditórios do agronegócio, bem
como a emissão e a colocação de
- Títulos de Agronegócio –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Títulos Eletrônicos ou Virtuais -

214/314

certificados de recebíveis do
agronegócio no mercado financeiro e de
capitais.” (Gladston Mamede)

Títulos Eletrônicos ou Virtuais

1. Introdução

“Art. 889, § 3º, do CC. O título poderá ser emitido a partir dos caracteres
criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da
escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste
artigo.”

Com base nesse dispositivo, RICARDO NEGRÃO destaca que:


“Críticas à parte, o Código Civil traz importante novidade no art. 889, § 3º,
que transcende à questão do conflito entre a lei especial e as novas
disposições previstas no Código Civil. É a permissão de emissão de títulos ‘a
partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e
que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos
previstos neste artigo’.
Chamado de título desmaterializado, virtual ou eletrônico, o novo formato
documental traz como exigências: (a) lançamento na escrituração do
emitente e (b) obediência aos requisitos mínimos previstos no dispositivo,
isto é, presença da data da emissão, da indicação precisa dos direitos que
confere, da assinatura do emitente (CC, art. 889, caput) e do domicílio do
emitente (CC, art. 889, § 2º).” (Ricardo Negrão)

A partir dessa desmaterialização, EVÉRSIO DONIZETE DE


OLIVEIRA conceitua título de crédito eletrônico como:
“(...) toda e qualquer manifestação de vontade, traduzida por determinado
programa de computador, representativo de um fato, necessário para o
exercício do direito literal e autônomo nele mencionado.” (Evérsio
Donizete de Oliveira)

E, como principal exemplo de título de crédito virtual, temos a


duplicata virtual.

2. O princípio da cartularidade (incorporação) aplica-se aos


títulos de crédito eletrônicos/virtuais?

R: Há divergência.

Marlon Tomazette Fábio Ulhoa Coelho

- Títulos Eletrônicos ou Virtuais –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Encerramento da Aula -

215/314

SIM NÃO

“Diante desse conceito [de título “Diante do quadro da desmaterialização dos


de crédito eletrônico] ainda se títulos de crédito, vale a pena repassar
vê ‘algo’ necessário para o rapidamente os princípios do direito cambiário,
exercício do direito. Contudo, com vistas a conferir se eles ainda têm
esse ‘algo’ não é mais um atualidade. Quer dizer, do que se está falando,
papel, mas uma manifestação hoje em dia, na referência à cartularidade,
de vontade traduzida por um literalidade e autonomia das obrigações
programa de computador. Para cambiais? O primeiro estabelece que o exercício
nós, essa manifestação ainda é dos direitos cambiais pressupõe a posse do
um documento e inclusive será título. Ora, se o documento nem sequer é
um título de crédito obediente emitido, não há sentido algum em se
ao princípio da cartularidade ou condicionar a cobrança do crédito à posse de
incorporação.” (Marlon um papel inexistente. Representa uma
Tomazette) dispensável formalidade exigir-se a confecção
do título em papel, se as relações entre credor e
devedor documentaram-se todas
independentemente dele. (...) O registro da
concessão e circulação do crédito em meio
eletrônico tornou obsoletos os preceitos do
direito cambiário intrinsecamente ligados à
condição de documento dos títulos de crédito.
Cartularidade, literalidade (em certa medida),
distinção entre atos ‘“em branco’ e ‘em preto’
representam aspectos da disciplina cambial
desprovidos de sentido, no ambiente
informatizado.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Encerramento da Aula

Bom, por aqui encerramos a parte teórica desta aula, espero que tenham
gostado.
Sugestões, críticas e dúvidas: proflucasevangelinos@gmail.com
Grande abraço e bons estudos!

- Encerramento da Aula –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Bibliografia -

216/314

Bibliografia

Teoria Geral do Direito Empresarial


BRUSCATO14, Wilges. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. São
Paulo: Malheiros, 2011.
CAMPINHO15, Sérgio. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 15ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
COELHO16, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, vol.
1. 18ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
FAZZIO JÚNIOR 17 , Waldo. Manual de direito comercial. 17ª ed. São Paulo:
Atlas, 2016.
FORGIONI 18 , Paula A. A Evolução do Direito Comercial: Da mercancia ao
mercado. 3ª ed. São Paulo: RT, 2015;
GONÇALVES NETO19, Alfredo de Assis. Direito de empresa: comentários aos
artigos 966 a 1.195 do Código Civil. 7ª ed. São Paulo: RT, 2017.
MAMEDE 20 , Gladston. Direito empresarial brasileiro: empresa e atuação
empresarial, vol. 1. 10ª de. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS21, Fran. Curso de Direito comercial. 40ª ed. Rio de Janeiro Forense,
2016.
NEGRÃO22, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: teoria geral da
empresa e direito societário, vol. 1. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NERY23, Nelson. NERY24, Rosa Maria de Andrade Nery. Código Civil Comentado.
11ª ed. São Paulo: RT, 2016.
RAMOS25, André Luís Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 6ª. Rio
de Janeiro: Método, 2016.
REQUIÃO 26 , Rubens. Curso de direito comercial, vol. 1. 31. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
RIZZARDO27, Arnaldo. Direito de empresa. 4ª. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
TEIXEIRA 28 , Tarcísio. Direito empresarial sistematizado. 6ª. São Paulo:
Saraiva, 2016.

14
Advogada e Professora.
15
Advogado e Professor no Rio de Janeiro.
16
Advogado em São Paulo e Professor Titular de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
17
Foi Promotor de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Advogado em São Paulo e Professor.
18
Advogada e Professora da Faculdade de Direito da USP.
19
Advogado e Professor no Paraná.
20
Advogado e Professor em Minas Gerais.
21
Falecido. Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.
22
Foi Procurador de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Desembargador do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (Quinto Constitucional) e Professor.
23
Foi Procurador de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Advogado em São Paulo e Professor.
24
Foi Desembargadora no Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente, é Advogada e Professora.
25
Bacharel em Direito pela UFPE. Atualmente, é Procurador Federal da Advocacia Geral da União.
26
Falecido. Foi Professor da UFPR e membro do Instituto dos Advogados do Paraná.
27
Foi Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Atualmente, é Advogado e Professor.
28
Advogado e Professor em São Paulo.
- Bibliografia –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Bibliografia -

217/314
29
TEPEDINO , Gustavo. BARBOZA. Heloisa Helena. MORAES. Maria Celina Bodin
de. Código Civil Interpretado conforme a Constituição da República, vol. IV.
Rio de Janeiro: Renovar, 2014.
TOMAZETTE30, Marlon. Curso de direito empresarial: teoria geral e direito
societário, vol. 1. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
VERÇOSA31, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito Comercial: teoria geral, vol. 1.
4ª ed. São Paulo: RT, 2014.
WALD32, Arnoldo. Direito Civil – Direito de Empresa, vol. 8. 2 ed. São Paulo:
Saraiva, 2015.

Direito da Propriedade Industrial


COELHO33, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, vol.
1. 18ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
NEGRÃO34, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: teoria geral da
empresa e direito societário, vol. 1. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
RAMOS35, André Luís Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 6ª. Rio
de Janeiro: Método, 2016.

Direito Societário
BORBA 36 , José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 16ª ed. São Paulo: Atlas,
2018.
CAMPINHO, Sérgio. Curso de Direito Comercial: sociedade anônima. 3ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2018.
CHAGAS 37 , Edilson Enedino das. Direito Empresarial Esquematizado. 5ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2018.
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, vol. 2.
17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
FAZZIO JÚNIOR 38 , Waldo. Manual de direito comercial. 17ª ed. São Paulo:
Atlas, 2016.
GONÇALVES NETO39, Alfredo de Assis. Direito de empresa: comentários aos
artigos 966 a 1.195 do Código Civil. 7ª ed. São Paulo: RT, 2017.
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: direito societário
sociedades simples e empresárias, vol. 2. 10ª de. São Paulo: Atlas, 2018.
NEGRÃO40, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: teoria geral da
empresa e direito societário, vol. 1. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

29
Foi Procurador da República. Atualmente, é Advogado e Professor.
30
Procurador do Distrito Federal e Professor.
31
Advogado e Professor na Faculdade de Direito da USP.
32
Advogado e Professor da UERJ.
33
Advogado em São Paulo e Professor Titular de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
34
Foi Procurador de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Desembargador do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (Quinto Constitucional) e Professor.
35
Bacharel em Direito pela UFPE. Atualmente, é Procurador Federal da Advocacia Geral da União.
36
Foi Procurador do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, é Advogado.
37
Juiz do TJDFT.
38
Foi Promotor de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Advogado em São Paulo e Professor.
39
Advogado e Professor no Paraná.
40
Foi Procurador de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Desembargador do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (Quinto Constitucional) e Professor.
- Bibliografia –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Bibliografia -

218/314

NERY, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade Nery. Código Civil Comentado. 11ª
ed. São Paulo: RT, 2016.
PATENTE, Norma Jonssen. Mercado de Capitais. 2ª ed. São Paulo: RT, 2018.
RAMOS41, André Luís Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 6ª. Rio
de Janeiro: Método, 2016.
TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA. Heloisa Helena. MORAES. Maria Celina Bodin de.
Código Civil Interpretado conforme a Constituição da República, vol. IV. Rio
de Janeiro: Renovar, 2014.

Direito Cambiário
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: títulos de crédito, vol. 3.
10ª de. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, Fran. Títulos de Crédito. 17ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
NEGRÃO, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: títulos de
crédito e contratos empresariais, vol. 2. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA. Heloisa Helena. MORAES. Maria Celina Bodin de.
Código Civil Interpretado conforme a Constituição da República, vol. III.
Rio de Janeiro: Renovar, 2014.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: títulos de crédito, vol. 2.
9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

Contratos Empresariais
ABRÃO, Nelson. Direito Bancário. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
BERTOLDI, Marcelo M. RIBEIRO, Marcia Carla Pereira Ribeiro. Curso Avançado
de Direito Comercial. 10ª ed. São Paulo: RT, 2016.
CARVALHOSA, Modesto. KUYVEN, Fernando. RODRIGUES JR., Otávio Luiz.
FRADERA, Véra Jacob de. WAISBERG, Ivo. GOLDBERG, Ilan. BARBOSA, Claudio
Roberto. LEONARDO, Rodrigo Xavier. Contratos Mercantis, vol. IV. 2ª ed. São
Paulo: RT, 2018.
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, vol. 3.
15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito civil: contratos, vol. 3. 8ª ed. São
Paulo: RT, 2016.
FORGIONI, Paula A. Contratos Empresariais – Teoria Geral e Aplicação. 3ª
ed. São Paulo: RT, 2018.
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 17ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
KLEE, Antônio Espindola Longoni. Comércio Eletrônico. São Paulo: RT, 2014.
MIRAGEM, Bruno. Direito Bancário. 2ª ed. São Paulo, RT, 2018.
NEGRÃO, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: títulos de
crédito e contratos empresariais, vol. 2. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
VERÇOSA 42 , Haroldo Malheiros Duclerc. Direito Comercial: teoria geral do
contrato, vol. 4. 2ª ed. São Paulo: RT, 2014.
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito Comercial: os contratos
empresariais em espécie, vol. 5. 2ª ed. São Paulo: RT, 2014.
WAISBER. Ivo. GARNATI. Gilberto. Direito Bancário – Contratos e Operações
Bancárias. Saraiva: São Paulo, 2016.

41
Bacharel em Direito pela UFPE. Atualmente, é Procurador Federal da Advocacia Geral da União.
42
Advogado e Professor na Faculdade de Direito da USP.
- Bibliografia –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Bibliografia -

219/314

Direito Falimentar
BEZERRA FILHO 43 , Manoel Justino. Lei de Recuperação de Empresas e
Falência. 13ª de. São Paulo: RT, 2018.
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, vol. 3.
15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
COELHO, Fabio Ulhoa. Comentários à Lei de Falências e de Recuperação de
Empresa. 13ª ed. São Paulo: RT, 2018.
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: falência e recuperação de
empresas, vol. 4. 9ª de. São Paulo: Atlas, 2018.
NEGRÃO, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa: recuperação de
empresas, falência, procedimentos concursais administrativos, vol. 3. 12ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SALOMÃO 44 . Luís Felipe. SANTOS 45 . Paulo Penalva. Recuperação judicial,
extrajudicial e falência – Teoria e Prática. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
2017.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: falência e recuperação
de empresas, vol. 3. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

43
Foi Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente, é Advogado e Professor.
44
Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
45
Procurador do Estado do Rio de Janeiro.
- Bibliografia –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

220/314

Questões Objetivas

1. Questões Objetivas

1.1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito

1.1.1. Banca: CESPE

Q1º. Ano: 2011


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz
Considerando a aplicabilidade, no direito cambiário, dos princípios da cartularidade,
literalidade e autonomia, bem como de outros deles decorrentes, assinale a opção
correta.
(a) O princípio da literalidade é relativizado pelo direito brasileiro, de sorte que o
aval tanto pode ser prestado mediante assinatura do avalista no próprio título
quanto em documento apartado.
(b) Consoante o princípio da inoponibilidade, o devedor de dívida representada por
título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé as exceções que tiver contra
este e as fundadas nos aspectos formais do título.
(c) De acordo com o princípio da literalidade, o título de crédito deve satisfazer
seus requisitos formais no momento da emissão, sendo, em regra, nulo o título
que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser preenchido ou
complementado pelo beneficiário.
(d) De acordo com o princípio da abstração, o emitente de título cambial não pode
opor ao beneficiário as exceções fundadas no negócio jurídico subjacente, ainda
que o título não tenha entrado em circulação.
(e) Em razão do princípio da cartularidade, a duplicata mercantil só pode ser
protestada se o credor estiver na posse do título.

1.2.Letra de Câmbio

1.2.1. Banca: CESPE

Q2º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PR
Prova: CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto
O ato cambiário pelo qual o credor transmite a outrem seus direitos sobre título
nominal à ordem é denominado
(a) aceite.
(b) aval.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

221/314

(c) endosso.
(d) cessão civil de crédito.

Q3º. Ano: 2016


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz
Assinale a opção correta, no que diz respeito a aval.
(a) Se o título de crédito avalizado for vinculado a contrato de mútuo, o avalista
deverá responder pelas obrigações nele contidas, ainda que ali não figure como
devedor solidário.
(b) No caso do cheque, se houver dois avais superpostos e em branco, considera-
se que houve aval de aval.
(c) Os avais simultâneos estabelecem entre os coavalistas uma relação fundada na
solidariedade de direito comum, e não cambiária. Assim, se um deles pagar a
dívida, terá o direito de exigir do outro apenas a quota parte que caberia a este.
(d) O avalista de cheque prescrito deverá responder pelo pagamento deste em
ação monitória, independentemente da prova de ter-se beneficiado da dívida.
(e) O avalista citado para pagar o valor constante do título poderá invocar em seu
favor benefício de ordem, de forma que, primeiro, sejam excutidos bens do
avalizado.

Q4º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
É cabível o protesto de letra de câmbio por falta de aceite.

1.2.2. Banca: CETRO

Q5º. Ano: 2017


Banca: CETRO
Órgão: TJ-RJ
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Acerca de temas relacionados ao protesto de títulos cambiais, assinale a alternativa
correta.
(a) Com vista da economia processual, o Tabelião pode, para efeito de protesto de
título, se valer da intimação por edital, caso o devedor resida em município diverso
do seu.
(b) É possível o protesto de título executivo judicial, desde que a obrigação nele
estampada se revista dos critérios de certeza, liquidez e exigibilidade, no entender
do STJ.
(c) É legítimo o protesto de título de cambial mesmo na hipótese de o pagamento
ocorrer com atraso, de modo a proteger o direito do credor.
(d) O protesto de Cédula de Crédito Bancário garantida por alienação fiduciária, de
acordo com entendimento do STJ, deve ser efetuado na praça de pagamento
indicada no título.
(e) O cancelamento do protesto é ônus do credor quando este paga o título no
próprio Tabelionato de Protesto de Títulos, e do devedor, quando a este couber
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

222/314

disponibilizar carta de anuência para ser apresentada perante o referido


Tabelionato.

1.2.3. Banca: CONSULPLAN

Q6º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Acerca de Protesto de Títulos e outros documentos de dívida, assinale a alternativa
correta:
(a) Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em
seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios e não estiverem
prescritos.
(b) Não poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda
estrangeira, emitidos fora do Brasil.
(c) Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de
correção, o pagamento será feito pela conversão vigorante no dia do pagamento,
calculada sobre valor indicado pelo apresentante.
(d) Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento
ou do domicílio do emitente.

Q7º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - 2017
De acordo com a Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de
1966), assinale a alternativa INCORRETA, no que se refere à letra de câmbio:
(a) A taxa de juros deve ser indicada na letra; na falta de indicação, a cláusula de
juros é considerada como não escrita.
(b) Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma
vez, quer por extenso, quer em algarismos, e houver divergências entre as diversas
indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia superior.
(c) Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por elas,
assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer
outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome
das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso
deixam de ser válidas.
(d) Se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada
contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos
ser motivo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé
ou, adquirindo-a, tenha cometido uma falta grave.

Q8º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

223/314

De acordo com a Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de


1966), assinale a opção INCORRETA em relação aos prazos prescricionais da letra
de câmbio:
(a) Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três)
anos a contar do seu vencimento.
(b) As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em
um ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do
vencimento, se se tratar de letra que contenha cláusula "sem despesas".
(c) As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem
em 6 (seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que
ele próprio foi acionado.
(d) A interrupção da prescrição produz efeito em relação a todos os coobrigados.

1.2.4. Banca: FCC

Q9º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
Em relação ao protesto de títulos, considere as afirmações seguintes:
I. Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em
seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, devendo porém
o tabelião de protesto analisar a ocorrência de prescrição ou caducidade, já que
nesses casos terá perecido o direito do apresentante.
II. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda
estrangeira, desde que emitidos no Brasil, defeso o protesto de títulos emitidos em
outros países, que poderão ser apenas enviados ao devedor como notificação para
pagamento.
III. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização
do título ou documento de dívida; na contagem desse prazo exclui-se o dia da
protocolização e inclui-se o do vencimento.
IV. A intimação ao devedor do título apresentado a protesto será feita por edital se
a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta
ou ignorada, residente ou domiciliada fora da competência territorial do
Tabelionato, ou, ainda, se ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço
fornecido pelo apresentante.
V. O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só
poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial.

Q10º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: Prefeitura de Campinas – SP
Prova: Procurador
Banco Z recebeu título de crédito por endosso-mandato e o levou a protesto.
Porque indevido o protesto, o prejudicado ajuizou ação contra o Banco Z
requerendo compensação por danos morais. De acordo com jurisprudência
consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o Banco Z
(a) responde por danos morais nas mesmas hipóteses em que o credor da cártula.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

224/314

(b) responde por danos morais, independentemente de culpa, se for inexistente o


negócio jurídico subjacente à cártula.
(c) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, na
hipótese de endosso-mandato, jamais responde por danos decorrentes de protesto
indevido.
(d) responde por danos morais se houver extrapolado os poderes de mandatário
ou agido com culpa, como no caso de apontamento depois da ciência acerca do
pagamento ou de falta de higidez da cártula.
(e) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, em
qualquer espécie de endosso, jamais responde por danos decorrentes de protesto
indevido.

