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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

ACESSO E TRANSPARÊNCIA A SERVIÇOS ELECTRÓNICOS AO CIDADÃO


NA FUNÇÃO PÚBLICA

Discente: Ana Maria Elisa, Código: 708208493

Nampula, Maio

2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

ACESSO E TRANSPARÊNCIA A SERVIÇOS ELECTRÓNICOS AO CIDADÃO


NA FUNÇÃO PÚBLICA

Discente: Ana Maria Elisa, Código: 708208493

CURSO: Licenciatura em Ensino de


Administração Pública

CADEIRA: Governo Electrónico e Globalização

DOCENTE: Fernanda Mujacarama Nicoro

ANO DE FREQUÊNCIA: 2º ano

Nampula, Maio

2021

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FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota /
Máxima tutor Subtotal

 Capa 0.5

 Índice 0.5
Estrutura Aspectos
 Introdução 0.5
organizacionais
 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

Contextualização (indicação
clara do problema)
1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0

Metodologia adequada ao 2.0


objecto do trabalho

Articulação e domínio do
Conteúdo
discurso académico (expressão
Análise 2.0
escrita cuidada, coerência/coesão
discussão
textual).

Revisão bibliográfica nacional e


internacional revelantes na área
2.0
de estudo.

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0


gerais letra, paragrafo, espaçamento
entre linhas

Normas APA
6a ed. e citações
Rigor e coerência das citações/ 4.0
e bibliografia
referências bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor
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Índice
1.Acesso e Transparência a Serviços Electrónicos ao Cidadão na Função Pública..........7

1.1. Governo Electrónico e a Democracia.........................................................................7

2.Formas de Acesso ao Cidadão........................................................................................9

3.Prestação de contas dos Serviços Electrónicos ao Cidadão.........................................10

4.Acesso a Infraestrutura Tecnológica............................................................................11

5.Benefícios.....................................................................................................................11

6.Fragilidades e Riscos....................................................................................................12

Conclusão........................................................................................................................13

Referências Bibliográficas...............................................................................................14

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Introdução

O presente trabalho é de carácter avaliativo da cadeira de Governo Electrónico e


Globalização, Com o objectivo de elucidar o tema em questão referente ao Acesso e
Transparência a Serviços Electrónicos ao Cidadão na Função Pública, dando enfâse no
destaque de Governo Electrónico e a Democracia, Formas de Acesso ao Cidadão,
Prestação de contas dos Serviços Electrónicos ao Cidadão, Acesso a Infraestrutura
Tecnológica, Benefícios, Fragilidades e Riscos. No entanto, estes serão os conteúdos a
serem desenvolvidos ao longo do trabalho.

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1.ACESSO E TRANSPARÊNCIA A SERVIÇOS ELECTRÓNICOS AO
CIDADÃO NA FUNÇÃO PÚBLICA

Segundo CONGLIANESE (2009), “a vertentes da transparência nas relações entre o


governo e o cidadão é aferida através da disponibilização de informações. Considera-se
que essas inovações sejam construtivas para tornar os governos capazes de tornar
público um conjunto de informações governamentais e de interesse público, que antes
estavam enclausuradas fisicamente e longe do olhar e do conhecimento público”.

Para AMORIM, (2012). “É nesta perspectiva que governos utilizam as TIC visando
disponibilizar informações sobre a gestão das instituições, de modo a permitir que os
cidadãos possam ter acesso a informações sobre o que ocorre na administração pública”.

A organização deve colocar à disposição do cidadão todas as informações relacionadas


aos serviços por ela prestados explicitando como acessá-los, como serão prestados,
quem são os responsáveis pela prestação de cada um dos serviços e os meios pelos quais
o cidadão poderá emitir sugestões para a melhoria desses serviços.

No âmbito do sector público o debate sobre transparência vem associado a questões


como democracia, governo participativo, controle social, accountability. No entanto, a
transparência com as actividades não é um bónus que um governo pode oferecer, mas
sim uma obrigação, partindo dos pressupostos democráticos.

1.1. Governo Electrónico e a Democracia

Segundo AMORIM (2012), “A expressão governo eletrônico surgiu na segunda metade


do século XX, com a popularização da ideia do mercado electrônico, e tem associação
ao uso das TICs, feito pelos diversos níveis de governo”.

De acordo com BOTA & NHARY, (p: 12), “Governo Electrónico é a contínua
optimização da prestação de serviços públicos, da participação dos cidadãos na
governação através da transformação das relações internas e externas com recurso à
tecnologia, Internet e novos media”.

Para BOTA & NHARY, (p: 24), “As ferramentas do governo electrónico atendem a três
preceitos básicos da democracia”, que são:

 Transparência, Responsabilidade, e Prestação de Contas (Accountability).