1.2.5. Banca: IESES

Q11º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
O pagamento de uma letra de câmbio:
(a) Dependente do aceite e pode ser garantido por aval.
(b) Independente do aceite e do endosso, não havendo possibilidade de pode ser
garantido por aval.
(c) Independente do aceite e do endosso, e pode ser garantido por aval.
(d) Dependente do aceite e pode ser garantido por fiança.

Q12º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre o endosso na letra de câmbio pode-se afirmar:
I. É possível o endosso parcial da letra de câmbio, especificando a parcela.
II. Para a validade do endosso, é suficiente a simples assinatura do próprio punho
do endossador ou do mandatário especial, no verso da letra.
III. É possível o endosso e com ele se transmite a propriedade da letra de câmbio.
IV. A cláusula “por procuração”, lançada no endosso, indica o mandato com todos
os poderes, salvo o caso de restrição, que deve ser expressa no mesmo endosso.

1.2.6. Banca: VUNESP

Q13º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
O prazo para a propositura de ação monitória de título de crédito prescrito é
(a) 10 anos.
(b) 5 anos.
(c) 3 anos.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

225/314

(d) direito imprescritível.

Q14º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
A cláusula “não à ordem"
(a) inviabiliza o aceite.
(b) impede a circulação mediante endosso.
(c) implica em aceite do cumprimento da obrigação assumida em Nota Promissória.
(d) não é admitida na Letra de Câmbio.
(e) inviabiliza o aval parcial.

1.3.Nota Promissória

1.3.1. Banca: CESPE

Q15º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
A sociedade empresária X firmou contrato com a sociedade empresária Y, para que
Y lhe prestasse determinado serviço, tendo Y recebido como título de crédito uma
nota promissória, sem indicação expressa da sua vinculação ao citado contrato.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
No título de crédito, a indicação de vencimento e do lugar em que se deve efetuar o
pagamento não são requisitos indispensáveis. Na falta dessas informações, a nota
promissória será considerada nota à vista e pagável no local de sua emissão.

Q16º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
Perde o atributo da abstração a nota promissória em cujo corpo haja referência ao
contrato que a tenha ensejado, de modo que defesas decorrentes da falta ou falha
de execução contratual poderão ser opostas, pelo sacador, a terceiro de boa fé a
quem tenha sido a nota endossada.

1.3.2. Banca: CONSULPLAN

Q17º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

226/314

Segundo o Decreto nº 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra), são requisitos da nota


promissória, EXCETO:
(a) A expressão “nota promissória” e o nome da pessoa a quem ou a ordem de
quem deve ser paga.
(b) A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento.
(c) A época do pagamento.
(d) O aval e aceite do título.

1.3.3. Banca: FGV

Q18º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Técnico Tributário
Acerca da emissão e circulação da nota promissória, analise as afirmativas a seguir.
I. O emitente da nota promissória responde pelo pagamento perante os portadores,
mesmo que o título contenha assinaturas de pessoas incapazes.
II. Inserida a cláusula não à ordem na emissão da nota promissória, sua circulação
se dará pela forma e com os efeitos de cessão de crédito.
III. Considera-se não escrita a cláusula de proibição de novo endosso, inserida na
nota promissória pelo endossante.

1.3.4. Banca: TRF 3ª Região

Q19º. Ano: 2016 [ADAPTADA]


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
Marque a alternativa incorreta, observando-se a legislação e a jurisprudência
dominante do Superior Tribunal de Justiça:
(b) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
(c) O avalista do título de credito vinculado a contrato de mutuo também responde
pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.

1.3.5. Banca: VUNESP

Q20º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
O apontamento a protesto de nota promissória deve ser feito
(a) antes do vencimento do título.
(b) no prazo ordinário de prescrição.
(c) a qualquer momento.
(d) no prazo de três anos.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

227/314

Q21º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
A ausência de indicação de data de emissão em nota promissória
(a) extingue o crédito.
(b) não gera qualquer consequência.
(c) torna-a inexigível como título executivo judicial.
(d) torna-a inexigível como título executivo extrajudicial.

1.4.Cheque

1.4.1. Banca: CESPE

Q22º. Ano: 2018


Banca: CESPE
Órgão: TJ-CE
Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto
Na hipótese de um cheque ser apresentado ao sacado fora do prazo legal de
apresentação, ainda é cabível ação executiva contra:
(a) o emitente e seus avalistas, desde que haja protesto e seja observado o prazo
prescricional.
(b) os endossantes e seus avalistas, dentro do prazo prescricional, desde que haja
protesto.
(c) os endossantes e seus avalistas, independentemente de protesto, desde que
observado o prazo prescricional.
(d) o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de seis
meses para o seu ajuizamento, contados do término do prazo de apresentação.
(e) o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de dois
anos para o seu ajuizamento, contados do término do prazo de apresentação.

Q23º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: Prefeitura de Belo Horizonte – MG
Prova: Procurador Municipal
Paulo emitiu à sociedade empresária CT Ltda. cheque, com cláusula sem protesto,
que não foi compensado por insuficiência de fundos disponíveis. A sociedade,
então, ingressou com ação cambial contra Paulo e Fernanda, titulares de conta
conjunta. Nessa situação hipotética,
(a) a CT Ltda. deverá expor, na petição inicial, o negócio jurídico que deu origem
ao cheque.
(b) a CT Ltda. poderá cobrar, na ação, as despesas efetuadas com o protesto do
título.
(c) os juros legais devem incidir desde o dia da apresentação do cheque.
(d) houve solidariedade passiva entre Paulo e Fernanda em razão da inadimplência
do título.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

228/314

Q24º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue o próximo item, relacionado aos títulos de crédito em espécie.
As declarações escritas e datadas que, emitidas pela instituição financeira ou por
câmara de compensação, se refiram à recusa de pagamento não suprem o protesto
para a cobrança dos endossantes do cheque e de seus avalistas.

1.4.2. Banca: CONSULPLAN

Q25º. Ano: 2018


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros -
Remoção
Sendo o endosso “em branco” inserido no cheque, assinale a alternativa correta.
(a) Ao endossante é vedado proibir novo endosso.
(b) Ao portador é proibido transferir o cheque a um terceiro.
(c) Ao endossante é proibido endossar novamente o cheque.
(d) Ao portador é permitido endossar novamente o cheque, em branco ou a outra
pessoa.

1.4.3. Banca: IESES

Q26º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
No tocante ao cheque pode-se afirmar:
I. Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.
II. As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes.
III. Indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos,
prevalece, no caso de divergência, a indicação da maior quantia.
IV. O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração
pela qual se exima dessa garantia.

1.4.4. Banca: FGV

Q27º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: Câmara de Salvador – BA
Prova: Analista Legislativo Municipal - Licitação, Contratos e Convênios
Em relação à emissão e ao pagamento do cheque, analise as afirmativas a seguir.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

229/314

I. Um cheque no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) emitido na cidade de


Jacobina/BA, com praça de pagamento na cidade de Andaraí/BA, deverá ser
apresentado a pagamento nos 30 (trinta) dias seguintes ao de sua emissão.
II. Após a expiração do prazo de apresentação, poderá o emitente dar ao sacado
contraordem de pagamento com efeito imediato.
III. A assinatura do emitente deve ser autógrafa (de próprio punho), sendo vedada
emissão de cheque por chancela mecânica ou processo equivalente.

1.4.5. Banca: FMP

Q28º. Ano: 2015


Banca: FMP Concursos
Órgão: DPE-PA
Prova: Defensor Público Substituto
Antônio emitiu um cheque para pagamento de uma dívida no lugar onde deve ser
pago. A ação de execução desse cheque, assegurada ao portador Carlos, prescreve
em:
(a) trinta dias, contados da data de emissão do cheque.
(b) sessenta dias, contados da data de emissão do cheque
(c) seis meses, contados de termo do prazo de trinta dias, para a apresentação do
cheque
(d) seis meses, contados do termo do prazo de sessenta dias, para a apresentação
do cheque
(e) seis meses, contados da data de emissão do cheque

1.4.6. Banca: FUNRIO

Q29º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
Em atenção à jurisprudência sedimentada do Superior Tribunal de Justiça em
relação aos títulos de crédito, é INCORRETO afirmar que:
(a) A legislação sobre cédulas de crédito rural admite pacto de capitalização de
juros em periodicidade inferior à semestral.
(b) É possível que a duplicata sem aceite seja protestada por falta de pagamento,
pois o fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de
aceite ou de devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de
pagamento.
(c) Endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo
vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro à emissão de duplicata,
não responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu
direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
(d) A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial, representativo de
operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão
para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas modalidades de
crédito rotativo ou cheque especial.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

230/314

(e) A emissão de cheques pós-datados, ainda que seja prática costumeira, não
encontra previsão legal, pois admitir que do acordo extracartular decorra a dilação
do prazo prescricional importaria na alteração da natureza do cheque como ordem
de pagamento à vista e infringência do art. 192 do CC, além de violação dos
princípios da literalidade e abstração.

1.4.7. Banca: VUNESP

Q30º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
O portador do cheque
(a) não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
(b) pode recusar pagamento parcial, mas, caso seja feito, o sacado deve exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
(c) pode recusar pagamento parcial, mas, caso seja feito, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
(d) não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado deve exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.

1.5.Duplicata

1.5.1. Banca: CESGRANRIO

Q31º. Ano: 2015


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
A Lei n° 5.474/1968, que regula as duplicatas, dispõe
(a) que a pretensão à execução da duplicata prescreve contra o sacado e
respectivos avalistas, em 5 (cinco) anos, contados da data do vencimento do título.
(b) que a perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair cédula de
crédito comercial, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.
(c) que o comprador não poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de vícios,
defeitos e diferenças na qualidade e quantidade das mercadorias negociadas entre
comprador e vendedor, ainda que devidamente comprovados, por se tratar de um
título de crédito desvinculado do negócio subjacente que lhe deu origem.
(d) que, no caso da duplicata não aceita pelo sacado, a sua cobrança judicial, pelo
credor, é possível, independentemente de o título ter sido protestado em tempo
hábil ou não, visto que o crédito se encontra inserto no respectivo título de crédito.
(e) que, no ato de emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada
ao comprador.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

231/314

1.5.2. Banca: CESPE

Q32º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
A duplicata pode ser sacada em data posterior à da emissão da fatura.

1.5.3. Banca: CONSULPLAN

Q33º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Acerca do protesto de duplicata, assinale a alternativa correta:
(a) O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de
aceite ou de devolução, elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento
(b) Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada,
é título hábil para instruir pedido de falência.
(c) A duplicata é protestável por falta de pagamento, mas não por falta de aceite.
(d) O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do
prazo de 30 (trinta) dias, manterá o direito de regresso contra os endossantes e
respectivos avalistas.

1.5.4. Banca: FCC

Q34º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AP
Prova: Defensor Público
Em relação à duplicata, considere os seguintes enunciados:
I. Nos casos de venda para pagamento em parcelas, deverão ser emitidas tantas
duplicatas quantas forem as parcelas ajustadas, nas quais haverá a discriminação
dos vencimentos e do valor de cada prestação, consignando-se para cada qual
numeração em sequência de ordem dos vencimentos.
II. No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada
ao comprador.
III. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, a não ser que o comprador
tenha direito a rebate ou compensação, citando o vendedor o valor líquido que o
comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.
IV. A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do
conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador,
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

232/314

ou para pagamento em prazo inferior a trinta dias, contado da entrega ou despacho


das mercadorias, poderá representar-se por duplicata, em que se declarará que o
pagamento será feito nessas condições.
V. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da
data do vencimento.

Q35º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Prova: Juiz do Trabalho Substituto
Sobre os títulos de crédito, é INCORRETO afirmar:
(a) A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair a triplicata.
(b) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de
emissão não é pagável quando da sua apresentação.
(c) No caso dos cheques, são nulos o seu endosso parcial e do sacado.
(d) As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis poderão
emitir faturas e duplicatas de prestação de serviços.
(e) O cheque pode ser emitido à ordem do próprio sacador.

1.5.5. Banca: FUNRIO

Q36º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
A Lei 7.357/85 dispõe sobre o cheque. Diante das proibições previstas na referida
lei, é possível afirmar que:
(a) É permitido o endosso parcial e o do sacado.
(b) O endosso pode ficar subordinado a uma condição.
(c) Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.
(d) Não se admite a transferência do cheque pelo portador, em se tratando de
endosso em branco.
(e) O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à
ordem”, não é transmissível por via de endosso.

1.5.6. Banca: UEPA

Q37º. Ano: 2015


Banca: UEPA
Órgão: PGE-PA
Prova: Procurador do Estado
Acerca dos Títulos de Crédito, assinale a alternativa correta.
(a) para a lavratura do protesto cambial, em razão do princípio da cartularidade, é
indispensável a exibição física do título de crédito, sendo ilícito o protesto por
indicação de duplicata virtual.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

233/314

(b) o saque da duplicata mercantil pressupõe a existência de uma relação jurídica


subjacente, de modo que a ausência de causa debendi representa a irregularidade
do título emitido.
(c) ainda que desprovida de aceite, a duplicata constitui título executivo
extrajudicial, desde acompanhada do comprovante de entrega das mercadorias,
sendo desnecessária a prévia realização de protesto cambial.
(d) o endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo
vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro a emissão de duplicata,
não responde pelos danos causados diante de protesto indevido, tendo em vista
que não participou originariamente da relação jurídica.
(e) o avalista, face à autonomia do dever contraído, responde irrestritamente pela
obrigação assumida pelo devedor principal, ainda que prescrita a ação cambiária.

1.5.7. Banca: VUNESP

Q38º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
Dispõe a lei que rege o título de crédito, denominado duplicata, que em todo
contrato de compra e venda mercantil, celebrado entre partes domiciliadas no
território brasileiro, com prazo não inferior a 30 dias, contados da data da entrega
ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para
apresentação ao comprador. A esse respeito, é correto afirmar que
(a) quando a remessa da duplicata for feita por intermédio de representantes,
instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão
apresentar o título ao comprador, dentro de 10 dias contados da data de seu
recebimento na praça de pagamento.
(b) em toda venda realizada em tais condições, o vendedor é obrigado a extrair da
fatura a respectiva duplicata.
(c) no ato da emissão da fatura, o vendedor extrairá a duplicata para circulação
com efeito comercial, sendo admitida, nesse caso, qualquer outra espécie de título
de crédito, a exemplo da letra de câmbio ou da nota promissória, para documentar
o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
(d) uma só duplicata poderá corresponder a mais de uma fatura, nos casos de
venda para pagamento em parcelas, situação em que se discriminarão todas as
prestações e vencimentos, distinguindo-se a numeração pelo acréscimo, em
sequência, de letra do alfabeto.
(e) no valor total da duplicata serão incluídos os abatimentos de preços das
mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da
fatura.

1.6.Títulos de Crédito Impróprios

1.6.1. Banca: FGV

Q39º. Ano: 2018


- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

234/314

Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Auditor Fiscal de Tributos Estaduais
“Cacoal Administradora de Imóveis emitiu cédula de crédito bancário com cláusula
à ordem em favor de instituição financeira integrante do Sistema Financeiro
Nacional (SFN)”. Sobre a circulação da cédula de crédito bancário com cláusula à
ordem, assinale a afirmativa correta.
(a) A cédula de crédito bancário será transferível mediante endosso em branco ou
em preto, ao qual se aplicarão, no que couberem, as normas do direito cambiário.
(b) O endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela
equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive cobrar os
juros e demais encargos na forma pactuada na cédula.
(c) A cédula de crédito bancário será emitida por escrito, em tantas vias quantas
forem as partes que nela intervierem, todas elas negociáveis, assinadas pelo
emitente e pelo terceiro garantidor, se houver.
(d) Aplicam-se à circulação das cédulas de crédito bancário as disposições do
Código Civil e, no que não contrariar esse diploma, a legislação cambial.
(e) É necessário o protesto cambial para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores da cédula de crédito bancário.

1.7.Títulos de Créditos no Código Civil

1.7.1. Banca: CONSULPLAN

Q40º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre os títulos de crédito e com base no Código Civil Brasileiro, é correto afirmar:
(a) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval.
(b) O avalista, na falta de indicação, não pode ser equiparado ao emitente ou
devedor final.
(c) O aval somente pode ser dado no verso do próprio título, sob pena de
invalidade da garantia.
(d) O aval posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.

Q41º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Em relação aos títulos de crédito, marque a opção correta:
(a) Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, perde-se a
eficácia do endosso-mandato.
(b) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

235/314

(c) Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em
garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou
mercadorias o que representa.
(d) No título de crédito à ordem admite-se o endosso parcial.

Q42º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre os títulos de créditos, marque a opção correta:
(a) Podem ser reivindicados do portador que os adquiriu de boa-fé.
(b) O possuidor de título dilacerado, identificável, tem direito de obter do emitente
a substituição, devolvendo o título e pagando as despesas.
(c) O proprietário, que perder ou extraviar o título, ou for injustamente
desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, porém não poderá impedir
que sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
(d) O aval a um título de crédito deve ser prestado através de documento
específico para essa finalidade.

Q43º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registro
Sobre os títulos de crédito e com base no Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro
de 2002), assinale a alternativa INCORRETA:
(a) Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos
limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
(b) O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, não pode ser preenchido
posteriormente e por isso é irrelevante a conformidade com os ajustes realizados
entre as partes.
(c) A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são
inerentes.
(d) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido.

1.7.2. Banca: CESGRANRIO

Q44º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Transpetro
Prova: Advogado Júnior
Em janeiro de 2018, foi emitido título de crédito, omitindo requisito legal que lhe
tira ao escrito a sua validade como título de crédito. De acordo com o Código Civil
de 2002, o negócio jurídico que lhe deu origem
(a) será nulo.
(b) poderá ser anulado no prazo de 4 anos contados da sua celebração.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

236/314

(c) poderá ser anulado no prazo de 4 anos contados da data da emissão do título
de crédito.
(d) não será afetado pela invalidade do título de crédito.
(e) será inexistente.

1.7.3. Banca: FAURGS

Q45º. Ano: 2017


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Analista Judiciário - (Ciências Jurídicas e Sociais)
Sobre Títulos de Crédito no Código Civil, assinale a alternativa correta.
(a) A transferência do título de crédito implica a transferência de todos os direitos
que lhe são inerentes.
(b) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval parcial.
(c) Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e
demais coobrigados posteriores.
(d) Não subsiste a responsabilidade do avalista quando nula a obrigação daquele a
quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
(e) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.

Q46º. Ano: 2016


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
Assinale a alternativa correta a respeito da disciplina dos Títulos de Crédito,
prevista no Código Civil.
(a) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, acarreta a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
(b) O pagamento de título de crédito pode ser garantido por aval total ou parcial.
(c) O portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos é
considerado legítimo possuidor, exceto se o último for em branco.
(d) O devedor pode opor ao endossatário de endosso-mandato as exceções que
tiver contra ele.
(e) O endossante não responde pelo cumprimento da prestação constante do
título, ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso.

Q47º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Assinale a alternativa que apresenta afirmação correta a respeito da disciplina dos
Títulos de Crédito ao Portador no Código Civil.
(a) É válido o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
(b) O proprietário que perder ou extraviar título ou for injustamente desapossado
dele poderá exigir do devedor um novo título.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

237/314

(c) A transferência de título ao portador se faz por simples evicção.


(d) O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal ou
em nulidade de sua obrigação.

1.7.4. Banca: FCC

Q48º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
Em relação aos títulos de crédito, é correto afirmar:
(a) O título de crédito, enquanto documento necessário ao exercício do direito
literal e autônomo nele contido, produz efeitos se preenchidos ou não os requisitos
legais.
(b) Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidades prescritas, e a que, além dos
limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
(c) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
(d) Enquanto o título de crédito estiver em circulação, tanto ele poderá ser dado
em garantia e ser objeto de medidas judiciais, como também, em conjunto, os
direitos ou mercadorias que representa.
(e) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, não admite garantia por aval, embora possa ser concedido aval
parcial.

1.7.5. Banca: IESES

Q49º. Ano: 2017


Banca: IESES
Órgão: TJ-RO
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Segundo institui o Código Civil Brasileiro, o título de crédito, documento necessário
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei. Acerca do tema podemos afirmar, EXCETO:
(a) Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos
direitos que confere, e a assinatura do emitente.
(b) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
(c) É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
(d) Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título,
o domicílio do emitente.

1.7.6. Banca: VUNESP

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

238/314

Q50º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
Assinale a alternativa que corresponde ao conceito de título de crédito disposto no
artigo 887 do Código Civil.
(a) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito autônomo
nele contido, que somente produz efeito se preenchidos os requisitos legais.
(b) O título de crédito, documento dispensável ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da
lei.
(c) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito nele contido,
produz efeito independentemente de preenchidos os requisitos legais.
(d) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da
lei.
(e) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, que produz seus efeitos independentemente de
preenchidos os requisitos legais.

1.8.Títulos Bancários

1.8.1. Banca: FAURGS

Q51º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Assinale a alternativa que apresenta afirmação correta a respeito da disciplina
sobre Cédula de Crédito Bancário.
(a) A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido por instituição
financeira ou por entidade a esta equiparada em favor de pessoa física ou jurídica.
(b) A Cédula de Crédito Bancário é transferível mediante endosso em preto,
devendo o endossatário ser instituição financeira ou entidade a ela equiparada.
(c) A Cédula de Crédito Bancário poderá ser emitida, com ou sem garantia, real ou
fidejussória, cedularmente constituída.
(d) Na Cédula de Crédito Bancário, poderão ser pactuados juros sobre a dívida,
vedada a capitalização.

1.9.Títulos de Agronegócio

1.9.1. Banca: ESAF

Q52º. Ano: 2015


Banca: ESAF
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

239/314

Órgão: PGFN
Prova: Procurador da Fazenda Nacional
Assinale a opção correta.
I- Os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações pecuniárias
de origem cambial ou extracambial e, como regra, têm natureza “pro soluto”.
II- A “Cédula de Crédito Rural” configura um título de crédito impróprio, destinada
ao financiamento do agronegócio, cujo pagamento é garantido por hipoteca ou
penhor.
III- De acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é
admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito, devendo ser ela ajuizada
dentro de 5 (cinco) anos, contados a partir do dia seguinte ao vencimento da
pretensão executiva.

1.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais

1.10.1. Banca: PGR

Q53º. Ano: 2013


Banca: PGR
Órgão: PGR
Prova: Procurador da República
Em relação à duplicata, é correto afirmar que:
(a) O foro competente para a cobrança judicial é o da praça de pagamento
constante do título ou outra do domicílio do vendedor.
(b) A duplicata virtual é representada documentalmente pela emissão do chamado
boleto bancário.
(c) O prazo para protesto é de 60 dias e começa a fluir a partir da data de sua
apresentação.
(d) A duplicata virtual e o boleto bancário representam título executivo, nos termos
exigidos pela lei.

2. Gabarito sem Comentários

2.1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito

2.1.1. Banca: CESPE

Q1º. Ano: 2011


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

240/314

(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.2.Letra de Câmbio

2.2.1. Banca: CESPE

Q2º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PR
Prova: CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q3º. Ano: 2016


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

Q4º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
[CORRETA]

2.2.2. Banca: CETRO

Q5º. Ano: 2017


Banca: CETRO
Órgão: TJ-RJ
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.2.3. Banca: CONSULPLAN


- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

241/314

Q6º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]

Q7º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - 2017
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO FALSA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]

Q8º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO FALSA]

2.2.4. Banca: FCC

Q9º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
I. [INCORRETA]
II. [INCORRETA]
III. [CORRETA]
IV. [CORRETA]
V. [CORRETA]

Q10º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: Prefeitura de Campinas – SP
Prova: Procurador
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

242/314

(d) [CORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.2.5. Banca: IESES

Q11º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q12º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
I. [INCORRETA]
II. [CORRETA]
III. [CORRETA]
IV. [CORRETA]

2.2.6. Banca: VUNESP

Q13º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q14º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.3.Nota Promissória

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

243/314

2.3.1. Banca: CESPE

Q15º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
[CORRETA]

Q16º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
[CORRETA]

2.3.2. Banca: CONSULPLAN

Q17º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO INCORRETA]

2.3.3. Banca: FGV

Q18º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Técnico Tributário
I. [CORRETA]
II. [CORRETA]
III. [INCORRETA]]

2.3.4. Banca: TRF 3ª Região

Q19º. Ano: 2016 [ADAPTADA]


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
(b) [CORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

244/314

(c) [CORRETA]

2.3.5. Banca: VUNESP

Q20º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]

Q21º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]

2.4.Cheque

2.4.1. Banca: CESPE

Q22º. Ano: 2018


Banca: CESPE
Órgão: TJ-CE
Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]
(e) [INCORRETA]

Q23º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: Prefeitura de Belo Horizonte – MG
Prova: Procurador Municipal
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

245/314

Q24º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
[INCORRETA]

2.4.2. Banca: CONSULPLAN

Q25º. Ano: 2018


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros –
Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]

2.4.3. Banca: IESES

Q26º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
I. [CORRETA]
II. [CORRETA]
III. [INCORRETA]
IV. [CORRETA]

2.4.4. Banca: FGV

Q27º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: Câmara de Salvador – BA
Prova: Analista Legislativo Municipal - Licitação, Contratos e Convênios
I. [INCORRETA]
II. [CORRETA]
III. [INCORRETA]

2.4.5. Banca: FMP

Q28º. Ano: 2015


Banca: FMP Concursos
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

246/314

Órgão: DPE-PA
Prova: Defensor Público Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.4.6. Banca: FUNRIO

Q29º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(c) [AFIRMAÇÃO FALSA]
(d) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(e) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]

2.4.7. Banca: VUNESP

Q30º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
(a) [CORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

2.5.Duplicata

2.5.1. Banca: CESGRANRIO

Q31º. Ano: 2015


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [CORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

247/314

2.5.2. Banca: CESPE

Q32º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
[CORRETA]

2.5.3. Banca: CONSULPLAN

Q33º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

2.5.4. Banca: FCC

Q34º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AP
Prova: Defensor Público
I. [INCORRETA]
II. [CORRETA]
III. [INCORRETA]
IV. [CORRETA]
V. [INCORRETA]

Q35º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Prova: Juiz do Trabalho Substituto
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO FALSA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(e) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]

2.5.5. Banca: FUNRIO

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

248/314

Q36º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.5.6. Banca: UEPA

Q37º. Ano: 2015


Banca: UEPA
Órgão: PGE-PA
Prova: Procurador do Estado
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.5.7. Banca: VUNESP

Q38º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
(a) [CORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.6.Títulos de Crédito Impróprios

2.6.1. Banca: FGV

Q39º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Auditor Fiscal de Tributos Estaduais
(a) [INCORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

249/314

(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.7.Títulos de Créditos no Código Civil

2.7.1. Banca: CONSULPLAN

Q40º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [CORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q41º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q42º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

Q43º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registro
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO FALSA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

250/314

2.7.2. Banca: CESGRANRIO

Q44º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Transpetro
Prova: Advogado Júnior
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.7.3. Banca: FAURGS

Q45º. Ano: 2017


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Analista Judiciário - (Ciências Jurídicas e Sociais)
(a) [CORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

Q46º. Ano: 2016


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [CORRETA]

Q47º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]

2.7.4. Banca: FCC

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

251/314

Q48º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.7.5. Banca: IESES

Q49º. Ano: 2017


Banca: IESES
Órgão: TJ-RO
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
(a) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(b) [AFIRMAÇÃO FALSA]
(c) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
(d) [AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]

2.7.6. Banca: VUNESP

Q50º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [CORRETA]
(e) [INCORRETA]

2.8.Títulos Bancários

2.8.1. Banca: FAURGS

Q51º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
(a) [INCORRETA]
(b) [INCORRETA]
(c) [CORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

252/314

(d) [INCORRETA]

2.9.Títulos de Agronegócio

2.9.1. Banca: ESAF

Q52º. Ano: 2015


Banca: ESAF
Órgão: PGFN
Prova: Procurador da Fazenda Nacional
I- [INCORRETA]
II- [CORRETA]
III- [INCORRETA]

2.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais

2.10.1. Banca: PGR

Q53º. Ano: 2013


Banca: PGR
Órgão: PGR
Prova: Procurador da República
(a) [INCORRETA]
(b) [CORRETA]
(c) [INCORRETA]
(d) [INCORRETA]

3. Gabarito com Comentários

3.1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito

3.1.1. Banca: CESPE

Q1º. Ano: 2011


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz
Considerando a aplicabilidade, no direito cambiário, dos princípios da cartularidade,
literalidade e autonomia, bem como de outros deles decorrentes, assinale a opção
correta.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

253/314

(a) O princípio da literalidade é relativizado pelo direito brasileiro, de sorte que o


aval tanto pode ser prestado mediante assinatura do avalista no próprio título
quanto em documento apartado.
[INCORRETA]
Comentários: em razão do princípio da literalidade o aval deve, sim, ser prestado
mediante assinatura na própria cártula.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 25 da LUG. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-
se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é
assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado
aposta na parte anterior da letra.”
 “Art. 898, caput, do CC. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do
próprio título.”
(b) Consoante o princípio da inoponibilidade, o devedor de dívida representada por
título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé as exceções que tiver contra
este e as fundadas nos aspectos formais do título.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta por reproduzir o art. 915 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 915 do CC. O devedor, além das exceções fundadas nas
relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as
exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da
própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no
momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da
ação.”
(c) De acordo com o princípio da literalidade, o título de crédito deve satisfazer
seus requisitos formais no momento da emissão, sendo, em regra, nulo o título
que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser preenchido ou
complementado pelo beneficiário.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta por contrariar Súmula do STF.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco,
pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do
protesto.” (Súmula nº 387/STF).
(d) De acordo com o princípio da abstração, o emitente de título cambial não pode
opor ao beneficiário as exceções fundadas no negócio jurídico subjacente, ainda
que o título não tenha entrado em circulação.
[INCORRETA]
Comentários: o princípio da autonomia (abstração e inoponibilidade de exceções
pessoais) pressupõe a circulação do título de crédito.
 Base para resolução: doutrina e jurisprudência.
 Doutrina: “As implicações do princípio da autonomia representam a
garantia efetiva de circulabilidade do título de crédito.” (Fábio Ulhoa
Coelho)
 Jurisprudência: “(...) Não obstante sejam a autonomia e a abstração
características dos títulos de crédito em geral, decorrendo disso a
inoponibilidade de exceções pessoais, são garantias que somente se
justificam em caso de título posto em circulação, e em relação ao terceiro de
boa-fé (endossatário). Não havendo circulação, no entanto, estando, pois,
ainda atrelado à relação jurídica originária estabelecida entre seu emitente
(sacador) e o beneficiário (sacadado), podem estes discutir o negócio
jurídico subjacente (causa debendi). (...).” (STJ, REsp 1410997/SP, Rel.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

254/314

Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO


TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe
30/10/2017)
(e) Em razão do princípio da cartularidade, a duplicata mercantil só pode ser
protestada se o credor estiver na posse do título.
[INCORRETA]
Comentários: incorrera a assertiva, pois o art. 13, § 1º, da Lei nº 5.474/68 prevê
a hipótese de protesto por indicações. Situação em que o título é dispensável.
 Base para resolução: legislação.
 Jurisprudência: “Art. 13, § 1º, da Lei nº 5.474/68. Por falta de aceite,
de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso,
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples
indicações do portador, na falta de devolução do título.”

3.2.Letra de Câmbio

3.2.1. Banca: CESPE

Q2º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PR
Prova: CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto
O ato cambiário pelo qual o credor transmite a outrem seus direitos sobre título
nominal à ordem é denominado
(a) aceite.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado da questão apresenta o conceito de endosso.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Entende-se por aceite o ato formal segundo o qual o sacado se
obriga a efetuar, no vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada. Tal
ato pode consistir ou numa declaração subscrita pelo sacado (aceito a
presente letra de câmbio etc.), em qualquer parte da letra, ou na sua
simples assinatura lançada no anverso da mesma (Lei Uniforme, art. 25).
Poderá o aceite ser dado por mandatário com poderes especiais; nesse caso,
tal mandatário age como representante legal do sacado e, apesar de ser a
sua assinatura que consta do título, é aquele quem assume a obrigação.
Temos, então, que o aceite é um ato que só pode ser praticado pelo sacado;
(...).” (Fran Martins)
(b) aval.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado da questão apresenta o conceito de endosso.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Entende-se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém
no intuito de garantir o pagamento da letra de câmbio nas mesmas
condições de um outro obrigado. É uma garantia especial, que reforça o
pagamento da letra, podendo ser prestada por um estranho ou mesmo por
quem já se haja anteriormente obrigado no título. A pessoa que dá tal
garantia tem o nome de avalista; aquela a quem ele se equipara, e por

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

255/314

intermédio da qual é assumida a obrigação de pagar o título, denomina-se


avalizado.” (Fran Martins)
(c) endosso.
[CORRETA]
Comentários: o enunciado da questão apresenta o conceito de endosso.
 Base para resolução: doutrina e legislação.
 Legislação: “Art. 11 do Decreto nº 57.663/66. Toda letra de câmbio,
mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível
por via de endosso. Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras
‘não à ordem’, ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela
forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode
ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de
qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a
letra.”
 Doutrina: “Tem-se, desse modo, que o endosso é o meio próprio de
==0==

transferência da letra de câmbio, constando da assinatura do proprietário no


anverso ou no dorso da mesma.” (Fran Martins)
(d) cessão civil de crédito.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado da questão apresenta o conceito de endosso. A cessão
de crédito é a forma de transmissão de cártula com cláusula não à ordem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 286 do CC. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso
não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao
cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.”

Q3º. Ano: 2016


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz
Assinale a opção correta, no que diz respeito a aval.
(a) Se o título de crédito avalizado for vinculado a contrato de mútuo, o avalista
deverá responder pelas obrigações nele contidas, ainda que ali não figure como
devedor solidário.
[INCORRETA]
Comentários: o avalista do título de credito vinculado a contrato de mútuo
também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como
devedor solidário.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O avalista do título de credito vinculado a contrato de
mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato
figurar como devedor solidário.” (Súmula nº 26/STJ)
(b) No caso do cheque, se houver dois avais superpostos e em branco, considera-
se que houve aval de aval.
[INCORRETA]
Comentários: se os avais em branco são superpostos, consideram-se simultâneos
(os obrigados são coavalistas do sacador) e não sucessivos (os obrigados não são
avalistas de avalistas).
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “Avais em branco e superpostos consideram-se
simultâneos e não sucessivos.” (Súmula nº 189/STF)

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

256/314

(c) Os avais simultâneos estabelecem entre os coavalistas uma relação fundada na


solidariedade de direito comum, e não cambiária. Assim, se um deles pagar a
dívida, terá o direito de exigir do outro apenas a quota parte que caberia a este.
[CORRETA]
Comentários: correta a assertiva, tratando-se de exceção à solidariedade cambial.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Do mesmo modo que acontece com a letra de câmbio, o aval no
cheque pode ser dado por uma ou por várias pessoas. Neste último caso,
teremos pluralidade de avalistas e em princípio há solidariedade entre eles,
donde o portador poder requerer de um só o cumprimento da obrigação
total, tendo o pagante o direito de exigir dos demais avalistas a parte que
lhes cabe na divisão da dívida. Tais avais são denominados simultâneos,
com os efeitos acima mencionados (solidariedade passiva dos avalistas e
consequente direito do que paga de exigir dos demais a parte que lhes
couber no pagamento da dívida).” (Fran Martins)
(d) O avalista de cheque prescrito deverá responder pelo pagamento deste em
ação monitória, independentemente da prova de ter-se beneficiado da dívida.
[INCORRETA]
Comentários: prescrito o cheque, desaparece a relação cambial e, em
consequência o aval. Dessa forma, o avalista só responde pela dívida se provado o
seu locupletamento.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “AGRAVO REGIMENTAL. NOTA PROMISSÓRIA PRESCRITA.
RESPONSABILIDADE DO AVALISTA. I - Na linha dos precedentes desta
Corte, prescrito cheque, desaparece a relação cambial e, em consequência o
aval. Dessa forma, o avalista só responde pela dívida se provado o seu
locupletamento. II - A mesma orientação deve ser aplicada ao avalista de
nota promissória prescrita, mesmo que ele seja também o representante
legal da empresa devedora. Agravo Regimental improvido.” (STJ, AgRg no
REsp 849.102/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/08/2009, DJe 02/09/2009)
(e) O avalista citado para pagar o valor constante do título poderá invocar em seu
favor benefício de ordem, de forma que, primeiro, sejam excutidos bens do
avalizado.
[INCORRETA]
Comentários: em razão da autonomia existente entre a obrigação do avalista e do
avalizado, não há que se falar em benefício de ordem.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Acionado, o avalista não poderá eximir-se do pagamento
alegando que, antes, deveria ser executado o aceitante. Entre avalista e
avalizado, já foi dito, não há benefício de ordem pela simples razão de que
as obrigações cambiárias são autônomas. Apesar de ser a obrigação do
avalista equiparada à do avalizado, essa equiparação não destrói o princípio
da autonomia e da independência que domina e caracteriza as obrigações
cambiárias.” (Fran Martins)

Q4º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
É cabível o protesto de letra de câmbio por falta de aceite.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

257/314

[CORRETA]
Comentários: embora não seja obrigatório, o protesto por falta de aceite é sim
possível na letra de câmbio.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 44 do Decreto 57.663/66. A recusa de aceite ou de
pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de
aceite ou falta de pagamento). O protesto por falta de aceite deve ser feito
nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. (...).”