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a) Transparência

A transparência é uma obrigação dos governos democráticos facilitar o acesso a


informações públicas e assim, aproximar o cidadão do governo. O uso de websites para
a divulgação de informações de maneira ilimitada é uma ferramenta para entender a
esse preceito. Desta forma, o governo deve deixar espaço aberto a esclarecimentos para
a população.

b) Responsabilidade

Trata-se da capacidade de um governo de responder às demandas da população. As


ferramentas de interacção permitem a troca de ideias e informações que ajudam o
governo a moldar suas políticas públicas, orçamentos e perguntas de acordo com a
opinião exposta pelos cidadãos. Esse preceito não é cumprido quando da simples
abertura de um espaço para exposição de ideia, se não há modificações efectivas por
parte do governo.

c) Prestação de Contas

O acesso à prestação de contas por parte dos governos é necessário para que os cidadãos
formem suas opiniões a seu respeito. Por esse motivo, a divulgação desses dados é um
dever dos governos e um direito de todos os cidadãos. Alem disso, é de direito dos
cidadãos ter espaços acessíveis de expressão das suas avaliações dos governos, como os
canais televisivos.

Deve-se levar em conta fundamentalmente a relação do governo com a sociedade, na


qual o papel do cidadão é fundamental, seja em relação ao exercício de seus direitos
como no cumprimento de seus deveres.

Conceito de Democracia

Segundo ARISTÓTELES “a democracia é uma forma de governo, sendo este o


entendimento aceito por inúmeros doutrinadores como Montesquieu e Rousseau”.

De acordo com BOBBIO (2007), “democracia sempre foi empregado no sentido de uma
das formas de governo, designando a forma de governo na qual o poder político é
exercido pelo povo”. O autor ainda ressalta a importância de se analisar a democracia
sob o enfoque que o uso das teorias das formas de governo assumiram ao longo dos
tempos, dividindo este em: descritivo (sistemático), prescritivo (axiológico) e histórico.

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O uso descritivo diz respeito à classificação das formas de governo que historicamente
existiram. Segundo o significado descritivo, a democracia é uma das três formas de
governo, quando classificada em relação ao número de governantes. Correspondendo à
forma de governo na qual o poder é exercido pelo povo, ou pela maioria do povo,
contrapondo-se à monarquia (poder exercido por um) e à aristocracia (poder exercido
por poucos).

 Transparência na Qualidade da democracia e a ligação entre os cidadãos e o


Governo

No que diz respeito à qualidade da democracia e a ligação entre os cidadãos e o


governo, o factor da transparência a partir de uma perspectiva de regimes,
existem duas abordagens. Por um lado, uma abordagem baseada em regras,
mais explícita, detalhada, prescritiva e geralmente direcionada pelo medo,
centrada no cumprimento de requisitos legais; por outro lado, uma abordagem
baseada em princípios, caracterizada por não se ater especificamente a dizer
como deve ser feito e sim a dizer o que precisa ser feito de forma mais
orientativa e implícita. Os autores argumentam que a abordagem baseada em
regras geralmente surge em sociedades que favorecem as burocracias enquanto
a abordagem baseada em princípios surge em sociedades caracterizadas por
fortes e operativos controles sociais. RUIJER & MEIJER (2016).

 A relação entre transparência e confiança no governo por parte dos cidadãos

MEIJER, et al 2012, “o impacto da transparência na confiança dos cidadãos no governo


difere de acordo com o contexto cultural dos países. De forma geral, confiança no
governo relaciona-se positivamente com transparência, porém, transparência se adequa
menos a culturas que possuem grandes distâncias em sua estrutura de poder e são
culturalmente mais orientadas ao longo prazo, e se adequa melhor a culturas mais
orientadas ao curto prazo e com menores distâncias em sua estrutura de poder.

2.Formas de Acesso ao Cidadão

Ferramentas em que o cidadão pode fazer uma requisição de algum serviço


público, reclamar de algum que foi malfeito ou não foi comprido e verificar
cronograma de obras públicas. Essa ferramenta elimina a necessidade de um
intermediário e da sujeição aos seus interesses, como representantes no poder
Legislativo. Alem disso, fortalece a importância da comunidade nos governos,
BOTA & NHARY, (p: 16).
Em decorrência desses princípios, a Política de Atendimento ao Cidadão pode garantir
aos cidadãos um atendimento com as seguintes características:

a) Toda organização deve estar aberta à participação do cidadão;

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b) Todo cidadão deve ser atendido igualmente, sem privilégio, sendo assegurado o
atendimento preferencial a gestantes, lactantes ou pessoas com crianças de colo,
idoso e portadores de necessidades especiais;
c) Todo cidadão deve ser atendido de forma respeitosa e com agilidade nos prazos
estabelecidos;
d) A todo cidadão deve ser garantida a presunção de boa-fé;
e) A todo cidadão deve ser garantido acesso a informações claras e precisas
relativas ao serviço prestado;
f) A todo cidadão não será exigida a apresentação de documentos ou informações
que já constem de base de dados da Administração Pública.

É possível ainda que a Política de Atendimento, dependendo da organização, do sector


ou da esfera em que está sendo concebida, estabeleça outros tantos compromissos com o
cidadão, inclusive em relação aos serviços propriamente ditos.

3.Prestação de contas dos Serviços Electrónicos ao Cidadão

Para BOTA & NHARY, (p: 12), “Disposição de dados sobre gastos públicos,
movimentações financeiras, divulgação de orçamentos, limitações, fechamento e
cancelamento de contratos. Isso permite que cidadãos e empresas tomem conhecimento
das actividades do governo e fiscalizem o uso do dinheiro público”.