3.2.2. Banca: CETRO

Q5º. Ano: 2017


Banca: CETRO
Órgão: TJ-RJ
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Acerca de temas relacionados ao protesto de títulos cambiais, assinale a alternativa
correta.
(a) Com vista da economia processual, o Tabelião pode, para efeito de protesto de
título, se valer da intimação por edital, caso o devedor resida em município diverso
do seu.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
caput do art 15 da Lei nº 9.492/97, há situações específicas para a realização da
intimação por edital: se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida,
sua localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da
competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a
intimação no endereço fornecido pelo apresentante.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 15, caput, da Lei nº 9.492/97. A intimação será feita
por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua
localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da
competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a
receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.”
(b) É possível o protesto de título executivo judicial, desde que a obrigação nele
estampada se revista dos critérios de certeza, liquidez e exigibilidade, no entender
do STJ.
[CORRETA]
Comentários: correta de acordo com entendimento do Superior Tribunal de
Justiça.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TÍTULO
EXECUTIVO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. EXECUTIVIDADE.
LIQUIDEZ. PROTESTO. POSSIBILIDADE AGRAVO IMPROVIDO. 1. É possível
o protesto de título executivo judicial, desde que a obrigação nele
estampada se revista dos requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade. 2.
Agravo interno não provido.” (STJ, AgRg no REsp 967.683/SC, Rel.
Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 17/03/2016,
DJe 14/04/2016)
(c) É legítimo o protesto de título de cambial mesmo na hipótese de o pagamento
ocorrer com atraso, de modo a proteger o direito do credor.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

258/314

[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se o protesto é realizado após o
pagamento, ainda que esse tenha sido feito em atraso, não é legítimo.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) Afigura-se a ilegalidade no protesto de título cambial,
mesmo quando pagamento ocorre em atraso. (...) [Trecho do corpo do
acórdão:] Para a conclusão da controvérsia sob exame, portanto, deve-se
decidir se o protesto foi indevido, porque ocorreu após o pagamento, ou se
foi um direito regularmente exercido, considerando que o pagamento foi em
atraso. A jurisprudência deste STJ é pacífica tanto (i) no sentido que
protesto indevido de título cambial e documentos de dívida causa danos
morais à pessoa jurídica, quanto (ii) que o protesto de títulos não pagos
configura o exercício regular de um direito e, portanto, incapaz de gerar
danos morais. Na hipótese dos autos, porém, não há como se entender
regular o protesto do documento de dívida vencido, pois o protesto ocorreu
mais de dez dias após o pagamento feito em atraso, prazo suficiente para
credor e banco-mandatário tomassem as medidas necessárias para evitar o
constrangimento que, após o pagamento, torna-se ilegal.” (STJ, REsp
1414725/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/11/2016, DJe 14/11/2016)
(d) O protesto de Cédula de Crédito Bancário garantida por alienação fiduciária, de
acordo com entendimento do STJ, deve ser efetuado na praça de pagamento
indicada no título.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao entendimento do Superior
Tribunal de Justiça: É possível, à escolha do credor, o protesto de cédula de crédito
bancário garantida por alienação fiduciária, no tabelionato em que se situa a praça
de pagamento indicada no título ou no domicílio do devedor.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) 2. É possível, à escolha do credor, o protesto de
cédula de crédito bancário garantida por alienação fiduciária, no tabelionato
em que se situa a praça de pagamento indicada no título ou no domicílio do
devedor. 3. No caso concreto, recurso especial provido.” (STJ, REsp
1398356/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/
Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 24/02/2016, DJe 30/03/2016)
(e) O cancelamento do protesto é ônus do credor quando este paga o título no
próprio Tabelionato de Protesto de Títulos, e do devedor, quando a este couber
disponibilizar carta de anuência para ser apresentada perante o referido
Tabelionato.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao entendimento do Superior
Tribunal de Justiça.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) 1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo
Civil: "No regime próprio da Lei n. 9.492/1997, legitimamente protestado o
título de crédito ou outro documento de dívida, salvo inequívoca pactuação
em sentido contrário, incumbe ao devedor, após a quitação da dívida,
providenciar o cancelamento do protesto. 2. Recurso especial não provido.”
(STJ, REsp 1339436/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/09/2014, DJe 24/09/2014)

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

259/314

3.2.3. Banca: CONSULPLAN

Q6º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Acerca de Protesto de Títulos e outros documentos de dívida, assinale a alternativa
correta:
(a) Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em
seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios e não estiverem
prescritos.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do caput do art. 9º da
Lei nº 9.492/97, não cabe ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de
prescrição ou caducidade.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 9º, caput, da Lei nº 9.492/97. Todos os títulos e
documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres
formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião
de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.”
(b) Não poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda
estrangeira, emitidos fora do Brasil.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 10 da Lei nº 9.492/97, títulos emitidos fora do país poderão ser protestados
desde que acompanhados de tradução realizada por tradutor juramentado.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 10, caput, da Lei nº 9.492/97. Poderão ser
protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira,
emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados de tradução efetuada por
tradutor público juramentado.”
(c) Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de
correção, o pagamento será feito pela conversão vigorante no dia do pagamento,
calculada sobre valor indicado pelo apresentante.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
11 da Lei nº 9.492/97, o pagamento será feito pela conversão vigorante no dia da
apresentação, no valor indicado pelo apresentante.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 11 da Lei nº 9.492/97. Tratando-se de títulos ou
documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de correção, o pagamento
será feito pela conversão vigorante no dia da apresentação, no valor
indicado pelo apresentante.”
(d) Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento
ou do domicílio do emitente.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme previsão expressa do art. 6º da Lei nº
9.492/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 6º da Lei nº 9.492/97. Tratando-se de cheque, poderá
o protesto ser lavrado no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente,
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

260/314

devendo do referido cheque constar a prova de apresentação ao Banco


sacado, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidas pleiteadas contra
o estabelecimento de crédito.”

Q7º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - 2017
De acordo com a Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de
1966), assinale a alternativa INCORRETA, no que se refere à letra de câmbio:
(a) A taxa de juros deve ser indicada na letra; na falta de indicação, a cláusula de
juros é considerada como não escrita.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira conforme previsão do art. 5º da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 5º da LUG. Numa letra pagável à vista ou a um certo
termo de vista, pode o sacador estipular que a sua importância vencerá
juros. Em qualquer outra espécie de letra a estipulação de juros será
considerada como não escrita. A taxa de juros deve ser indicada na letra; na
falta de indicação, a cláusula de juros é considerada como não escrita. Os
juros contam-se da data da letra, se outra data não for indicada.”
(b) Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma
vez, quer por extenso, quer em algarismos, e houver divergências entre as diversas
indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia superior.
[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 6º da
LUG, prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 6º da LUG. Se na letra a indicação da quantia a
satisfazer se achar feita por extenso e em algarismos, e houver divergência
entre uma e outra, prevalece a que estiver feita por extenso. Se na letra a
indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma vez, quer
por extenso, quer em algarismos, e houver divergências entre as diversas
indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior.”
(c) Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por elas,
assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer
outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome
das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso
deixam de ser válidas.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 7º da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 7º da LUG. Se a letra contém assinaturas de pessoas
incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de
pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam
obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi
assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser
válidas.”
(d) Se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada
contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos
ser motivo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé
ou, adquirindo-a, tenha cometido uma falta grave.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

261/314

[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 10 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 10 da LUG. Se uma letra incompleta no momento de ser
passada tiver sido completada contrariamente aos acordos realizados, não
pode a inobservância desses acordos ser motivo de oposição ao portador,
salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé ou, adquirindo-a, tenha
cometido uma falta grave.”

Q8º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017
De acordo com a Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de
1966), assinale a opção INCORRETA em relação aos prazos prescricionais da letra
de câmbio:
(a) Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três)
anos a contar do seu vencimento.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 70 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 70 da LUG. Todas as ações contra o aceitante relativas a
letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento. As ações do
portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a
contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento,
se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas". As ações dos
endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6
(seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que
ele próprio foi acionado.”
(b) As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em
um ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do
vencimento, se se tratar de letra que contenha cláusula "sem despesas".
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 70 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 70 da LUG. Todas as ações contra o aceitante relativas a
letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento. As ações do
portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a
contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento,
se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas". As ações dos
endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6
(seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que
ele próprio foi acionado.”
(c) As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem
em 6 (seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que
ele próprio foi acionado.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 70 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 70 da LUG. Todas as ações contra o aceitante relativas a
letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento. As ações do
portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

262/314

contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento,


se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas". As ações dos
endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6
(seis) meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que
ele próprio foi acionado.”
(d) A interrupção da prescrição produz efeito em relação a todos os coobrigados.
[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
71 da LUG, somente produz efeito em relação à pessoa para quem a interrupção foi
feita.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 71 da LUG. A interrupção da prescrição só produz efeito
em relação à pessoa para quem a interrupção foi feita.”

3.2.4. Banca: FCC

Q9º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
Em relação ao protesto de títulos, considere as afirmações seguintes:
I. Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em
seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, devendo porém
o tabelião de protesto analisar a ocorrência de prescrição ou caducidade, já que
nesses casos terá perecido o direito do apresentante.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
caput do art. 9º da Lei nº 9.492/97, não cabe ao Tabelião de Protesto investigar a
ocorrência de prescrição ou caducidade.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 9º, caput, da Lei nº 9.492/97. Todos os títulos e
documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres
formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião
de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.”
II. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda
estrangeira, desde que emitidos no Brasil, defeso o protesto de títulos emitidos em
outros países, que poderão ser apenas enviados ao devedor como notificação para
pagamento.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
caput do art. 10 da Lei nº 9.492/97, o protesto de títulos emitidos fora do Brasil
poderá ocorrer desde que acompanhados de tradução efetuada por tradutor público
juramentado.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 10, caput, da Lei nº 9.492/97. Poderão ser
protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira,
emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados de tradução efetuada por
tradutor público juramentado.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

263/314

III. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização
do título ou documento de dívida; na contagem desse prazo exclui-se o dia da
protocolização e inclui-se o do vencimento.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme expresso no caput e §1º do art.
12 da Lei nº 9.492/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 12 da Lei nº 9.492/97. O protesto será registrado
dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento
de dívida. § 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o
dia da protocolização e inclui-se o do vencimento.”
IV. A intimação ao devedor do título apresentado a protesto será feita por edital se
a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta
ou ignorada, residente ou domiciliada fora da competência territorial do
Tabelionato, ou, ainda, se ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço
fornecido pelo apresentante.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme expresso no caput do art. 15 da
Lei nº 9.492/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 15, caput, da Lei nº 9.492/97. A intimação será feita
por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua
localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da
competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a
receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.”
V. O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só
poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme expresso no §1º do art. 17 da Lei
nº 9.492/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 17, §1º, da Lei nº 9.492/97. O título do documento de
dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago,
protestado ou retirado com autorização judicial.”

Q10º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: Prefeitura de Campinas – SP
Prova: Procurador
Banco Z recebeu título de crédito por endosso-mandato e o levou a protesto.
Porque indevido o protesto, o prejudicado ajuizou ação contra o Banco Z
requerendo compensação por danos morais. De acordo com jurisprudência
consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o Banco Z
(a) responde por danos morais nas mesmas hipóteses em que o credor da cártula.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto na Súmula nº 476
do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

264/314

(b) responde por danos morais, independentemente de culpa, se for inexistente o


negócio jurídico subjacente à cártula.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto na Súmula nº 476
do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)
(c) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, na
hipótese de endosso-mandato, jamais responde por danos decorrentes de protesto
indevido.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto na Súmula nº 476
do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)
(d) responde por danos morais se houver extrapolado os poderes de mandatário
ou agido com culpa, como no caso de apontamento depois da ciência acerca do
pagamento ou de falta de higidez da cártula.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme Súmula nº 476 do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)
(e) é parte ilegítima para figurar no polo passivo, porque o endossatário, em
qualquer espécie de endosso, jamais responde por danos decorrentes de protesto
indevido.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto na Súmula nº 476
do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato
só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.” (Súmula nº 476/STJ)

3.2.5. Banca: IESES

Q11º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
O pagamento de uma letra de câmbio:
(a) Dependente do aceite e pode ser garantido por aval.
[INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

265/314

Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 14 do Decreto


nº 2.044/1908, o pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do
endosso, pode ser garantido por aval.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 14 do Decreto nº 2.044/1908. O pagamento de uma
letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido
por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do
próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no
anverso da letra.”
(b) Independente do aceite e do endosso, não havendo possibilidade de pode ser
garantido por aval.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 14 do Decreto
nº 2.044/1908, o pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do
endosso, pode ser garantido por aval.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 14 do Decreto nº 2.044/1908. O pagamento de uma
letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido
por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do
próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no
anverso da letra.”
(c) Independente do aceite e do endosso, e pode ser garantido por aval.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme disposição do art. 14 do Decreto nº
2.044/1908.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 14 do Decreto nº 2.044/1908. O pagamento de uma
letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido
por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do
próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no
anverso da letra.”
(d) Dependente do aceite e pode ser garantido por fiança.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 14 do Decreto
nº 2.044/1908, o pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do
endosso, pode ser garantido por aval.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 14 do Decreto nº 2.044/1908. O pagamento de uma
letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido
por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do
próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no
anverso da letra.”

Q12º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre o endosso na letra de câmbio pode-se afirmar:
I. É possível o endosso parcial da letra de câmbio, especificando a parcela.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 12 da
LUG, o endosso parcial é nulo.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

266/314

 Base para resolução: legislação.


 Legislação: “Art. 12 da LUG. O endosso deve ser puro e simples.
Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não
escrita. O endosso parcial é nulo. O endosso ao portador vale como endosso
em branco.”
II. Para a validade do endosso, é suficiente a simples assinatura do próprio punho
do endossador ou do mandatário especial, no verso da letra.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme disposição do art. 13 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13 da LUG. O endosso deve ser escrito na letra ou numa
folha ligada a esta (anexo). Deve ser assinado pelo endossante. O endosso
pode não designar o benefício, ou consistir simplesmente na assinatura do
endossante (endosso em branco). Neste último caso, o endosso para ser
válido deve ser escrito no verso da letra ou na folha anexa.”
III. É possível o endosso e com ele se transmite a propriedade da letra de câmbio.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme disposto nos arts. 11 e 14 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não
envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de
endosso. Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à
ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma
e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser
feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de
qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a
letra.”
 Legislação: “Art. 14 da LUG. O endosso transmite todos os direitos
emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o portador pode: 1º)
preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de
outra pessoa; 2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra
pessoa; 3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em
branco e sem a endossar.”
IV. A cláusula “por procuração”, lançada no endosso, indica o mandato com todos
os poderes, salvo o caso de restrição, que deve ser expressa no mesmo endosso.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme disposição do art. 18 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 18 da LUG. Quando o endosso contém a menção "valor a
cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement),
"por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique
um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes
da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. Os
coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções
que eram oponíveis ao endossante. O mandato que resulta de um endosso
por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal
do mandatário.”

3.2.6. Banca: VUNESP

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

267/314

Q13º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
O prazo para a propositura de ação monitória de título de crédito prescrito é
(a) 10 anos.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
 Base para resolução: jurisprudência.
(b) 5 anos.
[CORRETA]
Comentários: o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do
dia seguinte ao vencimento do título.” (Súmula nº 504/STJ)
(c) 3 anos.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
 Base para resolução: jurisprudência.
(d) direito imprescritível.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
 Base para resolução: jurisprudência.

Q14º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
A cláusula “não à ordem"
(a) inviabiliza o aceite.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Impede a circulação mediante endosso,
conforme previsão dos arts. 910, caput, e 919 do CC e art. 11 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 910, caput, do CC. O endosso deve ser lançado pelo
endossante no verso ou anverso do próprio título.”
 “Art. 919 do CC. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do
endosso, tem efeito de cessão civil.”
 “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos
de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

268/314

favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro


coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.”
(b) impede a circulação mediante endosso.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme previsão dos arts. 910, caput, e 919 do
CC e art. 11 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 910, caput, do CC. O endosso deve ser lançado pelo
endossante no verso ou anverso do próprio título.”
 “Art. 919 do CC. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do
endosso, tem efeito de cessão civil.”
 “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos
de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a
favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro
coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.”
(c) implica em aceite do cumprimento da obrigação assumida em Nota Promissória.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Impede a circulação mediante endosso,
conforme previsão dos arts. 910, caput, e 919 do CC e art. 11 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 “Art. 910, caput, do CC. O endosso deve ser lançado pelo endossante no
verso ou anverso do próprio título.”
 “Art. 919 do CC. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do
endosso, tem efeito de cessão civil.”
 “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos
de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a
favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro
coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.”
(d) não é admitida na Letra de Câmbio.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Impede a circulação mediante endosso,
conforme previsão dos arts. 910, caput, e 919 do CC e art. 11 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 910, caput, do CC. O endosso deve ser lançado pelo
endossante no verso ou anverso do próprio título.”
 “Art. 919 do CC. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do
endosso, tem efeito de cessão civil.”
 “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos
de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a
favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro
coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.”
(e) inviabiliza o aval parcial.
[INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

269/314

Comentários: assertiva incorreta. Impede a circulação mediante endosso,


conforme previsão dos arts. 910, caput, e 919 do CC e art. 11 da LUG.
 Base para resolução: legislação e doutrina.
 “Art. 910, caput, do CC. O endosso deve ser lançado pelo endossante no
verso ou anverso do próprio título.”
 “Art. 919 do CC. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do
endosso, tem efeito de cessão civil.”
 “Art. 11 da LUG. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos
de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a
favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro
coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.”

3.3.Nota Promissória

3.3.1. Banca: CESPE

Q15º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
A sociedade empresária X firmou contrato com a sociedade empresária Y, para que
Y lhe prestasse determinado serviço, tendo Y recebido como título de crédito uma
nota promissória, sem indicação expressa da sua vinculação ao citado contrato.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
No título de crédito, a indicação de vencimento e do lugar em que se deve efetuar o
pagamento não são requisitos indispensáveis. Na falta dessas informações, a nota
promissória será considerada nota à vista e pagável no local de sua emissão.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme disposição dos arts. 75 e 76 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação
"nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”
 Legislação: “Art. 76 da LUG. O título em que faltar algum dos requisitos
indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória,
salvo nos casos determinados das alíneas seguintes. A nota promissória em
que se não indique a época do pagamento será considerada à vista. Na falta
de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como
sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória. A nota promissória que não contenha

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

270/314

indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar
designado ao lado do nome do subscritor.”

Q16º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
Perde o atributo da abstração a nota promissória em cujo corpo haja referência ao
contrato que a tenha ensejado, de modo que defesas decorrentes da falta ou falha
de execução contratual poderão ser opostas, pelo sacador, a terceiro de boa fé a
quem tenha sido a nota endossada.
[CORRETA]
Comentários: mesmo que a nota promissória tenha circulado, sua vinculação a
determinado contrato permite que o sacador (também conhecido como emitente ou
promitente) oponha exceções pessoais (ex.: compensação do débito) ao terceiro de
boa-fé a quem tenha sido endossada a cártula. No entanto, mesmo nessa situação,
a nota promissória não perde sua natureza jurídica de título executivo extrajudicial.
 Base para resolução: doutrina e jurisprudência.
 Doutrina: “Inicialmente, cumpre destacar que quando a nota promissória
for emitida com vinculação a um determinado contrato – não apenas
contratos bancários, o que é mais comum, mas qualquer contrato –, tal fato
deve constar expressamente do título, uma vez que este pode circular, e o
terceiro que recebê-lo por endosso deve ter conhecimento da relação
contratual à qual o título está atrelado. Assim, constando expressamente da
nota promissória a vinculação a determinado contrato, de certa forma estará
descaracterizada a abstração/autonomia do título, já que o terceiro que o
recebeu via endosso tem conhecimento da relação que lhe deu origem, e,
portanto, está consciente de que contra ele poderão ser opostas exceções
ligadas ao referido contrato. Atente-se, entretanto, que a nota promissória
perde apenas, e em certa medida, a sua abstração (subprincípio ligado à
autonomia), permitindo-se que o devedor alegue contra um eventual
terceiro endossatário, conforme visto acima, as exceções fundadas na
relação contratual que está atrelada ao título. Todavia, a nota promissória
conserva, em princípio, a sua executividade, salvo se o contrato a que está
ligada descaracterizar a sua liquidez.” (André Luiz Santa Cruz Ramos)
 Jurisprudência: “RECURSO ESPECIAL. DIREITO CAMBIÁRIO E
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. TÍTULO DE CRÉDITO. NOTA
PROMISSÓRIA VINCULADA A CONTRATO DE COMPRA E VENDA. ENDOSSO.
CIÊNCIA PELOS ENDOSSATÁRIOS DO VÍNCULO AO CONTRATO MATRIZ.
EFEITOS. OPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS PELO DEVEDOR
CONTRA OS ENDOSSATÁRIOS. PRESERVAÇÃO DA EXECUTIVIDADE DO
TÍTULO. (...) 4. Distinção entre a executividade de título de crédito
formalmente emitido com a eventual restrição de sua autonomia e abstração
em face do negócio jurídico subjacente (contrato de compra e venda). 5.
Oponibilidade, no caso, em face do endossatário/exequente, das exceções
pessoais que possua o executado/devedor em relação ao credor originário.
6. Há título executivo mesmo quando vinculada a nota promissória à relação
jurídica material subjacente, impondo-se apenas verificar o atendimento aos
demais requisitos inscritos no art. 586 do CPC. 7. Caso concreto em que a
nota promissória executada apresenta-se como título líquido, certo e revela-
se exigível. (...) [Trecho do corpo de acórdão:] Afastados os atributos da
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

271/314

autonomia e da abstração do título, dos quais decorre a inoponibilidade das


exceções pessoais que o devedor possua em face de credores anteriores,
abre-se, como já referido, ao devedor⁄executado, já que a aquisição do
direito de crédito deixa de ser original e passa a ser derivada, a
possibilidade de alegar, contra o endossatário, as eventuais eivas verificadas
no negócio jurídico subjacente à cartula. Essa conclusão, no entanto, não
acarreta a ausência de executividade do título. Documento formal que é, a
nota promissória deve cumprir os requisitos essenciais previstos na
legislação cambiária para a sua emissão e, assim o fazendo, terá a força
executiva que a lei a ela atribui.” (STJ, REsp 1382609/SC, Rel. Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/09/2015, DJe 23/09/2015)

3.3.2. Banca: CONSULPLAN

Q17º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Segundo o Decreto nº 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra), são requisitos da nota
promissória, EXCETO:
(a) A expressão “nota promissória” e o nome da pessoa a quem ou a ordem de
quem deve ser paga.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 75 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação
"nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”
(b) A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 75 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação
"nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”
(c) A época do pagamento.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 75 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

272/314

 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação


"nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”
(d) O aval e aceite do título.
[AFIRMAÇÃO INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois o aval e o aceite não constam do rol do art.
75 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação
"nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”

3.3.3. Banca: FGV

Q18º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Técnico Tributário
Acerca da emissão e circulação da nota promissória, analise as afirmativas a seguir.
I. O emitente da nota promissória responde pelo pagamento perante os portadores,
mesmo que o título contenha assinaturas de pessoas incapazes.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme disposto no art. 7º da Lei
Uniforme de Genebra.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 7º da Lei Uniforme de Genebra. Se a letra contém
assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas
falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer
outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em
nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem
por isso deixam de ser válidas.”
II. Inserida a cláusula não à ordem na emissão da nota promissória, sua circulação
se dará pela forma e com os efeitos de cessão de crédito.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme previsão do art. 11 da Lei
Uniforme de Genebra.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 11 da Lei Uniforme de Genebra. Toda letra de câmbio,
mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível
por via de endosso. Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

273/314

"não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível


pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. O endosso
pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou
de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a
letra.”
III. Considera-se não escrita a cláusula de proibição de novo endosso, inserida na
nota promissória pelo endossante.
[INCORRETA]]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
15 da Lei Uniforme de Genebra, o endossante pode proibir um novo endosso.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 15 da Lei Uniforme de Genebra. O endossante, salvo
cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da
letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não
garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente
endossada.”

3.3.4. Banca: TRF 3ª Região

Q19º. Ano: 2016 [ADAPTADA]


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
Marque a alternativa incorreta, observando-se a legislação e a jurisprudência
dominante do Superior Tribunal de Justiça:
(b) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, por reproduzir a Súmula nº 258 do SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de
crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a
originou.” (Súmula nº 258/STJ)
(c) O avalista do título de credito vinculado a contrato de mutuo também responde
pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, por reproduzir a Súmula nº 26 do SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O avalista do titulo de credito vinculado a contrato de
mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato
figurar como devedor solidário.” (Súmula nº 26/STJ)

3.3.5. Banca: VUNESP

Q20º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

274/314

Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
O apontamento a protesto de nota promissória deve ser feito
(a) antes do vencimento do título.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado é medonho. Não se esclarece a qual protesto está se
falando: falta de pagamento, falta de aceite, obrigatório/necessário ou facultativo.
Nem qual espécie de vencimento da nota promissória. Pelas alternativas, deve-se
deduzir que se trata do protesto facultativo por falta de pagamento.
 Base para resolução: jurisprudência.
(b) no prazo ordinário de prescrição.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado é medonho. Não se esclarece a qual protesto está se
falando: falta de pagamento, falta de aceite, obrigatório/necessário ou facultativo.
Nem qual espécie de vencimento da nota promissória. Pelas alternativas, deve-se
deduzir que se trata do protesto facultativo por falta de pagamento.
 Base para resolução: jurisprudência.
(c) a qualquer momento.
[INCORRETA]
Comentários: o enunciado é medonho. Não se esclarece a qual protesto está se
falando: falta de pagamento, falta de aceite, obrigatório/necessário ou facultativo.
Nem qual espécie de vencimento da nota promissória. Pelas alternativas, deve-se
deduzir que se trata do protesto facultativo por falta de pagamento.
 Base para resolução: jurisprudência.
(d) no prazo de três anos.
[CORRETA]
Comentários: o enunciado é medonho. Não se esclarece a qual protesto está se
falando: falta de pagamento, falta de aceite, obrigatório/necessário ou facultativo.
Nem qual espécie de vencimento da nota promissória. Pelas alternativas, deve-se
deduzir que se trata do protesto facultativo por falta de pagamento.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(…) 5. Especificamente quanto à nota promissória, o
apontamento a protesto por falta de pagamento mostra-se viável dentro do
prazo da execução cambial – que é de 3 (três) anos a contar do vencimento
-, desde que indicados os devedores principais (subscritor e seus avalistas).
(…).” (STJ, REsp 1639470/RO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017)

Q21º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito Substituto
A ausência de indicação de data de emissão em nota promissória
(a) extingue o crédito.
[INCORRETA]
Comentários: a falta de qualquer dos requisitos essenciais indicados no art. 75 da
LUG determina que a cártula perde a sua eficácia cambial, não produzindo efeitos
como título executivo.
 Base para resolução: legislação, doutrina e jurisprudência.
(b) não gera qualquer consequência.
[INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

275/314

Comentários: a falta de qualquer dos requisitos essenciais indicados no art. 75 da


LUG determina que a cártula perde a sua eficácia cambial, não produzindo efeitos
como título executivo.
 Base para resolução: legislação, doutrina e jurisprudência.
(c) torna-a inexigível como título executivo judicial.
[INCORRETA]
Comentários: a falta de qualquer dos requisitos essenciais indicados no art. 75 da
LUG determina que a cártula perde a sua eficácia cambial, não produzindo efeitos
como título executivo.
 Base para resolução: legislação, doutrina e jurisprudência.
(d) torna-a inexigível como título executivo extrajudicial.
[CORRETA]
Comentários: a falta de qualquer dos requisitos essenciais indicados no art. 75 da
LUG determina que a cártula perde a sua eficácia cambial, não produzindo efeitos
como título executivo.
 Base para resolução: legislação, doutrina e jurisprudência.
 Doutrina: “Data de emissão (LUG, art. 75, n.º 6, primeira parte). Trata-se
de requisito essencial em razão da sua importância, para saber: a) se o
devedor, no momento da emissão, tinha capacidade jurídica para assumir
obrigações cambiárias (Decreto n.º 2.044/1908, art. 42); b) se quem assina
como mandatário do emitente tinha mandato ou poderes especiais (LUG,
art. 8.º); c) o termo inicial da fluência dos juros compensatórios (LUG, art.
5.º); d) vencimento da nota a tempo certo de data (LUG, art. 36, al. 1.ª); e)
o termo inicial do prazo de apresentação a pagamento do título com
vencimento à vista (LUG, art. 34, al. 1.ª); f) se o título foi emitido por
empresário comercial dentro do termo legal da falência.” (Luiz F. Rosa
Júnior)
 Legislação: “Art. 75 da LUG. A nota promissória contém: 1. denominação
‘nota promissória’ inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de
pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação
do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à
ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar
onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota
promissória (subscritor).”
 “Art. 76 da LUG. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no
artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos
determinados das alíneas seguintes. A nota promissória em que se não
indique a época do pagamento será considerada à vista. Na falta de
indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como
sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória. A nota promissória que não contenha
indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar
designado ao lado do nome do subscritor.”
 Jurisprudência: “RECURSO ESPECIAL. DIREITO COMERCIAL E PROCESSO
CIVIL. TÍTULO DE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA SEM INDICAÇÃO DA DATA
DE EMISSÃO. REQUISITO EXTRÍNSECO ESSENCIAL PARA A
EXEQUIBILIDADE DO TÍTULO. 1. A ausência da indicação da data de
emissão da nota promissória torna-a inexigível como título executivo
extrajudicial por se tratar de requisito formal essencial. Precedentes. 2. A
circunstância de ser incontroversa a data de emissão pelas partes não supre
a exigência legal do seu preenchimento para viabilidade da ação de
execução, mantendo-se abertas as vias ordinárias. (...).” (STJ, AgRg no
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

276/314

REsp 1229253/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA


TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe 26/02/2013)

3.4.Cheque

3.4.1. Banca: CESPE

Q22º. Ano: 2018


Banca: CESPE
Órgão: TJ-CE
Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto
Na hipótese de um cheque ser apresentado ao sacado fora do prazo legal de
apresentação, ainda é cabível ação executiva contra:
(a) o emitente e seus avalistas, desde que haja protesto e seja observado o prazo
prescricional.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para apresentação do cheque ao sacado (banco) é de 30
(trinta) ou 60 (sessenta) dias (art. 33 da Lei nº 7.357/85). Por sua vez, nos termos
do art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85, não se exige protesto para execução do
cheque contra seu emitente e seu avalista (do emitente); ao contrário do que
ocorre quando a execução é dirigida aos endossantes e seus avalistas (art. 47,
inciso II, da Lei nº 7.357/85). Por conta disso, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
passou a referir-se a duas espécies de protesto no caso do cheque: (i) facultativo
(emitente e seu avalista), que pode ser realizado até o fim do prazo prescricional
de 6 (seis) meses para execução e; (ii) obrigatório/necessário (endossantes e seus
avalistas), que só pode ser feito até o término do prazo de apresentação (art. 48,
caput, da Lei nº 7.357/85). Por fim, conforme a Súmula nº 600/STF, mesmo que
não apresentado no prazo legal ao sacado (banco) ainda assim cabe ação executiva
contra o emitente do cheque e seus avalistas, desde que observado o prazo de 6
(seis) meses (art. 59 da Lei nº 7.357/85).
 Base para resolução: legislação, jurisprudência e doutrina.
 Legislação: “Art. 47 da Lei nº 7.357/85. Pode o portador promover a
execução do cheque: I - contra o emitente e seu avalista; II - contra os
endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a
recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do
sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.”
 “Art. 48, caput, da Lei nº 7.357/85. O protesto ou as declarações do
artigo anterior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do
emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no
último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no
primeiro dia útil seguinte.”
 “Art. 59 da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da
expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura
ao portador. Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao
pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados
do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi
demandado.”
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

277/314

 Doutrina: “Em razão das consequências que a lei estabelece para o


descumprimento do prazo para protesto por falta de pagamento, costuma a
doutrina distinguir entre o protesto necessário e o facultativo. No primeiro
caso, destaca que a formalização do ato deve ser formalizada dentro do
prazo, para fins de conservação do direito creditício contra os codevedores e
respectivos avalistas. No segundo, dá relevo ao fato de que a cobrança
judicial do devedor principal e do respectivo avalista independe de protesto.
(...) A falta de observância do prazo é irrelevante porque o protesto é
facultativo contra esses devedores.” (Fábio Ulhoa Coelho)
 Jurisprudência: “[Trecho do corpo do acórdão:] Essa distinção entre a
pretensão dirigida contra o emitente e aquela dirigida contra o endossante
conduz a outra diferenciação, que deve ser estabelecida entre o protesto (ou
apresentação) facultativo e o obrigatório. No caso da pretensão dirigida
contra o emitente, o protesto (ou a apresentação) do cheque é ato
meramente facultativo do credor, que pode optar por executar diretamente
a cambial, desde que o faça no prazo de prescrição de seis meses, contados
da expiração do prazo de apresentação (cf. art. 59 da Lei do Cheque). É o
entendimento consolidado na Súmula 600⁄STF, litteris: Súmula 600⁄STF -
Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a
ação cambiária. Diversamente, na hipótese de pretensão dirigida contra o
endossante, o protesto (ou apresentação) é obrigatório, sob pena de perda
da eficácia executiva do título contra esse coobrigado.” (STJ, REsp
1249866/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 06/10/2015, DJe 27/10/2015)
 “(...) Especificamente quanto ao cheque, o apontamento a protesto mostra-
se viável dentro do prazo da execução cambial - que é de 6 (seis) meses
contados da expiração do prazo de apresentação -, desde que indicados os
devedores principais (emitente e seus avalistas). Em relação aos
coobrigados (endossantes e respectivos avalistas), o art. 48 da Lei 7.347/85
impõe que o aponte a protesto seja realizado no prazo para apresentação do
título ao sacado. (...).” (STJ, REsp 1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe
20/11/2017)
 “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a
ação cambiária.” (Súmula nº 600/STF)
(b) os endossantes e seus avalistas, dentro do prazo prescricional, desde que haja
protesto.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para apresentação do cheque ao sacado (banco) é de 30
(trinta) ou 60 (sessenta) dias (art. 33 da Lei nº 7.357/85). Por sua vez, nos termos
do art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85, não se exige protesto para execução do
cheque contra seu emitente e seu avalista (do emitente); ao contrário do que
ocorre quando a execução é dirigida aos endossantes e seus avalistas (art. 47,
inciso II, da Lei nº 7.357/85). Por conta disso, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
passou a referir-se a duas espécies de protesto no caso do cheque: (i) facultativo
(emitente e seu avalista), que pode ser realizado até o fim do prazo prescricional
de 6 (seis) meses para execução e; (ii) obrigatório/necessário (endossantes e seus
avalistas), que só pode ser feito até o término do prazo de apresentação (art. 48,
caput, da Lei nº 7.357/85). Por fim, conforme a Súmula nº 600/STF, mesmo que
não apresentado no prazo legal ao sacado (banco) ainda assim cabe ação executiva
contra o emitente do cheque e seus avalistas, desde que observado o prazo de 6
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

278/314

(seis) meses (art. 59 da Lei nº 7.357/85). Decorrido o prazo para apresentação,


não é mais possível o protesto obrigatório/necessário, de maneira que a execução
não pode ser dirigida aos endossantes e seus avalistas.
 Base para resolução: legislação, jurisprudência e doutrina.
(c) os endossantes e seus avalistas, independentemente de protesto, desde que
observado o prazo prescricional.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para apresentação do cheque ao sacado (banco) é de 30
(trinta) ou 60 (sessenta) dias (art. 33 da Lei nº 7.357/85). Por sua vez, nos termos
do art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85, não se exige protesto para execução do
cheque contra seu emitente e seu avalista (do emitente); ao contrário do que
ocorre quando a execução é dirigida aos endossantes e seus avalistas (art. 47,
inciso II, da Lei nº 7.357/85). Por conta disso, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
passou a referir-se a duas espécies de protesto no caso do cheque: (i) facultativo
(emitente e seu avalista), que pode ser realizado até o fim do prazo prescricional
de 6 (seis) meses para execução e; (ii) obrigatório/necessário (endossantes e seus
avalistas), que só pode ser feito até o término do prazo de apresentação (art. 48,
caput, da Lei nº 7.357/85). Por fim, conforme a Súmula nº 600/STF, mesmo que
não apresentado no prazo legal ao sacado (banco) ainda assim cabe ação executiva
contra o emitente do cheque e seus avalistas, desde que observado o prazo de 6
(seis) meses (art. 59 da Lei nº 7.357/85). Decorrido o prazo para apresentação,
não é mais possível o protesto obrigatório/necessário, de maneira que a execução
não pode ser dirigida aos endossantes e seus avalistas.
 Base para resolução: legislação, jurisprudência e doutrina.
(d) o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de seis
meses para o seu ajuizamento, contados do término do prazo de apresentação.
[CORRETA]
Comentários: o prazo para apresentação do cheque ao sacado (banco) é de 30
(trinta) ou 60 (sessenta) dias (art. 33 da Lei nº 7.357/85). Por sua vez, nos termos
do art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85, não se exige protesto para execução do
cheque contra seu emitente e seu avalista (do emitente); ao contrário do que
ocorre quando a execução é dirigida aos endossantes e seus avalistas (art. 47,
inciso II, da Lei nº 7.357/85). Por conta disso, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
passou a referir-se a duas espécies de protesto no caso do cheque: (i) facultativo
(emitente e seu avalista), que pode ser realizado até o fim do prazo prescricional
de 6 (seis) meses para execução e; (ii) obrigatório/necessário (endossantes e seus
avalistas), que só pode ser feito até o término do prazo de apresentação (art. 48,
caput, da Lei nº 7.357/85). Por fim, conforme a Súmula nº 600/STF, mesmo que
não apresentado no prazo legal ao sacado (banco) ainda assim cabe ação executiva
contra o emitente do cheque e seus avalistas, desde que observado o prazo de 6
(seis) meses (art. 59 da Lei nº 7.357/85).
 Base para resolução: legislação, jurisprudência e doutrina.
(e) o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de dois
anos para o seu ajuizamento, contados do término do prazo de apresentação.
[INCORRETA]
Comentários: o prazo para apresentação do cheque ao sacado (banco) é de 30
(trinta) ou 60 (sessenta) dias (art. 33 da Lei nº 7.357/85). Por sua vez, nos termos
do art. 47, inciso I, da Lei nº 7.357/85, não se exige protesto para execução do
cheque contra seu emitente e seu avalista (do emitente); ao contrário do que
ocorre quando a execução é dirigida aos endossantes e seus avalistas (art. 47,
inciso II, da Lei nº 7.357/85). Por conta disso, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
passou a referir-se a duas espécies de protesto no caso do cheque: (i) facultativo
(emitente e seu avalista), que pode ser realizado até o fim do prazo prescricional
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

279/314

de 6 (seis) meses para execução e; (ii) obrigatório/necessário (endossantes e seus


avalistas), que só pode ser feito até o término do prazo de apresentação (art. 48,
caput, da Lei nº 7.357/85). Por fim, conforme a Súmula nº 600/STF, mesmo que
não apresentado no prazo legal ao sacado (banco) ainda assim cabe ação executiva
contra o emitente do cheque e seus avalistas, desde que observado o prazo de 6
(seis) meses (art. 59 da Lei nº 7.357/85). Decorrido o prazo para apresentação,
não é mais possível o protesto obrigatório/necessário, de maneira que a execução
não pode ser dirigida aos endossantes e seus avalistas.
 Base para resolução: legislação, jurisprudência e doutrina.