Vale lembrar que a transparência com as actividades não é um bónus que um governo
pode oferecer, mas sim uma obrigação, partindo dos pressupostos democráticos.

Os exemplos de serviços oferecidos pelo governo electrónico são extremamente


diversificados e dependem da função de cada governo que origina a ferramenta.

Todo bom atendimento ao cidadão requer que a informação seja precisa, relevante,
acessível e de fácil compreensão pelo cidadão. Esta informação deve estar disponível
por meio de todos os canais de relacionamento possíveis em função da natureza do
serviço prestado. A adopção de sistema eficiente de sugestões e reclamações, contribui
na produção de dados, informações e conhecimentos úteis para a melhoria da gestão e
do atendimento ao cidadão.

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4.Acesso a Infraestrutura Tecnológica

BOTA & NHARY, (p: 27), “Infraestrutura Tecnológica é a base necessária para a
implantação do Governo Electrónico. É o elemento físico, material, que possibilita a
existência electrónica do governo tais como cabos de fibra optica, satélites de
comunicação, provedores de acesso à internet, prestadores de serviços de telefonia e
comunicação de dados em alta velocidade, computadores e periféricos (modens, hub,
rodeadores), softwares”.

Portanto, investir na infraestrutura física e na sua actualização permanentemente é


fundamental e depende de um imenso investimento inicial pelo poder Publico.
Evidentemente, a iniciativa privada participa também desse processo, principalmente na
expansão de internet.

Conforme TAKAHASHI, (2000), citado por BOTA & NHARY, (p: 12), “O objecto
final do governo eletrónico é a universalização de serviços. Para isso, o acesso
universalizado ao governo eletrónico é a condição fundamental para a sua realização”.

Para tanto, é preciso facilitar o acesso aos diversos sistemas de comunicação, buscando
soluções alternativas de acesso colectivo ou compartilhado. O uso da internet é o mais
evidente, mas há as centrais de atendimento telefónico, já muito utilizadas para
sugestões e denuncias.

Assim, deve haver tanto a capacitação da população, promovendo desde os primeiros


anos escolares a possibilidade de alfabetização digital até o barateamento dos custos de
aquisição e manutenção de computadores e acesso à internet de pontos de acesso
públicos.

5.Benefícios

BOTA & NHARY, (p: 12), “O governo electrónico ideal permitira que o cidadão em
geral tivesse acesso a todos os procedimentos de seu interesse ou da colectividade e que
dependam da acção governamental, a qualquer tempo e em qualquer lugar”.

De outra maneira, ocorria a melhor da qualidade dos serviços prestados pelo Estado e a
sociedade tornar-se-ia mais ciente de seus direitos e deveres. Como exemplo pode-se
verificar o avanço em várias áreas:

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 Simplificação dos procedimentos e integração das informações com consequente
aperfeiçoamento dos modelos de gestão pública (diminuição da burocracia);
 Integração dos órgãos do governo em todos os seus âmbitos, municipal, estadual
e federal;
 Transparência e optimização das acções do governo e dos recursos disponíveis,
através da prestação electrónica de informações, serviços e das contas públicas;
 Desenvolvimento do Profissional do serviço publico;

6.Fragilidades e Riscos

Conforme BOTA & NHARY, (p: 33), “Aspecto geral que influi no sucesso do governo
electrónico diz respeito a sua implantação e manutenção:

 Devem ser feitos com transparência garantindo-se a credibilidade e confiança


necessária ao sistema.

São os mesmos princípios impulsionadores da Internet, aberta e democrática e que


podem tornar o governo o que deveria ser, um espaço publico, transparente e acessível a
todos. Evidentemente, a barbárie sempre é uma possibilidade, (ARENDT, 1988).

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Conclusão
Depois da pesquisa e Leitura de Manuais e Obras que abordam assuntos relacionados
com o tema em questão percebeu-se que, o Governo Electrónico é a contínua
optimização da prestação de serviços públicos, da participação dos cidadãos na
governação através da transformação das relações internas e externas com recurso à
tecnologia, Internet e novos media. Portanto, compreendeu-se também que a
transparência é uma obrigação dos governos democráticos facilitar o acesso a
informações públicas e assim, aproximar o cidadão do governo. O uso de websites para
a divulgação de informações de maneira ilimitada é uma ferramenta para entender a
esse preceito. Desta forma, o governo deve deixar espaço aberto a esclarecimentos para
a população.

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Referências Bibliográficas
AMORIM, P. K. D. F., Democracia e Internet: A transparência de gestão nos portais
eletrônicos. Tese de doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil. 2012. 

BOTA, João Sarau; & NHARY, Helio Valgy, Governo Electrónico e Globalização,
Manual de Licenciatura em Ensino de Administração Publica, 2º ano, UCM, s/d. Beira,
Moçambique.

CONGLIANESE, C., The transparency president? The Obama administration and


open government. Governance, 2009.

MEIJER, A. J. Understanding the complex dynamics of transparency. Public


Administration Review, 2013.

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