Q23º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: Prefeitura de Belo Horizonte – MG
Prova: Procurador Municipal
Paulo emitiu à sociedade empresária CT Ltda. cheque, com cláusula sem protesto,
que não foi compensado por insuficiência de fundos disponíveis. A sociedade,
então, ingressou com ação cambial contra Paulo e Fernanda, titulares de conta
conjunta. Nessa situação hipotética,
(a) a CT Ltda. deverá expor, na petição inicial, o negócio jurídico que deu origem
ao cheque.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme dicção da Súmula nº 531 do STJ,
é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: Súmula nº 531/STJ: Em ação monitória fundada em
cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao
negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
(b) a CT Ltda. poderá cobrar, na ação, as despesas efetuadas com o protesto do
título.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no §3º do
art. 50 da Lei 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 50 da Lei nº 7.357/85. O emitente, o endossante e o
avalista podem, pela cláusula ‘sem despesa’, ‘sem protesto’, ou outra
equivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para
promover a execução do título, do protesto ou da declaração equivalente. §
3º Se, apesar de cláusula lançada pelo emitente, o portador promove o
protesto, as despesas correm por sua conta. Por elas respondem todos os
obrigados, se a cláusula é lançada por endossante ou avalista.”
(c) os juros legais devem incidir desde o dia da apresentação do cheque.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do inciso II do art. 52
da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 52 da Lei nº 7.357/85. O portador pode exigir do
demandado: II - os juros legais desde o dia da apresentação;”
(d) houve solidariedade passiva entre Paulo e Fernanda em razão da inadimplência
do título.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao entendimento do Superior
Tribunal de Justiça: O cotitular de conta conjunta detém apenas solidariedade ativa
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

280/314

dos créditos para com a instituição financeira, não se tornando responsável pelos
cheques emitidos pelo outro correntista.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INDENIZAÇÃO. REGISTRO EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO.
CHEQUE SEM PROVISÃO DE FUNDOS. CONTA CONJUNTA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. SÚM. 83/STJ. 1. Embargos de declaração recebidos como
agravo regimental, em homenagem aos princípios da celeridade,
fungibilidade e economia processual. 2. O cotitular de conta conjunta detém
apenas solidariedade ativa dos créditos para com a instituição financeira,
não se tornando responsável pelos cheques emitidos pelo outro correntista.
Precedentes. (...).” (STJ, EDcl no AgRg no REsp 1490576/SP, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
20/08/2015, DJe 28/08/2015)

Q24º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue o próximo item, relacionado aos títulos de crédito em espécie.
As declarações escritas e datadas que, emitidas pela instituição financeira ou por
câmara de compensação, se refiram à recusa de pagamento não suprem o protesto
para a cobrança dos endossantes do cheque e de seus avalistas.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta por contrariar a parte final do inciso II e o
§ 1º do art. 47 da Lei nº 7.537/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 47 da Lei nº 7.357/85. Pode o portador promover a
execução do cheque: I - contra o emitente e seu avalista; II - contra os
endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a
recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do
sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação. § 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo
dispensa o protesto e produz os efeitos deste. (...).”

3.4.2. Banca: CONSULPLAN

Q25º. Ano: 2018


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros -
Remoção
Sendo o endosso “em branco” inserido no cheque, assinale a alternativa correta.
(a) Ao endossante é vedado proibir novo endosso.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do parágrafo
único do art. 21 da Lei nº 7.357/85, o endossante pode proibir novo endosso, caso

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

281/314

em que não garante o pagamento a quem seja o cheque posteriormente


endossado.
 Base para resolução: legislação e doutrina.
 Legislação: “Art. 21, parágrafo único, da Lei nº 7.357/85. Pode o
endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o pagamento a
quem seja o cheque posteriormente endossado.”
 Doutrina: “Pela cláusula não à ordem, o endossante proíbe novo endosso,
mas a cláusula não torna ineficaz o endosso posterior. O endossante que a
subscreveu fica obrigado vis-à-vis do endossatário imediato, mas não
responde pelo pagamento perante os novos endossatários.” (José Mário
Bimbato)
(b) Ao portador é proibido transferir o cheque a um terceiro.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 20, inciso III,
Lei nº 7.357/85, o portador pode transferir o cheque a terceiro.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 20 da Lei nº 7.357/85. O endosso transmite todos os
direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
(...) III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem
endossar.”
(c) Ao endossante é proibido endossar novamente o cheque.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 20, inciso II,
Lei nº 7.357/85, o portador pode endossar novamente o cheque.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 20 da Lei nº 7.357/85. O endosso transmite todos os
direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
(...) II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;”
(d) Ao portador é permitido endossar novamente o cheque, em branco ou a outra
pessoa.
[CORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 20, inciso III,
Lei nº 7.357/85, o portador pode endossar novamente o cheque, em branco ou a
outra pessoa. Ou seja, o portador pode completar o endosso com seu nome e
novamente endossá-lo, em branco (sem identificar o novo beneficiário) ou em preto
(“a outra pessoa” – identificando o novo beneficiário).
 Base para resolução: legislação e doutrina.
 Legislação: “Art. 20 da Lei nº 7.357/85. O endosso transmite todos os
direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;”
 Doutrina: “Pode o endosso designar o endossatário (‘Pague-se a Joaquim
de Almeida’) e em tal caso o endosso é chamado de pleno, nominativo ou
endosso em preto. Pode, igualmente, o endosso ser feito a uma pessoa não
determinada (Pague-se ao portador), sendo nessa hipótese considerada
proprietária do cheque ou sujeito ativo dos direitos emergentes do mesmo a
pessoa que com ele se apresentar. Pode, por último, o endosso constar da
simples assinatura do endossante (endosso em branco), caso em que não é
exigida a cláusula ao portador. O cheque que contiver um endosso em
branco circula pela simples tradição manual e, assim, quem com ele se
apresentar será considerado como portador legitimado do mesmo, podendo,
portanto, praticar todos os atos relativos ao cheque, tais como receber do
sacado a importância do mesmo ou, querendo, endossá-lo, com um endosso
em branco, em preto ou ao portador.” (Fran Martins)
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

282/314

 “O cheque endossado em branco pode ser transferido como se fosse ao


portador, com sua simples entrega a terceiro. O adquirente pode completar
o endosso com seu nome ou com o de outra pessoa, transformando-o em
endosso em preto, como pode endossar novamente o cheque, em preto ou
em branco.” (José Mário Bimbato)

3.4.3. Banca: IESES

Q26º. Ano: 2016


Banca: IESES
Órgão: TJ-PA
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
No tocante ao cheque pode-se afirmar:
I. Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por reproduzir o art. 10 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 10 da Lei nº 7.357/85. Considera-se não escrita a
estipulação de juros inserida no cheque.”
II. As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por se tratar de reprodução do caput do art. 13 da
Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13 da Lei nº 7.357/85. As obrigações contraídas no
cheque são autônomas e independentes.”
III. Indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos,
prevalece, no caso de divergência, a indicação da maior quantia.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 12 da
Lei nº 7.357/85, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 12 da Lei nº 7.357/85. Feita a indicação da quantia em
algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada a
quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece,
no caso de divergência, a indicação da menor quantia.”
IV. O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração
pela qual se exima dessa garantia.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por reproduzir o art. 15 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 15 da Lei nº 7.357/85. O emitente garante o
pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela qual se exima
dessa garantia.”

3.4.4. Banca: FGV

Q27º. Ano: 2018


- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

283/314

Banca: FGV
Órgão: Câmara de Salvador – BA
Prova: Analista Legislativo Municipal - Licitação, Contratos e Convênios
Em relação à emissão e ao pagamento do cheque, analise as afirmativas a seguir.
I. Um cheque no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) emitido na cidade de
Jacobina/BA, com praça de pagamento na cidade de Andaraí/BA, deverá ser
apresentado a pagamento nos 30 (trinta) dias seguintes ao de sua emissão.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme expresso no caput do art.
33 da Lei nº 7.357/85, o cheque emitido em lugar diverso da praça de pagamento
deve ser apresentado no prazo de 60 (sessenta) dias seguintes ao de sua emissão.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser
apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”
II. Após a expiração do prazo de apresentação, poderá o emitente dar ao sacado
contraordem de pagamento com efeito imediato.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme expresso no caput e parágrafo
único do art. 35 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 35 da Lei nº 7.357/85. O emitente do cheque pagável
no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar,
ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de
expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado
pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59
desta Lei.”
III. A assinatura do emitente deve ser autógrafa (de próprio punho), sendo vedada
emissão de cheque por chancela mecânica ou processo equivalente.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está correta, pois, conforme previsão expressa do
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.357/85, a assinatura pode ser constituída por
chancela mecânica ou processo equivalente.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 1º da Lei nº 7.357/85. O cheque contêm: VI - a
assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes
especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu
mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de
legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.”

3.4.5. Banca: FMP

Q28º. Ano: 2015


Banca: FMP Concursos
Órgão: DPE-PA
Prova: Defensor Público Substituto

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

284/314

Antônio emitiu um cheque para pagamento de uma dívida no lugar onde deve ser
pago. A ação de execução desse cheque, assegurada ao portador Carlos, prescreve
em:
(a) trinta dias, contados da data de emissão do cheque.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do caput dos arts. 33 e
59 da Lei nº 7.357/85, prescreve em seis meses contados da expiração do prazo de
apresentação.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 59, caput, da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.”
 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser
apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”
(b) sessenta dias, contados da data de emissão do cheque
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do caput dos arts. 33 e
59 da Lei nº 7.357/85, prescreve em seis meses contados da expiração do prazo de
apresentação.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 59, caput, da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.”
 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser
apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”
(c) seis meses, contados de termo do prazo de trinta dias, para a apresentação do
cheque
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme previsão do caput dos arts. 33 e 59 da
Lei nº 7.357/85, já que emitido o cheque no lugar onde deve ser pago.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 59, caput, da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.”
 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser
apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”
(d) seis meses, contados do termo do prazo de sessenta dias, para a apresentação
do cheque
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme o enunciado, o cheque foi
emitido no local em que deve ser pago. Portanto, não há que se falar em 60
(sessenta) dias para apresentação, e sim 30 (trinta) dias.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 59, caput, da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

285/314

 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser


apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”
(e) seis meses, contados da data de emissão do cheque
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do caput dos arts. 33 e
59 da Lei nº 7.357/85, prescreve em seis meses contados da expiração do prazo de
apresentação.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 59, caput, da Lei nº 7.357/85. Prescrevem em 6 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.”
 Legislação: “Art. 33, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque deve ser
apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60
(sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.”

3.4.6. Banca: FUNRIO

Q29º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
Em atenção à jurisprudência sedimentada do Superior Tribunal de Justiça em
relação aos títulos de crédito, é INCORRETO afirmar que:
(a) A legislação sobre cédulas de crédito rural admite pacto de capitalização de
juros em periodicidade inferior à semestral.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme exposto no informativo 537 do STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “A legislação sobre cédulas de crédito rural admite o pacto
de capitalização de juros em periodicidade inferior à semestral.” (STJ, REsp
1.333.977/MT, Relatora Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA
SEÇÃO, DJe de 12/03/2014).
(b) É possível que a duplicata sem aceite seja protestada por falta de pagamento,
pois o fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de
aceite ou de devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de
pagamento.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento do Superior Tribunal de
Justiça.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13, § 2º, da Lei nº 5.474/68. O fato de não ter sido
exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de
devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento.”
(c) Endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo
vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro à emissão de duplicata,
não responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu
direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

286/314

[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão da Súmula nº 475 do
STJ, nesta situação, o endossatário responde pelos danos decorrentes de protesto
indevido.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o
endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo
vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de
regresso contra os endossantes e avalistas.” (Súmula nº 475/STJ)
(d) A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial, representativo de
operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão
para documentar a abertura de crédito em conta-corrente, nas modalidades de
crédito rotativo ou cheque especial.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento do Superior Tribunal de
Justiça.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “DIREITO BANCÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO
ESPECIAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO VINCULADA A CONTRATO DE
CRÉDITO ROTATIVO. EXEQUIBILIDADE. LEI N. 10.931/2004.
POSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO ACERCA DO PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS LEGAIS RELATIVOS AOS DEMONSTRATIVOS DA DÍVIDA.
INCISOS I E II DO § 2º DO ART. 28 DA LEI REGENTE. 1. A Lei n.
10.931/2004 estabelece que a Cédula de Crédito Bancário é título executivo
extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza,
circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de
crédito em conta corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque
especial. 2. Para tanto, o título de crédito deve vir acompanhado de claro
demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o diploma
legal a relação de exigências que o credor deverá cumprir, de modo a
conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da
Lei n. 10.931/2004). (...).” (STJ, REsp 1103523/PR, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2012, DJe
26/04/2012)
(e) A emissão de cheques pós-datados, ainda que seja prática costumeira, não
encontra previsão legal, pois admitir que do acordo extracartular decorra a dilação
do prazo prescricional importaria na alteração da natureza do cheque como ordem
de pagamento à vista e infringência do art. 192 do CC, além de violação dos
princípios da literalidade e abstração.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento do Superior Tribunal de
Justiça.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) 3. Ainda que a emissão de cheques pós-datados seja
prática costumeira, não encontra previsão legal. Admitir-se que do acordo
extracartular decorra a dilação do prazo prescricional, importaria na
alteração da natureza do cheque como ordem de pagamento à vista e na
infringência do art. 192 do CC, além de violação dos princípios da
literalidade e abstração. Precedentes. 4. O termo inicial de contagem do
prazo prescricional da ação de execução do cheque pelo beneficiário é de 6
(seis) meses, prevalecendo, para fins de contagem do prazo prescricional de
cheque pós-datado, a data nele regularmente consignada, ou seja, aquela
oposta no espaço reservado para a data de emissão. 5. Recurso especial
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

287/314

parcialmente conhecido e nessa parte não provido.” (STJ, REsp


1068513/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 14/09/2011, DJe 17/05/2012)

3.4.7. Banca: VUNESP

Q30º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
O portador do cheque
(a) não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme previsão expressa do parágrafo
único do art. 38 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 38, parágrafo único, da Lei 7.357/85. O portador não
pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva
quitação.”
(b) pode recusar pagamento parcial, mas, caso seja feito, o sacado deve exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao expresso do
parágrafo único do art. 38 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 38, parágrafo único, da Lei 7.357/85. O portador não
pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva
quitação.”
(c) pode recusar pagamento parcial, mas, caso seja feito, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao expresso do
parágrafo único do art. 38 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 38, parágrafo único, da Lei 7.357/85. O portador não
pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva
quitação.”
(d) não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado deve exigir que
esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao expresso do
parágrafo único do art. 38 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 38, parágrafo único, da Lei 7.357/85. O portador não
pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

288/314

esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva


quitação.”

3.5.Duplicata

3.5.1. Banca: CESGRANRIO

Q31º. Ano: 2015


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
A Lei n° 5.474/1968, que regula as duplicatas, dispõe
(a) que a pretensão à execução da duplicata prescreve contra o sacado e
respectivos avalistas, em 5 (cinco) anos, contados da data do vencimento do título.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do inciso I do
art. 18 da Lei nº 5.474/68, prescreve em 3 (três) anos.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 18 da Lei nº 5.474/68. A pretensão à execução da
duplicata prescreve: l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três)
anos, contados da data do vencimento do título; ”
(b) que a perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair cédula de
crédito comercial, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 23 da
Lei nº 5.474/68, a perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair
triplicata.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 23 da Lei nº 5.474/68. A perda ou extravio da
duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos
efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela.”
(c) que o comprador não poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de vícios,
defeitos e diferenças na qualidade e quantidade das mercadorias negociadas entre
comprador e vendedor, ainda que devidamente comprovados, por se tratar de um
título de crédito desvinculado do negócio subjacente que lhe deu origem.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, além de a duplicata ser título de crédito
causal e, portanto, vinculada ao negócio subjacente que lhe deu causa (compra e
venda), o comprador pode deixar de aceitar a duplicata por motivos de vícios,
defeitos e diferenças na qualidade e quantidade das mercadorias negociadas,
devidamente comprovados (art. 8º, inciso II, da Lei nº 5.474/68).
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 8º, inciso II, da Lei nº 5.474/68. O comprador só
poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de: II - vícios, defeitos e
diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados;”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

289/314

(d) que, no caso da duplicata não aceita pelo sacado, a sua cobrança judicial, pelo
credor, é possível, independentemente de o título ter sido protestado em tempo
hábil ou não, visto que o crédito se encontra inserto no respectivo título de crédito.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do inciso II do
art. 15 da Lei nº 5.474/68, a cobrança judicial de duplicata não aceita é possível
desde que i) tenha sido protestada; ii) esteja acompanhada de documento hábil
comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e iii)o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 15 da Lei nº 5.474/68. A cobrança judicial de duplicata
ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos
títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de
Processo Civil ,quando se tratar: II - de duplicata ou triplicata não aceita,
contanto que, cumulativamente: a) haja sido protestada; b) esteja
acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento
da mercadoria; e c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o
aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º
desta Lei.”
(e) que, no ato de emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada
ao comprador.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, reprodução do caput do art. 2º da Lei nº
5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68 No ato da emissão da
fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador.”

3.5.2. Banca: CESPE

Q32º. Ano: 2013


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Defensor Público
Julgue os próximos itens, relacionados aos títulos de crédito em espécie.
A duplicata pode ser sacada em data posterior à da emissão da fatura.
[CORRETA]
Comentários: nada obstante o art. 2º da Lei nº 5.474/68 pontuar que a duplicata
será extraída (sacada) no ato de emissão da fatura, na verdade, ela será sacada
após.
 Base para resolução: doutrina e jurisprudência.
 Legislação:
 Doutrina: “Como se viu, a emissão da duplicata será após a extração da
fatura, muito embora a lei declare que será ela emitida no ato dessa
extração. Isso significa que, muito embora a fatura seja extraída em uma
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

290/314

data, a duplicata poderá ser emitida em data posterior (por exemplo: 10


dias depois de extraída a fatura) já que determina a lei que conste da
duplicata o número da fatura sem se referir, entretanto, à data dessa.”
(Fran Martins)
 Jurisprudência: “Direito comercial. Recurso especial. Ação cautelar. Fatura
comercial. Data de emissão. Duplicata. Saque em data posterior.
Possibilidade. - A duplicata mercantil pode ser sacada em data posterior à de
emissão da fatura comercial. - A menção à data de emissão da fatura (Lei
nº. 5474/68, art. 2º) deve ser entendida apenas como o termo a quo de
saque da duplicata, o qual deve ser observado em obediência à natureza
causal deste título de crédito. - Recurso especial a que não se conhece.”
(STJ, REsp 292.355/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 26/11/2001, DJ 18/02/2002, p. 414)

3.5.3. Banca: CONSULPLAN

Q33º. Ano: 2017


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Acerca do protesto de duplicata, assinale a alternativa correta:
(a) O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de
aceite ou de devolução, elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §2º do art.
13 da Lei nº 5.474/68, não elide a possibilidade de protesto por falta de
pagamento.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13, § 2º, da Lei nº 5.474/68. O fato de não ter sido
exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de
devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento.”
(b) Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada,
é título hábil para instruir pedido de falência.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, por ser reprodução da Súmula 248/STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não
aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência.”
(Súmula nº 248/STJ)
(c) A duplicata é protestável por falta de pagamento, mas não por falta de aceite.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 13, caput,
da Lei nº 5.474/68: A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou
pagamento.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13, caput, da Lei nº 5.474/68. A duplicata é
protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.”
(d) O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do
prazo de 30 (trinta) dias, manterá o direito de regresso contra os endossantes e
respectivos avalistas.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

291/314

[INCORRETA]
Comentários: incorreta, pois se contrapõe ao disposto no §4º do art. 13 da Lei nº
5.474/68: perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos
avalistas.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: Art. 13, §4º, da Lei nº 5.474/68. O portador que não tirar o
protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta)
dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso
contra os endossantes e respectivos avalistas.

3.5.4. Banca: FCC

Q34º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AP
Prova: Defensor Público
Em relação à duplicata, considere os seguintes enunciados:
I. Nos casos de venda para pagamento em parcelas, deverão ser emitidas tantas
duplicatas quantas forem as parcelas ajustadas, nas quais haverá a discriminação
dos vencimentos e do valor de cada prestação, consignando-se para cada qual
numeração em sequência de ordem dos vencimentos.
[INCORRETA]
Comentários: a afirmação I está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
§3º do art. 2º da Lei nº 5.474/68, nos casos de venda para pagamento em
parcelas, poderá ser emitida duplicata única ou série de duplicatas.
Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, §3º, da Lei nº 5.474/68. Nos casos de venda para
pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se
discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou série de
duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se
refere o item I do § 1º deste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em
sequência.”
II. No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada
ao comprador.
[CORRETA]
Comentários: a afirmação II está correta, conforme reprodução do caput do art.
2º da Lei nº 5.474/68.
Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68. No ato da emissão da
fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador.”
III. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, a não ser que o comprador
tenha direito a rebate ou compensação, citando o vendedor o valor líquido que o
comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.
[INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

292/314

Comentários: a afirmação III está incorreta, pois, conforme previsão expressa do


caput do art. 3º da Lei nº 5.474/68, a duplicata sempre indicará o valor total da
fatura. Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 3º, caput, da Lei nº 5.474/68. A duplicata indicará
sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a
qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o comprador
deverá reconhecer como obrigação de pagar.”
IV. A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do
conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador,
ou para pagamento em prazo inferior a trinta dias, contado da entrega ou despacho
das mercadorias, poderá representar-se por duplicata, em que se declarará que o
pagamento será feito nessas condições.
[CORRETA]
Comentários: A afirmação IV está correta, reprodução do §2º do art. 3º da Lei nº
5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º, §2º, da Lei nº 5.474/68. A venda mercantil para
pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de
transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador, ou para
pagamento em prazo inferior a 30 (trinta) dias, contado da entrega ou
despacho das mercadorias, poderá representar-se, também, por duplicata,
em que se declarará que o pagamento será feito nessas condições.”
V. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da
data do vencimento.
[INCORRETA]
Comentários: a afirmação V está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
caput do art. 9º da Le nº 5.474/68, é lícito ao comprado r resgatar a duplicata
antes de aceita-la ou antes da data do vencimento.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 9º caput, da Lei nº 5.474/68. É lícito ao comprador
resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento.”

Q35º. Ano: 2016


Banca: FCC
Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Prova: Juiz do Trabalho Substituto
Sobre os títulos de crédito, é INCORRETO afirmar:
(a) A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair a triplicata.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do art. 23 da Lei nº 5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 23 da Lei nº 5.474/68. A perda ou extravio da
duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos
efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela.”
(b) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de
emissão não é pagável quando da sua apresentação.
[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do parágrafo
único do art. 32 da Lei nº 7.357/85, é pagável no dia da apresentação.
 Base para resolução: legislação.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

293/314

 Legislação: “Art. 32, parágrafo único, da Lei nº 7.357/85. O cheque


apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é
pagável no dia da apresentação.”
(c) No caso dos cheques, são nulos o seu endosso parcial e do sacado.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, conforme previsão expressa do §1º do art. 18
da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 18, § 1º, da Lei nº 7.357/85. São nulos o endosso
parcial e o do sacado.”
(d) As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis poderão
emitir faturas e duplicatas de prestação de serviços.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira conforme previsão expressa do caput do art.
20 da Lei nº 5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 20, caput, da Lei n 5.474/68. As empresas, individuais
ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de
serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.”
(e) O cheque pode ser emitido à ordem do próprio sacador.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, conforme previsão expressa do inciso I do art.
9º da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 9º da Lei nº 7.357/85. O cheque pode ser emitido: I -
à ordem do próprio sacador;”

3.5.5. Banca: FUNRIO

Q36º. Ano: 2016


Banca: FUNRIO
Órgão: Prefeitura de Trindade – GO
Prova: Procurador Municipal
A Lei 7.357/85 dispõe sobre o cheque. Diante das proibições previstas na referida
lei, é possível afirmar que:
(a) É permitido o endosso parcial e o do sacado.
[INCORRETA]
Comentários: alternativa incorreta. O endosso parcial e o do sacado são nulos.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 18 da Lei nº 7.357/85. O endosso deve ser puro e
simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a que seja
subordinado. § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.”
(b) O endosso pode ficar subordinado a uma condição.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, o endosso deve ser puro e simples.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 18, caput, da Lei nº 7.357/85. O endosso deve ser
puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição a que seja
subordinado.”
(c) Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

294/314

[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, reprodução do art. 10 da Lei nº 7.357/85.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 10 da Lei nº 7.357/85. Considera-se não escrita a
estipulação de juros inserida no cheque.”
(d) Não se admite a transferência do cheque pelo portador, em se tratando de
endosso em branco.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do inciso II do
art. 20 da Lei nº 7.357/85, o portador pode transferir o cheque a um terceiro, sem
completar o endosso e sem endossar.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 20 da Lei nº 7.357/85. O endosso transmite todos os
direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem
endossar.”
(e) O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à
ordem”, não é transmissível por via de endosso.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 17 da Lei nº 7.357/85, é transmissível por via de endosso.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 17, caput, da Lei nº 7.357/85. O cheque pagável a
pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível
por via de endosso.”

3.5.6. Banca: UEPA

Q37º. Ano: 2015


Banca: UEPA
Órgão: PGE-PA
Prova: Procurador do Estado
Acerca dos Títulos de Crédito, assinale a alternativa correta.
(a) para a lavratura do protesto cambial, em razão do princípio da cartularidade, é
indispensável a exibição física do título de crédito, sendo ilícito o protesto por
indicação de duplicata virtual.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, as duplicatas virtuais - emitidas e recebidas por meio
magnético ou de gravação eletrônica - podem ser protestadas por mera indicação,
de modo que a exibição do título não é imprescindível para o ajuizamento da
execução judicial.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA
VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO
DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS.
DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO
ORIGINAL. 1. As duplicatas virtuais - emitidas e recebidas por meio
magnético ou de gravação eletrônica - podem ser protestadas por mera
indicação, de modo que a exibição do título não é imprescindível para o
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

295/314

ajuizamento da execução judicial. Lei 9.492/97. 2. Os boletos de cobrança


bancária vinculados ao título virtual, devidamente acompanhados dos
instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da
mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título
cambiário eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos
extrajudiciais. 3. Recurso especial a que se nega provimento.” (STJ, REsp
1024691/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 22/03/2011, DJe 12/04/2011)
(b) o saque da duplicata mercantil pressupõe a existência de uma relação jurídica
subjacente, de modo que a ausência de causa debendi representa a irregularidade
do título emitido.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, pois, conforme previsão dos arts. 1º, 2º e 20 da
Lei nº 5.474/68, a duplicata é título de crédito causal, vinculado às operações de
compra e venda de mercadoria ou de prestação de serviços.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º da Lei nº 5.474/68. Em todo o contrato de compra e
venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo
não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das
mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao
comprador.”
 Legislação: “Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68 No ato da emissão da
fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador.”
 Legislação: “Art. 20, caput da Lei nº 5.474/68. As empresas,
individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à
prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e
duplicata.”
(c) ainda que desprovida de aceite, a duplicata constitui título executivo
extrajudicial, desde acompanhada do comprovante de entrega das mercadorias,
sendo desnecessária a prévia realização de protesto cambial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do inciso II do
art. 15 da Lei nº 5.474/68, a cobrança judicial de duplicata não aceita é possível
desde que i) tenha sido protestada; ii) esteja acompanhada de documento hábil
comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e iii)o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite.
 Base para resolução: legislação e jurisprudência.
 Legislação: “Art. 15 da Lei nº 5.474/68. A cobrança judicial de duplicata
ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos
títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de
Processo Civil, quando se tratar: II - de duplicata ou triplicata não aceita,
contanto que, cumulativamente: a) haja sido protestada; b) esteja
acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento
da mercadoria; e c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o
aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º
desta Lei.”
 Jurisprudência: “(...) 1. A duplicata sem aceite, desde que devidamente
protestada e acompanhada do comprovante de entrega da mercadoria, é
instrumento hábil a embasar a execução (art. 15, II, da Lei 5.494/68
combinado com arts. 583 e 585, I, do CPC). (...).” (STJ, AgRg no REsp
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

296/314

1102206/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado


em 20/08/2013, DJe 30/08/2013)
(d) o endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo
vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro a emissão de duplicata,
não responde pelos danos causados diante de protesto indevido, tendo em vista
que não participou originariamente da relação jurídica.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, o endossatário que recebe, por endosso translativo, título de
crédito contendo vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro a
emissão de duplicata, responde pelos danos causados diante de protesto indevido.
 Base para resolução: jurisprudência
 Jurisprudência: “(...) 1. Para efeito do art. 543-C do CPC: O endossatário
que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo vício formal,
sendo inexistente a causa para conferir lastro a emissão de duplicata,
responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu
direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 2. Recurso especial
não provido.” (STJ, REsp 1213256/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/09/2011, DJe
14/11/2011)
 “Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que
recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra
os endossantes e avalistas.” (Súmula nº 475/STJ)
(e) o avalista, face à autonomia do dever contraído, responde irrestritamente pela
obrigação assumida pelo devedor principal, ainda que prescrita a ação cambiária.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, prescrita a ação cambiária, perde eficácia o aval, não
respondendo o garante pela obrigação assumida pelo devedor principal, salvo se
comprovado que auferiu benefício com a dívida, circunstância não registrada na
espécie.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “CIVIL E PROCESSUAL. EMBARGOS À AÇÃO MONITÓRIA.
CHEQUE PRESCRITO. AVALISTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA PARA A CAUSA.
I. Prescrita a ação cambiária, perde eficácia o aval, não respondendo o
garante pela obrigação assumida pelo devedor principal, salvo se
comprovado que auferiu benefício com a dívida, circunstância não registrada
na espécie. II. Recurso especial não conhecido.” (STJ, REsp 1022068/SP,
Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado
em 02/12/2008, DJe 02/02/2009)
 “Direito comercial e processual civil. Agravo no agravo de instrumento.
Embargos à ação monitória. Nota promissória prescrita. Propositura de ação
contra o avalista. Necessidade de se demonstrar o locupletamento.
Precedentes. - Prescrita a ação cambial, desaparece a abstração das
relações jurídicas cambiais firmadas, devendo o beneficiário do título
demonstrar, como causa de pedir na ação própria, o locupletamento ilícito,
seja do emitente ou endossante, seja do avalista. Agravo não provido.”
(STJ, AgRg no Ag 549.924/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 16/03/2004, DJ 05/04/2004, p. 260)

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

297/314

3.5.7. Banca: VUNESP

Q38º. Ano: 2016


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RJ
Prova: Juiz Substituto
Dispõe a lei que rege o título de crédito, denominado duplicata, que em todo
contrato de compra e venda mercantil, celebrado entre partes domiciliadas no
território brasileiro, com prazo não inferior a 30 dias, contados da data da entrega
ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para
apresentação ao comprador. A esse respeito, é correto afirmar que
(a) quando a remessa da duplicata for feita por intermédio de representantes,
instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão
apresentar o título ao comprador, dentro de 10 dias contados da data de seu
recebimento na praça de pagamento.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por apresentar reprodução do §2º do art. 6º da Lei
nº 5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 6º, § 2º, da Lei nº 5.474/68. Se a remessa for feita
por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou
correspondentes estes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de
10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de
pagamento.”
(b) em toda venda realizada em tais condições, o vendedor é obrigado a extrair da
fatura a respectiva duplicata.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme dispõe o caput do art. 2º da Lei
nº 5.474/68, poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68. No ato da emissão da
fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador.”
(c) no ato da emissão da fatura, o vendedor extrairá a duplicata para circulação
com efeito comercial, sendo admitida, nesse caso, qualquer outra espécie de título
de crédito, a exemplo da letra de câmbio ou da nota promissória, para documentar
o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme dispõe o caput do art. 2º da Lei
nº 5.474/68, não é admitida qualquer outra espécie de título de crédito para
documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, caput, da Lei nº 5.474/68. No ato da emissão da
fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito
comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

298/314

(d) uma só duplicata poderá corresponder a mais de uma fatura, nos casos de
venda para pagamento em parcelas, situação em que se discriminarão todas as
prestações e vencimentos, distinguindo-se a numeração pelo acréscimo, em
sequência, de letra do alfabeto.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto no §2º do art. 2º
da Lei nº 5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, §2º, da Lei nº 5.474/68. Uma só duplicata não
pode corresponder a mais de uma fatura.”
(e) no valor total da duplicata serão incluídos os abatimentos de preços das
mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da
fatura.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme expresso no §1º do art. 3º da
Lei nº 5.474/68, não serão incluídos os abatimentos de preços das mercadorias
feitas pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da fatura.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º, § 1º, da Lei nº 5.474/68. Não se incluirão no valor
total da duplicata os abatimentos de preços das mercadorias feitas pelo
vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da fatura.”

3.6.Títulos de Crédito Impróprios

3.6.1. Banca: FGV

Q39º. Ano: 2018


Banca: FGV
Órgão: SEFIN-RO
Prova: Auditor Fiscal de Tributos Estaduais
“Cacoal Administradora de Imóveis emitiu cédula de crédito bancário com cláusula
à ordem em favor de instituição financeira integrante do Sistema Financeiro
Nacional (SFN)”. Sobre a circulação da cédula de crédito bancário com cláusula à
ordem, assinale a afirmativa correta.
(a) A cédula de crédito bancário será transferível mediante endosso em branco ou
em preto, ao qual se aplicarão, no que couberem, as normas do direito cambiário.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º
do art. 29 da Lei nº 10.931/04, a Cédula de Crédito Bancário será transferível
mediante endosso em preto.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 29, § 1º, da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito
Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão,
no que couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o
endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela
equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive
cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

299/314

(b) O endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela


equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive cobrar os
juros e demais encargos na forma pactuada na cédula.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme previsão expressa do §1º do art.
29 da Lei nº 10.931/04.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 29, § 1º, da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito
Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão,
no que couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o
endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela
equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive
cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula.”
(c) A cédula de crédito bancário será emitida por escrito, em tantas vias quantas
forem as partes que nela intervierem, todas elas negociáveis, assinadas pelo
emitente e pelo terceiro garantidor, se houver.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do §3º
do art. 29 da Lei nº 10.931/04, somente a via do credor será negociável.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 29, §§ 2ºe 3º, da Lei nº 10.931/04. §2º A Cédula de
Crédito Bancário será emitida por escrito, em tantas vias quantas forem as
partes que nela intervierem, assinadas pelo emitente e pelo terceiro
garantidor, se houver, ou por seus respectivos mandatários, devendo cada
parte receber uma via. § 3º Somente a via do credor será negociável,
devendo constar nas demais vias a expressão "não negociável".”
(d) Aplicam-se à circulação das cédulas de crédito bancário as disposições do
Código Civil e, no que não contrariar esse diploma, a legislação cambial.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme expresso no §1º do art.
29 da Lei nº 10.931/04, aplicam-se as normas de direito Cambiário.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 29, § 1º, da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito
Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão,
no que couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o
endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela
equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive
cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula.”
(e) É necessário o protesto cambial para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores da cédula de crédito bancário.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme disposto no art. 44 da Lei
nº 10.931/04, dispensa-se o protesto para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 44 da Lei nº 10.931/04. Aplica-se às Cédulas de
Crédito Bancário, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação
cambial, dispensado o protesto para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.”

3.7.Títulos de Créditos no Código Civil


- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

300/314

3.7.1. Banca: CONSULPLAN

Q40º. Ano: 2016


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre os títulos de crédito e com base no Código Civil Brasileiro, é correto afirmar:
(a) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, reprodução do caput do art. 897 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 897, caput, do CC. O pagamento de título de crédito,
que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval.”
(b) O avalista, na falta de indicação, não pode ser equiparado ao emitente ou
devedor final.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao expresso no caput
do art. 899 do CC: na falta de indicação, o avalista se equipara ao emitente ou
devedor final.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 899, caput, do CC. O avalista equipara-se àquele cujo
nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. ”
(c) O aval somente pode ser dado no verso do próprio título, sob pena de
invalidade da garantia.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 898 do CC, o aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 898, caput, do CC. O aval deve ser dado no verso ou no
anverso do próprio título.”
(d) O aval posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 900 do
CC: o aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente
dado.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 900 do CC. O aval posterior ao vencimento produz os
mesmos efeitos do anteriormente dado.”

Q41º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Em relação aos títulos de crédito, marque a opção correta:
(a) Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, perde-se a
eficácia do endosso-mandato.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

301/314

[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §2º do art.
917 do CC e do art. 18 da LUG, não perde eficácia o endosso-mandato em razão da
morte do mandatário.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 917, § 2º, do CC. Com a morte ou a superveniente
incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato.”
 Legislação: “Art. 18 da LUG. (...) O mandato que resulta de um endosso
por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal
do mandatário.”
(b) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme expresso no art. 888 do CC, a
omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como título de
crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(c) Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em
garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou
mercadorias o que representa.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por se tratar de reprodução do art. 895 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 895 do CC. Enquanto o título de crédito estiver em
circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas
judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.”
(d) No título de crédito à ordem admite-se o endosso parcial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, é nulo o endosso parcial conforme art. 912,
parágrafo único, do CC e art. 12 da LUG.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 912 do CC. Considera-se não escrita no endosso
qualquer condição a que o subordine o endossante. Parágrafo único. É nulo
o endosso parcial.”
 Legislação: “Art. 12 da LUG. (...) O endosso parcial é nulo.”

Q42º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Sobre os títulos de créditos, marque a opção correta:
(a) Podem ser reivindicados do portador que os adquiriu de boa-fé.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, de acordo com o expresso no art. 896 do
CC, o título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-
fé.
 Base para resolução: legislação.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

302/314

 Legislação: “Art. 896 do CC. O título de crédito não pode ser reivindicado
do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que
disciplinam a sua circulação.”
(b) O possuidor de título dilacerado, identificável, tem direito de obter do emitente
a substituição, devolvendo o título e pagando as despesas.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, reprodução do art. 908 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 908 do CC. O possuidor de título dilacerado, porém
identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior,
mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas.”
(c) O proprietário, que perder ou extraviar o título, ou for injustamente
desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, porém não poderá impedir
que sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, de acordo com o previsto no caput do art.
909 do CC, nesta situação, o proprietário poderá obter novo título em juízo, bem
como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 909, caput, do CC. O proprietário, que perder ou
extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo
título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e
rendimentos.”
(d) O aval a um título de crédito deve ser prestado através de documento
específico para essa finalidade.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 898 do CC, o aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 898, caput, do CC. O aval deve ser dado no verso ou no
anverso do próprio título.”

Q43º. Ano: 2015


Banca: CONSULPLAN
Órgão: TJ-MG
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registro
Sobre os títulos de crédito e com base no Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro
de 2002), assinale a alternativa INCORRETA:
(a) Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos
limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira por se tratar de reprodução do art. 890 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 890 do CC. Consideram-se não escritas no título a
cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade
pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e
formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou
restrinja direitos e obrigações.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

303/314

(b) O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, não pode ser preenchido
posteriormente e por isso é irrelevante a conformidade com os ajustes realizados
entre as partes.
[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 891 do CC, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 891, caput, do CC. O título de crédito, incompleto ao
tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes
realizados.”
(c) A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são
inerentes.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira por se tratar de reprodução do art. 893 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 893 do CC. A transferência do título de crédito implica a
de todos os direitos que lhe são inerentes.”
(d) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, pois, conforme previsão expressa do art. 897,
caput, do CC, pode ser garantido por aval.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 897, caput, do CC. O pagamento de título de crédito,
que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval.”

3.7.2. Banca: CESGRANRIO

Q44º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Transpetro
Prova: Advogado Júnior
Em janeiro de 2018, foi emitido título de crédito, omitindo requisito legal que lhe
tira ao escrito a sua validade como título de crédito. De acordo com o Código Civil
de 2002, o negócio jurídico que lhe deu origem
(a) será nulo.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
888 do Código Civil, não implicará a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(b) poderá ser anulado no prazo de 4 anos contados da sua celebração.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
888 do Código Civil, não implicará a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

304/314

 Base para resolução: legislação.


 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(c) poderá ser anulado no prazo de 4 anos contados da data da emissão do título
de crédito.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
888 do Código Civil, não implicará a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(d) não será afetado pela invalidade do título de crédito.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme previsão expressa do art. 888 do
Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(e) será inexistente.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
888 do Código Civil, não implicará a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”

3.7.3. Banca: FAURGS

Q45º. Ano: 2017


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Analista Judiciário - (Ciências Jurídicas e Sociais)
Sobre Títulos de Crédito no Código Civil, assinale a alternativa correta.
(a) A transferência do título de crédito implica a transferência de todos os direitos
que lhe são inerentes.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, reprodução do art. 893 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 893 do CC. A transferência do título de crédito implica a
de todos os direitos que lhe são inerentes.”
(b) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval parcial.
[INCORRETA]

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

305/314

Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do parágrafo


único do art. 897 do CC, é vedado o aval parcial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 897 do CC. O pagamento de título de crédito, que
contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial.”
(c) Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e
demais coobrigados posteriores.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º do art.
899 do CC, o avalista tem direito a ação de regresso contra seu avalizado e demais
coobrigados anteriores.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 899 do CC. O avalista equipara-se àquele cujo nome
indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. § 1° Pagando o
título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais
coobrigados anteriores.”
(d) Não subsiste a responsabilidade do avalista quando nula a obrigação daquele a
quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §2º do art.
899 do CC, subsiste a responsabilidade do avalista.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 899 do CC. O avalista equipara-se àquele cujo nome
indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. § 2º Subsiste a
responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se
equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.”
(e) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 888 do
CC, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”

Q46º. Ano: 2016


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
Assinale a alternativa correta a respeito da disciplina dos Títulos de Crédito,
prevista no Código Civil.
(a) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, acarreta a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 888 do
CC, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

306/314

(b) O pagamento de título de crédito pode ser garantido por aval total ou parcial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme expresso no parágrafo único do
art. 897 do CC, é vedado o aval parcial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 897 do CC. O pagamento de título de crédito, que
contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial.”
(c) O portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos é
considerado legítimo possuidor, exceto se o último for em branco.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 911 do CC, será considerado legítimo possuidor o portador do título à ordem
com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 911, caput, do CC. Considera-se legítimo possuidor o
portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos,
ainda que o último seja em branco.”
(d) O devedor pode opor ao endossatário de endosso-mandato as exceções que
tiver contra ele.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §3º do art.
917 do CC, poderá opor somente as exceções que tiver contra o endossante.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 917, § 3º, do CC. Pode o devedor opor ao endossatário
de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.”
(e) O endossante não responde pelo cumprimento da prestação constante do
título, ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme previsão expressa do caput do art. 914
do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 914, caput, do CC. Ressalvada cláusula expressa em
contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo
cumprimento da prestação constante do título.”

Q47º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Assinale a alternativa que apresenta afirmação correta a respeito da disciplina dos
Títulos de Crédito ao Portador no Código Civil.
(a) É válido o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 907 do
CC, é nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 907 do CC. É nulo o título ao portador emitido sem
autorização de lei especial.”
(b) O proprietário que perder ou extraviar título ou for injustamente desapossado
dele poderá exigir do devedor um novo título.
[INCORRETA]
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

307/314

Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 909 do


CC, nesta situação, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam
pagos a outrem capital e rendimentos.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 909 do CC. O proprietário, que perder ou extraviar título,
ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo,
bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.”
(c) A transferência de título ao portador se faz por simples evicção.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 904 do
CC, a transferência se faz por simples tradição.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 904 do CC. A transferência de título ao portador se faz
por simples tradição.”
(d) O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal ou
em nulidade de sua obrigação.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta por ser reprodução do art. 906 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 906 do CC. O devedor só poderá opor ao portador
exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação.”

3.7.4. Banca: FCC

Q48º. Ano: 2018


Banca: FCC
Órgão: DPE-AM
Prova: Defensor Público
Em relação aos títulos de crédito, é correto afirmar:
(a) O título de crédito, enquanto documento necessário ao exercício do direito
literal e autônomo nele contido, produz efeitos se preenchidos ou não os requisitos
legais.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
887 do Código Civil, o título de crédito somente produzirá efeitos se preenchidos os
requisitos legais.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”
(b) Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidades prescritas, e a que, além dos
limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta, reprodução do art. 890 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 890 do CC. Consideram-se não escritas no título a
cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade
pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

308/314

formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou


restrinja direitos e obrigações.”
(c) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do art.
888 do Código Civil, não implica na invalidade do negócio jurídico que lhe deu
causa.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(d) Enquanto o título de crédito estiver em circulação, tanto ele poderá ser dado
em garantia e ser objeto de medidas judiciais, como também, em conjunto, os
direitos ou mercadorias que representa.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 895
do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 895 do CC. Enquanto o título de crédito estiver em
circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas
judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.”
(e) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, não admite garantia por aval, embora possa ser concedido aval
parcial.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois, conforme previsão expressa do
caput do art. 897, pode ser garantido por aval o pagamento de título de crédito que
contenha obrigação de pagar soma determinada.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 897, caput, do CC. O pagamento de título de crédito,
que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval.”

3.7.5. Banca: IESES

Q49º. Ano: 2017


Banca: IESES
Órgão: TJ-RO
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Segundo institui o Código Civil Brasileiro, o título de crédito, documento necessário
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei. Acerca do tema podemos afirmar, EXCETO:
(a) Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos
direitos que confere, e a assinatura do emitente.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do caput do art. 889 do CC.
 Base para resolução: legislação.

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

309/314

 Legislação: “Art. 889, caput, do CC. Deve o título de crédito conter a


data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura
do emitente.”
(b) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como
título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
[AFIRMAÇÃO FALSA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 888 do
CC, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 888 do CC. A omissão de qualquer requisito legal, que
tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.”
(c) É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do §1º do art. 889 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 889 do CC. Deve o título de crédito conter a data da
emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do
emitente. § 1º É à vista o título de crédito que não contenha indicação de
vencimento.”
(d) Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título,
o domicílio do emitente.
[AFIRMAÇÃO VERDADEIRA]
Comentários: assertiva verdadeira, reprodução do §2º do art. 889 do CC.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 889 do CC. Deve o título de crédito conter a data da
emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do
emitente. § 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não
indicado no título, o domicílio do emitente.”

3.7.6. Banca: VUNESP

Q50º. Ano: 2018


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-RS
Prova: Juiz de Direito Substituto
Assinale a alternativa que corresponde ao conceito de título de crédito disposto no
artigo 887 do Código Civil.
(a) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito autônomo
nele contido, que somente produz efeito se preenchidos os requisitos legais.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 887
do Código Civil. De acordo com a lei, é o documento necessário para o exercício do
direito literal e autônomo nele contido.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

310/314

(b) O título de crédito, documento dispensável ao exercício do direito literal e


autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da
lei.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 887
do Código Civil. De acordo com a lei, é o documento necessário para o exercício do
direito literal e autônomo nele contido.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”
(c) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito nele contido,
produz efeito independentemente de preenchidos os requisitos legais.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 887
do Código Civil. De acordo com a lei, é o documento necessário para o exercício do
direito literal e autônomo nele contido, produzindo efeitos somente quando
preenchidos os requisitos legais.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”
(d) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da
lei.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta conforme previsão expressa do art. 887 do
Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”
(e) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, que produz seus efeitos independentemente de
preenchidos os requisitos legais.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 887
do Código Civil. De acordo com a lei, somente produzirá efeitos quando preenchidos
os requisitos legais.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 887 do CC. O título de crédito, documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei.”

3.8.Títulos Bancários

3.8.1. Banca: FAURGS

Q51º. Ano: 2015


- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

311/314

Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Assinale a alternativa que apresenta afirmação correta a respeito da disciplina
sobre Cédula de Crédito Bancário.
(a) A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido por instituição
financeira ou por entidade a esta equiparada em favor de pessoa física ou jurídica.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois contraria o disposto no art. 26,
caput, da Lei nº 10.931/04
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 26, caput, da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito
Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor
de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando
promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de
qualquer modalidade.”
(b) A Cédula de Crédito Bancário é transferível mediante endosso em preto,
devendo o endossatário ser instituição financeira ou entidade a ela equiparada.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois contraria o disposto no art. 29, § 1º,
da Lei nº 10.931/04.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 29, § 1º, da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito
Bancário será transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão,
no que couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o
endossatário, mesmo não sendo instituição financeira ou entidade a ela
equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela conferidos, inclusive
cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na Cédula.”
(c) A Cédula de Crédito Bancário poderá ser emitida, com ou sem garantia, real ou
fidejussória, cedularmente constituída.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva está correta, pois reproduz o art. 27 da Lei nº
10.931/04.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 27 da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito Bancário
poderá ser emitida, com ou sem garantia, real ou fidejussória, cedularmente
constituída.”
(d) Na Cédula de Crédito Bancário, poderão ser pactuados juros sobre a dívida,
vedada a capitalização.
[INCORRETA]
Comentários: a assertiva está incorreta, pois contraria o disposto no inciso I § 1º
da Lei nº 10.931/04.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 28 da Lei nº 10.931/04. A Cédula de Crédito Bancário
é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida
e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor
demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente,
elaborados conforme previsto no § 2º. § 1º Na Cédula de Crédito Bancário
poderão ser pactuados: I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os
critérios de sua incidência e, se for o caso, a periodicidade de sua
capitalização, bem como as despesas e os demais encargos decorrentes da
obrigação;”

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

312/314

3.9.Títulos de Agronegócio

3.9.1. Banca: ESAF

Q52º. Ano: 2015


Banca: ESAF
Órgão: PGFN
Prova: Procurador da Fazenda Nacional
Assinale a opção correta.
I- Os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações pecuniárias
de origem cambial ou extracambial e, como regra, têm natureza “pro soluto”.
[INCORRETA]
Comentários: de acordo com a orientação doutrinária, o título de crédito, em
regra, tem natureza pro solvendo.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Com efeito, salvo intenção diversa das partes, a emissão do
título de crédito é pro solvendo, isto é, a simples entrega do título ao credor
não significa a efetivação do pagamento. Em outras palavras, a emissão do
título não extingue a obrigação que lhe deu origem, de modo que as duas, a
obrigação cambial e a originária, coexistem.” (Marlon Tomazette)
II- A “Cédula de Crédito Rural” configura um título de crédito impróprio, destinada
ao financiamento do agronegócio, cujo pagamento é garantido por hipoteca ou
penhor.
[CORRETA]
Comentários: a assertiva foi considerada correta, embora não esteja totalmente,
pois a cédula de crédito rural pode ou não possuir garantia real. De qualquer modo,
entende a doutrina que a cédula de crédito rural seria um título impróprio por não
lhe ser aplicada todo regime jurídico dos títulos de crédito.
 Base para resolução: legislação e doutrina.
 Legislação: “Art. 1º do Decreto-Lei nº 167/67. O financiamento rural
concedido pelos órgãos integrantes do sistema nacional de crédito rural e
pessoa física ou jurídica poderá efetivar-se por meio das células de crédito
rural previstas neste Decreto-lei.”
 “Art. 9º do Decreto-Lei nº 167/67. A cédula de crédito rural é promessa
de pagamento em dinheiro, sem ou com garantia real cedularmente
constituída, sob as seguintes denominações e modalidades: (...).”
 Doutrina: “Impróprios são os títulos que não representam uma verdadeira
operação de crédito mas que, revestidos de certos requisitos dos títulos de
crédito propriamente ditos, circulam com as garantias que caracterizam
esses papéis. (...) Em resumo: poder-se-á considerar a cédula de crédito
rural o instrumento especial criado pela lei para a realização de uma
operação de financiamento rural, podendo ter garantia real, mobiliária ou
imobiliária, ou ambas, ao mesmo tempo, contando com alguns requisitos
dos títulos de crédito em geral mas se afastando bastante desses por
possuir regras próprias, em certo modo conflitantes com as normas que
regem os títulos de crédito em geral.” (Fran Martins)
 “Nas cédulas de crédito rural, há quatro denominações possíveis: cédula de
crédito rural hipotecária, cédula de crédito pignoratícia, cédula de crédito
rural hipotecária e pignoratícia e nota de crédito rural. Esta última não
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

313/314

possui garantias reais, envolvendo exclusivamente uma operação de crédito


pessoal.” (Marlon Tomazette)
III- De acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é
admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito, devendo ser ela ajuizada
dentro de 5 (cinco) anos, contados a partir do dia seguinte ao vencimento da
pretensão executiva.
[INCORRETA]
Comentários: de acordo com a Súmula nº 503/STJ, o prazo conta-se do dia
seguinte à data de emissão estampada na cártula.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “O prazo para ajuizamento da ação monitória em face do
emitente do cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte à data de emissão estampada na cártula.” (Súmula nº 503/STJ)

3.10. Títulos Eletrônicos ou Virtuais

3.10.1. Banca: PGR

Q53º. Ano: 2013


Banca: PGR
Órgão: PGR
Prova: Procurador da República
Em relação à duplicata, é correto afirmar que:
(a) O foro competente para a cobrança judicial é o da praça de pagamento
constante do título ou outra do domicílio do vendedor.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta por contrariar o art. 17 da Lei nº 5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 17 da Lei nº 5.474/68. O foro competente para a
cobrança judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça de pagamento
constante do título, ou outra de domicílio do comprador e, no caso de ação
regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e respectivos avalistas.”
(b) A duplicata virtual é representada documentalmente pela emissão do chamado
boleto bancário.
[CORRETA]
Comentários: essa assertiva pode ser extraída de trecho de Acórdão da Min.
NANCY ANDRIGHI.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “Não se trata, aqui, de atribuir eficácia executiva ao boleto
singularmente considerado. Esse documento bancário apenas contém as
características da duplicata virtual emitida unilateralmente pelo sacador, e
não se confunde com o título de crédito a ser protestado. Se, contudo, o
boleto bancário que serviu de indicativo para o protesto (i) retratar
fielmente os elementos da duplicata virtual, (ii) estiver acompanhado do
comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação dos serviços e
(iii) não tiver seu aceite justificadamente recusado pelo sacado, passa a
constituir título executivo extrajudicial, nos termos do art. 586 do CPC.”
(STJ, REsp 1024691/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 12/04/2011)
- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0
Lucas de Abreu Evangelinos
Aula 00

- Questões Objetivas -

314/314

(c) O prazo para protesto é de 60 dias e começa a fluir a partir da data de sua
apresentação.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta por contrariar o art. 13, § 4º, da Lei nº
5.474/68.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 13, § 4º, da Lei nº 5.474/68. O portador que não tirar
o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta)
dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso
contra os endossantes e respectivos avalistas.”
(d) A duplicata virtual e o boleto bancário representam título executivo, nos termos
exigidos pela lei.
[INCORRETA]
Comentários: na verdade, o que representa título executivo extrajudicial é a soma
do boleto bancário junto à comprovante de entrega das mercadorias (ou da
prestação dos serviços), sem haver recusa justificada do aceite.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “Não se trata, aqui, de atribuir eficácia executiva ao boleto
singularmente considerado. Esse documento bancário apenas contém as
características da duplicata virtual emitida unilateralmente pelo sacador, e
não se confunde com o título de crédito a ser protestado. Se, contudo, o
boleto bancário que serviu de indicativo para o protesto (i) retratar
fielmente os elementos da duplicata virtual, (ii) estiver acompanhado do
comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação dos serviços e
(iii) não tiver seu aceite justificadamente recusado pelo sacado, passa a
constituir título executivo extrajudicial, nos termos do art. 586 do CPC.”
(STJ, REsp 1024691/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 12/04/2011)

- Questões Objetivas –

Direito Empresarial p/ PGE-RR (Procurador do Estado)


www.estrategiaconcursos.com.br

Aula Demonstrativa
0

Você também pode gostar